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UFRJ
Técnico Administrativo
Auxiliar em Administração -
Atividades Culturais de Divulgação Científica e Publicações
Edital Nº 455 de 17 de Julho de 2017
JL137-2017
DADOS DA OBRA
• Língua Portuguesa
• Legislação
• Conhecimentos Específicos
Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza
Produção Editorial/Revisão
Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Camila Lopes
Suelen Domenica Pereira
Capa
Natália Maio
Editoração Eletrônica
Marlene Moreno
Gerente de Projetos
Bruno Fernandes
APRESENTAÇÃO
CURSO ONLINE
PASSO 1
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SUMÁRIO
Língua Portuguesa
Legislação
Conhecimentos Específicos
Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a: - Contradição: Não raro, o texto apresenta ideias con-
trárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivo-
- Identificar – é reconhecer os elementos fundamen- cadas e, consequentemente, errando a questão.
tais de uma argumentação, de um processo, de uma época Observação - Muitos pensam que há a ótica do es-
(neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais critor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa
definem o tempo). prova de concurso, o que deve ser levado em consideração
- Comparar – é descobrir as relações de semelhança é o que o autor diz e nada mais.
ou de diferenças entre as situações do texto.
- Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que
com uma realidade, opinando a respeito. relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si.
- Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou secun- Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um
dárias em um só parágrafo. pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um prono-
- Parafrasear – é reescrever o texto com outras pala- me oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se
vras. vai dizer e o que já foi dito.
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OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, den-
-a-dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e tro de cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com
do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do pedrinhas e tufos minúsculos de musgos, formando peque-
verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer nas plantas, ínfimos bonsais só visíveis aos olhos de quem é
também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor capaz de parar de viver para, apenas, ver. Quando se tem a
semântico, por isso a necessidade de adequação ao ante- marca da solidão na alma, o mundo cabe numa fresta.
cedente. (SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Ja-
Os pronomes relativos são muito importantes na in- neiro: Tinta negra bazar, 2010. p. 47)
terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de No texto, o substantivo usado para ressaltar o universo
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que reduzido no qual o menino detém sua atenção é
existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, (A) fresta.
a saber: (B) marca.
(C) alma.
- que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden- (D) solidão.
te, mas depende das condições da frase. (E) penumbra.
- qual (neutro) idem ao anterior.
- quem (pessoa) 2-) (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois PE/2012)
o objeto possuído. O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a
- como (modo) totalidade do universo, toda a sociedade, a história, a con-
- onde (lugar) cepção de mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo,
quando (tempo) que se estende a todas as coisas e à qual nada escapa. É,
quanto (montante) de alguma maneira, o aspecto festivo do mundo inteiro, em
todos os seus níveis, uma espécie de segunda revelação do
Exemplo: mundo.
Falou tudo QUANTO queria (correto) Mikhail Bakhtin. A cultura popular na Idade Média e o
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo:
aparecer o demonstrativo O ). Hucitec, 1987, p. 73 (com adaptações).
Dicas para melhorar a interpretação de textos Na linha 1, o elemento “ele” tem como referente tex-
tual “O riso”.
- Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do ( ) CERTO ( ) ERRADO
assunto;
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa 3-) (ANEEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE/2010)
a leitura; Só agora, quase cinco meses depois do apagão que atin-
- Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto giu pelo menos 1.800 cidades em 18 estados do país, surge
pelo menos duas vezes; uma explicação oficial satisfatória para o corte abrupto e
- Inferir; generalizado de energia no final de 2009.
- Voltar ao texto quantas vezes precisar; Segundo relatório da Agência Nacional de Energia Elé-
- Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do trica (ANEEL), a responsabilidade recai sobre a empresa es-
autor; tatal Furnas, cujas linhas de transmissão cruzam os mais de
- Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor 900 km que separam Itaipu de São Paulo.
compreensão; Equipamentos obsoletos, falta de manutenção e de in-
- Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de vestimentos e também erros operacionais conspiraram para
cada questão; produzir a mais séria falha do sistema de geração e distri-
- O autor defende ideias e você deve percebê-las. buição de energia do país desde o traumático racionamento
de 2001.
Fonte: Folha de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adapta-
http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu- ções).
gues/como-interpretar-textos Considerando os sentidos e as estruturas linguísticas
QUESTÕES do texto acima apresentado, julgue os próximos itens.
A oração “que atingiu pelo menos 1.800 cidades em 18
1-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – estados do país” tem, nesse contexto, valor restritivo.
FCC/2014 - ADAPTADA) Atenção: Para responder à ques- ( ) CERTO ( ) ERRADO
tão, considere o texto abaixo.
A marca da solidão 4-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011)
Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de Um carteiro chega ao portão do hospício e grita:
paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a — Carta para o 9.326!!!
testa pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de Um louco pega o envelope, abre-o e vê que a carta está
penumbra na tarde quente. em
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branco, e um outro pergunta: Meus amigos partem para as suas férias, cansados de
— Quem te mandou essa carta? tanto trabalho; de tanta luta com os motoristas da contra-
— Minha irmã. mão; enfim, cansados, cansados de serem obrigados a viver
— Mas por que não está escrito nada? numa grande cidade, isto que já está sendo a negação da
— Ah, porque nós brigamos e não estamos nos falando! própria vida.
Internet: <www.humortadela.com.br/piada> (com adap- E eu vou para a Ilha do Nanja.
tações). Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui. Passarei as
férias lá, onde, à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio
O efeito surpresa e de humor que se extrai do texto aci- cresce como um bosque. Nem preciso fechar os olhos: já es-
ma decorre tou vendo os pescadores com suas barcas de sardinha, e a
A) da identificação numérica atribuída ao louco. moça à janela a namorar um moço na outra janela de outra
B) da expressão utilizada pelo carteiro ao entregar a carta ilha.
no hospício. (Cecília Meireles, O que se diz e o que se entende.
C) do fato de outro louco querer saber quem enviou a Adaptado)
carta.
D) da explicação dada pelo louco para a carta em branco.
*fissuras: fendas, rachaduras
E) do fato de a irmã do louco ter brigado com ele.
Meus amigos estão fazendo as malas, arrumando as ma- Marque N(não) para os argumentos contra o pedágio
las nos seus carros, olhando o céu para verem que tempo urbano; marque S(sim) para os argumentos a favor do pe-
faz, pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas, dágio urbano.
fissuras* – sem falar em bandidos, milhões de bandidos entre ( ) A receita gerada pelo pedágio vai melhorar o trans-
as fissuras, as pedras soltas e as barreiras... porte público e estender as ciclovias.
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Fonte: http://www.brasilescola.com/redacao/lingua-
gem.htm
INTERTEXTUALIDADE
Cartão vermelho – denúncia de falta grave no futebol.
A Intertextualidade pode ser definida como um diálo-
go entre dois textos. Observe os dois textos abaixo e note
como Murilo Mendes (século XX) faz referência ao texto de
Gonçalves Dias (século XIX):
Canção do Exílio
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Não permita Deus que eu morra, Pode-se definir então a intertextualidade como sendo
Sem que eu volte para lá; a criação de um texto a partir de um outro texto ja existente.
Sem que desfrute os primores Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções di-
Que não encontro por cá; ferentes que dependem muito dos textos/contextos em que
Sem qu’inda aviste as palmeiras, ela é inserida.
Onde canta o Sabiá.” Evidentemente, o fenômeno da intertextualidade está
ligado ao “conhecimento do mundo”, que deve ser compar-
(Gonçalves Dias) tilhado, ou seja, comum ao produtor e ao receptor de textos.
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,
não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.
Canção do Exílio Na pintura tem-se, por exemplo, o quadro do pintor
barroco italiano Caravaggio e a fotografia da americana Cin-
Minha terra tem macieiras da Califórnia dy Sherman, na qual quem posa é ela mesma. O quadro de
onde cantam gaturamos de Veneza. Caravaggio foi pintado no final do século XVI, já o trabalho
Os poetas da minha terra fotográfico de Cindy Sherman foi produzido quase quatro-
são pretos que vivem em torres de ametista, centos anos mais tarde. Na foto, Sherman cria o mesmo am-
os sargentos do exército são monistas, cubistas, biente e a mesma atmosfera sensual da pintura, reunindo um
os filósofos são polacos vendendo a prestações. conjunto de elementos: a coroa de flores na cabeça, o con-
gente não pode dormir traste entre claro e escuro, a sensualidade do ombro nu etc.
com os oradores e os pernilongos. A foto de Sherman é uma recriação do quadro de Caravaggio
Os sururus em família têm por testemunha a e, portanto, é um tipo de intertextualidade na pintura.
[Gioconda Na publicidade, por exemplo, a que vimos sobre anún-
cios do Bom Bril, o ator se veste e se posiciona como se fosse
Eu morro sufocado
a Mona Lisa de Leonardo da Vinci e cujo slogan era “Mon
em terra estrangeira. Bijou deixa sua roupa uma perfeita obra-prima”. Esse enun-
Nossas flores são mais bonitas ciado sugere ao leitor que o produto anunciado deixa a rou-
nossas frutas mais gostosas pa bem macia e mais perfumada, ou seja, uma verdadeira
mas custam cem mil réis a dúzia. obra-prima (se referindo ao quadro de Da Vinci). Nesse caso
pode-se dizer que a intertextualidade assume a função de
Ai quem me dera chupar uma carambola de não só persuadir o leitor como também de difundir a cultura,
[verdade uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura,
e ouvir um sabiá com certidão de idade! escultura, literatura etc).
Intertextualidade é a relação entre dois textos caracteri-
(Murilo Mendes) zada por um citar o outro.
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Este texto de Gonçalves Dias, “Canção do Exílio”, é mui- Entre os variadíssimos tipos de referências, há provér-
to utilizado como exemplo de paráfrase e de paródia, aqui bios, ditos populares, frases bíblicas ou obras / trechos de
o poeta Carlos Drummond de Andrade retoma o texto pri- obras constantemente citados, literalmente ou modifica-
mitivo conservando suas ideias, não há mudança do senti- dos, cujo reconhecimento é facilmente perceptível pelos
do principal do texto que é a saudade da terra natal. interlocutores em geral. Por exemplo, uma revista brasileira
adotou o slogan: “Dize-me o que lês e dir-te-ei quem és”.
A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar Voltada fundamentalmente para um público de uma de-
outros textos, há uma ruptura com as ideologias impostas terminada classe sociocultural, o produtor do menciona-
e por isso é objeto de interesse para os estudiosos da lín- do anúncio espera que os leitores reconheçam a frase da
gua e das artes. Ocorre, aqui, um choque de interpretação, Bíblia (“Dize-me com quem andas e dir-te-ei quem és”). Ao
a voz do texto original é retomada para transformar seu adaptar a sentença, a intenção da propaganda é, eviden-
temente, angariar a confiança do leitor (e, consequente-
sentido, leva o leitor a uma reflexão crítica de suas ver-
mente, a credibilidade das informações contidas naquele
dades incontestadas anteriormente, com esse processo
periódico), pois a Bíblia costuma ser tomada como um livro
há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma de pensamentos e ensinamentos considerados como “ver-
busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e dades” universalmente assentadas e aceitas por diversas
da crítica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo comunidades. Outro tipo comum de intertextualidade é
dessa arte, frequentemente os discursos de políticos são a introdução em textos de provérbios ou ditos populares,
abordados de maneira cômica e contestadora, provocando que também inspiram confiança, pois costumam conter
risos e também reflexão a respeito da demagogia praticada mensagens reconhecidas como verdadeiras. São aprovei-
pela classe dominante. Com o mesmo texto utilizado ante- tados não só em propaganda mas ainda em variados textos
riormente, teremos, agora, uma paródia. orais ou escritos, literários e não-literários. Por exemplo, ao
iniciar o poema “Tecendo a manhã”, João Cabral de Melo
Texto Original Neto defende uma ideia: “Um galo sozinho não tece uma
Minha terra tem palmeiras manhã”. Não é necessário muito esforço para reconhecer
Onde canta o sabiá, que por detrás dessas palavras está o ditado “Uma andori-
As aves que aqui gorjeiam nha só não faz verão”. O verso inicial funciona, pois, como
Não gorjeiam como lá. uma espécie de “tese”, que o texto irá tentar comprovar
através de argumentação poética.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”)
Há, no entanto, certos tipos de citações (literais ou
construídas) e de alusões muito sutis que só são compar-
Paródia
tilhadas por um pequeno número de pessoas. É o caso de
Minha terra tem palmares referências utilizadas em textos científicos ou jornalísticos
onde gorjeia o mar (Seções de Economia, de Informática, por exemplo) e em
os passarinhos daqui obras literárias, prosa ou poesia, que às vezes remetem
não cantam como os de lá. a uma forma e/ou a um conteúdo bastante específico(s),
(Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”) percebido(s) apenas por um leitor/interlocutor muito bem
informado e/ou altamente letrado. Na literatura, podem-
O nome Palmares, escrito com letra minúscula, subs- se citar, entre muitos outros, autores estrangeiros, como
titui a palavra palmeiras, há um contexto histórico, social James Joyce, T.S. Eliot, Umberto Eco.
e racial neste texto, Palmares é o quilombo liderado por A remissão a textos e para-textos do circuito cultural
Zumbi, foi dizimado em 1695, há uma inversão do sentido (mídia, propaganda, outdoors, nomes de marcas de produ-
do texto primitivo que foi substituído pela crítica à escravi- tos etc.) é especialmente recorrente em autores chamados
dão existente no Brasil. pós-modernos. Para ilustrar, pode-se mencionar, entre ou-
Na literatura relativa à Linguística Textual, é frequente tros escritores brasileiros, Ana Cristina Cesar, poetisa ca-
apontar-se como um dos fatores de textualidade a refe- rioca, que usa e “abusa” da intertextualidade em seus tex-
rência - explícita ou implícita - a outros textos, tomados tos, a tal ponto que, sem a identificação das referências, o
estes num sentido bem amplo (orais, escritos, visuais - ar- poema se torna, constantemente, ininteligível e chega a ser
considerado por algumas pessoas como um “amontoado
tes plásticas, cinema - , música, propaganda etc.) A esse
aleatório de enunciados”, sem coerência e, portanto, des-
“diálogo”entre textos dá-se o nome de intertextualidade.
provido de sentido.
Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao “co- Os teóricos costumam identificar tipos de intertextuali-
nhecimento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou dade, entre os quais se destacam:
seja, comum ao produtor e ao receptor de textos. - a que se liga ao conteúdo (por exemplo, matérias jor-
A intertextualidade pressupõe um universo cultural nalísticas que se reportam a notícias veiculadas anterior-
muito amplo e complexo, pois implica a identificação / o mente na imprensa falada e/ou escrita: textos literários ou
reconhecimento de remissões a obras ou a textos / trechos não-literários que se referem a temas ou assuntos contidos
mais, ou menos conhecidos, além de exigir do interlocutor em outros textos etc.). Podem ser explícitas (citações entre
a capacidade de interpretar a função daquela citação ou aspas, com ou sem indicação da fonte) ou implícitas (pará-
alusão em questão. frases, paródias etc.);
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- a que se associa ao caráter formal, que pode ou não mas acaba por sustentar a satisfação e se abre num sorriso.
estar ligado à tipologia textual como, por exemplo, textos O autor termina a crônica, parafraseando o verso de Ma-
que “imitam” a linguagem bíblica, jurídica, linguagem de nuel Bandeira: “Assim eu quereria a minha última crônica:
relatório etc. ou que procuram imitar o estilo de um autor, que fosse pura como esse sorriso”. O verso de Bandeira não
em que comenta o seriado da TV Globo, baseado no livro pode ser considerado, nessa crônica, um mero pretexto.
de Guimarães Rosa, procurando manter a linguagem e o A intertextualidade desempenha o papel de conferir uma
estilo do escritor); certa “literariedade” à crônica, além de explicar o título e
- a que remete a tipos textuais (ou “fatores tipológi- servir de “fecho de ouro” para um texto que se inicia sem
cos”), ligados a modelos cognitivos globais, às estruturas um conteúdo previamente escolhido. Não é, contudo, im-
e superestruturas ou a aspectos formais de caráter linguís- prescindível à compreensão do texto.
tico próprios de cada tipo de discurso e/ou a cada tipo de O que parece importante é que não se encare a in-
texto: tipologias ligadas a estilos de época. Por superestru- tertextualidade apenas como a “identificação” da fonte e,
tura entendem-se, entre outras, estruturas argumentativas sim, que se procure estudá-la como um enriquecimento da
(Tese anterior), premissas - argumentos (contra-argumen- leitura e da produção de textos e, sobretudo, que se tente
tos - síntese), conclusão (nova tese), estruturas narrativas mostrar a função da sua presença na construção e no(s)
(situação - complicação - ação ou avaliação – resolução), sentido(s) dos textos.
moral ou estado final etc.; Como afirmam Koch & Travaglia, “todas as questões
Um outro aspecto que é mencionado muito superfi- ligadas à intertextualidade influenciam tanto o processo de
cialmente é o da intertextualidade linguística. Ela está liga- produção como o de compreensão de textos”.
da ao que o linguista romeno, Eugenio Coseriu, chama de Considerada por alguns autores como uma das condi-
formas do “discurso repetido”: ções para a existência de um texto, a intertextualidade se
- “textemas” ou “unidades de textos”: provérbios, dita- destaca por relacionar um texto concreto com a memória
dos populares; citações de vários tipos, consagradas pela textual coletiva, a memória de um grupo ou de um indiví-
tradição cultural de uma comunidade etc.; duo específico.
- “sintagmas estereotipados”: equivalentes a expressões Trata-se da possibilidade de os textos serem criados
idiomáticas; a partir de outros textos. As obras de caráter científico re-
- “perífrases léxicas”: unidades multivocabulares, em- metem explicitamente a autores reconhecidos, garantindo,
pregadas frequentemente mas ainda não lexicalizadas (ex. assim, a veracidade das afirmações. Nossas conversas são
“gravemente doente”, “dia útil”, “fazer misérias” etc.). entrelaçadas de alusões a inúmeras considerações arma-
zenadas em nossas mentes. O jornal está repleto de refe-
A intertextualidade tem funções diferentes, dependen- rências já supostamente conhecidas pelo leitor. A leitura
do dos textos/contextos em que as referências (linguísticas de um romance, de um conto, novela, enfim, de qualquer
ou culturais) estão inseridas. Chamo a isso “graus das fun- obra literária, nos aponta para outras obras, muitas vezes
ções da intertextualidade”. de forma implícita.
Didaticamente pode-se dizer que a referência cultural A nossa compreensão de textos (considerados aqui da
e/ou linguística pode servir apenas de pretexto, é o caso de forma mais abrangente) muito dependerá da nossa expe-
“epígrafes” longinquamente vinculadas a um trabalho e/ou riência de vida, das nossas vivências, das nossas leituras.
a um texto. Sem dizer com isso que todas as epígrafes fun- Determinadas obras só se revelam através do conhecimen-
cionem apenas como pretextos. Em geral, o produtor do to de outras. Ao visitar um museu, por exemplo, o nosso
texto elege algo pertinente e condizente com a temática de conhecimento prévio muito nos auxilia ao nos depararmos
que trata. Existam algumas, todavia, que estão ali apenas com certas obras.
para mostrar “conhecimento” de frases famosas e/ou para A noção de intertextualidade, da presença contínua de
servir de “decoração” no texto. Neste caso, o “intertexto” outros textos em determinado texto, nos leva a refletir a
não tem um papel específico nem na construção nem na respeito da individualidade e da coletividade em termos
camada semântica do texto. de criação. Já vimos anteriormente que a citação de outros
Outras vezes, o autor parte de uma frase ou de um textos se faz de forma implícita ou explícita. Mas, com que
verso que ocorreu a ele repentinamente (texto “A última objetivo?
crônica”, em que o autor confessa estar sem assunto e tem Um texto remete a outro para defender as ideias nele
de escrever). Afirma então: contidas ou para contestar tais ideias. Assim, para se definir
diante de determinado assunto, o autor do texto leva em
“Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo consideração as ideias de outros “autores” e com eles dia-
meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembran- loga no seu texto.
ça: assim eu quereria meu último poema.” Ainda ressaltando a importância da intertextualidade,
remetemos às considerações de Vigner: “Afirma-se aqui a
Descreve então uma cena passada em um botequim, importância do fenômeno da intertextualidade como fator
em que um casal comemora modestamente o aniversário essencial à legibilidade do texto literário, e, a nosso ver, de
da filha, com um pedaço de bolo, uma coca cola e três todos os outros textos. O texto não é mais considerado só
velinhas brancas. O pai parecia satisfeito com o sucesso da nas suas relações com um referente extra-textual, mas pri-
celebração, até que fica perturbado por ter sido observado, meiro na relação estabelecida com outros textos”.
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Como exemplo, temos um texto “Questão da Objetivi- Os cientistas são engraçados: bons para inventar e pés-
dade” e uma crônica de Zuenir Ventura, “Em vez das células, simos para prever. Primeiro, descobrem; depois se assus-
as cédulas” para concretizar um pouco mais o conceito de tam com o risco da descoberta e aí então passam a gritar
intertextualidade. “cuidado, perigo”. Fizeram isso com quase todos os inven-
tos, inclusive com a fissão nuclear, espantando-se quando
Questão da Objetividade “o átomo para a paz” tornou-se uma mortífera arma de
guerra. E estão fazendo o mesmo agora.
As Ciências Humanas invadem hoje todo o nosso espaço (...) Desde muito tempo se discute o quanto a ciên-
mental. Até parece que nossa cultura assinou um contrato cia, ao procurar o bem, pode provocar involuntariamente
com tais disciplinas, estipulando que lhes compete resolver o mal. O que a Arquitetura da destruição mostra é como
tecnicamente boa parte dos conflitos gerados pela acelera- a arte e a estética são capazes de fazer o mesmo, isto é,
ção das atuais mudanças sociais. É em nome do conheci- como a beleza pode servir à morte, à crueldade e à des-
mento objetivo que elas se julgam no direito de explicar os truição.
fenômenos humanos e de propor soluções de ordem ética, Hitler julgava-se “o maior ator da Europa” e acredita-
política, ideológica ou simplesmente humanitária, sem se va ser alguma coisa como um “tirano-artista” nietzschiano
darem conta de que, fazendo isso, podem facilmente con- ou um “ditador de gênio” wagneriano. Para ele, “a vida era
verter-se em “comodidades teóricas” para seus autores e em arte,” e o mundo, uma grandiosa ópera da qual era diretor
“comodidades práticas” para sua clientela. Também é em e protagonista.
nome do rigor científico que tentam construir todo o seu O documentário mostra como os rituais coletivos, os
campo teórico do fenômeno humano, mas através da ideia grandes espetáculos de massa, as tochas acesas (...) tudo
que gostariam de ter dele, visto terem renunciado aos seus isso constituía um culto estético - ainda que redundante
apelos e às suas significações. O equívoco olhar de Narciso, (...) E o pior - todo esse aparato era posto a serviço da per-
fascinado por sua própria beleza, estaria substituído por um versa utopia de Hitler: a manipulação genética, a possibi-
olhar frio, objetivo, escrupuloso, calculista e calculador: e as lidade de purificação racial e de eliminação das imperfei-
disciplinas humanas seriam científicas! ções, principalmente as físicas. Não importava que os mais
(Introdução às Ciências Humanas. Hilton Japiassu. ilustres exemplares nazistas, eles próprios, desmoralizas-
São Paulo, Letras e Letras, 1994, pp.89/90) sem o que pregavam em termos de eugenia.
O que importava é que as pessoas queriam acreditar
Comentário: Neste texto, temos um bom exemplo do na insensatez apesar dos insensatos, como ainda há quem
que se define como intertextualidade. As relações entre continue acreditando. No Brasil, felizmente, Dolly provoca
textos, a citação de um texto por outro, enfim, o diálogo mais piada do que ameaça. Já se atribui isso ao fato de que
entre textos. Muitas vezes, para entender um texto na sua a nossa arquitetura da destruição é a corrupção. Somos
totalidade, é preciso conhecer o(s) texto(s) que nele fora(m) craques mesmo é em clonagem financeira. O que seriam
citado(s). nossos laranjas e fantasmas senão clones e replicantes vir-
No trecho, por exemplo, em que se discute o papel das tuais? Aqui, em vez de células, estamos interessados é em
Ciências Humanas nos tempos atuais e o espaço que estão manipular cédulas.
ocupando, é trazido à tona o mito de Narciso. É preciso, (Zuenir Ventura, JB, 1997)
então, dispor do conhecimento de que Narciso, jovem do-
tado de grande beleza, apaixonou-se por sua própria ima- Comentário: Tendo como ponto de partida a alusão ao
gem quando a viu refletida na água de uma fonte onde foi documentário Arquitetura da destruição, o texto mantém
matar a sede. Suas tentativas de alcançar a bela imagem sua unidade de sentido na relação que estabelece com ou-
acabaram em desespero e morte. tros textos, com dados da História.
O último parágrafo, em que o mito de Narciso é citado, Nesta crônica, duas propriedades do texto são facil-
demonstra que, dado o modo como as Ciências Humanas mente perceptíveis: a intertextualidade e a inserção histó-
são vistas hoje, até o olhar de Narciso, antes “fascinado rica.
por sua própria beleza”, seria substituído por um “olhar O texto se constrói, à medida que retoma fatos já co-
frio, objetivo, escrupuloso, calculista e calculador”, ou seja, nhecidos. Nesse sentido, quanto mais amplo for o repertó-
o olhar de Narciso perderia o seu tom de encantamento rio do leitor, o seu acervo de conhecimentos, maior será a
para se transformar em algo material, sem sentimentos. A sua competência para perceber como os textos “dialogam
comparação se estende às Ciências Humanas, que, de hu- uns com os outros” por meio de referências, alusões e ci-
manas, nada mais teriam, transformando-se em disciplinas tações.
científicas. Para perceber as intenções do autor desta crônica, ou
seja, a sua intencionalidade, é preciso que o leitor tenha
Em vez das células, as cédulas conhecimento de fatos atuais, como as referências ao do-
cumentário recém lançado no circuito cinematográfico, à
Nesses tempos de clonagem, recomenda-se assistir ao ovelha clonada Dolly, aos “laranjas” e “fantasmas”, termos
documentário Arquitetura da destruição, de Peter Cohen. A que dizem respeito aos envolvidos em transações econô-
fantástica história de Dolly, a ovelha, parece saída do filme, micas duvidosas. É preciso que conheça também o que foi
que conta a aventura demente do nazismo, com seus so- o nazismo, a figura de Hitler e sua obsessão pela raça pura,
nhos de beleza e suas fantasias genéticas, seus experimen- e ainda tenha conhecimento da existência do filósofo Niet-
tos de eugenia e purificação da raça. zsche e do compositor Wagner.
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O vocabulário utilizado aponta para campos semân- O objetivo da argumentação não é demonstrar a verda-
ticos relacionados à clonagem, à raça pura, aos binômios de de um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadei-
arte/beleza, arte/destruição, corrupção. ro o que o enunciador está propondo.
- Clonagem: experimentos, avanços genéticos, ovelhas, Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumen-
cientistas, inventos, células, clones replicantes, manipula- tação. O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja,
ção genética, descoberta. pretende demonstrar que uma conclusão deriva necessaria-
- Raça Pura: aventura, demente do nazismo, fantasias mente das premissas propostas, que se deduz obrigatoria-
genéticas, experimentos de eugenia, utopia perversa, ma- mente dos postulados admitidos. No raciocínio lógico, as
nipulação genética, imperfeições físicas, eugenia. conclusões não dependem de crenças, de uma maneira de
- Arte/Beleza - Arte/Destruição: estética, sonhos de ver o mundo, mas apenas do encadeamento de premissas e
beleza, crueldade, tirano artista ditador de gênio, nietzs- conclusões.
chiano, wagneriano, grandiosa ópera, diretor, protagonista,
espetáculos de massa e tochas acesas. Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte enca-
- Corrupção: laranjas, clonagem financeira, cédulas, deamento:
fantasmas.
A é igual a B.
Esses campos semânticos se entrecruzam, porque en- A é igual a C.
globam referências múltiplas dentro do texto. Então: C é igual a A.
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Já verificamos que qualquer recurso linguístico desti- É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil
nado a fazer o interlocutor dar preferência à tese do enun- aceitar aquilo que comprovadamente existe do que aquilo
ciador é um argumento. Exemplo: que é apenas provável, que é apenas possível. A sabedoria
popular enuncia o argumento de existência no provérbio
Argumento de Autoridade “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando”.
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas docu-
É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reco- mentais (fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou
nhecidas pelo auditório como autoridades em certo domí- provas concretas, que tornam mais aceitável uma afirmação
nio do saber, para servir de apoio àquilo que o enunciador genérica. Durante a invasão do Iraque, por exemplo, os jor-
está propondo. Esse recurso produz dois efeitos distintos: nais diziam que o exército americano era muito mais podero-
revela o conhecimento do produtor do texto a respeito do so do que o iraquiano. Essa afirmação, sem ser acompanhada
de provas concretas, poderia ser vista como propagandísti-
assunto de que está tratando; dá ao texto a garantia do
ca. No entanto, quando documentada pela comparação do
autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do texto um
número de canhões, de carros de combate, de navios, etc.,
amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e ganhava credibilidade.
verdadeira. Exemplo:
Argumento quase lógico
“A imaginação é mais importante do que o conhecimen- É aquele que opera com base nas relações lógicas, como
to.” causa e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses ra-
ciocínios são chamados quase lógicos porque, diversamente
Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. dos raciocínios lógicos, eles não pretendem estabelecer re-
Para ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, lações necessárias entre os elementos, mas sim instituir re-
não há conhecimento. Nunca o inverso. lações prováveis, possíveis, plausíveis. Por exemplo, quando
se diz “A é igual a B”, “B é igual a C”, “então A é igual a C”,
Alex José Periscinoto. estabelece-se uma relação de identidade lógica. Entretanto,
In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2 quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu amigo” não se
institui uma identidade lógica, mas uma identidade provável.
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais fa-
mais importante do que o conhecimento. Para levar o audi- cilmente aceito do que um texto incoerente. Vários são os
tório a aderir a ela, o enunciador cita um dos mais célebres defeitos que concorrem para desqualificar o texto do ponto
cientistas do mundo. Se um físico de renome mundial disse de vista lógico: fugir do tema proposto, cair em contradição,
isso, então as pessoas devem acreditar que é verdade. tirar conclusões que não se fundamentam nos dados apre-
sentados, ilustrar afirmações gerais com fatos inadequados,
Argumento de Quantidade narrar um fato e dele extrair generalizações indevidas.
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e le- Convém ainda alertar que não se convence ninguém
vando em conta o caráter invasivo de alguns exames, a equi- com manifestações de sinceridade do autor (como eu,
pe médica houve por bem determinar o internamento do que não costumo mentir...) ou com declarações de certeza
governador pelo período de três dias, a partir de hoje, 4 de expressas em fórmulas feitas (como estou certo, creio fir-
fevereiro de 2001. memente, é claro, é óbvio, é evidente, afirmo com toda a
- Para conseguir fazer exames com mais cuidado e por- certeza, etc). Em vez de prometer, em seu texto, sincerida-
que alguns deles são barrapesada, a gente botou o governa- de e certeza, autenticidade e verdade, o enunciador deve
dor no hospital por três dias. construir um texto que revele isso. Em outros termos, essas
qualidades não se prometem, manifestam-se na ação.
Como dissemos antes, todo texto tem uma função ar- A argumentação é a exploração de recursos para fazer
gumentativa, porque ninguém fala para não ser levado a parecer verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso,
sério, para ser ridicularizado, para ser desmentido: em todo levar a pessoa a que texto é endereçado a crer naquilo que
ato de comunicação deseja-se influenciar alguém. Por mais ele diz.
neutro que pretenda ser, um texto tem sempre uma orien- Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e ex-
tação argumentativa.
pressa um ponto de vista, acompanhado de certa funda-
A orientação argumentativa é uma certa direção que
mentação, que inclui a argumentação, questionamento,
o falante traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista,
com o objetivo de persuadir. Argumentar é o processo pelo
ao falar de um homem público, pode ter a intenção de cri-
ticá-lo, de ridicularizá-lo ou, ao contrário, de mostrar sua qual se estabelecem relações para chegar à conclusão, com
grandeza. base em premissas. Persuadir é um processo de conven-
O enunciador cria a orientação argumentativa de seu cimento, por meio da argumentação, no qual procura-se
texto dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo convencer os outros, de modo a influenciar seu pensamen-
certos episódios e revelando outros, escolhendo determi- to e seu comportamento.
nadas palavras e não outras, etc. Veja: A persuasão pode ser válida e não válida. Na persua-
são válida, expõem-se com clareza os fundamentos de
“O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras uma ideia ou proposição, e o interlocutor pode questionar
trocavam abraços afetuosos.” cada passo do raciocínio empregado na argumentação. A
O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que persuasão não válida apoia-se em argumentos subjetivos,
noras e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria apelos subliminares, chantagens sentimentais, com o em-
escolhido esse fato para ilustrar o clima da festa nem teria prego de “apelações”, como a inflexão de voz, a mímica e
utilizado o termo até, que serve para incluir no argumento até o choro.
alguma coisa inesperada. Alguns autores classificam a dissertação em duas mo-
Além dos defeitos de argumentação mencionados dalidades, expositiva e argumentativa. Esta, exige argu-
quando tratamos de alguns tipos de argumentação, vamos mentação, razões a favor e contra uma ideia, ao passo que
citar outros: a outra é informativa, apresenta dados sem a intenção de
- Uso sem delimitação adequada de palavra de sen- convencer. Na verdade, a escolha dos dados levantados,
tido tão amplo, que serve de argumento para um ponto a maneira de expô-los no texto já revelam uma “tomada
de vista e seu contrário. São noções confusas, como paz, de posição”, a adoção de um ponto de vista na disserta-
que, paradoxalmente, pode ser usada pelo agressor e pelo ção, ainda que sem a apresentação explícita de argumen-
agredido. Essas palavras podem ter valor positivo (paz, jus- tos. Desse ponto de vista, a dissertação pode ser definida
tiça, honestidade, democracia) ou vir carregadas de valor como discussão, debate, questionamento, o que implica a
negativo (autoritarismo, degradação do meio ambiente, liberdade de pensamento, a possibilidade de discordar ou
injustiça, corrupção).
concordar parcialmente. A liberdade de questionar é fun-
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derru-
damental, mas não é suficiente para organizar um texto
badas por um único contra exemplo. Quando se diz “Todos
dissertativo. É necessária também a exposição dos funda-
os políticos são ladrões”, basta um único exemplo de políti-
mentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de
co honesto para destruir o argumento.
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, vista.
fora do contexto adequado, sem o significado apropriado, Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitu-
vulgarizando-as e atribuindo-lhes uma significação subje- de argumentativa. A argumentação está presente em qual-
tiva e grosseira. É o caso, por exemplo, da frase “O imperia- quer tipo de discurso, porém, é no texto dissertativo que
lismo de certas indústrias não permite que outras crescam”, ela melhor se evidencia.
em que o termo imperialismo é descabido, uma vez que, a Para discutir um tema, para confrontar argumentos
rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir outros e posições, é necessária a capacidade de conhecer ou-
à sua dependência política e econômica”. tros pontos de vista e seus respectivos argumentos. Uma
discussão impõe, muitas vezes, a análise de argumentos
A boa argumentação é aquela que está de acordo com opostos, antagônicos. Como sempre, essa capacidade
a situação concreta do texto, que leva em conta os compo- aprende-se com a prática. Um bom exercício para aprender
nentes envolvidos na discussão (o tipo de pessoa a quem a argumentar e contra-argumentar consiste em desenvol-
se dirige a comunicação, o assunto, etc). ver as seguintes habilidades:
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LÍNGUA PORTUGUESA
- argumentação: anotar todos os argumentos a favor Todo homem é mortal (premissa maior = geral, univer-
de uma ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a sal)
posição totalmente contrária; Fulano é homem (premissa menor = particular)
- contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate Logo, Fulano é mortal (conclusão)
e quais os argumentos que essa pessoa imaginária pos-
sivelmente apresentaria contra a argumentação proposta; A indução percorre o caminho inverso ao da dedução,
- refutação: argumentos e razões contra a argumen- baseiase em uma conexão ascendente, do particular para o
tação oposta. geral. Nesse caso, as constatações particulares levam às leis
gerais, ou seja, parte de fatos particulares conhecidos para
A argumentação tem a finalidade de persuadir, portan- os fatos gerais, desconhecidos. O percurso do raciocínio se
to, argumentar consiste em estabelecer relações para tirar faz do efeito para a causa. Exemplo:
conclusões válidas, como se procede no método dialético.
O método dialético não envolve apenas questões ideoló- O calor dilata o ferro (particular)
gicas, geradoras de polêmicas. Trata-se de um método de O calor dilata o bronze (particular)
investigação da realidade pelo estudo de sua ação recípro- O calor dilata o cobre (particular)
ca, da contradição inerente ao fenômeno em questão e da O ferro, o bronze, o cobre são metais
mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade. Logo, o calor dilata metais (geral, universal)
Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês,
criou o método de raciocínio silogístico, baseado na dedu- Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser
ção, que parte do simples para o complexo. Para ele, ver- válido e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas
dade e evidência são a mesma coisa, e pelo raciocínio tor- premissas também o forem. Se há erro ou equívoco na
na-se possível chegar a conclusões verdadeiras, desde que apreciação dos fatos, pode-se partir de premissas verdadei-
o assunto seja pesquisado em partes, começando-se pelas ras para chegar a uma conclusão falsa. Tem-se, desse modo,
proposições mais simples até alcançar, por meio de dedu- o sofisma. Uma definição inexata, uma divisão incompleta,
ções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio cartesiana, a ignorância da causa, a falsa analogia são algumas causas
é fundamental determinar o problema, dividi-lo em partes, do sofisma. O sofisma pressupõe má fé, intenção delibera-
ordenar os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os da de enganar ou levar ao erro; quando o sofisma não tem
seus elementos e determinar o lugar de cada um no con- essas intenções propositais, costuma-se chamar esse pro-
junto da dedução. cesso de argumentação de paralogismo. Encontra-se um
A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental exemplo simples de sofisma no seguinte diálogo:
para a argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes
propôs quatro regras básicas que constituem um conjunto - Você concorda que possui uma coisa que não per-
de reflexos vitais, uma série de movimentos sucessivos e deu?
contínuos do espírito em busca da verdade: - Lógico, concordo.
- evidência; - Você perdeu um brilhante de 40 quilates?
- divisão ou análise; - Claro que não!
- ordem ou dedução; - Então você possui um brilhante de 40 quilates...
- enumeração.
Exemplos de sofismas:
A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a
omissão e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração Dedução
pode quebrar o encadeamento das ideias, indispensável Todo professor tem um diploma (geral, universal)
para o processo dedutivo. Fulano tem um diploma (particular)
A forma de argumentação mais empregada na reda- Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa)
ção acadêmica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras
cartesianas, que contém três proposições: duas premis- Indução
sas, maior e menor, e a conclusão. As três proposições são O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor.
encadeadas de tal forma, que a conclusão é deduzida da (particular)
maior por intermédio da menor. A premissa maior deve ser Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor.
universal, emprega todo, nenhum, pois alguns não caracte- (particular)
riza a universalidade. Rio de Janeiro e Taubaté são cidades.
Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedu- Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Reden-
ção (silogística), que parte do geral para o particular, e a tor. (geral – conclusão falsa)
indução, que vai do particular para o geral. A expressão Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a con-
formal do método dedutivo é o silogismo. A dedução é clusão pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diplo-
o caminho das consequências, baseia-se em uma conexão ma são professores; nem todas as cidades têm uma estátua
descendente (do geral para o particular) que leva à con- do Cristo Redentor. Comete-se erro quando se faz genera-
clusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias ge- lizações apressadas ou infundadas. A “simples inspeção” é
rais, de verdades universais, pode-se chegar à previsão ou a ausência de análise ou análise superficial dos fatos, que
determinação de fenômenos particulares. O percurso do leva a pronunciamentos subjetivos, baseados nos senti-
raciocínio vai da causa para o efeito. Exemplo: mentos não ditados pela razão.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não modo mais ou menos convencional. A classificação, no rei-
fundamentais, que contribuem para a descoberta ou com- no animal, em ramos, classes, ordens, subordens, gêneros
provação da verdade: análise, síntese, classificação e defini- e espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas
ção. Além desses, existem outros métodos particulares de características comuns e diferenciadoras. A classificação
algumas ciências, que adaptam os processos de dedução dos variados itens integrantes de uma lista mais ou menos
e indução à natureza de uma realidade particular. Pode-se caótica é artificial.
afirmar que cada ciência tem seu método próprio demons- Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata,
trativo, comparativo, histórico etc. A análise, a síntese, a caminhão, canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassil-
classificação a definição são chamadas métodos sistemáti- go, queijo, relógio, sabiá, torradeira.
cos, porque pela organização e ordenação das ideias visam
sistematizar a pesquisa. Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
Análise e síntese são dois processos opostos, mas in- Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
terligados; a análise parte do todo para as partes, a sín- Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torra-
tese, das partes para o todo. A análise precede a síntese, deira.
porém, de certo modo, uma depende da outra. A análise Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
decompõe o todo em partes, enquanto a síntese recom-
põe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém, que o Os elementos desta lista foram classificados por ordem
todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém alfabética e pelas afinidades comuns entre eles. Estabele-
reunisse todas as peças de um relógio, não significa que cer critérios de classificação das ideias e argumentos, pela
reconstruiu o relógio, pois fez apenas um amontoado de ordem de importância, é uma habilidade indispensável
partes. Só reconstruiria todo se as partes estivessem or- para elaborar o desenvolvimento de uma redação. Tanto
ganizadas, devidamente combinadas, seguida uma ordem faz que a ordem seja crescente, do fato mais importante
de relações necessárias, funcionais, então, o relógio estaria para o menos importante, ou decrescente, primeiro o me-
reconstruído. nos importante e, no final, o impacto do mais importante;
Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do é indispensável que haja uma lógica na classificação. A ela-
todo por meio da integração das partes, reunidas e relacio- boração do plano compreende a classificação das partes e
nadas num conjunto. Toda síntese, por ser uma reconstru- subdivisões, ou seja, os elementos do plano devem obede-
ção, pressupõe a análise, que é a decomposição. A análise, cer a uma hierarquização. (Garcia, 1973, p. 302304.)
no entanto, exige uma decomposição organizada, é pre- Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo
ciso saber como dividir o todo em partes. As operações na introdução, os termos e conceitos sejam definidos, pois,
que se realizam na análise e na síntese podem ser assim para expressar um questionamento, deve-se, de antemão,
relacionadas: expor clara e racionalmente as posições assumidas e os
argumentos que as justificam. É muito importante deixar
Análise: penetrar, decompor, separar, dividir. claro o campo da discussão e a posição adotada, isto é,
Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir. esclarecer não só o assunto, mas também os pontos de
vista sobre ele.
A análise tem importância vital no processo de cole- A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da
ta de ideias a respeito do tema proposto, de seu desdo- linguagem e consiste na enumeração das qualidades pró-
bramento e da criação de abordagens possíveis. A síntese prias de uma ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o
também é importante na escolha dos elementos que farão elemento conforme a espécie a que pertence, demonstra: a
parte do texto. característica que o diferencia dos outros elementos dessa
Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser for- mesma espécie.
mal ou informal. A análise formal pode ser científica ou Entre os vários processos de exposição de ideias, a de-
experimental; é característica das ciências matemáticas, fí- finição é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito
sico-naturais e experimentais. A análise informal é racional das ciências. A definição científica ou didática é denotativa,
ou total, consiste em “discernir” por vários atos distintos da ou seja, atribui às palavras seu sentido usual ou consensual,
atenção os elementos constitutivos de um todo, os diferen- enquanto a conotativa ou metafórica emprega palavras de
tes caracteres de um objeto ou fenômeno. sentido figurado. Segundo a lógica tradicional aristotélica,
A análise decompõe o todo em partes, a classificação a definição consta de três elementos:
estabelece as necessárias relações de dependência e hie- - o termo a ser definido;
rarquia entre as partes. Análise e classificação ligam-se inti- - o gênero ou espécie;
mamente, a ponto de se confundir uma com a outra, con- - a diferença específica.
tudo são procedimentos diversos: análise é decomposição
e classificação é hierarquisação. O que distingue o termo definido de outros elementos
Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e da mesma espécie. Exemplo:
fenômenos por suas diferenças e semelhanças; fora das
ciências naturais, a classificação pode-se efetuar por meio Na frase: O homem é um animal racional classifica-
de um processo mais ou menos arbitrário, em que os ca- se:
racteres comuns e diferenciadores são empregados de
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LÍNGUA PORTUGUESA
É muito comum formular definições de maneira defei- Procedimentos Argumentativos: Constituem os pro-
tuosa, por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o cedimentos argumentativos mais empregados para com-
todo em partes. Esse tipo de definição é gramaticalmente provar uma afirmação: exemplificação, explicitação, enu-
incorreto; quando é advérbio de tempo, não representa o meração, comparação.
gênero, a espécie, a gente é forma coloquial não adequa-
da à redação acadêmica. Tão importante é saber formular Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista
uma definição, que se recorre a Garcia (1973, p.306), para por meio de exemplos, hierarquizar afirmações. São expres-
determinar os “requisitos da definição denotativa”. Para ser sões comuns nesse tipo de procedimento: mais importan-
exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: te que, superior a, de maior relevância que. Empregam-se
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe também dados estatísticos, acompanhados de expressões:
em que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que considerando os dados; conforme os dados apresentados. Fa-
‘mesa’ está realmente incluída) e não “mesa é um instru- z-se a exemplificação, ainda, pela apresentação de causas e
mento ou ferramenta ou instalação”; consequências, usando-se comumente as expressões: por-
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir que, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, por causa
todos os exemplos específicos da coisa definida, e suficiente- de, em virtude de, em vista de, por motivo de.
mente restrito para que a diferença possa ser percebida sem Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo
dificuldade; é explicar ou esclarecer os pontos de vista apresentados.
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em ver- Pode-se alcançar esse objetivo pela definição, pelo teste-
dade, definição, quando se diz que o “triângulo não é um munho e pela interpretação. Na explicitação por definição,
prisma”; empregamse expressões como: quer dizer, denomina-se,
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não cons- chama-se, na verdade, isto é, haja vista, ou melhor; nos tes-
titui definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um temunhos são comuns as expressões: conforme, segundo,
homem” não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem); na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no en-
- deve ser breve (contida num só período). Quando a tender de, no pensamento de. A explicitação se faz também
definição, ou o que se pretenda como tal, é muito longa (sé- pela interpretação, em que são comuns as seguintes ex-
ries de períodos ou de parágrafos), chama-se explicação, e pressões: parece, assim, desse ponto de vista.
também definição expandida;d Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma se-
- deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o ter- quência de elementos que comprovam uma opinião, tais
mo) + cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) como a enumeração de pormenores, de fatos, em uma se-
+ adjuntos (as diferenças). quência de tempo, em que são frequentes as expressões:
primeiro, segundo, por último, antes, depois, ainda, em se-
As definições dos dicionários de língua são feitas por guida, então, presentemente, antigamente, depois de, antes
meio de paráfrases definitórias, ou seja, uma operação me- de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente, respecti-
talinguística que consiste em estabelecer uma relação de vamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de
equivalência entre a palavra e seus significados. espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, aco-
A força do texto dissertativo está em sua fundamen- lá, ali, aí, além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal,
tação. Sempre é fundamental procurar um porquê, uma na capital, no interior, nas grandes cidades, no sul, no leste...
razão verdadeira e necessária. A verdade de um ponto de Comparação: Analogia e contraste são as duas manei-
vista deve ser demonstrada com argumentos válidos. O ras de se estabelecer a comparação, com a finalidade de
ponto de vista mais lógico e racional do mundo não tem comprovar uma ideia ou opinião. Na analogia, são comuns
valor, se não estiver acompanhado de uma fundamentação as expressões: da mesma forma, tal como, tanto quanto, as-
coerente e adequada. sim como, igualmente. Para estabelecer contraste, empre-
Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a gam-se as expressões: mais que, menos que, melhor que,
lógica clássica, que foram abordados anteriormente, auxi- pior que.
liam o julgamento da validade dos fatos. Às vezes, a ar-
gumentação é clara e pode reconhecer-se facilmente seus Entre outros tipos de argumentos empregados para
elementos e suas relações; outras vezes, as premissas e as aumentar o poder de persuasão de um texto dissertativo
conclusões organizam-se de modo livre, misturando-se encontram-se:
na estrutura do argumento. Por isso, é preciso aprender
a reconhecer os elementos que constituem um argumen- Argumento de autoridade: O saber notório de uma
to: premissas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar autoridade reconhecida em certa área do conhecimento
se tais elementos são verdadeiros ou falsos; em seguida, dá apoio a uma afirmação. Dessa maneira, procura-se tra-
avaliar se o argumento está expresso corretamente; se há zer para o enunciado a credibilidade da autoridade citada.
coerência e adequação entre seus elementos, ou se há Lembre-se que as citações literais no corpo de um texto
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constituem argumentos de autoridade. Ao fazer uma ci- Desqualificar dados concretos apresentados: consis-
tação, o enunciador situa os enunciados nela contidos na te em desautorizar dados reais, demonstrando que o enun-
linha de raciocínio que ele considera mais adequada para ciador baseou-se em dados corretos, mas tirou conclusões
explicar ou justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de falsas ou inconsequentes. Por exemplo, se na argumen-
argumento tem mais caráter confirmatório que comproba- tação afirmou-se, por meio de dados estatísticos, que “o
tório. controle demográfico produz o desenvolvimento”, afirma-se
que a conclusão é inconsequente, pois baseia-se em uma
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispen- relação de causa-feito difícil de ser comprovada. Para con-
sam explicação ou comprovação, pois seu conteúdo é acei- traargumentar, propõese uma relação inversa: “o desenvol-
to como válido por consenso, pelo menos em determinado vimento é que gera o controle demográfico”.
espaço sociocultural. Nesse caso, incluem-se
- A declaração que expressa uma verdade universal (o Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possí-
homem, mortal, aspira à imortalidade); veis para desenvolver um tema, que podem ser analisadas
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos e adaptadas ao desenvolvimento de outros temas. Elege-
postulados e axiomas); se um tema, e, em seguida, sugerem-se os procedimentos
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de que devem ser adotados para a elaboração de um Plano
natureza subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que de Redação.
a própria razão desconhece); implica apreciação de ordem
estética (gosto não se discute); diz respeito a fé religiosa, Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da
aos dogmas (creio, ainda que parece absurdo). evolução tecnológica
Refutação por exclusão: consiste em propor várias hi- - função social da ciência e da tecnologia;
póteses para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela - definições de ciência e tecnologia;
que se julga verdadeira; - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
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- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento Discurso Indireto Livre: O texto é escrito em terceira
social; pessoa e o narrador conta a história, mas as personagens
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de têm voz própria, de acordo com a necessidade do autor de
vida do passado; apontar semelhanças e diferenças; fazê-lo. Sendo assim é uma mistura dos outros dois tipos
- analisar as condições atuais de vida nos grandes cen- de discurso e as duas vozes se fundem. Ex.
tros urbanos; “Que vontade de voar lhe veio agora! Correu outra vez
- como se poderia usar a ciência e a tecnologia para com a respiração presa. Já nem podia mais. Estava desani-
humanizar mais a sociedade. mado. Que pena! Houve um momento em que esteve qua-
se... quase!”
Conclusão “Retirou as asas e estraçalhou-a. Só tinham beleza. En-
- a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/ tretanto, qualquer urubu... que raiva...” (Ana Maria Macha-
consequências maléficas; do)
- síntese interpretativa dos argumentos e contra-argu- “D. Aurora sacudiu a cabeça e afastou o juízo temerário.
mentos apresentados. Para que estar catando defeitos no próximo? Eram todos ir-
mãos. Irmãos.” (Graciliano Ramos)
Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano
de redação: é um dos possíveis. FONTE:
http://www.infoescola.com/redacao/tipos-de-discur-
Discurso Direto, Indireto e Livre so/
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siderados exemplos de gêneros textuais: anúncios, con- Domínios sociais de comunicação: Transmissão e cons-
vites, atas, avisos, programas de auditórios, bulas, cartas, trução de saberes.
comédias, contos de fadas, crônicas, editoriais, ensaios, Aspectos tipológicos: Expor.
entrevistas, contratos, decretos, discursos políticos, histó- Capacidade de linguagem dominante: Apresentação tex-
rias, instruções de uso, letras de música, leis, mensagens, tual de diferentes formas dos saberes.
notícias. São textos que circulam no mundo, que têm uma Exemplo de gêneros orais e escritos: Texto expositivo,
função específica, para um público específico e com ca- exposição oral, seminário, conferência, comunicação oral,
racterísticas próprias. Aliás, essas características peculiares palestra, entrevista de especialista, verbete, artigo enciclo-
de um gênero discursivo nos permitem abordar aspectos pédico, texto explicativo, tomada de notas, resumo de textos
da textualidade, tais como coerência e coesão textuais, im- expositivos e explicativos, resenha, relatório científico, rela-
pessoalidade, técnicas de argumentação e outros aspectos tório oral de experiência.
pertinentes ao gênero em questão.
Gênero de texto então, refere-se às diferentes formas Domínios sociais de comunicação: Instruções e prescri-
de expressão textual. Nos estudos da Literatura, temos, por ções.
Aspectos tipológicos: Descrever ações.
exemplo, poesia, crônicas, contos, prosa, etc.
Capacidade de linguagem dominante: Regulação mútua
Para a linguística, os gêneros textuais englobam estes
de comportamentos.
e todos os textos produzidos por usuários de uma língua. Exemplo de gêneros orais e escritos: Instruções de mon-
Assim, ao lado da crônica, do conto, vamos também iden- tagem, receita, regulamento, regras de jogo, instruções de
tificar a carta pessoal, a conversa telefônica, o email, e tan- uso, comandos diversos, textos prescritivos.
tos outros exemplares de gêneros que circulam em nossa
sociedade.
Quanto à forma ou estrutura das sequências linguís-
ticas encontradas em cada texto, podemos classificá-los VARIEDADES LINGUÍSTICAS.
dentro dos tipos textuais a partir de suas estruturas e esti-
los composicionais.
Domínios sociais de comunicação: Cultura Literária Fic- VARIEDADES LINGUÍSTICAS
cional.
Aspectos tipológicos: Narrar. “Há uma grande diferença se fala um deus ou um herói;
Capacidade de linguagem dominante: Mimeses de ação se um velho amadurecido ou um jovem impetuoso na flor da
através da criação da intriga no domínio do verossímil. idade; se uma matrona autoritária ou uma dedicada; se um
Exemplo de gêneros orais e escritos: Conto de Fadas, fá- mercador errante ou um lavrador de pequeno campo fértil
bula, lenda,narrativa de aventura, narrativa de ficção cien- (...)”
tífica, narrativa de enigma, narrativa mítica, sketch ou his-
tória engraçada, biografia romanceada, romance, romance Todas as pessoas que falam uma determinada língua
histórico, novela fantástica, conto, crônica literária, adivi- conhecem as estruturas gerais, básicas, de funcionamento
nha, piada. podem sofrer variações devido à influência de inúmeros fa-
Domínios sociais de comunicação: Documentação e tores. Tais variações, que às vezes são pouco perceptíveis e
memorização das ações humana. outras vezes bastantes evidentes, recebem o nome genérico
Aspectos tipológicos: Relatar. de variedades ou variações linguísticas.
Capacidade de linguagem dominante: Representação Nenhuma língua é usada de maneira uniforme por todos
os seus falantes em todos os lugares e em qualquer situação.
pelo discurso de experiências vividas, situadas no tempo.
Sabe-se que, numa mesma língua, há formas distintas para
Exemplo de gêneros orais e escritos: Relato de expe-
traduzir o mesmo significado dentro de um mesmo contex-
riência vivida, relato de viagem, diário íntimo, testemunho,
to. Suponham-se, por exemplo, os dois enunciados a seguir:
anedota ou caso, autobiografia, curriculum vitae, notícia,
reportagem, crônica social, crônica esportiva, histórico, re- Veio me visitar um amigo que eu morei na casa dele faz
lato histórico, ensaio ou perfil biográfico, biografia. tempo.
Veio visitar-me um amigo em cuja casa eu morei há
Domínios sociais de comunicação: Discussão de proble- anos.
mas sociais controversos. Qualquer falante do português reconhecerá que os dois
Aspectos tipológicos: Argumentar. enunciados pertencem ao seu idioma e têm o mesmo sen-
Capacidade de linguagem dominante: Sustentação, re- tido, mas também que há diferenças. Pode dizer, por exem-
futação e negociação de tomadas de posição. plo, que o segundo é de gente mais “estudada”.
Exemplo de gêneros orais e escritos: Textos de opinião, Isso é prova de que, ainda que intuitivamente e sem sa-
diálogo argumentativo, carta de leitor, carta de solicitação, ber dar grandes explicações, as pessoas têm noção de que
deliberação informal, debate regrado, assembleia, discurso existem muitas maneiras de falar a mesma língua. É o que os
de defesa (advocacia), discurso de acusação (advocacia), teóricos chamam de variações linguísticas.
resenha crítica, artigos de opinião ou assinados, editorial, As variações que distinguem uma variante de outra
ensaio. se manifestam em quatro planos distintos, a saber: fônico,
morfológico, sintático e lexical.
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São as que ocorrem no modo de pronunciar os sons Dizem respeito às correlações entre as palavras da fra-
constituintes da palavra. Os exemplos de variação fônica se. No domínio da sintaxe, como no da morfologia, não
são abundantes e, ao lado do vocabulário, constituem os são tantas as diferenças entre uma variante e outra. Como
domínios em que se percebe com mais nitidez a diferen- exemplo, podemos citar:
ça entre uma variante e outra. Entre esses casos, podemos - o uso de pronomes do caso reto com outra função
citar: que não a de sujeito: encontrei ele (em vez de encontrei-o)
- a queda do “r” final dos verbos, muito comum na lin- na rua; não irão sem você e eu (em vez de mim); nada houve
guagem oral no português: falá, vendê, curti (em vez de entre tu (em vez de ti) e ele.
curtir), compô. - o uso do pronome lhe como objeto direto: não lhe
- o acréscimo de vogal no início de certas palavras: eu (em vez de “o”) convidei; eu lhe (em vez de “o”) vi ontem.
me alembro, o pássaro avoa, formas comuns na linguagem - a ausência da preposição adequada antes do prono-
clássica, hoje frequentes na fala caipira. me relativo em função de complemento verbal: são pes-
soas que (em vez de: de que) eu gosto muito; este é o me-
- a queda de sons no início de palavras: ocê, cê, ta, tava,
lhor filme que (em vez de a que) eu assisti; você é a pessoa
marelo (amarelo), margoso (amargoso), características na
que (em vez de em que) eu mais confio.
linguagem oral coloquial.
- a substituição do pronome relativo “cujo” pelo pro-
- a redução de proparoxítonas a paroxítonas: Petrópis nome “que” no início da frase mais a combinação da pre-
(Petrópolis), fórfi (fósforo), porva (pólvora), todas elas for- posição “de” com o pronome “ele” (=dele): É um amigo
mam típicas de pessoas de baixa extração social. que eu já conhecia a família dele (em vez de ...cuja família
- A pronúncia do “l” final de sílaba como “u” (na maio- eu já conhecia).
ria das regiões do Brasil) ou como “l” (em certas regiões do - a mistura de tratamento entre tu e você, sobretudo
Rio Grande do Sul e Santa Catarina) ou ainda como “r” (na quando se trata de verbos no imperativo: Entra, que eu
linguagem caipira): quintau, quintar, quintal; pastéu, paster, quero falar com você (em vez de contigo); Fala baixo que a
pastel; faróu, farór, farol. sua (em vez de tua) voz me irrita.
- deslocamento do “r” no interior da sílaba: largato, - ausência de concordância do verbo com o sujeito: Eles
preguntar, estrupo, cardeneta, típicos de pessoas de baixa chegou tarde (em grupos de baixa extração social); Faltou
extração social. naquela semana muitos alunos; Comentou-se os episódios.
São as que ocorrem nas formas constituintes da pa- É o conjunto de palavras de uma língua. As varian-
lavra. Nesse domínio, as diferenças entre as variantes não tes do plano do léxico, como as do plano fônico, são
são tão numerosas quanto as de natureza fônica, mas não muito numerosas e caracterizam com nitidez uma va-
são desprezíveis. Como exemplos, podemos citar: riante em confronto com outra. Eis alguns, entre múlti-
- o uso do prefixo hiper- em vez do sufixo -íssimo para plos exemplos possíveis de citar:
criar o superlativo de adjetivos, recurso muito característico - a escolha do adjetivo maior em vez do advérbio muito
da linguagem jovem urbana: um cara hiper-humano (em para formar o grau superlativo dos adjetivos, características
vez de humaníssimo), uma prova hiper difícil (em vez de da linguagem jovem de alguns centros urbanos: maior le-
dificílima), um carro hiper possante (em vez de possantís- gal; maior difícil; Esse amigo é um carinha maior esforçado.
simo). - as diferenças lexicais entre Brasil e Portugal são tantas
e, às vezes, tão surpreendentes, que têm sido objeto de
- a conjugação de verbos irregulares pelo modelo dos
piada de lado a lado do Oceano. Em Portugal chamam de
regulares: ele interviu (interveio), se ele manter (mantiver),
cueca aquilo que no Brasil chamamos de calcinha; o que
se ele ver (vir) o recado, quando ele repor (repuser).
chamamos de fila no Brasil, em Portugal chamam de bicha;
- a conjugação de verbos regulares pelo modelo de café da manhã em Portugal se diz pequeno almoço; cami-
irregulares: vareia (varia), negoceia (negocia). sola em Portugal traduz o mesmo que chamamos de suéter,
- uso de substantivos masculinos como femininos ou malha, camiseta.
vice-versa: duzentas gramas de presunto (duzentos), a
champanha (o champanha), tive muita dó dela (muito dó), Designações das Variantes Lexicais:
mistura do cal (da cal).
- a omissão do “s” como marca de plural de substanti- - Arcaísmo: diz-se de palavras que já caíram de uso
vos e adjetivos (típicos do falar paulistano): os amigo e as e, por isso, denunciam uma linguagem já ultrapassada e
amiga, os livro indicado, as noite fria, os caso mais comum. envelhecida. É o caso de reclame, em vez de anúncio publi-
- o enfraquecimento do uso do modo subjuntivo: Es- citário; na década de 60, o rapaz chamava a namorada de
pero que o Brasil reflete (reflita) sobre o que aconteceu nas broto (hoje se diz gatinha ou forma semelhante), e um ho-
últimas eleições; Se eu estava (estivesse) lá, não deixava mem bonito era um pão; na linguagem antiga, médico era
acontecer; Não é possível que ele esforçou (tenha se esfor- designado pelo nome físico; um bobalhão era chamado de
çado) mais que eu. coió ou bocó; em vez de refrigerante usava-se gasosa; algo
muito bom, de qualidade excelente, era supimpa.
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- Neologismo: é o contrário do arcaísmo. Trata-se de - Preciosismo: diz-se que é preciosista um léxico ex-
palavras recém-criadas, muitas das quais mal ou nem es- cessivamente erudito, muito raro, afetado: Escoimar (em
traram para os dicionários. A moderna linguagem da com- vez de corrigir); procrastinar (em vez de adiar); discrepar
putação tem vários exemplos, como escanear, deletar, prin- (em vez de discordar); cinesíforo (em vez de motorista); ob-
tar; outros exemplos extraídos da tecnologia moderna são nubilar (em vez de obscurecer ou embaçar); conúbio (em
mixar (fazer a combinação de sons), robotizar, robotização. vez de casamento); chufa (em vez de caçoada, troça).
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Da comparação entre as frases 1 e 2, podemos concluir (...) Embora sem saber da missa a metade, os presun-
que as condições sociais influem no modo de falar dos in- çosos queriam ensinar padre-nosso ao vigário, e com isso
divíduos, gerando, assim, certas variações na maneira de punham a mão em cumbuca. Era natural que com eles se
usar uma mesma língua. A elas damos o nome de variações perdesse a tramontana. A pessoa cheia de melindres ficava
socioculturais. sentida com a desfeita que lhe faziam quando, por exemplo,
insinuavam que seu filho era artioso. Verdade seja que às
- Geográfica: é, no Brasil, bastante grande e pode ser vezes os meninos eram mesmo encapetados; chegavam a pi-
facilmente notada. Ela se caracteriza pelo acento linguís- tar escondido, atrás da igreja. As meninas, não: verdadeiros
tico, que é o conjunto das qualidades fisiológicas do som cromos, umas teteias.
(altura, timbre, intensidade), por isso é uma variante cujas (...) Antigamente, os sobrados tinham assombrações, os
marcas se notam principalmente na pronúncia. Ao conjun- meninos, lombrigas; asthma os gatos, os homens portavam
to das características da pronúncia de uma determinada ceroulas, bortinas a capa de goma (...). Não havia fotógrafos,
região dá-se o nome de sotaque: sotaque mineiro, sota- mas retratistas, e os cristãos não morriam: descansavam.
que nordestino, sotaque gaúcho etc. A variação geográfica, Mas tudo isso era antigamente, isto é, doutora.
além de ocorrer na pronúncia, pode também ser percebida
no vocabulário, em certas estruturas de frases e nos sen- Texto II
tidos diferentes que algumas palavras podem assumir em
diferentes regiões do país. Entre Palavras
Leia, como exemplo de variação geográfica, o trecho
abaixo, em que Guimarães Rosa, no conto “São Marcos”, re- Entre coisas e palavras – principalmente entre palavras
cria a fala de um típico sertanejo do centro-norte de Minas: – circulamos. A maioria delas não figura nos dicionários de
há trinta anos, ou figura com outras acepções. A todo mo-
“__ Mas você tem medo dele... [de um feiticeiro chamado mento impõe-se tornar conhecimento de novas palavras e
Mangolô!]. combinações de.
__ Há-de-o!... Agora, abusar e arrastar mala, não faço.
Você que me lê, preste atenção. Não deixe passar ne-
Não faço, porque não paga a pena... De primeiro, quando eu
nhuma palavra ou locução atual, pelo seu ouvido, sem regis-
era moço, isso sim!... Já fui gente. Para ganhar aposta, já fui,
trá-la. Amanhã, pode precisar dela. E cuidado ao conversar
de noite, foras d’hora, em cemitério... (...). Quando a gente é
com seu avô; talvez ele não entenda o que você diz.
novo, gosta de fazer bonito, gosta de se comparecer. Hoje,
O malote, o cassete, o spray, o fuscão, o copião, a Ve-
não, estou percurando é sossego...”
maguet, a chacrete, o linóleo, o nylon, o nycron, o ditafone,
- Histórica: as línguas não são estáticas, fixas, imutá-
a informática, a dublagem, o sinteco, o telex... Existiam em
veis. Elas se alteram com o passar do tempo e com o uso.
1940?
Muda a forma de falar, mudam as palavras, a grafia e o
Ponha aí o computador, os anticoncepcionais, os mísseis,
sentido delas. Essas alterações recebem o nome de varia-
ções históricas. a motoneta, a Velo-Solex, o biquíni, o módulo lunar, o anti-
Os dois textos a seguir são de Carlos Drummond de biótico, o enfarte, a acumputura, a biônica, o acrílico, o ta le-
Andrade. Neles, o escritor, meio em tom de brincadeira, gal, a apartheid, o som pop, as estruturas e a infraestrutura.
mostra como a língua vai mudando com o tempo. No texto Não esqueça também (seria imperdoável) o Terceiro
I, ele fala das palavras de antigamente e, no texto II, fala das Mundo, a descapitalização, o desenvolvimento, o unissex, o
palavras de hoje. bandeirinha, o mass media, o Ibope, a renda per capita, a
mixagem.
Texto I Só? Não. Tem seu lugar ao sol a metalinguagem, o ser-
vomecanismo, as algias, a coca-cola, o superego, a Futurolo-
Antigamente gia, a homeostasia, a Adecif, a Transamazônica, a Sudene, o
Incra, a Unesco, o Isop, a Oea, e a ONU.
Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e Estão reclamando, porque não citei a conotação, o con-
eram todas mimosas e prendadas. Não fazia anos; comple- glomerado, a diagramação, o ideologema, o idioleto, o ICM,
tavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não a IBM, o falou, as operações triangulares, o zoom, e a gui-
sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, tarra elétrica.
mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levantam Olhe aí na fila – quem? Embreagem, defasagem, barra
tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em tensora, vela de ignição, engarrafamento, Detran, poliéster,
outra freguesia. (...) Os mais idosos, depois da janta, faziam o filhotes de bonificação, letra imobiliária, conservacionismo,
quilo, saindo para tomar a fresca; e também tomava cautela carnet da girafa, poluição.
de não apanhar sereno. Os mais jovens, esses iam ao ani- Fundos de investimento, e daí? Também os de incentivos
matógrafo, e mais tarde ao cinematógrafo, chupando balas fiscais. Knon-how. Barbeador elétrico de noventa microrra-
de alteia. Ou sonhavam em andar de aeroplano; os quais, de nhuras. Fenolite, Baquelite, LP e compacto. Alimentos super
pouco siso, se metiam em camisas de onze varas, e até em congelados. Viagens pelo crediário, Circuito fechado de TV
calças pardas; não admira que dessem com os burros n’agua. Rodoviária. Argh! Pow! Click!
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Não havia nada disso no Jornal do tempo de Vences- um artigo, lê?! Um menino lá que faiz pós-graduação na,
lau Brás, ou mesmo, de Washington Luís. Algumas coisas na GV, ele me, nóis ficamo até duas hora da manhã ele me
começam a aparecer sob Getúlio Vargas. Hoje estão ali na explicando toda a matéria de economia, das nove da noite.
esquina, para consumo geral. A enumeração caótica não é
uma invenção crítica de Leo Spitzer. Está aí, na vida de todos Como se pode notar, não há preocupação com a pro-
os dias. Entre palavras circulamos, vivemos, morremos, e pa- núncia nem com a continuidade das ideias, nem com a es-
lavras somos, finalmente, mas com que significado? colha das palavras. Para exemplificar o estilo formal, eis um
(Carlos Drummond de Andrade, Poesia e prosa, trecho da gravação de uma aula de português de uma pro-
Rio de Janeiro, Nova Aguiar, 1988) fessora universitária do Rio de Janeiro, transcrito do livro
de Dinah Callou. A linguagem falada culta na cidade do Rio
- De Situação: aquelas que são provocadas pelas al- de Janeiro. As pausas são marcadas com reticências.
terações das circunstâncias em que se desenrola o ato de
comunicação. Um modo de falar compatível com determi- ...o que está ocorrendo com nossos alunos é uma frag-
nada situação é incompatível com outra: mentação do ensino... ou seja... ele perde a noção do todo...
e fica com uma série... de aspectos teóricos... isolados... que
Ô mano, ta difícil de te entendê. ele não sabe vincular a realidade nenhuma de seu idioma...
isto é válido também para a faculdade de letras... ou seja...
Esse modo de dizer, que é adequado a um diálogo em né? há uma série... de conceitos teóricos... que têm nomes
situação informal, não tem cabimento se o interlocutor é o bonitos e sofisticados... mas que... na hora de serem em-
professor em situação de aula. pregados... deixam muito a desejar...
Assim, um único indivíduo não fala de maneira unifor-
me em todas as circunstâncias, excetuados alguns falantes Nota-se que, por tratar-se de exposição oral, não há o
da linguagem culta, que servem invariavelmente de uma grau de formalidade e planejamento típico do texto escrito,
linguagem formal, sendo, por isso mesmo, considerados mas trata-se de um estilo bem mais formal e vigiado que o
excessivamente formais ou afetados. da menina ao telefone.
São muitos os fatores de situação que interferem na
fala de um indivíduo, tais como o tema sobre o qual ele
discorre (em princípio ninguém fala da morte ou de suas GÊNEROS E TIPOLOGIA TEXTUAIS E SEUS
crenças religiosas como falaria de um jogo de futebol ou ELEMENTOS CONSTITUINTES.
de uma briga que tenha presenciado), o ambiente físico em
que se dá um diálogo (num templo não se usa a mesma
linguagem que numa sauna), o grau de intimidade entre
os falantes (com um superior, a linguagem é uma, com um GÊNEROS TEXTUAIS
colega de mesmo nível, é outra), o grau de comprometi-
mento que a fala implica para o falante (num depoimento Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio-
para um juiz no fórum escolhem-se as palavras, num rela- nadas entre si, formando um todo significativo capaz de
to de uma conquista amorosa para um colega fala-se com produzir interação comunicativa (capacidade de codificar
menos preocupação). e decodificar).
As variações de acordo com a situação costumam ser
chamadas de níveis de fala ou, simplesmente, variações de Contexto – um texto é constituído por diversas frases.
estilo e são classificadas em duas grandes divisões: Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz
- Estilo Formal: aquele em que é alto o grau de refle- ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando con-
xão sobre o que se diz, bem como o estado de atenção e dições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido.
vigilância. É na linguagem escrita, em geral, que o grau de A essa interligação dá-se o nome de contexto. Nota-se que
formalidade é mais tenso. o relacionamento entre as frases é tão grande, que, se uma
- Estilo Informal (ou coloquial): aquele em que se fala frase for retirada de seu contexto original e analisada se-
com despreocupação e espontaneidade, em que o grau de paradamente, poderá ter um significado diferente daquele
reflexão sobre o que se diz é mínimo. É na linguagem oral inicial.
íntima e familiar que esse estilo melhor se manifesta.
Intertexto - comumente, os textos apresentam refe-
Como exemplo de estilo coloquial vem a seguir um pe- rências diretas ou indiretas a outros autores através de ci-
queno trecho da gravação de uma conversa telefônica en- tações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto.
tre duas universitárias paulistanas de classe média, trans-
crito do livro Tempos Linguísticos, de Fernando Tarallo. AS Interpretação de Texto - o primeiro objetivo de uma
reticências indicam as pausas. interpretação de um texto é a identificação de sua ideia
principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias,
Eu não sei tem dia... depende do meu estado de espíri- ou fundamentações, as argumentações, ou explicações,
to, tem dia que minha voz... mais ta assim, sabe? taquara que levem ao esclarecimento das questões apresentadas
rachada? Fica assim aquela voz baixa. Outro dia eu fui lê na prova.
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Textos Ficcionais e Não Ficcionais Um dia nasceu um menino, que foi chamado de Zim. O
único entre tantos que ficou livre da maldição que passara de
Os textos não ficcionais baseiam-se na realidade, e os geração em geração. Diferente de todos, era muito ágil e, ao
ficcionais inventam um mundo, onde os acontecimentos crescer, saiu em busca de uma solução. Encontrou pelo ca-
ocorrem coerentemente com o que se passa no enredo da minho bruxas de olhar feroz, gigantes de três, cinco e sete
história. cabeças, noites escuras, dias de chuva, sol intenso. Zim tudo
enfrentou.
Ficcionais: Conto; Crônica; Romance; Poemas; História E numa noite morna, ao deitar-se em sua cama de folhas,
viu ao seu lado um velho de olhos amarelos e brilhantes. Era o
em Quadrinhos.
mago que havia sido roubado pelo pirata muitos anos antes.
Zim ficou apreensivo. Mas o velho mago (que tudo sabia) deu-
Não Ficcionais: lhe um frasco. Nele havia um antídoto e Zim compreendeu
o que deveria fazer. Despejou o líquido no rio de sua cidade.
- Jornalísticos: notícia, editorial, artigos, cartas e tex- Lépida despertou diferente naquela manhã. Um copo de
tos de divulgação científica. água aqui, um banho ali e eram novamente braços que se
mexiam, pernas que corriam, saltos e sorrisos. E a dança das
- Instrucionais: didáticos, resumos, receitas, catálogos, sapatilhas cor-de-rosa.
índices, listas, verbetes em geral, bulas e notas explicativas (Carla Caruso)
de embalagens.
CRÔNICA
- Epistolares: bilhetes, cartas familiares e cartas for- Em jornais e revistas, há textos normalmente assinados
mais. por um escritor de ficção ou por uma pessoa especializada em
determinada área (economia, gastronomia, negócios, entre
- Administrativos: requerimentos, ofícios e etc. outras) que escreve com periodicidade para uma seção (por
exemplo, todos os domingos para o Caderno de Economia).
FICCIONAIS Esses textos, conhecidos como crônicas, são curtos e em geral
predominantemente narrativos, podendo apresentar alguns
trechos dissertativos. Exemplo:
CONTO
A luta e a lição
É um gênero textual que apresenta um único conflito, Um brasileiro de 38 anos, Vítor Negrete, morreu no Ti-
tomado já próximo do seu desfecho. Encerra uma história bete após escalar pela segunda vez o ponto culminante do
com poucas personagens, e também tempo e espaço reduzi- planeta, o monte Everest. Da primeira, usou o reforço de um
do. A linguagem pode ser formal ou informal. É uma obra de cilindro de oxigênio para suportar a altura. Na segunda (e úl-
ficção que cria um universo de seres e acontecimentos, de tima), dispensou o cilindro, devido ao seu estado geral, que
fantasia ou imaginação. Como todos os textos de ficção, o era considerado ótimo. As façanhas dele me emocionaram, a
conto apresenta um narrador, personagens, ponto de vis- bem sucedida e a malograda. Aqui do meu canto, temendo e
ta e enredo. Classicamente, diz-se que o conto se define tremendo toda a vez que viajo no bondinho do Pão de Açúcar,
pela sua pequena extensão. Mais curto que a novela ou o fico meditando sobre os motivos que levam alguns heróis a se
romance, o conto tem uma estrutura fechada, desenvolve superarem. Vitor já havia vencido o cume mais alto do mundo.
uma história e tem apenas um clímax. Exemplo: Quis provar mais, fazendo a escalada sem a ajuda do oxigênio
suplementar. O que leva um ser humano bem sucedido a ven-
Lépida cer desafios assim?
Ora, dirão os entendidos, é assim que caminha a huma-
Tudo lento, parado, paralisado. nidade. Se cada um repetisse meu exemplo, ficando solida-
- Maldição! - dizia um homem que tinha sido o melhor mente instalado no chão, sem tentar a aventura, ainda esta-
ríamos nas cavernas, lascando o fogo com pedras, comendo
corredor daquele lugar.
animais crus e puxando nossas mulheres pelos cabelos, como
- Que tristeza a minha - lamentava uma pequena baila-
os trogloditas - se é que os trogloditas faziam isso. Somos o
rina, olhando para as suas sapatilhas cor-de-rosa. que somos hoje devido a heróis que trocam a vida pelo risco.
Assim estava Lépida, uma cidade muito alegre que no Bem verdade que escalar montanhas, em si, não traz nada de
passado fora reconhecida pela leveza e agilidade de seus prático ao resto da humanidade que prefere ficar na cômoda
habitantes. Todos muito fortes, andavam, corriam e nada- planície da segurança.
vam pelos seus limpos canais. Mas o que há de louvável (e lamentável) na aventura de
Até que chegou um terrível pirata à procura da riqueza Vítor Negrete é a aspiração de ir mais longe, de superar mar-
do lugar. Para dominar Lépida, roubou de um mago um cas, de ir mais alto, desafiando os riscos. Não sei até que
elixir paralisante e despejou no principal rio. Após beberem ponto ele foi temerário ao recusar o oxigênio suplementar.
a água, os habitantes ficaram muito lentos, tão lentos que Mas seu exemplo - e seu sacrifício - é uma lição de luta,
não conseguiram impedir a maldade do terrível pirata. Seu mesmo sendo uma luta perdida.
povo nunca mais foi o mesmo. Lépida foi roubada em seu (Autor: Carlos Heitor Cony.
maior tesouro e permaneceu estagnada por muitos anos. Publicado na Folha Online)
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Soneto do amigo
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tiva foi em prol da cobrança pelo desenho que ele mes- Cidade paraibana é exemplo ao País
mo fez. Em outras palavras, o personagem empenha-se
na construção de um raciocínio em prol de uma finalidade Em tempos em que estudantes escrevem receita de
absurda – o que nos faz sorrir no último quadrinho, já que macarrão instantâneo e transcrevem hino de clube de fu-
é somente nele que conseguimos “completar” o sentido. tebol na redação do Exame Nacional do Ensino Médio e
Claro, se você conhece os quadrinhos do Calvin, sabe que ainda obtém nota máxima no teste, uma boa notícia vem
ele tem apenas 6 anos, o que torna tudo ainda mais hilário, de uma pequena cidade no interior da Paraíba chamada
mas a falta deste conhecimento não prejudica em nada a Paulista, de cerca de 12 mil habitantes. Alunos da Escola
interpretação textual. Municipal Cândido de Assis Queiroga obtiveram destaque
nas últimas edições da Olimpíada Brasileira de Matemática
NÃO FICCIONAIS - JORNALÍSTICOS das Escolas Públicas.
O segredo é absolutamente simples, e quem explica é
NOTÍCIA a professora Jonilda Alves Ferreira: a chave é ensinar Ma-
temática através de atividades do cotidiano, como fazer
O principal objetivo da notícia é levar informação atual compras na feira ou medir ingredientes para uma receita.
a um público específico. A notícia conta o que ocorreu, Com essas ações práticas, na edição de 2012 da Olimpíada,
quando, onde, como e por quê. Para verificar se ela está a escola conquistou nada menos do que cinco medalhas de
bem elaborada, o emissor deve responder às perguntas: ouro, duas de prata, três de bronze e 12 menções honro-
O quê? (fato ou fatos); Quando? (tempo); Onde? (local); sas. Orgulhosa, a professora conta que se sentia triste com
Como? (de que forma) e Por quê? (causas). A notícia apre- a repulsa dos estudantes aos números, e teve a ideia de
senta três partes: pô-los para vivenciar a Matemática em suas vidas, aproxi-
mando-os da disciplina.
- Manchete (ou título principal) – resume, com obje- O que parecia ser um grande desafio tornou-se rea-
tividade, o assunto da notícia. Essa frase curta e de impac- lidade e, hoje, a cidade inteira orgulha-se de seus filhos
to, em geral, aparece em letras grandes e destacadas. campeões olímpicos. Os estudantes paraibanos devem ser
- Lide (ou lead) – complementa o título principal, exemplo para todo o País, que anda precisando, sim, de
fornecendo as principais informações da notícia. Como a modelos a se inspirar. O Programa Internacional de Ava-
manchete, sua função é despertar a atenção do leitor para liação de Estudantes (PISA, na sigla em inglês) – o mais
o texto. sério teste internacional para avaliar o desempenho esco-
- Corpo – contém o desenvolvimento mais amplo e de- lar e coordenado pela Organização para a Cooperação e
talhado dos fatos. Desenvolvimento Econômico – continua sendo implacável
com o Brasil. No exame publicado de 2012, o País aparece
A notícia usa uma linguagem formal, que segue a nor- na incômoda penúltima posição entre 40 países avaliados.
ma culta da língua. A ordem direta, a voz ativa, os verbos O teste aponta que o aprendizado de Matemática, Lei-
de ação e as frases curtas permitem fluir as ideias. É pre- tura e Ciências durante o ciclo fundamental é sofrível, e
ferível a linguagem acessível e simples. Evite gírias, termos perdemos para países como Colômbia, Tailândia e México.
coloquiais e frases intercaladas. Já passa da hora de as autoridades melhorarem a gestão
Os fatos, em geral, são apresentados de forma impes- de nossa Educação Pública e seguir o exemplo da pequena
soal e escritos em 3ª pessoa, com o predomínio da função Paulista.
referencial, já que esse texto visa à informação. Fonte: http://www.oestadoce.com.br/noticia/
A falta de tempo do leitor exige a seleção das informa- editorial-cidade-paraibana-e-exemplo-ao-pais
ções mais relevantes, vocabulário preciso e termos espe-
cíficos que o ajudem a compreender melhor os fatos. Em ARTIGOS
jornais ou revistas impressos ou on-line, e em programas
de rádio ou televisão, a informação transmitida pela notícia É comum encontrar circulando no rádio, na TV, nas re-
precisa ser verídica, atual e despertar o interesse do leitor. vistas, nos jornais, temas polêmicos que exigem uma posição
por parte dos ouvintes, espectadores e leitores, por isso, o
EDITORIAL autor geralmente apresenta seu ponto de vista sobre o tema
em questão através do artigo (texto jornalístico).
Os editoriais são textos de um jornal em que o conteú- Nos gêneros argumentativos, o autor geralmente tem
do expressa a opinião da empresa, da direção ou da equipe a intenção de convencer seus interlocutores e, para isso,
de redação, sem a obrigação de ter alguma imparcialida- precisa apresentar bons argumentos, que consistem em
de ou objetividade. Geralmente, grandes jornais reservam verdades e opiniões. O artigo de opinião é fundamentado
um espaço predeterminado para os editoriais em duas ou em impressões pessoais do autor do texto e, por isso, são
mais colunas logo nas primeiras páginas internas. Os bo- fáceis de contestar.
xes (quadros) dos editoriais são normalmente demarcados O artigo deve começar com uma breve introdução, que
com uma borda ou tipografia diferente para marcar cla- descreva sucintamente o tema e refira os pontos mais im-
ramente que aquele texto é opinativo, e não informativo. portantes. Um leitor deve conseguir formar uma ideia clara
Exemplo: sobre o assunto e o conteúdo do artigo ao ler apenas a
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LÍNGUA PORTUGUESA
introdução. Por favor tenha em mente que embora este- NÃO FICCIONAIS – INSTRUCIONAIS
ja familiarizado com o tema sobre o qual está a escrever,
outros leitores da podem não o estar. Assim, é importante DIDÁTICOS
clarificar cedo o contexto do artigo. Por exemplo, em vez Na leitura de um texto didático, é preciso apanhar suas
de escrever: ideias fundamentais. Um texto didático é um texto con-
Guano é um personagem que faz o papel de mascote ceitual, ou seja, não figurativo. Nele os termos significam
do grupo Lily Mu. Seria mais informativo escrever: exatamente aquilo que denotam, sendo descabida a atri-
Guano é um personagem da série de desenho anima- buição de segundos sentidos ou valores conotativos aos
do Kappa Mikey que faz o papel de mascote do grupo Lily termos. Num texto didático devem se analisar ainda com
Mu. todo o cuidado os elementos de coesão. Deve-se observar
Caracterize o assunto, especialmente se existirem opi- a expectativa de sentido que eles criam, para que possa
niões diferentes sobre o tema. Seja objetivo. Evite o uso de entender bem o texto.
eufemismos e de calão ou gíria, e explique o jargão. No fi- O entendimento do texto didático de uma determina-
nal do artigo deve listar as referências utilizadas, e ao longo
da disciplina requer o conhecimento do significado exato
do artigo deve citar a fonte das afirmações feitas, especial-
dos termos com que ela opera. Conhecer esses termos sig-
mente se estas forem controversas ou suscitarem dúvidas.
nifica conhecer um conjunto de princípios e de conceitos
CARTAS sobre os quais repousa uma determinada ciência, certa
Na maioria dos jornais e revistas, há uma seção desti- teoria, um campo do saber. O uso da terminologia científi-
nada a cartas do leitor. Ela oferece um espaço para o leitor ca dá maior rigor à exposição, pois evita as conotações e as
elogiar ou criticar uma matéria publicada, ou fazer suges- imprecisões dos termos da linguagem cotidiana. Por outro
tões. Os comentários podem referir-se às ideias de um tex- lado, a definição dos termos depende do nível de público
to, com as quais o leitor concorda ou não; à maneira como a que se destina.
o assunto foi abordado; ou à qualidade do texto em si. É Um manual de introdução à física, destinado a alunos
possível também fazer alusão a outras cartas de leitores, de primeiro grau, expõe um conceito de cada vez e, por
para concordar ou não com o ponto de vista expresso ne- conseguinte, vai definindo paulatinamente os termos espe-
las. A linguagem da carta costuma variar conforme o perfil cíficos dessa ciência. Num livro de física para universitários
dos leitores da publicação. Pode ser mais descontraída, se não cabe a definição de termos que os alunos já deveriam
o público é jovem, ou ter um aspecto mais formal. Esse saber, pois senão quem escreve precisaria escrever sobre
tipo de carta apresenta formato parecido com o das cartas tudo o que a ciência em que ele é especialista já estudou.
pessoais: data, vocativo (a quem ela é dirigida), corpo do
texto, despedida e assinatura. RESUMOS
Resumo é uma exposição abreviada de um aconteci-
TEXTOS DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA mento. Fazer um resumo significa apresentar o conteúdo
Sua finalidade discursiva pauta-se pela divulgação de de forma sintética, destacando as informações essenciais
conhecimentos acerca do saber científico, assemelhando- do conteúdo de um livro, artigo, argumento de filme, peça
se, portanto, com os demais gêneros circundantes no meio teatral, etc. A elaboração de um resumo exige análise e in-
educacional como um todo, entre eles, textos didáticos e terpretação do conteúdo para que sejam transmitidas as
verbetes de enciclopédias. Mediante tal pressuposto, já te- ideias mais importantes.
mos a ideia do caráter condizente à linguagem, uma vez Escrever um texto em poucas linhas ajuda o aluno a
que esta se perfaz de características marcantes - a obje- desenvolver a sua capacidade de síntese, objetividade e
tividade, isentando-se de traços pessoais por parte do
clareza: três fatores que serão muito importantes ao lon-
emissor, como também por obedecer ao padrão formal da
go da vida escolar. Além de ser um ótimo instrumento de
língua. Outro aspecto passível de destaque é o fato de que
no texto científico, às vezes, temos a oportunidade de nos estudo da matéria para fazer um teste. Resumo é sinônimo
deparar com determinadas terminologias e conceitos pró- de “recapitulação”, quando, ao final de cada capítulo de
prios da área científica a que eles se referem. um livro é apresentado um breve texto com as ideias chave
Veiculados por diversos meios de comunicação, seja do assunto introduzido. Outros sinônimos de resumo são:
em jornais, revistas, livros ou meio eletrônico, comparti- sinopse, sumário, síntese, epítome e compêndio.
lham-se com uma gama de interlocutores. Razão esta que
incide na forma como se estruturam, não seguindo um RECEITAS
padrão rígido, uma vez que este se interliga a vários fa- A receita tem como objetivo informar a fórmula de um
tores, tais como: assunto, público-alvo, emissor, momento produto seja ele industrial ou caseiro, contando detalha-
histórico, dentre outros. Mas, geralmente, no primeiro e damente sobre seu preparo. É uma sequência de passos
segundo parágrafos, o autor expõe a ideia principal, sendo para a preparação de alimentos. As receitas geralmente
representada por uma ideia ou conceito. Nos parágrafos vêm com seus verbos no modo imperativo, para dar ordens
que seguem, ocorre o desenvolvimento propriamente dito de como preparar seu prato seja ele qual for. Elas são en-
da ideia, lembrando que tais argumentos são subsidiados contradas em diversas fontes como: livros, sites, programas
em fontes verdadeiramente passíveis de comprovação - (TV/Rádio), revistas ou até mesmo em jornais e panfletos. A
comparações, dados estatísticos, relações de causa e efei- receita também ajuda a fazer vários tipos de pratos típicos
to, dentre outras. e saudáveis e até sobremesas deliciosas.
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LÍNGUA PORTUGUESA
CATÁLOGOS BULAS
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Carta Pessoal é a carta que escrevemos para amigos, - Local e data. Devem vir por extenso com alinhamen-
parentes, namorado(a), o remetente é a própria pessoa que to à direita. Exemplo:
assina a carta, estas cartas não têm um modelo pronto, são
escritas de uma maneira particular. Brasília, 20 de maio de 2013
- Carta Comercial se torna o meio mais efetivo e segu- - Assunto. Resumo do teor do documento. Exemplos:
ro de comunicação dentro de uma organização. A lingua-
gem deve ser clara, simples, correta e objetiva. Assunto: Produtividade do órgão em 2012.
Assunto: Necessidade de aquisição de novos computa-
A carta ao ser escrita deve ser primeiramente bem dores.
analisada em termos de língua portuguesa, ou seja, deve-
se observar a concordância, a pontuação e a maneira de - Destinatário. O nome e o cargo da pessoa a quem é
escrever com início, meio e então o fim, contendo tam- dirigida a comunicação. No caso do ofício, deve ser incluí-
bém um cabeçalho e se for uma carta formal, deve conter do também o endereço.
pronomes de tratamento (Senhor, Senhora, V. Ex.ª etc.) e
por fim a finalização da carta que deve conter somente um - Texto. Nos casos em que não for de mero encami-
cumprimento formal ou não (grato, beijos, abraços, adeus nhamento de documentos, o expediente deve conter a se-
etc.). Depois de todos esses itens terem sido colocados na guinte estrutura:
carta, a mesma deverá ser colocada em um envelope para
ser enviado ao destinatário. Na parte de trás e superior do Introdução: que se confunde com o parágrafo de
envelope deve-se conter alguns dados muito importantes abertura, na qual é apresentado o assunto que motiva a
tais como: nome do destinatário, endereço (rua, bairro e comunicação. Evite o uso das formas: “Tenho a honra de”,
cidade) e por fim o CEP. Já o remetente (quem vai enviar a “Tenho o prazer de”, “Cumpreme informar que”, empregue
carta), também deve inserir na carta os mesmos dados que a forma direta;
o do destinatário, que devem ser escritos na parte da fren- Desenvolvimento: no qual o assunto é detalhado; se
te do envelope. E por fim deve ser colocado no envelope o texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas
um selo que serve para que a carta seja levada à pessoa devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere
mencionada. maior clareza à exposição;
Conclusão: em que é reafirmada ou simplesmente rea-
NÃO FICCIONAIS – ADMINISTRATIVOS presentada a posição recomendada sobre o assunto.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Texto Descritivo - um texto em que se faz um retrato imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e
por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um o uso do futuro do presente do modo indicativo. Ex: Pre-
objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção visões do tempo, receitas culinárias, manuais, leis, bula de
é o adjetivo, pela sua função caracterizadora. Numa abor- remédio, convenções, regras e eventos.
dagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou
sentimentos. Não há relação de anterioridade e posterio- Narração
ridade. É fazer uma descrição minuciosa do objeto ou da
personagem a que o texto refere. Nessa espécie textual as A Narração é um tipo de texto que relata uma história
coisas acontecem ao mesmo tempo. real, fictícia ou mescla dados reais e imaginários. O texto
- expõe características dos seres ou das coisas, apre- narrativo apresenta personagens que atuam em um tempo
senta uma visão; e em um espaço, organizados por uma narração feita por
- é um tipo de texto figurativo; um narrador. É uma série de fatos situados em um espa-
- retrato de pessoas, ambientes, objetos; ço e no tempo, tendo mudança de um estado para outro,
- predomínio de atributos; segundo relações de sequencialidade e causalidade, e não
- uso de verbos de ligação; simultâneos como na descrição. Expressa as relações entre
- frequente emprego de metáforas, comparações e os indivíduos, os conflitos e as ligações afetivas entre es-
outras figuras de linguagem; ses indivíduos e o mundo, utilizando situações que contêm
- tem como resultado a imagem física ou psicológica. essa vivência.
Todas as vezes que uma história é contada (é narrada),
Texto Dissertativo - a dissertação é um texto que ana- o narrador acaba sempre contando onde, quando, como e
lisa, interpreta, explica e avalia dados da realidade. Esse com quem ocorreu o episódio. É por isso que numa narra-
tipo textual requer reflexão, pois as opiniões sobre os fatos ção predomina a ação: o texto narrativo é um conjunto de
e a postura crítica em relação ao que se discute têm grande ações; assim sendo, a maioria dos verbos que compõem
importância. O texto dissertativo é temático, pois trata de esse tipo de texto são os verbos de ação. O conjunto de
análises e interpretações; o tempo explorado é o presente ações que compõem o texto narrativo, ou seja, a história
que é contada nesse tipo de texto recebe o nome de en-
no seu valor atemporal; é constituído por uma introdução
redo.
onde o assunto a ser discutido é apresentado, seguido por
As ações contidas no texto narrativo são praticadas
uma argumentação que caracteriza o ponto de vista do au-
pelas personagens, que são justamente as pessoas en-
tor sobre o assunto em evidência. Nesse tipo de texto a
volvidas no episódio que está sendo contado. As persona-
expressão das ideias, valores, crenças são claras, evidentes,
gens são identificadas (nomeadas) no texto narrativo pelos
pois é um tipo de texto que propõe a reflexão, o debate
substantivos próprios.
de ideias. A linguagem explorada é a denotativa, embora o
Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mes-
uso da conotação possa marcar um estilo pessoal. A obje- mo sem querer) ele acaba contando “onde” (em que lugar)
tividade é um fator importante, pois dá ao texto um valor as ações do enredo foram realizadas pelas personagens.
universal, por isso geralmente o enunciador não aparece O lugar onde ocorre uma ação ou ações é chamado de
porque o mais importante é o assunto em questão e não espaço, representado no texto pelos advérbios de lugar.
quem fala dele. A ausência do emissor é importante para Além de contar onde, o narrador também pode es-
que a ideia defendida torne algo partilhado entre muitas clarecer “quando” ocorreram as ações da história. Esse
pessoas, sendo admitido o emprego da 1ª pessoa do plural elemento da narrativa é o tempo, representado no texto
- nós, pois esse não descaracteriza o discurso dissertativo. narrativo através dos tempos verbais, mas principalmente
- expõe um tema, explica, avalia, classifica, analisa; pelos advérbios de tempo. É o tempo que ordena as ações
- é um tipo de texto argumentativo. no texto narrativo: é ele que indica ao leitor “como” o fato
- defesa de um argumento: apresentação de uma tese narrado aconteceu.
que será defendida; desenvolvimento ou argumentação; A história contada, por isso, passa por uma introdução
fechamento; (parte inicial da história, também chamada de prólogo),
- predomínio da linguagem objetiva; pelo desenvolvimento do enredo (é a história propria-
- prevalece a denotação. mente dita, o meio, o “miolo” da narrativa, também cha-
mada de trama) e termina com a conclusão da história (é o
Texto Argumentativo - esse texto tem a função de final ou epílogo). Aquele que conta a história é o narrador,
persuadir o leitor, convencendo-o de aceitar uma ideia im- que pode ser pessoal (narra em 1ª pessoa: Eu...) ou impes-
posta pelo texto. É o tipo textual mais presente em ma- soal (narra em 3ª pessoa: Ele...).
nifestos e cartas abertas, e quando também mostra fatos Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por ver-
para embasar a argumentação, se torna um texto disserta- bos de ação, por advérbios de tempo, por advérbios de
tivo-argumentativo. lugar e pelos substantivos que nomeiam as personagens,
que são os agentes do texto, ou seja, aquelas pessoas que
Texto Injuntivo/Instrucional - indica como realizar fazem as ações expressas pelos verbos, formando uma
uma ação. Também é utilizado para predizer acontecimen- rede: a própria história contada.
tos e comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e sim- Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que
ples. Os verbos são, na sua maioria, empregados no modo conta a história.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Elementos Estruturais (I): situação de ele estar debaixo do fogão para a de estar em
outros lugares; ele não gostava: “queria era estar debaixo
- Enredo: desenrolar dos acontecimentos. do fogão” implica a volta à situação anterior; “não fazia caso
- Personagens: são seres que se movimentam, se re- nenhum das minhas ternurinhas” dá a entender que o me-
lacionam e dão lugar à trama que se estabelece na ação. nino passava de uma situação de não ser terno com o ani-
Revelam-se por meio de características físicas ou psicológi- malzinho para uma situação de ser; no último verso tem-se
cas. Os personagens podem ser lineares (previsíveis), com- a passagem da situação de não ter namorada para a de ter.
plexos, tipos sociais (trabalhador, estudante, burguês etc.) Verifica-se, pois, que nesse texto há um grande con-
ou tipos humanos (o medroso, o tímido, o avarento etc.), junto de mudanças de situação. É isso que define o que se
heróis ou anti-heróis, protagonistas ou antagonistas. chama o componente narrativo do texto, ou seja, narrativa
- Narrador: é quem conta a história. é uma mudança de estado pela ação de alguma persona-
- Espaço: local da ação. Pode ser físico ou psicológico. gem, é uma transformação de situação. Mesmo que essa
- Tempo: época em que se passa a ação. Cronológico: personagem não apareça no texto, ela está logicamente
o tempo convencional (horas, dias, meses); Psicológico: o implícita. Assim, por exemplo, se o menino ganhou um
tempo interior, subjetivo. porquinho-da-índia, é porque alguém lhe deu o animalzi-
nho. Assim, há basicamente, dois tipos de mudança: aquele
Elementos Estruturais (II): em que alguém recebe alguma coisa (o menino passou a
ter o porquinho-da índia) e aquele alguém perde alguma
Personagens - Quem? Protagonista/Antagonista coisa (o porquinho perdia, a cada vez que o menino o le-
Acontecimento - O quê? Fato vava para outro lugar, o espaço confortável de debaixo do
Tempo - Quando? Época em que ocorreu o fato fogão). Assim, temos dois tipos de narrativas: de aquisição
Espaço - Onde? Lugar onde ocorreu o fato e de privação.
Modo - Como? De que forma ocorreu o fato
Causa - Por quê? Motivo pelo qual ocorreu o fato Existem três tipos de foco narrativo:
Resultado - previsível ou imprevisível.
Final - Fechado ou Aberto. - Narrador-personagem: é aquele que conta a his-
tória na qual é participante. Nesse caso ele é narrador e
Esses elementos estruturais combinam-se e articulam- personagem ao mesmo tempo, a história é contada em 1ª
se de tal forma, que não é possível compreendê-los iso- pessoa.
ladamente, como simples exemplos de uma narração. Há - Narrador-observador: é aquele que conta a história
uma relação de implicação mútua entre eles, para garantir como alguém que observa tudo que acontece e transmite
coerência e verossimilhança à história narrada. Quanto aos ao leitor, a história é contada em 3ª pessoa.
elementos da narrativa, esses não estão, obrigatoriamente - Narrador-onisciente: é o que sabe tudo sobre o
sempre presentes no discurso, exceto as personagens ou o enredo e as personagens, revelando seus pensamentos e
fato a ser narrado. sentimentos íntimos. Narra em 3ª pessoa e sua voz, muitas
vezes, aparece misturada com pensamentos dos persona-
Exemplo: gens (discurso indireto livre).
Porquinho-da-índia Estrutura:
Quando eu tinha seis anos - Apresentação: é a parte do texto em que são apre-
Ganhei um porquinho-da-índía. sentados alguns personagens e expostas algumas circuns-
Que dor de coração me dava tâncias da história, como o momento e o lugar onde a ação
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão! se desenvolverá.
Levava ele pra sala - Complicação: é a parte do texto em que se inicia pro-
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos priamente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem,
Ele não gostava: conduzindo ao clímax.
Queria era estar debaixo do fogão. - Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas... seu momento crítico, tornando o desfecho inevitável.
- O meu porquinho-da-índia foi a minha primeira na- - Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas
morada. ações dos personagens.
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“Devia andar lá pelos cinco anos e meio quando a fan- __ Vexame de incomodar o doutor (a mão trêmula na
tasiaram de borboleta. Por isso não pôde defender-se. E boca). Veja, doutor, este velho caducando. Bisavô, um neto
saiu à rua com ar menos carnavalesco deste mundo, mor- casado. Agora com mania de mulher. Todo velho é sem-
rendo de vergonha da malha de cetim, das asas e das an- vergonha.
tenas e, mais ainda, da cara à mostra, sem máscara piedosa __ Dobre a língua, mulher. O hominho é muito bom. Só
para disfarçar o sentimento impreciso de ridículo.” não me pise, fico uma jararaca.
(Ilka Laurito. Sal do Lírico) __ Se quer sair de casa, doutor, pague uma pensão.
__ Essa aí tem filho emancipado. Criei um por um, está
Narrador Objetivo: não se envolve, conta a história bom? Ela não contribuiu com nada, doutor. Só deu de ma-
como sendo vista por uma câmara ou filmadora. Exemplo: mar no primeiro mês.
__Você desempregado, quem é que fazia roça?
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__ Isso naquele tempo. O hominho aqui se espalhava. não... Não! E esses tambores? Ui! Que venham... É guer-
Fui jogado na estrada, doutor. Desde onze anos estou no ra... ele vai se espalhar... Por que não está malhando em
mundo sem ninguém por mim. O céu lá em cima, noite e sua cabeça?... (...) Ele vai tirar Rosinha da cama... Ele está
dia o hominho aqui na carroça. Sempre o mais sacrificado, dormindo, Rosinha... Fugir com ela, para o fundo do País...
está bom? Abraçá-la no alto de uma colina...
__ Se ficar doente, Severino, quem é que o atende? (Aníbal Machado)
__ O doutor já viu urubu comer defunto? Ninguém
morre só. Sempre tem um cristão que enterra o pobre. Sequência Narrativa:
__ Na sua idade, sem os cuidados de uma mulher...
__ Eu arranjo. Uma narrativa não tem uma única mudança, mas vá-
__ Só a troco de dinheiro elas querem você. Agora tem rias: uma coordena-se a outra, uma implica a outra, uma
dois cavalos. A carroça e os dois cavalos, o que há de me- subordina-se a outra.
lhor. Vai me deixar sem nada? A narrativa típica tem quatro mudanças de situação:
__ Você tinha amula e a potranca. A mula vendeu e a - uma em que uma personagem passa a ter um que-
potranca, deixou morrer. Tenho culpa? Só quero paz, um rer ou um dever (um desejo ou uma necessidade de fazer
prato de comida e roupa lavada. algo);
__ Para onde foi a lavadeira? - uma em que ela adquire um saber ou um poder (uma
__ Quem? competência para fazer algo);
__ A mulata. - uma em que a personagem executa aquilo que queria
(...) ou devia fazer (é a mudança principal da narrativa);
(Dalton Trevisan – A guerra Conjugal) - uma em que se constata que uma transformação se
deu e em que se podem atribuir prêmios ou castigos às
Discurso Indireto: o narrador conta o que o persona- personagens (geralmente os prêmios são para os bons, e
gem diz, sem lhe passar diretamente a palavra. Exemplo: os castigos, para os maus).
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Exemplos: anunciam o que vai ser dito, como este, etc.), que podem
perder sua função e assim não ser compreendidos. Se to-
(I) “De longe via a aleia onde a tarde era clara e redon- marmos uma descrição como As flores manifestavam
da. Mas a penumbra dos ramos cobria o atalho. todo o seu esplendor. O Sol fazia-as brilhar, ao inver-
Ao seu redor havia ruídos serenos, cheiro de árvores, termos a ordem das frases, precisamos fazer algumas al-
pequenas surpresas entre os cipós. Todo o jardim triturado terações, para que o texto possa ser compreendido: O Sol
pelos instantes já mais apressados da tarde. De onde vinha fazia as flores brilhar. Elas manifestavam todo o seu
o meio sonho pelo qual estava rodeada? Como por um zu- esplendor. Como, na versão original, o pronome oblíquo
nido de abelhas e aves. Tudo era estranho, suave demais, as é um anafórico que retoma flores, se alterarmos a or-
grande demais.” dem das frases ele perderá o sentido. Por isso, precisamos
(extraído de “Amor”, Laços de Família, Clarice Lis- mudar a palavra flores para a primeira frase e retomá-la
pector) com o anafórico elas na segunda.
Por todas essas características, diz-se que o fragmento
(II) Chamava-se Raimundo este pequeno, e era mole,
do conto de Machado é descritivo. Descrição é o tipo de
aplicado, inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas
texto em que se expõem características de seres concretos
em reter aquilo que a outros levava apenas trinta ou cin-
(pessoas, objetos, situações, etc.) consideradas fora da re-
quenta minutos; vencia com o tempo o que não podia fa-
lação de anterioridade e de posterioridade.
zer logo com o cérebro. Reunia a isso grande medo ao pai.
Era uma criança fina, pálida, cara doente; raramente estava
alegre. Entrava na escola depois do pai e retirava-se antes. Características:
O mestre era mais severo com ele do que conosco.
(Machado de Assis. “Conto de escola”. Contos. 3ed. - Ao fazer a descrição enumeramos características,
São Paulo, Ática, 1974, págs. 31-32.) comparações e inúmeros elementos sensoriais;
- As personagens podem ser caracterizadas física e psi-
Esse texto traça o perfil de Raimundo, o filho do pro- cologicamente, ou pelas ações;
fessor da escola que o escritor frequentava. Deve-se notar: - A descrição pode ser considerada um dos elementos
- que todas as frases expõem ocorrências simultâneas constitutivos da dissertação e da argumentação;
(ao mesmo tempo que gastava duas horas para reter aqui- - É impossível separar narração de descrição;
lo que os outros levavam trinta ou cinquenta minutos, Rai- - O que se espera não é tanto a riqueza de detalhes,
mundo tinha grande medo ao pai); mas sim a capacidade de observação que deve revelar
- por isso, não existe uma ocorrência que possa ser aquele que a realiza.
considerada cronologicamente anterior a outra do ponto - Utilizam, preferencialmente, verbos de ligação. Exem-
de vista do relato (no nível dos acontecimentos, entrar na plo: “(...) Ângela tinha cerca de vinte anos; parecia mais ve-
escola é cronologicamente anterior a retirar-se dela; no ní- lha pelo desenvolvimento das proporções. Grande, carnu-
vel do relato, porém, a ordem dessas duas ocorrências é da, sanguínea e fogosa, era um desses exemplares exces-
indiferente: o que o escritor quer é explicitar uma caracte- sivos do sexo que parecem conformados expressamente
rística do menino, e não traçar a cronologia de suas ações); para esposas da multidão (...)” (Raul Pompéia – O Ateneu)
- ainda que se fale de ações (como entrava, retirava- - Como na descrição o que se reproduz é simultâneo,
se), todas elas estão no pretérito imperfeito, que indica não existe relação de anterioridade e posterioridade entre
concomitância em relação a um marco temporal instalado seus enunciados.
no texto (no caso, o ano de 1840, em que o escritor fre- - Devem-se evitar os verbos e, se isso não for possível,
quentava a escola da rua da Costa) e, portanto, não denota que se usem então as formas nominais, o presente e o pre-
nenhuma transformação de estado;
tério imperfeito do indicativo, dando-se sempre preferên-
- se invertêssemos a sequência dos enunciados, não
cia aos verbos que indiquem estado ou fenômeno.
correríamos o risco de alterar nenhuma relação cronológi-
- Todavia deve predominar o emprego das compara-
ca - poderíamos mesmo colocar o últímo período em pri-
ções, dos adjetivos e dos advérbios, que conferem colorido
meiro lugar e ler o texto do fim para o começo: O mestre
era mais severo com ele do que conosco. Entrava na escola ao texto.
depois do pai e retirava-se antes...
A característica fundamental de um texto descritivo é
Evidentemente, quando se diz que a ordem dos enun- essa inexistência de progressão temporal. Pode-se apre-
ciados pode ser invertida, está-se pensando apenas na sentar, numa descrição, até mesmo ação ou movimento,
ordem cronológica, pois, como veremos adiante, a ordem desde que eles sejam sempre simultâneos, não indicando
em que os elementos são descritos produz determinados progressão de uma situação anterior para outra posterior.
efeitos de sentido. Tanto é que uma das marcas linguísticas da descrição é o
Quando alteramos a ordem dos enunciados, preci- predomínio de verbos no presente ou no pretérito imper-
samos fazer certas modificações no texto, pois este con- feito do indicativo: o primeiro expressa concomitância em
tém anafóricos (palavras que retomam o que foi dito an- relação ao momento da fala; o segundo, em relação a um
tes, como ele, os, aquele, etc. ou catafóricos (palavras que marco temporal pretérito instalado no texto.
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
Como se disse anteriormente, do ponto de vista da - Desenvolvimento: detalhes do objeto visto como um
progressão temporal, a ordem dos enunciados na descri- todo (externamente) - formato, dimensões, material, peso,
ção é indiferente, uma vez que eles indicam propriedades textura, cor e brilho.
ou características que ocorrem simultaneamente. No en- - Conclusão: observações de caráter geral referentes a
tanto, ela não é indiferente do ponto de vista dos efeitos sua utilidade ou qualquer outro comentário que envolva o
de sentido: descrever de cima para baixo ou vice-versa, do objeto em sua totalidade.
detalhe para o todo ou do todo para o detalhe cria efeitos
de sentido distintos. Descrição de ambientes:
Observe os dois quartetos do soneto “Retrato Próprio”, - Introdução: comentário de caráter geral.
de Bocage: - Desenvolvimento: detalhes referentes à estrutura glo-
bal do ambiente: paredes, janelas, portas, chão, teto, lumi-
Magro, de olhos azuis, carão moreno, nosidade e aroma (se houver).
bem servido de pés, meão de altura, - Desenvolvimento: detalhes específicos em relação a
triste de facha, o mesmo de figura, objetos lá existentes: móveis, eletrodomésticos, quadros,
nariz alto no meio, e não pequeno. esculturas ou quaisquer outros objetos.
- Conclusão: observações sobre a atmosfera que paira
Incapaz de assistir num só terreno, no ambiente.
mais propenso ao furor do que à ternura;
Descrição de paisagens:
bebendo em níveas mãos por taça escura
- Introdução: comentário sobre sua localização ou
de zelos infernais letal veneno.
qualquer outra referência de caráter geral.
- Desenvolvimento: observação do plano de fundo (ex-
Obras de Bocage. Porto, Lello & Irmão, 1968, pág. plicação do que se vê ao longe).
497. - Desenvolvimento: observação dos elementos mais
O poeta descreve-se das características físicas para as próximos do observador - explicação detalhada dos ele-
características morais. Se fizesse o inverso, o sentido não mentos que compõem a paisagem, de acordo com deter-
seria o mesmo, pois as características físicas perderiam minada ordem.
qualquer relevo. - Conclusão: comentários de caráter geral, concluin-
O objetivo de um texto descritivo é levar o leitor a vi- do acerca da impressão que a paisagem causa em quem
sualizar uma cena. É como traçar com palavras o retrato de a contempla.
um objeto, lugar, pessoa etc., apontando suas característi-
cas exteriores, facilmente identificáveis (descrição objetiva), Descrição de pessoas (I):
ou suas características psicológicas e até emocionais (des- - Introdução: primeira impressão ou abordagem de
crição subjetiva). qualquer aspecto de caráter geral.
Uma descrição deve privilegiar o uso frequente de ad- - Desenvolvimento: características físicas (altura, peso,
jetivos, também denominado adjetivação. Para facilitar o cor da pele, idade, cabelos, olhos, nariz, boca, voz, roupas).
aprendizado desta técnica, sugere-se que o concursando, - Desenvolvimento: características psicológicas (perso-
após escrever seu texto, sublinhe todos os substantivos, nalidade, temperamento, caráter, preferências, inclinações,
acrescentando antes ou depois deste um adjetivo ou uma postura, objetivos).
locução adjetiva. - Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de
caráter geral.
Descrição de objetos constituídos de uma só parte:
Descrição de pessoas (II):
- Introdução: observações de caráter geral referentes à - Introdução: primeira impressão ou abordagem de
procedência ou localização do objeto descrito. qualquer aspecto de caráter geral.
- Desenvolvimento: análise das características físicas,
- Desenvolvimento: detalhes (lª parte) - formato (com-
associadas às características psicológicas (1ª parte).
paração com figuras geométricas e com objetos semelhan-
- Desenvolvimento: análise das características físicas,
tes); dimensões (largura, comprimento, altura, diâmetro associadas às características psicológicas (2ª parte).
etc.) - Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de
- Desenvolvimento: detalhes (2ª parte) - material, peso, caráter geral.
cor/brilho, textura.
- Conclusão: observações de caráter geral referentes a A descrição, ao contrário da narrativa, não supõe ação.
sua utilidade ou qualquer outro comentário que envolva o É uma estrutura pictórica, em que os aspectos sensoriais
objeto como um todo. predominam. Porque toda técnica descritiva implica con-
Descrição de objetos constituídos por várias partes: templação e apreensão de algo objetivo ou subjetivo, o
- Introdução: observações de caráter geral referentes à redator, ao descrever, precisa possuir certo grau de sensi-
procedência ou localização do objeto descrito. bilidade. Assim como o pintor capta o mundo exterior ou
- Desenvolvimento: enumeração e rápidos comentá- interior em suas telas, o autor de uma descrição focaliza
rios das partes que compõem o objeto, associados à expli- cenas ou imagens, conforme o permita sua sensibilidade.
cação de como as partes se agrupam para formar o todo.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Conforme o objetivo a alcançar, a descrição pode ser tes à vontade e às paixões do amo. Tendo à sua disposição
não-literária ou literária. Na descrição não-literária, há todos os cargos, conservam-se no poder esses ministros
maior preocupação com a exatidão dos detalhes e a pre- subordinando a maioria do senado, ou grande conselho,
cisão vocabular. Por ser objetiva, há predominância da de- e, afinal, por via de um expediente chamado anistia (cuja
notação. natureza lhe expliquei), garantem-se contra futuras pres-
tações de contas e retiram-se da vida pública carregados
Textos descritivos não-literários: A descrição técnica com os despojos da nação.
é um tipo de descrição objetiva: ela recria o objeto usan- Jonathan Swift. Viagens de Gulliver.
do uma linguagem científica, precisa. Esse tipo de texto é São Paulo, Abril Cultural, 1979, p. 234-235.
usado para descrever aparelhos, o seu funcionamento, as
peças que os compõem, para descrever experiências, pro- Esse texto explica os três métodos pelos quais um ho-
cessos, etc. Exemplo: mem chega a ser primeiro-ministro, aconselha o príncipe
discreto a escolhê-lo entre os que clamam contra a cor-
Folheto de propaganda de carro rupção na corte e justifica esse conselho. Observe-se que:
- o texto é temático, pois analisa e interpreta a realida-
Conforto interno - É impossível falar de conforto sem de com conceitos abstratos e genéricos (não se fala de um
incluir o espaço interno. Os seus interiores são amplos, homem particular e do que faz para chegar a ser primeiro-
acomodando tranquilamente passageiros e bagagens. O ministro, mas do homem em geral e de todos os métodos
Passat e o Passat Variant possuem direção hidráulica e ar para atingir o poder);
condicionado de elevada capacidade, proporcionando a - existe mudança de situação no texto (por exemplo, a
climatização perfeita do ambiente. mudança de atitude dos que clamam contra a corrupção da
Porta-malas - O compartimento de bagagens possui corte no momento em que se tornam primeiros-ministros);
capacidade de 465 litros, que pode ser ampliada para até - a progressão temporal dos enunciados não tem im-
1500 litros, com o encosto do banco traseiro rebaixado. portância, pois o que importa é a relação de implicação
Tanque - O tanque de combustível é confeccionado em (clamar contra a corrupção da corte implica ser corrupto
plástico reciclável e posicionado entre as rodas traseiras, depois da nomeação para primeiro-ministro).
para evitar a deformação em caso de colisão.
Características:
Textos descritivos literários: Na descrição literária
- ao contrário do texto narrativo e do descritivo, ele é
predomina o aspecto subjetivo, com ênfase no conjunto
temático;
de associações conotativas que podem ser exploradas a
- como o texto narrativo, ele mostra mudanças de si-
partir de descrições de pessoas; cenários, paisagens, espa-
tuação;
ço; ambientes; situações e coisas. Vale lembrar que textos
- ao contrário do texto narrativo, nele as relações de
descritivos também podem ocorrer tanto em prosa como
anterioridade e de posterioridade dos enunciados não têm
em verso.
maior importância - o que importa são suas relações ló-
gicas: analogia, pertinência, causalidade, coexistência, cor-
Dissertação respondência, implicação, etc.
- a estética e a gramática são comuns a todos os tipos
A dissertação é uma exposição, discussão ou interpre- de redação. Já a estrutura, o conteúdo e a estilística pos-
tação de uma determinada ideia. É, sobretudo, analisar al- suem características próprias a cada tipo de texto.
gum tema. Pressupõe um exame crítico do assunto, lógica,
raciocínio, clareza, coerência, objetividade na exposição, São partes da dissertação: Introdução / Desenvolvi-
um planejamento de trabalho e uma habilidade de expres- mento / Conclusão.
são. É em função da capacidade crítica que se questionam
pontos da realidade social, histórica e psicológica do mun- Introdução: em que se apresenta o assunto; se apre-
do e dos semelhantes. Vemos também, que a dissertação senta a ideia principal, sem, no entanto, antecipar seu de-
no seu significado diz respeito a um tipo de texto em que senvolvimento. Tipos:
a exposição de uma ideia, através de argumentos, é feita
com a finalidade de desenvolver um conteúdo científico, - Divisão: quando há dois ou mais termos a serem dis-
doutrinário ou artístico. Exemplo: cutidos. Ex: “Cada criatura humana traz duas almas consi-
go: uma que olha de dentro para fora, outra que olha de
Há três métodos pelos quais pode um homem chegar fora para dentro...”
a ser primeiro-ministro. O primeiro é saber, com prudência, - Alusão Histórica: um fato passado que se relaciona
como servir-se de uma pessoa, de uma filha ou de uma a um fato presente. Ex: “A crise econômica que teve início
irmã; o segundo, como trair ou solapar os predecessores; e no começo dos anos 80, com os conhecidos altos índices
o terceiro, como clamar, com zelo furioso, contra a corrup- de inflação que a década colecionou, agravou vários dos
ção da corte. Mas um príncipe discreto prefere nomear os históricos problemas sociais do país. Entre eles, a violência,
que se valem do último desses métodos, pois os tais faná- principalmente a urbana, cuja escalada tem sido facilmente
ticos sempre se revelam os mais obsequiosos e subservien- identificada pela população brasileira.”
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Proposição: o autor explicita seus objetivos. - Hipótese: antecipa uma previsão, apontando para
- Convite: proposta ao leitor para que participe de al- prováveis resultados.
guma coisa apresentada no texto. Ex: Você quer estar “na - Interrogação: Toda sucessão de interrogações deve
sua”? Quer se sentir seguro, ter o sucesso pretendido? Não apresentar questionamento e reflexão.
entre pelo cano! Faça parte desse time de vencedores des- - Refutação: questiona-se praticamente tudo: concei-
de a escolha desse momento! tos, valores, juízos.
- Contestação: contestar uma idéia ou uma situação. - Causa e Consequência: estruturar o texto através
Ex: “É importante que o cidadão saiba que portar arma de dos porquês de uma determinada situação.
fogo não é a solução no combate à insegurança.” - Oposição: abordar um assunto de forma dialética.
- Características: caracterização de espaços ou aspec- - Exemplificação: dar exemplos.
tos.
- Estatísticas: apresentação de dados estatísticos. Ex:
Conclusão: é uma avaliação final do assunto, um fe-
“Em 1982, eram 15,8 milhões os domicílios brasileiros com
chamento integrado de tudo que se argumentou. Para ela
televisores. Hoje, são 34 milhões (o sexto maior parque
de aparelhos receptores instalados do mundo). Ao todo, convergem todas as ideias anteriormente desenvolvidas.
existem no país 257 emissoras (aquelas capazes de gerar
programas) e 2.624 repetidoras (que apenas retransmitem - Conclusão Fechada: recupera a ideia da tese.
sinais recebidos). (...)” - Conclusão Aberta: levanta uma hipótese, projeta um
- Declaração Inicial: emitir um conceito sobre um fato. pensamento ou faz uma proposta, incentivando a reflexão
- Citação: opinião de alguém de destaque sobre o as- de quem lê.
sunto do texto. Ex: “A principal característica do déspota
encontra-se no fato de ser ele o autor único e exclusivo das Exemplo:
normas e das regras que definem a vida familiar, isto é, o
espaço privado. Seu poder, escreve Aristóteles, é arbitrário, Direito de Trabalho
pois decorre exclusivamente de sua vontade, de seu prazer
e de suas necessidades.” Com a queda do feudalismo no século XV, nasce um
- Definição: desenvolve-se pela explicação dos termos novo modelo econômico: o capitalismo, que até o século
que compõem o texto. XX agia por meio da inclusão de trabalhadores e hoje pas-
- Interrogação: questionamento. Ex: “Volta e meia se sou a agir por meio da exclusão. (A)
faz a pergunta de praxe: afinal de contas, todo esse entu- A tendência do mundo contemporâneo é tornar todo
siasmo pelo futebol não é uma prova de alienação?”
o trabalho automático, devido à evolução tecnológica e a
- Suspense: alguma informação que faça aumentar a
necessidade de qualificação cada vez maior, o que provoca
curiosidade do leitor.
- Comparação: social e geográfica. o desemprego. Outro fator que também leva ao desempre-
- Enumeração: enumerar as informações. Ex: “Ação à go de um sem número de trabalhadores é a contenção de
distância, velocidade, comunicação, linha de montagem, despesas, de gastos. (B)
triunfo das massas, Holocausto: através das metáforas e Segundo a Constituição, “preocupada” com essa cri-
das realidades que marcaram esses 100 últimos anos, apa- se social que provém dessa automatização e qualificação,
rece a verdadeira doença do século...” obriga que seja feita uma lei, em que será dada absoluta
- Narração: narrar um fato. garantia aos trabalhadores, de que, mesmo que as empre-
sas sejam automatizadas, não perderão eles seu mercado
Desenvolvimento: é a argumentação da ideia inicial, de trabalho. (C)
de forma organizada e progressiva. É a parte maior e mais Não é uma utopia?!
importante do texto. Podem ser desenvolvidos de várias Um exemplo vivo são os bóias-frias que trabalham na
formas: colheita da cana de açúcar que devido ao avanço tecnoló-
gico e a lei do governador Geraldo Alkmin, defendendo o
- Trajetória Histórica: cultura geral é o que se prova meio ambiente, proibindo a queima da cana de açúcar para
com este tipo de abordagem. a colheita e substituindo-os então pelas máquinas, desem-
- Definição: não basta citar, mas é preciso desdobrar prega milhares deles. (D)
a idéia principal ao máximo, esclarecendo o conceito ou a
Em troca os sindicatos dos trabalhadores rurais dão
definição.
cursos de cabeleleiro, marcenaria, eletricista, para não per-
- Comparação: estabelecer analogias, confrontar si-
derem o mercado de trabalho, aumentando, com isso, a
tuações distintas.
- Bilateralidade: quando o tema proposto apresenta classe de trabalhos informais.
pontos favoráveis e desfavoráveis. Como ficam então aqueles trabalhadores que passa-
- Ilustração Narrativa ou Descritiva: narrar um fato ram à vida estudando, se especializando, para se diferen-
ou descrever uma cena. ciarem e ainda estão desempregados?, como vimos no úl-
- Cifras e Dados Estatísticos: citar cifras e dados es- timo concurso da prefeitura do Rio de Janeiro para “gari”,
tatísticos. havia até advogado na fila de inscrição. (E)
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LÍNGUA PORTUGUESA
Já que a Constituição dita seu valor ao social que todos - a linguagem deve ser objetiva, denotativa; qualquer
têm o direito de trabalho, cabe aos governantes desse país, ambiguidade pode ser um ponto vulnerável na demonstra-
que almeja um futuro brilhante, deter, com urgência esse ção do que se quer expor. Deve ser clara, precisa, natural,
processo de desníveis gritantes e criar soluções eficazes original, nobre, correta gramaticalmente. O discurso deve
para combater a crise generalizada (F), pois a uma nação ser impessoal (evitar-se o uso da primeira pessoa).
doente, miserável e desigual, não compete a tão sonhada
modernidade. (G) O parágrafo é a unidade mínima do texto e deve apre-
sentar: uma frase contendo a ideia principal (frase nuclear)
1º Parágrafo – Introdução e uma ou mais frases que explicitem tal ideia.
Exemplo: “A televisão mostra uma realidade idealizada
A. Tema: Desemprego no Brasil. (ideia central) porque oculta os problemas sociais realmen-
Contextualização: decorrência de um processo histó- te graves. (ideia secundária)”.
rico problemático. Vejamos:
Ideia central: A poluição atmosférica deve ser comba-
tida urgentemente.
2º ao 6º Parágrafo – Desenvolvimento
Desenvolvimento: A poluição atmosférica deve ser
B. Argumento 1: Exploram-se dados da realidade que combatida urgentemente, pois a alta concentração de ele-
remetem a uma análise do tema em questão. mentos tóxicos põe em risco a vida de milhares de pessoas,
C. Argumento 2: Considerações a respeito de outro sobretudo daquelas que sofrem de problemas respirató-
dado da realidade. rios:
D. Argumento 3: Coloca-se sob suspeita a sinceridade
de quem propõe soluções. - A propaganda intensiva de cigarros e bebidas tem
E. Argumento 4: Uso do raciocínio lógico de oposição. levado muita gente ao vício.
- A televisão é um dos mais eficazes meios de comuni-
7º Parágrafo: Conclusão cação criados pelo homem.
F. Uma possível solução é apresentada. - A violência tem aumentado assustadoramente nas ci-
G. O texto conclui que desigualdade não se casa com dades e hoje parece claro que esse problema não pode ser
modernidade. resolvido apenas pela polícia.
- O diálogo entre pais e filhos parece estar em crise
É bom lembrarmos que é praticamente impossível opi- atualmente.
nar sobre o que não se conhece. A leitura de bons textos - O problema dos sem-terra preocupa cada vez mais a
é um dos recursos que permite uma segurança maior no sociedade brasileira.
momento de dissertar sobre algum assunto. Debater e pes-
quisar são atitudes que favorecem o senso crítico, essencial O parágrafo pode processar-se de diferentes maneiras:
no desenvolvimento de um texto dissertativo.
Enumeração: Caracteriza-se pela exposição de uma
Ainda temos: série de coisas, uma a uma. Presta-se bem à indicação de
características, funções, processos, situações, sempre ofe-
Tema: compreende o assunto proposto para discus- recendo o complemente necessário à afirmação estabele-
cida na frase nuclear. Pode-se enumerar, seguindo-se os
são, o assunto que vai ser abordado.
critérios de importância, preferência, classificação ou alea-
Título: palavra ou expressão que sintetiza o conteúdo
toriamente.
discutido.
Exemplo:
Argumentação: é um conjunto de procedimentos lin-
guísticos com os quais a pessoa que escreve sustenta suas 1- O adolescente moderno está se tornando obeso por
opiniões, de forma a torná-las aceitáveis pelo leitor. É for- várias causas: alimentação inadequada, falta de exercícios
necer argumentos, ou seja, razões a favor ou contra uma sistemáticos e demasiada permanência diante de compu-
determinada tese. tadores e aparelhos de Televisão.
Estes assuntos serão vistos com mais afinco posterior-
mente. 2- Devido à expansão das igrejas evangélicas, é gran-
de o número de emissoras que dedicam parte da sua pro-
Alguns pontos essenciais desse tipo de texto são: gramação à veiculação de programas religiosos de crenças
variadas.
- toda dissertação é uma demonstração, daí a necessi-
dade de pleno domínio do assunto e habilidade de argu- 3-
mentação; - A Santa Missa em seu lar.
- em consequência disso, impõem-se à fidelidade ao - Terço Bizantino.
tema; - Despertar da Fé.
- a coerência é tida como regra de ouro da dissertação; - Palavra de Vida.
- impõem-se sempre o raciocínio lógico; - Igreja da Graça no Lar.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Causa e Consequência: A frase nuclear, muitas vezes, A estrutura do texto dissertativo constitui-se de:
encontra no seu desenvolvimento um segmento causal
(fato motivador) e, em outras situações, um segmento in- Introdução: deve conter a ideia principal a ser desen-
dicando consequências (fatos decorrentes). volvida (geralmente um ou dois parágrafos). É a abertura
Exemplos: do texto, por isso é fundamental. Deve ser clara e chamar
a atenção para dois itens básicos: os objetivos do texto e o
- O homem, dia a dia, perde a dimensão de humanida- plano do desenvolvimento. Contém a proposição do tema,
de que abriga em si, porque os seus olhos teimam apenas seus limites, ângulo de análise e a hipótese ou a tese a ser
em ver as coisas imediatistas e lucrativas que o rodeiam. defendida.
Desenvolvimento: exposição de elementos que vão
- O espírito competitivo foi excessivamente exercido fundamentar a ideia principal que pode vir especificada
entre nós, de modo que hoje somos obrigados a viver através da argumentação, de pormenores, da ilustração, da
numa sociedade fria e inamistosa. causa e da consequência, das definições, dos dados esta-
tísticos, da ordenação cronológica, da interrogação e da
Tempo e Espaço: Muitos parágrafos dissertativos mar- citação. No desenvolvimento são usados tantos parágrafos
cam temporal e espacialmente a evolução de ideias, pro- quantos forem necessários para a completa exposição da
cessos. ideia. E esses parágrafos podem ser estruturados das cinco
Exemplos: maneiras expostas acima.
Conclusão: é a retomada da ideia principal, que ago-
Tempo - A comunicação de massas é resultado de uma ra deve aparecer de forma muito mais convincente, uma
lenta evolução. Primeiro, o homem aprendeu a grunhir. De- vez que já foi fundamentada durante o desenvolvimento
pois deu um significado a cada grunhido. Muito depois, da dissertação (um parágrafo). Deve, pois, conter de forma
inventou a escrita e só muitos séculos mais tarde é que sintética, o objetivo proposto na instrução, a confirmação
passou à comunicação de massa. da hipótese ou da tese, acrescida da argumentação básica
Espaço - O solo é influenciado pelo clima. Nos climas empregada no desenvolvimento.
úmidos, os solos são profundos. Existe nessas regiões uma
forte decomposição de rochas, isto é, uma forte transfor- Texto Argumentativo
mação da rocha em terra pela umidade e calor. Nas regiões
temperadas e ainda nas mais frias, a camada do solo é pou- Texto Argumentativo é o texto em que defendemos
co profunda. (Melhem Adas) uma ideia, opinião ou ponto de vista, uma tese, procuran-
do (por todos os meios) fazer com que nosso ouvinte/leitor
Explicitação: Num parágrafo dissertativo pode-se aceite-a, creia nela. Num texto argumentativo, distinguem-
conceituar, exemplificar e aclarar as ideias para torná-las se três componentes: a tese, os argumentos e as estraté-
mais compreensíveis. gias argumentativas.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Tese, ou proposição, é a ideia que defendemos, neces- de gramáticos, roedores que ratais na musa de outrem, es-
sariamente polêmica, pois a argumentação implica diver- túpidas lagartas que sujais as grandes obras, ó flagelo dos
gência de opinião. poetas que mergulhais o espírito das crianças na escuridão,
Argumento tem uma origem curiosa: vem do latim Ar- ide para o diabo, percevejos que devorais os versos belos”.
gumentum, que tem o tema ARGU, cujo sentido primeiro Na atualidade, é grande o número de educadores, filó-
é “fazer brilhar”, “iluminar”, a mesma raiz de “argênteo”, logos e linguistas de reconhecido saber que negam a rela-
“argúcia”, “arguto”. Os argumentos de um texto são facil- ção entre o estudo intencional da gramática e a melhora do
mente localizados: identificada a tese, faz-se a pergunta desempenho linguístico do usuário. Entre esses especialis-
por quê? Exemplo: o autor é contra a pena de morte (tese). tas, deve-se mencionar o nome do Prof. Celso Pedro Luft
Por que... (argumentos). com sus obra “Língua e liberdade: por uma nova concepção
Estratégias argumentativas são todos os recursos de língua materna e seu ensino” (L&PM, 1995). Com efeito,
(verbais e não-verbais) utilizados para envolver o leitor/ou- o velho pesquisar apaixonado pelos problemas da língua,
vinte, para impressioná-lo, para convencê-lo melhor, para teórico de espírito lúcido e de larga formação linguística,
persuadi-lo mais facilmente, para gerar credibilidade, etc. reúne numa mesma obra convincente fundamentação para
seu combate veemente contra o ensino da gramática em
A Estrutura de um Texto Argumentativo
sala de aula. Por oportuno, uma citação apenas:
“Quem sabe, lendo este livro muitos professores talvez
A argumentação Formal
abandonem a superstição da teoria gramatical, desistindo
A nomenclatura é de Othon Garcia, em sua obra “Co- de querer ensinar a língua por definições, classificações,
municação em Prosa Moderna”. O autor, na mencionada análises inconsistentes e precárias hauridas em gramáticas.
obra, apresenta o seguinte plano-padrão para o que cha- Já seria um grande benefício”.
ma de argumentação formal: Deixando-se de lado a perspectiva teórica do Mestre,
Proposição (tese): afirmativa suficientemente definida acima referida suponha-se que se deva recuperar linguisti-
e limitada; não deve conter em si mesma nenhum argu- camente um jovem estudante universitário cujo texto apre-
mento. sente preocupantes problemas de concordância, regência,
Análise da proposição ou tese: definição do sentido colocação, ortografia, pontuação, adequação vocabular,
da proposição ou de alguns de seus termos, a fim de evitar coesão, coerência, informatividade, entre outros. E, esti-
mal-entendidos. mando-lhe melhoras, lhe fosse dada uma gramática que
Formulação de argumentos: fatos, exemplos, dados ele passaria a estudar: que é fonética? Que é fonologia?
estatísticos, testemunhos, etc. Que é fonemas? Morfema? Qual é coletivo de borboleta?
Conclusão. O feminino de cupim? Como se chama quem nasce na
Província de Entre-Douro-e-Minho? Que é oração subor-
Observe o texto a seguir, que contém os elementos re- dinada adverbial concessiva reduzida de gerúndio? E de-
feridos do plano-padrão da argumentação formal. corasse regras de ortografia, fizesse lista de homônimos,
parônimos, de verbos irregulares... e estudasse o plural de
Gramática e desempenho Linguístico compostos, todas regras de concordância, regências... os
casos de próclise, mesóclise e ênclise. E que, ao cabo de
Pretende-se demonstrar no presente artigo que o es- todo esse processo, se voltasse a examinar o desempenho
tudo intencional da gramática não traz benefícios signifi- do jovem estudante na produção de um texto. A melhora
cativos para o desempenho linguístico dos utentes de uma seria, indubitavelmente, pouco significativa; uma pequena
língua. melhora, talvez, na gramática da frase, mas o problema de
Por “estudo intencional da gramática” entende-se o coesão, de coerência, de informatividade - quem sabe os
estudo de definições, classificações e nomenclatura; a rea-
mais graves - haveriam de continuar. Quanto mais não seja
lização de análises (fonológica, morfológica, sintática); a
porque a gramática tradicional não dá conta dos mecanis-
memorização de regras (de concordância, regência e colo-
mos que presidem à construção do texto.
cação) - para citar algumas áreas. O “desempenho linguís-
Poder-se-á objetar que a ilustração de há pouco é ape-
tico”, por outro lado, é expressão técnica definida como
sendo o processo de atualização da competência na pro- nas hipotética e que, por isso, um argumento de pouco
dução e interpretação de enunciados; dito de maneira mais valor. Contra argumentar-se-ia dizendo que situação como
simples, é o que se fala, é o que se escreve em condições essa ocorre de fato na prática. Na verdade, todo o ensino
reais de comunicação. de 1° e 2° graus é gramaticalista, descritivista, definitório,
A polêmica pró-gramática x contra gramática é bem classificatório, nomenclaturista, prescritivista, teórico. O re-
antiga; na verdade, surgiu com os gregos, quando surgi- sultado? Aí estão as estatísticas dos vestibulares. Valendo
ram as primeiras gramáticas. Definida como “arte”, “arte 40 pontos a prova de redação, os escores foram estes no
de escrever”, percebe-se que subjaz à definição a ideia da vestibular 1996/1, na PUC-RS: nota zero: 10% dos candida-
sua importância para a prática da língua. São da mesma tos, nota 01: 30%; nota 02: 40%; nota 03: 15%; nota 04: 5%.
época também as primeiras críticas, como se pode ler em Ou seja, apenas 20% dos candidatos escreveram um texto
Apolônio de Rodes, poeta Alexandrino do séc. II a.C.: “Raça que pode ser considerado bom.
43
LÍNGUA PORTUGUESA
Finalmente pode-se invocar mais um argumento, lem- Considerações sobre justiça e equidade
brando que são os gramáticos, os linguistas - como es-
pecialistas das línguas - as pessoas que conhecem mais a Hoje, floresce cada vez mais, no mundo jurídico a aca-
fundo a estrutura e o funcionamento dos códigos linguís- dêmico nacional, a ideia de que o julgador, ao apreciar os
ticos. Que se esperaria, de fato, se houvesse significativa caos concretos que são apresentados perante os tribunais,
influência do conhecimento teórico da língua sobre o de- deve nortear o seu proceder mais por critérios de justiça e
sempenho? A resposta é óbvia: os gramáticos e os linguis- equidade e menos por razões de estrita legalidade, no in-
tas seriam sempre os melhores escritores. Como na prática tuito de alcançar, sempre, o escopo da real pacificação dos
isso realmente não acontece, fica provada uma vez mais a conflitos submetidos à sua apreciação.
tese que se vem defendendo. Semelhante entendimento tem sido sistematicamente
Vale também o raciocínio inverso: se a relação fosse reiterado, na atualidade, ao ponto de inúmeros magistra-
significativa, deveriam os melhores escritores conhecer - dos simplesmente desprezarem ou desconsiderarem de-
teoricamente - a língua em profundidade. Isso, no entan- terminados preceitos de lei, fulminando ditos dilemas le-
to, não se confirma na realidade: Monteiro Lobato, quan- gais sob a pecha de injustiça ou inadequação à realidade
do estudante, foi reprovado em língua portuguesa (muito nacional.
provavelmente por desconhecer teoria gramatical); Macha- Abstraída qualquer pretensão de crítica ou censura
do de Assis, ao folhar uma gramática declarou que nada pessoal aos insignes juízes que se filiam a esta corrente,
havia entendido; dificilmente um Luis Fernando Veríssimo alguns dos quais reconhecidos como dos mais brilhantes
saberia o que é um morfema; nem é de se crer que todos do país, não nos furtamos, todavia, de tecer breves consi-
os nossos bons escritores seriam aprovados num teste de derações sobre os perigos da generalização desse enten-
Português à maneira tradicional (e, no entanto eles são os dimento.
senhores da língua!). Primeiro, porque o mesmo, além de violar os preceitos
Portanto, não há como salvar o ensino da língua, como dos arts. 126 e 127 do CPC, atenta de forma direta e frontal
recuperar linguisticamente os alunos, como promover um contra os princípios da legalidade e da separação de pode-
melhor desempenho linguístico mediante o ensino-estudo res, esteio no qual se assenta toda e qualquer ideia de de-
da teoria gramatical. O caminho é seguramente outro. mocracia ou limitação de atribuições dos órgãos do Estado.
Gilberto Scarton Isso é o que salientou, e com a costumeira maestria, o
insuperável José Alberto dos Reis, o maior processualista
Eis o esquema do texto em seus quatro estágios: português, ao afirmar que: “O magistrado não pode so-
Primeiro Estágio: primeiro parágrafo, em que se brepor os seus próprios juízos de valor aos que estão en-
enuncia claramente a tese a ser defendida. carnados na lei. Não o pode fazer quando o caso se acha
Segundo Estágio: segundo parágrafo, em que se de- previsto legalmente, não o pode fazer mesmo quando o
finem as expressões “estudo intencional da gramática” e caso é omisso”.
“desempenho lingüístico”, citadas na tese. Aceitar tal aberração seria o mesmo que ferir de morte
Terceiro Estágio: terceiro, quarto, quinto, sexto, sétimo qualquer espécie de legalidade ou garantia de soberania
e oitavo parágrafos, em que se apresentam os argumentos. popular proveniente dos parlamentos, até porque, na lúci-
- Terceiro parágrafo: parágrafo introdutório à argu- da visão desse mesmo processualista, o juiz estaria, nessa
mentação. situação, se arvorando, de forma absolutamente espúria,
- Quarto parágrafo: argumento de autoridade. na condição de legislador.
- Quinto parágrafo: argumento com base em ilustração A esta altura, adotando tal entendimento, estaria insti-
hipotética. tucionalizada a insegurança social, sendo que não haveria
- Sexto parágrafo: argumento com base em dados es- mais qualquer garantia, na medida em que tudo estaria ao
tatísticos. sabor dos humores e amores do juiz de plantão.
- Sétimo e oitavo parágrafo: argumento com base em De nada adiantariam as eleições, eis que os represen-
fatos. tantes indicados pelo povo não poderiam se valer de sua
Quarto Estágio: último parágrafo, em que se apresen- maior atribuição, ou seja, a prerrogativa de editar as leis.
ta a conclusão. Desapareceriam também os juízes de conveniência e
oportunidade política típicos dessas casas legislativas, na
A Argumentação Informal medida em que sempre poderiam ser afastados por uma
A nomenclatura também é de Othon Garcia, na obra já esfera revisora excepcional.
referida. A argumentação informal apresenta os seguintes A própria independência do parlamento sucumbiria in-
estágios: tegralmente frente à possibilidade de inobservância e des-
- Citação da tese adversária. consideração de suas deliberações.
- Argumentos da tese adversária. Ou seja, nada restaria, de cunho democrático, em nos-
- Introdução da tese a ser defendida. sa civilização.
- Argumentos da tese a ser defendida. Já o Poder Judiciário, a quem legitimamente compete
- Conclusão. fiscalizar a constitucionalidade e legalidade dos atos dos
demais poderes do Estado, praticamente aniquilaria as
Observe o texto exemplar de Luís Alberto Thompson atribuições destes, ditando a eles, a todo momento, como
Flores Lenz, Promotor de Justiça. proceder.
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Nada mais é preciso dizer para demonstrar o desacerto Texto Injuntivo - A necessidade de explicar e orien-
dessa concepção. tar por escrito o modo de realizar determinados procedi-
Entretanto, a defesa desse entendimento demonstra, mentos, manipular instrumentos, desenvolver atividades
sem sombra de dúvidas, o desconhecimento do próprio lúdicas e desempenhar algumas funções profissionais, por
conceito de justiça, incorrendo inclusive numa contradictio exemplo, deu origem aos chamados textos injuntivos, nos
in adjecto. quais prevalece a função apelativa da linguagem, criando-
Isto porque, e como magistralmente o salientou o in- se uma relação direta com o receptor. É comum aos textos
superável Calamandrei, “a justiça que o juiz administra é, dessa natureza o uso dos verbos no imperativo (Abra o ca-
no sistema da legalidade, a justiça em sentido jurídico, isto derno de questões) ou no infinitivo (É preciso abrir o cader-
é, no sentido mais apertado, mas menos incerto, da confor- no de questões, verificar o número de alternativas...). Não
midade com o direito constituído, independentemente da apresenta caráter coercitivo, haja vista que apenas induz
correspondente com a justiça social”. o interlocutor a proceder desta ou daquela forma. Assim,
Para encerrar, basta salientar que a eleição dos meios torna-se possível substituir um determinado procedimento
concretos de efetivação da Justiça social compete, funda- em função de outro, como é o caso do que ocorre com
mentalmente, ao Legislativo e ao Executivo, eis que seus os ingredientes de uma receita culinária, por exemplo. São
membros são indicados diretamente pelo povo. exemplos dessa modalidade:
Ao Judiciário cabe administrar a justiça da legalidade, - A mensagem revelada pela maioria dos livros de au-
adequando o proceder daqueles aos ditames da Constitui- toajuda;
ção e da Legislação. - O discurso manifestado mediante um manual de ins-
Luís Alberto Thompson Flores Lenz truções;
- As instruções materializadas por meio de uma receita
Eis o esquema do texto em seus cinco estágios; culinária.
Primeiro Estágio: primeiro parágrafo, em que se cita Texto Instrucional - o texto instrucional é um tipo de
a tese adversária. texto injuntivo, didático, que tem por objetivo justamen-
Segundo Estágio: segundo parágrafo, em que se cita te apresentar orientações ao receptor para que ele realize
um argumento da tese adversária “... fulminando ditos dile- determinada atividade. Como as palavras do texto serão
mas legais sob a pecha de injustiça ou inadequação à rea- transformadas em ações visando a um objetivo, ou seja,
algo deverá ser concretizado, é de suma importância que
lidade nacional”.
nele haja clareza e objetividade. Dependendo do que se
Terceiro Estágio: terceiro parágrafo, em que se intro-
trata, é imprescindível haver explicações ou enumerações
duz a tese a ser defendida.
em que estejam elencados os materiais a serem utilizados,
Quarto Estágio: do quarto ao décimo quinto, em que
bem como os itens de determinados objetos que serão
se apresentam os argumentos.
manipulados. Por conta dessas características, é necessário
Quinto Estágio: os últimos dois parágrafos, em que
um título objetivo. Quanto à pontuação, frequentemente
se conclui o texto mediante afirmação que salienta o que empregam-se dois pontos, vírgulas e pontos e vírgulas. É
ficou dito ao longo da argumentação. possível separar as orientações por itens ou de modo coe-
so, por meio de períodos. Alguns textos instrucionais pos-
Texto Injuntivo/Instrucional suem subtítulos separando em tópicos as instruções, basta
reparar nas bulas de remédios, manuais de instruções e
No texto injuntivo-instrucional, o leitor recebe orien- receitas. Pelo fato de o espaço destinado aos textos instru-
tações precisas no sentido de efetuar uma transformação. cionais geralmente não ser muito extenso, recomenda-se o
É marcado pela presença de tempos e modos verbais que uso de períodos. Leia os exemplos.
apresentam um valor diretivo. Este tipo de texto distingue-
se de uma sequencia narrativa pela ausência de um sujeito Texto organizado em itens:
responsável pelas ações a praticar e pelo caráter diretivo
dos tempos e modos verbais usado e uma sequência des- Para economizar nas compras
critiva pela transformação desejada.
Nota: Uma frase injuntiva é uma frase que exprime Quem deseja economizar ao comprar deve:
uma ordem, dada ao locutor, para executar (ou não exe- - estabelecer um valor máximo para gastar;
cutar) tal ou tal ação. As formas verbais específicas destas - escolher previamente aquilo que deseja comprar an-
frases estão no modo injuntivo e o imperativo é uma das tes de ir à loja ou entrar em sites de compra;
formas do injuntivo. - pesquisar os preços em diferentes lojas e sites, se
possível;
Textos Injuntivo-Instrucionais: Instruções de monta- - não se deixar levar completamente pelas sugestões
gem, receitas, horóscopos, provérbios, slogans... são textos dos vendedores nem pelos apelos das propagandas;
que incitam à ação, impõem regras; textos que fornecem - optar pela forma de pagamento mais cômoda, sem
instruções. São orientados para um comportamento futuro se esquecer de que o uso do cartão de crédito exige certa
do destinatário. cautela e planejamento.
Do mais, é só ir às compras e aproveitar!
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LÍNGUA PORTUGUESA
“Retomada das rédeas da programação.” O mau emprego dos pronomes relativos também pode
Retomada das rédeas dos meios de comunicação, no levar à falta de coesão gramatical. Frequentemente, em-
que diz respeito à programação. = correta prega-se no qual ou ao qual em lugar do que, com prejuízo
da clareza do texto; outras vezes, o emprego é desnecessá-
O emprego de vocabulário inadequado prejudica mui- rio ou inadequado.
tas vezes a compreensão das ideias. É importante, ao redi- “Pela manhã o carteiro chegou com um envelope para
gir, empregar palavras cujo significado seja conhecido pelo mim no qual estava sem remetente”. (Chegou com um en-
enunciador, e cujo emprego faça parte de seus conheci- velope que (o qual) estava sem remetente).
mentos linguísticos. Muitas vezes, quem redige conhece o
significado de determinada palavra, mas não sabe empre- “Encontrei apenas belas palavras o qual não duvido da
gá-la adequadamente, isso ocorre frequentemente com o sensibilidade...”
emprego dos conectivos (preposições e conjunções). Não Encontrei belas palavras e não duvido da sensibilidade
basta saber que as preposições ligam nomes ou sintagmas delas (palavras cheias de sensibilidade).
nominais no interior das frases e que as conjunções ligam
Para evitar a falta de coerência e coesão na articulação
frases dentro do período; é necessário empregar adequa-
das frases, aconselha-se levar em conta as seguintes suges-
damente tanto umas como outras. É bem verdade que, na
tões para o emprego correto dos articuladores sintáticos
maioria das vezes, o emprego inadequado dos conectivos (conjunções, preposições, locuções prepositivas e locuções
remete aos problemas de regência verbal e nominal. conjuntivas).
Exemplos: - Para dar ideia de oposição ou contradição, a articu-
lação sintática faz-se por meio de conjunções adversativas:
“Estar inteirada com os fatos” significa participação, in- mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto. Po-
teração. dem também ser empregadas as conjunções concessivas
“Estar inteirada dos fatos” significa ter conhecimento e locuções prepositivas para introduzir a ideia de oposição
dos fatos, estar informada. aliada à concessão: embora, ou muito embora, apesar de,
ainda que, conquanto, posto que, a despeito de, não obs-
“Ir de encontro” significa divergir, não concordar. tante.
“Ir ao encontro” quer dizer concordar. - A articulação sintática de causa pode ser feita por
meio de conjunções e locuções conjuntivas: pois, porque,
“Ameaça de liberdade de expressão e transmissão de como, por isso que, visto que, uma vez que, já que. Também
ideias” significa a liberdade não é ameaça; podem ser empregadas as preposições e locuções preposi-
“Ameaça à liberdade de expressão e transmissão de tivas: por, por causa de, em vista de, em virtude de, devido a,
ideias”, isto é, a liberdade fica ameaçada. em consequência de, por motivo de, por razões de.
- O principal articulador sintático de condição é o “se”:
Quanto à regência verbal, convém sempre consul- Se o time ganhar esse jogo, será campeão. Pode-se também
tar um dicionário de verbos, pois muitos deles admitem expressar condição pelo emprego dos conectivos: caso,
duas ou três regências diferentes; cada uma, porém, tem contanto que, desde que, a menos que, a não ser que.
um significado específico. Lembre-se, a propósito, de que - O emprego da preposição “para” é a maneira mais
as dúvidas sobre o emprego da crase decorrem do fato comum de expressar finalidade. “É necessário baixar as ta-
de considerar-se crase como sinal de acentuação apenas, xas de juros para que a economia se estabilize” ou para a
quando o problema refere-se à regência nominal e verbal. economia estabilizar-se. “Teresa vai estudar bastante para
fazer boa prova.” Há outros articuladores que expressam
Exemplos:
finalidade: a fim de, com o propósito de, na finalidade de,
com a intenção de, com o objetivo de, com o fito de, com o
O verbo assistir admite duas regências:
intuito de.
assistir o/a (transitivo direto) significa dar ou prestar - A ideia de conclusão pode ser introduzida por meio
assistência (O médico assiste o doente): dos articuladores: assim, desse modo, então, logo, portanto,
Assistir ao (transitivo indireto): ser espectador (Assisti pois, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso.
ao jogo da seleção). Para introduzir mais um argumento a favor de determinada
conclusão emprega- -se ainda. Os articuladores aliás,
Pedir o =n(transitivo direto) significa solicitar, pleitear além do mais, além disso, além de tudo, introduzem um ar-
(Pedi o jornal do dia). gumento decisivo, cabal, apresentado como um acréscimo,
Pedir que =,contém uma ordem (A professora pediu para justificar de forma incontestável o argumento contrá-
que fizessem silêncio). rio.
Pedir para = pedir permissão (Pediu para sair da clas- - Para introduzir esclarecimentos, retificações ou de-
se); significa também pedir em favor de alguém (A Diretora senvolvimento do que foi dito empregam-se os articu-
pediu ajuda para os alunos carentes) em favor dos alunos, ladores: isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras. A
pedir algo a alguém (para si): (Pediu ao colega para ajudá conjunção aditiva “e” anuncia não a repetição, mas o de-
-lo); pode significar ainda exigir, reclamar (Os professores senvolvimento do discurso, pois acrescenta uma informa-
pedem aumento de salário). ção nova, um dado novo, e se não acrescentar nada, é pura
repetição e deve ser evitada.
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- Alguns articuladores servem para estabelecer uma futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicati-
gradação entre os correspondentes de determinada escala. vo: Se você fizer o dever, eu ficarei feliz.
No alto dessa escala acham-se: mesmo, até, até mesmo; no
plano mais baixo: ao menos, pelo menos, no mínimo. pretérito imperfeito do subjuntivo + futuro do pretérito
do indicativo: Se você fizesse o dever, eu leria suas respostas.
Correlação Verbal pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo +
futuro do pretérito composto do indicativo: Se você tivesse
Damos o nome de correlação verbal à coerência que, feito o dever, eu teria lido suas respostas.
em uma frase ou sequência de frases, deve haver entre as
formas verbais utilizadas. Ou seja, é preciso que haja articu- futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicati-
lação temporal entre os verbos, que eles se correspondam, vo: Quando você fizer o dever, dormirei.
de maneira a expressar as ideias com lógica. Tempos e mo-
dos verbais devem, portanto, combinar entre si. futuro do subjuntivo + futuro do presente composto
Vejamos este exemplo: do indicativo: Quando você fizer o dever, já terei dormido.
Seu eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderia a
Atividades
lição.
1-) (MPE/AM - AGENTE DE APOIO ADMINISTRATIVO
No caso, o verbo dormir está no pretérito imperfeito - FCC/2013) “Quando a gente entra nas serrarias, vê deze-
do subjuntivo. Sabemos que o subjuntivo expressa dúvi- nas de caminhões parados”, revelou o analista ambiental
da, incerteza, possibilidade, eventualidade. Assim, em que Geraldo Motta.
tempo o verbo aprender deve estar, de maneira a garantir Substituindo-se Quando por Se, os verbos sublinha-
que o período tenha lógica? dos devem sofrer as seguintes alterações:
Na frase, aprender é usado no futuro do pretérito (A) entrar − vira
(aprenderia), um tempo que expressa, dentre outras ideias, (B) entrava − tinha visto
uma afirmação condicionada (que depende de algo), quan- (C) entrasse − veria
do esta se refere a fatos que não se realizaram e que, pro- (D) entraria − veria
vavelmente, não se realizarão. O período, portanto, está (E) entrava − teria visto
correto, já que a ideia transmitida por dormisse é exata-
mente a de uma dúvida, a de uma possibilidade que não 2-) (UNESP/SP - ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRA-
temos certeza se ocorrerá. TIVO - VUNESP/2012) A correlação entre as formas verbais
Para tornar mais clara a questão, vejamos o mesmo está correta em:
exemplo, mas sem correlação verbal: (A) Se o consumo desnecessário vier a crescer, o pla-
Se eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderei a neta não resistiu.
lição. (B) Se todas as partes do mundo estiverem com alto
poder de consumo, o planeta em breve sofrerá um colapso.
Temos dormir no subjuntivo, novamente. Mas aprender (C) Caso todo prazer, como o da comida, o da bebida,
está conjugado no futuro do presente, um tempo verbal o do jogo, o do sexo e o do consumo não conhecesse dis-
que expressa, dentre outras ideias, fatos certos ou prová- torções patológicas, não haverá vícios.
veis. (D) Se os meios tecnológicos não tivessem se tornado
Ora, nesse caso não podemos dizer que jamais apren- tão eficientes, talvez as coisas não ficaram tão baratas.
(E) Se as pessoas não se propuserem a consumir cons-
deremos a lição, pois o ato de aprender está condiciona-
cientemente, a oferta de produtos supérfluos crescia.
do não a uma certeza, mas apenas à hipótese (transmitida
pelo pretérito imperfeito do subjuntivo) de dormir.
3-) (TJ/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA –
VUNESP/2010) Assinale a alternativa que preenche ade-
Correlações verbais corretas quadamente e de acordo com a norma culta a lacuna da
frase: Quando um candidato trêmulo ______ eu lhe faria a
A seguir, veja alguns casos em que os tempos verbais pergunta mais deliciosa de todas.
são concordantes: (A) entrasse
presente do indicativo + presente do subjuntivo: Exijo (B) entraria
que você faça o dever. (C) entrava
(D) entrar
pretérito perfeito do indicativo + pretérito imperfeito (E) entrou
do subjuntivo: Exigi que ele fizesse o dever.
4-) (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
presente do indicativo + pretérito perfeito composto FCC/2010) Se a tendência se mantiver, teremos cada vez
do subjuntivo: Espero que ele tenha feito o dever. mais...
pretérito imperfeito do indicativo + mais-que-perfei- Ao substituir o segmento grifado acima por “Caso a
to composto do subjuntivo: Queria que ele tivesse feito o tendência”, a continuação que mantém a correção e o sen-
dever. tido da frase original é:
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a) se mantenha, teremos cada vez mais... (C) Caso todo prazer, como o da comida, o da bebida,
b) fosse mantida, teríamos cada vez mais... o do jogo, o do sexo e o do consumo não conhecesse dis-
c) se manter, teremos cada vez mais... torções patológicas, não haverá = haveria
d) for mantida, teremos cada vez mais... (D) Se os meios tecnológicos não tivessem se tornado
e) seja mantida, teríamos cada vez mais... tão eficientes, talvez as coisas não ficaram = ficariam (ou
teriam ficado)
5-) (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP - (E) Se as pessoas não se propuserem a consumir cons-
AGENTE OPERACIONAL – VUNESP/2012 - ADAPTADA) cientemente, a oferta de produtos supérfluos crescia =
Assinale a alternativa que apresenta o trecho – ... o dou- crescerá
torando enviou seu estudo para a Sociedade Britânica de RESPOSTA: “B”.
Psicologia para apreciação e não esperava que houvesse 3-)
tanta publicidade. – reescrito de acordo com a norma-pa- O verbo “faria” está no futuro do pretérito, ou seja, in-
drão, com indicação de ação a se realizar e correta corre- dica que é uma ação que, para acontecer, depende de ou-
lação verbal. tra. Exemplo: Quando um candidato entrasse, eu faria / Se
(A) ... o doutorando enviaria seu estudo para a Socieda- ele entrar, eu farei / Caso ele entre, eu faço...
de Britânica de Psicologia para apreciação e não esperava RESPOSTA: “A”.
que haveria tanta publicidade.
(B) ... o doutorando envia seu estudo para a Sociedade 4-)
Britânica de Psicologia para apreciação e não esperará que Ao empregarmos o termo “caso a”, conjugaremos o
houvesse tanta publicidade. verbo utilizando o modo hipotético (Subjuntivo). A trans-
(C) ... o doutorando enviara seu estudo para a Socieda- formação será: Caso a tendência se mantenha, teremos
de Britânica de Psicologia para apreciação e não esperara cada vez mais...
que haverá tanta publicidade. RESPOSTA: “A”.
(D) ... o doutorando enviará seu estudo para a Socieda-
de Britânica de Psicologia para apreciação e não esperará 5-)
que haja tanta publicidade. O exercício quer que conjuguemos o verbo no futuro
do presente (ação a se realizar). Como o enunciado é es-
pecífico (quer determinado tempo verbal), não fiz as cor-
6-) (METRÔ/SP – ENGENHEIRO JÚNIOR CIVIL –
reções nas demais alternativas, pois, em um concurso, per-
FCC/2012) Está plenamente adequada a correlação entre
deríamos tempo consertando os itens que não nos interes-
tempos e modos verbais na frase:
sam. Vamos à construção: o doutorando enviou (enviará)
(A) Nem bem saí pela porta automática e subi as esca-
seu estudo para a Sociedade Britânica de Psicologia para
das rolantes, logo me encontraria diante da luz do sol e do
apreciação e não esperava (esperará) que houvesse (haja)
ar fresco da manhã.
tanta publicidade. = enviará / esperará / haja.
(B) Eu havia presumido que aquela viagem de metrô
RESPOSTA: “D”.
satisfizesse plenamente as expectativas que venho alimen-
tando. 6-)
(C) Se as minhocas dispusessem de olhos, provavel- (A) Nem bem saí pela porta automática e subi as esca-
mente não terão reclamado por as expormos à luz do dia. das rolantes, logo me encontraria (encontrei) diante da luz
(D) Não fossem as urgências impostas pela vida mo- do sol e do ar fresco da manhã.
derna, não teria sido necessário acelerar tanto o ritmo de (B) Eu havia presumido que aquela viagem de metrô
nossas viagens urbanas. satisfizesse (satisfaria) plenamente as expectativas que ve-
(E) Como haveremos de comparar as antigas viagens nho alimentando.
de trem com estas que realizássemos por meio de túneis (C) Se as minhocas dispusessem de olhos, provavel-
entre estações subterrâneas? mente não terão (teriam) reclamado por as expormos à luz
do dia.
RESOLUÇÃO (D) Não fossem as urgências impostas pela vida mo-
derna, não teria sido necessário acelerar tanto o ritmo de
1-) nossas viagens urbanas.
Se a gente entrasse (verbo no singular) na serraria, ve- (E) Como haveremos de comparar as antigas viagens
ria = entrasse / veria. de trem com estas que realizássemos (realizamos) por
RESPOSTA: “C”. meio de túneis entre estações subterrâneas?
RESPOSTA: “D”.
2-)
Fiz as correções necessárias:
(A) Se o consumo desnecessário vier a crescer, o plane-
ta não resistiu = resistirá
(B) Se todas as partes do mundo estiverem com alto
poder de consumo, o planeta em breve sofrerá um colapso.
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Formação das Palavras: existem dois processos bá- Não devemos confundir derivação parassintética, em
sicos pelos quais se formam as palavras: a Derivação e a que o acréscimo de sufixo e de prefixo é obrigatoriamente
Composição. A diferença entre ambos consiste basica- simultâneo, com casos como os das palavras desvaloriza-
mente em que, no processo de derivação, partimos sempre ção e desigualdade. Nessas palavras, os afixos são acopla-
de um único radical, enquanto no processo de composição dos em sequência: desvalorização provém de desvalorizar,
sempre haverá mais de um radical. que provém de valorizar, que por sua vez provém de valor.
É impossível fazer o mesmo com palavras formadas
Derivação: é o processo pelo qual se obtém uma pa- por parassíntese: não se pode dizer que expropriar provém
lavra nova, chamada derivada, a partir de outra já existente, de “propriar” ou de “expróprio”, pois tais palavras não exis-
chamada primitiva. Exemplo: Mar (marítimo, marinheiro, tem. Logo, expropriar provém diretamente de próprio, pelo
marujo); terra (enterrar, terreiro, aterrar). Observamos que acréscimo concomitante de prefixo e sufixo.
«mar» e «terra» não se formam de nenhuma outra palavra, - Derivação Regressiva: ocorre derivação regressiva
mas, ao contrário, possibilitam a formação de outras, por quando uma palavra é formada não por acréscimo, mas
meio do acréscimo de um sufixo ou prefixo. Logo, mar e por redução: comprar (verbo), compra (substantivo); beijar
terra são palavras primitivas, e as demais, derivadas. (verbo), beijo (substantivo).
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ante-: anterioridade, procedência: antebraço, antessa- Sufixos: são elementos (isoladamente insignificativos)
la, anteontem, antever. que, acrescentados a um radical, formam nova palavra. Sua
ambi-: duplicidade: ambidestro, ambiente, ambiguida- principal característica é a mudança de classe gramatical
de, ambivalente. que geralmente opera. Dessa forma, podemos utilizar o
ben(e)-, bem-: bem, excelência de fato ou ação: bene- significado de um verbo num contexto em que se deve
fício, bendito. usar um substantivo, por exemplo. Como o sufixo é coloca-
bis-, bi-: repetição, duas vezes: bisneto, bimestral, bi- do depois do radical, a ele são incorporadas as desinências
savô, biscoito. que indicam as flexões das palavras variáveis. Existem dois
circu(m)-: movimento em torno: circunferência, cir- grupos de sufixos formadores de substantivos extrema-
cunscrito, circulação. mente importantes para o funcionamento da língua. São
cis-: posição aquém: cisalpino, cisplatino, cisandino. os que formam nomes de ação e os que formam nomes
co-, con-, com-: companhia, concomitância: colégio, de agente.
cooperativa, condutor.
contra-: oposição: contrapeso, contrapor, contradizer. Sufixos que formam nomes de ação: -ada – caminha-
de-: movimento de cima para baixo, separação, nega- da; -ança – mudança; -ância – abundância; -ção – emoção;
ção: decapitar, decair, depor. -dão – solidão; -ença – presença; -ez(a) – sensatez, beleza;
-ismo – civismo; -mento – casamento; -são – compreen-
de(s)-, di(s)-: negação, ação contrária, separação: des-
são; -tude – amplitude; -ura – formatura.
ventura, discórdia, discussão.
e-, es-, ex-: movimento para fora: excêntrico, evasão, Sufixos que formam nomes de agente: -ário(a) – se-
exportação, expelir. cretário; -eiro(a) – ferreiro; -ista – manobrista; -or – luta-
en-, em-, in-: movimento para dentro, passagem para dor; -nte – feirante.
um estado ou forma, revestimento: imergir, enterrar, em-
beber, injetar, importar. Sufixos que formam nomes de lugar, depositório:
extra-: posição exterior, excesso: extradição, extraordi- -aria – churrascaria; -ário – herbanário; -eiro – açucareiro;
nário, extraviar. -or – corredor; -tério – cemitério; -tório – dormitório.
i-, in-, im-: sentido contrário, privação, negação: ilegal,
impossível, improdutivo. Sufixos que formam nomes indicadores de abun-
inter-, entre-: posição intermediária: internacional, in- dância, aglomeração, coleção: -aço – ricaço; -ada – pa-
terplanetário. pelada; -agem – folhagem; -al – capinzal; -ame – gentame;
intra-: posição interior: intramuscular, intravenoso, in- -ario(a) - casario, infantaria; -edo – arvoredo; -eria – cor-
traverbal. reria; -io – mulherio; -ume – negrume.
intro-: movimento para dentro: introduzir, introverti-
do, introspectivo. Sufixos que formam nomes técnicos usados na ciên-
justa-: posição ao lado: justapor, justalinear. cia:
ob-, o-: posição em frente, oposição: obstruir, ofuscar, -ite - bronquite, hepatite (inflamação), amotite (fós-
ocupar, obstáculo. seis).
per-: movimento através: percorrer, perplexo, perfurar, -oma - mioma, epitelioma, carcinoma (tumores).
perverter. -ato, eto, Ito - sulfato, cloreto, sulfito (sais), granito
pos-: posterioridade: pospor, posterior, pós-graduado. (pedra).
pre-: anterioridade: prefácio, prever, prefixo, prelimi- -ina - cafeína, codeína (alcaloides, álcalis artificiais).
nar. -ol - fenol, naftol (derivado de hidrocarboneto).
pro-: movimento para frente: progresso, promover, -ema - morfema, fonema, semema, semantema (ciên-
cia linguística).
prosseguir, projeção.
-io - sódio, potássio, selênio (corpos simples)
re-: repetição, reciprocidade: rever, reduzir, rebater,
reatar.
Sufixo que forma nomes de religião, doutrinas fi-
retro-: movimento para trás: retrospectiva, retrocesso, losóficas, sistemas políticos: - ismo: budismo, kantismo,
retroagir, retrógrado. comunismo.
so-, sob-, sub-, su-: movimento de baixo para cima,
inferioridade: soterrar, sobpor, subestimar. Sufixos Formadores de Adjetivos
super-, supra-, sobre-: posição superior, excesso: su-
percílio, supérfluo. - de substantivos: -aco – maníaco; -ado – barbado;
soto-, sota-: posição inferior: soto-mestre, sota-voga, -áceo(a) - herbáceo, liláceas; -aico – prosaico; -al – anual;
soto-pôr. -ar – escolar; -ário - diário, ordinário; -ático – problemá-
trans-, tras-, tres-, tra-: movimento para além, movi- tico; -az – mordaz; -engo – mulherengo; -ento – cruento;
mento através: transatlântico, tresnoitar, tradição. -eo – róseo; -esco – pitoresco; -este – agreste; -estre –
ultra-: posição além do limite, excesso: ultrapassar, ul- terrestre; -enho – ferrenho; -eno – terreno; -ício – ali-
trarromantismo, ultrassom, ultraleve, ultravioleta. mentício; -ico – geométrico; -il – febril; -ino – cristalino;
vice-, vis-: em lugar de: vice-presidente, visconde, vi- -ivo – lucrativo; -onho – tristonho; -oso – bondoso; -udo
ce-almirante. – barrigudo.
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
Polissemia e ambiguidade
RELAÇÕES DE SINONÍMIA E ANTONÍMIA.
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na
interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode
ser ambíguo, ou seja, apresenta mais de uma interpreta-
Consideremos as seguintes frases: ção. Essa ambiguidade pode ocorrer devido à colocação
Paula tem uma mão para cozinhar que dá inveja! específica de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em
Vamos! Coloque logo a mão na massa! uma frase. Vejamos a seguinte frase: Pessoas que têm uma
As crianças estão com as mãos sujas. alimentação equilibrada frequentemente são felizes. Neste
Passaram a mão na minha bolsa e nem percebi. caso podem existir duas interpretações diferentes. As pes-
soas têm alimentação equilibrada porque são felizes ou são
Chegamos à conclusão de que se trata de palavras felizes porque têm uma alimentação equilibrada.
idênticas no que se refere à grafia, mas será que possuem De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela
o mesmo significado? pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma inter-
Existe uma parte da gramática normativa denominada pretação. Para fazer a interpretação correta é muito impor-
Semântica. Ela trabalha a questão dos diferentes significa- tante saber qual o contexto em que a frase é proferida.
dos que uma mesma palavra apresenta de acordo com o Na língua portuguesa, uma PALAVRA (do latim parabo-
contexto em que se insere. la, que por sua vez deriva do grego parabolé) pode ser de-
Tomando como exemplo as frases já mencionadas, finida como sendo um conjunto de letras ou sons de uma
analisaremos os vocábulos de mesma grafia, de acordo língua, juntamente com a ideia associada a este conjunto.
Sentido Próprio e Figurado das Palavras
com seu sentido denotativo, isto é, aquele retratado pelo
dicionário.
Pela própria definição acima destacada podemos per-
Na primeira, a palavra “mão” significa habilidade, efi-
ceber que a palavra é composta por duas partes, uma delas
ciência diante do ato praticado. Nas outras que seguem o relacionada a sua forma escrita e os seus sons (denominada
significado é de: participação, interação mediante a uma significante) e a outra relacionada ao que ela (palavra) ex-
tarefa realizada; mão como parte do corpo humano e por pressa, ao conceito que ela traz (denominada significado).
último simboliza o roubo, visto de maneira pejorativa. Em relação ao seu SIGNIFICADO as palavras subdivi-
Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per- dem-se assim:
cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de
algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se em - Sentido Próprio - é o sentido literal, ou seja, o senti-
consideração as situações de aplicabilidade. do comum que costumamos dar a uma palavra.
Há uma infinidade de outros exemplos em que pode-
mos verificar a ocorrência da polissemia, como por exem- - Sentido Figurado - é o sentido “simbólico”, “figura-
plo: do”, que podemos dar a uma palavra.
O rapaz é um tremendo gato.
O gato do vizinho é peralta. Vamos analisar a palavra cobra utilizada em diferentes
Precisei fazer um gato para que a energia voltasse. contextos:
Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua 1. A cobra picou o menino. (cobra = réptil peçonhento)
sobrevivência 2. A sogra dele é uma cobra. (cobra = pessoa desagra-
O passarinho foi atingido no bico. dável, que adota condutas pouco apreciáveis)
55
LÍNGUA PORTUGUESA
3. O cara é cobra em Física! (cobra = pessoa que co- (A) considerar ao acaso, sem premeditação.
nhece muito sobre alguma coisa, “expert”) (B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido
No item 1 aplica-se o termo cobra em seu sentido co- dela.
mum (ou literal); nos itens 2 e 3 o termo cobra é aplicado (C) adotar como referência de qualidade.
em sentido figurado. (D) julgar de acordo com normas legais.
Podemos então concluir que um mesmo significante (E) classificar segundo ideias preconcebidas.
(parte concreta) pode ter vários significados (conceitos).
3-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
Denotação e Conotação LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013 -
ADAPTADA) Para responder a esta questão, considere as
- Denotação: verifica-se quando utilizamos a palavra palavras destacadas nas seguintes passagens do texto:
com o seu significado primitivo e original, com o sentido Desde o surgimento da ideia de hipertexto...
do dicionário; usada de modo automatizado; linguagem ... informações ligadas especialmente à pesquisa aca-
comum. Veja este exemplo: Cortaram as asas da ave para dêmica,
que não voasse mais. ... uma “máquina poética”, algo que funcionasse por
Aqui a palavra em destaque é utilizada em seu sentido analogia e associação...
próprio, comum, usual, literal. Quando o cientista Vannevar Bush [...] concebeu a
ideia de hipertexto...
MINHA DICA - Procure associar Denotação com Di- ... 20 anos depois de seu artigo fundador...
cionário: trata-se de definição literal, quando o termo é uti-
lizado em seu sentido dicionarístico. As palavras destacadas que expressam ideia de tempo
são:
- Conotação: verifica-se quando utilizamos a palavra (A) algo, especialmente e Quando.
com o seu significado secundário, com o sentido amplo (ou (B) Desde, especialmente e algo.
simbólico); usada de modo criativo, figurado, numa lingua- (C) especialmente, Quando e depois.
gem rica e expressiva. Veja este exemplo: (D) Desde, Quando e depois.
Seria aconselhável cortar as asas deste menino, antes (E) Desde, algo e depois.
que seja tarde demais.
Já neste caso o termo (asas) é empregado de forma 4-) (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
figurada, fazendo alusão à ideia de restrição e/ou controle A importância de Rodolfo Coelho Cavalcante para o mo-
de ações; disciplina, limitação de conduta e comportamen- vimento cordelista pode ser comparada à de outros dois
to. grandes nomes...
Sem qualquer outra alteração da frase acima e sem
Fonte: prejuízo da correção, o elemento grifado pode ser subs-
http://www.tecnolegis.com/estudo-dirigido/oficial-de- tituído por:
justica-tjm-sp/lingua-portuguesa-sentido-proprio-e-figu- (A) contrastada.
rado-das-palavras.html (B) confrontada.
Questões sobre Denotação e Conotação (C) ombreada.
(D) rivalizada.
1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- (E) equiparada.
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013) O
sentido de marmóreo (adjetivo) equivale ao da expressão 5-) (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – AGENTE COMU-
de mármore. Assinale a alternativa contendo as expressões NITÁRIO DE SAÚDE – VUNESP/2012) No verso – Não te
com sentidos equivalentes, respectivamente, aos das pala- abras com teu amigo – o verbo em destaque foi emprega-
vras ígneo e pétreo. do em sentido figurado.
(A) De corda; de plástico. Assinale a alternativa em que esse mesmo verbo “abrir”
(B) De fogo; de madeira. continua sendo empregado em sentido figurado.
(C) De madeira; de pedra. (A) Ao abrir a porta, não havia ninguém.
(D) De fogo; de pedra. (B) Ele não pôde abrir a lata porque não tinha um abri-
(E) De plástico; de cinza. dor.
(C) Para aprender, é preciso abrir a mente.
2-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- (D) Pela manhã, quando abri os olhos, já estava em
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013 casa.
- ADAPTADO) Para responder à questão, considere a se- (E) Os ladrões abriram o cofre com um maçarico.
guinte passagem: Sem querer estereotipar, mas já estereoti-
pando: trata-se de um ser cujas interações sociais terminam, 6-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 –
99% das vezes, diante da pergunta “débito ou crédito?”. FCC/2014 - ADAPTADA) Atenção: Para responder à ques-
tão, considere o texto abaixo.
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de
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LÍNGUA PORTUGUESA
RESPOSTA: “E”.
RIO DE JANEIRO – A Prefeitura do Rio está lançando a
Operação Lixo Zero, que vai multar quem emporcalhar a ci-
3-)
dade. Em primeira instância, a campanha é educativa. Equi-
As palavras que nos dão a noção, ideia de tempo são:
pes da Companhia Municipal de Limpeza Urbana estão per-
desde, quando e depois.
correndo as ruas para flagrar maus cidadãos jogando coisas
onde não devem e alertá-los para o que os espera. Em breve, RESPOSTA: “D”.
com guardas municipais, policiais militares e 600 fiscais em 4-)
ação, as multas começarão a chegar para quem tratar a via Ao participar de um concurso, não temos acesso a di-
pública como a casa da sogra. cionários para que verifiquemos o significado das palavras,
Imagina-se que, quando essa lei começar para valer, os por isso, caso não saibamos o que significam, devemos
recordistas de multas serão os cerca de 300 jovens golpistas analisá-las dentro do contexto em que se encontram. No
que, nas últimas semanas, se habituaram a tomar as ruas, exercício acima, a que se “encaixa” é “equiparada”.
pichar monumentos, vandalizar prédios públicos, quebrar
orelhões, arrancar postes, apedrejar vitrines, depredar ban- RESPOSTA: “E”.
cos, saquear lojas e, por uma estranha compulsão, destruir
lixeiras, jogar o lixo no asfalto e armar barricadas de fogo 5-)
com ele. Em todas as alternativas o verbo “abrir” está empre-
É verdade que, no seu “bullying” político, eles não estão gado em seu sentido denotativo. No item C, conotativo
nem aí para a cidade, que é de todos – e que, por algum (“abrir a mente” = aberto a mudanças, novas ideias).
motivo, parecem querer levar ao colapso.
Pois, já que a lei não permite prendê-los por vandalis- RESPOSTA: “C”.
mo, saque, formação de quadrilha, desacato à autoridade,
resistência à prisão e nem mesmo por ataque aos órgãos 6-)
públicos, talvez seja possível enquadrá-los por sujar a rua. Novamente, responderemos com frase do texto: seu
(Ruy Castro, Por sujar a rua. Folha de S.Paulo, 21.08.2013. rosto formando uma tenda.
Adaptado)
RESPOSTA: “E”.
Na oração – ... parecem querer levar ao colapso. – (3.º
parágrafo), o termo em destaque é sinônimo de 7-)
(A) progresso. Pela leitura do texto, compreende-se que a intenção
(B) descaso. do autor ao utilizar a expressão” levar ao colapso” refere-se
(C) vitória. à queda, ao fim, à ruína da cidade.
(D) tédio.
(E) ruína. RESPOSTA: “E”.
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LÍNGUA PORTUGUESA
c) Homógrafos e homófonos simultaneamente: São 02. A palavra em destaque no trecho –“Tirando alguns
palavras iguais na escrita e na pronúncia: sensores, que precisamos comprar, é tudo reciclagem”... –
caminho (subst.) e caminho (verbo); pode ser substituída, sem alteração do sentido da mensa-
cedo (verbo) e cedo (adv.); gem, pela seguinte expressão:
livre (adj.) e livre (verbo). A) Pelo menos
B) A contar de
- Parônimos C) Em substituição a
São palavras parecidas na escrita e na pronúncia: coro e cou- D) Com exceção de
ro; cesta e sesta; eminente e iminente; osso e ouço; sede e cede; E) No que se refere a
comprimento e cumprimento; tetânico e titânico; autuar e atuar;
degradar e degredar; infligir e infringir; deferir e diferir; suar e soar. 03. Assinale a alternativa que apresenta um antônimo
http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos,-an- para o termo destacado em – …“No início das aulas, eu
tonimos,-homonimos-e-paronimos achava meio chato, mas depois fui me interessando”, disse.
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LÍNGUA PORTUGUESA
6-) Adolescentes vivendo em famílias que não lhes Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
transmitiram valores sociais altruísticos, formação moral e
não lhes impuseram limites de disciplina. Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser.
O sentido contrário (antônimo) de altruísticos, nesse Observe alguns deles:
trecho, é de egoísmo Estados e cidades brasileiros:
Altruísmo é um tipo de comportamento encontrado Alagoas alagoano
nos seres humanos e outros seres vivos, em que as ações Amapá amapaense
de um indivíduo beneficiam outros. É sinônimo de filantro- Aracaju aracajuano ou aracajuense
pia. No sentido comum do termo, é muitas vezes percebida, Amazonas amazonense ou baré
também, como sinônimo de solidariedade. Esse conceito
Belo Horizonte belo-horizontino
opõe-se, portanto, ao egoísmo, que são as inclinações es-
Brasília brasiliense
pecífica e exclusivamente individuais (pessoais ou coletivas).
Cabo Frio cabo-friense
7-) Campinas campineiro ou campinense
A) Estou aqui a fim de de ajudar os flagelados das
enchentes. (afim = O adjetivo “afim” é empregado para in- Adjetivo Pátrio Composto
dicar que uma coisa tem afinidade com a outra. Há pessoas
que têm temperamentos afins, ou seja, parecidos) Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro
B) A bandeira está arriada . (arrear = colocar elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, eru-
arreio no cavalo) dita. Observe alguns exemplos:
C) Serão punidos os que infringirem o regulamen- África afro- / Cultura afro-americana
to. (inflingirem = aplicarem a pena) Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto
D) São sempre valiosos os conselhos dos mais ve- -inglesas
lhos; (concelhos= Porção territorial ou parte administrativa América américo- / Companhia américo-africana
de um distrito). Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
E) Moro a cerca de cem metros da praça principal. China sino- / Acordos sino-japoneses
(acerca de = Acerca de é sinônimo de “a respeito de”.). Espanha hispano- / Mercado hispano-português
Europa euro- / Negociações euro-americanas
8-)
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italia-
b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país) =
nas
significados invertidos
c) delatar = expandir; dilatar = denunciar = signifi- Grécia greco- / Filmes greco-romanos
cados invertidos Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
d) deferir = diferenciar; diferir = conceder = signifi- Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
cados invertidos Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação = Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros
significados invertidos Flexão dos adjetivos
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LÍNGUA PORTUGUESA
Número dos Adjetivos Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade
No comparativo de igualdade, o segundo termo da
Plural dos adjetivos simples comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou
quão.
Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acor-
do com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Supe-
substantivos simples. Por exemplo: mau e maus, feliz e feli- rioridade Analítico
zes, ruim e ruins boa e boas No comparativo de superioridade analítico, entre os
dois substantivos comparados, um tem qualidade supe-
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça rior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a “mais...do
função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que” ou “mais...que”.
que estiver qualificando um elemento for, originalmente,
um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Supe-
a palavra cinza é originalmente um substantivo; porém, se rioridade Sintético
estiver qualificando um elemento, funcionará como adje-
tivo. Ficará, então, invariável. Logo: camisas cinza, ternos Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de su-
cinza. perioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São eles:
Veja outros exemplos: bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior,
Motos vinho (mas: motos verdes) grande/maior, baixo/inferior.
Paredes musgo (mas: paredes brancas). Observe que:
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos). a) As formas menor e pior são comparativos de supe-
rioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, res-
Adjetivo Composto pectivamente.
b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
É aquele formado por dois ou mais elementos. Nor- (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações fei-
malmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas tas entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve-
o último elemento concorda com o substantivo a que se se usar as formas analíticas mais bom, mais mau,mais gran-
refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso
de e mais pequeno. Por exemplo:
um dos elementos que formam o adjetivo composto seja
um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto fica-
Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois ele-
rá invariável. Por exemplo: a palavra rosa é originalmente
mentos.
um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemen-
Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
to, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra pala-
duas qualidades de um mesmo elemento.
vra por hífen, formará um adjetivo composto; como é um
substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará
invariável. Por exemplo: Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de In-
Camisas rosa-claro. ferioridade
Ternos rosa-claro. Sou menos passivo (do) que tolerante.
Olhos verde-claros. Superlativo
Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras. O superlativo expressa qualidades num grau muito
elevado ou em grau máximo. O grau superlativo pode ser
Obs.: - Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qual- absoluto ou relativo e apresenta as seguintes modalidades:
quer adjetivo composto iniciado por cor-de-... são sempre Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de
invariáveis. um ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apre-
- Os adjetivos compostos surdo-mudo e pele-vermelha senta-se nas formas:
têm os dois elementos flexionados. Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de pala-
vras que dão ideia de intensidade (advérbios). Por exemplo:
Grau do Adjetivo O secretário é muito inteligente.
Sintética: a intensificação se faz por meio do acrésci-
Os adjetivos flexionam-se em grau para indicar a inten- mo de sufixos. Por exemplo: O secretário é inteligentíssimo.
sidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo:
o comparativo e o superlativo. Observe alguns superlativos sintéticos:
benéfico beneficentíssimo
Comparativo bom boníssimo ou ótimo
comum comuníssimo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica atri- cruel crudelíssimo
buída a dois ou mais seres ou duas ou mais característi- difícil dificílimo
cas atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de doce dulcíssimo
igualdade, de superioridade ou de inferioridade. Observe fácil facílimo
os exemplos abaixo: fiel fidelíssimo
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LÍNGUA PORTUGUESA
Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de de intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em
um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres. excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto,
Essa relação pode ser: quão, tanto, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase,
De Superioridade: Clara é a mais bela da sala. de todo, de muito, por completo.
De Inferioridade: Clara é a menos bela da sala. de tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora,
amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes,
Note bem: doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, en-
1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio fim, afinal, breve, constantemente, entrementes, imediata-
dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, etc., mente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às
antepostos ao adjetivo. vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em
2) O superlativo absoluto sintético apresenta-se sob quando, de quando em quando, a qualquer momento, de
duas formas : uma erudita, de origem latina, outra popular, tempos em tempos, em breve, hoje em dia
de origem vernácula. A forma erudita é constituída pelo ra- de lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá,
dical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, -imo ou atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí,
érrimo. Por exemplo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A for- abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures,
ma popular é constituída do radical do adjetivo português adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, exter-
+ o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo. namente, a distância, à distancia de, de longe, de perto, em
3) Em vez dos superlativos normais seriíssimo, precariís- cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta
simo, necessariíssimo, preferem-se, na linguagem atual, as de negação : Não, nem, nunca, jamais, de modo algum,
formas seríssimo, precaríssimo, necessaríssimo, sem o desa- de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum
gradável hiato i-í. de dúvida: Acaso, porventura, possivelmente, provavel-
mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe
Advérbio de afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto, efe-
tivamente, certo, decididamente, realmente, deveras, indubi-
O advérbio, assim como muitas outras palavras exis- tavelmente (=sem dúvida).
tentes na Língua Portuguesa, advém de outras línguas. As- de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, so-
sim sendo, tal qual o adjetivo, o prefixo “ad-” indica a ideia mente, simplesmente, só, unicamente
de proximidade, contiguidade. Essa proximidade faz refe- de inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, tam-
rência ao processo verbal, no sentido de caracterizá-lo, ou bém
seja, indicando as circunstâncias em que esse processo se de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente
desenvolve. de designação: Eis
O advérbio relaciona-se aos verbos da língua, no senti- de interrogação: onde? (lugar), como? (modo), quan-
do de caracterizar os processos expressos por ele. Contudo, do? (tempo), por quê? (causa), quanto? (preço e intensidade),
ele não é modificador exclusivo desta classe (verbos), pois para quê? (finalidade)
também modifica o adjetivo e até outro advérbio. Seguem Locução adverbial
alguns exemplos:
Para quem se diz distantemente alheio a esse assunto, É reunião de duas ou mais palavras com valor de ad-
você está até bem informado. vérbio. Exemplo:
Temos o advérbio “distantemente” que modifica o ad- Carlos saiu às pressas. (indicando modo)
jetivo alheio, representando uma qualidade, característica. Maria saiu à tarde. (indicando tempo)
O artista canta muito mal. Há locuções adverbiais que possuem advérbios corres-
Nesse caso, o advérbio de intensidade “muito” modifica pondentes. Exemplo: Carlos saiu às pressas. = Carlos saiu
outro advérbio de modo – “mal”. Em ambos os exemplos apressadamente.
pudemos verificar que se tratava de somente uma palavra Apenas os advérbios de intensidade, de lugar e de
funcionando como advérbio. No entanto, ele pode estar modo são flexionados, sendo que os demais são todos in-
demarcado por mais de uma palavra, que mesmo assim não variáveis. A única flexão propriamente dita que existe na
deixará de ocupar tal função. Temos aí o que chamamos de categoria dos advérbios é a de grau:
locução adverbial, representada por algumas expressões, Superlativo: aumenta a intensidade. Exemplos: longe
tais como: às vezes, sem dúvida, frente a frente, de modo - longíssimo, pouco - pouquíssimo, inconstitucionalmente -
algum, entre outras. inconstitucionalissimamente, etc.;
Dependendo das circunstâncias expressas pelos advér- Diminutivo: diminui a intensidade. Exemplos: perto -
bios, eles se classificam em distintas categorias, uma vez pertinho, pouco - pouquinho, devagar - devagarinho.
expressas por:
de modo: Bem, mal, assim, depressa, devagar, às pressas,
às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos pou- Artigo
cos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a
frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão, e a maior parte dos Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo,
que terminam em -”mente”: calmamente, tristemente, pro- indica se ele está sendo empregado de maneira definida ou
positadamente, pacientemente, amorosamente, docemente, indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o
escandalosamente, bondosamente, generosamente gênero e o número dos substantivos.
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LÍNGUA PORTUGUESA
- As formas à e às indicam a fusão da preposição a - Não se une com preposição o artigo que faz parte do
com o artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é nome de revistas, jornais, obras literárias: Li a notícia em O
conhecida por crase. Estado de S. Paulo.
Constatemos as circunstâncias Morfossintaxe
em que os artigos se manifestam
Para definir o que é artigo é preciso mencionar suas
- Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do relações com o substantivo. Assim, nas orações da língua
numeral “ambos”: Ambos os garotos decidiram participar portuguesa, o artigo exerce a função de adjunto adnominal
das olimpíadas. do substantivo a que se refere. Tal função independe da
função exercida pelo substantivo:
- Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso A existência é uma poesia.
do artigo, outros não: São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, Uma existência é a poesia.
A Bahia...
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. A ideia expressa pela interjeição depende muitas ve-
Toda sua raiva se traduz numa palavra: Droga! Ele poderia zes da entonação com que é pronunciada; por isso, pode
ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou sim- ocorrer que uma interjeição tenha mais de um sentido. Por
plesmente uma palavra. Ele empregou a interjeição Droga! exemplo:
As sentenças da língua costumam se organizar de for- Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contra-
ma lógica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e riedade)
os distribui em posições adequadas a cada um deles. As in- Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)
terjeições, por outro lado, são uma espécie de “palavra-fra-
se”, ou seja, há uma ideia expressa por uma palavra (ou um Classificação das Interjeições
conjunto de palavras - locução interjetiva) que poderia ser
colocada em termos de uma sentença. Veja os exemplos: Comumente, as interjeições expressam sentido de:
Bravo! Bis! - Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!,
bravo e bis: interjeição = sentença (sugestão): “Foi Atenção!, Olha!, Alerta!
muito bom! Repitam!” - Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô!
Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé... ai: interjeição = senten- - Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva!
ça (sugestão): “Isso está doendo!” ou “Estou com dor!” - Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah!
A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em - Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!,
que não há uma ideia organizada de maneira lógica, como Eia!, Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca!
são as sentenças da língua, mas sim a manifestação de um - Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!,
suspiro, um estado da alma decorrente de uma situação Boa!
particular, um momento ou um contexto específico. Exem- - Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã!
plos: - Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!,
Ah, como eu queria voltar a ser criança! Safa!, Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição - Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá!
Hum! Esse pudim estava maravilhoso! - Desculpa: Perdão!
hum: expressão de um pensamento súbito = interjei- - Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!,
ção Oh!, Eh!
- Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!,
O significado das interjeições está vinculado à maneira Epa!, Ora!
como elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que - Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!,
dita o sentido que a expressão vai adquirir em cada contex- Quê!, Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?,
to de enunciação. Exemplos: Cruz!, Putz!
Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expres- - Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!,
são na rua; significado da interjeição (sugestão): “Estou te Raios!, Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora!
chamando! Ei, espere!” - Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade!
Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expres- - Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!,
são em um hospital; significado da interjeição (sugestão): Adeus!, Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-
“Por favor, faça silêncio!” me, Deus!
Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio! - Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio!
puxa: interjeição; tom da fala: euforia - Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!
Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
puxa: interjeição; tom da fala: decepção Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto
é, não sofrem variação em gênero, número e grau como
As interjeições cumprem, normalmente, duas funções: os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto
1) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria, e voz como os verbos. No entanto, em uso específico, al-
tristeza, dor, etc. gumas interjeições sofrem variação em grau. Deve-se ter
Você faz o que no Brasil? claro, neste caso, que não se trata de um processo natural
Eu? Eu negocio com madeiras. dessa classe de palavra, mas tão só uma variação que a
Ah, deve ser muito interessante. linguagem afetiva permite. Exemplos: oizinho, bravíssimo,
até loguinho.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma Numeral é a palavra que indica os seres em termos
expressão com sentido de interjeição. Por exemplo : Ora numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os
bolas! Quem me dera! Virgem Maria! Meu Deus! situa em determinada sequência.
Ó de casa! Ai de mim! Valha-me Deus! Graças a Deus! Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco.
Alto lá! Muito bem! [quatro: numeral = atributo numérico de “ingresso”]
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LÍNGUA PORTUGUESA
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço e con-
seguiram o triplo de produção.
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses triplas do
medicamento.
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/duas terças
partes
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de sen-
tido. É o que ocorre em frases como:
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade!
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= segunda divisão de futebol)
*Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até décimo
e a partir daí os cardinais, desde que o numeral venha depois do substantivo:
Ordinais Cardinais
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
*Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
*Ambos/ambas são considerados numerais. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma e outra”, “as duas”) e são lar-
gamente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.
Pedro e João parecem ter finalmente percebido a importância da solidariedade. Ambos agora participam das atividades
comunitárias de seu bairro.
Obs.: a forma “ambos os dois” é considerada enfática. Atualmente, seu uso indica afetação, artificialismo.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Preposição
Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normal-
mente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na estrutura
da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreensão do texto.
Tipos de Preposição
1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com, con-
tra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições: como, durante,
exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma
delas: abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor
de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.
A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode unir-se a outras palavras e assim estabelecer concordância
em gênero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela.
Vale ressaltar que essa concordância não é característica da preposição, mas das palavras às quais ela se une.
Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a partir de dois processos:
Preposição + Artigos
De + o(s) = do(s)
De + a(s) = da(s)
De + um = dum
De + uns = duns
De + uma = duma
De + umas = dumas
Em + o(s) = no(s)
Em + a(s) = na(s)
Em + um = num
Em + uma = numa
Em + uns = nuns
Em + umas = numas
A + à(s) = à(s)
Por + o = pelo(s)
Por + a = pela(s)
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Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nos- Obs.: em verdade, o pronome oblíquo é uma forma
sa escola neste ano. variante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância indica a função diversa que eles desempenham na oração:
adequada] pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo
[neste: pronome que determina “ano” = concordância marca o complemento da oração.
adequada] Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concor- a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou
dância inadequada] tônicos.
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos. Pronome Oblíquo Átono
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LÍNGUA PORTUGUESA
Quando o verbo termina em som nasal, o pronome assume as formas no, nos, na, nas. Por exemplo:
viram + o: viram-no
repõe + os = repõe-nos
retém + a: retém-na
tem + as = tem-nas
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos por preposições, em geral as preposições a, para, de e com. Por
esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica forte.
O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim configurado:
- 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo
- 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela
- 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco
- 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas
Observe que as únicas formas próprias do pronome tônico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As de-
mais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto.
- As preposições essenciais introduzem sempre pronomes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso reto.
Nos contextos interlocutivos que exigem o uso da língua formal, os pronomes costumam ser usados desta forma:
Não há mais nada entre mim e ti.
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
Não há nenhuma acusação contra mim.
Não vá sem mim.
Atenção: Há construções em que a preposição, apesar de surgir anteposta a um pronome, serve para introduzir uma
oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, o verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um pronome, de-
verá ser do caso reto.
Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
Não vá sem eu mandar.
- A combinação da preposição “com” e alguns pronomes originou as formas especiais comigo, contigo, consigo, conosco
e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos frequentemente exercem a função de adjunto adverbial de companhia.
Ele carregava o documento consigo.
- As formas “conosco” e “convosco” são substituídas por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais são
reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios, todos, ambos ou algum numeral.
Você terá de viajar com nós todos.
Estávamos com vós outros quando chegaram as más notícias.
Ele disse que iria com nós três.
Pronome Reflexivo
São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcionem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito da
oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação expressa pelo verbo.
O quadro dos pronomes reflexivos é assim configurado:
- 1ª pessoa do singular (eu): me, mim.
Eu não me vanglorio disso.
Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi.
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LÍNGUA PORTUGUESA
A chamada segunda pessoa indireta manifesta-se quando utilizamos pronomes que, apesar de indicarem nosso inter-
locutor (portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pessoa. É o caso dos chamados pronomes de tratamento,
que podem ser observados no quadro seguinte:
Pronomes de Tratamento
Também são pronomes de tratamento o senhor, a senhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empregados no
tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tratamento familiar. Você e vocês são largamente empregados no português
do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito
à linguagem litúrgica, ultraformal ou literária.
Observações:
a) Vossa Excelência X Sua Excelência : os pronomes de tratamento que possuem “Vossa (s)” são empregados em rela-
ção à pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este encontro.
*Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da pessoa.
Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com propriedade.
- Os pronomes de tratamento representam uma forma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao tratar-
mos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo, estamos nos endereçando à excelência que esse deputado suposta-
mente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
- 3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento dirijam-se à 2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita com a
3ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessivos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles devem ficar
na 3ª pessoa.
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promessas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo do
texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente. Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de “você”, não
poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (errado)
Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos seus cabelos. (correto)
Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (correto)
Pronomes Possessivos
São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa
possuída).
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do singular)
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- “Onde”, como pronome relativo, sempre possui an- Importante: Em observação à segunda oração, o em-
tecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A prego do pronome oblíquo “lhe” é justificado antes do ver-
casa onde morava foi assaltada. bo intransitivo “ajudar” porque o pronome oblíquo pode
estar antes, depois ou entre locução verbal, caso o verbo
- Na indicação de tempo, deve-se empregar quando principal (no caso “ajudar”) esteja no infinitivo ou gerúndio.
ou em que. Eu desejo lhe perguntar algo.
Sinto saudades da época em que (quando) morávamos Eu estou perguntando-lhe algo.
no exterior.
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou
- Podem ser utilizadas como pronomes relativos as pa- tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição,
lavras: diferentemente dos segundos que são sempre precedidos
- como (= pelo qual): Não me parece correto o modo de preposição.
como você agiu semana passada. - Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que
- quando (= em que): Bons eram os tempos quando po- eu estava fazendo.
díamos jogar videogame. - Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim
o que eu estava fazendo.
- Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
numa só frase. Questões sobre Pronome
O futebol é um esporte.
O povo gosta muito deste esporte. 01. (ESCREVENTE TJ SP – VUNESP/2012).
O futebol é um esporte de que o povo gosta muito. Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não
está claro até onde pode realmente chegar uma política ba-
- Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode seada em melhorar a eficiência sem preços adequados para
ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de o carbono, a água e (na maioria dos países pobres) a terra.
gente que conversava, (que) ria, (que) fumava. É verdade que mesmo que a ameaça dos preços do carbono
e da água faça em si diferença, as companhias não podem
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LÍNGUA PORTUGUESA
suportar ter de pagar, de repente, digamos, 40 dólares por (A) Para que se evite perder objetos, recomenda-se
tonelada de carbono, sem qualquer preparação. Portanto, que eles sejam sempre trazidos junto ao corpo.
elas começam a usar preços-sombra. Ainda assim, ninguém (B) O passageiro ao lado jamais imaginou-se na situa-
encontrou até agora uma maneira de quantificar adequada- ção de ter de procurar a dona de uma bolsa perdida.
mente os insumos básicos. E sem eles a maioria das políticas (C) Nos sentimos impotentes quando não consegui-
de crescimento verde sempre será a segunda opção. mos restituir um objeto à pessoa que o perdeu.
(Carta Capital, 27.06.2012. Adaptado) (D) O homem se indignou quando propuseram-lhe
que abrisse a bolsa que encontrara.
Os pronomes “elas” e “eles”, em destaque no texto, re- (E) Em tratando-se de objetos encontrados, há uma
ferem- -se, respectivamente, a tendência natural das pessoas em devolvê-los a seus do-
(A) dúvidas e preços. nos.
(B) dúvidas e insumos básicos.
(C) companhias e insumos básicos.
07. (AGENTE DE APOIO OPERACIONAL – VUNESP –
(D) companhias e preços do carbono e da água.
2013).
(E) políticas de crescimento e preços adequados.
Há pessoas que, mesmo sem condições, compram produ-
02. (AGENTE DE APOIO ADMINISTRATIVO – FCC – tos______ não necessitam e______ tendo de pagar tudo______
2013- adap.). Fazendo-se as alterações necessárias, o tre- prazo.
cho grifado está corretamente substituído por um prono- Assinale a alternativa que preenche as lacunas, correta
me em: e respectivamente, considerando a norma culta da língua.
A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-lo A) a que … acaba … à
B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo- B) com que … acabam … à
lhes desalentado C) de que … acabam … a
C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem D) em que … acaba … a
de conhecê-lo? E) dos quais … acaba … à
D) ...não parecia ser um importante industrial... − não
parecia ser-lhe 08. (AGENTE DE APOIO SOCIOEDUCATIVO – VUNESP
E) incomodaram o general... − incomodaram-no – 2013-adap.). Assinale a alternativa que substitui, correta e
respectivamente, as lacunas do trecho.
03.(AGENTE DE DEFENSORIA PÚBLICA – FCC – 2013- ______alguns anos, num programa de televisão, uma jo-
adap.). A substituição do elemento grifado pelo pronome vem fazia referência______ violência______ o brasileiro estava
correspondente, com os necessários ajustes, foi realizada sujeito de forma cômica.
de modo INCORRETO em: A) Fazem... a ... de que
A) mostrando o rio= mostrando-o. B) Faz ...a ... que
B) como escolher sítio= como escolhê-lo. C) Fazem ...à ... com que
C) transpor [...] as matas espessas= transpor-lhes. D) Faz ...à ... que
D) Às estreitas veredas[...] nada acrescentariam = E) Faz ...à ... a que
nada lhes acrescentariam.
E) viu uma dessas marcas= viu uma delas. 09. (TRF 3ª REGIÃO- TÉCNICO JUDICIÁRIO - /2014)
As sereias então devoravam impiedosamente os tripu-
04. (PAPILOSCOPISTA POLICIAL – VUNESP – 2013).
lantes.
Assinale a alternativa em que o pronome destacado está
... ele conseguiu impedir a tripulação de perder a ca-
posicionado de acordo com a norma-padrão da língua.
beça...
(A) Ela não lembrava-se do caminho de volta.
(B) A menina tinha distanciado-se muito da família. ... e fez de tudo para convencer os tripulantes...
(C) A garota disse que perdeu-se dos pais.
(D) O pai alegrou-se ao encontrar a filha. Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos
(E) Ninguém comprometeu-se a ajudar a criança. grifados acima foram corretamente substituídos por um
pronome, na ordem dada, em:
05. (ESCREVENTE TJ SP – VUNESP 2011). Assinale a (A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los
alternativa cujo emprego do pronome está em conformi- (B) devoravam-lhe − impedi-las − convencer-lhes
dade com a norma padrão da língua. (C) devoravam-no − impedi-las − convencer-lhes
(A) Não autorizam-nos a ler os comentários sigilosos. (D) devoravam-nos − impedir-lhe − convencê-los
(B) Nos falaram que a diplomacia americana está aba- (E) devoravam-lhes − impedi-la − convencê-los
lada.
(C) Ninguém o informou sobre o caso WikiLeaks. 10. (AGENTE DE VIGILÂNCIA E RECEPÇÃo – VUNESP
(D) Conformado, se rendeu às punições. – 2013- adap.). No trecho, – Em ambos os casos, as câmeras
(E) Todos querem que combata-se a corrupção. dos estabelecimentos felizmente comprovam os aconteci-
06. (PAPILOSCOPISTA POLICIAL - VUNESP - 2013). mentos, e testemunhas vão ajudar a polícia na investiga-
Assinale a alternativa correta quanto à colocação pronomi- ção. – de acordo com a norma-padrão, os pronomes que
nal, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. substituem, corretamente, os termos em destaque são:
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GABARITO 7-)
Há pessoas que, mesmo sem condições, compram pro-
01. C 02. E 03. C 04. D 05. C dutos de que não necessitam e acabam tendo de
06. A 07. C 08. E 09. A 10. A pagar tudo a prazo.
RESOLUÇÃO 8-)
Faz alguns anos, num programa de televisão, uma
1-) jovem fazia referência à violência a que o brasileiro
Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, estava sujeito de forma cômica.
não está claro até onde pode realmente chegar uma po- Faz, no sentido de tempo passado = sempre no sin-
lítica baseada em melhorar a eficiência sem preços ade- gular
quados para o carbono, a água e (na maioria dos países
pobres) a terra. É verdade que mesmo que a ameaça dos 9-)
preços do carbono e da água faça em si diferença, as com- devoravam - verbo terminado em “m” = pronome
panhias não podem suportar ter de pagar, de repente, di- oblíquo no/na (fizeram-na, colocaram-no)
gamos, 40 dólares por tonelada de carbono, sem qualquer impedir - verbo transitivo direto = pede objeto direto;
preparação. Portanto, elas começam a usar preços-som- “lhe” é para objeto indireto
bra. Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma ma- convencer - verbo transitivo direto = pede objeto dire-
to; “lhe” é para objeto indireto
neira de quantificar adequadamente os insumos básicos.
(A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los
E sem eles a maioria das políticas de crescimento verde
sempre será a segunda opção.
10-)
– Em ambos os casos, as câmeras dos estabelecimen-
2-)
tos felizmente comprovam os acontecimentos, e testemu-
A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-los
nhas vão ajudar a polícia na investigação.
B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo-os
felizmente os comprovam ... ajudá-la
desalentado
(advérbio)
C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem de
conhecê-las ?
D) ...não parecia ser um importante industrial... − não Substantivo
parecia sê-lo
Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Subs-
3-) tantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais
transpor [...] as matas espessas= transpô-las denominam os seres. Além de objetos, pessoas e fenôme-
nos, os substantivos também nomeiam:
4-) -lugares: Alemanha, Porto Alegre...
(A) Ela não se lembrava do caminho de volta. -sentimentos: raiva, amor...
(B) A menina tinha se distanciado muito da família. -estados: alegria, tristeza...
(C) A garota disse que se perdeu dos pais. -qualidades: honestidade, sinceridade...
(E) Ninguém se comprometeu a ajudar a criança -ações: corrida, pescaria...
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LÍNGUA PORTUGUESA
1- Substantivos Comuns e Próprios Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, ou-
tra abelha, mais outra abelha.
Observe a definição: s.f. 1: Povoação maior que vila, Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
com muitas casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
(no Brasil, toda a sede de município é cidade). 2. O centro de
uma cidade (em oposição aos bairros). Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne-
cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha,
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas mais outra abelha...
e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plu-
cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substantivo ral.
comum. No terceiro caso, empregou-se um substantivo no
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de singular (enxame) para designar um conjunto de seres da
uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino, mesma espécie (abelhas).
homem, mulher, país, cachorro. O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
Estamos voando para Barcelona. Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que,
mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da es- da mesma espécie.
pécie cidade. Esse substantivo é próprio. Substantivo Pró-
prio: é aquele que designa os seres de uma mesma espécie Substantivo coletivo Conjunto de:
de forma particular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil. assembleia pessoas reunidas
alcateia lobos
2 - Substantivos Concretos e Abstratos acervo livros
antologia trechos literários selecionados
LÂMPADA MALA arquipélago ilhas
banda músicos
Os substantivos lâmpada e mala designam seres com bando desordeiros ou malfeitores
existência própria, que são independentes de outros seres. banca examinadores
São substantivos concretos. batalhão soldados
cardume peixes
Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que caravana viajantes peregrinos
existe, independentemente de outros seres. cacho frutas
cáfila camelos
Obs.: os substantivos concretos designam seres do cancioneiro canções, poesias líricas
mundo real e do mundo imaginário. colmeia abelhas
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, chusma gente, pessoas
Brasília, etc. concílio bispos
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantas- congresso parlamentares, cientistas.
ma, etc. elenco atores de uma peça ou filme
esquadra navios de guerra
Observe agora: enxoval roupas
Beleza exposta falange soldados, anjos
Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual. fauna animais de uma região
feixe lenha, capim
O substantivo beleza designa uma qualidade. flora vegetais de uma região
frota navios mercantes, ônibus
Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que girândola fogos de artifício
dependem de outros para se manifestar ou existir. horda bandidos, invasores
Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser junta médicos, bois, credores, examina-
observada. Só podemos observar a beleza numa pessoa dores
ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser para júri jurados
se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um substantivo legião soldados, anjos, demônios
abstrato. leva presos, recrutas
Os substantivos abstratos designam estados, qualida- malta malfeitores ou desordeiros
des, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser manada búfalos, bois, elefantes,
abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida (estado), matilha cães de raça
rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento). molho chaves, verduras
multidão pessoas em geral
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LÍNGUA PORTUGUESA
Exceções: barão – baronesa ladrão- ladra sultão A distinção de gênero pode ser feita através da análise
- sultana do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substanti-
vo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; um jovem
- Substantivos terminados em -or: - uma jovem; artista famoso - artista famosa; repórter fran-
- acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora cês - repórter francesa
- troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz - A palavra personagem é usada indistintamente nos
dois gêneros.
- Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: côn- a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada
sul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa / duque preferência pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens
- duquesa / conde - condessa / profeta - profetisa os personagens dos contos de carochinha.
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o femini-
- Substantivos que formam o feminino trocando o -e no: O problema está nas mulheres de mais idade, que não
final por -a: elefante - elefanta aceitam a personagem.
- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
- Substantivos que têm radicais diferentes no masculi- fotográfico Ana Belmonte.
no e no feminino: bode – cabra / boi - vaca Observe o gênero dos substantivos seguintes:
- Substantivos que formam o feminino de maneira es- Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó
pecial, isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores: (pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o
czar – czarina réu - ré maracajá, o clã, o hosana, o herpes, o pijama, o suéter, o
soprano, o proclama, o pernoite, o púbis.
Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes
Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a
Epicenos: cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido,
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros. a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso - São geralmente masculinos os substantivos de ori-
ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo-
para indicar o masculino e o feminino. grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o
para designar os dois sexos. Esses substantivos são cha- eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o traco-
mados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver ma, o hematoma.
a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras
macho e fêmea. Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
A cobra macho picou o marinheiro.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. Gênero dos Nomes de Cidades
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LÍNGUA PORTUGUESA
(sacramento da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de Plural dos Substantivos Compostos
curar), o estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície
de vegetação), o guia (pessoa que guia outras), a guia (docu- -A formação do plural dos substantivos compostos de-
mento, pena grande das asas das aves), o grama (unidade de pende da forma como são grafados, do tipo de palavras
peso), a grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa que formam o composto e da relação que estabelecem en-
(recipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), a lente tre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se
(vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade, como os substantivos simples: aguardente/aguardentes,
bons costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a girassol/girassóis, pontapé/pontapés, malmequer/malme-
nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva queres.
a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala O plural dos substantivos compostos cujos elementos
(poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe, antepa- são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e
ro), o rádio (aparelho receptor), a rádio (estação emissora), o discussões. Algumas orientações são dadas a seguir:
voga (remador), a voga (moda, popularidade).
- Flexionam-se os dois elementos, quando formados
Flexão de Número do Substantivo de:
Em português, há dois números gramaticais: o singular, substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per-
indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica feitos
do plural é o “s” final. adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-ho-
mens
Plural dos Substantivos Simples numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
- Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e
“n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã – - Flexiona-se somente o segundo elemento, quando
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon formados de:
- cânones. verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
- Os substantivos terminados em “m” fazem o plural palavra invariável + palavra variável = alto-falante e
em “ns”: homem - homens. alto- -falantes
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-re-
cos
- Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plu-
ral pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes.
- Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando
Atenção: O plural de caráter é caracteres.
formados de:
substantivo + preposição clara + substantivo = água-
- Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-
de-colônia e águas-de-colônia
se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; cara- substantivo + preposição oculta + substantivo = cava-
col – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul lo-vapor e cavalos-vapor
e cônsules. substantivo + substantivo que funciona como deter-
minante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo
- Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de do termo anterior: palavra-chave - palavras-chave, bomba
duas maneiras: -relógio - bombas-relógio, notícia-bomba - notícias-bomba,
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis homem-rã - homens-rã, peixe-espada - peixes-espada.
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis.
- Permanecem invariáveis, quando formados de:
Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
maneiras: répteis ou reptis (pouco usada). verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os sa-
ca-rolhas
- Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de
duas maneiras: - Casos Especiais
- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o o louva-a-deus e os louva-a-deus
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses o bem-te-vi e os bem-te-vis
- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva- o bem-me-quer e os bem-me-queres
riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. o joão-ninguém e os joões-ninguém.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Certos substantivos formam o plural com mudança de Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pessoa,
timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros
fonético chamado metafonia (plural metafônico). processos: ação (correr); estado (ficar); fenômeno (chover);
Singular Plural ocorrência (nascer); desejo (querer).
corpo (ô) corpos (ó) O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não
esforço esforços os seus possíveis significados. Observe que palavras como
fogo fogos corrida, chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo
forno fornos ao de alguns verbos mencionados acima; não apresentam,
fosso fossos porém, todas as possibilidades de flexão que esses verbos
imposto impostos possuem.
olho olhos
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LÍNGUA PORTUGUESA
Estrutura das Formas Verbais ** fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.
Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode Era primavera quando a conheci.
apresentar os seguintes elementos: Estava frio naquele dia.
** Todos os verbos que indicam fenômenos da natu-
- Radical: é a parte invariável, que expressa o significa- reza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar,
do essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am. amanhecer, escurecer, etc. Quando, porém, se constrói,
(radical fal-) “Amanheci mal- -humorado”, usa-se o verbo “ama-
- Tema: é o radical seguido da vogal temática que in- nhecer” em sentido figurado. Qualquer verbo impessoal,
dica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal
fala-r para ser pessoal.
São três as conjugações: 1ª - Vogal Temática - A - (fa- Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu)
lar), 2ª - Vogal Temática - E - (vender), 3ª - Vogal Temática Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
- I - (partir). Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
- Desinência modo-temporal: é o elemento que de-
signa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo: ** São impessoais, ainda:
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.) 1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando
falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.) tempo: Já passa das seis.
- Desinência número-pessoal: é o elemento que de- 2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição
signa a pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (sin- de, indicando suficiência: Basta de tolices. Chega de blas-
gular ou plural): fêmias.
falamos (indica a 1ª pessoa do plural.) 3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está
falavam (indica a 3ª pessoa do plural.) bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal, sem re-
ferência a sujeito expresso anteriormente. Podemos, ainda,
Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados nesse caso, classificar o sujeito como hipotético, tornando-
(compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação,
se, tais verbos, então, pessoais.
pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”,
4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente
apesar de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em
de “ser possível”. Por exemplo:
algumas formas do verbo: põe, pões, põem, etc.
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uns trocados?
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura * Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conju-
dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce- gam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do
bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acento plural.
tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, nutro, por A fruta amadureceu.
exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai As frutas amadureceram.
no radical, mas sim na terminação verbal: opinei, aprende-
rão, nutriríamos. Obs.: os verbos unipessoais podem ser usados como
verbos pessoais na linguagem figurada: Teu irmão amadu-
Classificação dos Verbos receu bastante.
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LÍNGUA PORTUGUESA
* Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos morfológicos ou eufônicos. Por exemplo:
- verbo falir. Este verbo teria como formas do presente do indicativo falo, fales, fale, idênticas às do verbo falar - o que
provavelmente causaria problemas de interpretação em certos contextos.
- verbo computar. Este verbo teria como formas do presente do indicativo computo, computas, computa - formas de
sonoridade considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas razões muitas vezes não impedem o uso efetivo de
formas verbais repudiadas por alguns gramáticos: exemplo disso é o próprio verbo computar, que, com o desenvolvimento
e a popularização da informática, tem sido conjugado em todos os tempos, modos e pessoas.
- Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo valor. Geralmente, esse fenômeno costuma
ocorrer no particípio, em que, além das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas
(particípio irregular). Observe:
- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Por exemplo: Ir, Pôr, Ser, Saber (vou, vais,
ides, fui, foste, pus, pôs, punha, sou, és, fui, foste, seja).
- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal,
quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
Vou espantar as moscas.
(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)
Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês
Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Pret.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam
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LÍNGUA PORTUGUESA
Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Preté.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
Tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam
- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no
próprio sentido do verbo (reflexivos essenciais). Veja:
- 1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já
está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela
mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula inte-
grante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia
reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo.
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):
Eu me arrependo
Tu te arrependes
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos
Vós vos arrependeis
Eles se arrependem
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LÍNGUA PORTUGUESA
- 2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos 2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu)
em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o obje- 1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.: termos (nós)
to representado por pronome oblíquo da mesma pessoa 2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.: terdes (vós)
do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre 3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.: terem (eles)
ele mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou tran- Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma
sitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os boa colocação.
pronomes mencionados, formando o que se chama voz
reflexiva. Por exemplo: Maria se penteava. - Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ou advérbio. Por exemplo:
ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de ad-
Maria penteou-me. vérbio)
Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função de
Observações: adjetivo)
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes
oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em
função sintática. curso; na forma composta, uma ação concluída. Por exem-
- Há verbos que também são acompanhados de pro- plo:
nomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro.
pronominais, são os verbos reflexivos. Nos verbos refle- Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.
xivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa
idêntica à do sujeito, exercem funções sintáticas. Por exem- - Particípio: quando não é empregado na formação
plo: dos tempos compostos, o particípio indica geralmente o
Eu me feri. = Eu(sujeito) - 1ª pessoa do singular me resultado de uma ação terminada, flexionando-se em gê-
(objeto direto) - 1ª pessoa do singular nero, número e grau. Por exemplo:
Terminados os exames, os candidatos saíram.
Modos Verbais
Quando o particípio exprime somente estado, sem
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a
pelo verbo na expressão de um fato. Em Português, exis- função de adjetivo (adjetivo verbal). Por exemplo: Ela foi a
tem três modos: aluna escolhida para representar a escola.
Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu
sempre estudo. Tempos Verbais
Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade:
Talvez eu estude amanhã. Tomando-se como referência o momento em que se
Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estuda fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos
agora, menino. tempos. Veja:
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda for- - Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste
mas que podem exercer funções de nomes (substantivo, colégio.
adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas - Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido
nominais. Observe: num momento anterior ao atual, mas que não foi comple-
- Infinitivo Impessoal: exprime a significação do ver- tamente terminado: Ele estudava as lições quando foi inter-
bo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função rompido.
de substantivo. Por exemplo: - Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num
Viver é lutar. (= vida é luta) momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado:
É indispensável combater a corrupção. (= combate à) Ele estudou as lições ontem à noite.
- Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três - Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve
pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do im- atual: Ele estudará as lições amanhã.
pessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se eu ti-
vesse dinheiro, viajaria nas férias.
2. Tempos do Subjuntivo
- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o
jogo.
Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Por
exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.
- Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.
Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele vier à
loja, levará as encomendas.
Presente do Indicativo
Pretérito mais-que-perfeito
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LÍNGUA PORTUGUESA
Presente do Subjuntivo
Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação).
Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número
e pessoa correspondente.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Futuro do Subjuntivo
Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e
pessoa correspondente.
Modo Imperativo
Imperativo Afirmativo
Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:
Imperativo Negativo
Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.
Observações:
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido
ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).
Infinitivo Pessoal
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1-) 9-)
É comum que objetos sejam esquecidos em locais Vamos aos itens:
públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se a) queres – Presente do Indicativo = eu quero, tu que-
as pessoas mantivessem a atenção voltada para seus res - correta.
b) queria – Futuro do Pretérito do Indicativo = eu que-
pertences, conservando-os junto ao corpo.
reria, tu quererias, ele quereria - incorreta.
c) quisera – Pretérito mais-que-perfeito do Indicativo =
2-)
eu quisera, ele quisera – correta.
Analisemos:
d) queira – Presente do Subjuntivo = que eu queira,
a) No Brasil, a sociedade têm várias questões. = a so-
que tu queiras, que ele queira - correta
ciedade tem (verbo no singular)
e) quisesse – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo = se eu
b) O jovem têm um grande desafio pela frente. = o
quisesse, se tu quisesses, se ele quisesse – correta.
jovem tem (verbo no singular)
RESPOSTA: B
c) As pessoas tem muitos planos. = as pessoas têm
(verbo no plural) 10-)
d) A mentira tem perna curta. = correta I. Havia onze pessoas jogando pedras e pedaços de
RESPOSTA: D madeira no animal.
II. Existiam muitos ferimentos no boi.
3-) III. Havia muita gente assustando o boi numa avenida
Sem querer estereotipar, mas já estereotipando: trata- movimentada.
se de um ser cujas interações sociais terminam, 99% das Haver – sentido de existir= invariável, impessoal;
vezes, diante da pergunta “débito ou crédito?”. existir = variável. Portanto, temos:
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de I – Existiam onze pessoas...
classificar segundo ideias preconcebidas. II – Havia muitos ferimentos...
III – Existia muita gente...
4-)
(B) Funcionando como um imenso sistema de informa- Vozes do Verbo
ção e arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme
arquivo virtual. = verbo no futuro do pretérito Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo
para indicar se o sujeito gramatical é agente ou paciente
5-) da ação. São três as vozes verbais:
Conjugando o verbo “poder” no futuro do pretérito do
Indicativo: eu poderia, tu poderias, ele poderia, nós pode- - Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a
ríamos, vós poderíeis, eles poderiam. O sujeito da oração ação expressa pelo verbo. Por exemplo:
é crescimento econômico (singular), portanto, terceira pes- Ele fez o trabalho.
soa do singular (ele) = poderia. sujeito agente ação objeto (paciente)
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a Curiosidade: A palavra passivo possui a mesma raiz la-
ação expressa pelo verbo. Por exemplo: tina de paixão (latim passio, passionis) e ambas se relacio-
O trabalho foi feito por ele. nam com o significado sofrimento, padecimento. Daí vem
sujeito paciente ação agente da passiva o significado de voz passiva como sendo a voz que expres-
sa a ação sofrida pelo sujeito. Na voz passiva temos dois
- Reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo agen- elementos que nem sempre aparecem: SUJEITO PACIENTE
te e paciente, isto é, pratica e recebe a ação. Por exemplo: e AGENTE DA PASSIVA.
O menino feriu-se.
Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva
Obs.: não confundir o emprego reflexivo do verbo com
a noção de reciprocidade: Os lutadores feriram-se. (um ao Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar subs-
outro) tancialmente o sentido da frase.
Gutenberg inventou a imprensa (Voz Ativa)
Formação da Voz Passiva Sujeito da Ativa objeto Direto
A voz passiva pode ser formada por dois processos: A imprensa foi inventada por Gutenberg (Voz Pas-
analítico e sintético. siva)
1- Voz Passiva Analítica Sujeito da Passiva Agente da Passiva
Constrói-se da seguinte maneira: Verbo SER + particí-
pio do verbo principal. Por exemplo: Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o
A escola será pintada. sujeito da ativa passará a agente da passiva e o verbo ativo
O trabalho é feito por ele. assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo.
Observe mais exemplos:
- Os mestres têm constantemente aconselhado os alu-
Obs.: o agente da passiva geralmente é acompanhado
nos.
da preposição por, mas pode ocorrer a construção com a
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
preposição de. Por exemplo: A casa ficou cercada de solda-
mestres.
dos.
- Pode acontecer ainda que o agente da passiva não
- Eu o acompanharei.
esteja explícito na frase: A exposição será aberta amanhã. Ele será acompanhado por mim.
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar
(SER), pois o particípio é invariável. Observe a transforma- Obs.: quando o sujeito da voz ativa for indeterminado,
ção das frases seguintes: não haverá complemento agente na passiva. Por exemplo:
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo) Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indi-
cativo) Saiba que:
- Aos verbos que não são ativos nem passivos ou refle-
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) xivos, são chamados neutros.
O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo) O vinho é bom.
Aqui chove muito.
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente)
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) - Há formas passivas com sentido ativo:
É chegada a hora. (= Chegou a hora.)
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume Eu ainda não era nascido. (= Eu ainda não tinha nas-
o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. cido.)
Observe a transformação da frase seguinte: És um homem lido e viajado. (= que leu e viajou)
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) - Inversamente, usamos formas ativas com sentido
passivo:
Obs.: é menos frequente a construção da voz passiva ana- Há coisas difíceis de entender. (= serem entendidas)
lítica com outros verbos que podem eventualmente funcionar Mandou-o lançar na prisão. (= ser lançado)
como auxiliares. Por exemplo: A moça ficou marcada pela doença.
- Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido
2- Voz Passiva Sintética cirúrgico) e vacinar-se são considerados passivos, logo o
A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se com sujeito é paciente.
o verbo na 3ª pessoa, seguido do pronome apassivador SE. Chamo-me Luís.
Por exemplo: Batizei-me na Igreja do Carmo.
Abriram-se as inscrições para o concurso. Operou-se de hérnia.
Destruiu-se o velho prédio da escola. Vacinaram-se contra a gripe.
Obs.: o agente não costuma vir expresso na voz passiva Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
sintética. morf54.php
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LÍNGUA PORTUGUESA
RESOLUÇÃO 10-)
ele empreende, de maneira quase clandestina, a série
1-) Mulheres.
No enunciado temos uma oração com a voz passiva A série de mulheres é empreendida por ele, de maneira
do verbo. Transformando-a em ativa, teremos: “O Instituto quase clandestina.
Sou da Paz divulgou dados”. Nessa, “Instituto Sou da Paz”
funciona como sujeito da oração, ou seja, na passiva sua
função é a de agente da passiva. O sujeito paciente é “os FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO. PERÍODO
dados”. COMPOSTO (COORDENAÇÃO E
2-) SUBORDINAÇÃO).
Um dia um tufão furibundo abateu-o pela raiz. = Ele
foi abatido...
Frase, período e oração:
3-)
... valores e princípios que sejam percebidos pela so- Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para
ciedade como tais = dois verbos na voz passiva, então te- estabelecer comunicação. Expressa juízo, indica ação, esta-
remos um na ativa: que a sociedade perceba os valores e do ou fenômeno, transmite um apelo, ordem ou exterioriza
princípios... emoções.
Normalmente a frase é composta por dois termos – o
4-) sujeito e o predicado – mas não obrigatoriamente, pois em
As ruas estavam ocupadas pela multidão = dois verbos Português há orações ou frases sem sujeito: Há muito tem-
na passiva, um verbo na ativa: po que não chove.
A multidão ocupava as ruas.
Enquanto na língua falada a frase é caracterizada pela
5-) entoação, na língua escrita, a entoação é reduzida a sinais
B = as impressoras foram adquiridas... de pontuação.
C = família numerosa é sustentada... Quanto aos tipos de frases, além da classificação em
verbais e nominais, feita a partir de seus elementos consti-
D – foi acolhido como patrono...
tuintes, elas podem ser classificadas a partir de seu sentido
E – a primeira grande folhetaria do Recife foi montada...
global:
- frases interrogativas: o emissor da mensagem formu-
6-) la uma pergunta: Que queres fazer?
O engajamento moral e político não chegou a consti- - frases imperativas: o emissor da mensagem dá uma
tuir um deslocamento da atenção intelectual de Said = dois ordem ou faz um pedido: Dê-me uma mãozinha! Faça-o
verbos na voz ativa, mas com presença de preposição e, sair!
um deles, no infinitivo, então o verbo auxiliar “ser” ficará no - frases exclamativas: o emissor exterioriza um estado
infinitivo (na voz passiva) e o verbo principal (constituir) fi- afetivo: Que dia difícil!
cará no particípio: Um deslocamento da atenção intelectual - frases declarativas: o emissor constata um fato: Ele já
de Said não chegou a ser constituído pelo engajamento... chegou.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Acima temos três orações correspondentes a três pe- Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos:
ríodos simples ou a três frases. Mas, nem sempre oração o de determinação ou indeterminação e o de núcleo do
é frase: “convém que te apresses” apresenta duas orações, sujeito.
mas uma só frase, pois somente o conjunto das duas é que Um sujeito é determinado quando é facilmente iden-
traduz um pensamento completo. tificável pela concordância verbal. O sujeito determinado
Outra definição para oração é a frase ou membro de pode ser simples ou composto.
frase que se organiza ao redor de um verbo. A oração possui A indeterminação do sujeito ocorre quando não é
sempre um verbo (ou locução verbal), que implica na exis- possível identificar claramente a que se refere a concor-
tência de um predicado, ao qual pode ou não estar ligado dância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não inte-
um sujeito. ressa indicar precisamente o sujeito de uma oração.
Assim, a oração é caracterizada pela presença de um Estão gritando seu nome lá fora;
verbo. Dessa forma: Trabalha-se demais neste lugar.
Rua! = é uma frase, não é uma oração.
Já em: “Quero a rosa mais linda que houver, para enfei- O sujeito simples é o sujeito determinado que possui
tar a noite do meu bem.” Temos uma frase e três orações: um único núcleo. Esse vocábulo pode estar no singular ou
As duas últimas orações não são frases, pois em si mesmas no plural; pode também ser um pronome indefinido.
não satisfazem um propósito comunicativo; são, portanto, Nós nos respeitamos mutuamente;
membros de frase. A existência é frágil;
Ninguém se move;
Quanto ao período, ele denomina a frase constituída O amar faz bem.
por uma ou mais orações, formando um todo, com sen- O sujeito composto é o sujeito determinado que pos-
tido completo. O período pode ser simples ou composto. sui mais de um núcleo.
Período simples é aquele constituído por apenas uma Alimentos e roupas andam caríssimos;
oração, que recebe o nome de oração absoluta. Ela e eu nos respeitamos mutuamente;
Chove. O amar e o odiar são tidos como duas faces da mesma
A existência é frágil. moeda.
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de
opinião. Além desses dois sujeitos determinados, é comum a
referência ao sujeito oculto ( ou elíptico), isto é, ao núcleo
Período composto é aquele constituído por duas ou do sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido
mais orações: pela desinência verbal ou pelo contexto.
“Quando você foi embora, fez-se noite em meu viver.” Abolimos todas as regras. = (nós)
Cantei, dancei e depois dormi.
O sujeito indeterminado surge quando não se quer
Termos essenciais da oração: ou não se pode identificar claramente a que o predicado
da oração refere--se. Existe uma referência imprecisa ao
O sujeito e o predicado são considerados termos es- sujeito, caso contrário, teríamos uma oração sem sujeito.
senciais da oração, ou seja, sujeito e predicado são termos Na língua portuguesa o sujeito pode ser indetermina-
indispensáveis para a formação das orações. No entanto, do de duas maneiras:
existem orações formadas exclusivamente pelo predicado. - com verbo na terceira pessoa do plural, desde que o
O que define, pois, a oração, é a presença do verbo. sujeito não tenha sido identificado anteriormente:
O sujeito é o termo que estabelece concordância com Bateram à porta;
o verbo. Andam espalhando boatos a respeito da queda do mi-
“Minha primeira lágrima caiu dentro dos teus olhos.” nistro.
“Minhas primeiras lágrimas caíram dentro dos teus olhos”.
- com o verbo na terceira pessoa do singular, acrescido
Na primeira frase, o sujeito é minha primeira lágrima. do pronome se. Esta é uma construção típica dos verbos
Minha e primeira referem-se ao conceito básico expresso que não apresentam complemento direto:
em lágrima. Lágrima é, pois, a principal palavra do sujeito, Precisa-se de mentes criativas;
sendo, por isso, denominada núcleo do sujeito. O núcleo do Vivia-se bem naqueles tempos;
sujeito relaciona-se com o verbo, estabelecendo a concor- Trata-se de casos delicados;
dância. Sempre se está sujeito a erros.
A função do sujeito é basicamente desempenhada por
substantivos, o que a torna uma função substantiva da ora- O pronome se funciona como índice de indetermina-
ção. Pronomes, substantivos, numerais e quaisquer outras ção do sujeito.
palavras substantivadas (derivação imprópria) também po-
dem exercer a função de sujeito. As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predi-
Ele já partiu; cado, articulam-se a partir de um verbo impessoal. A men-
Os dois sumiram; sagem está centrada no processo verbal. Os principais ca-
Um sim é suave e sugestivo. sos de orações sem sujeito com:
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LÍNGUA PORTUGUESA
- os verbos que indicam fenômenos da natureza: Nos predicados nominais, o verbo não é significativo,
Amanheceu repentinamente; isto é, não indica um processo. O verbo une o sujeito ao
Está chuviscando. predicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado
do sujeito:
- os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam “Ele é senhor das suas mãos e das ferramentas.”
fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao tempo em
geral: Na frase acima o verbo ser poderia ser substituído por
Está tarde. estar, andar, ficar, parecer, permanecer ou continuar, atuando
Ainda é cedo. como elemento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele
Já são três horas, preciso ir; relacionadas.
Faz frio nesta época do ano; A função de predicativo é exercida normalmente por um
Há muitos anos aguardamos mudanças significativas; adjetivo ou substantivo.
Faz anos que esperamos melhores condições de vida;
O predicado verbo-nominal é aquele que apresenta
O predicado é o conjunto de enunciados que numa dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No predi-
dada oração contém a informação nova para o ouvinte. cado verbo-nominal, o predicativo pode referir-se ao sujeito
Nas orações sem sujeito, o predicado simplesmente enun- ou ao complemento verbal.
cia um fato qualquer: O verbo do predicado verbo-nominal é sempre signifi-
Chove muito nesta época do ano; cativo, indicando processos. É também sempre por intermé-
Houve problemas na reunião. dio do verbo que o predicativo se relaciona com o termo a
Nas orações que surge o sujeito, o predicado é aquilo que se refere.
que se declara a respeito desse sujeito. O dia amanheceu ensolarado;
As mulheres julgam os homens inconstantes
Com exceção do vocativo, que é um termo à parte,
No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta
tudo o que difere do sujeito numa oração é o seu predi-
duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de liga-
cado.
ção. Esse predicado poderia ser desdobrado em dois, um
Os homens (sujeito) pedem amor às mulheres (predica-
verbal e outro nominal:
do);
O dia amanheceu;
Passou-me (predicado) uma ideia estranha (sujeito) pelo
O dia estava ensolarado.
pensamento (predicado).
No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona o
Para o estudo do predicado, é necessário verificar se complemento homens como o predicativo inconstantes.
seu núcleo está num nome ou num verbo. Deve-se consi-
derar também se as palavras que formam o predicado re- Termos integrantes da oração:
ferem-se apenas ao verbo ou também ao sujeito da oração.
Os homens sensíveis (sujeito) pedem amor sincero às Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o
mulheres de opinião. complemento nominal são chamados termos integrantes da
oração.
O predicado acima apresenta apenas uma palavra que Os complementos verbais integram o sentido dos ver-
se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras ligam-se bos transitivos, com eles formando unidades significativas.
direta ou indiretamente ao verbo. Esses verbos podem se relacionar com seus complementos
A existência (sujeito) é frágil (predicado). diretamente, sem a presença de preposição ou indiretamen-
te, por intermédio de preposição.
O nome frágil, por intermédio do verbo, refere-se ao O objeto direto é o complemento que se liga direta-
sujeito da oração. O verbo atua como elemento de ligação mente ao verbo.
entre o sujeito e a palavra a ele relacionada. Os homens sensíveis pedem amor às mulheres de opinião;
Os homens sinceros pedem-no às mulheres de opinião;
O predicado verbal é aquele que tem como núcleo Dou-lhes três.
significativo um verbo: Houve muita confusão na partida final.
Chove muito nesta época do ano;
Senti seu toque suave; O objeto direto preposicionado ocorre principalmente:
O velho prédio foi demolido. - com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns
Os verbos acima são significativos, isto é, não servem referentes a pessoas:
apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam pro- Amar a Deus;
cessos. Adorar a Xangô;
Estimar aos pais.
O predicado nominal é aquele que tem como núcleo
significativo um nome; esse nome atribui uma qualidade - com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes de
ou estado ao sujeito, por isso é chamado de predicativo tratamento:
do sujeito. O predicativo é um nome que se liga a outro Não excluo a ninguém;
nome da oração por meio de um verbo. Não quero cansar a Vossa Senhoria.
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LÍNGUA PORTUGUESA
O adjunto adverbial é o termo da oração que indi- O aposto é um termo acessório que permite ampliar,
explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida num termo
ca uma circunstância do processo verbal, ou intensifica o
que exerça qualquer função sintática.
sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função
Ontem, segunda-feira, passei o dia mal-humorado.
adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais
exercerem o papel de adjunto adverbial.
Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo
Amanhã voltarei de bicicleta àquela velha praça.
ontem. Dizemos que o aposto é sintaticamente equivalen-
te ao termo que se relaciona porque poderia substituí-lo:
As circunstâncias comumente expressas pelo adjunto
Segunda-feira passei o dia mal-humorado.
adverbial são:
O aposto pode ser classificado, de acordo com seu va-
- acréscimo: Além de tristeza, sentia profundo cansaço. lor na oração, em:
- afirmação: Sim, realmente irei partir. a) explicativo: A linguística, ciência das línguas huma-
- assunto: Falavam sobre futebol. nas, permite-nos interpretar melhor nossa relação com o
- causa: Morrer ou matar de fome, de raiva e de sede… mundo.
- companhia: Sempre contigo bailando sob as estrelas. b) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas
- concessão: Apesar de você, amanhã há de ser outro coisas: amor, arte, ação.
dia. c) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho,
- conformidade: Fez tudo conforme o combinado. tudo isso forma o carnaval.
- dúvida: Talvez nos deixem entrar. d) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixa-
- fim: Estudou para o exame. ram-se por muito tempo na baía anoitecida.
- frequência: Sempre aparecia por lá.
- instrumento: Fez o corte com a faca. O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar
- intensidade: Corria bastante. ou interpelar um ouvinte real ou hipotético.
- limite: Andava atabalhoado do quarto à sala. A função de vocativo é substantiva, cabendo a subs-
- lugar: Vou à cidade. tantivos, pronomes substantivos, numerais e palavras subs-
- matéria: Compunha-se de substâncias estranhas. tantivadas esse papel na linguagem.
- meio: Viajarei de trem. João, venha comigo!
- modo: Foram recrutados a dedo. Traga-me doces, minha menina!
- negação: Não há ninguém que mereça.
- preço: As casas estão sendo vendidas a preços exorbi- PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO
tantes.
- substituição ou troca: Abandonou suas convicções por O período composto caracteriza-se por possuir mais
privilégios econômicos. de uma oração em sua composição. Sendo assim:
- tempo: Ontem à tarde encontrou o velho amigo. - Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma
oração)
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Estou comprando um protetor solar, depois irei à Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas
praia. (Período Composto =locução verbal, verbo, duas principais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer...quer;
orações) seja...seja.
- Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar um Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
protetor solar. (Período Composto = três verbos, três ora- Ora sei que carreira seguir, ora penso em várias carreiras
ções). diferentes.
Quer eu durma quer eu fique acordado, ficarei no quar-
Cada verbo ou locução verbal corresponde a uma to.
oração. Isso implica que o primeiro exemplo é um perío-
do simples, pois tem apenas uma oração, os dois outros
Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas
exemplos são períodos compostos, pois têm mais de uma
principais conjunções são: logo, portanto, por fim, por con-
oração.
Há dois tipos de relações que podem se estabelecer seguinte, consequentemente, pois (posposto ao verbo)
entre as orações de um período composto: uma relação de Passei no concurso, portanto irei comemorar.
coordenação ou uma relação de subordinação. Conclui o meu projeto, logo posso descansar.
Duas orações são coordenadas quando estão juntas Tomou muito sol, consequentemente ficou adoentada.
em um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco de A situação é delicada; devemos, pois, agir
informações, marcado pela pontuação final), mas têm, am-
bas, estruturas individuais, como é o exemplo de: Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. principais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na verda-
(Período Composto) de, pois (anteposto ao verbo).
Podemos dizer: Só passei na prova porque me esforcei por muito tempo.
1. Estou comprando um protetor solar. Só fiquei triste por você não ter viajado comigo.
2. Irei à praia. Não fui à praia, pois queria descansar durante o Do-
Separando as duas, vemos que elas são independentes. mingo.
É esse tipo de período que veremos agora: o Período
Composto por Coordenação. PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO
Quanto à classificação das orações coordenadas, te-
mos dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas
Observe o exemplo abaixo de Vinícius de Moraes:
Sindéticas.
“Eu sinto que em meu gesto existe o
Coordenadas Assindéticas teu gesto.”
São orações coordenadas entre si e que não são liga- Oração Principal Oração Subordinada
das através de nenhum conectivo. Estão apenas justapos-
tas. Observe que na oração subordinada temos o verbo
“existe”, que está conjugado na terceira pessoa do singular
Coordenadas Sindéticas do presente do indicativo. As orações subordinadas que
Ao contrário da anterior, são orações coordenadas en- apresentam verbo em qualquer dos tempos finitos (tem-
tre si, mas que são ligadas através de uma conjunção coor- pos do modo do indicativo, subjuntivo e imperativo), são
denativa. Esse caráter vai trazer para esse tipo de oração chamadas de orações desenvolvidas ou explícitas.
uma classificação. As orações coordenadas sindéticas são Podemos modificar o período acima. Veja:
classificadas em cinco tipos: aditivas, adversativas, alterna- Eu sinto existir em meu gesto o teu
tivas, conclusivas e explicativas. gesto.
Oração Principal Oração Subordinada
Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas prin-
cipais conjunções são: e, nem, não só... mas também, não A análise das orações continua sendo a mesma: “Eu
só... como, assim... como. sinto” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração
Não só cantei como também dancei.
subordinada “existir em meu gesto o teu gesto”. Note que
Nem comprei o protetor solar, nem fui à praia.
a oração subordinada apresenta agora verbo no infinitivo.
Comprei o protetor solar e fui à praia.
Além disso, a conjunção “que”, conectivo que unia as duas
Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas orações, desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo
principais conjunções são: mas, contudo, todavia, entretan- surge numa das formas nominais (infinitivo - flexionado ou
to, porém, no entanto, ainda, assim, senão. não -, gerúndio ou particípio) chamamos orações reduzi-
Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante. das ou implícitas.
Ainda que a noite acabasse, nós continuaríamos dan- Obs.: as orações reduzidas não são introduzidas por
çando. conjunções nem pronomes relativos. Podem ser, eventual-
Não comprei o protetor solar, mas mesmo assim fui à mente, introduzidas por preposição.
praia.
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Lembre-se: as orações subordinadas substantivas ob- Esta foi uma redação que fez sucesso.
jetivas indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva
que orações subordinadas substantivas completivas nomi-
nais integram o sentido de um nome. Para distinguir uma Perceba que a conexão entre a oração subordinada ad-
da outra, é necessário levar em conta o termo complemen- jetiva e o termo da oração principal que ela modifica é feita
tado. Essa é, aliás, a diferença entre o objeto indireto e o pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou relacio-
complemento nominal: o primeiro complementa um verbo, nar) duas orações, o pronome relativo desempenha uma
o segundo, um nome. função sintática na oração subordinada: ocupa o papel que
seria exercido pelo termo que o antecede.
e) Predicativa Obs.: para que dois períodos se unam num período
A oração subordinada substantiva predicativa exerce composto, altera-se o modo verbal da segunda oração.
papel de predicativo do sujeito do verbo da oração princi- Atenção: Vale lembrar um recurso didático para reco-
nhecer o pronome relativo que: ele sempre pode ser subs-
pal e vem sempre depois do verbo ser.
tituído por: o qual - a qual - os quais - as quais
Nosso desejo era sua desistência.
Refiro-me ao aluno que é estudioso.
Predicativo do Sujeito
Essa oração é equivalente a:
Refiro-me ao aluno o qual estuda.
Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo
era isso) Forma das Orações Subordinadas Adjetivas
Oração Subordinada Substantiva Predica-
tiva Quando são introduzidas por um pronome relativo e
apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as
Obs.: em certos casos, usa-se a preposição expletiva orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvi-
“de” para realce. Veja o exemplo: A impressão é de que não das. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas
fui bem na prova. reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo
f) Apositiva (podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o
A oração subordinada substantiva apositiva exerce verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou
função de aposto de algum termo da oração principal. particípio).
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade! Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
Aposto
No primeiro período, há uma oração subordinada ad-
(Fernanda tinha um grande sonho: isso.) jetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome
relativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito
Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz! perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração subor-
Oração Subordinada Substantiva dinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome re-
Apositiva lativo e seu verbo está no infinitivo.
reduzida de infinitivo
Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas
* Dica: geralmente há a presença dos dois pontos!
Na relação que estabelecem com o termo que caracte-
(:)
rizam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de
duas maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou
2) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
especificam o sentido do termo a que se referem, indivi-
dualizando-o. Nessas orações não há marcação de pausa,
Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui sendo chamadas subordinadas adjetivas restritivas. Existem
valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As também orações que realçam um detalhe ou amplificam
orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem dados sobre o antecedente, que já se encontra suficien-
a função de adjunto adnominal do antecedente. Observe temente definido, as quais denominam-se subordinadas
o exemplo: adjetivas explicativas.
Exemplo 1:
Esta foi uma redação bem-sucedida. Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um
Substantivo Adjetivo (Adjunto Ad- homem que passava naquele momento.
nominal) Oração Subordinada Adjetiva Restritiva
Note que o substantivo redação foi caracterizado pelo Nesse período, observe que a oração em destaque res-
adjetivo bem-sucedida. Nesse caso, é possível formarmos tringe e particulariza o sentido da palavra “homem”: trata-
outra construção, a qual exerce exatamente o mesmo pa- se de um homem específico, único. A oração limita o uni-
pel. Veja: verso de homens, isto é, não se refere a todos os homens,
mas sim àquele que estava passando naquele momento.
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f) Conformidade
As orações subordinadas adverbiais conformativas in- Dá-se o nome de regência à relação de subordinação
dicam ideia de conformidade, ou seja, exprimem uma re- que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus comple-
gra, um modelo adotado para a execução do que se decla- mentos. Ocupa-se em estabelecer relações entre as pala-
ra na oração principal. vras, criando frases não ambíguas, que expressem efetiva-
Principal conjunção subordinativa conformativa: CON- mente o sentido desejado, que sejam corretas e claras.
FORME
Outras conjunções conformativas: como, consoante e Regência Verbal
segundo (todas com o mesmo valor de conforme).
Fiz o bolo conforme ensina a receita. Termo Regente: VERBO
Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm
direitos iguais.
A regência verbal estuda a relação que se estabelece
entre os verbos e os termos que os complementam (obje-
g) Finalidade
tos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos
As orações subordinadas adverbiais finais indicam a
intenção, a finalidade daquilo que se declara na oração adverbiais).
principal. O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nos-
Principal conjunção subordinativa final: A FIM DE QUE sa capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de
Outras conjunções finais: que, porque (= para que) e a conhecermos as diversas significações que um verbo pode
locução conjuntiva para que. assumir com a simples mudança ou retirada de uma pre-
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigos. posição. Observe:
Felipe abriu a porta do carro para que sua namorada A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar,
entrasse. contentar.
A mãe agrada ao filho. -> agradar significa “causar
h) Proporção agrado ou prazer”, satisfazer.
As orações subordinadas adverbiais proporcionais ex- Logo, conclui-se que “agradar alguém” é diferente de
primem ideia de proporção, ou seja, um fato simultâneo ao “agradar a alguém”.
expresso na oração principal.
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Paguei o débito ao cobrador. - A construção “dizer para”, também muito usada po-
Objeto Direto Objeto Indireto pularmente, é igualmente considerada incorreta.
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No 2º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto,
transitivos indiretos:
- Ele se esqueceu do caderno.
- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.
Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve altera-
ção de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos tanto
brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
- Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
- Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
O verbo lembrar também pode ser transitivo direto e indireto (lembrar alguma coisa a alguém ou alguém de alguma
coisa).
SIMPATIZAR
Transitivo indireto e exige a preposição “com”: Não simpatizei com os jurados.
NAMORAR
É transitivo direto, ou seja, não admite preposição: Maria namora João.
OBEDECER
É transitivo indireto, ou seja, exige complemento com a preposição “a” (obedecer a): Devemos obedecer aos pais.
Obs: embora seja transitivo indireto, esse verbo pode ser usado na voz passiva: A fila não foi obedecida.
VER
É transitivo direto, ou seja, não exige preposição: Ele viu o filme.
Regência Nominal
É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome.
Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vá-
rios nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa,
nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes correspondentes:
todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.
Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem. Observe-os atenta-
mente e procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece.
Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
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LÍNGUA PORTUGUESA
Advérbios
Longe de Perto de
Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a;
paralelamente a; relativa a; relativamente a.
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
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05. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2012) Assinale a alter- C) Centenas de trabalhadores estão empenhados de
nativa em que o período, adaptado da revista Pesquisa criar logotipos e negociar.
Fapesp de junho de 2012, está correto quanto à regência D) O taxista levou o autor a indagar no número de
nominal e à pontuação. tomadas do edifício.
(A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapida- E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor re-
mente, seu espaço na carreira científica ainda que o avanço parasse a um prédio na marginal.
seja mais notável em alguns países, o Brasil é um exemplo,
do que em outros. 09. (Assistente de Informática II – VUNESP – 2013). As-
(B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam ra- sinale a alternativa que substitui a expressão destacada na
pidamente seu espaço na carreira científica; ainda que o frase, conforme as regras de regência da norma-padrão da
avanço seja mais notável, em alguns países, o Brasil é um língua e sem alteração de sentido.
exemplo!, do que em outros. Muitas organizações lutaram a favor da igualdade de
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam ra- direitos dos trabalhadores domésticos.
pidamente seu espaço, na carreira científica, ainda que o A) da
avanço seja mais notável, em alguns países: o Brasil é um B) na
exemplo, do que em outros. C) pela
(D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapida- D) sob a
mente seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço E) sobre a
seja mais notável em alguns países – o Brasil é um exemplo
– do que em outros. GABARITO
(E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapida-
mente, seu espaço na carreira científica, ainda que, o avan- 01. D 02. D 03. A 04. A 05. D
ço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um exem- 06. A 07. C 08. A 09. C
plo) do que em outros. RESOLUÇÃO
06. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assina- 1-) ... a que ponto a astronomia facilitou a obra das
le a alternativa correta quanto à regência dos termos em outras ciências ...
destaque. Facilitar – verbo transitivo direto
(A) Ele tentava convencer duas senhoras a assumir a A) ...astros que ficam tão distantes ... = verbo de li-
responsabilidade pelo problema. gação
(B) A menina tinha o receio a levar uma bronca por ter
B) ...que a astronomia é uma das ciências ... = verbo
se perdido.
de ligação
(C) A garota tinha apenas a lembrança pelo desenho
C) ...que nos proporcionou um espírito ... = verbo tran-
de um índio na porta do prédio.
sitivo direto e indireto
(D) A menina não tinha orgulho sob o fato de ter se
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro =
perdido de sua família.
verbo transitivo indireto
(E) A família toda se organizou para realizar a procura
à garotinha.
2-) ... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito
07. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013). Assinale nos filhos do sueco.
a alternativa que completa, correta e respectivamente, as Pedir = verbo transitivo direto e indireto
lacunas do texto, de acordo com as regras de regência. A) ...que existe uma coisa chamada EXÉRCITO... = tran-
Os estudos _______ quais a pesquisadora se reportou já sitivo direto
assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra? =verbo de
corporal e a exposição a imagens idealizadas pela mídia. ligação
A pesquisa faz um alerta ______ influência negativa que C) ...compareceu em companhia da mulher à delega-
a mídia pode exercer sobre os jovens. cia... =verbo intransitivo
A) dos … na E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevi-
B) nos … entre a mento. =transitivo direto
C) aos … para a
D) sobre os … pela 3-) ... constava simplesmente de uma vareta quebrada
E) pelos … sob a em partes desiguais...
Constar = verbo intransitivo
08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças B) ...eram comumente assinalados a golpes de macha-
Públicas – VUNESP – 2013). Considerando a norma-padrão do nos troncos mais robustos. =ligação
da língua, assinale a alternativa em que os trechos desta- C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados deso-
cados estão corretos quanto à regência, verbal ou nominal. rientam, não raro, quem... =transitivo direto
A) O prédio que o taxista mostrou dispunha de mais D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho
de dez mil tomadas. na serra de Tunuí... = transitivo direto
B) O autor fez conjecturas sob a possibilidade de haver E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o
um homem que estaria ouvindo as notas de um oboé. gentio, mestre e colaborador...=transitivo direto
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7-) Os estudos aos quais a pesquisadora se re- 3) Quando o sujeito é representado por expressões
portou já assinalavam uma relação entre os distúrbios da partitivas, representadas por “a maioria de, a maior parte
imagem corporal e a exposição a imagens idealizadas pela de, a metade de, uma porção de” entre outras, o verbo tanto
mídia. pode concordar com o núcleo dessas expressões quanto
A pesquisa faz um alerta para a influência negativa com o substantivo que a segue: A maioria dos alunos resol-
que a mídia pode exercer sobre os jovens. veu ficar. A maioria dos alunos resolveram ficar.
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02. (Agente Técnico – FCC – 2013). As normas de con- (B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
cordância verbal e nominal estão inteiramente respeitadas trou até agora uma maneira adequada de os insumos bási-
em: cos ser quantificados.
A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa (C) Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou
leitura, que satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimo- até agora uma maneira adequada para que os insumos bá-
ramento intelectual, estão na capacidade de criação do au- sicos sejam quantificado.
tor, mediante palavras, sua matéria-prima. (D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
B) Obras que se considera clássicas na literatura sem- trou até agora uma maneira adequada para que os insu-
pre delineia novos caminhos, pois é capaz de encantar o mos básicos seja quantificado.
leitor ao ultrapassar os limites da época em que vivem seus (E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
autores, gênios no domínio das palavras, sua matéria-pri- trou até agora uma maneira adequada de se quantificarem
ma. os insumos básicos.
C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas, 05. (FUNDAÇÃO CASA/SP - AGENTE ADMINISTRATIVO
lhe permitem criar todo um mundo de ficção, em que per- - VUNESP/2011 - ADAPTADA) Observe as frases do texto:
I. Cerca de 75 por cento dos países obtêm nota nega-
sonagens se transformam em seres vivos a acompanhar os
tiva...
leitores, numa verdadeira interação com a realidade.
II. ... à Venezuela, de Chávez, que obtém a pior classi-
D) As possibilidades de comunicação entre autor e lei-
ficação do continente americano (2,0)...
tor somente se realiza plenamente caso haja afinidade de Assim como ocorre com o verbo “obter” nas frases I e
ideias entre ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o II, a concordância segue as mesmas regras, na ordem dos
crescimento intelectual deste último e o prazer da leitura. exemplos, em:
E) Consta, na literatura mundial, obras-primas que (A) Todas as pessoas têm boas perspectivas para o
constitui leitura obrigatória e se tornam referências por seu próximo ano. Será que alguém tem opinião diferente da
conteúdo que ultrapassa os limites de tempo e de época. maioria?
(B) Vem muita gente prestigiar as nossas festas juninas.
03. (Escrevente TJ-SP – Vunesp/2012) Leia o texto para Vêm pessoas de muito longe para brincar de quadrilha.
responder à questão. (C) Pouca gente quis voltar mais cedo para casa. Quase
_________dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, todos quiseram ficar até o nascer do sol na praia.
não está claro até onde pode realmente chegar uma políti- (D) Existem pessoas bem intencionadas por aqui, mas
ca baseada em melhorar a eficiência sem preços adequados também existem umas que não merecem nossa atenção.
para o carbono, a água e (na maioria dos países pobres) a (E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam.
terra. É verdade que mesmo que a ameaça dos preços do
carbono e da água em si ___________diferença, as compa- 06. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
nhias não podem suportar ter de pagar, de repente, digamos, Os folheteiros vivem em feiras, mercados, praças e locais de
40 dólares por tonelada de carbono, sem qualquer prepara- peregrinação.
ção. Portanto, elas começam a usar preços- -sombra. O verbo da frase acima NÃO pode ser mantido no plu-
Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma maneira ral caso o segmento grifado seja substituído por:
de quantificar adequadamente os insumos básicos. E sem (A) Há folheteiros que
eles a maioria das políticas de crescimento verde sempre (B) A maior parte dos folheteiros
___________ a segunda opção. (C) O folheteiro e sua família
(Carta Capital, (D) O grosso dos folheteiros
27.06.2012. Adaptado) (E) Cada um dos folheteiros
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
07. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e res-
Todas as formas verbais estão corretamente flexionadas
pectivamente, com:
em:
(A) Restam… faça… será (A) Enquanto não se disporem a considerar o cordel
(B) Resta… faz… será sem preconceitos, as pessoas não serão capazes de fruir
(C) Restam… faz... serão dessas criações poéticas tão originais.
(D) Restam… façam… serão (B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status
(E) Resta… fazem… será atribuído à arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje
nas melhores universidades do país.
04 (Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) Assinale a alterna- (C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que
tiva em que o trecho a situação dos cordelistas não mudaria a não ser que eles
– Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma ma- mesmos requizessem o respeito que faziam por merecer.
neira de quantificar adequadamente os insumos básicos.– (D) Se não proveem do preconceito, a desvalorização e
está corretamente reescrito, de acordo com a norma-pa- a pouca visibilidade dessa arte popular tão rica só pode ser
drão da língua portuguesa. resultado do puro e simples desconhecimento.
(A) Ainda assim, temos certeza que ninguém encon- (E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu que os proble-
trou até agora uma maneira adequada de se quantificar os mas dos cordelistas estavam diretamente ligados à falta de
insumos básicos. representatividade.
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(D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a
trou até agora uma maneira adequada para que os insu- verdade, ainda que conscientes de que esta é até certo
mos básicos sejam quantificados. ponto relativa, costumam encontrar muito mais detratores
(E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- que admiradores.
trou até agora uma maneira adequada de se quantificarem e) No final do século XX já não se via (viam) muitos
os insumos básicos. = correta intelectuais e escritores como Edward Said, que não apenas
era (eram) notícia pelos livros que publicavam como pelas
5-) Em I, obtêm está no plural; em II, no singular. Vamos posições que corajosamente assumiam.
aos itens:
(A) Todas as pessoas têm (plural) ... Será que alguém 9-)
tem (singular) (A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas) =
(B) Vem (singular) muita gente... Vêm pessoas (plural) “há” permaneceria no singular
(C) Pouca gente quis (singular)... Quase todos quise- (B) O que não se sabe ... (ninguém nas regiões do pla-
ram (plural) neta) = “sabe” permaneceria no singular
(D) Existem (plural) pessoas ... mas também existem (C) O consumo mundial não dá sinal de trégua ... (O
umas (plural) consumo mundial de barris de petróleo) = “dá” permane-
(E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam (ambas ceria no singular
as formas estão no plural) (D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se
no custo da matéria-prima... Constantes aumentos) = “re-
6-) flete” passaria para “refletem-se”
A - Há folheteiros que vivem (concorda com o objeto (E) o tema das mudanças climáticas pressiona os es-
“folheterios”) forços mundiais... (a preocupação em torno das mudanças
B – A maior parte dos folheteiros vivem/vive (opcional) climáticas) = “pressiona” permaneceria no singular
C – O folheteiro e sua família vivem (sujeito composto)
10-) Fiz as correções:
D – O grosso dos folheteiros vive/vivem (opcional)
(A) Fazem dez anos = faz (sentido de tempo = singular)
E – Cada um dos folheteiros vive = somente no singular
(B) Ainda existe muitas pessoas = existem
(C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos
7-) Coloquei entre parênteses a forma verbal correta:
riscos
(A) Enquanto não se disporem (dispuserem) a conside-
(D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era
rar o cordel sem preconceitos, as pessoas não serão capa-
sete da manhã = eram
zes de fruir dessas criações poéticas tão originais. (E) As companhias de limpeza, apenas recentemente,
(B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status começou = começaram
atribuído à arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje
nas melhores universidades do país.
(C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que
a situação dos cordelistas não mudaria a não ser que eles COLOCAÇÃO PRONOMINAL.
mesmos requizessem (requeressem) o respeito que faziam
por merecer.
(D) Se não proveem (provêm) do preconceito, a desva- Colocação Pronominal
lorização e a pouca visibilidade dessa arte popular tão rica
só pode (podem) ser resultado do puro e simples desco- A colocação pronominal é a posição que os prono-
nhecimento. mes pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em relação
(E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu (entreviu) que ao verbo a que se referem. São pronomes oblíquos átonos:
os problemas dos cordelistas estavam diretamente ligados me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos.
à falta de representatividade. O pronome oblíquo átono pode assumir três posições
na oração em relação ao verbo:
8-) Fiz as correções entre parênteses: 1. próclise: pronome antes do verbo
a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como 2. ênclise: pronome depois do verbo
entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofis- 3. mesóclise: pronome no meio do verbo
ticadas às mais humildes, são (é) cada vez mais comuns
(comum) nos dias de hoje. Próclise
b) A importância de intelectuais como Edward Said e
Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões A próclise é aplicada antes do verbo quando temos:
polêmicas de seu tempo, não estão (está) apenas nos livros - Palavras com sentido negativo:
que escreveram. Nada me faz querer sair dessa cama.
c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio en- Não se trata de nenhuma novidade.
tre árabes e judeus, responsável por tantas mortes e tanto
sofrimento, estejam (esteja) próximos (próximo) de serem - Advérbios:
(ser) resolvidos (resolvido) ou pelo menos de terem (ter) Nesta casa se fala alemão.
alguma trégua. Naquele dia me falaram que a professora não veio.
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- Pronomes relativos:
A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje. ORTOGRAFIA, ACENTUAÇÃO GRÁFICA E
Não vou deixar de estudar os conteúdos que me falaram. PONTUAÇÃO.
- Pronomes indefinidos:
Quem me disse isso?
Todos se comoveram durante o discurso de despedida.
ORTOGRAFIA
- Pronomes demonstrativos:
Isso me deixa muito feliz! A ortografia é a parte da língua responsável pela gra-
Aquilo me incentivou a mudar de atitude! fia correta das palavras. Essa grafia baseia-se no padrão
culto da língua.
- Preposição seguida de gerúndio: As palavras podem apresentar igualdade total ou par-
Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o site mais cial no que se refere a sua grafia e pronúncia, mesmo ten-
indicado à pesquisa escolar. do significados diferentes. Essas palavras são chamadas
de homônimas (canto, do grego, significa ângulo / canto,
- Conjunção subordinativa: do latim, significa música vocal). As palavras homônimas
Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram. dividem-se em homógrafas, quando têm a mesma grafia
(gosto, substantivo e gosto, 1ª pessoa do singular do verbo
Ênclise gostar) e homófonas, quando têm o mesmo som (paço, pa-
lácio ou passo, movimento durante o andar).
A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta Quanto à grafia correta em língua portuguesa, devem-
não aceita orações iniciadas com pronomes oblíquos áto- se observar as seguintes regras:
nos. A ênclise vai acontecer quando:
- O verbo estiver no imperativo afirmativo: O fonema s:
Amem-se uns aos outros.
Sigam-me e não terão derrotas. Escreve-se com S e não com C/Ç as palavras substan-
tivadas derivadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel,
- O verbo iniciar a oração: corr e sent: pretender - pretensão / expandir - expansão /
Diga-lhe que está tudo bem. ascender - ascensão / inverter - inversão / aspergir aspersão
Chamaram-me para ser sócio. / submergir - submersão / divertir - diversão / impelir - im-
pulsivo / compelir - compulsório / repelir - repulsa / recorrer
- O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da pre- - recurso / discorrer - discurso / sentir - sensível / consentir
posição “a”: - consensual
Naquele instante os dois passaram a odiar-se.
Passaram a cumprimentar-se mutuamente. Escreve-se com SS e não com C e Ç os nomes deri-
vados dos verbos cujos radicais terminem em gred, ced,
- O verbo estiver no gerúndio: prim ou com verbos terminados por tir ou meter: agredir
Não quis saber o que aconteceu, fazendo-se de despreo- - agressivo / imprimir - impressão / admitir - admissão /
cupada. ceder - cessão / exceder - excesso / percutir - percussão /
Despediu-se, beijando-me a face. regredir - regressão / oprimir - opressão / comprometer -
compromisso / submeter - submissão
- Houver vírgula ou pausa antes do verbo: *quando o prefixo termina com vogal que se junta com
Se passar no concurso em outra cidade, mudo-me no a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimé-
mesmo instante. trico / re + surgir - ressurgir
Se não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas. *no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exem-
plos: ficasse, falasse
Mesóclise
Escreve-se com C ou Ç e não com S e SS os vocábulos
A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado de origem árabe: cetim, açucena, açúcar
no futuro do presente ou no futuro do pretérito: *os vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó,
A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã. (= ela Juçara, caçula, cachaça, cacique
se realizará) *os sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu,
Far-lhe-ei uma proposta irrecusável. (= eu farei uma uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço,
proposta a você) esperança, carapuça, dentuço
*nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção /
deter - detenção / ater - atenção / reter - retenção
*após ditongos: foice, coice, traição
*palavras derivadas de outras terminadas em te, to(r):
marte - marciano / infrator - infração / absorto - absorção
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4-)
A) Ela interrompeu a reunião derrepente. =de repente
B) O governador poderá ter seu mandato caçado. =
cassado
D) Saiu com descrição da sala. = discrição
5-)
A) O mindingo não depositou na cardeneta de pou-
pansa. = mendigo/caderneta/poupança
C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupans-
sa. = mendigo/caderneta/poupança
D) O mendingo não depozitou na carderneta de pou-
Em norma-padrão da língua portuguesa, a frase da pansa. =mendigo/depositou/caderneta/poupança
propaganda, adaptada, assume a seguinte redação:
(A) 5INCO MINUTOS: às vezes, dura mais, mas não ma- 6-) A questão envolve colocação pronominal e orto-
tem-na porisso. grafia. Comecemos pela mais fácil: ortografia! A palavra
(B) 5INCO MINUTOS: as vezes, dura mais, mas não ma- “por isso” é escrita separadamente. Assim, já descartamos
tem-na por isso. duas alternativas (“A” e “E”). Quanto à colocação pronomi-
(C) 5INCO MINUTOS: às vezes, dura mais, mas não a nal, temos a presença do advérbio “não”, que sabemos ser
matem por isso. um “ímã” para o pronome oblíquo, fazendo-nos aplicar a
(D) 5INCO MINUTOS: as vezes, dura mais, mas não lhe regra da próclise (pronome antes do verbo). Então, a for-
matem por isso. ma correta é “mas não A matem” (por que A e não LHE?
(E) 5INCO MINUTOS: às vezes, dura mais, mas não a Porque quem mata, mata algo ou alguém, objeto direto.
matem porisso. O “lhe” é usado para objeto indireto. Se não tivéssemos a
conjunção “mas” nem o advérbio “não”, a forma “matem-
GABARITO na” estaria correta, já que, após vírgula, o ideal é que utili-
zemos ênclise – pronome oblíquo após o verbo).
01. B 02. D 03. C 04. C 05. B 06. C
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C) Era um sem-vergonha, pois andava seminu. À medida que desenvolvemos o hábito da leitura e a
D) O recém-chegado veio de além-mar. prática de redigir, automaticamente aprimoramos essas
E) O vice-reitor está em estado pós-operatório. competências, e logo nos adequamos à forma padrão.
04.Segundo o novo Acordo, entre as palavras pão duro Regras básicas – Acentuação tônica
(avarento), copo de leite (planta) e pé de moleque (doce) o
hífen é obrigatório: A acentuação tônica implica na intensidade com que
A) em nenhuma delas. são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá
B) na segunda palavra. de forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica.
C) na terceira palavra. As demais, como são pronunciadas com menos intensida-
D) em todas as palavras. de, são denominadas de átonas.
E) na primeira e na segunda palavra. De acordo com a tonicidade, as palavras são classifi-
cadas como:
05.Fez um esforço __ para vencer o campeonato __. Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a
Qual alternativa completa corretamente as lacunas? última sílaba. Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel
A) sobreumano/interregional
B) sobrehumano-interregional Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai
C) sobre-humano / inter-regional na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato
D) sobrehumano/ inter-regional – passível
E) sobre-humano /interegional
Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica
GABARITO está na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tím-
pano – médico – ônibus
01. B 02. B 03. A 04. E 05. C
Como podemos observar, os vocábulos possuem mais
RESOLUÇÃO de uma sílaba, mas em nossa língua existem aqueles com
1-) uma sílaba somente: são os chamados monossílabos que,
A) autocrítica quando pronunciados, apresentam certa diferenciação
C) pontapé quanto à intensidade.
D) supermercado Tal diferenciação só é percebida quando os pronun-
E) infravermelhos ciamos em uma dada sequência de palavras. Assim como
podemos observar no exemplo a seguir:
2-)B) Nas circunvizinhanças há uma casa mal-assom- “Sei que não vai dar em nada,
brada. Seus segredos sei de cor”.
3-) A) O semianalfabeto desenhou um semicírculo.
Os monossílabos classificam-se como tônicos; os de-
4-) mais, como átonos (que, em, de).
a) pão-duro / b) copo-de-leite (planta) / c) pé de mo-
leque (doce) Os acentos
a) Usa-se o hífen nas palavras compostas que não
apresentam elementos de ligação. acento agudo (´) – Colocado sobre as letras «a», «i»,
b) Usa-se o hífen nos compostos que designam espé- «u» e sobre o «e» do grupo “em” - indica que estas letras
cies animais e botânicas (nomes de plantas, flores, frutos, representam as vogais tônicas de palavras como Amapá,
raízes, sementes), tenham ou não elementos de ligação. caí, público, parabéns. Sobre as letras “e” e “o” indica, além
c) Não se usa o hífen em compostos que apresentam da tonicidade, timbre aberto.Ex.: herói – médico – céu (di-
elementos de ligação. tongos abertos)
5-) Fez um esforço sobre-humano para vencer o cam- acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”,
peonato inter-regional. “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: Ex.:
- Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h. tâmara – Atlântico – pêssego – supôs
- Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma
letra com que se inicia a outra palavra acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com
artigos e pronomes. Ex.: à – às – àquelas – àqueles
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LÍNGUA PORTUGUESA
-ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quan-
não de “s”: água – pônei – mágoa – jóquei do seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, ru
-im, con-tri-bu-in-te, sa-ir, ju-iz
Regras especiais:
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se esti-
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos verem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha.
abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento
de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem
palavras paroxítonas. precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
As formas verbais que possuíam o acento tônico na
* Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de
palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são “e” ou “i” não serão mais acentuadas. Ex.:
acentuados. Ex.: herói, céu, dói, escarcéu. Antes Depois
apazigúe (apaziguar) apazigue
Antes Agora averigúe (averiguar) averigue
assembléia assembleia
argúi (arguir) argui
idéia ideia
geléia geleia
Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa
jibóia jiboia
apóia (verbo apoiar) apoia do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo
paranóico paranoico vir)
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acom- A regra prevalece também para os verbos conter, ob-
panhados ou não de “s”, haverá acento. Ex.: saída – faísca ter, reter, deter, abster.
– baú – país – Luís ele contém – eles contêm
ele obtém – eles obtêm
Observação importante: ele retém – eles retêm
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando ele convém – eles convêm
hiato quando vierem depois de ditongo: Ex.:
Antes Agora Não se acentuam mais as palavras homógrafas que
bocaiúva bocaiuva antes eram acentuadas para diferenciá-las de outras seme-
feiúra feiura lhantes (regra do acento diferencial). Apenas em algumas
Sauípe Sauipe exceções, como:
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LÍNGUA PORTUGUESA
A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do 06. “O episódio aconteceu em plena via pública de
pretérito perfeito do modo indicativo) ainda continua sen- Assis. Dez mulheres começaram a cantar músicas pela paz
do acentuada para diferenciar-se de pode (terceira pessoa mundial. A partir daquele momento outras pessoas que
do singular do presente do indicativo). Ex: passavam por ali decidiram integrar ao grupo. Rapidamen-
Ela pode fazer isso agora. te, uma multidão aderiu à ideia. Assim começou a forma-
Elvis não pôde participar porque sua mão não deixou... ção do maior coral popular de Assis”. O vocábulo subli-
nhado tem sua acentuação gráfica justificada pelo mesmo
O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da motivo das palavras:
preposição por. A) eminência, ímpio, vácuo, espécie, sério
- Quando, na frase, der para substituir o “por” por “co- B) aluá, cárie, pátio, aéreo, ínvio
locar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto: C) chinês, varíola, rubéola, período, prêmio
“pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex: D) sábio, sábia, sabiá, curió, sério
Faço isso por você.
Posso pôr (colocar) meus livros aqui? 07. Assinale a opção CORRETA em que todas as pala-
vras estão acentuadas na mesma posição silábica.
Questões sobre Acentuação Gráfica A) Nazaré - além - até - está - também.
B) Água - início - além - oásis - religião.
01. “Cadáver” é paroxítona, pois: C) Município - início - água - século - oásis
A) Tem a última sílaba como tônica. D) Século - símbolo - água - histórias - missionário
B) Tem a penúltima sílaba como tônica. E) Missionário - símbolo - histórias - século – município
C) Tem a antepenúltima sílaba como tônica.
D) Não tem sílaba tônica. 08. Considerando as palavras: também / revólver / lâm-
pada / lápis. Assinale a única alternativa cuja justificativa de
02. Assinale a alternativa correta. acentuação gráfica não se refere a uma delas:
A palavra faliu contém um: A) palavra paroxítona terminada em - is
A) hiato B) palavra proparoxítona terminada em - em
B) dígrafo C) palavra paroxítona terminada em - r
C) ditongo decrescente D) palavra proparoxítona - todas devem ser acentua-
D) ditongo crescente das
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
(B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam ra- D) Os candidatos ansiosos aguardavam o resultado do
pidamente seu espaço na carreira científica; ainda que o concurso, em fila.
avanço seja mais notável, em alguns países, o Brasil é um E) Os candidatos aguardavam ansiosos, em fila, o resul-
exemplo!, do que em outros. tado do concurso.
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam ra-
pidamente seu espaço, na carreira científica, ainda que o 08. A frase em que deveria haver uma vírgula é:
avanço seja mais notável, em alguns países: o Brasil é um A) Comi uma fruta pela manhã e outra à tarde.
exemplo, do que em outros. B) Eu usei um vestido vermelho na festa e minha irmã
(D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapida- usou um vestido azul.
mente seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço C) Ela tem lábios e nariz vermelhos.
seja mais notável em alguns países – o Brasil é um exemplo D) Não limparam a sala nem a cozinha.
– do que em outros.
(E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapida- GABARITO
mente, seu espaço na carreira científica, ainda que, o avan-
ço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um exem-
01. C 02. C 03. B 04. D 05. E
plo) do que em outros.
06. B 07. B 08. B
05. (Papiloscopista Policial – Vunesp – 2013 – adap.).
RESOLUÇÃO
Assinale a alternativa em que a frase mantém-se correta
após o acréscimo das vírgulas.
(A) Se a criança se perder, quem encontrá-la, verá na 1- Assinalei com um (X) as pontuações inadequadas
pulseira instruções para que envie, uma mensagem eletrô- (A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e,
nica ao grupo ou acione o código na internet. embora, (X) experimentasse , (X) a sensação de violar uma
(B) Um geolocalizador também, avisará, os pais de intimidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando
onde o código foi acionado. encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a
(C) Assim que o código é digitado, familiares cadastra- sua dona.
dos, recebem automaticamente, uma mensagem dizendo (B) Diante , (X) da testemunha o homem abriu a bolsa
que a criança foi encontrada. e, embora experimentasse a sensação , (X) de violar uma
(D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha, chega intimidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando
primeiro às, areias do Guarujá. encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a
(E) O sistema permite, ainda, cadastrar o nome e o te- sua dona.
lefone de quem a encontrou e informar um ponto de re- (D) Diante da testemunha, o homem , (X) abriu a bolsa
ferência e, embora experimentasse a sensação de violar uma inti-
midade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando , (X)
06. Assinale a série de sinais cujo emprego correspon- encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a
de, na mesma ordem, aos parênteses indicados no texto: sua dona.
“Pergunta-se ( ) qual é a ideia principal desse pará- (E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e,
grafo ( ) A chegada de reforços ( ) a condecoração ( ) o embora , (X) experimentasse a sensação de violar uma in-
escândalo da opinião pública ou a renúncia do presidente ( timidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando ,
) Se é a chegada de reforços ( ) que relação há ( ) ou mos- (X) encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era
trou seu autor haver ( ) entre esse fato e os restantes ( )”. a sua dona.
A) vírgula, vírgula, interrogação, interrogação, interro-
gação, vírgula, vírgula, vírgula, ponto final 2-) Quando se trata de trabalho científico , duas coisas
B) dois pontos, interrogação, vírgula, vírgula, interroga- devem ser consideradas : uma é a contribuição teórica
ção, vírgula, travessão, travessão, interrogação
que o trabalho oferece ; a outra é o valor prático que
C) travessão, interrogação, vírgula, vírgula, ponto final,
possa ter.
travessão, travessão, ponto final, ponto final
D) dois pontos, interrogação, vírgula, ponto final, tra-
vírgula, dois pontos, ponto e vírgula
vessão, vírgula, vírgula, vírgula, interrogação
E) dois pontos, ponto final, vírgula, vírgula, interroga-
ção, vírgula, vírgula, travessão, interrogação 3-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inade-
quadas
07. (SRF) Das redações abaixo, assinale a que não está A) Duas explicações , (X) do treinamento para consul-
pontuada corretamente: tores iniciantes receberam destaque , (X) o conceito de
A) Os candidatos, em fila, aguardavam ansiosos o re- PPD e a construção de tabelas Price; mas por outro lado,
sultado do concurso. faltou falar das metas de vendas associadas aos dois temas.
B) Em fila, os candidatos, aguardavam, ansiosos, o re- C) Duas explicações do treinamento para consultores
sultado do concurso. iniciantes receberam destaque ; (X) o conceito de PPD e a
C) Ansiosos, os candidatos aguardavam, em fila, o re- construção de tabelas Price , (X) mas por outro lado, faltou
sultado do concurso. falar das metas de vendas associadas aos dois temas.
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___________________________________________________
4-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inade-
quadas ___________________________________________________
(A) Não há dúvida de que as mulheres ampliam , (X)
rapidamente , (X) seu espaço na carreira científica (, ) ainda ___________________________________________________
que o avanço seja mais notável em alguns países, o Brasil é ___________________________________________________
um exemplo, do que em outros.
(B) Não há dúvida de que , (X) as mulheres , (X) am- ___________________________________________________
pliam rapidamente seu espaço na carreira científica ; (X)
ainda que o avanço seja mais notável , (X) em alguns paí- ___________________________________________________
ses, o Brasil é um exemplo ! (X) , do que em outros.
(C) Não há dúvida de que as mulheres , (X) ampliam
___________________________________________________
rapidamente seu espaço , (X) na carreira científica , (X) ain- ___________________________________________________
da que o avanço seja mais notável, em alguns países : (X) o
Brasil é um exemplo, do que em outros. ___________________________________________________
(E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapida-
mente , (X) seu espaço na carreira científica, ainda que , (X) ___________________________________________________
o avanço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um
exemplo) do que em outros.
___________________________________________________
___________________________________________________
5-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inade-
quadas ___________________________________________________
(A) Se a criança se perder, quem encontrá-la , (X) verá
na pulseira instruções para que envie , (X) uma mensagem ___________________________________________________
eletrônica ao grupo ou acione o código na internet. ___________________________________________________
(B) Um geolocalizador também , (X) avisará , (X) os
pais de onde o código foi acionado. ___________________________________________________
(C) Assim que o código é digitado, familiares cadastra-
dos , (X) recebem ( , ) automaticamente, uma mensagem ___________________________________________________
dizendo que a criança foi encontrada.
(D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha , (X) che-
___________________________________________________
ga primeiro às , (X) areias do Guarujá. ___________________________________________________
6-) Pergunta-se ( : ) qual é a ideia principal desse pa- ___________________________________________________
rágrafo
( ? ) A chegada de reforços ( , ) a condecoração ( , ) o ___________________________________________________
escândalo da opinião pública ou a renúncia do presidente
___________________________________________________
(? ) Se é a chegada de reforços ( , ) que relação há ( - )
ou mostrou seu autor haver ( - ) entre esse fato e os res- ___________________________________________________
tantes ( ? )
___________________________________________________
7-) Em fila, os candidatos , (X) aguardavam, ansiosos, o
resultado do concurso. ___________________________________________________
___________________________________________________
8-) Eu usei um vestido vermelho na festa , e minha
irmã usou um vestido azul. ___________________________________________________
Há situações em que é possível usar a vírgula antes do
“e”. Isso ocorre quando a conjunção aditiva coordena ora- ___________________________________________________
ções de sujeitos diferentes nas quais a leitura fluente pode
ser prejudicada pela ausência da pontuação.
___________________________________________________
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LEGISLAÇÃO
1
LEGISLAÇÃO
2
LEGISLAÇÃO
§ 1o Para o acesso a informações de interesse público, a Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de có-
identificação do requerente não pode conter exigências que pias, o interessado poderá solicitar que, a suas expensas e sob
inviabilizem a solicitação. supervisão de servidor público, a reprodução seja feita por
§ 2o Os órgãos e entidades do poder público devem viabi- outro meio que não ponha em risco a conservação do docu-
lizar alternativa de encaminhamento de pedidos de acesso por mento original.
meio de seus sítios oficiais na internet. Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de
§ 3o São vedadas quaisquer exigências relativas aos moti- decisão de negativa de acesso, por certidão ou cópia.
vos determinantes da solicitação de informações de interesse
público. Seção II
Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou Dos Recursos
conceder o acesso imediato à informação disponível.
§ 1o Não sendo possível conceder o acesso imediato, na Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informa-
forma disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o ções ou às razões da negativa do acesso, poderá o interessa-
pedido deverá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias: do interpor recurso contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias
I - comunicar a data, local e modo para se realizar a con- a contar da sua ciência.
sulta, efetuar a reprodução ou obter a certidão; Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hie-
II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total rarquicamente superior à que exarou a decisão impugnada,
ou parcial, do acesso pretendido; ou que deverá se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias.
III - comunicar que não possui a informação, indicar, se Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou
for do seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá
ou, ainda, remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no
cientificando o interessado da remessa de seu pedido de in- prazo de 5 (cinco) dias se:
formação. I - o acesso à informação não classificada como sigilosa
§ 2o O prazo referido no § 1o poderá ser prorrogado por for negado;
mais 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou
cientificado o requerente. parcialmente classificada como sigilosa não indicar a autori-
§ 3o Sem prejuízo da segurança e da proteção das infor- dade classificadora ou a hierarquicamente superior a quem
mações e do cumprimento da legislação aplicável, o órgão ou possa ser dirigido pedido de acesso ou desclassificação;
entidade poderá oferecer meios para que o próprio requeren- III - os procedimentos de classificação de informação si-
te possa pesquisar a informação de que necessitar. gilosa estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e
§ 4o Quando não for autorizado o acesso por se tratar de IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros pro-
informação total ou parcialmente sigilosa, o requerente deverá cedimentos previstos nesta Lei.
ser informado sobre a possibilidade de recurso, prazos e con- § 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser
dições para sua interposição, devendo, ainda, ser-lhe indicada dirigido à Controladoria-Geral da União depois de submetido
a autoridade competente para sua apreciação. à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamen-
§ 5o A informação armazenada em formato digital será te superior àquela que exarou a decisão impugnada, que de-
fornecida nesse formato, caso haja anuência do requerente. liberará no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 6o Caso a informação solicitada esteja disponível ao pú- § 2o Verificada a procedência das razões do recurso, a
blico em formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro Controladoria-Geral da União determinará ao órgão ou enti-
meio de acesso universal, serão informados ao requerente, por dade que adote as providências necessárias para dar cumpri-
escrito, o lugar e a forma pela qual se poderá consultar, obter mento ao disposto nesta Lei.
ou reproduzir a referida informação, procedimento esse que § 3o Negado o acesso à informação pela Controladoria-
desonerará o órgão ou entidade pública da obrigação de seu Geral da União, poderá ser interposto recurso à Comissão
fornecimento direto, salvo se o requerente declarar não dispor Mista de Reavaliação de Informações, a que se refere o art. 35.
de meios para realizar por si mesmo tais procedimentos. Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de desclassi-
Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da informação ficação de informação protocolado em órgão da administra-
é gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução de documentos ção pública federal, poderá o requerente recorrer ao Ministro
pelo órgão ou entidade pública consultada, situação em que de Estado da área, sem prejuízo das competências da Comis-
poderá ser cobrado exclusivamente o valor necessário ao res- são Mista de Reavaliação de Informações, previstas no art. 35,
sarcimento do custo dos serviços e dos materiais utilizados. e do disposto no art. 16.
Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos pre- § 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser
vistos no caput todo aquele cuja situação econômica não lhe dirigido às autoridades mencionadas depois de submetido à
permita fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da famí- apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente
lia, declarada nos termos da Lei no 7.115, de 29 de agosto de superior à autoridade que exarou a decisão impugnada e, no
1983. caso das Forças Armadas, ao respectivo Comando.
Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida § 2o Indeferido o recurso previsto no caput que tenha
em documento cuja manipulação possa prejudicar sua integri- como objeto a desclassificação de informação secreta ou ul-
dade, deverá ser oferecida a consulta de cópia, com certifica- trassecreta, caberá recurso à Comissão Mista de Reavaliação
ção de que esta confere com o original. de Informações prevista no art. 35.
3
LEGISLAÇÃO
Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões dene- Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades
gatórias proferidas no recurso previsto no art. 15 e de revisão públicas, observado o seu teor e em razão de sua imprescin-
de classificação de documentos sigilosos serão objeto de re- dibilidade à segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser
gulamentação própria dos Poderes Legislativo e Judiciário e do classificada como ultrassecreta, secreta ou reservada.
Ministério Público, em seus respectivos âmbitos, assegurado ao § 1o Os prazos máximos de restrição de acesso à infor-
solicitante, em qualquer caso, o direito de ser informado sobre mação, conforme a classificação prevista no caput, vigoram a
o andamento de seu pedido. partir da data de sua produção e são os seguintes:
Art. 19. (VETADO). I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos;
§ 1o (VETADO). II - secreta: 15 (quinze) anos; e
§ 2o Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público in- III - reservada: 5 (cinco) anos.
formarão ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional § 2o As informações que puderem colocar em risco a
do Ministério Público, respectivamente, as decisões que, em grau de segurança do Presidente e Vice-Presidente da República e
recurso, negarem acesso a informações de interesse público. respectivos cônjuges e filhos(as) serão classificadas como re-
Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a Lei servadas e ficarão sob sigilo até o término do mandato em
no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao procedimento de que exercício ou do último mandato, em caso de reeleição.
trata este Capítulo. § 3o Alternativamente aos prazos previstos no § 1o, pode-
rá ser estabelecida como termo final de restrição de acesso
CAPÍTULO IV a ocorrência de determinado evento, desde que este ocorra
DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO antes do transcurso do prazo máximo de classificação.
Seção I § 4o Transcorrido o prazo de classificação ou consumado
Disposições Gerais o evento que defina o seu termo final, a informação tornar-
se-á, automaticamente, de acesso público.
Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação neces- § 5o Para a classificação da informação em determinado
sária à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais. grau de sigilo, deverá ser observado o interesse público da
Parágrafo único. As informações ou documentos que ver- informação e utilizado o critério menos restritivo possível,
sem sobre condutas que impliquem violação dos direitos hu- considerados:
manos praticada por agentes públicos ou a mando de autori-
I - a gravidade do risco ou dano à segurança da socieda-
dades públicas não poderão ser objeto de restrição de acesso.
de e do Estado; e
Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses
II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento
legais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de se-
que defina seu termo final.
gredo industrial decorrentes da exploração direta de atividade
econômica pelo Estado ou por pessoa física ou entidade privada
Seção III
que tenha qualquer vínculo com o poder público.
Da Proteção e do Controle de Informações Sigilosas
Seção II
Da Classificação da Informação quanto ao Grau e Pra- Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a divulga-
zos de Sigilo ção de informações sigilosas produzidas por seus órgãos e
entidades, assegurando a sua proteção. (Regulamento)
Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da § 1o O acesso, a divulgação e o tratamento de informação
sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as classificada como sigilosa ficarão restritos a pessoas que te-
informações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: nham necessidade de conhecê-la e que sejam devidamente
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a inte- credenciadas na forma do regulamento, sem prejuízo das atri-
gridade do território nacional; buições dos agentes públicos autorizados por lei.
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações § 2o O acesso à informação classificada como sigilosa cria
ou as relações internacionais do País, ou as que tenham sido a obrigação para aquele que a obteve de resguardar o sigilo.
fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados e organismos § 3o Regulamento disporá sobre procedimentos e medi-
internacionais; das a serem adotados para o tratamento de informação sigi-
III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; losa, de modo a protegê-la contra perda, alteração indevida,
IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econô- acesso, transmissão e divulgação não autorizados.
mica ou monetária do País; Art. 26. As autoridades públicas adotarão as providências
V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estra- necessárias para que o pessoal a elas subordinado hierarqui-
tégicos das Forças Armadas; camente conheça as normas e observe as medidas e proce-
VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e de- dimentos de segurança para tratamento de informações si-
senvolvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, gilosas.
bens, instalações ou áreas de interesse estratégico nacional; Parágrafo único. A pessoa física ou entidade privada que,
VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas em razão de qualquer vínculo com o poder público, executar
autoridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou atividades de tratamento de informações sigilosas adotará as
VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como providências necessárias para que seus empregados, prepostos
de investigação ou fiscalização em andamento, relacionadas ou representantes observem as medidas e procedimentos de se-
com a prevenção ou repressão de infrações. gurança das informações resultantes da aplicação desta Lei.
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
I - promover e propor a regulamentação do credenciamen- Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o disposto nes-
to de segurança de pessoas físicas, empresas, órgãos e entidades ta Lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data
para tratamento de informações sigilosas; e de sua publicação.
II - garantir a segurança de informações sigilosas, inclusive Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de 11 de
aquelas provenientes de países ou organizações internacionais dezembro de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação:
com os quais a República Federativa do Brasil tenha firmado tra- “Art. 116. ...................................................................
tado, acordo, contrato ou qualquer outro ato internacional, sem ............................................................................................
prejuízo das atribuições do Ministério das Relações Exteriores e VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão
dos demais órgãos competentes. do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando
Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a composição, houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de
organização e funcionamento do NSC. outra autoridade competente para apuração;
Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei no 9.507, de 12 de .................................................................................” (NR)
novembro de 1997, em relação à informação de pessoa, física ou Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei no 8.112, de 1990,
jurídica, constante de registro ou banco de dados de entidades passa a vigorar acrescido do seguinte art. 126-A:
governamentais ou de caráter público. “Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado
Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão proceder à civil, penal ou administrativamente por dar ciência à autorida-
reavaliação das informações classificadas como ultrassecretas e de superior ou, quando houver suspeita de envolvimento des-
secretas no prazo máximo de 2 (dois) anos, contado do termo ta, a outra autoridade competente para apuração de informa-
inicial de vigência desta Lei. ção concernente à prática de crimes ou improbidade de que
§ 1o A restrição de acesso a informações, em razão da reava- tenha conhecimento, ainda que em decorrência do exercício
liação prevista no caput, deverá observar os prazos e condições de cargo, emprego ou função pública.”
previstos nesta Lei. Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Muni-
§ 2o No âmbito da administração pública federal, a reavalia- cípios, em legislação própria, obedecidas as normas gerais es-
ção prevista no caput poderá ser revista, a qualquer tempo, pela tabelecidas nesta Lei, definir regras específicas, especialmente
Comissão Mista de Reavaliação de Informações, observados os quanto ao disposto no art. 9o e na Seção II do Capítulo III.
termos desta Lei. Art. 46. Revogam-se:
§ 3o Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação pre- I - a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005; e
visto no caput, será mantida a classificação da informação nos II - os arts. 22 a 24 da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991.
termos da legislação precedente. Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias
após a data de sua publicação.
§ 4o As informações classificadas como secretas e ultrasse-
Brasília, 18 de novembro de 2011; 190o da Independência
cretas não reavaliadas no prazo previsto no caput serão conside-
e 123o da República.
radas, automaticamente, de acesso público.
Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da vigên-
cia desta Lei, o dirigente máximo de cada órgão ou entidade da
administração pública federal direta e indireta designará autori- DECRETO FEDERAL Nº 7.724/2012.
dade que lhe seja diretamente subordinada para, no âmbito do
respectivo órgão ou entidade, exercer as seguintes atribuições:
I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso a DECRETO Nº 7.724, DE 16 DE MAIO DE 2012
informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos desta Lei;
II - monitorar a implementação do disposto nesta Lei e apre- Regulamenta a Lei no 12.527, de 18 de novembro de
sentar relatórios periódicos sobre o seu cumprimento; 2011, que dispõe sobre o acesso a informações previsto no
III - recomendar as medidas indispensáveis à implementa- inciso XXXIII do caput do art. 5o, no inciso II do § 3o do art. 37
ção e ao aperfeiçoamento das normas e procedimentos neces- e no § 2o do art. 216 da Constituição.
sários ao correto cumprimento do disposto nesta Lei; e A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das atribuições
IV - orientar as respectivas unidades no que se refere ao que lhe confere o art. 84, caput, incisos IV e VI, alínea “a”, da
cumprimento do disposto nesta Lei e seus regulamentos. Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 12.527, de
Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão da admi- 18 de novembro de 2011,
nistração pública federal responsável: DECRETA:
I - pela promoção de campanha de abrangência nacional de
fomento à cultura da transparência na administração pública e CAPÍTULO I
conscientização do direito fundamental de acesso à informação; DISPOSIÇÕES GERAIS
II - pelo treinamento de agentes públicos no que se refere
ao desenvolvimento de práticas relacionadas à transparência na Art. 1o Este Decreto regulamenta, no âmbito do Poder
administração pública; Executivo federal, os procedimentos para a garantia do acesso
III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da à informação e para a classificação de informações sob restri-
administração pública federal, concentrando e consolidando a ção de acesso, observados grau e prazo de sigilo, conforme o
publicação de informações estatísticas relacionadas no art. 30; disposto na Lei no 12.527, de 18 de novembro de 2011, que
IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de rela- dispõe sobre o acesso a informações previsto no inciso XXXIII
tório anual com informações atinentes à implementação desta do caput do art. 5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do
Lei. art. 216 da Constituição.
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
IV - execução orçamentária e financeira detalhada; IV - possibilitar acesso automatizado por sistemas externos
V - licitações realizadas e em andamento, com editais, em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina;
anexos e resultados, além dos contratos firmados e notas de V - divulgar em detalhes os formatos utilizados para es-
empenho emitidas; truturação da informação;
VI - remuneração e subsídio recebidos por ocupante de VI - garantir autenticidade e integridade das informações
cargo, posto, graduação, função e emprego público, incluin- disponíveis para acesso;
do auxílios, ajudas de custo, jetons e quaisquer outras van- VII - indicar instruções que permitam ao requerente co-
tagens pecuniárias, bem como proventos de aposentadoria municar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou
e pensões daqueles que estiverem na ativa, de maneira in- entidade; e
dividualizada, conforme ato do Ministério do Planejamento, VIII - garantir a acessibilidade de conteúdo para pessoas
Orçamento e Gestão; com deficiência.
VII - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade;
(Redação dada pelo Decreto nº 8.408, de 2015) CAPÍTULO IV
VIII - contato da autoridade de monitoramento, designa- DA TRANSPARÊNCIA PASSIVA
da nos termos do art. 40 da Lei nº 12.527, de 2011, e telefone Seção I
e correio eletrônico do Serviço de Informações ao Cidadão - Do Serviço de Informação ao Cidadão
SIC; e (Redação dada pelo Decreto nº 8.408, de 2015)
IX - programas financiados pelo Fundo de Amparo ao Art. 9o Os órgãos e entidades deverão criar Serviço de In-
Trabalhador - FAT. (Incluído pelo Decreto nº 8.408, de 2015) formações ao Cidadão - SIC, com o objetivo de:
§ 4o As informações poderão ser disponibilizadas por meio I - atender e orientar o público quanto ao acesso à informação;
de ferramenta de redirecionamento de página na Internet, II - informar sobre a tramitação de documentos nas unidades; e
quando estiverem disponíveis em outros sítios governamentais. III - receber e registrar pedidos de acesso à informação.
§ 5o No caso das empresas públicas, sociedades de eco- Parágrafo único. Compete ao SIC:
nomia mista e demais entidades controladas pela União que I - o recebimento do pedido de acesso e, sempre que
atuem em regime de concorrência, sujeitas ao disposto no art. possível, o fornecimento imediato da informação;
173 da Constituição, aplica-se o disposto no § 1o do art. 5o. II - o registro do pedido de acesso em sistema eletrônico
§ 6o O Banco Central do Brasil divulgará periodicamente específico e a entrega de número do protocolo, que conterá a
informações relativas às operações de crédito praticadas pe- data de apresentação do pedido; e
las instituições financeiras, inclusive as taxas de juros mínima, III - o encaminhamento do pedido recebido e registra-
máxima e média e as respectivas tarifas bancárias. do à unidade responsável pelo fornecimento da informação,
§ 7o A divulgação das informações previstas no § 3o não quando couber.
exclui outras hipóteses de publicação e divulgação de infor- Art. 10. O SIC será instalado em unidade física identifica-
mações previstas na legislação. da, de fácil acesso e aberta ao público.
§ 8º Ato conjunto dos Ministros de Estado da Controla- § 1o Nas unidades descentralizadas em que não houver
doria-Geral da União, do Planejamento, Orçamento e Gestão SIC será oferecido serviço de recebimento e registro dos pe-
e do Trabalho e Emprego disporá sobre a divulgação dos didos de acesso à informação.
programas de que trata o inciso IX do § 3º, que será feita, § 2o Se a unidade descentralizada não detiver a informa-
observado o disposto no Capítulo VII: (Incluído pelo Decreto ção, o pedido será encaminhado ao SIC do órgão ou entidade
nº 8.408, de 2015) central, que comunicará ao requerente o número do protoco-
I - de maneira individualizada; (Incluído pelo Decreto nº lo e a data de recebimento do pedido, a partir da qual se inicia
8.408, de 2015) o prazo de resposta.
II - por meio de informações consolidadas disponibiliza-
das no sítio na Internet do Ministério do Trabalho e Emprego; Seção II
e (Incluído pelo Decreto nº 8.408, de 2015) Do Pedido de Acesso à Informação
III - por meio de disponibilização de variáveis das bases
de dados para execução de cruzamentos, para fins de estudos Art. 11. Qualquer pessoa, natural ou jurídica, poderá for-
e pesquisas, observado o disposto no art. 13. (Incluído pelo mular pedido de acesso à informação.
Decreto nº 8.408, de 2015) § 1o O pedido será apresentado em formulário padrão,
Art. 8o Os sítios na Internet dos órgãos e entidades de- disponibilizado em meio eletrônico e físico, no sítio na Inter-
verão, em cumprimento às normas estabelecidas pelo Mi- net e no SIC dos órgãos e entidades.
nistério do Planejamento, Orçamento e Gestão, atender aos § 2o O prazo de resposta será contado a partir da data de
seguintes requisitos, entre outros: apresentação do pedido ao SIC.
I - conter formulário para pedido de acesso à informação; § 3o É facultado aos órgãos e entidades o recebimento de
II - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que per- pedidos de acesso à informação por qualquer outro meio le-
mita o acesso à informação de forma objetiva, transparente, gítimo, como contato telefônico, correspondência eletrônica
clara e em linguagem de fácil compreensão; ou física, desde que atendidos os requisitos do art. 12.
III - possibilitar gravação de relatórios em diversos for- § 4o Na hipótese do § 3o, será enviada ao requerente co-
matos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais municação com o número de protocolo e a data do recebi-
como planilhas e texto, de modo a facilitar a análise das in- mento do pedido pelo SIC, a partir da qual se inicia o prazo
formações; de resposta.
9
LEGISLAÇÃO
Art. 12. O pedido de acesso à informação deverá conter: Parágrafo único. Na hipótese do caput o órgão ou en-
I - nome do requerente; tidade desobriga-se do fornecimento direto da informação,
II - número de documento de identificação válido; salvo se o requerente declarar não dispor de meios para con-
III - especificação, de forma clara e precisa, da informação sultar, obter ou reproduzir a informação.
requerida; e Art. 18. Quando o fornecimento da informação implicar
IV - endereço físico ou eletrônico do requerente, para rece- reprodução de documentos, o órgão ou entidade, observado
bimento de comunicações ou da informação requerida. o prazo de resposta ao pedido, disponibilizará ao requerente
Art. 13. Não serão atendidos pedidos de acesso à informação: Guia de Recolhimento da União - GRU ou documento equiva-
I - genéricos; lente, para pagamento dos custos dos serviços e dos materiais
II - desproporcionais ou desarrazoados; ou utilizados.
III - que exijam trabalhos adicionais de análise, interpre- Parágrafo único. A reprodução de documentos ocorrerá
tação ou consolidação de dados e informações, ou serviço de no prazo de dez dias, contado da comprovação do pagamen-
produção ou tratamento de dados que não seja de competên- to pelo requerente ou da entrega de declaração de pobreza
cia do órgão ou entidade. por ele firmada, nos termos da Lei no 7.115, de 1983, ressalva-
Parágrafo único. Na hipótese do inciso III do caput, o ór- das hipóteses justificadas em que, devido ao volume ou ao es-
gão ou entidade deverá, caso tenha conhecimento, indicar o tado dos documentos, a reprodução demande prazo superior.
local onde se encontram as informações a partir das quais o Art. 19. Negado o pedido de acesso à informação, será en-
requerente poderá realizar a interpretação, consolidação ou viada ao requerente, no prazo de resposta, comunicação com:
tratamento de dados. I - razões da negativa de acesso e seu fundamento legal;
Art. 14. São vedadas exigências relativas aos motivos do II - possibilidade e prazo de recurso, com indicação da au-
pedido de acesso à informação. toridade que o apreciará; e
III - possibilidade de apresentação de pedido de desclas-
Seção III sificação da informação, quando for o caso, com indicação da
Do Procedimento de Acesso à Informação autoridade classificadora que o apreciará.
§1o As razões de negativa de acesso a informação classi-
Art. 15. Recebido o pedido e estando a informação dispo- ficada indicarão o fundamento legal da classificação, a autori-
nível, o acesso será imediato. dade que a classificou e o código de indexação do documento
§ 1o Caso não seja possível o acesso imediato, o órgão ou classificado.
entidade deverá, no prazo de até vinte dias: § 2o Os órgãos e entidades disponibilizarão formulário pa-
I - enviar a informação ao endereço físico ou eletrônico in- drão para apresentação de recurso e de pedido de desclassi-
formado; ficação.
II - comunicar data, local e modo para realizar consulta à Art. 20. O acesso a documento preparatório ou informa-
informação, efetuar reprodução ou obter certidão relativa à in- ção nele contida, utilizados como fundamento de tomada de
formação; decisão ou de ato administrativo, será assegurado a partir da
III - comunicar que não possui a informação ou que não edição do ato ou decisão.
tem conhecimento de sua existência; Parágrafo único. O Ministério da Fazenda e o Banco Cen-
IV - indicar, caso tenha conhecimento, o órgão ou entidade tral do Brasil classificarão os documentos que embasarem de-
responsável pela informação ou que a detenha; ou cisões de política econômica, tais como fiscal, tributária, mo-
V - indicar as razões da negativa, total ou parcial, do acesso. netária e regulatória.
§ 2o Nas hipóteses em que o pedido de acesso demandar
manuseio de grande volume de documentos, ou a movimen- Seção IV
tação do documento puder comprometer sua regular tramita- Dos Recursos
ção, será adotada a medida prevista no inciso II do § 1o.
§ 3o Quando a manipulação puder prejudicar a integridade Art. 21. No caso de negativa de acesso à informação ou de
da informação ou do documento, o órgão ou entidade deverá não fornecimento das razões da negativa do acesso, poderá o
indicar data, local e modo para consulta, ou disponibilizar có- requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado
pia, com certificação de que confere com o original. da ciência da decisão, à autoridade hierarquicamente superior
§ 4o Na impossibilidade de obtenção de cópia de que trata à que adotou a decisão, que deverá apreciá-lo no prazo de
o § 3o, o requerente poderá solicitar que, às suas expensas e cinco dias, contado da sua apresentação.
sob supervisão de servidor público, a reprodução seja feita por Parágrafo único. Desprovido o recurso de que trata
outro meio que não ponha em risco a integridade do docu- o caput, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de
mento original. dez dias, contado da ciência da decisão, à autoridade máxima
Art. 16. O prazo para resposta do pedido poderá ser pror- do órgão ou entidade, que deverá se manifestar em cinco dias
rogado por dez dias, mediante justificativa encaminhada ao re- contados do recebimento do recurso.
querente antes do término do prazo inicial de vinte dias. Art. 22. No caso de omissão de resposta ao pedido de
Art. 17. Caso a informação esteja disponível ao público acesso à informação, o requerente poderá apresentar recla-
em formato impresso, eletrônico ou em outro meio de acesso mação no prazo de dez dias à autoridade de monitoramento
universal, o órgão ou entidade deverá orientar o requerente de que trata o art. 40 da Lei no 12.527, de 2011, que deverá se
quanto ao local e modo para consultar, obter ou reproduzir manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento
a informação. da reclamação.
10
LEGISLAÇÃO
§ 1o O prazo para apresentar reclamação começará trinta Art. 27. Para a classificação da informação em grau de si-
dias após a apresentação do pedido. gilo, deverá ser observado o interesse público da informação e
§ 2o A autoridade máxima do órgão ou entidade poderá utilizado o critério menos restritivo possível, considerados:
designar outra autoridade que lhe seja diretamente subordi- I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade
nada como responsável pelo recebimento e apreciação da re- e do Estado; e
clamação. II - o prazo máximo de classificação em grau de sigilo ou o
Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo úni- evento que defina seu termo final.
co do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, Art. 28. Os prazos máximos de classificação são os seguin-
poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, tes:
contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, I - grau ultrassecreto: vinte e cinco anos;
que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do II - grau secreto: quinze anos; e
recebimento do recurso. III - grau reservado: cinco anos.
§ 1o A Controladoria-Geral da União poderá determinar Parágrafo único. Poderá ser estabelecida como termo final
que o órgão ou entidade preste esclarecimentos. de restrição de acesso a ocorrência de determinado evento, ob-
§ 2o Provido o recurso, a Controladoria-Geral da União fi- servados os prazos máximos de classificação.
xará prazo para o cumprimento da decisão pelo órgão ou en- Art. 29. As informações que puderem colocar em risco a
tidade. segurança do Presidente da República, Vice-Presidente e seus
Art. 24. No caso de negativa de acesso à informação, ou cônjuges e filhos serão classificadas no grau reservado e ficarão
às razões da negativa do acesso de que trata o caput do art. sob sigilo até o término do mandato em exercício ou do último
21, desprovido o recurso pela Controladoria-Geral da União, o mandato, em caso de reeleição.
requerente poderá apresentar, no prazo de dez dias, contado Art. 30. A classificação de informação é de competência:
da ciência da decisão, recurso à Comissão Mista de Reavalia- I - no grau ultrassecreto, das seguintes autoridades:
ção de Informações, observados os procedimentos previstos a) Presidente da República;
no Capítulo VI. b) Vice-Presidente da República;
c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prer-
CAPÍTULO V rogativas;
DAS INFORMAÇÕES CLASSIFICADAS EM GRAU DE d) Comandantes da Marinha, do Exército, da Aeronáutica; e
SIGILO e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanen-
Seção I tes no exterior;
Da Classificação de Informações quanto ao Grau e II - no grau secreto, das autoridades referidas no inciso I
Prazos de Sigilo do caput, dos titulares de autarquias, fundações, empresas pú-
blicas e sociedades de economia mista; e
Art. 25. São passíveis de classificação as informações consi- III - no grau reservado, das autoridades referidas nos inci-
deradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Esta- sos I e II do caput e das que exerçam funções de direção, co-
do, cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: mando ou chefia do Grupo-Direção e Assessoramento Supe-
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a inte- riores - DAS, nível DAS 101.5 ou superior, e seus equivalentes.
gridade do território nacional; § 1o É vedada a delegação da competência de classificação
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações nos graus de sigilo ultrassecreto ou secreto.
ou as relações internacionais do País; § 2o O dirigente máximo do órgão ou entidade poderá dele-
III - prejudicar ou pôr em risco informações fornecidas em gar a competência para classificação no grau reservado a agente
caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais; público que exerça função de direção, comando ou chefia.
IV - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da popu- § 3o É vedada a subdelegação da competência de que trata
lação; o § 2o.
V - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econô- § 4o Os agentes públicos referidos no § 2o deverão dar ciên-
mica ou monetária do País; cia do ato de classificação à autoridade delegante, no prazo de
VI - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estra- noventa dias.
tégicos das Forças Armadas; § 5o A classificação de informação no grau ultrassecre-
VII - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e to pelas autoridades previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I
desenvolvimento científico ou tecnológico, assim como a siste- do caput deverá ser ratificada pelo Ministro de Estado, no prazo
mas, bens, instalações ou áreas de interesse estratégico nacio- de trinta dias.
nal, observado o disposto no inciso II do caput do art. 6o; § 6o Enquanto não ratificada, a classificação de que trata o §
VIII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas 5o considera-se válida, para todos os efeitos legais.
autoridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou
IX - comprometer atividades de inteligência, de investiga- Seção II
ção ou de fiscalização em andamento, relacionadas com pre- Dos Procedimentos para Classificação de Informação
venção ou repressão de infrações.
Art. 26. A informação em poder dos órgãos e entidades, Art. 31. A decisão que classificar a informação em qual-
observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à quer grau de sigilo deverá ser formalizada no Termo de Clas-
segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada sificação de Informação - TCI, conforme modelo contido no
no grau ultrassecreto, secreto ou reservado. Anexo, e conterá o seguinte:
11
LEGISLAÇÃO
12
LEGISLAÇÃO
Art. 42. Não poderá ser negado acesso às informações VIII - Gabinete de Segurança Institucional da Presidência
necessárias à tutela judicial ou administrativa de direitos fun- da República;
damentais. IX - Advocacia-Geral da União; e
Parágrafo único. O requerente deverá apresentar razões X - Controladoria Geral da União.
que demonstrem a existência de nexo entre as informações Parágrafo único. Cada integrante indicará suplente a ser
requeridas e o direito que se pretende proteger. designado por ato do Presidente da Comissão.
Art. 43. O acesso, a divulgação e o tratamento de infor- Art. 47. Compete à Comissão Mista de Reavaliação de In-
mação classificada em qualquer grau de sigilo ficarão restritos formações:
a pessoas que tenham necessidade de conhecê-la e que se- I - rever, de ofício ou mediante provocação, a classifica-
jam credenciadas segundo as normas fixadas pelo Núcleo de ção de informação no grau ultrassecreto ou secreto ou sua
Segurança e Credenciamento, instituído no âmbito do Gabi- reavaliação, no máximo a cada quatro anos;
nete de Segurança Institucional da Presidência da República, II - requisitar da autoridade que classificar informação no
sem prejuízo das atribuições de agentes públicos autorizados grau ultrassecreto ou secreto esclarecimento ou conteúdo,
por lei. parcial ou integral, da informação, quando as informações
Art. 44. As autoridades do Poder Executivo federal ado- constantes do TCI não forem suficientes para a revisão da
tarão as providências necessárias para que o pessoal a elas classificação;
subordinado conheça as normas e observe as medidas e pro- III - decidir recursos apresentados contra decisão profe-
cedimentos de segurança para tratamento de informações rida:
classificadas em qualquer grau de sigilo. a) pela Controladoria-Geral da União, em grau recursal,
Parágrafo único. A pessoa natural ou entidade privada pedido de acesso à informação ou de abertura de base de
que, em razão de qualquer vínculo com o Poder Público, exe- dados, ou às razões da negativa de acesso à informação ou de
cutar atividades de tratamento de informações classificadas, abertura de base de dados; ou (Redação dada pelo Decreto
adotará as providências necessárias para que seus empre- nº 8.777, de 2016)
gados, prepostos ou representantes observem as medidas e b) pelo Ministro de Estado ou autoridade com a mesma
procedimentos de segurança das informações. prerrogativa, em grau recursal, a pedido de desclassificação
Art. 45. A autoridade máxima de cada órgão ou entida- ou reavaliação de informação classificada;
de publicará anualmente, até o dia 1° de junho, em sítio na IV - prorrogar por uma única vez, e por período determi-
Internet: nado não superior a vinte e cinco anos, o prazo de sigilo de
I - rol das informações desclassificadas nos últimos doze informação classificada no grau ultrassecreto, enquanto seu
meses; acesso ou divulgação puder ocasionar ameaça externa à so-
II - rol das informações classificadas em cada grau de si- berania nacional, à integridade do território nacional ou grave
gilo, que deverá conter: risco às relações internacionais do País, limitado ao máximo
a) código de indexação de documento; de cinquenta anos o prazo total da classificação; e
b) categoria na qual se enquadra a informação; V - estabelecer orientações normativas de caráter geral a
c) indicação de dispositivo legal que fundamenta a clas- fim de suprir eventuais lacunas na aplicação da Lei no 12.527,
sificação; e de 2011.
d) data da produção, data da classificação e prazo da Parágrafo único. A não deliberação sobre a revisão de ofí-
classificação; cio no prazo previsto no inciso I do caput implicará a desclas-
III - relatório estatístico com a quantidade de pedidos de sificação automática das informações.
acesso à informação recebidos, atendidos e indeferidos; e Art. 48. A Comissão Mista de Reavaliação de Informa-
IV - informações estatísticas agregadas dos requerentes. ções se reunirá, ordinariamente, uma vez por mês, e, extraor-
Parágrafo único. Os órgãos e entidades deverão manter dinariamente, sempre que convocada por seu Presidente.
em meio físico as informações previstas no caput, para con- Parágrafo único. As reuniões serão realizadas com a pre-
sulta pública em suas sedes. sença de no mínimo seis integrantes.
Art. 49. Os requerimentos de prorrogação do prazo de
CAPÍTULO VI classificação de informação no grau ultrassecreto, a que se
DA COMISSÃO MISTA DE REAVALIAÇÃO DE INFOR- refere o inciso IV do caput do art. 47, deverão ser encami-
MAÇÕES CLASSIFICADAS nhados à Comissão Mista de Reavaliação de Informações em
até um ano antes do vencimento do termo final de restrição
Art. 46. A Comissão Mista de Reavaliação de Informações, de acesso.
instituída nos termos do § 1o do art. 35 da Lei no 12.527, de Parágrafo único. O requerimento de prorrogação do pra-
2011, será integrada pelos titulares dos seguintes órgãos: zo de sigilo de informação classificada no grau ultrassecreto
I - Casa Civil da Presidência da República, que a presidirá; deverá ser apreciado, impreterivelmente, em até três sessões
II - Ministério da Justiça; subsequentes à data de sua autuação, ficando sobrestadas,
III - Ministério das Relações Exteriores; até que se ultime a votação, todas as demais deliberações da
IV - Ministério da Defesa; Comissão.
V - Ministério da Fazenda; Art. 50. A Comissão Mista de Reavaliação de Infor-
VI - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; mações deverá apreciar os recursos previstos no inciso III
VII - Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da do caput do art. 47, impreterivelmente, até a terceira reunião
República; ordinária subsequente à data de sua autuação.
13
LEGISLAÇÃO
Art. 51. A revisão de ofício da informação classificada no Art. 58. A restrição de acesso a informações pessoais de
grau ultrassecreto ou secreto será apreciada em até três ses- que trata o art. 55 não poderá ser invocada:
sões anteriores à data de sua desclassificação automática. I - com o intuito de prejudicar processo de apuração de
Art. 52. As deliberações da Comissão Mista de Reavalia- irregularidades, conduzido pelo Poder Público, em que o titular
ção de Informações serão tomadas: das informações for parte ou interessado; ou
I - por maioria absoluta, quando envolverem as compe- II - quando as informações pessoais não classificadas es-
tências previstas nos incisos I e IV do caput do art.47; e tiverem contidas em conjuntos de documentos necessários à
II - por maioria simples dos votos, nos demais casos. recuperação de fatos históricos de maior relevância.
Parágrafo único. A Casa Civil da Presidência da República Art. 59. O dirigente máximo do órgão ou entidade poderá,
poderá exercer, além do voto ordinário, o voto de qualidade de ofício ou mediante provocação, reconhecer a incidência da
para desempate. hipótese do inciso II do caput do art. 58, de forma fundamen-
Art. 53. A Casa Civil da Presidência da República exercerá tada, sobre documentos que tenha produzido ou acumulado,
as funções de Secretaria-Executiva da Comissão Mista de Rea- e que estejam sob sua guarda.
§ 1o Para subsidiar a decisão de reconhecimento de que
valiação de Informações, cujas competências serão definidas
trata o caput, o órgão ou entidade poderá solicitar a univer-
em regimento interno.
sidades, instituições de pesquisa ou outras entidades com
Art. 54. A Comissão Mista de Reavaliação de Informa-
notória experiência em pesquisa historiográfica a emissão de
ções aprovará, por maioria absoluta, regimento interno que
parecer sobre a questão.
disporá sobre sua organização e funcionamento. § 2o A decisão de reconhecimento de que trata o caput será
Parágrafo único. O regimento interno deverá ser publica- precedida de publicação de extrato da informação, com descri-
do no Diário Oficial da União no prazo de noventa dias após ção resumida do assunto, origem e período do conjunto de
a instalação da Comissão. documentos a serem considerados de acesso irrestrito, com
antecedência de no mínimo trinta dias.
CAPÍTULO VII § 3o Após a decisão de reconhecimento de que trata o §
DAS INFORMAÇÕES PESSOAIS 2o, os documentos serão considerados de acesso irrestrito ao
público.
Art. 55. As informações pessoais relativas à intimidade, § 4o Na hipótese de documentos de elevado valor histórico
vida privada, honra e imagem detidas pelos órgãos e enti- destinados à guarda permanente, caberá ao dirigente máximo
dades: do Arquivo Nacional, ou à autoridade responsável pelo arquivo
I - terão acesso restrito a agentes públicos legalmente au- do órgão ou entidade pública que os receber, decidir, após seu
torizados e a pessoa a que se referirem, independentemente recolhimento, sobre o reconhecimento, observado o procedi-
de classificação de sigilo, pelo prazo máximo de cem anos a mento previsto neste artigo.
contar da data de sua produção; e Art. 60. O pedido de acesso a informações pessoais obser-
II - poderão ter sua divulgação ou acesso por terceiros vará os procedimentos previstos no Capítulo IV e estará condi-
autorizados por previsão legal ou consentimento expresso da cionado à comprovação da identidade do requerente.
pessoa a que se referirem. Parágrafo único. O pedido de acesso a informações pes-
Parágrafo único. Caso o titular das informações pessoais soais por terceiros deverá ainda estar acompanhado de:
esteja morto ou ausente, os direitos de que trata este artigo I - comprovação do consentimento expresso de que trata
assistem ao cônjuge ou companheiro, aos descendentes ou o inciso II do caput do art. 55, por meio de procuração;
ascendentes, conforme o disposto no parágrafo único do art. II - comprovação das hipóteses previstas no art. 58;
20 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002, e na Lei no 9.278, III - demonstração do interesse pela recuperação de fatos
históricos de maior relevância, observados os procedimentos
de 10 de maio de 1996.
previstos no art. 59; ou
Art. 56. O tratamento das informações pessoais deve ser
IV - demonstração da necessidade do acesso à informação
feito de forma transparente e com respeito à intimidade, vida
requerida para a defesa dos direitos humanos ou para a prote-
privada, honra e imagem das pessoas, bem como às liberda-
ção do interesse público e geral preponderante.
des e garantias individuais. Art. 61. O acesso à informação pessoal por terceiros será
Art. 57. O consentimento referido no inciso II do caput do condicionado à assinatura de um termo de responsabilidade,
art. 55 não será exigido quando o acesso à informação pes- que disporá sobre a finalidade e a destinação que fundamen-
soal for necessário: taram sua autorização, sobre as obrigações a que se submeterá
I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa o requerente.
estiver física ou legalmente incapaz, e para utilização exclusi- § 1o A utilização de informação pessoal por terceiros vin-
vamente para o tratamento médico; cula-se à finalidade e à destinação que fundamentaram a au-
II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de torização do acesso, vedada sua utilização de maneira diversa.
evidente interesse público ou geral, previstos em lei, vedada a § 2o Aquele que obtiver acesso às informações pessoais de ter-
identificação da pessoa a que a informação se referir; ceiros será responsabilizado por seu uso indevido, na forma da lei.
III - ao cumprimento de decisão judicial; Art. 62. Aplica-se, no que couber, a Lei no 9.507, de 12 de
IV - à defesa de direitos humanos de terceiros; ou novembro de 1997, em relação à informação de pessoa, natu-
V - à proteção do interesse público geral e preponde- ral ou jurídica, constante de registro ou banco de dados de
rante. órgãos ou entidades governamentais ou de caráter público.
14
LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
ANEXO
_______________________________________________________ Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do
______ Poder Executivo Federal
ASSINATURA DA AUTORIDADE RATIFICADORA CAPÍTULO I
(quando aplicável) Seção I
_________________________________________________________ Das Regras Deontológicas
_______________________
ASSINATURA DA AUTORIDADE responsável por DES- I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência
CLASSIFICAÇÃO (quando aplicável) dos princípios morais são primados maiores que devem nortear
o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora
_________________________________________________________ dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder es-
_____________________ tatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados
ASSINATURA DA AUTORIDADE responsável por RE- para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.
CLASSIFICAÇÃO (quando aplicável) II - O servidor público não poderá jamais desprezar o ele-
_________________________________________________________ mento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente
______________________ entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o in-
ASSINATURA DA AUTORIDADE responsável por RE- conveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente en-
DUÇÃO DE PRAZO (quando aplicável) tre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art.
_________________________________________________________ 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.
______________________ III - A moralidade da Administração Pública não se limita à
ASSINATURA DA AUTORIDADE responsável por distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da idéia de
PRORROGAÇÃO DE PRAZO (quando aplicável) que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalida-
de e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá
consolidar a moralidade do ato administrativo.
IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tri-
DECRETO Nº 1.171/1994. butos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele pró-
prio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade
administrativa se integre no Direito, como elemento indissociável
de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como conse-
DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994 quência, em fator de legalidade.
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a
Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio
Civil do Poder Executivo Federal. bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito
desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições VI - A função pública deve ser tida como exercício profis-
que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo em vis- sional e, portanto, se integra na vida particular de cada servi-
ta o disposto no art. 37 da Constituição, bem como nos arts. dor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do
116 e 117 da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o
arts. 10, 11 e 12 da Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992, seu bom conceito na vida funcional.
17
LEGISLAÇÃO
VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integri-
policiais ou interesse superior do Estado e da Administração dade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante
Pública, a serem preservados em processo previamente de- de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum;
clarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição
ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralida- essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade
de, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o a seu cargo;
bem comum, imputável a quem a negar. e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfei-
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não çoando o processo de comunicação e contato com o público;
pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses f) ter consciência de que seu trabalho é regido por prin-
da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. cípios éticos que se materializam na adequada prestação dos
Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder serviços públicos;
corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção,
sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos
os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de pre-
mais a de uma Nação.
conceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade,
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo de-
religião, cunho político e posição social, abstendo-se, dessa for-
dicados ao serviço público caracterizam o esforço pela dis-
ma, de causar-lhes dano moral;
ciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de
ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma representar contra qualquer comprometimento indevido da
forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimô- estrutura em que se funda o Poder Estatal;
nio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de
não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às insta- contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer
lações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de
que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las;
seus esforços para construí-los. j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera específicas da defesa da vida e da segurança coletiva;
de solução que compete ao setor em que exerça suas fun- l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua
ções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer ou- ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo ne-
tra espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza gativamente em todo o sistema;
apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e
principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as
públicos. providências cabíveis;
XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho,
legais de seus superiores, velando atentamente por seu cum- seguindo os métodos mais adequados à sua organização e dis-
primento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repeti- tribuição;
dos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às ve- o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem
zes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo
no desempenho da função pública. a realização do bem comum;
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas
de trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o ao exercício da função;
que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas. q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estru- serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas
funções;
tura organizacional, respeitando seus colegas e cada concida-
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instru-
dão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua
ções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quan-
atividade pública é a grande oportunidade para o crescimen-
to possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo
to e o engrandecimento da Nação. sempre em boa ordem.
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por
Seção II quem de direito;
Dos Principais Deveres do Servidor Público t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcio-
nais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contraria-
XIV - São deveres fundamentais do servidor público: mente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função e dos jurisdicionados administrativos;
ou emprego público de que seja titular; u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função,
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e ren- poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse pú-
dimento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver blico, mesmo que observando as formalidades legais e não co-
situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou metendo qualquer violação expressa à lei;
de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe
pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar sobre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu
dano moral ao usuário; integral cumprimento.
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do § 6o A margem de preferência de que trata o § 5o será
princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta estabelecida com base em estudos revistos periodicamente,
mais vantajosa para a administração e a promoção do de- em prazo não superior a 5 (cinco) anos, que levem em consi-
senvolvimento nacional sustentável e será processada e jul- deração: (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto
gada em estrita conformidade com os princípios básicos da nº 7.546, de 2011) (Vide Decreto nº 7.709, de 2012) (Vide De-
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, creto nº 7.713, de 2012) (Vide Decreto nº 7.756, de 2012)
da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação I - geração de emprego e renda; (Incluído pela Lei nº
ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos 12.349, de 2010)
que lhes são correlatos. (Redação dada pela Lei nº 12.349, de II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e
2010) (Regulamento) (Regulamento) (Regulamento) municipais; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
§ 1o É vedado aos agentes públicos: III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convo- no País; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
cação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam IV - custo adicional dos produtos e serviços; e (Incluído
ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de pela Lei nº 12.349, de 2010)
sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou dis- V - em suas revisões, análise retrospectiva de resultados.
(Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
tinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos
§ 7o Para os produtos manufaturados e serviços nacio-
licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou
nais resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica
irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o
realizados no País, poderá ser estabelecido margem de pre-
disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei no8.248,
ferência adicional àquela prevista no § 5o. (Incluído pela Lei nº
de 23 de outubro de 1991; (Redação dada pela Lei nº 12.349, 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)
de 2010) § 8o As margens de preferência por produto, serviço, gru-
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza co- po de produtos ou grupo de serviços, a que se referem os §§
mercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, 5o e 7o, serão definidas pelo Poder Executivo federal, não po-
entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se dendo a soma delas ultrapassar o montante de 25% (vinte e
refere a moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo cinco por cento) sobre o preço dos produtos manufaturados
quando envolvidos financiamentos de agências internacio- e serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
nais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)
3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991. § 9o As disposições contidas nos §§ 5o e 7o deste artigo
§ 2o Em igualdade de condições, como critério de de- não se aplicam aos bens e aos serviços cuja capacidade de
sempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos produção ou prestação no País seja inferior: (Incluído pela Lei
bens e serviços: nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)
I - (Revogado pela Lei nº 12.349, de 2010) I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou (Incluí-
II - produzidos no País; do pela Lei nº 12.349, de 2010)
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras. II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7o do art.
IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam 23 desta Lei, quando for o caso. (Incluído pela Lei nº 12.349,
em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País. de 2010)
(Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) § 10. A margem de preferência a que se refere o § 5o po-
V - produzidos ou prestados por empresas que compro- derá ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e serviços
vem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para originários dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul -
pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Mercosul. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto
Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas nº 7.546, de 2011)
na legislação. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) § 11. Os editais de licitação para a contratação de bens,
serviços e obras poderão, mediante prévia justificativa da au-
§ 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessí-
toridade competente, exigir que o contratado promova, em
veis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao
favor de órgão ou entidade integrante da administração pú-
conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.
blica ou daqueles por ela indicados a partir de processo iso-
§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
nômico, medidas de compensação comercial, industrial, tec-
§ 5o Nos processos de licitação, poderá ser estabeleci- nológica ou acesso a condições vantajosas de financiamento,
da margem de preferência para: (Redação dada pela Lei nº cumulativamente ou não, na forma estabelecida pelo Poder
13.146, de 2015) (Vigência) Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide
I - produtos manufaturados e para serviços nacionais Decreto nº 7.546, de 2011)
que atendam a normas técnicas brasileiras; e (Incluído pela § 12. Nas contratações destinadas à implantação, manu-
Lei nº 13.146, de 2015) tenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de
II - bens e serviços produzidos ou prestados por em- informação e comunicação, considerados estratégicos em ato
presas que comprovem cumprimento de reserva de cargos do Poder Executivo federal, a licitação poderá ser restrita a
prevista em lei para pessoa com deficiência ou para rea- bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País e pro-
bilitado da Previdência Social e que atendam às regras de duzidos de acordo com o processo produtivo básico de que
acessibilidade previstas na legislação. (Incluído pela Lei nº trata a Lei no 10.176, de 11 de janeiro de 2001. (Incluído pela
13.146, de 2015) Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)
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§ 13. Será divulgada na internet, a cada exercício financei- ção, conserto, instalação, montagem, operação, conservação,
ro, a relação de empresas favorecidas em decorrência do dis- reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de
posto nos §§ 5o, 7o, 10, 11 e 12 deste artigo, com indicação do bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais;
volume de recursos destinados a cada uma delas. (Incluído pela III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para
Lei nº 12.349, de 2010) fornecimento de uma só vez ou parceladamente;
§ 14. As preferências definidas neste artigo e nas demais IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens a
normas de licitação e contratos devem privilegiar o tratamento terceiros;
diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de pe- V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas
queno porte na forma da lei. (Incluído pela Lei Complementar cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o
nº 147, de 2014) limite estabelecido na alínea “c” do inciso I do art. 23 desta Lei;
§ 15. As preferências dispostas neste artigo prevalecem so- VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cum-
bre as demais preferências previstas na legislação quando estas primento das obrigações assumidas por empresas em licita-
forem aplicadas sobre produtos ou serviços estrangeiros. (In- ções e contratos;
cluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014) VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entida-
Art. 4o Todos quantos participem de licitação promovida des da Administração, pelos próprios meios;
pelos órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm direito VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade con-
público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento trata com terceiros sob qualquer dos seguintes regimes: (Re-
estabelecido nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar dação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
o seu desenvolvimento, desde que não interfira de modo a per- a) empreitada por preço global - quando se contrata a
turbar ou impedir a realização dos trabalhos. execução da obra ou do serviço por preço certo e total;
Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a
lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em execução da obra ou do serviço por preço certo de unidades
qualquer esfera da Administração Pública. determinadas;
Art. 5o Todos os valores, preços e custos utilizados nas li- c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
citações terão como expressão monetária a moeda corrente d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para peque-
nos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de
nacional, ressalvado o disposto no art. 42 desta Lei, devendo
materiais;
cada unidade da Administração, no pagamento das obrigações
e) empreitada integral - quando se contrata um empreen-
relativas ao fornecimento de bens, locações, realização de obras
dimento em sua integralidade, compreendendo todas as eta-
e prestação de serviços, obedecer, para cada fonte diferenciada
pas das obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira
de recursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas exigi-
responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contra-
bilidades, salvo quando presentes relevantes razões de interesse
tante em condições de entrada em operação, atendidos os
público e mediante prévia justificativa da autoridade competen-
requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições
te, devidamente publicada. de segurança estrutural e operacional e com as características
§ 1o Os créditos a que se refere este artigo terão seus valo- adequadas às finalidades para que foi contratada;
res corrigidos por critérios previstos no ato convocatório e que IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e
lhes preservem o valor. suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar
§ 2o A correção de que trata o parágrafo anterior cujo pa- a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto
gamento será feito junto com o principal, correrá à conta das da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos
mesmas dotações orçamentárias que atenderam aos créditos a técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o
que se referem. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) adequado tratamento do impacto ambiental do empreendi-
§ 3o Observados o disposto no caput, os pagamentos de- mento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a de-
correntes de despesas cujos valores não ultrapassem o limite de finição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter
que trata o inciso II do art. 24, sem prejuízo do que dispõe seu os seguintes elementos:
parágrafo único, deverão ser efetuados no prazo de até 5 (cinco) a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a for-
dias úteis, contados da apresentação da fatura. (Incluído pela Lei necer visão global da obra e identificar todos os seus elemen-
nº 9.648, de 1998) tos constitutivos com clareza;
Art. 5o-A. As normas de licitações e contratos devem privi- b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemen-
legiar o tratamento diferenciado e favorecido às microempresas te detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de refor-
e empresas de pequeno porte na forma da lei. (Incluído pela Lei mulação ou de variantes durante as fases de elaboração do
Complementar nº 147, de 2014) projeto executivo e de realização das obras e montagem;
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de ma-
Seção II teriais e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas
Das Definições especificações que assegurem os melhores resultados para o
empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a
Art. 6o Para os fins desta Lei, considera-se: sua execução;
I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de
ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta; métodos construtivos, instalações provisórias e condições or-
II - Serviço - toda atividade destinada a obter determinada ganizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo
utilidade de interesse para a Administração, tais como: demoli- para a sua execução;
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I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, § 5o Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário
qualquer que seja a localização do imóvel; (Incluído pela Lei nº necessite oferecer o imóvel em garantia de financiamento, a
11.196, de 2005) cláusula de reversão e demais obrigações serão garantidas por
II - a pessoa natural que, nos termos de lei, regulamento hipoteca em segundo grau em favor do doador. (Incluído pela
ou ato normativo do órgão competente, haja implementado Lei nº 8.883, de 1994)
os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e § 6o Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou glo-
exploração direta sobre área rural, observado o limite de que balmente, em quantia não superior ao limite previsto no art. 23,
trata o § 1o do art. 6o da Lei no 11.952, de 25 de junho de 2009; inciso II, alínea “b” desta Lei, a Administração poderá permitir o
(Redação dada pela Lei nº 13.465, 2017) leilão. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2o ficam dispensadas § 7o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
de autorização legislativa, porém submetem-se aos seguintes Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imóveis, a
condicionamentos: (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009) fase de habilitação limitar-se-á à comprovação do recolhimen-
I - aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção to de quantia correspondente a 5% (cinco por cento) da ava-
por particular seja comprovadamente anterior a 1o de dezem- liação.
bro de 2004; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 8.883, de 1994)
III - vedação de concessões para hipóteses de explora- Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja
ção não-contempladas na lei agrária, nas leis de destinação aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de da-
de terras públicas, ou nas normas legais ou administrativas ção em pagamento, poderão ser alienados por ato da autori-
de zoneamento ecológico-econômico; e (Incluído pela Lei nº dade competente, observadas as seguintes regras:
11.196, de 2005) I - avaliação dos bens alienáveis;
IV - previsão de rescisão automática da concessão, dis- II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;
pensada notificação, em caso de declaração de utilidade, ou III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade
necessidade pública ou interesse social. (Incluído pela Lei nº de concorrência ou leilão. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
11.196, de 2005) 1994)
§ 2o-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste artigo: (Incluído
Capítulo II
pela Lei nº 11.196, de 2005)
Da Licitação
I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujei-
Seção I
to a vedação, impedimento ou inconveniente a sua explora-
Das Modalidades, Limites e Dispensa
ção mediante atividades agropecuárias; (Incluído pela Lei nº
11.196, de 2005)
Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se situar
II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, des-
a repartição interessada, salvo por motivo de interesse público,
de que não exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dis-
devidamente justificado.
pensa de licitação para áreas superiores a esse limite; (Redação Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a
dada pela Lei nº 11.763, de 2008) habilitação de interessados residentes ou sediados em outros
III - pode ser cumulada com o quantitativo de área decor- locais.
rente da figura prevista na alínea g do inciso I do caput deste Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das
artigo, até o limite previsto no inciso II deste parágrafo. (Incluí- concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos lei-
do pela Lei nº 11.196, de 2005) lões, embora realizados no local da repartição interessada, de-
IV – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.763, de 2008) verão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma
§ 3o Entende-se por investidura, para os fins desta lei: (Re- vez: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
dação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação
I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de feita por órgão ou entidade da Administração Pública Federal
área remanescente ou resultante de obra pública, área esta e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou to-
que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca talmente com recursos federais ou garantidas por instituições
inferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% federais; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
(cinquenta por cento) do valor constante da alínea “a” do in- II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quan-
ciso II do art. 23 desta lei; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) do se tratar, respectivamente, de licitação feita por órgão ou
II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou
falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais do Distrito Federal; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, III - em jornal diário de grande circulação no Estado e tam-
desde que considerados dispensáveis na fase de operação bém, se houver, em jornal de circulação no Município ou na re-
dessas unidades e não integrem a categoria de bens reversí- gião onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido,
veis ao final da concessão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração,
§ 4o A doação com encargo será licitada e de seu instru- conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de
mento constarão, obrigatoriamente os encargos, o prazo de divulgação para ampliar a área de competição. (Redação dada
seu cumprimento e cláusula de reversão, sob pena de nulida- pela Lei nº 8.883, de 1994)
de do ato, sendo dispensada a licitação no caso de interesse § 1o O aviso publicado conterá a indicação do local em
público devidamente justificado; (Redação dada pela Lei nº que os interessados poderão ler e obter o texto integral do
8.883, de 1994) edital e todas as informações sobre a licitação.
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LEGISLAÇÃO
§ 2o O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou § 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer
da realização do evento será: interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a
I - quarenta e cinco dias para: (Redação dada pela Lei nº administração ou de produtos legalmente apreendidos ou pe-
8.883, de 1994) nhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art.
a) concurso; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado con- avaliação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
templar o regime de empreitada integral ou quando a licita- § 6o Na hipótese do § 3o deste artigo, existindo na praça mais
ção for do tipo “melhor técnica” ou “técnica e preço”; (Incluída de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo convite, realizado
pela Lei nº 8.883, de 1994) para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a,
II - trinta dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastra-
1994) dos não convidados nas últimas licitações. (Redação dada pela
a) concorrência, nos casos não especificados na alínea “b” Lei nº 8.883, de 1994)
do inciso anterior; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) § 7o Quando, por limitações do mercado ou manifesto de-
b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo “me- sinteresse dos convidados, for impossível a obtenção do número
lhor técnica” ou “técnica e preço”; (Incluída pela Lei nº 8.883, mínimo de licitantes exigidos no § 3o deste artigo, essas circuns-
de 1994) tâncias deverão ser devidamente justificadas no processo, sob
III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não pena de repetição do convite.
especificados na alínea “b” do inciso anterior, ou leilão; (Reda- § 8o É vedada a criação de outras modalidades de licitação
ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994) ou a combinação das referidas neste artigo.
IV - cinco dias úteis para convite. (Redação dada pela Lei § 9o Na hipótese do parágrafo 2o deste artigo, a administra-
nº 8.883, de 1994) ção somente poderá exigir do licitante não cadastrado os docu-
§ 3o Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão mentos previstos nos arts. 27 a 31, que comprovem habilitação
contados a partir da última publicação do edital resumido ou compatível com o objeto da licitação, nos termos do edital. (In-
da expedição do convite, ou ainda da efetiva disponibilidade cluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
do edital ou do convite e respectivos anexos, prevalecendo a Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os in-
data que ocorrer mais tarde. (Redação dada pela Lei nº 8.883, cisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos
de 1994) seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contrata-
§ 4o Qualquer modificação no edital exige divulgação ção:
pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o
I - para obras e serviços de engenharia: Redação dada pela
prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestiona-
Lei nº 9.648, de 1998)
velmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.
a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais);
Art. 22. São modalidades de licitação:
(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
I - concorrência;
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e
II - tomada de preços;
quinhentos mil reais); ( Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
III - convite;
c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e qui-
IV - concurso;
V - leilão. nhentos mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior:
quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação pre- (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
liminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualifi- a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); (Redação
cação exigidos no edital para execução de seu objeto. dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação entre b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cin-
interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a quenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
todas as condições exigidas para cadastramento até o tercei- c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cin-
ro dia anterior à data do recebimento das propostas, observa- quenta mil reais). (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
da a necessária qualificação. § 1o As obras, serviços e compras efetuadas pela Administra-
§ 3o Convite é a modalidade de licitação entre interessa- ção serão divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem
dos do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, técnica e economicamente viáveis, procedendo-se à licitação
escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis
unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, no mercado e à ampliação da competitividade sem perda da
cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais economia de escala. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
cadastrados na correspondente especialidade que manifesta- § 2o Na execução de obras e serviços e nas compras de bens,
rem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e qua- parceladas nos termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou
tro) horas da apresentação das propostas. conjunto de etapas da obra, serviço ou compra, há de corres-
§ 4o Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer ponder licitação distinta, preservada a modalidade pertinente
interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou para a execução do objeto em licitação. (Redação dada pela Lei
artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração nº 8.883, de 1994)
aos vencedores, conforme critérios constantes de edital pu- § 3o A concorrência é a modalidade de licitação cabível,
blicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou
(quarenta e cinco) dias. alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19,
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LEGISLAÇÃO
como nas concessões de direito real de uso e nas licitações in- as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no
ternacionais, admitindo-se neste último caso, observados os prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e
limites deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou cala-
entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores midade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;
ou o convite, quando não houver fornecedor do bem ou ser- V - quando não acudirem interessados à licitação anterior
viço no País. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo
§ 4o Nos casos em que couber convite, a Administração para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condi-
poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a ções preestabelecidas;
concorrência. VI - quando a União tiver que intervir no domínio eco-
§ 5o É vedada a utilização da modalidade “convite” ou nômico para regular preços ou normalizar o abastecimento;
“tomada de preços”, conforme o caso, para parcelas de uma VII - quando as propostas apresentadas consignarem
mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e serviços da preços manifestamente superiores aos praticados no mer-
mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas cado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos
conjunta e concomitantemente, sempre que o somatório de órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o pa-
seus valores caracterizar o caso de “tomada de preços” ou rágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação,
“concorrência”, respectivamente, nos termos deste artigo, ex- será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por
ceto para as parcelas de natureza específica que possam ser valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos
executadas por pessoas ou empresas de especialidade diver- serviços; (Vide § 3º do art. 48)
sa daquela do executor da obra ou serviço. (Redação dada VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito pú-
pela Lei nº 8.883, de 1994) blico interno, de bens produzidos ou serviços prestados por
§ 6o As organizações industriais da Administração Federal órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que
direta, em face de suas peculiaridades, obedecerão aos limi- tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à
tes estabelecidos no inciso I deste artigo também para suas vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compa-
compras e serviços em geral, desde que para a aquisição de tível com o praticado no mercado; (Redação dada pela Lei nº
materiais aplicados exclusivamente na manutenção, reparo 8.883, de 1994)
ou fabricação de meios operacionais bélicos pertencentes à IX - quando houver possibilidade de comprometimento
União. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto
§ 7o Na compra de bens de natureza divisível e desde que do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Na-
não haja prejuízo para o conjunto ou complexo, é permitida cional; (Regulamento)
a cotação de quantidade inferior à demandada na licitação, X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao
com vistas a ampliação da competitividade, podendo o edital atendimento das finalidades precípuas da administração,
fixar quantitativo mínimo para preservar a economia de esca- cujas necessidades de instalação e localização condicionem a
la. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor
§ 8o No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro de mercado, segundo avaliação prévia; (Redação dada pela
dos valores mencionados no caput deste artigo quando forma- Lei nº 8.883, de 1994)
do por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo, quando for- XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou
mado por maior número. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) fornecimento, em consequência de rescisão contratual, desde
Art. 24. É dispensável a licitação: (Vide Lei nº 12.188, de que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e
2.010) Vigência aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vence-
I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% dor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;
(dez por cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso I XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gê-
do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de neros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos
uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamen-
da mesma natureza e no mesmo local que possam ser reali- te com base no preço do dia; (Redação dada pela Lei nº 8.883,
zadas conjunta e concomitantemente; (Redação dada pela Lei de 1994)
nº 9.648, de 1998) XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida
II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do
por cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso II do ar- desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à
tigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, recuperação social do preso, desde que a contratada detenha
desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins
compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada lucrativos; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
de uma só vez; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem; acordo internacional específico aprovado pelo Congresso Na-
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, cional, quando as condições ofertadas forem manifestamente
quando caracterizada urgência de atendimento de situação vantajosas para o Poder Público; (Redação dada pela Lei nº
que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança 8.883, de 1994)
de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, pú- XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte
blicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que
atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade.
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LEGISLAÇÃO
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários XXVII - na contratação da coleta, processamento e comer-
padronizados de uso da administração, e de edições técnicas cialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizá-
oficiais, bem como para prestação de serviços de informáti- veis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados
ca a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por
entidades que integrem a Administração Pública, criados para pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público
esse fim específico; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equi-
XVII - para a aquisição de componentes ou peças de ori- pamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e
gem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de de saúde pública. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007).
equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao (Vigência)
fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzi-
de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia; dos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta
(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer
XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abas- de comissão especialmente designada pela autoridade máxi-
tecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e ma do órgão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de 2007).
seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para
duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas atender aos contingentes militares das Forças Singulares bra-
sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestra- sileiras empregadas em operações de paz no exterior, neces-
mento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprome- sariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do forne-
ter a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu cedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força.
valor não exceda ao limite previsto na alínea “a” do inciso II do art. (Incluído pela Lei nº 11.783, de 2008).
23 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) XXX - na contratação de instituição ou organização, pú-
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Ar- blica ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação
madas, com exceção de materiais de uso pessoal e administra- de serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito
tivo, quando houver necessidade de manter a padronização do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural
requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei
aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por federal. (Incluído pela Lei nº 12.188, de 2.010) Vigência
decreto; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do dis-
XX - na contratação de associação de portadores de defi- posto nos arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro
ciência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela
por órgãos ou entidades da Admininistração Pública, para a constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, des- XXXII - na contratação em que houver transferência de
de que o preço contratado seja compatível com o praticado no tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de
mercado. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) Saúde - SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de
XXI - para a aquisição ou contratação de produto para pes- 1990, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS,
quisa e desenvolvimento, limitada, no caso de obras e serviços inclusive por ocasião da aquisição destes produtos durante as
de engenharia, a 20% (vinte por cento) do valor de que trata a etapas de absorção tecnológica. (Incluído pela Lei nº 12.715,
alínea “b” do inciso I do caput do art. 23; (Incluído pela Lei nº de 2012)
13.243, de 2016) XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins lu-
XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de crativos, para a implementação de cisternas ou outras tecno-
energia elétrica e gás natural com concessionário, permissioná- logias sociais de acesso à água para consumo humano e pro-
rio ou autorizado, segundo as normas da legislação específica; dução de alimentos, para beneficiar as famílias rurais de baixa
(Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) renda atingidas pela seca ou falta regular de água. (Incluído
XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou so- pela Lei nº 12.873, de 2013)
ciedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de direito pú-
para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção blico interno de insumos estratégicos para a saúde produzidos
de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com ou distribuídos por fundação que, regimental ou estatutaria-
o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) mente, tenha por finalidade apoiar órgão da administração pú-
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de ser- blica direta, sua autarquia ou fundação em projetos de ensino,
viços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional, científico e
respectivas esferas de governo, para atividades contempladas tecnológico e estímulo à inovação, inclusive na gestão admi-
no contrato de gestão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) nistrativa e financeira necessária à execução desses projetos,
XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tec- ou em parcerias que envolvam transferência de tecnologia de
nológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde – SUS,
tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de explo- nos termos do inciso XXXII deste artigo, e que tenha sido criada
ração de criação protegida. (Incluído pela Lei nº 10.973, de 2004) para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei,
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente desde que o preço contratado seja compatível com o praticado
da Federação ou com entidade de sua administração indireta, no mercado. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)
para a prestação de serviços públicos de forma associada nos § 1o Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput des-
termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em te artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e
convênio de cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de
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LEGISLAÇÃO
economia mista, empresa pública e por autarquia ou funda- I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa
ção qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. que justifique a dispensa, quando for o caso;
(Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012) II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
§ 2o O limite temporal de criação do órgão ou entidade III - justificativa do preço.
que integre a administração pública estabelecido no inciso IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa
VIII do caput deste artigo não se aplica aos órgãos ou enti- aos quais os bens serão alocados. (Incluído pela Lei nº 9.648,
dades que produzem produtos estratégicos para o SUS, no de 1998)
âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme
elencados em ato da direção nacional do SUS. (Incluído pela Seção II
Lei nº 12.715, de 2012) Da Habilitação
§ 3o A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI
do caput, quando aplicada a obras e serviços de engenharia, Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos
seguirá procedimentos especiais instituídos em regulamenta- interessados, exclusivamente, documentação relativa a:
ção específica. (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016) I - habilitação jurídica;
§ 4o Não se aplica a vedação prevista no inciso I II - qualificação técnica;
do caput do art. 9o à hipótese prevista no inciso XXI do caput. III - qualificação econômico-financeira;
(Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016) IV – regularidade fiscal e trabalhista; (Redação dada pela
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilida- Lei nº 12.440, de 2011) (Vigência)
de de competição, em especial: V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêne- Constituição Federal. (Incluído pela Lei nº 9.854, de 1999)
ros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica,
representante comercial exclusivo, vedada a preferência de conforme o caso, consistirá em:
marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita I - cédula de identidade;
através de atestado fornecido pelo órgão de registro do co- II - registro comercial, no caso de empresa individual;
mércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor,
devidamente registrado, em se tratando de sociedades co-
serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal,
merciais, e, no caso de sociedades por ações, acompanhado
ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
de documentos de eleição de seus administradores;
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados
IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades
no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou
civis, acompanhada de prova de diretoria em exercício;
empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade
V - decreto de autorização, em se tratando de empresa
para serviços de publicidade e divulgação;
ou sociedade estrangeira em funcionamento no País, e ato de
III - para contratação de profissional de qualquer setor ar-
registro ou autorização para funcionamento expedido pelo
tístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, des-
órgão competente, quando a atividade assim o exigir.
de que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e
pública. trabalhista, conforme o caso, consistirá em: (Redação dada
§ 1o Considera-se de notória especialização o profissional pela Lei nº 12.440, de 2011) (Vigência)
ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas
decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, (CPF) ou no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC);
publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes es-
de outros requisitos relacionados com suas atividades, permi- tadual ou municipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede
ta inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e compatível
mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato. com o objeto contratual;
§ 2o Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal,
de dispensa, se comprovado superfaturamento, respondem Estadual e Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou ou-
solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o forne- tra equivalente, na forma da lei;
cedor ou o prestador de serviços e o agente público respon- IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e
sável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis. ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demons-
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 trando situação regular no cumprimento dos encargos sociais
e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexigi- instituídos por lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
bilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e V – prova de inexistência de débitos inadimplidos perante
o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. a Justiça do Trabalho, mediante a apresentação de certidão
8odesta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à negativa, nos termos do Título VII-A da Consolidação das
autoridade superior, para ratificação e publicação na impren- Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1ode
sa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a maio de 1943. (Incluído pela Lei nº 12.440, de 2011) (Vigência)
eficácia dos atos. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005) Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica
Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilida- limitar-se-á a:
de ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruído, I - registro ou inscrição na entidade profissional compe-
no que couber, com os seguintes elementos: tente;
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LEGISLAÇÃO
II - comprovação de aptidão para desempenho de ativi- § 8o No caso de obras, serviços e compras de grande
dade pertinente e compatível em características, quantidades vulto, de alta complexidade técnica, poderá a Administração
e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações exigir dos licitantes a metodologia de execução, cuja avalia-
e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e dispo- ção, para efeito de sua aceitação ou não, antecederá sempre
níveis para a realização do objeto da licitação, bem como da à análise dos preços e será efetuada exclusivamente por cri-
qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que térios objetivos.
se responsabilizará pelos trabalhos; § 9o Entende-se por licitação de alta complexidade téc-
III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que nica aquela que envolva alta especialização, como fator de
recebeu os documentos, e, quando exigido, de que tomou extrema relevância para garantir a execução do objeto a ser
conhecimento de todas as informações e das condições locais contratado, ou que possa comprometer a continuidade da
para o cumprimento das obrigações objeto da licitação; prestação de serviços públicos essenciais.
IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei § 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins de
especial, quando for o caso. comprovação da capacitação técnico-profissional de que tra-
§ 1o A comprovação de aptidão referida no inciso II do ta o inciso I do § 1o deste artigo deverão participar da obra ou
“caput” deste artigo, no caso das licitações pertinentes a obras serviço objeto da licitação, admitindo-se a substituição por
e serviços, será feita por atestados fornecidos por pessoas ju- profissionais de experiência equivalente ou superior, desde
rídicas de direito público ou privado, devidamente registrados que aprovada pela administração. (Incluído pela Lei nº 8.883,
nas entidades profissionais competentes, limitadas as exigên- de 1994)
cias a: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 11. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
I - capacitação técnico-profissional: comprovação do lici- § 12. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
tante de possuir em seu quadro permanente, na data prevista Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômi-
para entrega da proposta, profissional de nível superior ou co-financeira limitar-se-á a:
outro devidamente reconhecido pela entidade competente, I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do últi-
detentor de atestado de responsabilidade técnica por execu- mo exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei,
ção de obra ou serviço de características semelhantes, limita- que comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada
das estas exclusivamente às parcelas de maior relevância e va- a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios, po-
dendo ser atualizados por índices oficiais quando encerrado há
lor significativo do objeto da licitação, vedadas as exigências
mais de 3 (três) meses da data de apresentação da proposta;
de quantidades mínimas ou prazos máximos; (Incluído pela
II - certidão negativa de falência ou concordata expedida
Lei nº 8.883, de 1994)
pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execução
II - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física;
a) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previs-
b) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
tos no “caput” e § 1o do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por
§ 2o As parcelas de maior relevância técnica e de valor
cento) do valor estimado do objeto da contratação.
significativo, mencionadas no parágrafo anterior, serão defi-
§ 1o A exigência de índices limitar-se-á à demonstração
nidas no instrumento convocatório. (Redação dada pela Lei da capacidade financeira do licitante com vistas aos compro-
nº 8.883, de 1994) missos que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o con-
§ 3o Será sempre admitida a comprovação de aptidão trato, vedada a exigência de valores mínimos de faturamento
através de certidões ou atestados de obras ou serviços simi- anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade. (Redação
lares de complexidade tecnológica e operacional equivalente dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
ou superior. § 2o A Administração, nas compras para entrega futura e
§ 4o Nas licitações para fornecimento de bens, a com- na execução de obras e serviços, poderá estabelecer, no ins-
provação de aptidão, quando for o caso, será feita através de trumento convocatório da licitação, a exigência de capital mí-
atestados fornecidos por pessoa jurídica de direito público ou nimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias
privado. previstas no § 1o do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de
§ 5o É vedada a exigência de comprovação de atividade comprovação da qualificação econômico-financeira dos lici-
ou de aptidão com limitações de tempo ou de época ou ainda tantes e para efeito de garantia ao adimplemento do contrato
em locais específicos, ou quaisquer outras não previstas nesta a ser ulteriormente celebrado.
Lei, que inibam a participação na licitação. § 3o O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a
§ 6o As exigências mínimas relativas a instalações de can- que se refere o parágrafo anterior não poderá exceder a 10%
teiros, máquinas, equipamentos e pessoal técnico especiali- (dez por cento) do valor estimado da contratação, devendo a
zado, considerados essenciais para o cumprimento do objeto comprovação ser feita relativamente à data da apresentação
da licitação, serão atendidas mediante a apresentação de re- da proposta, na forma da lei, admitida a atualização para esta
lação explícita e da declaração formal da sua disponibilidade, data através de índices oficiais.
sob as penas cabíveis, vedada as exigências de propriedade e § 4o Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromis-
de localização prévia. sos assumidos pelo licitante que importem diminuição da ca-
§ 7º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) pacidade operativa ou absorção de disponibilidade financei-
I - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) ra, calculada esta em função do patrimônio líquido atualizado
II - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) e sua capacidade de rotação.
30
LEGISLAÇÃO
§ 5o A comprovação de boa situação financeira da empre- Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de
sa será feita de forma objetiva, através do cálculo de índices empresas em consórcio, observar-se-ão as seguintes normas:
contábeis previstos no edital e devidamente justificados no I - comprovação do compromisso público ou particular
processo administrativo da licitação que tenha dado início ao de constituição de consórcio, subscrito pelos consorciados;
certame licitatório, vedada a exigência de índices e valores II - indicação da empresa responsável pelo consórcio que
não usualmente adotados para correta avaliação de situação deverá atender às condições de liderança, obrigatoriamente
financeira suficiente ao cumprimento das obrigações decor- fixadas no edital;
rentes da licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31
§ 6º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) desta Lei por parte de cada consorciado, admitindo-se, para efei-
Art. 32. Os documentos necessários à habilitação pode- to de qualificação técnica, o somatório dos quantitativos de cada
rão ser apresentados em original, por qualquer processo de consorciado, e, para efeito de qualificação econômico-financeira,
cópia autenticada por cartório competente ou por servidor o somatório dos valores de cada consorciado, na proporção de
da administração ou publicação em órgão da imprensa ofi- sua respectiva participação, podendo a Administração estabele-
cial. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) cer, para o consórcio, um acréscimo de até 30% (trinta por cen-
to) dos valores exigidos para licitante individual, inexigível este
§ 1o A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta
acréscimo para os consórcios compostos, em sua totalidade, por
Lei poderá ser dispensada, no todo ou em parte, nos casos de
micro e pequenas empresas assim definidas em lei;
convite, concurso, fornecimento de bens para pronta entrega
IV - impedimento de participação de empresa consorcia-
e leilão. da, na mesma licitação, através de mais de um consórcio ou
§ 2o O certificado de registro cadastral a que se refere o isoladamente;
§ 1o do art. 36 substitui os documentos enumerados nos arts. V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos
28 a 31, quanto às informações disponibilizadas em sistema praticados em consórcio, tanto na fase de licitação quanto na
informatizado de consulta direta indicado no edital, obrigan- de execução do contrato.
do-se a parte a declarar, sob as penalidades legais, a superve- § 1o No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a
niência de fato impeditivo da habilitação. (Redação dada pela liderança caberá, obrigatoriamente, à empresa brasileira, ob-
Lei nº 9.648, de 1998) servado o disposto no inciso II deste artigo.
§ 3o A documentação referida neste artigo poderá ser § 2o O licitante vencedor fica obrigado a promover, an-
substituída por registro cadastral emitido por órgão ou enti- tes da celebração do contrato, a constituição e o registro do
dade pública, desde que previsto no edital e o registro tenha consórcio, nos termos do compromisso referido no inciso I
sido feito em obediência ao disposto nesta Lei. deste artigo.
§ 4o As empresas estrangeiras que não funcionem no
País, tanto quanto possível, atenderão, nas licitações inter- Seção III
nacionais, às exigências dos parágrafos anteriores mediante Dos Registros Cadastrais
documentos equivalentes, autenticados pelos respectivos
consulados e traduzidos por tradutor juramentado, devendo Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da
ter representação legal no Brasil com poderes expressos para Administração Pública que realizem frequentemente licita-
receber citação e responder administrativa ou judicialmente. ções manterão registros cadastrais para efeito de habilitação,
§ 5o Não se exigirá, para a habilitação de que trata este ar- na forma regulamentar, válidos por, no máximo, um ano. (Re-
tigo, prévio recolhimento de taxas ou emolumentos, salvo os gulamento)
referentes a fornecimento do edital, quando solicitado, com § 1o O registro cadastral deverá ser amplamente divulga-
os seus elementos constitutivos, limitados ao valor do custo do e deverá estar permanentemente aberto aos interessados,
efetivo de reprodução gráfica da documentação fornecida. obrigando-se a unidade por ele responsável a proceder, no
mínimo anualmente, através da imprensa oficial e de jornal
§ 6o O disposto no § 4o deste artigo, no § 1o do art. 33 e no
diário, a chamamento público para a atualização dos registros
§ 2 do art. 55, não se aplica às licitações internacionais para a
o
existentes e para o ingresso de novos interessados.
aquisição de bens e serviços cujo pagamento seja feito com
§ 2o É facultado às unidades administrativas utilizarem-
o produto de financiamento concedido por organismo finan- se de registros cadastrais de outros órgãos ou entidades da
ceiro internacional de que o Brasil faça parte, ou por agência Administração Pública.
estrangeira de cooperação, nem nos casos de contratação Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização
com empresa estrangeira, para a compra de equipamentos deste, a qualquer tempo, o interessado fornecerá os elemen-
fabricados e entregues no exterior, desde que para este caso tos necessários à satisfação das exigências do art. 27 desta Lei.
tenha havido prévia autorização do Chefe do Poder Executivo, Art. 36. Os inscritos serão classificados por categorias,
nem nos casos de aquisição de bens e serviços realizada por tendo-se em vista sua especialização, subdivididas em gru-
unidades administrativas com sede no exterior. pos, segundo a qualificação técnica e econômica avaliada pe-
§ 7o A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 e este los elementos constantes da documentação relacionada nos
artigo poderá ser dispensada, nos termos de regulamento, no arts. 30 e 31 desta Lei.
todo ou em parte, para a contratação de produto para pes- § 1o Aos inscritos será fornecido certificado, renovável
quisa e desenvolvimento, desde que para pronta entrega ou sempre que atualizarem o registro.
até o valor previsto na alínea “a” do inciso II do caput do art. § 2o A atuação do licitante no cumprimento de obriga-
23. (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016) ções assumidas será anotada no respectivo registro cadastral.
31
LEGISLAÇÃO
Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de or-
ou cancelado o registro do inscrito que deixar de satisfazer dem em série anual, o nome da repartição interessada e de
as exigências do art. 27 desta Lei, ou as estabelecidas para seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da
classificação cadastral. licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia
e hora para recebimento da documentação e proposta, bem
Seção IV como para início da abertura dos envelopes, e indicará, obriga-
Do Procedimento e Julgamento toriamente, o seguinte:
I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;
Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a II - prazo e condições para assinatura do contrato ou reti-
abertura de processo administrativo, devidamente autuado, rada dos instrumentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para
protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, execução do contrato e para entrega do objeto da licitação;
a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a III - sanções para o caso de inadimplemento;
despesa, e ao qual serão juntados oportunamente: IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto
I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o básico;
caso; V - se há projeto executivo disponível na data da publica-
II - comprovante das publicações do edital resumido, na ção do edital de licitação e o local onde possa ser examinado e
forma do art. 21 desta Lei, ou da entrega do convite; adquirido;
III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloei- VI - condições para participação na licitação, em conformi-
ro administrativo ou oficial, ou do responsável pelo convite; dade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apresentação
IV - original das propostas e dos documentos que as ins- das propostas;
truírem; VII - critério para julgamento, com disposições claras e pa-
V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora; râmetros objetivos;
VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a lici- VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de co-
tação, dispensa ou inexigibilidade; municação à distância em que serão fornecidos elementos, in-
formações e esclarecimentos relativos à licitação e às condições
VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua
para atendimento das obrigações necessárias ao cumprimento
homologação;
de seu objeto;
VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitan-
IX - condições equivalentes de pagamento entre empresas
tes e respectivas manifestações e decisões;
brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações internacionais;
IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação,
X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e glo-
quando for o caso, fundamentado circunstanciadamente;
bal, conforme o caso, permitida a fixação de preços máximos
X - termo de contrato ou instrumento equivalente, con-
e vedados a fixação de preços mínimos, critérios estatísticos ou
forme o caso;
faixas de variação em relação a preços de referência, ressalvado
XI - outros comprovantes de publicações; o disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; (Redação dada pela
XII - demais documentos relativos à licitação. Lei nº 9.648, de 1998)
Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efe-
como as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes devem tiva do custo de produção, admitida a adoção de índices espe-
ser previamente examinadas e aprovadas por assessoria ju- cíficos ou setoriais, desde a data prevista para apresentação da
rídica da Administração. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a
1994) data do adimplemento de cada parcela; (Redação dada pela Lei
Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação nº 8.883, de 1994)
ou para um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas XII - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
for superior a 100 (cem) vezes o limite previsto no art. 23, in- XIII - limites para pagamento de instalação e mobilização
ciso I, alínea “c” desta Lei, o processo licitatório será inicia- para execução de obras ou serviços que serão obrigatoriamente
do, obrigatoriamente, com uma audiência pública concedida previstos em separado das demais parcelas, etapas ou tarefas;
pela autoridade responsável com antecedência mínima de 15 XIV - condições de pagamento, prevendo:
(quinze) dias úteis da data prevista para a publicação do edi- a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado
tal, e divulgada, com a antecedência mínima de 10 (dez) dias a partir da data final do período de adimplemento de cada par-
úteis de sua realização, pelos mesmos meios previstos para a cela; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
publicidade da licitação, à qual terão acesso e direito a todas b) cronograma de desembolso máximo por período, em
as informações pertinentes e a se manifestar todos os inte- conformidade com a disponibilidade de recursos financeiros;
ressados. c) critério de atualização financeira dos valores a serem pa-
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-se gos, desde a data final do período de adimplemento de cada
licitações simultâneas aquelas com objetos similares e com parcela até a data do efetivo pagamento; (Redação dada pela
realização prevista para intervalos não superiores a trinta dias Lei nº 8.883, de 1994)
e licitações sucessivas aquelas em que, também com objetos d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais
similares, o edital subsequente tenha uma data anterior a cen- atrasos, e descontos, por eventuais antecipações de paga-
to e vinte dias após o término do contrato resultante da lici- mentos;
tação antecedente. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) e) exigência de seguros, quando for o caso;
32
LEGISLAÇÃO
XV - instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei; § 1o Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar
XVI - condições de recebimento do objeto da licitação; preço em moeda estrangeira, igualmente o poderá fazer o
XVII - outras indicações específicas ou peculiares da licitação. licitante brasileiro.
§ 1o O original do edital deverá ser datado, rubricado em § 2o O pagamento feito ao licitante brasileiro eventual-
todas as folhas e assinado pela autoridade que o expedir, mente contratado em virtude da licitação de que trata o pa-
permanecendo no processo de licitação, e dele extraindo-se rágrafo anterior será efetuado em moeda brasileira, à taxa de
cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação e forneci- câmbio vigente no dia útil imediatamente anterior à data do
mento aos interessados. efetivo pagamento. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 2o Constituem anexos do edital, dele fazendo parte in- § 3o As garantias de pagamento ao licitante brasileiro se-
tegrante: rão equivalentes àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro.
I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas § 4o Para fins de julgamento da licitação, as propostas
partes, desenhos, especificações e outros complementos; apresentadas por licitantes estrangeiros serão acrescidas dos
II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos e gravames consequentes dos mesmos tributos que oneram ex-
preços unitários; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) clusivamente os licitantes brasileiros quanto à operação final
III - a minuta do contrato a ser firmado entre a Adminis- de venda.
tração e o licitante vencedor; § 5o Para a realização de obras, prestação de serviços ou
IV - as especificações complementares e as normas de aquisição de bens com recursos provenientes de financiamen-
execução pertinentes à licitação. to ou doação oriundos de agência oficial de cooperação es-
§ 3o Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se como trangeira ou organismo financeiro multilateral de que o Brasil
adimplemento da obrigação contratual a prestação do servi- seja parte, poderão ser admitidas, na respectiva licitação, as
ço, a realização da obra, a entrega do bem ou de parcela des- condições decorrentes de acordos, protocolos, convenções ou
tes, bem como qualquer outro evento contratual a cuja ocor- tratados internacionais aprovados pelo Congresso Nacional,
rência esteja vinculada a emissão de documento de cobrança. bem como as normas e procedimentos daquelas entidades,
§ 4o Nas compras para entrega imediata, assim enten- inclusive quanto ao critério de seleção da proposta mais van-
didas aquelas com prazo de entrega até trinta dias da data
tajosa para a administração, o qual poderá contemplar, além
prevista para apresentação da proposta, poderão ser dispen-
do preço, outros fatores de avaliação, desde que por elas exi-
sadas: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
gidos para a obtenção do financiamento ou da doação, e que
I - o disposto no inciso XI deste artigo; (Incluído pela Lei
também não conflitem com o princípio do julgamento objeti-
nº 8.883, de 1994)
vo e sejam objeto de despacho motivado do órgão executor
II - a atualização financeira a que se refere a alínea “c”
do contrato, despacho esse ratificado pela autoridade imedia-
do inciso XIV deste artigo, correspondente ao período com-
tamente superior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
preendido entre as datas do adimplemento e a prevista para
o pagamento, desde que não superior a quinze dias.(Incluído § 6o As cotações de todos os licitantes serão para entrega
pela Lei nº 8.883, de 1994) no mesmo local de destino.
Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas Art. 43. A licitação será processada e julgada com obser-
e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada. vância dos seguintes procedimentos:
§ 1o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar I - abertura dos envelopes contendo a documentação re-
edital de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, lativa à habilitação dos concorrentes, e sua apreciação;
devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes
da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, inabilitados, contendo as respectivas propostas, desde que
devendo a Administração julgar e responder à impugnação não tenha havido recurso ou após sua denegação;
em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos
no § 1o do art. 113. concorrentes habilitados, desde que transcorrido o prazo sem
§ 2o Decairá do direito de impugnar os termos do edital interposição de recurso, ou tenha havido desistência expressa,
de licitação perante a administração o licitante que não o fizer ou após o julgamento dos recursos interpostos;
até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelo- IV - verificação da conformidade de cada proposta com
pes de habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes os requisitos do edital e, conforme o caso, com os preços cor-
com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso, rentes no mercado ou fixados por órgão oficial competente,
ou a realização de leilão, as falhas ou irregularidades que vi- ou ainda com os constantes do sistema de registro de pre-
ciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação não terá ços, os quais deverão ser devidamente registrados na ata de
efeito de recurso. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) julgamento, promovendo-se a desclassificação das propostas
§ 3o A impugnação feita tempestivamente pelo licitante desconformes ou incompatíveis;
não o impedirá de participar do processo licitatório até o trân- V - julgamento e classificação das propostas de acordo
sito em julgado da decisão a ela pertinente. com os critérios de avaliação constantes do edital;
§ 4o A inabilitação do licitante importa preclusão do seu VI - deliberação da autoridade competente quanto à ho-
direito de participar das fases subsequentes. mologação e adjudicação do objeto da licitação.
Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, o edi- § 1o A abertura dos envelopes contendo a documentação
tal deverá ajustar-se às diretrizes da política monetária e do para habilitação e as propostas será realizada sempre em ato
comércio exterior e atender às exigências dos órgãos com- público previamente designado, do qual se lavrará ata circuns-
petentes. tanciada, assinada pelos licitantes presentes e pela Comissão.
33
LEGISLAÇÃO
§ 2o Todos os documentos e propostas serão rubricados IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de aliena-
pelos licitantes presentes e pela Comissão. ção de bens ou concessão de direito real de uso. (Incluído pela
§ 3o É facultada à Comissão ou autoridade superior, em Lei nº 8.883, de 1994)
qualquer fase da licitação, a promoção de diligência destina- § 2o No caso de empate entre duas ou mais propostas, e
da a esclarecer ou a complementar a instrução do processo, após obedecido o disposto no § 2o do art. 3o desta Lei, a clas-
vedada a inclusão posterior de documento ou informação sificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato público,
que deveria constar originariamente da proposta. para o qual todos os licitantes serão convocados, vedado qual-
§ 4o O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e, no quer outro processo.
que couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de preços e ao § 3o No caso da licitação do tipo “menor preço”, entre os
convite. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) licitantes considerados qualificados a classificação se dará pela
§ 5o Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes ordem crescente dos preços propostos, prevalecendo, no caso
(incisos I e II) e abertas as propostas (inciso III), não cabe des- de empate, exclusivamente o critério previsto no parágrafo an-
classificá-los por motivo relacionado com a habilitação, salvo terior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
em razão de fatos supervenientes ou só conhecidos após o § 4o Para contratação de bens e serviços de informática, a
julgamento. administração observará o disposto no art. 3o da Lei no 8.248, de
§ 6o Após a fase de habilitação, não cabe desistência de 23 de outubro de 1991, levando em conta os fatores especifi-
proposta, salvo por motivo justo decorrente de fato superve- cados em seu parágrafo 2o e adotando obrigatoriamento o tipo
niente e aceito pela Comissão. de licitação “técnica e preço”, permitido o emprego de outro
Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará tipo de licitação nos casos indicados em decreto do Poder Exe-
em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou cutivo. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios § 5o É vedada a utilização de outros tipos de licitação não
estabelecidos por esta Lei. previstos neste artigo.
§ 1o É vedada a utilização de qualquer elemento, critério § 6o Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão selecionadas
ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa tantas propostas quantas necessárias até que se atinja a quan-
ainda que indiretamente elidir o princípio da igualdade entre tidade demandada na licitação. (Incluído pela Lei nº 9.648, de
os licitantes. 1998)
§ 2o Não se considerará qualquer oferta de vantagem não Art. 46. Os tipos de licitação “melhor técnica” ou “técnica e
prevista no edital ou no convite, inclusive financiamentos sub- preço” serão utilizados exclusivamente para serviços de nature-
sidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem basea- za predominantemente intelectual, em especial na elaboração
da nas ofertas dos demais licitantes. de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e
§ 3o Não se admitirá proposta que apresente preços glo- de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a ela-
bal ou unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incom- boração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e
patíveis com os preços dos insumos e salários de mercado, executivos, ressalvado o disposto no § 4o do artigo anterior. (Re-
acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o ato convo- dação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
catório da licitação não tenha estabelecido limites mínimos, § 1o Nas licitações do tipo “melhor técnica” será adotado o
exceto quando se referirem a materiais e instalações de pro- seguinte procedimento claramente explicitado no instrumento
priedade do próprio licitante, para os quais ele renuncie a par- convocatório, o qual fixará o preço máximo que a Administra-
cela ou à totalidade da remuneração. (Redação dada pela Lei ção se propõe a pagar:
nº 8.883, de 1994) I - serão abertos os envelopes contendo as propostas técni-
§ 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se também cas exclusivamente dos licitantes previamente qualificados e fei-
às propostas que incluam mão-de-obra estrangeira ou im- ta então a avaliação e classificação destas propostas de acordo
portações de qualquer natureza.(Redação dada pela Lei nº com os critérios pertinentes e adequados ao objeto licitado, de-
8.883, de 1994) finidos com clareza e objetividade no instrumento convocatório
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, de- e que considerem a capacitação e a experiência do proponente,
vendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo con- a qualidade técnica da proposta, compreendendo metodologia,
vite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, organização, tecnologias e recursos materiais a serem utilizados
os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório nos trabalhos, e a qualificação das equipes técnicas a serem mo-
e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, bilizadas para a sua execução;
de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos II - uma vez classificadas as propostas técnicas, proceder-se
órgãos de controle. -á à abertura das propostas de preço dos licitantes que tenham
§ 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de lici- atingido a valorização mínima estabelecida no instrumento
tação, exceto na modalidade concurso: (Redação dada pela convocatório e à negociação das condições propostas, com a
Lei nº 8.883, de 1994) proponente melhor classificada, com base nos orçamentos de-
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da talhados apresentados e respectivos preços unitários e tendo
proposta mais vantajosa para a Administração determinar como referência o limite representado pela proposta de menor
que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de preço entre os licitantes que obtiveram a valorização mínima;
acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar III - no caso de impasse na negociação anterior, procedi-
o menor preço; mento idêntico será adotado, sucessivamente, com os demais
II - a de melhor técnica; proponentes, pela ordem de classificação, até a consecução
III - a de técnica e preço. de acordo para a contratação;
34
LEGISLAÇÃO
IV - as propostas de preços serão devolvidas intactas aos § 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo an-
licitantes que não forem preliminarmente habilitados ou que terior cujo valor global da proposta for inferior a 80% (oitenta
não obtiverem a valorização mínima estabelecida para a pro- por cento) do menor valor a que se referem as alíneas «a» e
posta técnica. «b», será exigida, para a assinatura do contrato, prestação de
§ 2o Nas licitações do tipo “técnica e preço” será adotado, garantia adicional, dentre as modalidades previstas no § 1º do
adicionalmente ao inciso I do parágrafo anterior, o seguinte art. 56, igual a diferença entre o valor resultante do parágrafo
procedimento claramente explicitado no instrumento convo- anterior e o valor da correspondente proposta. (Incluído pela
catório: Lei nº 9.648, de 1998)
I - será feita a avaliação e a valorização das propostas de § 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou
preços, de acordo com critérios objetivos preestabelecidos no todas as propostas forem desclassificadas, a administração
instrumento convocatório; poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a
II - a classificação dos proponentes far-se-á de acordo apresentação de nova documentação ou de outras propos-
com a média ponderada das valorizações das propostas téc- tas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada,
nicas e de preço, de acordo com os pesos preestabelecidos no caso de convite, a redução deste prazo para três dias
no instrumento convocatório.
úteis. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 3o Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos nes-
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do
te artigo poderão ser adotados, por autorização expressa e
procedimento somente poderá revogar a licitação por razões
mediante justificativa circunstanciada da maior autoridade
da Administração promotora constante do ato convocatório, de interesse público decorrente de fato superveniente devi-
para fornecimento de bens e execução de obras ou prestação damente comprovado, pertinente e suficiente para justificar
de serviços de grande vulto majoritariamente dependentes tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou
de tecnologia nitidamente sofisticada e de domínio restrito, por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devi-
atestado por autoridades técnicas de reconhecida qualifica- damente fundamentado.
ção, nos casos em que o objeto pretendido admitir soluções § 1o A anulação do procedimento licitatório por motivo
alternativas e variações de execução, com repercussões sig- de ilegalidade não gera obrigação de indenizar, ressalvado o
nificativas sobre sua qualidade, produtividade, rendimento e disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
durabilidade concretamente mensuráveis, e estas puderem § 2o A nulidade do procedimento licitatório induz à do
ser adotadas à livre escolha dos licitantes, na conformidade contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59
dos critérios objetivamente fixados no ato convocatório. desta Lei.
§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) § 3o No caso de desfazimento do processo licitatório, fica
Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e serviços, assegurado o contraditório e a ampla defesa.
quando for adotada a modalidade de execução de empreita- § 4o O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se
da por preço global, a Administração deverá fornecer obriga- aos atos do procedimento de dispensa e de inexigibilidade
toriamente, junto com o edital, todos os elementos e informa- de licitação.
ções necessários para que os licitantes possam elaborar suas Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato
propostas de preços com total e completo conhecimento do com preterição da ordem de classificação das propostas ou
objeto da licitação. com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena
Art. 48. Serão desclassificadas: de nulidade.
I - as propostas que não atendam às exigências do ato Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro
convocatório da licitação; cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as propostas
II - propostas com valor global superior ao limite esta- serão processadas e julgadas por comissão permanente ou
belecido ou com preços manifestamente inexequiveis, assim especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo menos
considerados aqueles que não venham a ter demonstrada sua
2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes aos qua-
viabilidade através de documentação que comprove que os
dros permanentes dos órgãos da Administração responsáveis
custos dos insumos são coerentes com os de mercado e que
pela licitação.
os coeficientes de produtividade são compatíveis com a exe-
cução do objeto do contrato, condições estas necessariamen- § 1o No caso de convite, a Comissão de licitação, excep-
te especificadas no ato convocatório da licitação. (Redação cionalmente, nas pequenas unidades administrativas e em
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) face da exiguidade de pessoal disponível, poderá ser subs-
§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo tituída por servidor formalmente designado pela autoridade
consideram-se manifestamente inexequíveis, no caso de lici- competente.
tações de menor preço para obras e serviços de engenharia, § 2o A Comissão para julgamento dos pedidos de ins-
as propostas cujos valores sejam inferiores a 70% (setenta por crição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento,
cento) do menor dos seguintes valores: (Incluído pela Lei nº será integrada por profissionais legalmente habilitados no
9.648, de 1998) caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos.
a) média aritmética dos valores das propostas superiores § 3o Os membros das Comissões de licitação responderão
a 50% (cinquenta por cento) do valor orçado pela administra- solidariamente por todos os atos praticados pela Comissão,
ção, ou (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) salvo se posição individual divergente estiver devidamente
b) valor orçado pela administração. (Incluído pela Lei nº fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em que
9.648, de 1998) tiver sido tomada a decisão.
35
LEGISLAÇÃO
§ 4o A investidura dos membros das Comissões perma- IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclu-
nentes não excederá a 1 (um) ano, vedada a recondução da são, de entrega, de observação e de recebimento definitivo,
totalidade de seus membros para a mesma comissão no perío- conforme o caso;
do subsequente. V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação
§ 5o No caso de concurso, o julgamento será feito por uma da classificação funcional programática e da categoria eco-
comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada nômica;
e reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena exe-
públicos ou não. cução, quando exigidas;
Art. 52. O concurso a que se refere o § 4o do art. 22 desta Lei VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as pe-
deve ser precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos nalidades cabíveis e os valores das multas;
interessados no local indicado no edital. VIII - os casos de rescisão;
§ 1o O regulamento deverá indicar: IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em
I - a qualificação exigida dos participantes; caso de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta Lei;
II - as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho; X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio
III - as condições de realização do concurso e os prêmios a
para conversão, quando for o caso;
serem concedidos.
XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a
§ 2o Em se tratando de projeto, o vencedor deverá autorizar
dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante
a Administração a executá-lo quando julgar conveniente.
Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a vencedor;
servidor designado pela Administração, procedendo-se na for- XII - a legislação aplicável à execução do contrato e espe-
ma da legislação pertinente. cialmente aos casos omissos;
§ 1o Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda
Administração para fixação do preço mínimo de arrematação. a execução do contrato, em compatibilidade com as obriga-
§ 2o Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentual ções por ele assumidas, todas as condições de habilitação e
estabelecido no edital, não inferior a 5% (cinco por cento) e, após a qualificação exigidas na licitação.
assinatura da respectiva ata lavrada no local do leilão, imediatamen- § 1º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
te entregues ao arrematante, o qual se obrigará ao pagamento do § 2o Nos contratos celebrados pela Administração Pública
restante no prazo estipulado no edital de convocação, sob pena de com pessoas físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domicilia-
perder em favor da Administração o valor já recolhido. das no estrangeiro, deverá constar necessariamente cláusu-
§ 3o Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela la que declare competente o foro da sede da Administração
à vista poderá ser feito em até vinte e quatro horas. (Redação para dirimir qualquer questão contratual, salvo o disposto no
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 6o do art. 32 desta Lei.
§ 4o O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, prin- § 3o No ato da liquidação da despesa, os serviços de con-
cipalmente no município em que se realizará. (Incluído pela Lei tabilidade comunicarão, aos órgãos incumbidos da arrecada-
nº 8.883, de 1994) ção e fiscalização de tributos da União, Estado ou Município,
Capítulo III as características e os valores pagos, segundo o disposto
DOS CONTRATOS no art. 63 da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964.
Seção I Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada
Disposições Preliminares caso, e desde que prevista no instrumento convocatório, po-
derá ser exigida prestação de garantia nas contratações de
Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei obras, serviços e compras.
regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito pú- § 1o Caberá ao contratado optar por uma das seguintes
blico, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria
modalidades de garantia: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
geral dos contratos e as disposições de direito privado.
1994)
§ 1o Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão
I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, de-
as condições para sua execução, expressas em cláusulas que de-
finam os direitos, obrigações e responsabilidades das partes, em vendo estes ter sido emitidos sob a forma escritural, mediante
conformidade com os termos da licitação e da proposta a que registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia
se vinculam. autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus
§ 2o Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigi- valores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Fa-
bilidade de licitação devem atender aos termos do ato que os zenda; (Redação dada pela Lei nº 11.079, de 2004)
autorizou e da respectiva proposta. II - seguro-garantia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que 1994)
estabeleçam: III - fiança bancária. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
I - o objeto e seus elementos característicos; 8.6.94)
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento; § 2o A garantia a que se refere o caput deste artigo não
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, da- excederá a cinco por cento do valor do contrato e terá seu
ta-base e periodicidade do reajustamento de preços, os crité- valor atualizado nas mesmas condições daquele, ressalvado o
rios de atualização monetária entre a data do adimplemento previsto no parágrafo 3o deste artigo. (Redação dada pela Lei
das obrigações e a do efetivo pagamento; nº 8.883, de 1994)
36
LEGISLAÇÃO
§ 3o Para obras, serviços e fornecimentos de grande vul- § 2o Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por
to envolvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros escrito e previamente autorizada pela autoridade competente
consideráveis, demonstrados através de parecer tecnicamen- para celebrar o contrato.
te aprovado pela autoridade competente, o limite de garantia § 3o É vedado o contrato com prazo de vigência indeter-
previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para até minado.
dez por cento do valor do contrato. (Redação dada pela Lei § 4o Em caráter excepcional, devidamente justificado e
nº 8.883, de 1994) mediante autorização da autoridade superior, o prazo de que
§ 4o A garantia prestada pelo contratado será liberada ou trata o inciso II do caput deste artigo poderá ser prorrogado
restituída após a execução do contrato e, quando em dinhei- por até doze meses. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
ro, atualizada monetariamente. Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos
§ 5o Nos casos de contratos que importem na entrega de instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a
bens pela Administração, dos quais o contratado ficará de- eles, a prerrogativa de:
positário, ao valor da garantia deverá ser acrescido o valor I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação
desses bens. às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do
Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei fica- contratado;
rá adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados
exceto quanto aos relativos: no inciso I do art. 79 desta Lei;
I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas III - fiscalizar-lhes a execução;
metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou
prorrogados se houver interesse da Administração e desde parcial do ajuste;
que isso tenha sido previsto no ato convocatório; V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoria-
II - à prestação de serviços a serem executados de for- mente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao
ma contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar
iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado,
e condições mais vantajosas para a administração, limitada bem como na hipótese de rescisão do contrato administra-
a sessenta meses; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) tivo.
III - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 1o As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos
IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de pro- contratos administrativos não poderão ser alteradas sem pré-
gramas de informática, podendo a duração estender-se pelo via concordância do contratado.
prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o início da vi- § 2o Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas eco-
gência do contrato. nômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para que
V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e se mantenha o equilíbrio contratual.
XXXI do art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por até Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administra-
120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da administra- tivo opera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que
ção. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) ele, ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir
§ 1o Os prazos de início de etapas de execução, de con- os já produzidos.
clusão e de entrega admitem prorrogação, mantidas as de- Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administra-
mais cláusulas do contrato e assegurada a manutenção de ção do dever de indenizar o contratado pelo que este houver
seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra algum executado até a data em que ela for declarada e por outros
dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo: prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe
I - alteração do projeto ou especificações, pela Adminis- seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem
tração; lhe deu causa.
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível,
estranho à vontade das partes, que altere fundamentalmente Seção II
as condições de execução do contrato; Da Formalização dos Contratos
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição
do ritmo de trabalho por ordem e no interesse da Adminis- Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados
tração; nas repartições interessadas, as quais manterão arquivo cro-
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no nológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu
contrato, nos limites permitidos por esta Lei; extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que
V - impedimento de execução do contrato por fato ou se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas,
ato de terceiro reconhecido pela Administração em docu- de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.
mento contemporâneo à sua ocorrência; Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Admi- verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras
nistração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de que de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não
resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na exe- superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art.
cução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis 23, inciso II, alínea “a” desta Lei, feitas em regime de adianta-
aos responsáveis. mento.
37
LEGISLAÇÃO
Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das par- postas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços
tes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que auto- atualizados de conformidade com o ato convocatório, ou re-
rizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da vogar a licitação independentemente da cominação prevista
dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às no art. 81 desta Lei.
normas desta Lei e às cláusulas contratuais. § 3o Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento propostas, sem convocação para a contratação, ficam os lici-
de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que tantes liberados dos compromissos assumidos.
é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada
pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao Seção III
de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela Da Alteração dos Contratos
data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, res-
salvado o disposto no art. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser al-
nº 8.883, de 1994) terados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos:
Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos ca- I - unilateralmente pela Administração:
sos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas a) quando houver modificação do projeto ou das especi-
dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreen- ficações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos;
didos nos limites destas duas modalidades de licitação, e fa- b) quando necessária a modificação do valor contratual
cultativo nos demais em que a Administração puder substituí em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de
-lo por outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;
nota de empenho de despesa, autorização de compra ou or- II - por acordo das partes:
dem de execução de serviço. a) quando conveniente a substituição da garantia de exe-
§ 1o A minuta do futuro contrato integrará sempre o edi- cução;
tal ou ato convocatório da licitação. b) quando necessária a modificação do regime de execu-
§ 2o Em “carta contrato”, “nota de empenho de despesa”, ção da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento,
“autorização de compra”, “ordem de execução de serviço” ou em face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos
outros instrumentos hábeis aplica-se, no que couber, o dis- contratuais originários;
posto no art. 55 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, c) quando necessária a modificação da forma de paga-
de 1994) mento, por imposição de circunstâncias supervenientes, man-
§ 3o Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e tido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação do paga-
demais normas gerais, no que couber: mento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a
I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou
em que o Poder Público seja locatário, e aos demais cujo con- execução de obra ou serviço;
teúdo seja regido, predominantemente, por norma de direito d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram
privado; inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição
II - aos contratos em que a Administração for parte como da administração para a justa remuneração da obra, serviço
usuária de serviço público. ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio
§ 4o É dispensável o “termo de contrato” e facultada a econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de so-
substituição prevista neste artigo, a critério da Administração brevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de conse-
e independentemente de seu valor, nos casos de compra com quências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da exe-
entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais cução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso
não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica. fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica
Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento extraordinária e extracontratual. (Redação dada pela Lei nº
dos termos do contrato e do respectivo processo licitatório 8.883, de 1994)
e, a qualquer interessado, a obtenção de cópia autenticada, § 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas
mediante o pagamento dos emolumentos devidos. condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se
Art. 64. A Administração convocará regularmente o inte- fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco
ressado para assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso
o instrumento equivalente, dentro do prazo e condições es- particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o
tabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, sem limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos.
prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei. § 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os
§ 1o O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma limites estabelecidos no parágrafo anterior, salvo: (Redação
vez, por igual período, quando solicitado pela parte durante dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
o seu transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito I - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
pela Administração. II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre
§ 2o É facultado à Administração, quando o convocado os contratantes. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
não assinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar o § 3o Se no contrato não houverem sido contemplados
instrumento equivalente no prazo e condições estabelecidos, preços unitários para obras ou serviços, esses serão fixados
convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classifica- mediante acordo entre as partes, respeitados os limites esta-
ção, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições pro- belecidos no § 1o deste artigo.
38
LEGISLAÇÃO
§ 4o No caso de supressão de obras, bens ou serviços, Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, re-
se o contratado já houver adquirido os materiais e posto no mover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou
local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administra- em parte, o objeto do contrato em que se verificarem vícios,
ção pelos custos de aquisição regularmente comprovados e defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de mate-
monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por riais empregados.
outros danos eventualmente decorrentes da supressão, des- Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados
de que regularmente comprovados. diretamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de
§ 5o Quaisquer tributos ou encargos legais criados, altera- sua culpa ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou
dos ou extintos, bem como a superveniência de disposições reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o acompa-
legais, quando ocorridas após a data da apresentação da pro- nhamento pelo órgão interessado.
posta, de comprovada repercussão nos preços contratados, Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos tra-
implicarão a revisão destes para mais ou para menos, confor- balhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da
me o caso. execução do contrato.
§ 6o Em havendo alteração unilateral do contrato que au- § 1o A inadimplência do contratado, com referência aos
mente os encargos do contratado, a Administração deverá encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Ad-
restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-finan- ministração Pública a responsabilidade por seu pagamento,
ceiro inicial. nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a re-
§ 7o (VETADO) gularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante
§ 8o A variação do valor contratual para fazer face ao rea- o Registro de Imóveis. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de
juste de preços previsto no próprio contrato, as atualizações, 1995)
compensações ou penalizações financeiras decorrentes das § 2o A Administração Pública responde solidariamente
condições de pagamento nele previstas, bem como o empe- com o contratado pelos encargos previdenciários resultan-
nho de dotações orçamentárias suplementares até o limite tes da execução do contrato, nos termos do art. 31 da Lei
do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, nº 8.212, de 24 de julho de 1991. (Redação dada pela Lei nº
podendo ser registrados por simples apostila, dispensando a 9.032, de 1995)
celebração de aditamento.
§ 3º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem pre-
Seção IV
juízo das responsabilidades contratuais e legais, poderá sub-
Da Execução dos Contratos
contratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite
admitido, em cada caso, pela Administração.
Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas
Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:
partes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas
I - em se tratando de obras e serviços:
desta Lei, respondendo cada uma pelas consequências de sua
inexecução total ou parcial. a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompa-
Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § nhamento e fiscalização, mediante termo circunstanciado, as-
2o e no inciso II do § 5o do art. 3o desta Lei deverão cumprir, sinado pelas partes em até 15 (quinze) dias da comunicação
durante todo o período de execução do contrato, a reserva escrita do contratado;
de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou b) definitivamente, por servidor ou comissão designada
para reabilitado da Previdência Social, bem como as regras pela autoridade competente, mediante termo circunstancia-
de acessibilidade previstas na legislação. (Incluído pela Lei nº do, assinado pelas partes, após o decurso do prazo de obser-
13.146, de 2015) (Vigência) vação, ou vistoria que comprove a adequação do objeto aos
Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o cum- termos contratuais, observado o disposto no art. 69 desta Lei;
primento dos requisitos de acessibilidade nos serviços e nos II - em se tratando de compras ou de locação de equi-
ambientes de trabalho. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) pamentos:
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da
e fiscalizada por um representante da Administração espe- conformidade do material com a especificação;
cialmente designado, permitida a contratação de terceiros b) definitivamente, após a verificação da qualidade e
para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa quantidade do material e consequente aceitação.
atribuição. § 1o Nos casos de aquisição de equipamentos de grande
§ 1o O representante da Administração anotará em regis- vulto, o recebimento far-se-á mediante termo circunstancia-
tro próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do e, nos demais, mediante recibo.
do contrato, determinando o que for necessário à regulariza- § 2o O recebimento provisório ou definitivo não exclui
ção das faltas ou defeitos observados. a responsabilidade civil pela solidez e segurança da obra ou
§ 2o As decisões e providências que ultrapassarem a do serviço, nem ético-profissional pela perfeita execução do
competência do representante deverão ser solicitadas a seus contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo
superiores em tempo hábil para a adoção das medidas con- contrato.
venientes. § 3o O prazo a que se refere a alínea “b” do inciso I deste
Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela artigo não poderá ser superior a 90 (noventa) dias, salvo em
Administração, no local da obra ou serviço, para representá-lo casos excepcionais, devidamente justificados e previstos no
na execução do contrato. edital.
39
LEGISLAÇÃO
§ 4o Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verifi- XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras,
cação a que se refere este artigo não serem, respectivamente, serviços ou compras, acarretando modificação do valor ini-
lavrado ou procedida dentro dos prazos fixados, reputar-se-ão cial do contrato além do limite permitido no § 1o do art. 65
como realizados, desde que comunicados à Administração desta Lei;
nos 15 (quinze) dias anteriores à exaustão dos mesmos. XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da
Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório Administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias,
nos seguintes casos: salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da or-
I - gêneros perecíveis e alimentação preparada; dem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que
II - serviços profissionais; totalizem o mesmo prazo, independentemente do pagamento
III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, in- obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmen-
ciso II, alínea “a”, desta Lei, desde que não se componham de te imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previs-
aparelhos, equipamentos e instalações sujeitos à verificação tas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar
de funcionamento e produtividade. pela suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento que seja normalizada a situação;
será feito mediante recibo. XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos
Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do edi- devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou
tal, do convite ou de ato normativo, os ensaios, testes e demais fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados,
provas exigidos por normas técnicas oficiais para a boa execu- salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da or-
ção do objeto do contrato correm por conta do contratado. dem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de
Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até
obra, serviço ou fornecimento executado em desacordo com que seja normalizada a situação;
o contrato. XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área,
local ou objeto para execução de obra, serviço ou fornecimen-
Seção V to, nos prazos contratuais, bem como das fontes de materiais
Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos naturais especificadas no projeto;
XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, re-
Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a gularmente comprovada, impeditiva da execução do contrato.
sua rescisão, com as consequências contratuais e as previstas Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão
em lei ou regulamento. formalmente motivados nos autos do processo, assegurado o
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: contraditório e a ampla defesa.
I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especifi- XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27,
cações, projetos ou prazos; sem prejuízo das sanções penais cabíveis. (Incluído pela Lei nº
II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, es- 9.854, de 1999)
pecificações, projetos e prazos; Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:
III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Administra- I - determinada por ato unilateral e escrito da Administra-
ção a comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, do ção, nos casos enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo
serviço ou do fornecimento, nos prazos estipulados; anterior;
IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou for- II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo
necimento; no processo da licitação, desde que haja conveniência para a
V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, Administração;
sem justa causa e prévia comunicação à Administração; III - judicial, nos termos da legislação;
VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a as- IV - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
sociação do contratado com outrem, a cessão ou transferên- § 1o A rescisão administrativa ou amigável deverá ser pre-
cia, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, cedida de autorização escrita e fundamentada da autoridade
não admitidas no edital e no contrato; competente.
VII - o desatendimento das determinações regulares da § 2o Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a
autoridade designada para acompanhar e fiscalizar a sua exe- XVII do artigo anterior, sem que haja culpa do contratado, será
cução, assim como as de seus superiores; este ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que
VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, houver sofrido, tendo ainda direito a:
anotadas na forma do § 1o do art. 67 desta Lei; I - devolução de garantia;
IX - a decretação de falência ou a instauração de insol- II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a
vência civil; data da rescisão;
X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do con- III - pagamento do custo da desmobilização.
tratado; § 3º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da § 4º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
estrutura da empresa, que prejudique a execução do contrato; § 5o Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do
XII - razões de interesse público, de alta relevância e am- contrato, o cronograma de execução será prorrogado automa-
plo conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima ticamente por igual tempo.
autoridade da esfera administrativa a que está subordinado Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior
o contratante e exaradas no processo administrativo a que se acarreta as seguintes consequências, sem prejuízo das san-
refere o contrato; ções previstas nesta Lei:
40
LEGISLAÇÃO
I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e § 2o A pena imposta será acrescida da terça parte, quando
local em que se encontrar, por ato próprio da Administração; os autores dos crimes previstos nesta Lei forem ocupantes de
II - ocupação e utilização do local, instalações, equipa- cargo em comissão ou de função de confiança em órgão da
mentos, material e pessoal empregados na execução do con- Administração direta, autarquia, empresa pública, sociedade
trato, necessários à sua continuidade, na forma do inciso V do de economia mista, fundação pública, ou outra entidade con-
art. 58 desta Lei; trolada direta ou indiretamente pelo Poder Público.
III - execução da garantia contratual, para ressarcimento Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei pertinem
da Administração, e dos valores das multas e indenizações a às licitações e aos contratos celebrados pela União, Estados,
ela devidos; Distrito Federal, Municípios, e respectivas autarquias, empre-
IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o sas públicas, sociedades de economia mista, fundações públi-
limite dos prejuízos causados à Administração. cas, e quaisquer outras entidades sob seu controle direto ou
§ 1o A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II indireto.
deste artigo fica a critério da Administração, que poderá dar
continuidade à obra ou ao serviço por execução direta ou in- Seção II
direta. Das Sanções Administrativas
§ 2o É permitido à Administração, no caso de concordata
do contratado, manter o contrato, podendo assumir o contro- Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato su-
le de determinadas atividades de serviços essenciais. jeitará o contratado à multa de mora, na forma prevista no
§ 3o Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá instrumento convocatório ou no contrato.
ser precedido de autorização expressa do Ministro de Estado § 1o A multa a que alude este artigo não impede que a
competente, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme Administração rescinda unilateralmente o contrato e aplique
o caso. as outras sanções previstas nesta Lei.
§ 4o A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior § 2o A multa, aplicada após regular processo administrati-
permite à Administração, a seu critério, aplicar a medida pre- vo, será descontada da garantia do respectivo contratado.
vista no inciso I deste artigo. § 3o Se a multa for de valor superior ao valor da garantia
prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela
Capítulo IV sua diferença, a qual será descontada dos pagamentos even-
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA TUTELA tualmente devidos pela Administração ou ainda, quando for o
JUDICIAL caso, cobrada judicialmente.
Seção I Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Ad-
Disposições Gerais ministração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao con-
tratado as seguintes sanções:
Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em assinar I - advertência;
o contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, den- II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório
tro do prazo estabelecido pela Administração, caracteriza o ou no contrato;
descumprimento total da obrigação assumida, sujeitando-o III - suspensão temporária de participação em licitação e
às penalidades legalmente estabelecidas. impedimento de contratar com a Administração, por prazo
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos não superior a 2 (dois) anos;
licitantes convocados nos termos do art. 64, § 2o desta Lei, que IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar
não aceitarem a contratação, nas mesmas condições propos- com a Administração Pública enquanto perdurarem os mo-
tas pelo primeiro adjudicatário, inclusive quanto ao prazo e tivos determinantes da punição ou até que seja promovida a
preço. reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penali-
Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos dade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a
em desacordo com os preceitos desta Lei ou visando a frus- Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o
trar os objetivos da licitação sujeitam-se às sanções previstas prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior.
nesta Lei e nos regulamentos próprios, sem prejuízo das res- § 1o Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia
ponsabilidades civil e criminal que seu ato ensejar. prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela
Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simples- sua diferença, que será descontada dos pagamentos eventual-
mente tentados, sujeitam os seus autores, quando servidores mente devidos pela Administração ou cobrada judicialmente.
públicos, além das sanções penais, à perda do cargo, empre- § 2o As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo
go, função ou mandato eletivo. poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, faculta-
Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins desta da a defesa prévia do interessado, no respectivo processo, no
Lei, aquele que exerce, mesmo que transitoriamente ou sem prazo de 5 (cinco) dias úteis.
remuneração, cargo, função ou emprego público. § 3o A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de
§ 1o Equipara-se a servidor público, para os fins desta Lei, competência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário
quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraes- Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do
tatal, assim consideradas, além das fundações, empresas pú- interessado no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias
blicas e sociedades de economia mista, as demais entidades da abertura de vista, podendo a reabilitação ser requerida
sob controle, direto ou indireto, do Poder Público. após 2 (dois) anos de sua aplicação. (Vide art 109 inciso III)
41
LEGISLAÇÃO
Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação
anterior poderão também ser aplicadas às empresas ou aos instaurada para aquisição ou venda de bens ou mercadorias,
profissionais que, em razão dos contratos regidos por esta Lei: ou contrato dela decorrente:
I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, I - elevando arbitrariamente os preços;
por meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quais- II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria
quer tributos; falsificada ou deteriorada;
II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os ob- III - entregando uma mercadoria por outra;
jetivos da licitação; IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da
III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar mercadoria fornecida;
com a Administração em virtude de atos ilícitos praticados. V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais
onerosa a proposta ou a execução do contrato:
Seção III Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Dos Crimes e das Penas Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com em-
presa ou profissional declarado inidôneo:
Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades perti- Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, de-
nentes à dispensa ou à inexigibilidade: clarado inidôneo, venha a licitar ou a contratar com a Admi-
Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa. nistração.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, ten- Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a ins-
do comprovadamente concorrido para a consumação da ile- crição de qualquer interessado nos registros cadastrais ou
galidade, beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ilegal, promover indevidamente a alteração, suspensão ou cancela-
para celebrar contrato com o Poder Público. mento de registro do inscrito:
Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedi- Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 des-
mento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, ta Lei consiste no pagamento de quantia fixada na sentença
vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação: e calculada em índices percentuais, cuja base corresponderá
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
ao valor da vantagem efetivamente obtida ou potencialmente
Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse pri-
auferível pelo agente.
vado perante a Administração, dando causa à instauração de
§ 1o Os índices a que se refere este artigo não poderão ser
licitação ou à celebração de contrato, cuja invalidação vier a
inferiores a 2% (dois por cento), nem superiores a 5% (cinco
ser decretada pelo Poder Judiciário:
por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
dispensa ou inexigibilidade de licitação.
Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer mo-
§ 2o O produto da arrecadação da multa reverterá, confor-
dificação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, em
favor do adjudicatário, durante a execução dos contratos ce- me o caso, à Fazenda Federal, Distrital, Estadual ou Municipal.
lebrados com o Poder Público, sem autorização em lei, no ato
convocatório da licitação ou nos respectivos instrumentos Seção IV
contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem Do Processo e do Procedimento Judicial
cronológica de sua exigibilidade, observado o disposto no art.
121 desta Lei: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal
Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa. (Redação pública incondicionada, cabendo ao Ministério Público pro-
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) movê-la.
Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado que, Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os efei-
tendo comprovadamente concorrido para a consumação da tos desta Lei, a iniciativa do Ministério Público, fornecendo-
ilegalidade, obtém vantagem indevida ou se beneficia, injus- lhe, por escrito, informações sobre o fato e sua autoria, bem
tamente, das modificações ou prorrogações contratuais. como as circunstâncias em que se deu a ocorrência.
Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de Parágrafo único. Quando a comunicação for verbal, man-
qualquer ato de procedimento licitatório: dará a autoridade reduzi-la a termo, assinado pelo apresen-
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. tante e por duas testemunhas.
Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em Art. 102. Quando em autos ou documentos de que co-
procedimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo nhecerem, os magistrados, os membros dos Tribunais ou
de devassá-lo: Conselhos de Contas ou os titulares dos órgãos integrantes
Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa. do sistema de controle interno de qualquer dos Poderes veri-
Art. 95. Afastar ou procura afastar licitante, por meio de ficarem a existência dos crimes definidos nesta Lei, remeterão
violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vanta- ao Ministério Público as cópias e os documentos necessários
gem de qualquer tipo: ao oferecimento da denúncia.
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, Art. 103. Será admitida ação penal privada subsidiária da
além da pena correspondente à violência. pública, se esta não for ajuizada no prazo legal, aplicando-se,
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém no que couber, o disposto nos arts. 29 e 30 do Código de
ou desiste de licitar, em razão da vantagem oferecida. Processo Penal.
42
LEGISLAÇÃO
Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o § 4o O recurso será dirigido à autoridade superior, por
prazo de 10 (dez) dias para apresentação de defesa escrita, intermédio da que praticou o ato recorrido, a qual poderá re-
contado da data do seu interrogatório, podendo juntar do- considerar sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, ou,
cumentos, arrolar as testemunhas que tiver, em número não nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamente informado,
superior a 5 (cinco), e indicar as demais provas que pretenda devendo, neste caso, a decisão ser proferida dentro do prazo
produzir. de 5 (cinco) dias úteis, contado do recebimento do recurso,
Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da de- sob pena de responsabilidade.
fesa e praticadas as diligências instrutórias deferidas ou or- § 5o Nenhum prazo de recurso, representação ou pedido
denadas pelo juiz, abrir-se-á, sucessivamente, o prazo de 5 de reconsideração se inicia ou corre sem que os autos do pro-
(cinco) dias a cada parte para alegações finais. cesso estejam com vista franqueada ao interessado.
Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos den- § 6o Em se tratando de licitações efetuadas na modali-
tro de 24 (vinte e quatro) horas, terá o juiz 10 (dez) dias para dade de “carta convite” os prazos estabelecidos nos incisos
proferir a sentença. I e II e no parágrafo 3o deste artigo serão de dois dias úteis.
Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no pra- (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
zo de 5 (cinco) dias.
Art. 108. No processamento e julgamento das infrações Capítulo VI
penais definidas nesta Lei, assim como nos recursos e nas DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
execuções que lhes digam respeito, aplicar-se-ão, subsidia-
riamente, o Código de Processo Penal e a Lei de Execução Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta
Penal. Lei, excluir-se-á o dia do início e incluir-se-á o do vencimento,
e considerar-se-ão os dias consecutivos, exceto quando for
Capítulo V explicitamente disposto em contrário.
DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos refe-
ridos neste artigo em dia de expediente no órgão ou na en-
Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da apli- tidade.
cação desta Lei cabem: Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar, pre-
I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da miar ou receber projeto ou serviço técnico especializado des-
intimação do ato ou da lavratura da ata, nos casos de: de que o autor ceda os direitos patrimoniais a ele relativos e
a) habilitação ou inabilitação do licitante; a Administração possa utilizá-lo de acordo com o previsto no
b) julgamento das propostas; regulamento de concurso ou no ajuste para sua elaboração.
c) anulação ou revogação da licitação; Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obra ima-
d) indeferimento do pedido de inscrição em registro ca- terial de caráter tecnológico, insuscetível de privilégio, a ces-
dastral, sua alteração ou cancelamento; são dos direitos incluirá o fornecimento de todos os dados,
e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. documentos e elementos de informação pertinentes à tec-
79 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) nologia de concepção, desenvolvimento, fixação em suporte
f) aplicação das penas de advertência, suspensão tempo- físico de qualquer natureza e aplicação da obra.
rária ou de multa; Art. 112. Quando o objeto do contrato interessar a mais
II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da in- de uma entidade pública, caberá ao órgão contratante, pe-
timação da decisão relacionada com o objeto da licitação ou rante a entidade interessada, responder pela sua boa execu-
do contrato, de que não caiba recurso hierárquico; ção, fiscalização e pagamento.
III - pedido de reconsideração, de decisão de Ministro § 1o Os consórcios públicos poderão realizar licitação da
de Estado, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o qual, nos termos do edital, decorram contratos administrati-
caso, na hipótese do § 4o do art. 87 desta Lei, no prazo de 10 vos celebrados por órgãos ou entidades dos entes da Federa-
(dez) dias úteis da intimação do ato. ção consorciados. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
§ 1o A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas “a”, § 2o É facultado à entidade interessada o acompanha-
“b”, “c” e “e”, deste artigo, excluídos os relativos a advertência mento da licitação e da execução do contrato. (Incluído pela
e multa de mora, e no inciso III, será feita mediante publi- Lei nº 11.107, de 2005)
cação na imprensa oficial, salvo para os casos previstos nas Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos con-
alíneas “a” e “b”, se presentes os prepostos dos licitantes no tratos e demais instrumentos regidos por esta Lei será feito
ato em que foi adotada a decisão, quando poderá ser feita pelo Tribunal de Contas competente, na forma da legislação
por comunicação direta aos interessados e lavrada em ata. pertinente, ficando os órgãos interessados da Administração
§ 2o O recurso previsto nas alíneas “a” e “b” do inciso responsáveis pela demonstração da legalidade e regularidade
I deste artigo terá efeito suspensivo, podendo a autoridade da despesa e execução, nos termos da Constituição e sem
competente, motivadamente e presentes razões de interesse prejuízo do sistema de controle interno nela previsto.
público, atribuir ao recurso interposto eficácia suspensiva aos § 1o Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou
demais recursos. jurídica poderá representar ao Tribunal de Contas ou aos ór-
§ 3o Interposto, o recurso será comunicado aos demais gãos integrantes do sistema de controle interno contra irre-
licitantes, que poderão impugná-lo no prazo de 5 (cinco) dias gularidades na aplicação desta Lei, para os fins do disposto
úteis. neste artigo.
43
LEGISLAÇÃO
§ 2o Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do damentais de Administração Pública nas contratações e demais
sistema de controle interno poderão solicitar para exame, até atos praticados na execução do convênio, ou o inadimplemento
o dia útil imediatamente anterior à data de recebimento das do executor com relação a outras cláusulas conveniais básicas;
propostas, cópia de edital de licitação já publicado, obrigan- III - quando o executor deixar de adotar as medidas sa-
do-se os órgãos ou entidades da Administração interessada neadoras apontadas pelo partícipe repassador dos recursos
à adoção de medidas corretivas pertinentes que, em função ou por integrantes do respectivo sistema de controle interno.
desse exame, lhes forem determinadas. (Redação dada pela § 4o Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, se-
Lei nº 8.883, de 1994) rão obrigatoriamente aplicados em cadernetas de poupança
Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não impede a pré- de instituição financeira oficial se a previsão de seu uso for
qualificação de licitantes nas concorrências, a ser procedida igual ou superior a um mês, ou em fundo de aplicação finan-
sempre que o objeto da licitação recomende análise mais de- ceira de curto prazo ou operação de mercado aberto lastreada
tida da qualificação técnica dos interessados. em títulos da dívida pública, quando a utilização dos mesmos
§ 1o A adoção do procedimento de pré-qualificação será verificar-se em prazos menores que um mês.
feita mediante proposta da autoridade competente, aprovada § 5o As receitas financeiras auferidas na forma do pará-
pela imediatamente superior. grafo anterior serão obrigatoriamente computadas a crédito
§ 2o Na pré-qualificação serão observadas as exigências do convênio e aplicadas, exclusivamente, no objeto de sua
desta Lei relativas à concorrência, à convocação dos interessa- finalidade, devendo constar de demonstrativo específico que
dos, ao procedimento e à analise da documentação. integrará as prestações de contas do ajuste.
Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir § 6o Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção
normas relativas aos procedimentos operacionais a serem do convênio, acordo ou ajuste, os saldos financeiros remanes-
observados na execução das licitações, no âmbito de sua centes, inclusive os provenientes das receitas obtidas das apli-
competência, observadas as disposições desta Lei. cações financeiras realizadas, serão devolvidos à entidade ou
Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo, órgão repassador dos recursos, no prazo improrrogável de 30
após aprovação da autoridade competente, deverão ser pu- (trinta) dias do evento, sob pena da imediata instauração de to-
blicadas na imprensa oficial. mada de contas especial do responsável, providenciada pela au-
Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que cou- toridade competente do órgão ou entidade titular dos recursos.
ber, aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos con- Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações reali-
gêneres celebrados por órgãos e entidades da Administração. zados pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do
§ 1o A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos Tribunal de Contas regem-se pelas normas desta Lei, no que
órgãos ou entidades da Administração Pública depende de couber, nas três esferas administrativas.
prévia aprovação de competente plano de trabalho proposto Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e
pela organização interessada, o qual deverá conter, no míni- as entidades da administração indireta deverão adaptar suas
mo, as seguintes informações: normas sobre licitações e contratos ao disposto nesta Lei.
I - identificação do objeto a ser executado; Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas e
II - metas a serem atingidas; fundações públicas e demais entidades controladas direta ou
III - etapas ou fases de execução; indiretamente pela União e pelas entidades referidas no artigo
IV - plano de aplicação dos recursos financeiros; anterior editarão regulamentos próprios devidamente publi-
V - cronograma de desembolso; cados, ficando sujeitas às disposições desta Lei.
VI - previsão de início e fim da execução do objeto, bem Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este
assim da conclusão das etapas ou fases programadas; artigo, no âmbito da Administração Pública, após aprovados
VII - se o ajuste compreender obra ou serviço de enge- pela autoridade de nível superior a que estiverem vinculados
nharia, comprovação de que os recursos próprios para com- os respectivos órgãos, sociedades e entidades, deverão ser pu-
plementar a execução do objeto estão devidamente assegu- blicados na imprensa oficial.
rados, salvo se o custo total do empreendimento recair sobre Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser
a entidade ou órgão descentralizador. anualmente revistos pelo Poder Executivo Federal, que os fará
§ 2o Assinado o convênio, a entidade ou órgão repassa- publicar no Diário Oficial da União, observando como limite
dor dará ciência do mesmo à Assembléia Legislativa ou à Câ- superior a variação geral dos preços do mercado, no perío-
mara Municipal respectiva. do. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 3o As parcelas do convênio serão liberadas em estrita Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licitações
conformidade com o plano de aplicação aprovado, exceto instauradas e aos contratos assinados anteriormente à sua vi-
nos casos a seguir, em que as mesmas ficarão retidas até o gência, ressalvado o disposto no art. 57, nos parágrafos 1o, 2o e
saneamento das impropriedades ocorrentes: 8o do art. 65, no inciso XV do art. 78, bem assim o disposto no
I - quando não tiver havido comprovação da boa e regu- «caput» do art. 5o, com relação ao pagamento das obrigações
lar aplicação da parcela anteriormente recebida, na forma da na ordem cronológica, podendo esta ser observada, no prazo
legislação aplicável, inclusive mediante procedimentos de fisca- de noventa dias contados da vigência desta Lei, separadamen-
lização local, realizados periodicamente pela entidade ou órgão te para as obrigações relativas aos contratos regidos por legis-
descentralizador dos recursos ou pelo órgão competente do lação anterior à Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993. (Redação
sistema de controle interno da Administração Pública; dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
II - quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do pa-
recursos, atrasos não justificados no cumprimento das etapas trimônio da União continuam a reger-se pelas disposições
ou fases programadas, práticas atentatórias aos princípios fun- do Decreto-lei no 9.760, de 5 de setembro de 1946, com suas
44
LEGISLAÇÃO
alterações, e os relativos a operações de crédito interno ou § 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:
externo celebrados pela União ou a concessão de garantia do I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura
Tesouro Nacional continuam regidos pela legislação pertinen- da Administração direta e da estrutura da Administração in-
te, aplicando-se esta Lei, no que couber. direta;
Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, observar-se-á II - entidade - a unidade de atuação dotada de persona-
procedimento licitatório específico, a ser estabelecido no Có- lidade jurídica;
digo Brasileiro de Aeronáutica. III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de
Art. 123. Em suas licitações e contratações administrati- poder de decisão.
vas, as repartições sediadas no exterior observarão as pecu- Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros,
liaridades locais e os princípios básicos desta Lei, na forma de aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabili-
regulamentação específica. dade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contradi-
Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para tório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
permissão ou concessão de serviços públicos os dispositivos Parágrafo único. Nos processos administrativos serão ob-
desta Lei que não conflitem com a legislação específica sobre servados, entre outros, os critérios de:
o assunto. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) I - atuação conforme a lei e o Direito;
Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a IV II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renún-
do § 2o do art. 7o serão dispensadas nas licitações para con- cia total ou parcial de poderes ou competências, salvo auto-
cessão de serviços com execução prévia de obras em que não rização em lei;
foram previstos desembolso por parte da Administração Pú- III - objetividade no atendimento do interesse público,
blica concedente. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua publica- IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, de-
ção. (Renumerado por força do disposto no art. 3º da Lei nº coro e boa-fé;
8.883, de 1994) V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalva-
Art. 126. Revogam-se as disposições em contrário, espe- das as hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
cialmente os Decretos-leis nos 2.300, de 21 de novembro de VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de
1986, 2.348, de 24 de julho de 1987, 2.360, de 16 de setembro obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas
de 1987, a Lei no 8.220, de 4 de setembro de 1991, e o art. 83 estritamente necessárias ao atendimento do interesse públi-
da Lei no 5.194, de 24 de dezembro de 1966.(Renumerado por co;
força do disposto no art. 3º da Lei nº 8.883, de 1994) VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que
Brasília, 21 de junho de 1993, 172o da Independência e determinarem a decisão;
105 da República.
o
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia
ITAMAR FRANCO dos direitos dos administrados;
Rubens Ricupero IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar
Romildo Canhim adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 22.6.1993 dos administrados;
e republicado em 6.7.1994 e retificado em de 6.7.1994 X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação
de alegações finais, à produção de provas e à interposição de
recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas
LEI FEDERAL Nº 9.784/1999. situações de litígio;
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, res-
salvadas as previstas em lei;
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem
LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999. prejuízo da atuação dos interessados;
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que
Regula o processo administrativo no âmbito da Adminis- melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige,
tração Pública Federal. vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
45
LEGISLAÇÃO
III - formular alegações e apresentar documentos antes Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo,
da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em
competente; ato normativo próprio.
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, sal-
vo quando obrigatória a representação, por força de lei. CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA
CAPÍTULO III
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos
órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo
Art. 4o São deveres do administrado perante a Adminis- os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
tração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo: Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se
I - expor os fatos conforme a verdade; não houver impedimento legal, delegar parte da sua compe-
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; tência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe se-
III - não agir de modo temerário; jam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente,
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômi-
colaborar para o esclarecimento dos fatos. ca, jurídica ou territorial.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-
CAPÍTULO IV se à delegação de competência dos órgãos colegiados aos
DO INÍCIO DO PROCESSO respectivos presidentes.
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de ofício I - a edição de atos de caráter normativo;
ou a pedido de interessado. II - a decisão de recursos administrativos;
Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou
em que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por autoridade.
escrito e conter os seguintes dados: Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser
I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige; publicados no meio oficial.
II - identificação do interessado ou de quem o represente;
§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e pode-
III - domicílio do requerente ou local para recebimento
res transferidos, os limites da atuação do delegado, a dura-
de comunicações;
ção e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de
conter ressalva de exercício da atribuição delegada.
seus fundamentos;
§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo
V - data e assinatura do requerente ou de seu represen-
pela autoridade delegante.
tante.
§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencio-
Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imo-
tivada de recebimento de documentos, devendo o servidor nar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão edita-
orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais das pelo delegado.
falhas. Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por mo-
Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão tivos relevantes devidamente justificados, a avocação tem-
elaborar modelos ou formulários padronizados para assuntos porária de competência atribuída a órgão hierarquicamente
que importem pretensões equivalentes. inferior.
Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de interes- Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão
sados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão publicamente os locais das respectivas sedes e, quando con-
ser formulados em um único requerimento, salvo preceito veniente, a unidade fundacional competente em matéria de
legal em contrário. interesse especial.
Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o pro-
CAPÍTULO V cesso administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade
DOS INTERESSADOS de menor grau hierárquico para decidir.
46
LEGISLAÇÃO
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedi- § 2o A intimação observará a antecedência mínima de três
mento deve comunicar o fato à autoridade competente, abs- dias úteis quanto à data de comparecimento.
tendo-se de atuar. § 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no proces-
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o im- so, por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou
pedimento constitui falta grave, para efeitos disciplinares. outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado.
Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou § 4o No caso de interessados indeterminados, desconhe-
servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com cidos ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser efe-
algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, tuada por meio de publicação oficial.
companheiros, parentes e afins até o terceiro grau. § 5o As intimações serão nulas quando feitas sem obser-
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição pode- vância das prescrições legais, mas o comparecimento do ad-
rá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo. ministrado supre sua falta ou irregularidade.
Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o
CAPÍTULO VIII reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a di-
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO reito pelo administrado.
Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será
Art. 22. Os atos do processo administrativo não depen- garantido direito de ampla defesa ao interessado.
dem de forma determinada senão quando a lei expressamen- Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do proces-
te a exigir. so que resultem para o interessado em imposição de deveres,
§ 1o Os atos do processo devem ser produzidos por es- ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e ativida-
crito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a des e os atos de outra natureza, de seu interesse.
assinatura da autoridade responsável.
§ 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma so- CAPÍTULO X
mente será exigido quando houver dúvida de autenticidade. DA INSTRUÇÃO
§ 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia
poderá ser feita pelo órgão administrativo. Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar
§ 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas se- e comprovar os dados necessários à tomada de decisão reali-
quencialmente e rubricadas. zam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável
Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de
úteis, no horário normal de funcionamento da repartição na propor atuações probatórias.
qual tramitar o processo. § 1o O órgão competente para a instrução fará constar
Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário nor- dos autos os dados necessários à decisão do processo.
mal os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso § 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos in-
regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou à teressados devem realizar-se do modo menos oneroso para
Administração. estes.
Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do ór- Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as
gão ou autoridade responsável pelo processo e dos adminis- provas obtidas por meios ilícitos.
trados que dele participem devem ser praticados no prazo de Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assun-
cinco dias, salvo motivo de força maior. to de interesse geral, o órgão competente poderá, mediante
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser despacho motivado, abrir período de consulta pública para
dilatado até o dobro, mediante comprovada justificação. manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido, se não
Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferen- houver prejuízo para a parte interessada.
cialmente na sede do órgão, cientificando-se o interessado se § 1o A abertura da consulta pública será objeto de divul-
outro for o local de realização. gação pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou
jurídicas possam examinar os autos, fixando-se prazo para
CAPÍTULO IX oferecimento de alegações escritas.
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS § 2o O comparecimento à consulta pública não confere,
por si, a condição de interessado do processo, mas confere
Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o o direito de obter da Administração resposta fundamentada,
processo administrativo determinará a intimação do interes- que poderá ser comum a todas as alegações substancialmen-
sado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências. te iguais.
§ 1o A intimação deverá conter: Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autori-
I - identificação do intimado e nome do órgão ou entida- dade, diante da relevância da questão, poderá ser realizada
de administrativa; audiência pública para debates sobre a matéria do processo.
II - finalidade da intimação; Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em maté-
III - data, hora e local em que deve comparecer; ria relevante, poderão estabelecer outros meios de participa-
IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fa- ção de administrados, diretamente ou por meio de organiza-
zer-se representar; ções e associações legalmente reconhecidas.
V - informação da continuidade do processo indepen- Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e
dentemente do seu comparecimento; de outros meios de participação de administrados deverão
VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes. ser apresentados com a indicação do procedimento adotado.
47
LEGISLAÇÃO
Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a au- Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito
diência de outros órgãos ou entidades administrativas poderá de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro
ser realizada em reunião conjunta, com a participação de titu- prazo for legalmente fixado.
lares ou representantes dos órgãos competentes, lavrando-se Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Públi-
a respectiva ata, a ser juntada aos autos. ca poderá motivadamente adotar providências acauteladoras
Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha sem a prévia manifestação do interessado.
alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão compe- Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e
tente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. a obter certidões ou cópias reprográficas dos dados e docu-
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e da- mentos que o integram, ressalvados os dados e documentos
dos estão registrados em documentos existentes na própria de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacida-
Administração responsável pelo processo ou em outro órgão de, à honra e à imagem.
administrativo, o órgão competente para a instrução prove- Art. 47. O órgão de instrução que não for competente
rá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas para emitir a decisão final elaborará relatório indicando o pe-
cópias. dido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e formu-
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes lará proposta de decisão, objetivamente justificada, encami-
da tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, reque- nhando o processo à autoridade competente.
rer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referen-
tes à matéria objeto do processo. CAPÍTULO XI
§ 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados DO DEVER DE DECIDIR
na motivação do relatório e da decisão.
§ 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente
fundamentada, as provas propostas pelos interessados quan- emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicita-
do sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelató- ções ou reclamações, em matéria de sua competência.
rias. Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo,
Art. 39. Quando for necessária a prestação de informa- a Administração tem o prazo de até trinta dias para decidir,
ções ou a apresentação de provas pelos interessados ou ter- salvo prorrogação por igual período expressamente motiva-
ceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencionan- da.
do-se data, prazo, forma e condições de atendimento.
Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá CAPÍTULO XII
o órgão competente, se entender relevante a matéria, suprir DA MOTIVAÇÃO
de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão.
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motiva-
Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicita-
dos, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos,
dos ao interessado forem necessários à apreciação de pedido
quando:
formulado, o não atendimento no prazo fixado pela Adminis-
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
tração para a respectiva apresentação implicará arquivamen-
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
to do processo.
III - decidam processos administrativos de concurso ou
Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou dili-
seleção pública;
gência ordenada, com antecedência mínima de três dias úteis,
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo
mencionando-se data, hora e local de realização.
licitatório;
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um
V - decidam recursos administrativos;
órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo má- VI - decorram de reexame de ofício;
ximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a
necessidade de maior prazo. questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e re-
§ 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser latórios oficiais;
emitido no prazo fixado, o processo não terá seguimento até VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou con-
a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der validação de ato administrativo.
causa ao atraso. § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente,
§ 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de podendo consistir em declaração de concordância com fun-
ser emitido no prazo fixado, o processo poderá ter prosse- damentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou
guimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.
responsabilidade de quem se omitiu no atendimento. § 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza,
Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os funda-
ser previamente obtidos laudos técnicos de órgãos adminis- mentos das decisões, desde que não prejudique direito ou
trativos e estes não cumprirem o encargo no prazo assinala- garantia dos interessados.
do, o órgão responsável pela instrução deverá solicitar laudo § 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e
técnico de outro órgão dotado de qualificação e capacidade comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou
técnica equivalentes. de termo escrito.
48
LEGISLAÇÃO
CAPÍTULO XIII Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso adminis-
DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO trativo:
DO PROCESSO I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no
processo;
Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação es- II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indireta-
crita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, mente afetados pela decisão recorrida;
ainda, renunciar a direitos disponíveis. III - as organizações e associações representativas, no to-
§ 1o Havendo vários interessados, a desistência ou renún- cante a direitos e interesses coletivos;
cia atinge somente quem a tenha formulado. IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou in-
§ 2o A desistência ou renúncia do interessado, conforme o teresses difusos.
caso, não prejudica o prosseguimento do processo, se a Ad- Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o
ministração considerar que o interesse público assim o exige. prazo para interposição de recurso administrativo, contado a
Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida.
processo quando exaurida sua finalidade ou o objeto da de- § 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso ad-
cisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato su- ministrativo deverá ser decidido no prazo máximo de trinta
perveniente. dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão compe-
tente.
CAPÍTULO XIV § 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO ser prorrogado por igual período, ante justificativa explícita.
Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, no qual o recorrente deverá expor os fundamentos do pedido
quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por de reexame, podendo juntar os documentos que julgar con-
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os di- venientes.
reitos adquiridos. Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não
tem efeito suspensivo.
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difí-
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
cil ou incerta reparação decorrente da execução, a autoridade
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que
recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a
foram praticados, salvo comprovada má-fé.
pedido, dar efeito suspensivo ao recurso.
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para
de decadência contar-se-á da percepção do primeiro paga-
dele conhecer deverá intimar os demais interessados para
mento.
que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações.
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer
Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:
medida de autoridade administrativa que importe impugna- I - fora do prazo;
ção à validade do ato. II - perante órgão incompetente;
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem III - por quem não seja legitimado;
lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos IV - após exaurida a esfera administrativa.
que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalida- § 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente
dos pela própria Administração. a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para
recurso.
CAPÍTULO XV § 2o O não conhecimento do recurso não impede a Admi-
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO nistração de rever de ofício o ato ilegal, desde que não ocor-
rida preclusão administrativa.
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso po-
face de razões de legalidade e de mérito. derá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcial-
§ 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a mente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua compe-
decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, tência.
o encaminhará à autoridade superior. Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo
§ 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso admi- puder decorrer gravame à situação do recorrente, este deve-
nistrativo independe de caução. rá ser cientificado para que formule suas alegações antes da
§ 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa decisão.
contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à autorida- Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado
de prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, da súmula vinculante, o órgão competente para decidir o re-
explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade supe- curso explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilida-
rior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmu- de da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417,
la, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). de 2006). Vigência
Vigência Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a recla-
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por mação fundada em violação de enunciado da súmula vincu-
três instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa. lante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão com-
49
LEGISLAÇÃO
petente para o julgamento do recurso, que deverão adequar contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência
as futuras decisões administrativas em casos semelhantes, sob adquirida, ou outra doença grave, com base em conclusão da
pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, adminis- medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido con-
trativa e penal. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). Vigência traída após o início do processo. (Incluído pela Lei nº 12.008,
Art. 65. Os processos administrativos de que resultem de 2009).
sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido § 1o A pessoa interessada na obtenção do benefício, jun-
ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias tando prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade
relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção administrativa competente, que determinará as providências
aplicada. a serem cumpridas. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá re- § 2o Deferida a prioridade, os autos receberão identifica-
sultar agravamento da sanção. ção própria que evidencie o regime de tramitação prioritária.
(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
CAPÍTULO XVI § 3o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
DOS PRAZOS § 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da
cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do co-
meço e incluindo-se o do vencimento. CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988:
§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia TÍTULO I. TÍTULO II. TÍTULO III,
útil seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver CAPÍTULO I E CAPÍTULO VII (SEÇÕES I E II).
expediente ou este for encerrado antes da hora normal. TÍTULO VIII, CAPÍTULO III (SEÇÃO I).
§ 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo
contínuo.
§ 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de
data a data. Se no mês do vencimento não houver o dia equi- TÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais
valente àquele do início do prazo, tem-se como termo o últi-
mo dia do mês.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela
Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente com-
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Fe-
provado, os prazos processuais não se suspendem.
deral, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem
como fundamentos:
CAPÍTULO XVII
I - a soberania;
DAS SANÇÕES
II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana;
Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
competente, terão natureza pecuniária ou consistirão em V - o pluralismo político.
obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o di- Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o
reito de defesa. exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente,
nos termos desta Constituição.
CAPÍTULO XVIII Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmôni-
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS cos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República
Art. 69. Os processos administrativos específicos conti- Federativa do Brasil:
nuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
subsidiariamente os preceitos desta Lei. II - garantir o desenvolvimento nacional;
Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
órgão ou instância, os procedimentos administrativos em que desigualdades sociais e regionais;
figure como parte ou interessado: (Incluído pela Lei nº 12.008, IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de ori-
de 2009). gem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de dis-
I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) criminação.
anos; (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas
II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental; (In- relações internacionais pelos seguintes princípios:
cluído pela Lei nº 12.008, de 2009). I - independência nacional;
III – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). II - prevalência dos direitos humanos;
IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose III - autodeterminação dos povos;
múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e IV - não-intervenção;
incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espon- V - igualdade entre os Estados;
diloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, VI - defesa da paz;
estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), VII - solução pacífica dos conflitos;
50
LEGISLAÇÃO
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e res-
IX - cooperação entre os povos para o progresso da hu- guardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício
manidade; profissional;
X - concessão de asilo político. XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele en-
a integração econômica, política, social e cultural dos povos trar, permanecer ou dele sair com seus bens;
da América Latina, visando à formação de uma comunidade XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas,
latino-americana de nações. em locais abertos ao público, independentemente de autori-
zação, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
TÍTULO II convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio
Dos Direitos e Garantias Fundamentais aviso à autoridade competente;
CAPÍTULO I XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos,
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS vedada a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a in-
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estran- terferência estatal em seu funcionamento;
geiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente
à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão ju-
termos seguintes: dicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obriga- XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a
ções, nos termos desta Constituição; permanecer associado;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algu- XXI - as entidades associativas, quando expressamente
ma coisa senão em virtude de lei; autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento judicial ou extrajudicialmente;
desumano ou degradante; XXII - é garantido o direito de propriedade;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
o anonimato; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapro-
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao priação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse
agravo, além da indenização por dano material, moral ou à social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, res-
salvados os casos previstos nesta Constituição;
imagem;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença,
competente poderá usar de propriedade particular, assegura-
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e ga-
da ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
rantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em
liturgias;
lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de pe-
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de as-
nhora para pagamento de débitos decorrentes de sua ativi-
sistência religiosa nas entidades civis e militares de internação
dade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o
coletiva; seu desenvolvimento;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utili-
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se zação, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível
as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, a) a proteção às participações individuais em obras cole-
científica e de comunicação, independentemente de censura tivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas
ou licença; atividades desportivas;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo das obras que criarem ou de que participarem aos criadores,
dano material ou moral decorrente de sua violação; aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e as-
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela sociativas;
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais
caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção
ou, durante o dia, por determinação judicial; às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comu- de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o
nicações telegráficas, de dados e das comunicações telefôni- interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômi-
cas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e co do País;
na forma que a lei estabelecer para fins de investigação crimi- XXX - é garantido o direito de herança;
nal ou instrução processual penal; XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favo-
estabelecer; rável a lei pessoal do “de cujus”;
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LEGISLAÇÃO
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos dis-
consumidor; tintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos do apenado;
informações de seu interesse particular, ou de interesse cole- XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade
tivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena física e moral;
de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja im- L - às presidiárias serão asseguradas condições para que
prescindível à segurança da sociedade e do Estado; possam permanecer com seus filhos durante o período de
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do amamentação;
pagamento de taxas: LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturali-
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de zado, em caso de crime comum, praticado antes da naturali-
direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; zação, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse LII - não será concedida extradição de estrangeiro por cri-
pessoal; me político ou de opinião;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciá- LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão
rio lesão ou ameaça a direito; pela autoridade competente;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens
jurídico perfeito e a coisa julgada; sem o devido processo legal;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo,
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a orga- e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e
nização que lhe der a lei, assegurados: ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
a) a plenitude de defesa; LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por
b) o sigilo das votações; meios ilícitos;
c) a soberania dos veredictos; LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos julgado de sentença penal condenatória;
contra a vida; LVIII - o civilmente identificado não será submetido a
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Re-
pena sem prévia cominação legal; gulamento).
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação públi-
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos ca, se esta não for intentada no prazo legal;
direitos e liberdades fundamentais; LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos pro-
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e cessuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; o exigirem;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou
de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entor- por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária
pecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores propriamente militar, definidos em lei;
e os que, podendo evitá-los, se omitirem; (Regulamento) LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encon-
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação tre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à
de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem consti- família do preso ou à pessoa por ele indicada;
tucional e o Estado Democrático; LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assis-
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do tência da família e de advogado;
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
patrimônio transferido; LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela au-
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, toridade judiciária;
entre outras, as seguintes: LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido,
a) privação ou restrição da liberdade; quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
b) perda de bens; LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do res-
c) multa; ponsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de
d) prestação social alternativa; obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
e) suspensão ou interdição de direitos; LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém
XLVII - não haverá penas: sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos ter- sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
mos do art. 84, XIX; LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para pro-
b) de caráter perpétuo; teger direito líquido e certo, não amparado por habeas cor-
c) de trabalhos forçados; pus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou
d) de banimento; abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
e) cruéis; jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
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XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; II - é vedada a criação de mais de uma organização sin-
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, me- dical, em qualquer grau, representativa de categoria profis-
diante incentivos específicos, nos termos da lei; sional ou econômica, na mesma base territorial, que será de-
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sen- finida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não
do no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; podendo ser inferior à área de um Município;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses co-
de normas de saúde, higiene e segurança; letivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judi-
XXIII - adicional de remuneração para as atividades peno- ciais ou administrativas;
sas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tra-
XXIV - aposentadoria; tando de categoria profissional, será descontada em folha, para
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde custeio do sistema confederativo da representação sindical res-
o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré pectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;
-escolas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado
de 2006) a sindicato;
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coleti- VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas nego-
vos de trabalho; ciações coletivas de trabalho;
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do nas organizações sindicais;
empregador, sem excluir a indenização a que este está obri- VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a
gado, quando incorrer em dolo ou culpa; partir do registro da candidatura a cargo de direção ou repre-
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das rela- sentação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano
ções de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos ter-
os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos mos da lei.
após a extinção do contrato de trabalho; (Redação dada pela Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à
Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000) organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores,
a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucio- atendidas as condições que a lei estabelecer.
nal nº 28, de 25/05/2000) Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos
b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucio- trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e so-
nal nº 28, de 25/05/2000) bre os interesses que devam por meio dele defender.
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de § 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e
funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da
cor ou estado civil; comunidade.
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante § 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às pe-
a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de nas da lei.
deficiência; Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, téc- empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que
nico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insa- de discussão e deliberação.
lubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados,
de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de é assegurada a eleição de um representante destes com a fina-
quatorze anos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº lidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com
20, de 1998) os empregadores.
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com
vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. CAPÍTULO III
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos traba- DA NACIONALIDADE
lhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI,
VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, Art. 12. São brasileiros:
XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em I - natos:
lei e observada a simplificação do cumprimento das obriga- a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que
ções tributárias, principais e acessórias, decorrentes da rela- de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de
ção de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos seu país;
I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à pre- b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe bra-
vidência social. (Redação dada pela Emenda Constitucional sileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República
nº 72, de 2013) Federativa do Brasil;
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, obser- c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe
vado o seguinte: brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasilei-
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a ra competente ou venham a residir na República Federativa
fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão compe- do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a
tente, vedadas ao Poder Público a interferência e a interven- maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela
ção na organização sindical; Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
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VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela
associação sindical; Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos li- b) a de um cargo de professor com outro técnico ou
mites definidos em lei específica; (Redação dada pela Emenda científico; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
Constitucional nº 19, de 1998) 19, de 1998)
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos c) a de dois cargos ou empregos privativos de profis-
públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá sionais de saúde, com profissões regulamentadas; (Reda-
os critérios de sua admissão; ção dada pela Emenda Constitucional nº 34, de 2001)
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos
determinado para atender a necessidade temporária de ex- e funções e abrange autarquias, fundações, empresas pú-
cepcional interesse público; blicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo po-
de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados der público; (Redação dada pela Emenda Constitucional
ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privati- nº 19, de 1998)
va em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na XVIII - a administração fazendária e seus servidores fis-
mesma data e sem distinção de índices; (Redação dada pela cais terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdi-
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Regulamento) ção, precedência sobre os demais setores administrativos,
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de car- na forma da lei;
gos, funções e empregos públicos da administração direta, XIX – somente por lei específica poderá ser criada au-
autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Po- tarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de
deres da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
nicípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais complementar, neste último caso, definir as áreas de sua
agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluí- de 1998)
das as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, XX - depende de autorização legislativa, em cada caso,
não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no in-
Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como ciso anterior, assim como a participação de qualquer delas
limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados em empresa privada;
e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no XXI - ressalvados os casos especificados na legislação,
âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Esta- as obras, serviços, compras e alienações serão contratados
duais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio mediante processo de licitação pública que assegure igual-
dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a no- dade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas
venta inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsí- que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as
dio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual
Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite somente permitirá as exigências de qualificação técnica e
aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitu- obrigações. (Regulamento)
cional nº 41, 19.12.2003) XXII - as administrações tributárias da União, dos Esta-
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e dos, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essen-
do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos ciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores
pelo Poder Executivo; de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quais- realização de suas atividades e atuarão de forma integrada,
quer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração inclusive com o compartilhamento de cadastros e de infor-
de pessoal do serviço público; (Redação dada pela Emenda mações fiscais, na forma da lei ou convênio. (Incluído pela
Constitucional nº 19, de 1998) Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, servi-
público não serão computados nem acumulados para fins ços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
de concessão de acréscimos ulteriores; (Redação dada pela educativo, informativo ou de orientação social, dela não
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) podendo constar nomes, símbolos ou imagens que carac-
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de car- terizem promoção pessoal de autoridades ou servidores
gos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o dis- públicos.
posto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, § 2º A não observância do disposto nos incisos II e III
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade res-
Constitucional nº 19, de 1998) ponsável, nos termos da lei.
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos pú- § 3º A lei disciplinará as formas de participação do
blicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, usuário na administração pública direta e indireta, regulan-
observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: (Reda- do especialmente: (Redação dada pela Emenda Constitu-
ção dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) cional nº 19, de 1998)
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I - as reclamações relativas à prestação dos serviços § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste
públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar,
de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constitui-
e interna, da qualidade dos serviços; (Incluído pela Emenda ções e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal
Constitucional nº 19, de 1998) dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça,
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por
informações sobre atos de governo, observado o disposto no cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribu-
art. 5º, X e XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, nal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo
de 1998) aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos
III - a disciplina da representação contra o exercício ne- Vereadores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de
gligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na admi- 2005)
nistração pública. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, Art. 38. Ao servidor público da administração direta,
de 1998) autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo,
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão aplicam-se as seguintes disposições: (Redação dada pela
a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
cabível. II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela
praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem sua remuneração;
prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de res- III - investido no mandato de Vereador, havendo com-
sarcimento. patibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será apli-
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a tercei- cada a norma do inciso anterior;
ros, assegurado o direito de regresso contra o responsável IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o
nos casos de dolo ou culpa. exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção
ocupante de cargo ou emprego da administração direta e por merecimento;
indireta que possibilite o acesso a informações privilegia- V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de
das. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) afastamento, os valores serão determinados como se no
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos exercício estivesse.
órgãos e entidades da administração direta e indireta pode-
rá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus Seção II
administradores e o poder público, que tenha por objeto a DOS SERVIDORES PÚBLICOS
fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18,
cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda Constitu- de 1998)
cional nº 19, de 1998)
I - o prazo de duração do contrato; Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, nicípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime
direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; jurídico único e planos de carreira para os servidores da ad-
III - a remuneração do pessoal.” ministração pública direta, das autarquias e das fundações
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públi- públicas. (Vide ADIN nº 2.135-4)
cas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito nicípios instituirão conselho de política de administração e
Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de remuneração de pessoal, integrado por servidores desig-
pessoal ou de custeio em geral. (Incluído pela Emenda Cons- nados pelos respectivos Poderes. (Redação dada pela
titucional nº 19, de 1998) Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide ADIN nº
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de 2.135-4)
aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais
com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, componentes do sistema remuneratório observará: (Reda-
ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constitui- ção dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
ção, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados I - a natureza, o grau de responsabilidade e a comple-
em lei de livre nomeação e exoneração. (Incluído pela Emen- xidade dos cargos componentes de cada carreira; (Incluído
da Constitucional nº 20, de 1998) pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites re- II - os requisitos para a investidura; (Incluído pela Emen-
muneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, da Constitucional nº 19, de 1998)
as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei. (Incluído III - as peculiaridades dos cargos. (Incluído pela Emenda
pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) Constitucional nº 19, de 1998)
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acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este § 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o
limite, caso aposentado à data do óbito; ou (Incluído pela disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) tiver ingressado no serviço público até a data da publicação
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor do ato de instituição do correspondente regime de previdên-
no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite cia complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de 20, de 15/12/98)
previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta § 17. Todos os valores de remuneração considerados para
por cento da parcela excedente a este limite, caso em ativida- o cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente
de na data do óbito. (Incluído pela Emenda Constitucional nº atualizados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitu-
41, 19.12.2003) cional nº 41, 19.12.2003)
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposen-
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, confor- tadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este
me critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emen- artigo que superem o limite máximo estabelecido para os
da Constitucional nº 41, 19.12.2003) benefícios do regime geral de previdência social de que tra-
§ 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou mu- ta o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os
nicipal será contado para efeito de aposentadoria e o tem- servidores titulares de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda
po de serviço correspondente para efeito de disponibilida- Constitucional nº 41, 19.12.2003)
de. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 19. O servidor de que trata este artigo que tenha com-
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de pletado as exigências para aposentadoria voluntária estabe-
contagem de tempo de contribuição fictício. (Incluído pela lecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total sua contribuição previdenciária até completar as exigências
dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime
de outras atividades sujeitas a contribuição para o regime
próprio de previdência social para os servidores titulares de
geral de previdência social, e ao montante resultante da adi-
cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do res-
ção de proventos de inatividade com remuneração de cargo
pectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto
acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão no art. 142, § 3º, X. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de car- 41, 19.12.2003)
go eletivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de § 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidi-
15/12/98) rá apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria
§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previ- e de pensão que superem o dobro do limite máximo esta-
dência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo ob- belecido para os benefícios do regime geral de previdência
servará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando o
o regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda beneficiário, na forma da lei, for portador de doença incapa-
Constitucional nº 20, de 15/12/98) citante. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício
em comissão declarado em lei de livre nomeação e exone- os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo
ração bem como de outro cargo temporário ou de emprego em virtude de concurso público. (Redação dada pela Emenda
público, aplica-se o regime geral de previdência social. (In- Constitucional nº 19, de 1998)
cluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Re-
§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni- dação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
cípios, desde que instituam regime de previdência comple- I - em virtude de sentença judicial transitada em julga-
mentar para os seus respectivos servidores titulares de car- do; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
go efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e II - mediante processo administrativo em que lhe seja
pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este assegurada ampla defesa; (Incluído pela Emenda Constitu-
artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do cional nº 19, de 1998)
regime geral de previdência social de que trata o art. 201. (In- III - mediante procedimento de avaliação periódica de
cluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) desempenho, na forma de lei complementar, assegurada
§ 15. O regime de previdência complementar de que tra- ampla defesa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
ta o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo 1998)
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do ser-
Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus pa-
vidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da
rágrafos, no que couber, por intermédio de entidades fecha-
vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direi-
das de previdência complementar, de natureza pública, que
to a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em
oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios
disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de
somente na modalidade de contribuição definida. (Redação serviço. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 1998)
60
LEGISLAÇÃO
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o Art. 208. O dever do Estado com a educação será efeti-
servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração vado mediante a garantia de:
proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado apro- I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro)
veitamento em outro cargo. (Redação dada pela Emenda aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua
Constitucional nº 19, de 1998) oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, na idade própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional
é obrigatória a avaliação especial de desempenho por co- nº 59, de 2009) (Vide Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
missão instituída para essa finalidade. (Incluído pela Emen- II - progressiva universalização do ensino médio gratui-
da Constitucional nº 19, de 1998) to; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
III - atendimento educacional especializado aos portado-
CAPÍTULO III res de deficiência, preferencialmente na rede regular de en-
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO sino;
Seção I IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crian-
DA EDUCAÇÃO ças até 5 (cinco) anos de idade; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006)
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesqui-
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Esta-
sa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
do e da família, será promovida e incentivada com a cola-
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às con-
boração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento
dições do educando;
da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da
qualificação para o trabalho. educação básica, por meio de programas suplementares de
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos se- material didáticoescolar, transporte, alimentação e assistência
guintes princípios: à saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59,
I - igualdade de condições para o acesso e permanên- de 2009)
cia na escola; § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar público subjetivo.
o pensamento, a arte e o saber; § 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Po-
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, der Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade
e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; da autoridade competente.
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimen- § 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos
tos oficiais; no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto
V - valorização dos profissionais da educação escolar, aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola.
garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingres- Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as
so exclusivamente por concurso público de provas e títulos, seguintes condições:
aos das redes públicas; (Redação dada pela Emenda Cons- I - cumprimento das normas gerais da educação nacional;
titucional nº 53, de 2006) II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Pú-
VI - gestão democrática do ensino público, na forma blico.
da lei; Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o en-
VII - garantia de padrão de qualidade. sino fundamental, de maneira a assegurar formação básica
VIII - piso salarial profissional nacional para os profis- comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais
sionais da educação escolar pública, nos termos de lei fe- e regionais.
deral. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) § 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, consti-
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de tuirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de
trabalhadores considerados profissionais da educação bá- ensino fundamental.
§ 2º O ensino fundamental regular será ministrado em
sica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou ade-
língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas
quação de seus planos de carreira, no âmbito da União, dos
também a utilização de suas línguas maternas e processos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela
próprios de aprendizagem.
Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
Art. 207. As universidades gozam de autonomia didá- nicípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas
tico-científica, administrativa e de gestão financeira e pa- de ensino.
trimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade § 1º A União organizará o sistema federal de ensino e
entre ensino, pesquisa e extensão. o dos Territórios, financiará as instituições de ensino públicas
§ 1º É facultado às universidades admitir professores, federais e exercerá, em matéria educacional, função redistri-
técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei. (Incluído butiva e supletiva, de forma a garantir equalização de oportu-
pela Emenda Constitucional nº 11, de 1996) nidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do en-
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições sino mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao
de pesquisa científica e tecnológica. (Incluído pela Emenda Distrito Federal e aos Municípios; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 11, de 1996) Constitucional nº 14, de 1996)
61
LEGISLAÇÃO
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensi- res da rede pública na localidade da residência do educando,
no fundamental e na educação infantil. (Redação dada pela ficando o Poder Público obrigado a investir prioritariamente
Emenda Constitucional nº 14, de 1996) na expansão de sua rede na localidade.
§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritaria- § 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo
mente no ensino fundamental e médio. (Incluído pela Emen- e fomento à inovação realizadas por universidades e/ou por
da Constitucional nº 14, de 1996) instituições de educação profissional e tecnológica poderão
§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, receber apoio financeiro do Poder Público. (Redação dada
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios definirão formas pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
de colaboração, de modo a assegurar a universalização do Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educa-
ensino obrigatório. (Redação dada pela Emenda Constitucio- ção, de duração decenal, com o objetivo de articular o siste-
nal nº 59, de 2009) ma nacional de educação em regime de colaboração e definir
§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação
ao ensino regular. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino
de 2006) em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esfe-
dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte ras federativas que conduzam a: (Redação dada pela Emenda
e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impos- Constitucional nº 59, de 2009)
tos, compreendida a proveniente de transferências, na manu- I - erradicação do analfabetismo;
tenção e desenvolvimento do ensino. II - universalização do atendimento escolar;
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida III - melhoria da qualidade do ensino;
pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, IV - formação para o trabalho;
ou pelos Estados aos respectivos Municípios, não é conside- V - promoção humanística, científica e tecnológica do
rada, para efeito do cálculo previsto neste artigo, receita do País.
governo que a transferir. VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos
§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no «caput» públicos em educação como proporção do produto interno
deste artigo, serão considerados os sistemas de ensino fede- bruto. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
ral, estadual e municipal e os recursos aplicados na forma do
art. 213.
§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prio- PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EXPLÍCITOS.
ridade ao atendimento das necessidades do ensino obriga- PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS IMPLÍCITOS.
tório, no que se refere a universalização, garantia de padrão
de qualidade e equidade, nos termos do plano nacional de
educação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59,
A autora Di Pietro nos ensina que: a Administração Públi-
de 2009)
ca pode submeter-se a regime jurídico de direito privado ou a
§ 4º Os programas suplementares de alimentação e as-
regime jurídico de direito público. A opção por um regime ou
sistência à saúde previstos no art. 208, VII, serão financiados
outro é feita, em regra, pela Constituição ou pela lei. Exempli-
com recursos provenientes de contribuições sociais e outros ficando: o artigo 173, §1º, da Constituição, prevê lei que esta-
recursos orçamentários. beleça o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade
§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de economia mista e de suas subsidiárias que explorem ati-
de financiamento a contribuição social do salário-educação, vidade econômica de produção ou comercialização de bens
recolhida pelas empresas na forma da lei. (Redação dada pela ou de prestação de serviços, dispondo, entre outros aspectos,
Emenda Constitucional nº 53, de 2006) sobre “a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas pri-
§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da vadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comer-
contribuição social do salário-educação serão distribuídas ciais, trabalhistas e tributários”. Não deixou qualquer opção à
proporcionalmente ao número de alunos matriculados na Administração Pública e nem mesmo ao legislador; quando
educação básica nas respectivas redes públicas de ensino.(In- este instituir, por lei, urna entidade para desempenhar ativida-
cluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) de econômica, terá que submetê-la ao direito privado.
Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas Já o artigo 175 outorga ao Poder Público a incumbência
públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, con- de prestar serviços públicos, podendo fazê-lo diretamente ou
fessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que: sob regime de concessão ou permissão; e o parágrafo único
I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus deixa à lei ordinária a tarefa de fixar o regime das empresas
excedentes financeiros em educação; concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o ca-
II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra ráter especial de seu contrato, de sua prorrogação, bem corno
escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder as condições de execução, fiscalização e rescisão da conces-
Público, no caso de encerramento de suas atividades. são ou permissão. Vale dizer que a Constituição deixou à lei a
§ 1º - Os recursos de que trata este artigo poderão ser opção de adotar um regime ou outro.
destinados a bolsas de estudo para o ensino fundamental e Isto não quer dizer que a Administração Pública não par-
médio, na forma da lei, para os que demonstrarem insuficiên- ticipe da decisão; ela o faz à medida que, detendo o Poder
cia de recursos, quando houver falta de vagas e cursos regula- Executivo grande parcela das decisões políticas, dá início ao
62
LEGISLAÇÃO
processo legislativo que resultará na promulgação da lei con- Garrido Falla (1962:44-45) acentua esse aspecto. Em suas
tendo a decisão governamental. Normalmente, é na esfera palavras, “é curioso observar que fosse o próprio fenômeno
dos órgãos administrativos que são feitos os estudos técnicos histórico-político da Revolução Francesa o que tenha dado
e financeiros que precedem o encaminhamento de projeto de lugar simultaneamente a dois ordenamentos distintos entre
lei e respectiva justificativa ao Poder Legislativo. si: a ordem jurídica individualista e o regime administrativo. O
O que não pode é a Administração Pública, por ato pró- regime individualista foi se alojando no campo do direito civil,
prio, de natureza administrativa, optar por um regime jurídico enquanto o regime administrativo formou a base do direito
não autorizado em lei; isto em decorrência da sua vinculação público administrativo”.
ao princípio da legalidade. Assim, o Direito Administrativo nasceu e desenvolveu-se
Não há possibilidade de estabelecer-se, aprioristicamen- baseado em duas ideias opostas: de um lado, a proteção aos
te, todas as hipóteses em que a Administração pode atuar sob direitos individuais frente ao Estado, que serve de fundamento
regime de direito privado; em geral, a opção é feita pelo pró- ao princípio da legalidade, um dos esteios do Estado de Direito;
prio legislador, como ocorre com as pessoas jurídicas, contra- de outro lado, a de necessidade de satisfação dos interesses
tos e bens de domínio privado do Estado. Como regra, aplica- coletivos, que conduz à outorga de prerrogativas e privilégios
se o direito privado, no silêncio da norma de direito público. para a Administração Pública, quer para limitar o exercício dos
O que é importante salientar é que, quando a Adminis- direitos individuais em benefício do bem-estar coletivo (poder
tração emprega modelos privatísticos, nunca é integral a sua de polícia), quer para a prestação de serviços públicos.
submissão ao direito privado; às vezes, ela se nivela ao parti- Daí a bipolaridade do Direito Administrativo: liberda-
cular, no sentido de que não exerce sobre ele qualquer prer- de do indivíduo e autoridade da Administração; restrições e
rogativa de Poder Público; mas nunca se despe de determina- prerrogativas. Para assegurar-se a liberdade, sujeita-se a Ad-
dos privilégios, como o juízo privativo, a prescrição quinque- ministração Pública à observância da lei e do direito (incluindo
nal, o processo especial de execução, a impenhorabilidade de princípios e valores previstos explícita ou implicitamente na
seus bens; e sempre se submete a restrições concernentes à Constituição); é a aplicação, ao direito público, do princípio da
competência, finalidade, motivo, forma, procedimento, publi- legalidade. Para assegurar-se a autoridade da Administração
cidade. Outras vezes, mesmo utilizando o direito privado, a Pública, necessária à consecução de seus fins, são-lhe outor-
Administração conserva algumas de suas prerrogativas, que gados prerrogativas e privilégios que lhe permitem assegurar
derrogam parcialmente o direito comum, na medida neces- a supremacia do interesse público sobre o particular.
Isto significa que a Administração Pública possui prer-
sária para adequar o meio utilizado ao fim público a cuja con-
rogativas ou privilégios, desconhecidos na esfera do direito
secução se vincula por lei.
privado, tais como a autoexecutoriedade, a autotutela, o po-
Por outras palavras, a norma de direito público sempre
der de expropriar, o de requisitar bens e serviços, o de ocu-
impõe desvios ao direito comum, para permitir à Administra-
par temporariamente o imóvel alheio, o de instituir servidão,
ção Pública, quando dele se utiliza, alcançar os fins que o or-
o de aplicar sanções administrativas, o de alterar e rescindir
denamento jurídico lhe atribui e, ao mesmo tempo, preservar
unilateralmente os contratos, o de impor medidas de polícia.
os direitos dos administrados, criando limitações à atuação Goza, ainda, de determinados privilégios como a imunidade
do Poder Público. tributária, prazos dilatados em juízo, juízo privativo, processo
A expressão regime jurídico da Administração Pública é especial de execução, presunção de veracidade de seus atos.
utilizada para designar, em sentido amplo, os regimes de di- Segundo Cretella Júnior (Revista de Informação Legisla-
reito público e de direito privado a que pode submeter-se a tiva, v. 97:13), as prerrogativas públicas são “as regalias usu-
Administração Pública. Já a expressão regime jurídico admi- fruídas pela Administração, na relação jurídico-administrativa,
nistrativo é reservada tão somente para abranger o conjunto derrogando o direito comum diante do administrador, ou, em
de traços, de conotações, que tipificam o Direito Administra- outras palavras, são as faculdades especiais conferidas à Ad-
tivo, colocando a Administração Pública numa posição privile- ministração, quando se decide a agir contra o particular”.
giada, vertical, na relação jurídico-administrativa. Basicamen- Mas, ao lado das prerrogativas, existem determinadas
te, pode-se dizer que o regime administrativo resume-se a restrições a que está sujeita a Administração, sob pena de
duas palavras apenas: prerrogativas e sujeições. nulidade do ato administrativo e, em alguns casos, até mes-
É o que decorre do ensinamento de Rivera (1973:35), mo de responsabilização da autoridade que o editou. Dentre
quando afirma que as particularidades do Direito Administra- tais restrições, citem-se a observância da finalidade pública,
tivo parecem decorrer de duas ideias opostas: «as normas do bem como os princípios da moralidade administrativa e da
Direito Administrativo caracterizam-se, em face das do direito legalidade, a obrigatoriedade de dar publicidade aos atos ad-
privado, seja porque conferem à Administração prerrogativas ministrativos e, como decorrência dos mesmos, a sujeição à
sem equivalente nas relações privadas, seja porque impõem à realização de concursos para seleção de pessoal e de concor-
sua liberdade de ação sujeições mais estritas do que aquelas rência pública para a elaboração de acordos com particulares.
a que estão submetidos os particulares”. Ao mesmo tempo em que as prerrogativas colocam a
O Direito Administrativo nasceu sob a égide do Estado Administração em posição de supremacia perante o particu-
liberal, em cujo seio se desenvolveram os princípios do in- lar, sempre com o objetivo de atingir o benefício da coletivi-
dividualismo em todos os aspectos, inclusive o jurídico; pa- dade, as restrições a que está sujeita limitam a sua atividade
radoxalmente, o regime administrativo traz em si traços de a determinados fins e princípios que, se não observados, im-
autoridade, de supremacia sobre o indivíduo, com vistas à plicam desvio de poder e consequente nulidade dos atos da
consecução de fins de interesse geral. Administração.
63
LEGISLAÇÃO
O conjunto das prerrogativas e restrições a que está sujei- A ponderação de princípios, portanto, é a técnica de
ta a Administração e que não se encontram nas relações entre solução de conflitos nessa espécie normativa: o intérprete
particulares constitui o regime jurídico administrativo. deve precisar quais princípios estão em jogo naquela situação
Muitas dessas prerrogativas e restrições são expressas concreta e buscar um ponto intermediário (que às vezes não
sob a forma de princípios que informam o direito público e, será possível) em que se preserve a máxima incidência de to-
em especial, o Direito Administrativo. dos os princípios em jogo. Por exemplo, ao ponderar, de um
Já o professor Aragão nos ensina que: dentre as várias lado, a liberdade de expressão e de reunião de manifestantes
definições de princípio jurídico, podemos aludir à clássica que desejam fazer uma passeata, e, de outro, a liberdade de ir
formulação de CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELO, que o e vir dos demais cidadãos e a ordem urbana, a Administração
considera como “mandamento nuclear de um sistema, ver- Pública não deve nem proibir de forma absoluta a passeata,
dadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia nem permiti-la de maneira indiscriminada, devendo, ao revés,
sobre diferentes normas compondo-lhe o espírito e servin- por exemplo, admiti-la, mas apenas em metade das pistas da
do de critério para sua exata compreensão e inteligência, avenida onde se deseja fazer a manifestação.
exatamente por definir a lógica e a racionalidade do siste-
ma normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido São cinco os princípios constitucionais básicos da Ad-
harmônico”. As regras jurídicas possuem hipóteses de inci- ministração Pública: legalidade, impessoalidade, moralidade,
dência abstratas, que dizem respeito a situações hipotéticas, publicidade e eficiência.
que, concretizando-se na vida prática, acarretam determina-
das consequências jurídicas. - Princípio da Legalidade: É o princípio basilar do Esta-
Trata-se do conhecido esquema “preceito – sanção”, do de Direito. É a atuação da Administração Pública (órgãos/
pelo qual, ocorrendo o fato previsto na regra, a ele devem agentes) dentro dos parâmetros definidos em lei, sendo ve-
suceder os efeitos jurídicos nela também já preestabeleci- dada sua atuação sem prévia e expressa permissão legislativa.
dos. Num exemplo de regra de Direito Administrativo, se o
servidor público federal deixar injustificadamente de compa- - Princípio da Impessoalidade: O princípio da impessoali-
recer à repartição por mais de trinta dias consecutivos – este dade é estudado sob três óticas diferentes: finalidade, impu-
é o preceito –, haverá cometido a infração funcional grave tação e isonomia.
conhecida como “abandono de cargo” (subsunção), para a Sob a ótica da finalidade, é a atuação impessoal e genéri-
qual é cominada a penalidade (a consequência) da demissão ca da Administração Pública, visando à satisfação do interes-
(cf. art. 132, II, c./c. art. 138, ambos da Lei n. 8.112/90). se coletivo, sem corresponder ao atendimento do interesse
O mecanismo de aplicação dos princípios é mais com- exclusivo do administrado. Se aproveitar da publicidade go-
plexo do que o esquema binário característico das regras vernamental, custeado pelo erário público, para fazer promo-
(se o fato ocorreu, se aplica a regra; se não ocorreu, não ção pessoal é ato de improbidade administrativa, pois viola
se aplica). Os princípios não preveem situações determina- o princípio da impessoalidade (Lei nº 8.429/92). Os símbolos
das e, muito menos, efeitos jurídicos específicos que delas que são utilizados durante o período de campanha eleitoral
decorreriam. É claro que normatizam situações e que po- não podem ser empregados durante o governo, pois serve
dem acarretar efeitos jurídicos, mas, devido a seu caráter de promover a figura individualizada do gestor, e não a ins-
fluido, suas consequências, além de não poderem ser pre- tituição pública. Sob a ótica da imputação, o ato praticado é
viamente estabelecidas, dependem das características de atribuído ao órgão (pessoa jurídica) e não ao agente público
cada caso concreto e dos demais princípios que forem em (pessoa física). Desta forma, a responsabilidade civil recairá
tese aplicáveis. sob a entidade no qual o agente público emprega sua força
É comum que mais de um princípio seja aplicável à mes- de trabalho. Porém, o direito de regresso oferece a possibili-
ma situação. O intérprete, contudo, deverá adotar metodo- dade de a pessoa jurídica agir contra o responsável pelo dano.
logia diferente da que emprega diante de (meras) regras Sob a ótica da isonomia, é o tratamento igualitário dispensa-
contraditórias entre si, quando a aplicação de uma deve, ne- do a todos os administrados, independentemente de qual-
cessariamente, implicar a exclusão da outra. Para a solução quer interesse político.
dos conflitos entre regras, há classicamente o emprego dos
critérios da hierarquia (vale a regra de maior hierarquia), da - Princípio da Moralidade: É a atuação administrativa
especialidade (a regra especial prevalece sobre a geral) e da baseada na boa fé, em conformidade com a moral, os prin-
cronologia (a regra posterior revoga a anterior), via de regra cípios éticos e a lealdade, não podendo contrariar os bons
nessa ordem. Em se tratando de conflitos entre princípios, costumes, a honestidade e os deveres de boa administração.
devem eles ser ponderados, buscando-se, sempre que pos- O princípio da moralidade não se refere a moral comum, mas
sível, alcançar solução que não exclua por completo nenhum aquela moral tirada da conduta interna da Administração Pú-
deles. “Assim, é possível que um princípio seja válido e per- blica. A moralidade comum é o certo e o errado, o correto e
tinente a determinado caso concreto, mas que suas conse- o incorreto, é o senso comum; já a moralidade administrativa
quências jurídicas não sejam deflagradas naquele caso, ou é mais rigorosa, é a boa-fé da administração, é a melhor es-
não o sejam inteiramente, em razão da incidência de outros colha possível, é uma administração eficiente. Logo, a moral
princípios também aplicáveis. Há uma ‘calibragem’ entre os relacionada ao princípio não é a moral subjetiva, mas a moral
princípios, e não a opção pela aplicação de um deles”. jurídica, ligada a outros princípios da própria Administração
64
LEGISLAÇÃO
como também aos princípios gerais do direito. Quando a - Princípio do Devido Processo Legal (art. 5º, LIV, CF): O
doutrina administrativista menciona a imoralidade adminis- devido processo legal é aquele estabelecido em lei, configu-
trativa na forma qualificada ela está se referindo ao ato imoral rando uma verdadeira garantia para ambas as partes, onde
configurado como ato de improbidade (art. 37, § 4°, CF; Lei visualizam um processo administrativo tipificado e determi-
n° 8.429/92). Todo ato imoral é também ato de improbidade, nado, sem supressão de atos essenciais.
porém nem todo ato de improbidade é um ato imoral (art. 11,
Lei n° 8.429/92). - Princípio do Contraditório: Contraditório é a ciência, é a
O controle jurisdicional dos atos que violem a moralidade bilateralidade, é o conhecimento de todos os atos praticados
administrativa também pode ocorrer via promoção da ação no processo administrativo. Deve ser dada a possibilidade das
popular com a finalidade de invalidar o ato lesivo ou contrário partes influírem no convencimento do magistrado (binômio:
à moralidade (art. 5°, LXXIII, CF; Lei n° 4.717/65). ciência e participação). Para toda alegação fática ou apresen-
O princípio da impessoalidade está ligado ao princípio da tação de prova, feito no processo por uma das partes, gera
isonomia, já o princípio da moralidade está ligado ao princípio para o adversário o direito de se manifestar, ocasionando um
da lealdade e da boa-fé. Por isso o princípio da moralidade equilíbrio entre a força imperativa do Estado e a manutenção
rege o comportamento não só dos agentes públicos, mas de do estado de inocência.
todos aqueles que de qualquer forma se relacionam com a
Administração Pública. Desta forma, os particulares também - Princípio da Ampla Defesa: Ampla defesa é dar a chan-
deverão agir com boa fé e honestidade, podendo também ce, a oportunidade para a outra parte envolvida no litígio se
responder por ato que violem tal preceito. defender das alegações realizadas. Deve ser assegurada a
ampla possibilidade de defesa, lançando-se mão dos meios e
- Princípio da Publicidade: É a atuação transparente dos recursos disponíveis. A doutrina mais abalizada costuma fazer
atos da Administração Pública, facilitando seu controle. O uma divisão didática do assunto: determina a ampla defesa
princípio constitucional oferece a oportunidade das pessoas como o gênero, e nomeia a defesa técnica e autotutela como
de obterem informações, certidões e atestados da Adminis- espécies.
tração Pública, além de apresentarem petição sem o paga-
mento de taxas. Tais informações deverão se prestadas dentro - Princípio da Vedação da Prova Ilícita: Assim como na
do prazo estipulado sob pena de responsabilidade. esfera jurisdicional, a produção probatória na área adminis-
O princípio da publicidade também determina que todos trativa também deve ser obtida de forma lícita, seguindo as
os julgamentos realizados pelo Poder Judiciário sejam públi- normas previamente estabelecidas.
cos. Mesmo que a publicidade seja a regra, existem algumas
informações que, mesmo possuindo um caráter coletivo, - Princípio da Presunção de Inocência: Na esfera adminis-
não podem ser prestadas à população em geral. Tais situa- trativa também somos todos presumivelmente inocentes até
ções podem ser consideradas como verdadeiras exceções ao o trânsito em julgado da decisão final acusatória. Vale ressal-
princípio da publicidade, permitindo a manutenção do sigilo. tar que, mesmo exaurido a via administrativa, após o trânsito
São alguns exemplos: em nome da segurança da sociedade em julgado da decisão, ainda é possível invocar a esfera ju-
e do estado, poderá ser negada a publicidade (art. 5º, XXXIII, risdicional, nos termos do princípio da inafastabilidade desta
CF); atos processuais correm em sigilo na forma da lei, logo, esfera. A presunção de inocência não significa afirmar intan-
o processo administrativo também pode ser sigiloso (art. 5º, gibilidade dos investigados e cerceamento de medidas acau-
LX, CF). telatórias. Certos atos administrativos podem ser tomados a
- Princípio da Eficiência: Mesmo o Princípio da Eficiência fim de melhor conduzir o processo investigativo no intuito de
tenha sido oficialmente inserido no texto constitucional pela alcançar um julgamento mais justo.
EC 19/98, denominada de reforma administrativa, os gesto- - Princípio da Razoável Duração do Processo O princípio
res públicos já utilizavam sua premissa como vetor na con- da razoável duração do processo, também denominado de
dução do interesse público. Vale ressaltar que o art. 2º da Lei princípio da celeridade processual, foi introduzido pela EC
nº 9.784/99, responsável pela regulamentação do processo 45/04. A agilidade e a desburocratização do processo devem
administrativo na seara federal, também traz a previsão da caminhar sempre juntas com a manutenção das garantias
eficiência como princípio a ser necessariamente observado. fundamentais do cidadão.
Sob a ótica do agente público, significa afirmar que deve bus-
car a consecução do melhor resultado possível. Sob a ótica da - Princípio do Concurso Público: O princípio do concur-
forma de organização, significa afirmar que deve a Adminis- so público tem por escopo preservar a moralidade pública,
tração Pública atentar para os padrões modernos de gestão pois através do sistema de mérito, com critérios objetivos e
ou administração, vencendo o peso burocrático, atualizando- técnicos, seleciona aqueles candidatos mais preparados para
se e modernizando-se. melhor desempenhar a função administrativa.
Já em relação aos Princípios Constitucionais Explícitos, - Princípio da Licitação: A licitação pública tem conteú-
estes ao longo do texto constitucional também podem ser do principiológico na medida em que, através da escolha da
encontrados diversos princípios explícitos ligados a Adminis- proposta mais vantajosa para a administração, assegurando
tração Pública, auxiliando na boa condução da res coletiva. oportunidades iguais a todos os interessados, garante a ob-
servância da isonomia constitucional.
65
LEGISLAÇÃO
- Princípio da Participação Popular: O princípio da par- A doutrina mais abalizada e jurisprudência dos tribunais
ticipação popular é inerente ao próprio Estado Democrático superiores costuma fazer uma distinção entre interesse pú-
de Direito, pois através de inúmeras ferramentas colocadas blico primário e interesse público secundário. Enquanto o
à disposição da sociedade, o administrado exerce um maior primeiro representa o interesse da coletividade, o segundo
controle sobre a condução do interesse público. Dentre eles reproduz o interesse da pessoa jurídica. O ideal é que os in-
estão o direito de denunciar irregularidades às ouvidorias e teresses primários e secundários coincidam, andem sempre
corregedorias junto aos órgãos públicos, o acesso às infor- juntos, fazendo com que as pretensões da população sejam
mações sobre atos do governo, a representação contra atos de fato materializadas pelo gestor público.
irregulares doas agentes públicos.
- Princípio da Hierarquia: Os órgãos da Administração
- Princípio da Motivação das Decisões Administrativas: Os Pública estão organizados com atribuições definidas em lei,
atos administrativos devem ser motivados. Como as decisões gerando entre eles uma relação de coordenação e subordi-
exaradas na seara administrativa nada mais são do que atos nação. Como consequência, surge a possibilidade de revisão
administrativos dotados de caráter resolutivo, também neces- dos atos subordinados, delegação e avocação de atribuições,
sitam ser motivados. aplicação de penalidades administrativas, dentre outros. Essa
relação de hierarquia é encontrada apenas na seara adminis-
Em relação aos Princípios Constitucionais Implícitos, estes trativa, não havendo sua incidência nas esferas legislativas e
podem ser encontrados no decorrer do texto constitucional jurisdicionais quando exercidas suas funções típicas.
e conforme o professor Marco Antonio Praxedes de Moraes
Filho são: - Princípio da Presunção de Legitimidade: Os atos admi-
nistrativos gozam de uma presunção de legitimidade, ou seja,
- Princípio da Isonomia: Este princípio está disciplinado de que foram praticados em conformidade com o ordena-
no art. 5º, caput da Constituição Federal. Na esfera adminis- mento jurídico. A fundamentação reside no fato de que os
trativa, significa afirmar a existência de um dever geral de atos da seara administrativa existem para aplicar a lei, dar ma-
prestar tratamento uniforme para todos aqueles que se en- terialidade e concretude à norma em abstrato. Desta forma,
contrem em uma situação de igualdade e equivalência. Pode- tendo em vista seu caráter exclusivamente de execução, tais
mos encontrar a incidência do princípio da isonomia servindo atos são dotados do benefício democrático da legitimidade.
de fundamento valorativo para diversos institutos administra-
tivos, tais como o concurso público e a licitação pública. - Princípio da Especialidade: Com a evolução das socieda-
Todavia, seguindo as premissas aristotélicas, há inúmeras des modernas e a complexidade das relações verticalizadas, o
situações onde o princípio da isonomia recomenda um trata- Estado vem se desobrigando de uma série de obrigações, re-
mento diferenciado entre certos administrados, dependendo passando tais incumbências para órgãos públicos especializa-
das condições pessoais destes. Por exemplo, reserva de vagas dos ou para a iniciativa privada. O princípio da especialidade
para portadores de deficiência em concursos públicos, tempo pode ser facilmente detectado no art. 37, XIX da Constituição
de aposentadoria diferenciado para mulheres, preferência no Federal de 1988 com a criação das autarquias, fundações, em-
tratamento processual para idosos, dentre outros. presas públicas e sociedades de economia mista.
A verdadeira igualdade consiste em tratar-se igualmente
os iguais e desigualmente os desiguais na medida em que se - Princípio da Autotutela: Também denominado de prin-
desigualem.(Aristóteles). cípio da sindicabilidade, significa afirmar que a Administração
Igualdade consiste em tratar igualmente os iguais e desi- Pública tem o poder de regular e verificar seus próprios atos
gualmente os desiguais. (Rui Barbosa). sem a necessidade da provocação jurisdicional. Esta possibi-
No que tange a temática dos concursos públicos existem lidade conferida ao Estado de rever e corrigir seus próprios
diversos verbetes publicados onde são firmados os entendi- atos administrativos pode ocorrer mediante um controle de
mentos já pacificados dos tribunais superiores trazendo como legalidade, ocasionando a anulação do ato,ou um controle de
pano de fundo o princípio da isonomia. mérito, ocasionando uma revogação do ato.
- Princípio do Duplo Grau de Jurisdição: Assegura a pos-
sibilidade de revisão das decisões judiciais, através do sistema Porém, entende-se que não se trata de uma simples fa-
recursal, onde as decisões do Juízo a quo podem ser reapre- culdade, mas de uma obrigação, tendo em vista ao interes-
ciadas pelo juízo ad quem. É o direito que possui a parte de se público em análise. Desta forma, o princípio da autotutela
buscar o reexame da causa por órgão jurisdicional de instân- contém, na verdade, um poder-dever de verificar e rever seus
cia superior. próprios atos.
66
LEGISLAÇÃO
67
LEGISLAÇÃO
Administração Pública Indireta Agrária (Incra), Instituto Nacional do Seguro Social (INSS),
A Administração Pública indireta pode ser definida como Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER),
um grupo de pessoas jurídicas de direito público ou privado, Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE),
criadas ou instituídas a partir de lei específica, que atuam pa- Departamento nacional de Registro do Comércio (DNRC),
ralelamente à Administração direta na prestação de serviços Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), Instituto
públicos ou na exploração de atividades econômicas. Em que Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Reno-
pese haver entendimento diverso registrado em nossa doutri- váveis (Ibama), Banco Central do Brasil (Bacen).
na, integram a Administração indireta do Estado quatro espé- Fundações
cies de pessoa jurídica, a saber: as Autarquias, as Fundações, As Fundações são pessoas jurídicas compostas por um
as Sociedades de Economia Mista e as Empresas Públicas. Ao patrimônio personalizado, destacado pelo seu instituidor
lado destas, podemos encontrar ainda entes que prestam para atingir uma finalidade específica, denominadas, em la-
serviços públicos por delegação, embora não integrem os tim, universitas bonorum.
quadros da Administração, quais sejam, os permissionários, Essa definição serve para qualquer fundação, inclusi-
os concessionários e os autorizados. ve para aquelas que não integram a Administração indireta
Essas quatro pessoas integrantes da Administração indi- (não-governamentais). No caso das fundações que integram
reta serão criadas para a prestação de serviços públicos ou, a Administração indireta (governamentais), quando forem
ainda, para a exploração de atividades econômicas, como no dotadas de personalidade de direito público, serão regidas
caso das empresas públicas e sociedades de economia mista, integralmente por regras de direito público. Quando forem
e atuam com o objetivo de aumentar o grau de especialidade dotadas de personalidade de direito privado, serão regidas
e eficiência da prestação do serviço público ou, quando ex-
por regras de direito público e direito privado.
ploradoras de atividades econômicas, visando atender a rele-
vante interesse coletivo e imperativos da segurança nacional.
Sociedades de economia mista
Com efeito, de acordo com as regras constantes do ar-
As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas
tigo 173 da Constituição Federal, o Poder Público só poderá
explorar atividade econômica a título de exceção, em duas de Direito Privado criadas para a prestação de serviços públi-
situações, conforme se colhe do caput do referido artigo, a cos ou para a exploração de atividade econômica, contando
seguir reproduzido: com capital misto e constituídas somente sob a forma em-
Artigo 173. Ressalvados os casos previstos nesta Consti- presarial de S/A.
tuição, a exploração direta de atividade econômica pelo Esta- As sociedades de economia mista são: pessoas jurídicas
do só será permitida quando necessária aos imperativos de de Direito Privado, exploradoras de atividade econômica ou
segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, confor- prestadoras de serviços públicos, empresas de capital misto,
me definidos em lei. constituídas sob forma empresarial de S/A.
Cumpre esclarecer que, de acordo com as regras consti- Alguns exemplos de sociedade mista:
tucionais e em razão dos fins desejados pelo Estado, ao Poder - Exploradoras de atividade econômica: Banco do Brasil
Público não cumpre produzir lucro, tarefa esta deferida ao e Banespa.
setor privado. Assim, apenas explora atividades econômicas - Prestadora de serviços públicos: Petrobrás, Sabesp,
nas situações indicadas no artigo 173 do Texto Constitucional. Metrô, CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional
Quando atuar na economia, concorre em grau de igualdade Urbano) e CPOS (Companhia Paulista de Obras e Serviços,
com os particulares, e sob o regime do artigo 170 da Consti- empresa responsável pelo gerenciamento da execução de
tuição, inclusive quanto à livre concorrência, submetendo-se contratos que envolvem obras e serviços públicos no Estado
ainda a todas as obrigações constantes do regime jurídico de de São Paulo).
direito privado, inclusive no tocante às obrigações civis, co- Empresas públicas
merciais, trabalhistas e tributárias. Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Priva-
do, criadas para a prestação de serviços públicos ou para a
Autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades exploração de atividades econômicas, que contam com capi-
de economia mista tal exclusivamente público, e são constituídas por qualquer
modalidade empresarial, após autorização legislativa do ente
Autarquias federativo criador.
As autarquias são pessoas jurídicas de direito públi-
Sendo a empresa pública uma prestadora de serviços
co, de natureza administrativa, criadas para a execução de
públicos, estará submetida a regime jurídico público, ainda
serviços públicos, antes prestados pelas entidades estatais
que constituída segundo o modelo imposto pelo Direito Pri-
que as criam. Contam com patrimônio próprio, constituí-
vado. Se a empresa pública é exploradora de atividade eco-
do a partir de transferência pela entidade estatal a que se
vinculam, portanto, capital exclusivamente público. Logo, as nômica, estará submetida a regime jurídico denominado pela
autarquias são regidas integralmente pelo regime jurídico doutrina como semi público, ante a necessidade de obser-
de direito público, podendo, tão-somente, ser prestadoras vância, ao menos em suas relações com os administrados,
de serviços públicos, contando com capital oriundo da Ad- das regras atinentes ao regime da Administração, a exemplo
ministração direta. A título de exemplo, citamos as seguin- dos princípios expressos no “caput” do artigo 37 da Consti-
tes autarquias: Instituto Nacional de Colonização e Reforma tuição Federal.
68
LEGISLAÇÃO
Podemos citar, a título de exemplo, algumas empresas 2) A emenda constitucional nº 19/98, conhecida como
públicas, nas mais variadas esferas de governo, como o Banco emenda da reforma administrativa, dispôs sobre os princípios
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); da Administração Pública incluindo entre os anteriormente
a Empresa Municipal de Urbanização de São Paulo (EMURB); constitucionalizados o princípio da:
a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT); a Caixa a) impessoalidade.
Econômica Federal (CEF). b) publicidade.
Agências reguladoras c) legalidade.
São figuras muito recentes em nosso ordenamento ju- d) eficiência.
rídico. Possuem natureza jurídica de autarquias de regime
especial, são pessoas jurídicas de Direito Público com capa- 3) Do princípio da publicidade decorre o direito à infor-
cidade administrativa, aplicando-se a elas todas as regras das mação, interesse que o administrado tem como garantia ju-
autarquias. risdicional. Para garantir esse direito o administrado poderá
Possuem como objetivo regular e fiscalizar a execução de valer-se do:
serviços públicos. Elas não executam o serviço propriamente, a) habeas corpus.
elas o fiscalizam. b) habeas data.
c) mandado de segurança.
Entidades Paraestatais
d) mandado de injunção.
Entidades paraestatais “são aquelas pessoas jurídicas que
atuam ao lado e em colaboração com o Estado. [...] Há juris-
4) A Administração Pública tem direito de modificar, uni-
tas que entendem serem entidades paraestatais aquelas que,
tendo personalidade jurídica de direito privado (não incluídas, lateralmente, relações jurídicas estabelecidas, em face:
pois, as autarquias), recebem amparo oficial do Poder Público, a) da supremacia do interesse público sobre o privado.
como as empresas públicas, as sociedades de economia mista, b) do princípio da moralidade.
as fundações públicas e as entidades de cooperação governa- c) do princípio da continuidade dos serviços públicos.
mental (ou serviços sociais autônomos), como o SESI, SENAI, d) do princípio da legalidade.
SESC, SENAC etc. Outros pensam exatamente o contrário: en-
tidades paraestatais seriam as autarquias. Alguns, a seu turno, 5) Se a autoridade competente declara de utilidade públi-
só enquadram nessa categoria as pessoas colaboradoras que ca para fins de expropriação bem de inimigo político, visando
não se preordena a fins lucrativos, estando excluídas, assim, as afrontá-lo, embora invocando motivo de interesse público,
empresas públicas e as sociedades de economia mista. Para caracteriza-se:
outros, ainda, paraestatais seriam as pessoas de direito priva- a) o exercício de poder discricionário.
do integrantes da Administração Indireta, excluindo-se, por b) desvio de poder ou de finalidade.
conseguinte, as autarquias, as fundações de direito público e c) exercício de poder político, insuscetível de controle ju-
os serviços sociais autônomos. Por fim, já se considerou que dicial.
na categoria se incluem além dos serviços sociais autônomos d) excesso de poder.
até mesmo as escolas oficializadas, os partidos políticos e os
sindicatos, excluindo-se a administração indireta. Na prática, 6) Se o ato administrativo estiver viciado pelo desvio de
tem-se encontrado, com frequência, o emprego da expressão poder, por falta do elemento relativo à finalidade de interesse
empresas estatais, sendo nelas enquadradas as sociedades de público, atingirá o princípio da:
economia mista e as empresas públicas. Há também autores a) publicidade.
que adotam o referido sentido” . Para o autor que se toma b) moralidade.
como referencial teórico, “deveria abranger toda pessoa jurí- c) legalidade.
dica que tivesse vínculo institucional com a pessoa federativa, d) impessoalidade.
de forma a receber desta os mecanismos estatais de controle.
Estariam, pois, enquadradas como entidades paraestatais as
7) O ato administrativo é imposto ao administrado, inde-
pessoas da administração indireta e os serviços sociais autô-
pendente da sua anuência, pela prerrogativa da Administra-
nomos” .
ção da:
a) presunção de legitimidade.
Exercícios
b) auto executoriedade.
1) A Administração Pública deve obediência ao que lhe c) exigibilidade.
é prescrito, sendo-lhe vedada aplicação retroativa de nova d) legalidade.
interpretação de uma norma administrativa. O disposto é es-
tabelecido pelo princípio da: 8) A administração pode anular seus próprios atos, quan-
a) razoabilidade. do eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não
b) segurança jurídica. se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniên-
c) proporcionalidade. cia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e res-
d) impessoalidade. salvada, em todos os casos, a apreciação judicial. Tal prerroga-
tiva da Administração decorre do princípio da:
69
LEGISLAÇÃO
a) autotutela. 5) B
b) auto executoriedade. Comentário: O princípio da finalidade impõe que o ad-
c) finalidade. ministrador, ao manejar as competências postas a seu en-
d) motivação. cargo, atue com rigorosa obediência à finalidade de cada
qual. Cumpre-lhe cingir-se não apenas à finalidade própria
9) Quando a autoridade remove servidor para localidade de todas as leis, que é o interesse público, mas também à
remota, com o intuito de puni-lo: finalidade específica abrigada na lei a que esteja dando exe-
a) age dentro de suas atribuições. cução. Se utilizar uma lei como suporte para a prática de ato
b) não está obrigada a instaurar processo administrativo. desconforme com sua finalidade é desvio de poder ou desvio
c) utiliza-se do poder hierárquico. de finalidade, ensejando a nulidade do ato.
d) incorre em desvio de poder.
6) C
10) A prerrogativa atribuída à Administração Pública Comentário: O princípio da finalidade é uma inerência
para invadir materialmente a esfera jurídica dos particulares, ao princípio da legalidade, aquele está contido neste, pois
sem ir previamente ao Poder Judiciário é característica da: corresponde à aplicação da lei nos seus exatos termos.
a) presunção de validade.
b) imperatividade. 7) C
c) auto executoriedade. Comentário: Da supremacia do interesse público sobre
d) exigibilidade. o privado resulta, em prol da Administração, a possibilida-
de, nos termos da lei, de constituir terceiros em obrigações
GABARITO mediantes atos unilaterais. Tais são atos imperativos como
quaisquer atos do Estado e trazem consigo a decorrente exi-
1) B gibilidade, traduzida na previsão legal de sanções ou provi-
Comentário: Pelo princípio da segurança jurídica firmou- dências indiretas que induzam o administrado a acatá-los.
se o correto entendimento de que orientações firmadas pela
Administração em dada matéria não podem, sem prévia e 8) A
pública notícia, ser modificadas em casos concretos para fins Comentário: Também por força desta posição de supre-
de sancionar, agravar a situação dos administrados ou dene- macia do interesse público reconhece-se à Administração a
gar-lhes pretensões. possibilidade de revogar os próprios atos inconvenientes ou
inoportunos, conquanto dentro de certo limites (princípio da
2) D autotutela).
Comentário: A EC nº 19/98 veio acrescentar o princípio
da eficiência ao art. 37 da Constituição Federal. Tal princípio 9) D
estabelece à Administração o dever de agir de acordo com a Comentário: A hierarquia observada na Administração
lei da melhor forma possível na busca da satisfação do inte- não confere ao administrador a utilizar a lei como melhor
resse público. reputar. Deve, portanto, utilizá-la para o alcance de seus fins.
3) B 10) C
Comentário: O art. 5º, LXXII, da CF, garante o habeas Comentário: A auto executoriedade é a qualidade pela
data para assegurar judicialmente o conhecimento de infor- qual o Poder Público pode compelir materialmente o admi-
mações relativas ao impetrante que constem de registros ou nistrado, sem precisar buscar previamente as vias judiciais, ao
banco de dados de entidades governamentais ou de âmbito cumprimento da obrigação que impôs.
público, bem como para retificação de dados que neles este-
jam armazenados. Fonte: http://www.direitonet.com.br/testes/exibir/112/
resultados
4) A
Comentário: Da supremacia do interesse público sobre
o privado resulta, em prol da Administração, a possibilida-
de, nos termos da lei, de constituir terceiros em obrigações
mediantes atos unilaterais. Tais são atos imperativos como
quaisquer atos do Estado e trazem consigo a decorrente exi-
gibilidade, traduzida na previsão legal de sanções ou provi-
dências indiretas que induzam o administrado a acatá-los.
70
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar em Administração - Atividades Culturais de Divulgação Científica e Publicações
O Programa Ibermuseus, por meio do Observatório Ibe- Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e
ro-Americano de Museus (OIM), lança a publicação Estudos equipamentos urbanos
de Público de Museus na Ibero-América, com a finalidade 1 Objetivo
de obter informações sobre as características e hábitos do 1.1 Esta Norma estabelece critérios e parâme-
público dos museus. A obra faz parte da linha de ação nº 4, tros técnicos a serem observados quando do projeto,
dedicada à “construção de instrumentos de segmento e ava- construção, instalação e adaptação de edificações, mo-
liação da gestão dos museus, tais como o estudo de público, biliário, espaços e equipamentos urbanos às condições
censos dos museus e indicadores”. de acessibilidade.
Ao abordar um projeto como este, responde-se simul- 1.2 No estabelecimento desses critérios e parâme-
taneamente a vários dos objetivos expressos no instrumento tros técnicos foram consideradas diversas condições de
de constituição do OIM: mobilidade e de percepção do ambiente, com ou sem a
– Estabelecer critérios que possibilitem a comparação ajuda de aparelhos específicos, como: próteses, aparelhos
de conceitos, metodologias, indicadores, dados e informa- de apoio, cadeiras de rodas, bengalas de rastreamento,
ções relativas à área dos museus. sistemas assistivos de audição ou qualquer outro que
– Criar um espaço de diálogo, intercâmbio e difusão do venha a complementar necessidades individuais.
conhecimento e experiências na Ibero-América. 1.3 Esta Norma visa proporcionar à maior quantidade
– Desenvolver e sintetizar processos de avaliação profis- possível de pessoas, independentemente de idade, estatu-
sional e avaliação de políticas e práticas na área dos museus. ra ou limitação de mobilidade ou percepção, a utilização
Com este projeto pretende-se, a princípio, elaborar um de maneira autônoma e segura do ambiente, edificações,
diagnóstico do estado e do desenvolvimento dos estudos mobiliário, equipamentos urbanos e elementos.
de público na Ibero-América, testando o grau de institucio- 1.3.1 Todos os espaços, edificações, mobiliário e
nalidade que têm tais estudos no setor e o seu uso como equipamentos urbanos que vierem a ser projetados, cons-
ferramenta de gestão e melhoria do serviço que os museus truídos, montados ou implantados, bem como as reformas
oferecem à sociedade. Por um lado, quis-se verificar o grau e ampliações de edificações e equipamentos urbanos, de-
de implantação dos estudos nas estruturas administrativas vem atender ao disposto nesta Norma para serem consi-
competentes em matéria de museus (recursos atribuídos, derados acessíveis.
periodicidade, resultados consultáveis, etc.) e, por outro, ex- 1.3.2 Edificações e equipamentos urbanos que ve-
plorar até que ponto estão sendo utilizados os resultados nham a ser reformados devem ser tornados acessíveis. Em
obtidos e quais são as suas aplicações, bem como a melho- reformas parciais, a parte reformada deve ser tornada aces-
ria ou reorientação da gestão dos museus e do projeto ou sível.
do planejamento de políticas gerais dessas instituições. 1.3.3 As edificações residenciais multifamiliares,
O Programa Ibermuseus se destina a estimular o fomen- condomínios e conjuntos habitacionais devem ser aces-
to às políticas públicas dos países ibero-americanos e a pu- síveis em suas áreas de uso comum, sendo facultativa a
blicação é uma tentativa de apresentar um panorama sobre aplicação do disposto nesta Norma em edificações unifa-
este assunto, antes limitado ao âmbito dos governos nacio- miliares. As unidades autônomas acessíveis devem ser lo-
nais de cada país. Sendo assim, o primeiro passo foi a com- calizadas em rota acessível.
pilação das iniciativas realizadas no âmbito da gestão dos 1.3.4 As entradas e áreas de serviço ou de acesso
museus e seus recursos, que na ocasião estavam disponíveis restrito, tais como casas de máquinas, barriletes, passagem
na internet, com a intenção de elaborar um marco concei- de uso técnico etc., não necessitam ser acessíveis.
tual comum para subsidiar futuros estudos de público.
Realizada a consulta aos 22 países no âmbito do Pro- 2 Referências normativas
grama e compilados os dados apresentados neste relatório, As normas relacionadas a seguir contêm disposi-
constata-se, mais uma vez, a variedade de situações do pa- ções que, ao serem citadas neste texto, constituem
norama museológico ibero-americano. prescrições para esta Norma. As edições indicadas es-
As respostas a essas perguntas ilustram muitos dos pos- tavam em vigor no momento desta publicação. Como
síveis estados de evolução e desenvolvimento dos estudos toda norma está sujeita a revisão, recomenda-se àqueles
de público, e esse é o foco desta publicação: a apresenta- que realizam acordos com base nesta que verifiquem a
ção de uma amostra ampla de experiências, tendo o público conveniência de se usarem as edições mais recentes
como elemento, mais ou menos decisivo na gestão destas das normas citadas a seguir. A ABNT possui a informação
instituições. São experiências que vão do atendimento ao das normas em vigor em um dado momento.
visitante, como mero indicador quantitativo, até a preocu- Lei Federal nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, in-
pação com o não visitante, para orientar projetos que con- cluindo decretos de regulamentação e resoluções comple-
sigam a sua inclusão. mentares - Código de Trânsito Brasileiro
Fonte: http://www.ibermuseus.org/noticias/estudos- ABNT NBR 9077:2001 – Saídas de emergência em edi-
de-publico-de-museus-na-ibero-america/ fícios – Procedimento
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar em Administração - Atividades Culturais de Divulgação Científica e Publicações
ABNT NBR 9283:1986 – Mobiliário urbano – Classifi- 3.13 circulação externa: Espaço coberto ou des-
cação coberto, situado fora dos limites de uma edificação,
ABNT NBR 9284:1986 – Equipamento urbano – Classi- destinado à circulação de pedestres. As áreas de circula-
ficação ção externa incluem, mas não necessariamente se limitam
ABNT NBR 10283:1988 – Revestimentos eletrolíticos de a, áreas públicas, como passeios, calçadas, vias de pedes-
metais e plásticos sanitários - Especificação tres, faixas de travessia de pedestres, passarelas, caminhos,
ABNT NBR 10898:1999 – Sistema de iluminação de passagens, calçadas verdes e pisos drenantes entre outros,
emergência bem como espaços de circulação externa em edificações e
ABNT NBR 11003:1990 – Tintas – Determinação da conjuntos industriais, comerciais ou residenciais e centros
aderência – Método de ensaio comerciais.
ABNT NBR 13994:2000 – Elevadores de passageiros – circulação externa em edificações e conjuntos indus-
Elevadores para transporte de pessoa portadora de defi- triais, comerciais ou residenciais e centros comerciais.
ciência 3.14 deficiência: Redução, limitação ou inexistência
das condições de percepção das características do ambien-
3 Definições te ou de mobilidade e de utilização de edificações,
Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos,
definições:
em caráter temporário ou permanente.
3.1 acessibilidade: Possibilidade e condição de al-
3.15 desenho universal: Aquele que visa atender à
cance, percepção e entendimento para a utilização com
maior gama de variações possíveis das características an-
segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário,
tropométricas e sensoriais da população.
equipamento urbano e elementos.
3.2 acessível: Espaço, edificação, mobiliário, equipa- 3.16 elemento: Qualquer dispositivo de coman-
mento urbano ou elemento que possa ser alcançado, acio- do, acionamento, comutação ou comunicação. São
nado, utilizado e vivenciado por qualquer pessoa, inclusive exemplos de elementos: telefones, intercomunicadores,
aquelas com mobilidade reduzida. O termo acessível impli- interruptores, torneiras, registros, válvulas, botoeiras, pai-
ca tanto acessibilidade física como de comunicação. néis de comando, entre outros.
3.3 adaptável: Espaço, edificação, mobiliário, 3.17 equipamento urbano: Todos os bens públicos
equipamento urbano ou elemento cujas características e privados, de utilidade pública, destinados à prestação de
possam ser alteradas para que se torne acessível. serviços necessários ao funcionamento da cidade, implan-
3.4 adaptado: Espaço, edificação, mobiliário, equi- tados mediante autorização do poder público, em espaços
pamento urbano ou elemento cujas características origi- públicos e privados.
nais foram alteradas posteriormente para serem acessíveis. 3.18 espaço acessível: Espaço que pode ser perce-
3.5 adequado: Espaço, edificação, mobiliário, equi- bido e utilizado em sua totalidade por todas as pessoas,
pamento urbano ou elemento cujas características foram inclusive aquelas com mobilidade reduzida.
originalmente planejadas para serem acessíveis. 3.19 faixa elevada: Elevação do nível do leito car-
3.6 altura: Distância vertical entre dois pontos. roçável composto de área plana elevada, sinalizada com
3.7 área de aproximação: Espaço sem obstáculos faixa de travessia de pedestres e rampa de transposição
para que a pessoa que utiliza cadeira de rodas possa ma- para veículos, destinada a promover a concordância entre
nobrar, deslocar-se, aproximar-se e utilizar o mobiliário ou os níveis das calçadas em ambos os lados da via.
o elemento com autonomia e segurança. 3.20 faixa livre: Área do passeio, calçada, via ou rota
3.8 área de resgate: Área com acesso direto para destinada exclusivamente à circulação de pedestres.
uma saída, destinada a manter em segurança pessoas por- 3.21 faixa de travessia de pedestres: Sinalização
tadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, en- transversal às pistas de rolamento de veículos, desti-
quanto aguardam socorro em situação de sinistro. nada a ordenar e indicar os deslocamentos dos pedestres
3.9 área de transferência: Espaço necessário para para a travessia da via - Código de Trânsito Brasileiro.
que uma pessoa utilizando cadeira de rodas possa se po-
3.22 fatores de impedância: Elementos ou con-
sicionar próximo ao mobiliário para o qual necessita trans-
dições que possam interferir no fluxo de pedestres.
ferir-se.
São exemplos de fatores de impedância: mobiliário urbano,
3.10 barreira arquitetônica, urbanística ou am-
biental: Qualquer elemento natural, instalado ou edificado entradas de edificações junto ao alinhamento, vitrines jun-
que impeça a aproximação, transferência ou circulação no to ao alinhamento, vegetação, postes de sinalização, entre
espaço, mobiliário ou equipamento urbano. outros.
3.11 calçada: Parte da via, normalmente segregada e 3.23 foco de pedestres: Indicação luminosa de
em nível diferente, não destinada à circulação de veículos, permissão ou impedimento de locomoção na faixa
reservada ao trânsito de pedestres e, quando possível, à apropriada - Código de Trânsito Brasileiro.
implantação de mobiliário, sinalização, vegetação e outros 3.24 guia de balizamento: Elemento edificado ou
fins - Código de Trânsito Brasileiro. instalado junto aos limites laterais das superfícies de piso,
3.12 calçada rebaixada: Rampa construída ou im- destinado a definir claramente os limites da área de circula-
plantada na calçada ou passeio, destinada a promover a ção de pedestres, perceptível por pessoas com deficiência
concordância de nível entre estes e o leito carroçável. visual.
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3.25 impraticabilidade: Condição ou conjunto de travessia de pedestres, rampas, etc. A rota acessível interna
condições físicas ou legais que possam impedir a adap- pode incorporar corredores, pisos, rampas, escadas, eleva-
tação de edificações, mobiliário, equipamentos ou elemen- dores etc.
tos à acessibilidade. 3.38 rota de fuga: Trajeto contínuo, devidamente
3.26 linha-guia: Qualquer elemento natural ou edi- protegido proporcionado por portas, corredores, ante-
ficado que possa ser utilizado como guia de balizamento câmeras, passagens externas, balcões, vestíbulos, escadas,
para pessoas com deficiência visual que utilizem bengala rampas ou outros dispositivos de saída ou combinações
de rastreamento. destes, a ser percorrido pelo usuário, em caso de um in-
3.27 local de reunião: Espaço interno ou externo que cêndio de qualquer ponto da edificação até atingir a via
acomoda grupo de pessoas reunidas para atividade de la- pública ou espaço externo, protegido do incêndio.
zer, cultural, política, social, educacional, religiosa ou para 3.39 superfície de trabalho: Área para melhor mani-
consumo de alimentos e bebidas. pulação, empunhadura e controle de objetos.
3.28 mobiliário urbano: Todos os objetos, elementos 3.40 tecnologia assistiva: Conjunto de técnicas, apa-
e pequenas construções integrantes da paisagem urbana, relhos, instrumentos, produtos e procedimentos que visam
auxiliar a mobilidade, percepção e utilização do meio am-
de natureza utilitária ou não, implantados mediante auto-
biente e dos elementos por pessoas com deficiência.
rização do poder público em espaços públicos e privados.
3.41 uso comum: Espaços, salas ou elementos exter-
3.29 orla de proteção: Elemento edificado ou
nos ou internos que são disponibilizados para o uso de um
instalado, destinado a constituir barreira no piso para grupo específico de pessoas (por exemplo, salas em edifí-
proteção de árvores, áreas ajardinadas, espelhos d’água e cio de escritórios, ocupadas geralmente por funcionários,
espaços similares. colaboradores e eventuais visitantes).
3.30 passarela: Obra de arte destinada à transposição 3.42 uso público: Espaços, salas ou elementos ex-
de vias, em desnível aéreo, e ao uso de pedestres -Código ternos ou internos que são disponibilizados para o público
de Trânsito Brasileiro. em geral. O uso público pode ocorrer em edificações ou
3.31 passeio: Parte da calçada ou da pista de rola- equipamentos de propriedade pública ou privada.
mento, neste último caso separada por pintura ou ele- 3.43 uso restrito: Espaços, salas ou elementos in-
mento físico, livre de interferências, destinada à circulação ternos ou externos que são disponibilizados estritamente
exclusiva de pedestres e, excepcionalmente, de ciclistas - para pessoas autorizadas (exemplos: casas de máquinas,
Código de Trânsito Brasileiro. barriletes, passagem de uso técnico e espaços similares).
3.32 pessoa com mobilidade reduzida: Aquela que, 3.44 visitável: Parte de unidade residencial, ou de
temporária ou permanentemente, tem limitada sua capa- unidade para prestação de serviços, entretenimento, co-
cidade de relacionar-se com o meio e de utilizá-lo. Enten- mércio ou espaço cultural de uso público que contenha
de-se por pessoa com mobilidade reduzida, a pessoa com pelo menos um local de convívio social acessível e um sa-
deficiência, idosa, obesa, gestante entre outros. nitário unissex acessível.
3.33 piso cromo-diferenciado: Piso caracterizado
4 Parâmetros antropométricos
pela utilização de cor contrastante em relação ás áreas ad-
Para a determinação das dimensões referenciais, foram
jacentes e destinado a constituir guia de balizamento ou consideradas as medidas entre 5% a 95% da população
complemento de informação visual ou tátil, perceptível por brasileira, ou seja, os extremos correspondentes a mulhe-
pessoas com deficiência visual. res de baixa estatura e homens de estatura elevada.
3.34 piso tátil: Piso caracterizado pela diferenciação Nesta Norma foram adotadas as seguintes siglas com
de textura em relação ao piso adjacente, destinado a cons- relação aos parâmetros antropométricos: M.R. – Módulo de
tituir alerta ou linha guia, perceptível por pessoas com de- referência;
ficiência visual. P.C.R. – Pessoa em cadeira de rodas; P.M.R. – Pessoa
3.35 rampa: Inclinação da superfície de piso, longitu- com mobilidade reduzida;
dinal ao sentido de caminhamento. Consideram-se rampas P.O. – Pessoa obesa;
aquelas com declividade igual ou superior a 5%. L.H. – Linha do horizonte.
NOTA As dimensões indicadas nas figuras são expres-
3.36 reforma: Intervenção física em edificação, mo-
sas em metros, exceto quando houver outra indicação.
biliário, equipamento urbano ou elemento que implique a 4.1 Pessoas em pé
modificação de suas características estruturais e funcionais. A figura 1 apresenta dimensões referenciais para des-
3.37 rota acessível: Trajeto contínuo, desobstruído locamento de pessoas em pé.
e sinalizado, que conecta os ambientes externos ou inter-
nos de espaços e edificações, e que possa ser utilizado de
forma autônoma e segura por todas as pessoas, inclusive
aquelas com deficiência. A rota acessível externa pode in-
corporar estacionamentos, calçadas rebaixadas, faixas de
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4.4.4 Para a realização da transferência, deve ser garantido um ângulo de alcance que permita a execução adequada
das forças de tração e compressão (ver 4.6.4).
NOTA Diversas situações de transferência estão ilustradas nas seções 7, 8 e 9.
4.5 Área de aproximação
Deve ser garantido o posicionamento frontal ou lateral da área definida pelo M.R. em relação ao objeto, avançando sob
este entre 0,25 m e 0,55 m, em função da atividade a ser desenvolvida (ver 4.3 e 4.6).
NOTA Diversas situações de aproximação estão ilustradas nas seções 7, 8 e 9.
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E3 = Altura do piso até a parte superior da coxa N3 = Profundidade da superfície de trabalho necessária para aproxi-
mação total
F3 = Altura mínima livre para encaixe da cadeira de rodas sob o objeto
O3 = Profundidade da nádega à parte superior do joelho
G3 = Altura das superfícies de trabalho ou mesas P3 = Profundidade mínima necessária para encaixe dos pés
H3 = Altura do centro da mão com braço estendido paralelo ao piso
Figura 10 — Alcance manual frontal com superfície de trabalho - Pessoa em cadeira de rodas
4.6.2 Aplicação das dimensões referenciais para alcance lateral de pessoa em cadeira de rodas
A figura 11 apresenta as aplicações das relações entre altura e profundidade para alcance manual lateral para pessoas
em cadeiras de rodas.
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4.6.5 Empunhadura
Objetos tais como corrimãos e barras de apoio, entre outros, devem ter seção circular com diâmetro entre 3,0 cm e 4,5
cm e devem estar afastados no mínimo 4,0 cm da parede ou outro obstáculo. Quando o objeto for embutido em nichos
deve-se prever também uma distância livre mínima de 15 cm, conforme figura 15. São admitidos outros formatos de seção,
desde que sua parte superior atenda às condições desta subseção.
Dimensões em centímetros
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5 Comunicação e sinalização
5.1 Formas de comunicação e sinalização
As formas de comunicação e sinalização adotadas são estabelecidas em 5.1.1 a 5.1.3.
5.1.1 Visual
É realizada através de textos ou figuras.
5.1.2 Tátil
É realizada através de caracteres em relevo, Braille ou figuras em relevo.
5.1.3 Sonora
É realizada através de recursos auditivos.
5.2 Tipos de sinalização
Os tipos de sinalização adotados são estabelecidos em 5.2.1 a 5.2.4.
5.2.1 Permanente
Sinalização utilizada nas áreas e espaços cuja função já esteja definida, identificando os diferentes espaços ou elemen-
tos de um ambiente ou de uma edificação. No mobiliário, deve ser utilizada para identificar os comandos.
5.2.2 Direcional
Sinalização utilizada para indicar a direção de um percurso ou a distribuição espacial dos diferentes elementos
de um edifício. Na forma visual, associa setas indicativas de direção, conforme figura 23, a textos, figuras ou símbolos, con-
forme exemplo descrito em 5.5.6. Na forma tátil, utiliza recursos como linha-guia ou piso tátil, conforme 5.14.2.
5.2.3 De emergência
Sinalização utilizada para indicar as rotas de fuga e saídas de emergência das edificações, dos espaços e do ambiente
urbano, ou para alertar quanto a um perigo iminente.
5.2.4 Temporária
Sinalização utilizada para indicar informações provisórias ou que podem ser alteradas periodicamente.
5.3 Informações essenciais
As informações essenciais aos espaços nas edificações, no mobiliário, nos espaços e equipamentos urbanos devem ser
sinalizadas de forma visual, tátil ou sonora, no mínimo conforme tabela 1.
5.4 Símbolos
Representações gráficas que, através de uma figura ou de uma forma convencionada, estabelecem a analogia entre o
objeto ou a informação e sua representação. Todos os símbolos podem ser associados a uma sinalização direcional.
5.4.1 Símbolo internacional de acesso
5.4.1.1 Representação
A indicação de acessibilidade das edificações, do mobiliário, dos espaços e dos equipamentos urbanos deve ser feita
por meio do símbolo internacional de acesso. A representação do símbolo internacional de acesso consiste em pictograma
branco sobre fundo azul (referência Munsell 10B5/10 ou Pantone 2925 C). Este símbolo pode, opcionalmente, ser re-
presentado em branco e preto (pictograma branco sobre fundo preto ou pictograma preto sobre fundo branco), conforme
figura 24. A figura deve estar sempre voltada para o lado direito, conforme figura 25. Nenhuma modificação, estilização ou
adição deve ser feita a este símbolo.
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5.4.1.2 Finalidade
O símbolo internacional de acesso deve indicar a acessibilidade aos serviços e identificar espaços, edificações,
mobiliário e equipamentos urbanos onde existem elementos acessíveis ou utilizáveis por pessoas portadoras de defi-
ciência ou com mobilidade reduzida.
5.4.1.3 Aplicação
Esta sinalização deve ser afixada em local visível ao público, sendo utilizada principalmente nos seguintes locais, quando
acessíveis:
a) entradas;
b) áreas e vagas de estacionamento de veículos;
c) áreas acessíveis de embarque/desembarque;
d) sanitários;
e) áreas de assistência para resgate, áreas de refúgio, saídas de emergência;
f) áreas reservadas para pessoas em cadeira de rodas;
g) equipamentos exclusivos para o uso de pessoas portadoras de deficiência.
Os acessos que não apresentam condições de acessibilidade devem possuir informação visual indicando a localização do
acesso mais próximo que atenda às condições estabelecidas nesta Norma.
5.4.2.1 Representação
A representação do símbolo internacional de pessoas com deficiência visual (cegueira) consiste em um pictograma bran-
co sobre fundo azul (referência Munsell 10B5/10 ou Pantone 2925 C). Este símbolo pode, opcionalmente ser representado
em branco e preto (pictograma branco sobre fundo preto ou pictograma preto sobre fundo branco), conforme figura 26. A
figura deve estar sempre voltada para a direita, conforme
figura 27. Nenhuma modificação, estilização ou adição deve ser feita a este símbolo.
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5.4.2.2 Finalidade
O símbolo internacional de pessoas com deficiência visual deve indicar a existência de equipamentos, mobiliário e
serviços para pessoas com deficiência visual.
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5.4.3.2 Aplicação
O símbolo internacional de pessoa com surdez deve ser utilizado em todos os locais, equipamentos, produtos, proce-
dimentos ou serviços para pessoa com deficiência auditiva (surdez).
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5.5.2.4 Quando a sinalização for retroiluminada, o fundo deve ter cor contrastante, a figura e o texto devem ser trans-
lúcidos e a luz deve ser branca.
5.5.2.5 Quando for necessária a adaptação a pouca luz pelo observador, deve ser utilizado texto ou figura clara sobre
fundo escuro, mantendo-se o contraste.
5.5.3 Textos de orientação
5.5.3.1 Redação
Os textos contendo orientações, instruções de uso de áreas, objetos ou equipamentos, regulamentos e normas de
conduta e utilização devem:
a) conter as mesmas informações escritas em Braille;
b) conter apenas uma oração – uma sentença completa, com sujeito, verbo e predicado, nesta ordem;
c) estar na forma ativa e não passiva;
d) estar na forma afirmativa e não negativa;
e) estar escritos na sequência das ações, enfatizando a maneira correta de se realizar uma tarefa.
5.5.3.2 Representação
As informações dirigidas às pessoas com baixa visão devem utilizar texto impresso em fonte tamanho 16, com traços
simples e uniformes e algarismos arábicos, em cor preta sobre fundo branco.
Recomenda-se a combinação de letras maiúsculas e minúsculas (caixas alta e baixa), exceto quando forem destinadas
à percepção tátil.
Recomenda-se a utilização de letras sem serifa, evitando-se padrões ou traços internos, fontes itálicas, recortadas, ma-
nuscritas, com sombras, com aparência tridimensional ou distorcidas (aparentando ser excessivamente largas, altas
ou finas).
5.5.3.3 Distâncias
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5.5.5 Figura
5.5.5.1 Representação
O desenho das figuras deve atender às seguintes condições:
a) contornos fortes e bem definidos;
b) simplicidade nas formas e poucos detalhes; c) forma fechada, completa, com continuidade; d) estabilidade da
forma;
e) simetria.
5.5.5.2 Dimensionamento
Para a sinalização interna dos ambientes, a dimensão mínima das figuras deve ser de 15 cm, considerando a legibili-
dade a uma distância máxima de 30 m. Para distâncias superiores deve-se obedecer à relação entre distância de leitura e
altura do pictograma de 1:200.
5.5.6 Composições de sinalização visual
As figuras 51 e 52 exemplificam composições de sinalização visual. Eventuais informações em texto, caracteres
em relevo ou em Braille devem ser posicionadas abaixo da figura.
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5.6.1.3
O arranjo de seis pontos e o espaçamento entre as celas Braille, conforme figura 53, devem atender às seguintes con-
dições:
a) diâmetro do ponto na base: 2 mm;
b) espaçamento vertical e horizontal entre pontos – medido a partir do centro de um ponto até o centro do próximo
ponto: 2,7 mm;
c) largura da cela Braille: 4,7 mm;
d) altura da cela Braille:7,4 mm;
e) separação horizontal entre as celas Braille: 6,6 mm;
f) separação vertical entre as celas Braille: 10,8 mm;
g) altura do ponto: 0,65 mm.
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5.14.1.2 A sinalização tátil de alerta deve ser instalada perpendicularmente ao sentido de deslocamento nas seguin-
tes situações:
a) obstáculos suspensos entre 0,60 m e 2,10 m de altura do piso acabado, que tenham o volume maior na parte supe-
rior do que na base, devem ser sinalizados com piso tátil de alerta. A superfície a ser sinalizada deve exceder em 0,60 m a
projeção do obstáculo, em toda a superfície ou somente no perímetro desta, conforme figura 60;
b) nos rebaixamentos de calçadas, em cor contrastante com a do piso, conforme figuras 61 e 62;
c) no início e término de escadas fixas, escadas rolantes e rampas, em cor contrastante com a do piso, com largura
entre 0,25 m a 0,60 m, afastada de 0,32 m no máximo do ponto onde ocorre a mudança do plano, conforme exemplifica a
figura 63;
d) junto às portas dos elevadores, em cor contrastante com a do piso, com largura entre 0,25 m a 0,60 m,
afastada de 0,32 m no máximo da alvenaria, conforme exemplifica a figura 64;
e) junto a desníveis, tais como plataformas de embarque e desembarque, palcos, vãos, entre outros, em cor contras-
tante com a do piso. Deve ter uma largura entre 0,25 m e 0,60 m, instalada ao longo de toda a extensão onde houver risco
de queda, e estar a uma distância da borda de no mínimo 0,50 m, conforme figura 65.
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5.14.2.3
A sinalização tátil direcional deve ser utilizada em áreas de circulação na ausência ou
interrupção da guia de balizamento, indicando o caminho a ser percorrido e em espaços amplos.
5.14.3 Composição da sinalização tátil de alerta e direcional
Para a composição da sinalização tátil de alerta e direcional, sua aplicação deve atender às seguintes condições:
a) quando houver mudança de direção entre duas ou mais linhas de sinalização tátil direcional, deve haver uma área
de alerta indicando que existem alternativas de trajeto. Essas áreas de alerta devem ter dimensão proporcional à largura da
sinalização tátil direcional, conforme figura 67;
b) quando houver mudança de direção formando ângulo superior a 90°, a linha-guia deve ser sinalizada com piso tátil
direcional, conforme figura 68;
c) nos rebaixamentos de calçadas, quando houver sinalização tátil direcional, esta deve encontrar com a sinalização
tátil de alerta, conforme figuras 69 e 70;
d) nas portas de elevadores, quando houver sinalização tátil direcional, esta deve encontrar a sinalização tátil de alerta,
na direção da botoeira, conforme figura 71;
e) nas faixas de travessia, deve ser instalada a sinalização tátil de alerta no sentido perpendicular ao deslocamento,
à distância de 0,50 m do meio-fio. Recomenda-se a instalação de sinalização tátil direcional no sentido do deslocamento,
para que sirva de linha-guia, conectando um lado da calçada ao outro, conforme figuras 72 e 73;
f) nos pontos de ônibus devem ser instalados a sinalização tátil de alerta ao longo do meio fio e o piso tátil direcional,
demarcando o local de embarque e desembarque, conforme figura 74.
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6.3.4 Nas áreas de resgate deve ser previsto o espaço para um M.R. a cada 500 pessoas ou fração.
6.5 Rampas
6.5.1 Dimensionamento
6.5.1.1 A inclinação das rampas, conforme figura 79, deve ser calculada segundo a seguinte equação:
×1
c
i
h × 100
i=
onde:
i é a inclinação, em porcentagem;
h é a altura do desnível;
c é o comprimento da projeção horizontal.
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6.5.1.2
As rampas devem ter inclinação de acordo com os limites estabelecidos na tabela 5.
Para inclinação entre 6,25% e 8,33% devem ser previstas áreas de descanso nos patamares, a cada 50 m de percurso.
6.5.1.5 A projeção dos corrimãos pode incidir dentro da largura mínima admissível da rampa em até
10 cm de cada lado, exceto nos casos previstos em 0.
6.5.1.6 A largura das rampas (L) deve ser estabelecida de acordo com o fluxo de pessoas. A largura livre mínima reco-
mendável para as rampas em rotas acessíveis é de 1,50 m, sendo o mínimo admissível 1,20 m, conforme figura 80.
6.5.1.7 Quando não houver paredes laterais as rampas devem incorporar guias de balizamento com altura mínima de
0,05 m, instaladas ou construídas nos limites da largura da rampa e na projeção dos guarda-corpos, conforme figura 80.
guarda-corpos, conforme figura 80.
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6.5.1.8 Em edificações existentes, quando a construção de rampas nas larguras indicadas ou a adaptação da
largura das rampas for impraticável, podem ser executadas rampas com largura mínima de
0,90 m com segmentos de no máximo 4,00 m, medidos na sua projeção horizontal.
6.5.1.9 Para rampas em curva, a inclinação máxima admissível é de 8,33% (1:12) e o raio mínimo de
3,00 m, medido no perímetro interno à curva, conforme figura 81.
6.5.2.2 Entre os segmentos de rampa devem ser previstos patamares com dimensão longitudinal mínima de
1,20 m sendo recomendável 1,50 m. Os patamares situados em mudanças de direção devem ter dimensões iguais à largura
da rampa.
6.5.2.3 A inclinação transversal dos patamares não pode exceder 2% em rampas internas e 3% em rampas externas.
6.6 Degraus e escadas fixas em rotas acessíveis
Degraus e escadas fixas em rotas acessíveis devem estar associados à rampa ou ao equipamento de transporte vertical.
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6.7.1.1 Os corrimãos devem ser instalados em ambos os lados dos degraus isolados, das escadas fixas e das rampas.
6.7.1.2 Os corrimãos devem ter largura entre 3,0 cm e 4,5 cm, sem arestas vivas. Deve ser deixado um espaço livre de no
mínimo 4,0 cm entre a parede e o corrimão. Devem permitir boa empunhadura e deslizamento, sendo preferencialmente de
seção circular, conforme figura 85. deslizamento, sendo preferencialmente de seção circular, conforme figura 85.
6.7.1.3 Quando embutidos na parede, os corrimãos devem estar afastados 4,0 cm da parede de fundo e
15,0 cm da face superior da reentrância, conforme demonstrado na figura 15.
6.7.1.4 Os corrimãos laterais devem prolongar-se pelo menos 30 cm antes do início e após o término da rampa ou
escada, sem interferir com áreas de circulação ou prejudicar a vazão. Em edificações existentes, onde for impraticável pro-
mover o prolongamento do corrimão no sentido do caminhamento, este pode ser feito ao longo da área de circulação
ou fixado na parede adjacente, conforme figura 86. feito ao longo da área de circulação ou fixado na parede adjacente,
conforme figura 86.
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6.7.1.5 As extremidades dos corrimãos devem ter acabamento recurvado, ser fixadas ou justapostas à parede ou piso,
ou ainda ter desenho contínuo, sem protuberâncias, conforme figuras 87 a 89.
6.7.1.6 Para degraus isolados e escadas, a altura dos corrimãos deve ser de 0,92 m do piso, medidos de sua geratriz su-
perior. Para rampas e opcionalmente para escadas, os corrimãos laterais devem ser instalados a duas alturas: 0,92 m e 0,70
m do piso, medidos da geratriz superior. instalados a duas alturas: 0,92 m e 0,70 m do piso, medidos da geratriz superior.
6.7.1.7 Os corrimãos laterais devem ser contínuos, sem interrupção nos patamares das escadas ou rampas, conforme
exemplos ilustrados na figura 88.
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6.8.4.4
Na área de espera para embarque dos pavimentos atendidos pela plataforma de elevação inclinada deve haver dis-
positivo de comunicação para solicitação de auxílio quando da utilização do equipamento.
6.8.5 Esteira rolante horizontal ou inclinada
6.8.5.1 Na esteira rolante deve haver sinalização visual e tátil informando as instruções de uso.
6.8.5.2 Nas esteiras rolantes com inclinação superior a 5%, deve haver sinalização visual informando a obrigatoriedade
de acompanhamento por pessoal habilitado durante sua utilização por pessoas em cadeira de rodas.
6.8.5.3 Nos pavimentos atendidos pela esteira rolante deve haver dispositivo de comunicação para solicitação de au-
xílio.
6.8.6 Escada rolante
6.8.6.1 Na escada rolante deve haver sinalização visual com instruções de uso.
6.8.6.2 Nas escadas rolantes com plataforma para cadeira de rodas deve haver sinalização visual e tátil informando as
instruções de uso e sinalização visual informando a obrigatoriedade de acompanhamento por pessoal habilitado durante
sua utilização por pessoa em cadeira de rodas.
6.8.6.3 Nos pavimentos atendidos pelas escadas rolantes com plataforma para cadeira de rodas deve haver dispositivo
de comunicação para solicitação de auxílio para utilização por pessoas em cadeira de rodas.
6.8.7 Dispositivos complementares de acessibilidade
Equipamentos cuja utilização seja limitada, tais como plataformas com assento fixo, ou ainda que necessitem de as-
sistência de terceiros para sua utilização, tais como transportador de cadeira de rodas com esteira, somente podem ser
utilizados em residências unifamiliares.
6.9 Circulação interna
6.9.1 Corredores
6.9.1.1 Os corredores devem ser dimensionados de acordo com o fluxo de pessoas, assegurando uma faixa livre de
barreiras ou obstáculos, conforme 6.10.8. As larguras mínimas para corredores em edificações e equipamentos urbanos são:
a) 0,90 m para corredores de uso comum com extensão até 4,00 m;
b) 1,20 m para corredores de uso comum com extensão até 10,00 m; e 1,50 m para corredores com extensão superior
a 10,00 m;
c) 1,50 m para corredores de uso público;
d) maior que 1,50 m para grandes fluxos de pessoas, conforme aplicação da fórmula apresentada em 6.10.8.
6.9.1.2 Em edificações e equipamentos urbanos existentes onde a adequação dos corredores seja impraticável, devem
ser implantados bolsões de retorno com dimensões que permitam a manobra completa de uma cadeira de rodas (180°),
sendo no mínimo um bolsão a cada 15,00 m. Neste caso, a largura mínima de corredor em rota acessível deve ser de 0,90 m.
6.9.1.3 Para transposição de obstáculos, objetos e elementos com no máximo 0,40 m de extensão, a largura mínima do
corredor deve ser de 0,80 m, conforme 4.3.2. Acima de 0,40 m de extensão, a largura mínima deve ser de 0,90 m.
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6.9.2 Portas
As figuras 92 e 93 exemplificam espaços necessários junto às portas, para sua transposição por P.C.R.
6.9.2.1 As portas, inclusive de elevadores, devem ter um vão livre mínimo de 0,80 m e altura mínima de 2,10 m. Em
portas de duas ou mais folhas, pelo menos uma delas deve ter o vão livre de 0,80 m.
6.9.2.2 O mecanismo de acionamento das portas deve requerer força humana direta igual ou inferior a 36 N.
6.9.2.3 As portas devem ter condições de serem abertas com um único movimento e suas maçanetas devem ser do
tipo alavanca, instaladas a uma altura entre 0,90 m e 1,10 m. Quando localizadas em rotas acessíveis, recomenda-se que
as portas tenham na sua parte inferior, inclusive no batente, revestimento resistente a impactos provocados por bengalas,
muletas e cadeiras de rodas, até a altura de 0,40 m a partir do piso, conforme figura 94.
6.9.2.4 As portas de sanitários, vestiários e quartos acessíveis em locais de hospedagem e de saúde devem ter um
puxador horizontal, conforme a figura 94, associado à maçaneta. Deve estar localizado a uma distância de 10 cm da face
onde se encontra a dobradiça e com comprimento igual à metade da largura da porta. Em reformas sua utilização é reco-
mendada quando não houver o espaço exigido nas figuras 92 e 93.
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6.9.2.5
As portas do tipo vaivém devem ter visor com largura mínima de 0,20 m, tendo sua face inferior situada entre 0,40 m e
0,90 m do piso, e a face superior no mínimo a 1,50 m do piso. O visor deve estar localizado entre o eixo vertical central da
porta e o lado oposto às dobradiças da porta, conforme figura 95.
6.9.2.6 Quando as portas forem providas de dispositivos de acionamento pelo usuário, estes devem estar instalados à
altura entre 0,90 m e 1,10 m do piso acabado. Quando instalados no sentido de varredura da porta, os dispositivos devem
distar entre 0,80 m e 1,00 m da área de abertura.
6.9.2.7 Quando as portas forem acionadas por sensores ópticos, estes devem estar ajustados para detectar pessoas de
baixa estatura, crianças e usuários de cadeiras de rodas. Deve também ser previsto dispositivo de segurança que impeça o
fechamento da porta sobre a pessoa.
6.9.2.8 Em portas de correr, recomenda-se a instalação de trilhos na sua parte superior. Os trilhos ou as guias inferiores
devem estar nivelados com a superfície do piso, e eventuais frestas resultantes da guia inferior devem ter largura de no
máximo 15 mm.
6.9.2.9 O vão livre de 0,80 m, previsto em 0, deve ser garantido também no caso de portas de correr e sanfonadas, onde
as maçanetas impedem seu recolhimento total, conforme figura 96.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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6.9.2.10 Quando instaladas em locais de prática de esportes, as portas devem ter vão livre mínimo de 1,00 m.
6.9.3 Janelas
6.9.3.1 A altura das janelas deve considerar os limites de alcance visual conforme 4.8, exceto em locais onde deva pre-
valecer a segurança e a privacidade.
6.9.3.2 Cada folha ou módulo de janela deve poder ser operado com um único movimento, utilizando apenas uma das
mãos. Os comandos devem atender ao disposto em 4.6.
6.10.3 Inclinação
Calçadas, passeios e vias exclusivas de pedestres que tenham inclinação superior a 8,33% (1:12) não podem compor
rotas acessíveis.
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F
L = + ∑ i
K
≥ 1,20
onde:
L é a largura da faixa livre;
F é o fluxo de pedestres estimado ou medido nos horários de pico (pedestres por minuto por metro);
K = 25 pedestres por minuto;
Σ i é o somatório dos valores adicionais relativos aos fatores de impedância.
Os valores adicionais relativos a fatores de impedância ( i ) são:
a) 0,45 m junto a vitrines ou comércio no alinhamento;
b) 0,25 m junto a mobiliário urbano;
c) 0,25 m junto à entrada de edificações no alinhamento.
6.10.9 Faixas de travessia de pedestres
6.10.9.1 As faixas devem ser executadas conforme o Código de Trânsito Brasileiro – Lei n.º 9.503, de 23 de setembro
de 1977, anexo II item 2.2.2 – Marcas transversais, alínea c.
6.10.9.2 As faixas devem ser aplicadas nas seções de via onde houver demanda de travessia, junto a semáforos,
focos de pedestres, no prolongamento das calçadas e passeios.
6.10.9.3 A largura da faixa de travessia de pedestres é determinada pelo fluxo de pedestres no local, segundo a
seguinte equação:
F
L= >4
K
onde:
L é a largura da faixa, em metros;
F é o fluxo de pedestres estimado ou medido nos horários de pico (pedestres por minuto por metro);
K = 25 pedestres por minuto.
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6.10.11.2 Não deve haver desnível entre o término do rebaixamento da calçada e o leito carroçável.
6.10.11.3 Os rebaixamentos de calçadas devem ser construídos na direção do fluxo de pedestres. A inclinação
deve ser constante e não superior a 8,33% (1:12), conforme exemplos A, B, C e D da figura 100.
6.10.11.4 A largura dos rebaixamentos deve ser igual à largura das faixas de travessia de pedestres, quando o fluxo
de pedestres calculado ou estimado for superior a 25 pedestres/min/m.
6.10.11.5 Em locais onde o fluxo de pedestres for igual ou inferior a 25 pedestres/min/m e houver interfe-
rência que impeça o rebaixamento da calçada em toda a extensão da faixa de travessia, admite-se rebaixamento da calçada
em largura inferior até um limite mínimo de 1,20 m de largura de rampa.
6.10.11.6 Quando a faixa de pedestres estiver alinhada com a calçada da via transversal, admite-se o rebaixamento
total da calçada na esquina, conforme figura 100 – rebaixamento C.
6.10.11.7 Onde a largura do passeio não for suficiente para acomodar o rebaixamento e a faixa livre (figura 100 –
rebaixamentos A e B), deve ser feito o rebaixamento total da largura da calçada, com largura mínima de 1,50 m e com
rampas laterais com inclinação máxima de 8,33%, conforme figura 100 – rebaixamento D.
6.10.11.8 Os rebaixamentos das calçadas localizados em lados opostos da via devem estar alinhados entre si.
6.10.11.9 Deve ser garantida uma faixa livre no passeio, além do espaço ocupado pelo rebaixamento, de no mínimo
0,80 m, sendo recomendável 1,20 m (ver figura 100 - rebaixamento A).
6.10.11.10 As abas laterais dos rebaixamentos (ver figura 100 - rebaixamento A) devem ter projeção horizontal
mínima de 0,50m e compor planos inclinados de acomodação A inclinação máxima recomendada é de 10%.
6.10.11.11 Quando a superfície imediatamente ao lado dos rebaixamentos contiver obstáculos, as abas laterais podem
ser dispensadas. Neste caso, deve ser garantida faixa livre de no mínimo 1,20 m, sendo o recomendável 1,50 m, conforme
figura 100 – rebaixamento B.
6.10.11.12 Os rebaixamentos de calçadas devem ser sinalizados conforme figura 61.
6.10.11.13 Os rebaixamentos de calçadas podem ser executados conforme exemplos A, B, C e D da figura 100.
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6.10.12.1 Esquina
As figuras 101 a 103 demonstram alguns exemplos de rebaixamento de calçada nas esquinas.
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c) ter sinalização vertical para vagas em via pública, conforme figura 109, e para vagas fora da via pública, conforme
figura 110;
d) quando afastadas da faixa de travessia de pedestres, conter espaço adicional para circulação de cadeira de rodas e
estar associadas à rampa de acesso à calçada;
e) estar vinculadas a rota acessível que as interligue aos pólos de atração;
f) estar localizadas de forma a evitar a circulação entre veículos.
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6.12.3.1
As vagas nas vias públicas devem ser reservadas e estabelecidas conforme critérios do órgão de
trânsito com jurisdição sobre a via, respeitado o Código de Trânsito Brasileiro.
7 Sanitários e vestiários
7.1 Tolerâncias dimensionais
Os valores identificados como máximos e mínimos nesta seção devem ser considerados absolutos. Demais dimensões
devem ter tolerâncias de mais ou menos 10 mm.
7.2 Condições gerais
Os sanitários e vestiários acessíveis devem obedecer aos parâmetros desta Norma no que diz respeito à instalação de
bacia, mictório, lavatório, boxe de chuveiro, acessórios e barras de apoio, além das áreas de circulação, transferência, apro-
ximação e alcance, conforme seção 4.
7.2.1 Localização e sinalização
Os sanitários e vestiários acessíveis devem localizar-se em rotas acessíveis, próximos à circulação principal, preferencial-
mente próximo ou integrados às demais instalações sanitárias, e ser devidamente sinalizados conforme 5.4.4.2.
Em sanitários acessíveis isolados é necessária a instalação de dispositivo de sinalização de emergência ao lado da bacia
e do boxe do chuveiro, a uma altura de 400 mm do piso acabado, para acionamento em caso de queda.
7.2.2 Quantificação
Os sanitários e vestiários de uso comum ou uso público devem ter no mínimo 5% do total de cada peça instalada
acessível, respeitada no mínimo uma de cada. Quando houver divisão por sexo, as peças devem ser consideradas separa-
damente para efeito de cálculo. Recomenda-se a instalação de uma bacia infantil para uso de crianças e de pessoas com
baixa estatura.
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Quando executadas em material metálico, as barras de apoio e seus elementos de fixação e instalação devem ser de
material resistente à corrosão, e com aderência, conforme ABNT NBR 10283 e ABNT NBR 11003.
7.2.5 Piso
O piso dos sanitários e vestiários deve seguir as condições especificadas em 6.1.1.
7.3 Sanitários
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b) na impossibilidade de instalação de barras nas paredes laterais, são admitidas barras laterais articuladas ou fixas
(com fixação na parede de fundo), desde que sejam observados os parâmetros de segurança e dimensionamento estabele-
cidos conforme 7.2.4, e que estas e seus apoios não interfiram na área de giro e transferência. A distância entre esta barra
e o eixo da bacia deve ser de 0,40 m, sendo que sua extremidade deve estar a uma distância mínima de 0,20 m da borda
frontal da bacia, conforme figura 117;
c) no caso de bacias com caixa acoplada, deve-se garantir a instalação da barra na parede do fundo, de forma a se
evitar que a caixa seja utilizada como apoio. A distância mínima entre a face inferior da barra e a tampa da caixa acoplada
deve ser de 0,15 m, conforme figura 118.
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Quando a bacia tiver altura inferior à estipulada em 7.3.1.3, deve ser ajustada de uma das seguintes formas:
a) instalação de sóculo na base da bacia, devendo acompanhar a projeção da base da bacia não ultrapassando
em 0,05 m o seu contorno, conforme figura 121;
b) utilização de assento que ajuste a altura final da bacia para a medida estipulada em 7.3.1.3.
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7.3.3.2
Em caso de reformas, quando for impraticável a instalação de boxes com as dimensões que
atendam às condições acima especificadas, são admissíveis boxes com dimensões mínimas, de forma que atendam
pelo menos uma forma de transferência, ou se considere área de manobra externamente ao boxe, conforme figura 126.
Neste caso, as portas devem ter 1,00 m de largura.
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7.3.3.3 Deve ser instalado um lavatório dentro do boxe, em local que não interfira na área de transferência.
7.3.3.4 Quando a porta instalada for do tipo de eixo vertical, ela deve abrir para o lado externo do boxe.
7.3.3.5 Quando instalado em locais de prática de esportes, as portas dos boxes devem atender a 6.9.2.10.
7.3.3.6 Recomenda-se a instalação de ducha higiênica ao lado da bacia, dotada de registro de pressão para regulagem
da vazão.
7.3.4.3 Comandos
O chuveiro deve ser equipado com desviador para ducha manual e o controle de fluxo (ducha/chuveiro) deve ser na
ducha manual. Os registros ou misturadores devem ser do tipo alavanca, preferencialmente de monocomando, e ser insta-
lados a 0,45 m da parede de fixação do banco e a uma altura de 1,00 m do piso acabado. A ducha manual deve estar a 0,30
m da parede de fixação do banco e a uma altura de 1,00 m do piso acabado, conforme figuras 128 a 130.
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7.3.4.5 Desnível
Admite-se que o piso do boxe para chuveiro tenha um desnível máximo de 1,5 cm do restante do sanitário. Quando
superiores a 0,5 cm e até 1,5 cm, os desníveis devem ser tratados como rampa, com inclinação máxima de 1:2 (50%), de
acordo com 6.1.4.
7.3.5 Banheira
7.3.5.1 Deve ser prevista área de transferência lateral, de forma a permitir aproximação paralela à banheira, devendo
estender-se 0,30 m mínimo além da parede da cabeceira. A transferência pode ser feita das seguintes formas:
a) plataformas fixas niveladas com sua cabeceira, com profundidade mínima de 0,40 m e comprimento igual à exten-
são total da cabeceira. É aconselhável a existência de parede ao fundo desta plataforma, para servir como encosto;
b) plataformas móveis para transferência (figuras 131 e 132).
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7.3.5.5 A plataforma para transferência, bem como o fundo da banheira, devem ter superfície antiderrapante,
não devendo ser excessivamente abrasiva.
7.3.5.6 A existência da banheira acessível não elimina a necessidade do boxe acessível para chuveiro.
7.3.6 Lavatório
7.3.6.1 Deve ser prevista área de aproximação frontal para P.M.R., conforme figura 134, e para P.C.R., conforme figura
135, devendo estender-se até o mínimo de 0,25 m sob o lavatório.
7.3.6.2 Os lavatórios devem ser suspensos, sendo que sua borda superior deve estar a uma altura de 0,78 m a 0,80 m do piso
acabado e respeitando uma altura livre mínima de 0,73 m na sua parte inferior frontal. O sifão e a tubulação devem estar situados
a no mínimo 0,25 m da face externa frontal e ter dispositivo de proteção do tipo coluna suspensa ou similar. Não é permitida a
utilização de colunas até o piso ou gabinetes. Sob o lavatório não deve haver elementos com superfícies cortantes ou abrasivas.
7.3.6.3 As torneiras de lavatórios devem ser acionadas por alavanca, sensor eletrônico ou dispositivos equivalentes.
Quando forem utilizados misturadores, estes devem ser preferencialmente de monocomando.
O comando da torneira deve estar no máximo a 0,50 m da face externa frontal do lavatório, conforme figura 136.
7.3.6.4 Devem ser instaladas barras de apoio junto ao lavatório, na altura do mesmo, conforme exemplos da
figura 136. exemplos da figura 136.
No caso de lavatórios embutidos em bancadas, devem ser instaladas barras de apoio fixadas nas paredes laterais aos
lavatórios das extremidades, conforme figura 137.
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7.3.7 Mictório
7.3.7.1 Deve ser prevista área de aproximação frontal em mictório para P.M.R., conforme figura 138, e para P.C.R.,
conforme figura 139.
7.3.7.2
Os mictórios suspensos devem estar localizados a uma altura de 0,60 m a 0,65 m da borda
frontal ao piso acabado, conforme figura 140. O acionamento da descarga, quando houver, deve estar a uma altura de
1,00 m do seu eixo ao piso acabado, requerer leve pressão e ser preferencialmente do tipo alavanca ou com mecanismos
automáticos. Recomenda-se que a força de acionamento humano seja inferior a 23 N.
7.3.7.3 Para mictórios de piso devem ser seguidas as mesmas recomendações dos mictórios suspensos, conforme
figura 140.
7.3.7.4 O mictório deve ser provido de barras verticais de apoio, fixadas com afastamento de 0,60 m, centralizado pelo
eixo da peça, a uma altura de 0,75 m do piso acabado e comprimento mínimo de 0,70 m, conforme figura 140.
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7.3.8.1 Espelhos
A altura de instalação dos espelhos deve atender às seguintes condições:
a) quando o espelho for instalado em posição vertical, a altura da borda inferior deve ser de no máximo 0,90 m e a da
borda superior de no mínimo 1,80 m do piso acabado, conforme figura 142-a);
o
b) quando o espelho for inclinado em 10 em relação ao plano vertical, a altura da borda inferior deve ser de no má-
ximo 1,10 m e a da borda superior de no mínimo 1,80 m do piso acabado, conforme figura 142-b). no máximo 1,10 m e a
da borda superior de no mínimo 1,80 m do piso acabado, conforme figura 142-b).
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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7.3.8.2 Papeleiras
As papeleiras embutidas ou que avancem até 0,10 m em relação à parede devem estar localizadas a uma altura de 0,50
m a 0,60 m do piso acabado e a distância máxima de 0,15 m da borda frontal da bacia, conforme figura 143-a). No caso de
papeleiras que por suas dimensões não atendam ao anteriormente descrito, devem estar alinhadas com a borda frontal da
bacia e o acesso ao papel deve estar entre 1,00 m e 1,20 m do piso acabado conforme figura 143-b).
7.3.8.3 Cabide
Deve ser instalado cabide junto a lavatórios, boxes de chuveiro, bancos de vestiários, trocadores e boxes de bacia sani-
tária, a uma altura entre 0,80 m a 1,20 m do piso acabado, conforme figura 141. Recomenda-se que não seja instalado atrás
de portas e que não crie saliência pontiaguda.
7.3.8.4 Porta-objetos
Deve ser instalado um porta-objetos junto aos lavatórios e dentro do boxe de bacia sanitária, a uma altura entre 0,80
m e 1,20 m, com profundidade máxima de 0,25 m, em local que não interfira nas áreas de transferência e manobra e na
utilização das barras de apoio.
7.4 Vestiários
7.4.1 Bancos
Os bancos devem ser providos de encosto, ter profundidade mínima de 0,45 m e ser instalados a uma altura de 0,46 m
do piso acabado. Recomenda-se espaço inferior de 0,30 m livre de qualquer saliência ou obstáculo, para permitir eventual
área de manobra, conforme figura 144. Deve ser reservado um espaço de 0,30 m atrás do banco para garantir a transfe-
rência lateral, conforme figura 144.
Os bancos devem estar dispostos de forma a garantir as áreas de manobra, transferência e circulação, conforme seção 4.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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7.4.2 Armários
A altura de utilização de armários deve estar entre 0,40 m e 1,20 m do piso acabado. A altura de fixação dos puxadores
e fechaduras deve estar em uma faixa entre 0,80 m e 1,20 m. As prateleiras devem ter profundidade máxima que
atenda aos parâmetros estabelecidos em 4.6.
A projeção de abertura das portas dos armários não deve interferir na área de circulação mínima de 0,90 m e as prate-
leiras, gavetas e cabides devem possuir profundidade e altura que atendam às faixas de alcance manual e visual, conforme
seção 4.
7.4.3 Cabinas
Os vestiários em cabinas individuais acessíveis devem ter dimensões mínimas de 1,80 m x 1,80 m, com uma superfície
para troca de roupas na posição deitada, de dimensões mínimas de 0,80 m de largura, 1,80 m de comprimento e altura de
0,46 m, providos de barras de apoio, espelhos e cabides. Deve ser garantida a área de transferência, podendo as áreas
de circulação e manobra estarem externas às cabinas, conforme figura 145.
7.4.3.1 As barras de apoio em cabinas de vestiários devem ser horizontais, com comprimento mínimo de
0,80 m. Devem ser fixadas junto à superfície de troca de roupas, a uma altura de 0,75 m do piso acabado. Uma delas
deve estar na parede da cabeceira, a 0,30 m de distância da parede lateral, e a outra na parede lateral, a 0,40 m da parede
da cabeceira.
7.4.3.2 A porta da cabina deve atender a 6.9.2, tendo sentido de abertura para o lado externo à cabina.
7.4.4 Espelhos
Os espelhos devem ter sua borda inferior a uma altura de 0,30 m e a superior a uma altura máxima de 1,80 m do piso
acabado.
7.4.5 Cabides
Os cabides devem ser instalados em altura dentro da faixa de alcance entre 0,80 m e 1,20 m do piso acabado. Reco-
menda-se que não sejam instaladas atrás de portas e que não criem saliência pontiaguda.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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8 Equipamentos urbanos
8.1 Bens tombados
8.1.1 Todos os projetos de adaptação para acessibilidade de bens tombados devem obedecer às condições
descritas nesta Norma, porém atendendo aos critérios específicos a serem aprovados pelos órgãos do patrimônio histórico
e cultural competentes.
8.1.2 Nos casos de áreas ou elementos onde não seja possível promover a adaptação do imóvel para torná-lo acessí-
vel ou visitável, deve-se garantir o acesso por meio de informação visual, auditiva ou tátil das áreas ou dos elementos cuja
adaptação seja impraticável.
8.1.3 No caso de sítios considerados inacessíveis ou com visitação restrita, devem ser oferecidos mapas, maquetes,
peças de acervo originais ou suas cópias, sempre proporcionando a possibilidade de serem tocados para compreensão
tátil. tocados para compreensão tátil.
8.2.1.1 Quantidade dos espaços para P.C.R. e assentos para P.M.R. e P.O.
A quantidade dos espaços deve estar de acordo com a tabela 8.
8.2.1.2 Localização dos espaços para P.C.R. e assentos para P.M.R. e P.O.
8.2.1.2.1 Em cinemas, a distância mínima para a localização dos espaços para P.C.R. e os assentos para P.M.R. deve
ser calculada traçando-se um ângulo visual de no máximo 30º a partir do limite superior da tela até a linha do horizonte
visual com altura de 1,15 m do piso conforme figura 146. até a linha do horizonte visual com altura de 1,15 m do piso
conforme figura 146.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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8.2.1.2.2
Em teatros, auditórios ou similares, a localização dos espaços para P.C.R. e dos assentos para
P.M.R. deve ser calculada de forma a garantir a visualização da atividade desenvolvida no palco, conforme figura 147.
8.2.1.2.3 A localização dos espaços deve ser calculada traçando-se um ângulo visual de 30º a partir do limite superior
da boca de cena até a linha do horizonte visual (L.H.), com a altura de 1,15 m do piso. A altura do piso do palco deve ser
inferior à L.H. visual com altura de 1,15 m do piso da localização do espaço para P.C.R. e assentos para P.M.R., conforme
figura 147.
8.2.1.2.4 Quando existir anteparo em frente aos espaços para P.C.R., sua altura e distância não devem bloquear o
ângulo visual de 30º medido a partir da linha visual padrão com altura de 1,15 m do piso até o limite inferior da tela ou local
do palco onde a atividade é desenvolvida, conforme figura 148. limite inferior da tela ou local do palco onde a atividade é
desenvolvida, conforme figura 148.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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8.2.1.2.5 Os assentos para P.M.R. e P.O. devem estar localizados junto aos corredores e de preferência nas fileiras
contíguas às passagens transversais, sendo que os apoios para braços no lado junto aos corredores devem ser do tipo
basculantes ou removíveis, conforme figura 152.
8.2.1.3 Dimensões dos espaços para P.C.R. e assentos para P.M.R. e P.O.
8.2.1.3.1 O espaço para P.C.R. deve possuir as dimensões mínimas de 0,80 m por 1,20 m, acrescido de faixa de no
mínimo 0,30 m de largura, localizada na frente, atrás ou em ambas posições. Os espaços para P.C.R. devem estar desloca-
dos 0,30 m em relação à cadeira ao lado para que a pessoa em cadeira de rodas e seus acompanhantes fiquem na mesma
direção. Quando os espaços para P.C.R. estiverem localizados em fileiras intermediárias, devem ser garantidas faixas de no
mínimo 0,30 m de largura atrás e na frente deles, conforme figuras 149 a 151.
conforme figuras 149 a 151.
8.2.1.3.2 Os assentos para P.M.R. devem possuir um espaço livre frontal de no mínimo 0,60 m, conforme figura 152.
8.2.1.3.3 Os assentos para P.O. devem ter largura equivalente à de dois assentos adotados no local e possuir um
espaço livre frontal de no mínimo 0,60 m, conforme figura 152. Estes assentos devem suportar uma carga de no mínimo
250 kg.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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8.2.1.5 Camarins
Pelo menos um camarim para cada sexo deve ser acessível. Quando somente existir um camarim de uso unissex, este
deve ser acessível, conforme seção 7.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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8.3.1.3 Quando forem previstos telefones, interfones ou similares, estes devem ser providos de sinal luminoso e con-
trole de volume de som, conforme 9.2.2.
8.3.1.4 Os dispositivos de sinalização e alarme de emergência devem alertar as pessoas com deficiência visual
e as pessoas com deficiência auditiva, conforme 5.7.3.
8.3.1.5 O sanitário deve possuir dispositivo de chamada para casos de emergências, conforme 7.2.1.
8.3.2 Cozinhas
Quando nas unidades acessíveis forem previstas cozinhas ou similares, deve ser garantida a condição de circulação,
aproximação e alcance dos utensílios, conforme seção 4. As pias devem possuir altura de no máximo 0,85 m, com altura
livre inferior de no mínimo 0,73 m, conforme figura 154.
72
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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8.5.1.2 Nas arquibancadas deve haver espaços para P.C.R. e assentos para P.M.R. e P.O., conforme 8.2.
8.5.1.3 Uma rota acessível deve interligar os espaços para P.C.R. e os assentos para P.M.R. e P.O. às áreas de apresen-
tação, incluindo quadras, vestiários e sanitários.
8.5.1.4 As áreas para prática de esportes devem ser acessíveis, exceto os campos gramados, arenosos ou similares.
8.5.1.5 Os sanitários e vestiários acessíveis devem estar localizados tanto nas áreas de uso público quanto nas áreas
para prática de esportes, conforme seção 7.
8.5.1.6 As cabinas acessíveis dos vestiários para praticantes de esportes devem atender a 7.4.3.
8.5.2 Piscinas
8.5.2.1 O piso no entorno das piscinas não deve ter superfície escorregadia ou excessivamente abrasiva. As bordas
e degraus de acesso à água devem ter acabamento arredondado.
8.5.2.2 O acesso à água deve ser garantido através de degraus, rampas submersas, bancos para transferência ou equi-
pamentos de transferência, conforme figuras 155 e 156.
8.5.2.3 A escada ou rampa submersa deve possuir corrimãos em três alturas, de ambos os lados, nas seguintes alturas:
0,45 m, 0,70 m e 0,92 m. A distância livre entre os corrimãos deve ser de no mínimo 0,80 m e no máximo 1,00 m.
8.5.2.4 Os degraus submersos devem ter piso de no mínimo 0,46 m e espelho de no máximo 0,20 m, conforme figura
156.
8.5.2.5 Quando o acesso à água for feito por banco de transferência, este deve atender ao seguinte:
a) ter altura de 0,46 m;
b) ter extensão de no mínimo 1,20 m e profundidade de 0,45 m;
c) garantir área para aproximação e manobra, sendo que a área para transferência junto ao banco não deve interferir
com a área de circulação;
d) o nível da água deve estar no máximo a 0,10 m abaixo do nível do assento do banco.
8.5.2.6 Quando da utilização de banco de transferência, este deve estar associado à rampa ou escada.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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8.5.2.7 O piso e a inclinação das rampas de acesso à 8.6.4 Pelo menos 5% dos sanitários, com no mínimo
água devem atender a 6.5. um sanitário para cada sexo, de uso dos alunos, devem ser
8.5.2.8 Recomenda-se a instalação de barras de apoio acessíveis, conforme seção 7. Recomenda-se, além disso,
nas bordas internas das piscinas, na altura do nível da água, que pelo menos outros 10% sejam adaptáveis para aces-
em locais que não interfiram com o acesso à água, confor- sibilidade.
me 7.2.4. 8.6.5 Pelo menos 5% dos sanitários, com no míni-
mo um sanitário para cada sexo, de uso de funcionários e
8.5.3 Parques, praças e locais turísticos professores, devem ser acessíveis, conforme seção 7. Reco-
8.5.3.1 Sempre que os parques, praças e locais menda-se, além disso, que pelo menos outros 10% sejam
turísticos admitirem pavimentação, mobiliário ou equi- adaptáveis para acessibilidade.
pamentos edificados ou montados, estes devem ser aces- 8.6.6 Todos os elementos do mobiliário interno
síveis. devem ser acessíveis, garantindo-se as áreas de apro-
8.5.3.2 Nos locais onde as características ambientais ximação e manobra e as faixas de alcance manual, visual e
sejam legalmente preservadas, deve-se buscar o máximo auditivo, conforme seções 4 e 9.
grau de acessibilidade com mínima intervenção no meio 8.6.7 Nas salas de aula, quando houver mesas in-
ambiente. dividuais para alunos, pelo menos 1% do total de mesas,
8.5.3.3 O piso das rotas acessíveis deve atender às es- com no mínimo uma para cada duas salas de aula, deve ser
pecificações contidas em 6.1.1. acessível a P.C.R. Quando forem utilizadas cadeiras do tipo
8.5.3.4 Pelo menos 5%, com no mínimo uma, do total universitário (com prancheta acoplada), devem ser dispo-
das mesas destinadas a jogos ou refeições devem atender nibilizadas mesas acessíveis a P.C.R. na proporção de pelo
a 9.3. Recomenda-se, além disso, que pelo menos outros menos 1% do total de cadeiras, com no mínimo uma para
10% sejam adaptáveis para acessibilidade. cada duas salas, conforme 9.3.
8.5.3.5 Quando se tratar de áreas tombadas deve-se 8.6.8 As lousas devem ser acessíveis e instaladas a
atender a 8.1. uma altura inferior máxima de 0,90 m do piso. Deve ser ga-
rantida a área de aproximação lateral e manobra da cadeira
8.5.4 Praias de rodas, conforme 4.3 e 4.5.
8.5.4.1 Quando da adaptação em praias o desnível en- 8.6.9 Todos os elementos do mobiliário urbano da
tre o passeio e a areia deve ser realizado através de rampa, edificação como bebedouros, guichês e balcões de atendi-
conforme 6.5. mento, bancos de alvenaria, entre outros, devem ser aces-
8.5.4.2 Estas rampas devem estar vinculadas a um piso síveis, conforme seção 9.
fixo ou removível que se prolongue em direção ao mar, 8.6.10 As escadas devem ser providas de corrimãos
com no mínimo 0,90 m de largura. em duas alturas, conforme 6.7.1.6.
8.5.4.3 Estes acessos devem estar sinalizados com o
símbolo internacional de acesso, conforme 5.4.1. 8.7 Bibliotecas e centros de leitura
8.5.4.4 Recomenda-se que, junto a cada área de aces- 8.7.1 Nas bibliotecas e centros de leitura, os locais de
so adaptado à praia, exista um sanitário unissex acessível, pesquisa, fichários, salas para estudo e leitura, terminais de
conforme 7.2.3. consulta, balcões de atendimento e áreas de convivência
devem ser acessíveis, conforme 9.5 e figura 157.
8.6 Escolas 8.7.2 Pelo menos 5%, com no mínimo uma das mesas
8.6.1 A entrada de alunos deve estar, preferencial- devem ser acessíveis, conforme 9.3. Recomenda- se, além
mente, localizada na via de menor fluxo de tráfego de veí- disso, que pelo menos outros 10% sejam adaptáveis para
culos. acessibilidade.
8.7.3 A distância entre estantes de livros deve ser de
8.6.2 Deve existir pelo menos uma rota acessível in-
no mínimo 0,90 m de largura, conforme figura 158. Nos
terligando o acesso de alunos às áreas administrativas, de
corredores entre as estantes, a cada 15 m, deve haver um
prática esportiva, de recreação, de alimentação, salas de espaço que permita a manobra da cadeira de rodas. Reco-
aula, laboratórios, bibliotecas, centros de leitura e demais menda-se a rotação de 180°, conforme 4.3.
ambientes pedagógicos. Todos estes ambientes devem ser rodas. Recomenda-se a rotação de 180°, conforme 4.3.
acessíveis.
8.6.3 Em complexos educacionais e campi univer-
sitários, quando existirem equipamentos complementares
como piscinas, livrarias, centros acadêmicos, locais de
culto, locais de exposições, praças, locais de hospeda-
gem, ambulatórios, bancos e outros, estes devem ser aces-
síveis.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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8.7.5 Recomenda-se que as bibliotecas possuam publicações em Braille, ou outros recursos audiovisuais.
8.7.6 Pelo menos 5% do total de terminais de consulta por meio de computadores e acesso à internet devem ser
acessíveis a P.C.R. e P.M.R. Recomenda-se, além disso, que pelo menos outros 10% sejam adaptáveis para acessibilidade.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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9.2.7 Anteparos
Nos telefones acessíveis para P.C.R., quando houver
anteparos superiores de proteção, estes devem possuir al-
tura livre de no mínimo 2,10 m do piso, para que também
ofereça conforto de utilização por pessoas em pé.
9.2.8 Cabinas
A cabina telefônica acessível para P.C.R. deve atender
ao seguinte:
a) deve ser garantido um M.R., posicionado para a
aproximação frontal ao telefone, sendo que o telefone
pode estar contido nesta área. O telefone deve ser instala-
9.2 Telefones do suspenso, na parede oposta à entrada conforme figura
9.2.1 Condições gerais 160;
9.2.1.1 Em espaços externos, pelo menos 5% dos tele- b) a entrada deve estar localizada no lado de menor
fones, com no mínimo um do total de telefones, devem ser dimensão. Deve possuir um vão livre de no mínimo
acessíveis para P.C.R. 0,80 m e quando houver porta de eixo vertical, seu sen-
9.2.1.2 Em edificações, deve haver pelo menos um te- tido de abertura deve ser para fora;
lefone acessível para P.C.R. por pavimento. Quando houver c) o piso da cabina deve estar em nível com o piso
instalação de conjuntos de telefones, o telefone acessível externo ou, se houver desnível, deve atender a 6.1.4;
para P.C.R. deve estar localizado junto a eles. junto a eles. d) quando existir superfície para apoio de objetos
9.2.2 Amplificador de sinal pessoais, esta deve ser instalada a uma altura entre 0,75
9.2.2.1 Em espaços externos, pelo menos 5% do total m e 0,85 m, com altura livre inferior de no mínimo 0,73
de telefones, com no mínimo um, deve dispor de amplifi- m do piso e com profundidade mínima de 0,30 m;
cador de sinal. e) recomenda-se a instalação de barras de apoio ver-
9.2.2.2 Em edificações, deve haver pelo menos um te- ticais.
lefone com amplificador de sinal por pavimento. Quando
houver instalação de conjuntos de telefones, o telefone
com amplificador de sinais deve estar localizado junto a
eles.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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9.3.2 Distribuição
As mesas ou superfícies devem estar localizadas junto às rotas acessíveis e, preferencialmente, distribuídas por todo o
espaço.
9.3.4 Altura
Deve estar entre 0,75 m e 0,85 m do piso.
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9.5 Balcões
9.5.1 Condições gerais
Os balcões de vendas ou serviços devem ser acessíveis a P.C.R., devendo estar localizados em rotas acessíveis.
9.5.2 Área de aproximação
9.5.2.1 Uma parte da superfície do balcão, com extensão de no mínimo 0,90 m, deve ter altura de no máximo 0,90 m
do piso. Deve ser garantido um M.R. posicionado para a aproximação frontal ao balcão, conforme figura 163.
9.5.2.2 Quando for prevista a aproximação frontal, o balcão deve possuir altura livre inferior de no mínimo 0,73 m do
piso e profundidade livre inferior de no mínimo 0,30 m. Deve ser garantido um M.R., posicionado para a aproximação fron-
tal ao balcão, podendo avançar sob o balcão até no máximo 0,30 m, conforme figura 163.
conforme figura 163.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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9.5.5 Bilheterias
9.5.5.1 Condições gerais
As bilheterias e atendimentos rápidos, exclusivamente para troca de valores, devem ser acessíveis a P.C.R., devendo
estar localizados em rotas acessíveis. O guichê deve ter altura máxima de 1,05 m do piso.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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9.5.6 Corredores
Os corredores junto a balcões de auto-serviço, balcões de caixas para pagamento, bilheterias ou similares, acessíveis
para P.C.R., devem estar vinculados a rotas acessíveis, garantindo-se as áreas de circulação e manobra no seu início e tér-
mino, conforme 4.3. Estes corredores devem ter largura de no mínimo 0,90 m, conforme figura 166.
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5.1.2.7 A sinalização indicativa de atendimento priori- 5.2.4.3 Quando houver a possibilidade de preenchi-
tário ou uso preferencial deve indicar os beneficiários des- mento do formulário nas próprias empresas prestadoras
se direito por meio de símbolos de acordo com 6.1.1. ou concessionárias do serviço, os equipamentos de-
5.1.2.8 A sinalização de orientação e os procedimen- vem dispor da tecnologia assistiva específica para que
tos para utilização dos equipamentos de segurança e das as pessoas com deficiência possam utilizá-los com auto-
facilidades existentes em situações de emergência devem nomia. Por exemplo: teclados e mouses alternativos, am-
estar de acordo com 5.12.2.5. pliadores de tela, sistemas de inversão de cores e leitor de
tela com síntese de voz, programa tradutor de texto para
5.2 Serviços ao público impressão em braille, entre outras.
5.2.1 Campanhas 5.2.5 Centrais de atendimento de emergência
Campanhas institucionais de prevenção de doenças e Toda central de atendimento de serviços de emergên-
cia deve:
acidentes e de promoção da cidadania devem utilizar os
a) receber ligações telefônicas provindas de TS e de
recursos de acessibilidade em comunicação, com redun-
telefones celulares com mensagem de texto;
dância, como mostrado no Anexo A. b) ter pessoal com noções de LIBRAS e de LIBRAS
5.2.2 Atendimento direto ao público tátil, de modo a se comunicar e interagir com o usuário
5.2.2.1 Todo atendimento direto ao público deve ser de LIBRAS, em atendimento de emergência. Por exemplo:
prestado por pessoas que tenham o domínio das neces- pedido de resgate ou ambulância.
sidades das pessoas com deficiência e das especifici- 5.2.6 Atendimento ao consumidor
dades dos surdos oralizados. Pelo menos um atendente 5.2.6.1 Para reclamação, consulta e resposta ao consu-
deve ter articulação orofacial que permita a leitura labial. midor, devem estar disponíveis múltiplos meios de comu-
5.2.2.2 Todo atendimento que disponha de intérprete nicação, como correio eletrônico, fax, telefone, TS, CAS ou
de LIBRAS deve: SISO, Internet on fine ou outros, devidamente identificados
a) estar identificado com o símbolo internacional de no local do serviço e nos meios de divulgação, de acordo
surdez, de acordo com 6.1.3; com a Seção 6.
b) ter os locais, dias e horários do atendimento divul- 5.2.6.2 Todo serviço de atendimento ao consumidor,
gados. via Internet, deve estar em formato digital que possa ser
5.2.2.3 É recomendado que empresas prestadoras processado por sistemas de leitura e ampliação de tela.
ou concessionanas de serviços públicos tenham dispo- 5.2.6.3 Todo serviço de atendimento ao consumidor
nível atendimento por meio do tefetouch, para o cidadão (serviços 0800 e 0300) com TS instalado deve estar sinali-
zado, com o símbolo internacional de telefone para surdo,
surdo-cego.
de acordo com 6.2.2, no aparelho, na lista telefônica e em
5.2.3 Atendimento ao público por meio de equi-
outros meios de divulgação.
pamentos 5.2.6.4 Todo serviço de atendimento ao consumidor
5.2.3.1 Os serviços de atendimento ao público, seja (serviço 0800) deve estar apto a fornecer informações e
via telefone, equipamento de auto-atendimento ou In- esclarecimentos, para pessoas com deficiência visual ou
ternet, de empresas prestadoras ou concessionárias do ser- auditiva.
viço devem: 5.2.6.5 Todo serviço de atendimento direto ao con-
a) propiciar tempo, segundo os critérios da usabili- sumidor, por meio de funcionário com conhecimento de
dade, para que as pessoas com deficiência possam utilizar LIBRAS, deve estar identificado e ser divulgado com o sím-
esses serviços com autonomia; bolo internacional de surdez, de acordo com 6.1.3.
b) ter disponíveis, para consulta e resposta ao cida- 5.2.6.6 Os conteúdos de rótulos, manuais de utilização,
dão, múltiplos meios de comunicação: correio eletrônico, bulas ou qualquer outro material em texto - contas, fa-
fax, telefone, TS, CAS, SISO, videophone, atendimento on-li- turas e cobranças de cartão de crédito, multas, impostos,
ne via Internet etc. taxas e outros - devem estar disponíveis em braille, dis-
5.2.3.2 Todo atendimento ao cidadão através de quetes ou fitas k-7 ou outros meios eletrônicos (páginas na
linha telefônica com TS deve estar identificado com o Internet, correio eletrônico etc.) em formato digital, que
símbolo de telefone para surdo, de acordo com 6.2.2, na possam ser processados por sistemas de leitura e amplia-
ção de tela.
lista telefônica e em outros meios de divulgação.
5.2.7 Serviços Jurídicos
5.2.4 Atendimento ao público por meio de formu-
Audiências jurídicas e processos judiciais, em geral,
lários devem promover a explicitação dos termos de qualquer
5.2.4.1 Os formulários impressos devem oferecer documento:
o recurso do “tipo ampliado” (para baixa visão). Os a) em LIBRAS, antes deste ser firmado por pessoa
formulários digitais devem estar em formato que possa ser surda usuária de LIBRAS;
processado por sistemas de leitura e ampliação de tela. b) em LIBRAS tátil, Tadoma, escrita na palma da mão
5.2.4.2 A orientação para o preenchimento de formu- ou alfabeto datilológico, conforme o uso preferencial, an-
lários deve estar disponível nas formas visual, sonora e tátil tes deste ser firmado por pessoa surdo-cega;
(no próprio local ou via Internet) e, quando em formato c) em braille, antes deste ser firmado por pessoa
digital, deve permitir o processamento por sistemas de lei- cega, com baixa visão ou surdo-cega, usuária do sistema
tura e ampliação de tela. braille;
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d) em tipologia ampliada, seguindo a preferência de e) ser fluente em LIBRAS e/ou LIBRAS Tátil;
uso, antes de ser firmado por pessoa com baixa visão. f) viabilizar aulas em LIBRAS, na educação infantil e
5.3 Educação no ensino fundamental. g) viabilizar aulas para surdo-ce-
5.3.1 Estabelecimentos de ensino gos e alunos com múltiplas deficiências;
5.3.1.1 Os ambientes de ensino devem prover: h) interpretar em LIBRAS as aulas do ensino médio e/
a) mapas táteis, com a descrição de seus espaços (ver ou superior.
Tabela A.1 no Anexo A); 5.3.2 Acervo bibliográfico e recursos didáticos
b) espaços construídos e sinalizados, como especifi- 5.3.2.1 O acervo bibliográfico deve contemplar versões
cado na ABNT NBR 9050; para os diversos sentidos de percepção:
c) salas de aula devidamente iluminadas; a) material didático e lúdico que estimule o tato, ol-
d) salas de aula com conforto acústico para fato, paladar, visão e/ou audição;
viabilizar a comunicação, com ou sem amplificação b) programas educativos com recursos de acessi-
sonora, como especificado nas ABNT NBR 10152 e ABNT bilidade, como especificado na ABNT NBR 15290:2005,
NBR 12179; Seção 8;
e) segurança e conforto ao aluno, inclusive nos brin- c) gravações sonoras correspondentes ao programa
quedos e mobiliário; em estudo;
f) alarmes sonoros e visuais como especificado na d) recursos de apoio em LIBRAS, tais como fitas VHS,
ABNT NBR 9050:2004, 5.15; CD-Rom interativos, DVD, dicionários ilustrados e outros.
g) sinalização luminosa intermitente (tipo flash) , 5.3.2.2 O acervo bibliográfico das escolas infantis, de
para avisos de: intervalo e de mudança de professor, na nível médio ou superior deve ter disponíveis livros digita-
cor amarela; lizados, em formato digital, que possa ser processado por
incêndio ou perigo, em vermelho e amarelo, com fla- sistemas de leitura e ampliação de tela.
shes mais acelerados. 5.3.2.3 Os recursos didáticos, instrucionais e meto-
NOTA A cor amarela é necessária para dar condições dológicos devem contemplar todas as formas de co-
de visualização às pessoas com baixa visão. municação: visual, oral, descritiva, gestual, sonora etc., com
5.3.1.2 As escolas devem prover recursos materiais e uso de material concreto e tangível sempre que necessário.
tecnologias assistivas que viabilizem o acesso ao conheci- 5.3.2.4 A produção editorial deve estar também dis-
mento, tais como: ponível:
a) recursos óticos para ampliação de imagens (lu- a) em exemplares gravados em formato digital que
pas eletrônicas, programa de ampliação de tela, circuito possa ser processado por sistemas de leitura e ampliação
fechado de TV); de tela, com as devidas proteções tecnológicas (codifica-
b) sistema de leitura de tela, com sintetizador de voz ção, cifragem ou outras);
e display braille; b) em braille e em alfabeto Moon, utilizado pelos
c) computadores com teclado virtual, mouse adapta- surdo-cegos (ver Tabela A.1 no Anexo A).
do e outras tecnologias assistivas da informática; 5.3.2.5 Desenhos, imagens, gráficos e outros materiais
d) máquinas de escrever em braille à disposição dos em tinta devem ter sua versão ampliada e em relevo, para
alunos; viabilizar a escolarização de alunos com baixa visão.
e) gravadores de fita, máquinas para anotação em 5.3.2.6 Escolas, bibliotecas e demais espaços educati-
braille, computador com software específico, scanners, vos devem prover equipamentos e programas de compu-
impressoras em braille; tador com interfaces específicas, como ampliadores de
f) aparelhos de TV, com dispositivos receptores de tela, sintetizadores de voz, impressoras e conversores
legenda oculta e audiodescrição e tela com dimensão braille, entre outras possibilidades.
proporcional ao ambiente, de modo a permitir a identifica- 5.3.2.7 Toda programação de TV, com cunho educa-
ção dos sinais, sejam das personagens, do narrador ou do tivo, deve ter recursos de acessibilidade em comunicação,
intérprete de LIBRAS, nas aulas coletivas; como especificado na ABNT NBR 15290:2005, Seção 4, Se-
g) aparelhos de vídeos, CO-Ram e OVO; ção 6 e Seção 7.
h) sistema de legendas em texto, por estenotipia, re- 5.4 Lazer e cultura
conhecimento de voz, ou outro, para aulas do ensino mé- 5.4.1 Museus, exposições e espaços culturais
dio e/ou superior. Os museus, espaços de exposição e espaços culturais
5.3.1.3 O setor educacional deve prover as necessi- devem ter disponíveis e oferecer:
dades de alunos com deficiência de comunicação a) espaço livre de barreiras que impeçam o aces-
(sensorial, cognitiva, dificuldade de fala e coordenação so aos equipamentos ou tornem o caminho inseguro
motora). A equipe de profissionais deve: ou perigoso, construído e sinalizado como especificado na
a) ler e escrever braille; ABNT NBR 9050;
b) conhecer e utilizar algum sistema de leitura de tela; b) atendimento especializado em LIBRAS e por
c) passar os textos para a forma sonora adequada meio de articulador orofacial, devidamente sinalizado e
(magnética ou digital acessível); divulgado em todo material promocional;
d) anotar as aulas para alunos que necessitem desse c) planos ou mapas táteis ou maquetes com a descri-
apoio; ção de seus espaços (ver Tabela A.1 no Anexo A);
85
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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86
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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5.5.1.2 Hospitais, clínicas e demais instituições de as- 5.6.1.2 Todo estabelecimento de hospedagem deve
sistência à saúde devem possibilitar a marcação de consul- ter disponíveis no mínimo:
tas e outras informações por múltiplos meios de comuni- a) marcação em braille nas portas dos quartos e de-
cação, devidamente identificados na lista telefônica e em mais ambientes de uso dos hóspedes;
outros meios de divulgação: b) lista telefônica interna e informações sobre servi-
a) Internet, correio eletrônico, fax, telefone, TS, video- ços em braille, tipologia ampliada (lupa eletrônica ou cir-
phone; cuito fechado de TV) e meios eletrônicos sonoros (fitas k-7
b) CAS - Central de Atendimento ao Surdo; ou outros).
c) SISO- Serviço de Intermediação Surdo Ouvinte. 5.6.1.3 O sistema magnético de tranca das portas dos
quartos deve permitir autonomia ao usuário com deficiên-
5.5.1.3 Hospitais, clínicas e demais instituições de as- cia visual ou surdo-cego. Informações em relevo, ranhuras
sistência à saúde devem utilizar sistemas distintos para ou cortes devem ser utilizadas nos escaninhos de leitura
chamada do paciente para atendimento, visando atender e nos cartões magnéticos, para possibilitar tal autonomia.
ao princípio da redundância na informação: 5.6.1.4 Estabelecimentos que dispuserem de eleva-
a) placas de comunicação visual, eletrônicas ou não, dores devem atender à ABNT NBR NM 313.
onde conste a senha ou o nome do paciente, para chama- 5.6.1.5 Todo estabelecimento de hospedagem
da de pessoas surdas e surdo-cegas; deve prover sistema de comunicação para situações
b) painel eletrônico provido de dispositivo de áudio de emergência nos elevadores e demais dependências de
ou sistema sonoro, informando a senha ou o nome do uso do público. Este sistema deve ser acessível a pessoas
paciente, para chamada de pessoas com deficiência visual. surdas, surdo-cegas e com dificuldade de fala.
5.5.2 Atendimento em estabelecimentos de saúde 5.6.1.6 As unidades habitacionais de estabelecimen-
5.5.2.1 Hospitais, clínicas e demais instituições de as- to de hospedagem, acessíveis a pessoas com deficiência
sistência à saúde devem: sensorial ou dificuldade de fala, devem oferecer:
a) prover a seus médicos, enfermeiras e atendentes, a) aparelho de TV com dispositivos receptores de
conhecimentos sobre as necessidades e limitações na co- legenda oculta e audiodescrição;
municação de pessoas com deficiência visual, auditiva/ b) telefone com disp/ay braille ou com tipologia am-
surdez, surdo-cegueira, deficiência múltipla ou dificul- pliada; ou c) TS, telefone com amplificador de sinal ou
dade de fala, e devem fazer constar as necessidades do vídeophone; e
paciente, nas fichas e demais listagens; d) sinalização luminosa intermitente (tipo flash) para:
b) identificar o atendimento especial em LIBRAS com
batidas na porta ou campainha, em amarelo;
o símbolo internacional de surdez, de acordo com 6.1.3, na
alarme de emergência (incêndio ou perigo) na cor
edificação, nos materiais de divulgação e no uniforme dos
vermelha.
atendentes;
NOTA A cor amarela é necessária para dar condições
c) prover atendimento com apoio de intérprete de
de visualização às pessoas com baixa visão.
LIBRAS e guia intérprete para surdo-cegos, em consultas,
5.6.1.7 A comunicação entre o quarto acessível à
internações e atendimento de emergência por convênio,
pessoa com deficiência auditiva/surdez ou com dificul-
plantão ou meios eletrônicos.
5.5.2.2 Médicos, enfermeiras e atendentes devem dade de fala e os demais setores do estabelecimento
permitir e aguardar que receitas e orientações sejam deve ser viabilizada por sistema que transmita e re-
registradas pela pessoa com deficiência visual (em braille ceba mensagem em texto.
ou gravadas em meio magnético ou eletrônico). 5.6.2 Atendimento em estabelecimentos de hos-
5.5.2.3 As páginas da Internet (sites) de fabricantes de pedagem e turismo
remédios devem estar em formato digital que possa ser 5.6.2.1 Agências de viagem e turismo, redes ho-
processado por sistema de leitura e ampliação de tela teleiras, locadoras de automóveis, restaurantes, pon-
e ter disponíveis para consulta as bulas dos medica- tos turísticos, postos de informações turísticas e demais
mentos. prestadores de serviços turísticos (eventos, museus, tea-
5.5.2.4 tros etc.) devem dispor de meios de comunicação aces-
contendo: síveis a pessoas com deficiência sensorial, para consul-
Toda embalagem de medicamentos e/ou de produtos ta, reserva e resposta. Devem possibilitar no mínimo a
farmacêuticos deve ter inscrição em braille comunicação visual e sonora, via voz (ver Tabelas A.2
a) nome comercial e/ou princípio ativo; e A.3 no Anexo A).
b) dosagem e data de validade; 5.6.2.2 Agências de turismo devem prestar in-
c) número do serviço de atendimento ao consumidor formações sobre as condições de acessibilidade
(serviço 0800). em comunicação, encontradas nos estabelecimentos de
hospedagem e viagens de turismo.
5.6 Hospedagem e turismo 5.6.2.3 Todo serviço de atendimento e de informa-
5.6.1 Estabelecimentos de hospedagem e turismo ções prestado por empresas que atuem com o turismo,
5.6.1.1 Os ambientes dos estabelecimentos de hos- via Internet, deve ser apresentado em formato digital que
pedagem e turismo devem prover mapas táteis do espaço possa ser processado por sistema de leitura e ampliação
de uso do público (ver Tabela A.1 no Anexo A). de tela.
87
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar em Administração - Atividades Culturais de Divulgação Científica e Publicações
5.6.2.4 Os serviços de turismo devem prover treina- b) intérprete de LIBRAS para atender a pessoas com
mento de seus funcionários em LIBRAS e LIBRAS tátil. deficiência auditiva.
5.6.2.5 Todo serviço turístico e serviço de recepção e 5.7.2.2 Nos eventos esportivos em que haja a parti-
de guia turístico deve estar identificado e ser divulgado: cipação de atletas, surdos ou surdo-cegos, usuários de
a) com o símbolo internacional de surdez, de acordo LIBRAS, os árbitros, técnicos e outros profissionais afetos
com 6.1.3, quando viabilizado por meio de LIBRAS; devem ter os conhecimentos básicos de LIBRAS. A sinali-
b) com o símbolo da surdo-cegueira, de acordo com zação por apitos deve ser complementada ou substituída
6.1.4, quando houver atendimento por meio de LIBRAS por sinais com bandeira vermelha.
tátil; 5.8 Serviços bancários
c) com o símbolo internacional de pessoas com 5.8.1 Estabelecimentos bancários e instituições fi-
deficiência visual, de acordo com 6.1.2, quando forem nanceiras
viabilizadas informações por braille, tipologia ampliada, 5.8.1.1 Os ambientes dos estabelecimentos bancários
descrição em áudio (de imagens, sons e outras) e instituições financeiras devem prover mapas táteis do es-
5.6.2.6 Para que o hóspede ou turista surdo paço de uso público, atendendo aos critérios de acessibili-
ou surdo-cego usuário de LIBRAS possa identificar dade (ver Tabela A.1 no Anexo A).
os funcionários com conhecimento de LIBRAS, estes 5.8.1.2 Os equipamentos de auto-atendimento de-
funcionários devem estar identificados com o símbolo vem prover recursos específicos de comunicação e in-
internacional de surdez de acordo com 6.1.3. formação para as pessoas com deficiência visual e auditiva,
internacional de surdez de acordo com 6.1.3. como especificado na ABNT NBR 15250.
5.8.2 Atendimento em estabelecimentos bancá-
5.6.2.7 Hotéis e restaurantes devem treinar os seus rios e instituições financeiras
funcionários para a comunicação com pessoas com defi- 5.8.2.1 Estabelecimentos bancários e instituições fi-
ciência, principalmente no que diz respeito aos serviços de nanceiras devem capacitar funcionários, contratados e
quarto, restaurante e recepção. prestadores de serviços para atendimento às pessoas com
5.6.2.8 Hotéis, restaurantes e salas de refeição de- deficiência.
vem dispor de no mínimo um exemplar atualizado, 5.8.2.2 Os serviços de atendimento ao público,
impresso em braille e em tipologia ampliada: seja via telefone, caixas automáticos ou Internet, de
a) do cardápio; empresas bancárias devem propiciar tempos adequados,
b) das facilidades e serviços oferecidos. segundo critérios da usabilidade, para que os clientes com
deficiência possam utilizar esses serviços com autonomia,
5.7 Eventos esportivos como especificado na ABNT NBR 15250.
5.7.1 Edificações e espaços destinados a eventos 5.8.2.3 Estabelecimentos bancários e instituições fi-
esportivos nanceiras devem oferecer às pessoas com deficiência:
5.7.1.1 Espaços para espetáculos desportivos e outras a) tecnologias que permitam a compreensão de cláu-
atrações devem, para atender à demanda, dispor de recur- sulas contratuais, abertura e movimentação de contas e
sos de acessibilidade em comunicação (ver Tabelas A.1, A.2 investimentos e o uso de cartões magnéticos;
, A.3 e A.4, no Anexo A), tais como: b) múltiplos meios de comunicação, para consulta
a) planos ou mapas táteis ou maquetes com a descri- e resposta ao cliente usuário, tais como: Internet, correio
ção de seus espaços; eletrônico, fax, telefone, TS, videophone, CAS ou SISO;
b) gravações com percursos e roteiros; c) mediante solicitação, cópia do documento em meio
c) placas, eletrônicas ou não, de comunicação visual eletrônico, braille e tipologia ampliada e conceder prazo
para todas as informações transmitidas por alto-falantes; para que os contratantes (principalmente surdos usuários
d) telefones, TPS e videophone, devidamente identi- de LIBRAS) possam tomar pleno conhecimento das cláusu-
ficados e sinalizados; las, antes dos contratos serem firmados;
e) sistema de legendas em texto (por meio de telão, d) formas de atendimento personalizado que propor-
sistema de transcrição de fala eletrônico ou outro). cione autonomia, segurança e sigilo das informações, sem
5.7.1.2 Os programas e outros impressos informativos, utilização de intermediário.
como tabelas de campeonato e informações sobre os ti- 5.9 Comércio
mes, devem ser impressos em braille, em tipologia amplia- 5.9.1 Centros de compras, hipermercados e simi-
da ou estar disponíveis em meios eletrônicos sonoros, ou lares
estar disponíveis em terminal com microcomputador dota- 5.9.1.1 Centros de Compras, hipermercados e
do de sistema de leitura e ampliação de tela. demais estabelecimentos comerciais que contenham
5.7.2 Atendimento em eventos esportivos diversos ambientes internos de circulação de público
5.7.2.1 Os espetáculos desportivos e outras atrações devem prover mapas táteis do espaço utilizado (ver
devem dispor de: Tabela A.1 no Anexo A).
a) serviço especializado de acompanhante para ser- 5.9.1.2 Os equipamentos de auto-atendimento de-
vir de guia a pessoas com deficiência visual e surdo-cegos, vem prover recursos específicos de comunicação e
com ou sem agendamento, devidamente divulgado e sina- informação para pessoas com deficiência visual e auditiva,
lizado de acordo com 6.1.2 e 6.1.4; como especificado na ABNT NBR 15250.
88
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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5.9.1.3 Centros de compras, hipermercados e similares c) a audição da tradução de LIBRAS para a língua por-
devem prover: tuguesa, quando houver a participação de ouvintes;
a) informações sobre as ofertas, em meio visual e d) a atuação do guia intérprete junto ao surdo-cego.
sonoro; 5.10.1.2 Auditórios e salões para eventos devem
b) informações sobre data de validade dos produtos oferecer correta disposição e a reserva de lugares, de modo
em meio tátil e visual; a atender às necessidades da platéia quanto às condições
c) equipamento para leitura do código de barras em de luminosidade e de acústica e propagação do som, de
meio tátil e visual. forma a permitir:
5.9.1.4 Os equipamentos utilizados para transferência a) a visualização do articulador orofacial ou da legen-
eletrônica de fundos, nos pontos de pagamento das com- da em texto, pelos interessados;
pras, devem permitir seu uso com autonomia, segurança e b) a atuação do intérprete de LIBRAS, com segurança
privacidade, por pessoa com deficiência. e desenvoltura;
5.9.2 Atendimento em estabelecimentos comer- c) a visualização do intérprete de LIBRAS, pelos usuá-
ciais rios surdos;
5.9.2.1 Os supermercados, centros comerciais e si- d) a visualização dos gestos do guia intérprete (LI-
milares devem ter disponíveis pessoas treinadas e habili- BRAS em campo reduzido), pelos surdo-cegos;
tadas nos procedimentos necessários para auxiliar pessoas e) que a apresentação seja vista e ouvida pelo intér-
com deficiência para: prete de LIBRAS e pelo guia intérprete;
a) acompanhar pessoas cegas e surdo-cegas até o t) que a tradução de LIBRAS para a língua portugue-
local onde estão os produtos, atentando para informar a sa seja ouvida e entendida pelo público.
direção dos deslocamentos (direita, esquerda, frente, atrás); 5.10.1.3 Nas reuniões, palestras, seminários, progra-
b) informar sobre características e preços de produ- mas de auditório, cultos religiosos entre outros, devem ser
tos; utilizadas tecnologias assistivas, segundo as necessidades
c) alcançar eventuais produtos que estejam fora da da platéia:
área de alcance manual. a) sistema de transcrição simultânea das falas em
5.9.2.2 O atendimento realizado por meio de LI- texto (por estenotipia, estenografia computadorizada, soft-
BRAS, em estabelecimentos comerc1a1s, hipermercados, ware
shoppings e outros, para vendas, crediário, reclamações e de reconhecimento da fala ou outro);
informações, deve ser adequadamente identificado, sinali- b) sistema de áudio com descrição de imagens e sons
zado e divulgado com o símbolo internacional de surdez, por fones de ouvido (como em tradução simultânea).
de acordo com 6.1.3. Filmes, fotos, tabelas, gráficos e imagens outras devem
5.9.2.3 Para que o consumidor surdo ou surdo-cego ser descritos por meios eletrônicos sonoros;
usuário de LIBRAS possa identificar os funcionários com c) telões com intérprete de LIBRAS;
conhecimento de LIBRAS, estes funcionários devem portar d) telões com articulador orofacial;
o símbolo iternacional de surdez em seus uniformes. e) reserva de lugares para a atuação do guia intérpre-
5.9.2.4 Em transações comerciais e na hipótese de te que utilize LIBRAS tátil ou fala ampliada junto ao ouvido
surgir a necessidade de auxílio, deve ser permitido à pes- do surdo-cego.
soa com deficiência visual eleger seu ajudante entre 5.10.2 Atendimento em palestras, seminários,
quem quer que seja (um guarda, um parente, um se- programas de auditório, cultos religiosos e outros
cretário, um ledor etc.). 5.10.2.1 Eventos como reuniões, palestras, fóruns,
5.9.2.5 Os serviços de telecompras devem: encontros, oficinas, depoimentos, entre outros, devem dis-
a) possibilitar o atendimento de chamadas feitas a por e oferecer:
partir de TS, videophone ou CAS (deve ser divulgada a a) informações sobre o conteúdo da apresentação,
existência de número específico para atendimento de TS simultaneamente, em texto e locução;
ou CAS); b) intérprete de LIBRAS para as pessoas surdas usuá-
b) ser compatíveis com sistemas de leitura e amplia- rias de LIBRAS;
ção de tela. c) articulador orofacial para os surdos oralizados.
5.10.2.2 O conteúdo ou resumo dos temas que
5.1O Eventos outros serão apresentados, com vocabulário específico, novos ter-
5.10.1 Estabelecimentos destinados a eventos mos, siglas e abreviaturas, deve ser fornecido aos intérpre-
5.10.1.1 Os espaços destinados à realização de tes e articuladores, em tempo hábil, para que seja estudado
palestras, seminários, programas de auditório, cultos antes do decorrer do evento.
religiosos, entre outros, devem oferecer condições de lu- 5.10.2.3 Programas de auditório e cultos que acolham
minosidade, acústica e propagação do som, com ou sem em sua assistência, ou em seus púlpitos, palcos etc., pes-
amplificação sonora, bem como correta disposição dos lu- soas surdas, surdo-cegas, usuárias de LIBRAS ou oralizadas
gares, de forma a permitir: devem ter disponíveis e oferecer:
a) a visualização da interpretação do português oral a) sistema de legendas em texto;
para LIBRAS; b) articulador orofacial, quando necessário;
b) a visualização da articulação orofacial ou da legen- c) intérprete de LIBRAS;
da em texto; d) guia intérprete.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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5.10.2.4 Conteúdos das apresentações disponíveis 5.11.2.2 A demarcação e a sinalização das vagas para
em texto devem estar também disponíveis em braille, em estacionamento de veículo que conduza ou seja conduzido por
meio magnético ou eletrônico sonoro (fita k-7, disquete, CO pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida devem es-
etc.), em formato digital que possa ser processado por siste- tar de acordo com o especificado na ABNT NBR 9050:2004, 6.12.
ma de leitura e ampliação de tela. 5.11.2.3 Os espaços, equipamentos, mobiliário e sina-
5.10.2.5 Em eventos cobertos por fotógrafos e cine- lização devem atender aos requisitos de acessibilidade espe-
grafistas, a movimentação e atuação destes profissionais não cificados na ABNT NBR 9050:2004, Seção 9.
deve interromper o contato visual entre as pessoas surdas e 5.11.2.4 Deve haver sinalização de alerta e direcional,
o intérprete de LIBRAS ou articulador orofacial, seja pela ilu- como especificado na ABNT NBR 9050:2004, 5.14, orientando
minação, ofuscamento por flashes ou pelo próprio posiciona- o deslocamento nos percursos:
mento do profissional. a) desde o acesso principal ao local de atendimento
preferencial para compra de passagens;
5.11 Transporte de passageiros b) desde o acesso principal ao local de atendimento es-
5.11.1 Geral pecial para embarque;
Os serviços prestados pelo sistema de transporte de pas- c) do local de desembarque ao local de atendimento
sageiros, inclusive aqueles especialmente destinados à pes- especial para saída do terminal.
soa com deficiência ou com mobilidade reduzida, devem ser 5.11.2.5 Deve haver sinalização visual e linha-guia,
divulgados, com redundância, de forma visual, sonora e tátil. orientando as circulações de embarque e saída.
5.11.1.1 5.11.2.6 Em um conjunto de várias plataformas des-
existentes: tinadas a diferentes linhas de transporte, a comunicação e a
Deve haver informação precisa e atualizada, de acordo sinalização devem informar o esquema de distribuição das
com 5.1, para orientar quanto às facilidades linhas pelas plataformas, com redundância, de forma visual,
a) atendimento preferencial; sonora e tátil.
b) para aquisição e pagamento de bilhete ou de créditos 5.11.2.7 Os serviços para informação direta ao usuário,
de viagem; disponíveis em balcões, boxes ou quiosques, devem estar de
c) identificação da linha; acordo com 5.1.1.2.
tipo de veículo; 5.11.2.8 Os serviços de auto-atendimento disponíveis
itinerário; devem atender aos requisitos de acessibilidade como especi-
tarifa; ficado na ABNT NBR 15250.
tempo de viagem; 5.11.3 Ponto de parada para embarque ou desembarque
locais de embarque e desembarque; 5.11.3.1 A rota acessível até o ponto de parada deve
serviços de auxílio para embarque e desembarque; estar sinalizada como especificado na ABNT NBR 9050.
locais de parada; 5.11.3.2 A sinalização da área reservada para embar-
tempo de parada; que e desembarque de passageiro com deficiência ou com
serviço de transporte de bagagens; mobilidade reduzida deve ser como especificado na ABNT
serviço de transporte de tecnologia assistiva: cadeira de NBR 9050:2004, 5.4.1, 5.9 e 6.12.
rodas, muletas, andador, outros; 5.11.3.3 Informações que identifiquem linhas, destinos
acesso e transporte de cão-guia; e itinerários dos veículos devem estar disponíveis de forma
procedimentos em situações de emergência. visual, tátil e sonora, como especificado na ABNT NBR 9050.
5.11.1.2 Toda e qualquer informação sonora deve 5.11.3.4 Quando pontos de parada estiverem localiza-
estar sincronizada com equivalente informação visual. dos em sequência e atenderem a trajetos distintos
5.11.1.3 As informações visual em texto, tátil ou so- (partindo de diferentes pontos, para diferentes destinos),
nora e verbal devem estar de acordo com 5.1.1.4, 5.1.1.5 e as informações devem incluir:
5.1.1.6, respectivamente. a) a identificação e o itinerário das linhas que param
5.11.1.4 O atendimento prioritário ou uso preferencial naquele ponto de parada;
deve ser sinalizado de acordo com 6.1.1. b) a que distância se encontram os pontos de parada
5.11.1.5 A sinalização de orientação e os procedimen- anterior e posterior;
tos para utilização dos equipamentos de segurança e das fa- c) qual o marco referencial do trajeto das linhas que
cilidades existentes em situações de emergência devem estar param nos pontos anterior e posterior.
de acordo com 5.12.2.5. 5.11.4 Veículo
5.11.1.6 A necessidade de atendimento especial para 5.11.4.1 O nome ou marco referencial do próximo pon-
pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida durante to de parada deve ser informado, simultaneamente, de forma
a viagem deve ser: sonora (locução) e visual (texto ou símbolo).
a) informada na aquisição de passagem; 5.11.4.2 As informações e dizeres internos devem ter
b) repassada para o pessoal operacional; dimensões e cores que possibilitem a legibilidade e visibi-
c) monitorada durante a viagem, para que seja efetivado lidade, inclusive, às pessoas com baixa visão, como especifi-
o atendimento necessário por pessoal habilitado. cado na ABNT NBR 9050:2004, 5.5.
5.11.2 Terminais de passageiros 5.11.5 Casos específicos
5.11.2.1 Os terminais de passageiros devem pro- 5.11.5.1 Serviços de táxi, vans e carros de aluguel
ver mapas táteis com a descrição do espaço utilizado para pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida,
pelo público (ver Tabela A.1 no Anexo A). devem dispor de:
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a) sistema de reservas e chamadas por telefone, videophone, CAS, SISO, ou Internet on fine em formato que possa
ser processado por sistema de leitura ou ampliação de tela;
b) motoristas treinados para atendimento; e
c) informações sobre o acesso (por rampa ou elevador), espaço e fixação da cadeira de rodas, de forma sonora
(locução) e visual (texto e ilustração).
5.11.5.2 Outras situações e casos específicos de sinalização e comunicação nos serviços de transporte coletivo
(rodoviário, aquaviário, metroviário ou ferroviário e aéreo) devem atender às respectivas normas de acessibilidade.
NOTA A ABNT possui a informação das normas em vigor em um dado momento.
a) aparelho de fax, computador com acesso à Internet, TS, videophone, Intranet, SMS (short message service)
etc.;
b) sinalização sonora e visual para entrada, saída, intervalo e troca de turno;
c) sinalização sonora, visual e tátil de emergência.
5.12.2 Atendimento nos estabelecimentos e postos de trabalho
5.12.2.1 Em local de trabalho onde exista a movimentação de veículos, máquinas carregadeiras, guindastes ou
similares, é recomendado que o funcionário com deficiência auditiva, visual, ou surdo-cegueira esteja visivelmente
identificável, por meio de algum elemento em seu uniforme (capacete ou outro equipamento), visando informar aos de-
mais que ele pode não estar ouvindo a aproximação das máquinas ou pode não estar vendo a sinalização de alerta.
5.12.2.2 É recomendado aos locais de trabalho que recebam pessoas com deficiência, clientes ou funcionários, si-
mular o resgate e o escape para esse público, em situações de emergência.
5.12.2.3 É recomendado que a sinalização de orientação e os procedimentos de utilização dos equipamentos de
segurança e das facilidades existentes, para situações de emergência, estejam como especificados na ABNT NBR
9050:2004, Seção 5, e na ABNT NBR 13434 (todas as partes).
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6.2.2 Acessibilidade por meio de telefone para surdos b) representado como mostrado na Figura 11;
6.2.2.1 Os símbolos que identificam a existência de c) conter, quando utilizado na sinalização de rodo-
acessibilidade por meio de telefone especialmente desti- vias, o texto: TELEFONE PÚBLICO PARA SURDOS’, seguido
nado à pessoa surda ou com dificuldade de fala podem es- da informação da sua localização, por exemplo: “No próxi-
tar associados ao símbolo internacional de surdez e devem mo posto de pesagem” ou “Na próxima praça de pedá-
estar representados em branco sobre fundo azul (referência gio” ou outro, como mostrado nas Figuras 12 e 13.
Munse/11 085/1O ou Pantone 2925 C).
6.2.2.2 O símbolo do SISO- serviço de intermediação
surdo ouvinte- deve:
a) estar associado à informação textual: SERVIÇO 142,
ou VIA Celular; ou VIA Videophone;
b) constar em toda divulgação realizada pela empresa
de serviços de telefonia que ofertar esse serviço, como mos-
trado na Figura 9.
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7.4.3.8 Buscando um assento, o guia intérprete deve: Art. 2o São princípios fundamentais dos museus:
a) conduzir a pessoa até a proximidade do assento; I – a valorização da dignidade humana;
b) descrever o tipo de assento e, colocando sua mão II – a promoção da cidadania;
sob a mão da pessoa surdo-cega, explorar o assento, levan- III – o cumprimento da função social;
do ambas as mãos até o encosto ou banco, de modo que IV – a valorização e preservação do patrimônio cultural e
os dedos da pessoa surdo-cega façam contato e ela possa ambiental;
reconhecer a posição e o tipo de assento; V – a universalidade do acesso, o respeito e a valorização
c) deixar que a pessoa surdo-cega sente-se, quando se à diversidade cultural;
sentir pronta para tal. VI – o intercâmbio institucional.
7.4.3.9 Entrando em um carro, o guia intérprete deve: Parágrafo único. A aplicação deste artigo está vinculada
a) colocar sua mão sob a mão da pessoa surdo-cega aos princípios basilares do Plano Nacional de Cultura e do
e tatilmente mostrar a altura e o tipo de maçaneta do carro; regime de proteção e valorização do patrimônio cultural.
b) permitir que a pessoa abra a porta e entre no veículo Art. 3o Conforme as características e o desenvolvimento
por si só; caso a pessoa surdo-cega não seja capaz de abrir a de cada museu, poderão existir filiais, seccionais e núcleos ou
porta do carro sozinha, o guia intérprete deve fazê-lo e indicar anexos das instituições.
que a porta está aberta e qual a altura do teto do carro; Parágrafo único. Para fins de aplicação desta Lei, são definidos:
c) saber que, desta forma, a pessoa é capaz de identifi- I – como filial os museus dependentes de outros quanto
car a altura do teto e entrar, evitando bater a cabeça. à sua direção e gestão, inclusive financeira, mas que possuem
plano museológico autônomo;
7.5 Descrição de imagens e sons II – como seccional a parte diferenciada de um museu
7.5.1 Serviços de descrição de imagens e sons que, com a finalidade de executar seu plano museológico,
A descrição de imagens e sons deve transmitir, de forma ocupa um imóvel independente da sede principal;
sucinta, o que não pode ser entendido sem a visão. Devem ser III – como núcleo ou anexo os espaços móveis ou imóveis
evitados monotonia e exageros. que, por orientações museológicas específicas, fazem parte
7.5.2 Requisitos da descrição de imagens e sons de um projeto de museu.
7.5.2.1 A descrição deve ser compatível com o programa: Art. 4o O poder público estabelecerá mecanismos de fomen-
a) deve ser objetiva na programação para adultos e mais to e incentivo visando à sustentabilidade dos museus brasileiros.
poética em programas infantis; Art. 5o Os bens culturais dos museus, em suas diversas
b) em eventos de época devem ser fornecidas informa- manifestações, podem ser declarados como de interesse pú-
ções que facilitem a compreensão do programa; blico, no todo ou em parte.
c) a descrição subjetiva deve ser evitada. § 1o Consideram-se bens culturais passíveis de musea-
7.5.2.2 É recomendado que narradores e locutores te- lização os bens móveis e imóveis de interesse público, de
nham boa dicção. natureza material ou imaterial, tomados individualmente ou
em conjunto, portadores de referência ao ambiente natural, à
ESTATUTO DE MUSEUS: LEI Nº 11.904. identidade, à cultura e à memória dos diferentes grupos for-
TRAJETÓRIA DOS MUSEUS DE CIÊNCIA E madores da sociedade brasileira.
TECNOLOGIA NO BRASIL. § 2o Será declarado como de interesse público o acervo
dos museus cuja proteção e valorização, pesquisa e acesso à
sociedade representar um valor cultural de destacada impor-
tância para a Nação, respeitada a diversidade cultural, regio-
LEI Nº 11.904, DE 14 DE JANEIRO DE 2009. nal, étnica e linguística do País.
Institui o Estatuto de Museus e dá outras providências. § 3o (VETADO)
Art. 6o Esta Lei não se aplica às bibliotecas, aos arquivos,
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- aos centros de documentação e às coleções visitáveis.
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Parágrafo único. São consideradas coleções visitáveis os con-
juntos de bens culturais conservados por uma pessoa física ou jurí-
CAPÍTULO I dica, que não apresentem as características previstas no art. 1o des-
Disposições Gerais ta Lei, e que sejam abertos à visitação, ainda que esporadicamente.
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Art. 38. Os museus deverão formular, aprovar ou, quando Seção III
cabível, propor, para aprovação da entidade de que dependa, Do Plano Museológico
uma política de aquisições e descartes de bens culturais, atua-
lizada periodicamente. Art. 44. É dever dos museus elaborar e implementar o
Parágrafo único. Os museus vinculados ao poder público da- Plano Museológico.
rão publicidade aos termos de descartes a serem efetuados pela Art. 45. O Plano Museológico é compreendido como
instituição, por meio de publicação no respectivo Diário Oficial. ferramenta básica de planejamento estratégico, de sentido
Art. 39. É obrigação dos museus manter documentação global e integrador, indispensável para a identificação da vo-
sistematicamente atualizada sobre os bens culturais que inte- cação da instituição museológica para a definição, o ordena-
gram seus acervos, na forma de registros e inventários. mento e a priorização dos objetivos e das ações de cada uma
§ 1o O registro e o inventário dos bens culturais dos mu- de suas áreas de funcionamento, bem como fundamenta a
seus devem estruturar-se de forma a assegurar a compatibili- criação ou a fusão de museus, constituindo instrumento fun-
zação com o inventário nacional dos bens culturais. damental para a sistematização do trabalho interno e para a
§ 2o Os bens inventariados ou registrados gozam de pro- atuação dos museus na sociedade.
teção com vistas em evitar o seu perecimento ou degradação, Art. 46. O Plano Museológico do museu definirá sua
a promover sua preservação e segurança e a divulgar a res- missão básica e sua função específica na sociedade e poderá
pectiva existência. contemplar os seguintes itens, dentre outros:
Art. 40. Os inventários museológicos e outros registros I – o diagnóstico participativo da instituição, podendo ser
que identifiquem bens culturais, elaborados por museus realizado com o concurso de colaboradores externos;
públicos e privados, são considerados patrimônio arqui- II – a identificação dos espaços, bem como dos conjun-
vístico de interesse nacional e devem ser conservados nas tos patrimoniais sob a guarda dos museus;
respectivas instalações dos museus, de modo a evitar des- III – a identificação dos públicos a quem se destina o
truição, perda ou deterioração. trabalho dos museus;
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IV – detalhamento dos Programas: recimentos que lhes forem solicitados, além de serem obri-
a) Institucional; gadas a remeter-lhes anualmente cópias de balanços e dos
b) de Gestão de Pessoas; relatórios do exercício social.
c) de Acervos; Art. 53. As associações de amigos, no exercício de suas
d) de Exposições; funções, submeter-se-ão à aprovação prévia e expressa da ins-
e) Educativo e Cultural; tituição a que se vinculem, dos planos, dos projetos e das ações.
f) de Pesquisa; Art. 54. As associações poderão reservar até dez por cen-
g) Arquitetônico-urbanístico; to da totalidade dos recursos por elas recebidos e gerados
h) de Segurança; para a sua própria administração e manutenção, sendo o res-
i) de Financiamento e Fomento; tante revertido para a instituição museológica.
j) de Comunicação.
k) de acessibilidade a todas as pessoas. (Incluído pela Lei Seção II
nº 13.146, de 2015) (Vigência) Dos Sistemas de Museus
§ 1o Na consolidação do Plano Museológico, deve-se le- Art. 55. O Sistema de Museus é uma rede organizada de
var em conta o caráter interdisciplinar dos Programas. instituições museológicas, baseado na adesão voluntária, confi-
§ 2o O Plano Museológico será elaborado, preferencial- gurado de forma progressiva e que visa à coordenação, articula-
mente, de forma participativa, envolvendo o conjunto dos ção, à mediação, à qualificação e à cooperação entre os museus.
funcionários dos museus, além de especialistas, parceiros so- Art. 56. Os entes federados estabelecerão em lei, de-
ciais, usuários e consultores externos, levadas em conta suas nominada Estatuto Estadual, Regional, Municipal ou Distrital
especificidades. dos Museus, normas específicas de organização, articulação e
§ 3o O Plano Museológico deverá ser avaliado permanen- atribuições das instituições museológicas em sistemas de mu-
temente e revisado pela instituição com periodicidade defini- seus, de acordo com os princípios dispostos neste Estatuto.
da em seu regimento. § 1o A instalação dos sistemas estaduais ou regionais, dis-
Art. 47. Os projetos componentes dos Programas do tritais e municipais de museus será feita de forma gradativa,
Plano Museológico caracterizar-se-ão pela exequibilidade, sempre visando à qualificação dos respectivos museus.
adequação às especificações dos distintos Programas, apre- § 2o Os sistemas de museus têm por finalidade:
sentação de cronograma de execução, a explicitação da me- I – apoiar tecnicamente os museus da área disciplinar e
todologia adotada, a descrição das ações planejadas e a im- temática ou geográfica com eles relacionada;
plantação de um sistema de avaliação permanente. II – promover a cooperação e a articulação entre os mu-
seus da área disciplinar e temática ou geográfica com eles
CAPÍTULO III relacionada, em especial com os museus municipais;
A Sociedade e os Museus III – contribuir para a vitalidade e o dinamismo cultural
Seção I dos locais de instalação dos museus;
Disposições Gerais IV – elaborar pareceres e relatórios sobre questões relati-
Art. 48. Em consonância com o propósito de serviço à vas à museologia no contexto de atuação a eles adstrito;
sociedade estabelecido nesta Lei, poderão ser promovidos V – colaborar com o órgão ou entidade do poder públi-
mecanismos de colaboração com outras entidades. co competente no tocante à apreciação das candidaturas ao
Art. 49. As atividades decorrentes dos mecanismos previs- Sistema Brasileiro de Museus, na promoção de programas e
tos no art. 48 desta Lei serão autorizadas e supervisionadas pela de atividade e no acompanhamento da respectiva execução.
direção do museu, que poderá suspendê-las caso seu desenvolvi- Art. 57. O Sistema Brasileiro de Museus disporá de um
mento entre em conflito com o funcionamento normal do museu. Comitê Gestor, com a finalidade de propor diretrizes e ações,
Art. 50. Serão entendidas como associações de amigos bem como apoiar e acompanhar o desenvolvimento do setor
de museus as sociedades civis, sem fins lucrativos, constituí- museológico brasileiro.
das na forma da lei civil, que preencham, ao menos, os se- Parágrafo único. O Comitê Gestor do Sistema Brasileiro de
guintes requisitos: Museus será composto por representantes de órgãos e entida-
I – constar em seu instrumento criador, como finalidade des com representatividade na área da museologia nacional.
exclusiva, o apoio, a manutenção e o incentivo às atividades Art. 58. O Sistema Brasileiro de Museus tem a finalidade
dos museus a que se refiram, especialmente aquelas destina- de promover:
das ao público em geral; I – a interação entre os museus, instituições afins e pro-
II – não restringir a adesão de novos membros, sejam fissionais ligados ao setor, visando ao constante aperfeiçoa-
pessoas físicas ou jurídicas; mento da utilização de recursos materiais e culturais;
III – ser vedada a remuneração da diretoria. II – a valorização, registro e disseminação de conheci-
Parágrafo único. O reconhecimento da associação de mentos específicos no campo museológico;
amigos dos museus será realizado em ficha cadastral elabo- III – a gestão integrada e o desenvolvimento das insti-
rada pelo órgão mantenedor ou entidade competente. tuições, acervos e processos museológicos;
Art. 51. (VETADO) IV – o desenvolvimento das ações voltadas para as
Art. 52. As associações de amigos deverão tornar públi- áreas de aquisição de bens, capacitação de recursos hu-
cos seus balanços periodicamente. manos, documentação, pesquisa, conservação, restaura-
Parágrafo único. As associações de amigos de museus ção, comunicação e difusão entre os órgãos e entidades
deverão permitir quaisquer verificações determinadas pe- públicas, entidades privadas e unidades museológicas que
los órgãos de controle competentes, prestando os escla- integrem o Sistema;
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V – a promoção da qualidade do desempenho dos mu- § 1o O prazo para o exercício do direito de preferência é
seus por meio da implementação de procedimentos de ava- de quinze dias, e, em caso de concorrência entre os museus
liação. do Sistema, cabe ao Comitê Gestor determinar qual o museu
Art. 59. Constituem objetivos específicos do Sistema Bra- a que se dará primazia.
sileiro de Museus: § 2o A preferência só poderá ser exercida se o bem cultu-
I – promover a articulação entre as instituições museo- ral objeto da preferência se integrar na política de aquisições
lógicas, respeitando sua autonomia jurídico-administrativa, dos museus, sob pena de nulidade do ato.
cultural e técnico-científica;
II – estimular o desenvolvimento de programas, projetos CAPÍTULO IV
e atividades museológicas que respeitem e valorizem o patri- Das Penalidades
mônio cultural de comunidades populares e tradicionais, de
acordo com as suas especificidades; Art. 64. (VETADO)
III – divulgar padrões e procedimentos técnico-científi- Art. 65. (VETADO)
cos que orientem as atividades desenvolvidas nas instituições Art. 66. Sem prejuízo das penalidades definidas pela
museológicas; legislação federal, estadual e municipal, em especial os
IV – estimular e apoiar os programas e projetos de incre- arts. 62, 63 e 64 da Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, o
mento e qualificação profissional de equipes que atuem em não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou
instituições museológicas; correção dos inconvenientes e danos causados pela degrada-
V – estimular a participação e o interesse dos diversos ção, inutilização e destruição de bens dos museus sujeitará os
segmentos da sociedade no setor museológico; transgressores:
VI – estimular o desenvolvimento de programas, projetos I – à multa simples ou diária, nos valores corresponden-
e atividades educativas e culturais nas instituições museoló- tes, no mínimo, a dez e, no máximo, a mil dias-multa, agra-
gicas; vada em casos de reincidência, conforme regulamentação
VII – incentivar e promover a criação e a articulação de específica, vedada a sua cobrança pela União se já tiver sido
redes e sistemas estaduais, municipais e internacionais de aplicada pelo Estado, pelo Distrito Federal, pelos Territórios ou
museus, bem como seu intercâmbio e integração ao Sistema pelos Municípios;
Brasileiro de Museus; II – à perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais
VIII – contribuir para a implementação, manutenção e concedidos pelo poder público, pelo prazo de cinco anos;
atualização de um Cadastro Nacional de Museus; III – à perda ou suspensão de participação em linhas de
IX – propor a criação e aperfeiçoamento de instrumentos financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito, pelo
legais para o melhor desempenho e desenvolvimento das ins- prazo de cinco anos;
tituições museológicas no País; IV – ao impedimento de contratar com o poder público,
X – propor medidas para a política de segurança e prote- pelo prazo de cinco anos;
ção de acervos, instalações e edificações; V – à suspensão parcial de sua atividade.
XI – incentivar a formação, a atualização e a valorização § 1o Sem obstar a aplicação das penalidades previstas
dos profissionais de instituições museológicas; e neste artigo, é o transgressor obrigado a indenizar ou reparar
XII – estimular práticas voltadas para permuta, aquisição, os danos causados aos bens musealizados e a terceiros pre-
documentação, investigação, preservação, conservação, res- judicados.
tauração e difusão de acervos museológicos. § 2o No caso de omissão da autoridade, caberá à entida-
Art. 60. Poderão fazer parte do Sistema Brasileiro de Mu- de competente, em âmbito federal, a aplicação das penalida-
seus, mediante a formalização de instrumento hábil a ser fir- des pecuniárias previstas neste artigo.
mado com o órgão competente, os museus públicos e priva- § 3o Nos casos previstos nos incisos II e III do caput des-
dos, instituições educacionais relacionadas à área da museo- te artigo, o ato declaratório da perda, restrição ou suspensão
logia e as entidades afins, na forma da legislação específica. será atribuição da autoridade administrativa ou financeira que
Art. 61. Terão prioridade, quanto ao beneficiamento por concedeu os benefícios, incentivos ou financiamento.
políticas especificamente desenvolvidas, os museus integran- § 4o Verificada a reincidência, a pena de multa será agra-
tes do Sistema Brasileiro de Museus. vada.
Parágrafo único. Os museus em processo de adesão po- CAPÍTULO V
dem ser beneficiados por políticas de qualificação específicas. Disposições Finais e Transitórias
Art. 62. Os museus integrantes do Sistema Brasileiro de
Museus colaboram entre si e articulam os respectivos recur- Art. 67. Os museus adequarão suas estruturas, recursos e
sos com vistas em melhorar e potencializar a prestação de ordenamentos ao disposto nesta Lei no prazo de cinco anos,
serviços ao público. contados da sua publicação.
Parágrafo único. A colaboração supracitada traduz-se no Parágrafo único. Os museus federais já em funcionamen-
estabelecimento de contratos, acordos, convênios e proto- to deverão proceder à adaptação de suas atividades aos pre-
colos de cooperação entre museus ou com entidades pú- ceitos desta Lei no prazo de dois anos.
blicas ou privadas. Art. 68. Resguardados a soberania nacional, a ordem pú-
Art. 63. Os museus integrados ao Sistema Brasileiro de blica e os bons costumes, o governo brasileiro prestará, no
Museus gozam do direito de preferência em caso de venda que concerne ao combate do tráfico de bens culturais dos
judicial ou leilão de bens culturais, respeitada a legislação museus, a necessária cooperação a outro país, sem qual-
em vigor. quer ônus, quando solicitado para:
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I – produção de prova; § 1o Os incentivos criados por esta Lei somente serão
II – exame de objetos e lugares; concedidos a projetos culturais cuja exibição, utilização e cir-
III – informações sobre pessoas e coisas; culação dos bens culturais deles resultantes sejam abertas,
IV – presença temporária de pessoa presa, cujas declara- sem distinção, a qualquer pessoa, se gratuitas, e a público pa-
ções tenham relevância para a decisão de uma causa; gante, se cobrado ingresso.(Renumerado do parágrafo único
V – outras formas de assistência permitidas pela legisla- pela Lei nº 11.646, de 2008)
ção em vigor pelos tratados de que o Brasil seja parte. § 2o É vedada a concessão de incentivo a obras, produtos,
Art. 69. Para a consecução dos fins visados nesta Lei e eventos ou outros decorrentes, destinados ou circunscritos a
especialmente para a reciprocidade da cooperação interna- coleções particulares ou circuitos privados que estabeleçam
cional, deverá ser mantido sistema de comunicações apto a limitações de acesso. (Incluído pela Lei nº 11.646, de 2008)
facilitar o intercâmbio internacional, rápido e seguro, de infor- § 3o Os incentivos criados por esta Lei somente serão
mações sobre bens culturais dos museus. concedidos a projetos culturais que forem disponibilizados,
Art. 70. Esta Lei entra em vigor cento e vinte dias após a sempre que tecnicamente possível, também em formato
data de sua publicação. acessível à pessoa com deficiência, observado o disposto em
regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigên-
cia)
NOÇÕES DE TÉCNICAS DE PRESERVAÇÃO E Art. 3° Para cumprimento das finalidades expressas no art.
CONSERVAÇÃO DE BENS CULTURAIS. LEI DE 1° desta lei, os projetos culturais em cujo favor serão captados
INCENTIVO A CULTURA N 8.313. e canalizados os recursos do Pronac atenderão, pelo menos,
um dos seguintes objetivos:
I - incentivo à formação artística e cultural, mediante:
a) concessão de bolsas de estudo, pesquisa e trabalho, no
LEI Nº 8.313, DE 23 DE DEZEMBRO DE 1991. Brasil ou no exterior, a autores, artistas e técnicos brasileiros
Restabelece princípios da Lei n° 7.505, de 2 de julho de ou estrangeiros residentes no Brasil;
1986, institui o Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pro- b) concessão de prêmios a criadores, autores, artistas,
nac) e dá outras providências. técnicos e suas obras, filmes, espetáculos musicais e de artes
cênicas em concursos e festivais realizados no Brasil;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- c) instalação e manutenção de cursos de caráter cultural
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: ou artístico, destinados à formação, especialização e aperfei-
çoamento de pessoal da área da cultura, em estabelecimen-
CAPÍTULO I tos de ensino sem fins lucrativos;
Disposições Preliminares II - fomento à produção cultural e artística, mediante:
a) produção de discos, vídeos, obras cinematográficas de
Art. 1° Fica instituído o Programa Nacional de Apoio à curta e média metragem e filmes documentais, preservação
Cultura (Pronac), com a finalidade de captar e canalizar recur- do acervo cinematográfico bem assim de outras obras de re-
sos para o setor de modo a: produção videofonográfica de caráter cultural; (Redação dada
I - contribuir para facilitar, a todos, os meios para o livre aces- pela Medida Provisória nº 2.228-1, de 2001)
so às fontes da cultura e o pleno exercício dos direitos culturais; b) edição de obras relativas às ciências humanas, às letras
II - promover e estimular a regionalização da produção e às artes;
cultural e artística brasileira, com valorização de recursos hu- c) realização de exposições, festivais de arte, espetáculos
manos e conteúdos locais; de artes cênicas, de música e de folclore;
III - apoiar, valorizar e difundir o conjunto das manifesta- d) cobertura de despesas com transporte e seguro de
ções culturais e seus respectivos criadores; objetos de valor cultural destinados a exposições públicas no
IV - proteger as expressões culturais dos grupos forma- País e no exterior;
dores da sociedade brasileira e responsáveis pelo pluralismo e) realização de exposições, festivais de arte e espetáculos
da cultura nacional; de artes cênicas ou congêneres;
V - salvaguardar a sobrevivência e o florescimento dos III - preservação e difusão do patrimônio artístico, cultural
modos de criar, fazer e viver da sociedade brasileira; e histórico, mediante:
VI - preservar os bens materiais e imateriais do patrimô- a) construção, formação, organização, manutenção, am-
nio cultural e histórico brasileiro; pliação e equipamento de museus, bibliotecas, arquivos e
VII - desenvolver a consciência internacional e o respeito outras organizações culturais, bem como de suas coleções e
aos valores culturais de outros povos ou nações; acervos;
VIII - estimular a produção e difusão de bens culturais de b) conservação e restauração de prédios, monumentos,
valor universal, formadores e informadores de conhecimento, logradouros, sítios e demais espaços, inclusive naturais, tom-
cultura e memória; bados pelos Poderes Públicos;
IX - priorizar o produto cultural originário do País. c) restauração de obras de artes e bens móveis e imóveis
Art. 2° O Pronac será implementado através dos seguin- de reconhecido valor cultural;
tes mecanismos: d) proteção do folclore, do artesanato e das tradições po-
I - Fundo Nacional da Cultura (FNC); pulares nacionais;
II - Fundos de Investimento Cultural e Artístico (Ficart); IV - estímulo ao conhecimento dos bens e valores cultu-
III - Incentivo a projetos culturais. rais, mediante:
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a) distribuição gratuita e pública de ingressos para espe- § 6o Os recursos do FNC não poderão ser utilizados para
táculos culturais e artísticos; despesas de manutenção administrativa do Ministério da Cul-
b) levantamentos, estudos e pesquisas na área da cultura tura, exceto para a aquisição ou locação de equipamentos e
e da arte e de seus vários segmentos; bens necessários ao cumprimento das finalidades do Fun-
c) fornecimento de recursos para o FNC e para fundações do. (Redação dada pela Lei nº 9.874, de 1999)
culturais com fins específicos ou para museus, bibliotecas, ar- § 7° Ao término do projeto, a SEC/PR efetuará uma ava-
quivos ou outras entidades de caráter cultural; liação final de forma a verificar a fiel aplicação dos recursos,
V - apoio a outras atividades culturais e artísticas, mediante: observando as normas e procedimentos a serem definidos no
a) realização de missões culturais no país e no exterior, regulamento desta lei, bem como a legislação em vigor.
inclusive através do fornecimento de passagens; § 8° As instituições públicas ou privadas recebedoras de
b) contratação de serviços para elaboração de projetos recursos do FNC e executoras de projetos culturais, cuja ava-
culturais; liação final não for aprovada pela SEC/PR, nos termos do pa-
c) ações não previstas nos incisos anteriores e considera- rágrafo anterior, ficarão inabilitadas pelo prazo de três anos
das relevantes pelo Ministro de Estado da Cultura, consultada ao recebimento de novos recursos, ou enquanto a SEC/PR
a Comissão Nacional de Apoio à Cultura. (Redação dada pela não proceder a reavaliação do parecer inicial.
Lei nº 9.874, de 1999) Art. 5° O FNC é um fundo de natureza contábil, com prazo in-
determinado de duração, que funcionará sob as formas de apoio
CAPÍTULO II a fundo perdido ou de empréstimos reembolsáveis, conforme
Do Fundo Nacional da Cultura (FNC) estabelecer o regulamento, e constituído dos seguintes recursos:
I - recursos do Tesouro Nacional;
Art. 4° Fica ratificado o Fundo de Promoção Cultural, cria- II - doações, nos termos da legislação vigente;
do pela Lei n° 7.505, de 2 de julho de 1986, que passará a de- III - legados;
nominar-se Fundo Nacional da Cultura (FNC), com o objetivo IV - subvenções e auxílios de entidades de qualquer natu-
de captar e destinar recursos para projetos culturais compatí- reza, inclusive de organismos internacionais;
veis com as finalidades do Pronac e de: V - saldos não utilizados na execução dos projetos a que
I - estimular a distribuição regional equitativa dos recursos se referem o Capítulo IV e o presente capítulo desta lei;
a serem aplicados na execução de projetos culturais e artísticos; VI - devolução de recursos de projetos previstos no Ca-
II - favorecer a visão interestadual, estimulando projetos que pítulo IV e no presente capítulo desta lei, e não iniciados ou
explorem propostas culturais conjuntas, de enfoque regional; interrompidos, com ou sem justa causa;
III - apoiar projetos dotados de conteúdo cultural que en- VII - um por cento da arrecadação dos Fundos de Inves-
fatizem o aperfeiçoamento profissional e artístico dos recur- timentos Regionais, a que se refere a Lei n° 8.167, de 16 de
sos humanos na área da cultura, a criatividade e a diversidade janeiro de 1991, obedecida na aplicação a respectiva origem
cultural brasileira; geográfica regional;
IV - contribuir para a preservação e proteção do patrimô- VIII - Três por cento da arrecadação bruta dos concursos de
nio cultural e histórico brasileiro; prognósticos e loterias federais e similares cuja realização estiver
V - favorecer projetos que atendam às necessidades da sujeita a autorização federal, deduzindo-se este valor do montante
produção cultural e aos interesses da coletividade, aí conside- destinados aos prêmios; (Redação dada pela Lei nº 9.999, de 2000)
rados os níveis qualitativos e quantitativos de atendimentos IX - reembolso das operações de empréstimo realizadas
às demandas culturais existentes, o caráter multiplicador dos através do fundo, a título de financiamento reembolsável, ob-
projetos através de seus aspectos socioculturais e a priori- servados critérios de remuneração que, no mínimo, lhes pre-
zação de projetos em áreas artísticas e culturais com menos serve o valor real;
possibilidade de desenvolvimento com recursos próprios. X - resultado das aplicações em títulos públicos federais,
§ 1o O FNC será administrado pelo Ministério da Cultura obedecida a legislação vigente sobre a matéria;
e gerido por seu titular, para cumprimento do Programa de XI - conversão da dívida externa com entidades e órgãos
Trabalho Anual, segundo os princípios estabelecidos nos arts. estrangeiros, unicamente mediante doações, no limite a ser fixa-
1o e 3o. (Redação dada pela Lei nº 9.874, de 1999) do pelo Ministro da Economia, Fazenda e Planejamento, obser-
§ 2o Os recursos do FNC somente serão aplicados em vadas as normas e procedimentos do Banco Central do Brasil;
projetos culturais após aprovados, com parecer do órgão téc- XII - saldos de exercícios anteriores; XIII recursos de ou-
nico competente, pelo Ministro de Estado da Cultura. (Reda- tras fontes.
ção dada pela Lei nº 9.874, de 1999) Art. 6° O FNC financiará até oitenta por cento do custo
§ 3° Os projetos aprovados serão acompanhados e ava- total de cada projeto, mediante comprovação, por parte do
liados tecnicamente pelas entidades supervisionadas, caben- proponente, ainda que pessoa jurídica de direito público, da
do a execução financeira à SEC/PR. circunstância de dispor do montante remanescente ou estar
§ 4° Sempre que necessário, as entidades supervisiona- habilitado à obtenção do respectivo financiamento, através
das utilizarão peritos para análise e parecer sobre os projetos, de outra fonte devidamente identificada, exceto quanto aos
permitida a indenização de despesas com o deslocamento, recursos com destinação especificada na origem.
quando houver, e respectivos pró-labore e ajuda de custos, § 1° (Vetado)
conforme ficar definido no regulamento. § 2° Poderão ser considerados, para efeito de totali-
§ 5° O Secretário da Cultura da Presidência da República zação do valor restante, bens e serviços oferecidos pelo
designará a unidade da estrutura básica da SEC/PR que fun- proponente para implementação do projeto, a serem devi-
cionará como secretaria executiva do FNC. damente avaliados pela SEC/PR.
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Art. 7° A SEC/PR estimulará, através do FNC, a compo- Parágrafo único. Ficam excluídos da incidência na fonte de
sição, por parte de instituições financeiras, de carteiras para que trata este artigo, os rendimentos distribuídos a beneficiá-
financiamento de projetos culturais, que levem em conta o rio pessoas jurídica tributada com base no lucro real, os quais
caráter social da iniciativa, mediante critérios, normas, garan- deverão ser computados na declaração anual de rendimentos.
tias e taxas de juros especiais a serem aprovados pelo Banco Art. 16. Os ganhos de capital auferidos por pessoas físi-
Central do Brasil. cas ou jurídicas não tributadas com base no lucro real, inclusive
isentas, decorrentes da alienação ou resgate de quotas dos Fi-
CAPÍTULO III cart, sujeitam-se à incidência do imposto sobre a renda, à mes-
Dos Fundos de Investimento Cultural e Artístico (Ficart) ma alíquota prevista para a tributação de rendimentos obtidos
na alienação ou resgate de quotas de fundos mútuos de ações.
Art. 8° Fica autorizada a constituição de Fundos de Inves- § 1° Considera-se ganho de capital a diferença positiva
timento Cultural e Artístico (Ficart), sob a forma de condo- entre o valor de cessão ou resgate da quota e o custo mé-
mínio, sem personalidade jurídica, caracterizando comunhão dio atualizado da aplicação, observadas as datas de aplicação,
de recursos destinados à aplicação em projetos culturais e resgate ou cessão, nos termos da legislação pertinente.
artísticos. § 2° O ganho de capital será apurado em relação a cada
Art. 9o São considerados projetos culturais e artísticos, resgate ou cessão, sendo permitida a compensação do pre-
para fins de aplicação de recursos do FICART, além de outros juízo havido em uma operação com o lucro obtido em outra,
que venham a ser declarados pelo Ministério da Cultura: (Re- da mesma ou diferente espécie, desde que de renda variável,
dação dada pela Lei nº 9.874, de 1999) dentro do mesmo exercício fiscal.
I - a produção comercial de instrumentos musicais, bem § 3° O imposto será pago até o último dia útil da primeira
como de discos, fitas, vídeos, filmes e outras formas de repro- quinzena do mês subsequente àquele em que o ganho de
dução fonovideográficas; capital foi auferido.
II - a produção comercial de espetáculos teatrais, de dan- § 4° Os rendimentos e ganhos de capital a que se referem
ça, música, canto, circo e demais atividades congêneres; o caput deste artigo e o artigo anterior, quando auferidos por
III - a edição comercial de obras relativas às ciências, às investidores residentes ou domiciliados no exterior, sujeitam-
letras e às artes, bem como de obras de referência e outras se à tributação pelo imposto sobre a renda, nos termos da
de cunho cultural; legislação aplicável a esta classe de contribuintes.
IV - construção, restauração, reparação ou equipamen- Art. 17. O tratamento fiscal previsto nos artigos prece-
to de salas e outros ambientes destinados a atividades com dentes somente incide sobre os rendimentos decorrentes de
objetivos culturais, de propriedade de entidades com fins lu- aplicações em Ficart que atendam a todos os requisitos pre-
crativos; vistos na presente lei e na respectiva regulamentação a ser
V - outras atividades comerciais ou industriais, de inte- baixada pela Comissão de Valores Mobiliários.
resse cultural, assim consideradas pelo Ministério da Cultu- Parágrafo único. Os rendimentos e ganhos de capital au-
ra. (Redação dada pela Lei nº 9.874, de 1999) feridos por Ficart, que deixem de atender aos requisitos espe-
Art. 10. Compete à Comissão de Valores Mobiliários, ou- cíficos desse tipo de fundo, sujeitar-se-ão à tributação previs-
vida a SEC/PR, disciplinar a constituição, o funcionamento e ta no artigo 43 da Lei n° 7.713, de 22 de dezembro de 1988.
a administração dos Ficart, observadas as disposições desta
lei e as normas gerais aplicáveis aos fundos de investimento. CAPÍTULO IV
Art. 11. As quotas dos Ficart, emitidas sempre sob a for- Do Incentivo a Projetos Culturais
ma nominativa ou escritural, constituem valores mobiliários
sujeitos ao regime da Lei n° 6.385, de 7 de dezembro de 1976. Art. 18. Com o objetivo de incentivar as atividades cultu-
Art. 12. O titular das quotas de Ficart: rais, a União facultará às pessoas físicas ou jurídicas a opção
I - não poderá exercer qualquer direito real sobre os bens pela aplicação de parcelas do Imposto sobre a Renda, a título
e direitos integrantes do patrimônio do fundo; de doações ou patrocínios, tanto no apoio direto a projetos
II - não responde pessoalmente por qualquer obrigação culturais apresentados por pessoas físicas ou por pessoas ju-
legal ou contratual, relativamente aos empreendimentos do rídicas de natureza cultural, como através de contribuições ao
fundo ou da instituição administradora, salvo quanto à obri- FNC, nos termos do art. 5o, inciso II, desta Lei, desde que os
gação de pagamento do valor integral das quotas subscritas. projetos atendam aos critérios estabelecidos no art. 1o desta
Art. 13. A instituição administradora de Ficart compete: Lei. (Redação dada pela Lei nº 9.874, de 1999)
I - representá-lo ativa e passivamente, judicial e extraju- § 1o Os contribuintes poderão deduzir do imposto de
dicialmente; renda devido as quantias efetivamente despendidas nos pro-
II - responder pessoalmente pela evicção de direito, na jetos elencados no § 3o, previamente aprovados pelo Ministé-
eventualidade da liquidação deste. rio da Cultura, nos limites e nas condições estabelecidos na
Art. 14. Os rendimentos e ganhos de capital auferidos pe- legislação do imposto de renda vigente, na forma de: (In-
los Ficart ficam isentos do imposto sobre operações de cré- cluído pela Lei nº 9.874, de 1999)
dito, câmbio e seguro, assim como do imposto sobre renda e a) doações; e (Incluída pela Lei nº 9.874, de 1999)
proventos de qualquer natureza. (Vide Lei nº 8.894, de 1994) b) patrocínios. (Incluída pela Lei nº 9.874, de 1999)
Art. 15. Os rendimentos e ganhos de capital distribuí- § 2o As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro
dos pelos Ficart, sob qualquer forma, sujeitam-se à inci- real não poderão deduzir o valor da doação ou do patrocí-
dência do imposto sobre a renda na fonte à alíquota de nio referido no parágrafo anterior como despesa operacio-
vinte e cinco por cento. nal.(Incluído pela Lei nº 9.874, de 1999)
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§ 3o As doações e os patrocínios na produção cultural, a que § 2o Da decisão a que se refere o parágrafo anterior, ca-
se refere o § 1o, atenderão exclusivamente aos seguintes segmen- berá pedido de reconsideração ao Ministro de Estado da Cul-
tos: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.228-1, de 2001) tura, a ser decidido no prazo de sessenta dias.(Redação dada
a) artes cênicas; (Redação dada pela Medida Provisória nº pela Lei nº 9.874, de 1999)
2.228-1, de 2001) § 3° O Tribunal de Contas da União incluirá em seu pare-
b) livros de valor artístico, literário ou humanístico; (Reda- cer prévio sobre as contas do Presidente da República análise
ção dada pela Medida Provisória nº 2.228-1, de 2001) relativa a avaliação de que trata este artigo.
c) música erudita ou instrumental; (Redação dada pela Art. 21. As entidades incentivadoras e captadoras de que
Medida Provisória nº 2.228-1, de 2001) trata este Capítulo deverão comunicar, na forma que venha a
d) exposições de artes visuais; (Redação dada pela Medi- ser estipulada pelo Ministério da Economia, Fazenda e Plane-
da Provisória nº 2.228-1, de 2001) jamento, e SEC/PR, os aportes financeiros realizados e recebi-
e) doações de acervos para bibliotecas públicas, museus, dos, bem como as entidades captadoras efetuar a comprova-
arquivos públicos e cinematecas, bem como treinamento de ção de sua aplicação.
pessoal e aquisição de equipamentos para a manutenção Art. 22. Os projetos enquadrados nos objetivos desta lei
desses acervos; (Redação dada pela Medida Provisória nº não poderão ser objeto de apreciação subjetiva quanto ao
2.228-1, de 2001) seu valor artístico ou cultural.
f) produção de obras cinematográficas e videofonográ- Art. 23. Para os fins desta lei, considera-se:
ficas de curta e média metragem e preservação e difusão I - (Vetado)
do acervo audiovisual; e (Incluída pela Medida Provisória nº II - patrocínio: a transferência de numerário, com finalida-
2.228-1, de 2001) de promocional ou a cobertura, pelo contribuinte do imposto
g) preservação do patrimônio cultural material e imate- sobre a renda e proventos de qualquer natureza, de gastos,
rial. (Incluída pela Medida Provisória nº 2.228-1, de 2001) ou a utilização de bem móvel ou imóvel do seu patrimônio,
h) construção e manutenção de salas de cinema e teatro, sem a transferência de domínio, para a realização, por outra
que poderão funcionar também como centros culturais co- pessoa física ou jurídica de atividade cultural com ou sem fi-
munitários, em Municípios com menos de 100.000 (cem mil) nalidade lucrativa prevista no art. 3° desta lei.
habitantes. (Incluído pela Lei nº 11.646, de 2008) § 1o Constitui infração a esta Lei o recebimento pelo pa-
Art. 19. Os projetos culturais previstos nesta Lei serão trocinador, de qualquer vantagem financeira ou material em
apresentados ao Ministério da Cultura, ou a quem este dele- decorrência do patrocínio que efetuar.
gar atribuição, acompanhados do orçamento analítico, para § 2o As transferências definidas neste artigo não estão
aprovação de seu enquadramento nos objetivos do PRONAC. sujeitas ao recolhimento do Imposto sobre a Renda na fonte.
(Redação dada pela Lei nº 9.874, de 1999) Art. 24. Para os fins deste Capítulo, equiparam-se a doa-
§ 1o O proponente será notificado dos motivos da deci- ções, nos termos do regulamento:
são que não tenha aprovado o projeto, no prazo máximo de I - distribuições gratuitas de ingressos para eventos de
cinco dias. (Redação dada pela Lei nº 9.874, de 1999) caráter artístico-cultural por pessoa jurídica a seus emprega-
§ 2o Da notificação a que se refere o parágrafo anterior, dos e dependentes legais;
caberá pedido de reconsideração ao Ministro de Estado da II - despesas efetuadas por pessoas físicas ou jurídicas com
Cultura, a ser decidido no prazo de sessenta dias. (Redação o objetivo de conservar, preservar ou restaurar bens de sua
dada pela Lei nº 9.874, de 1999) propriedade ou sob sua posse legítima, tombados pelo Gover-
§ 3° (Vetado) no Federal, desde que atendidas as seguintes disposições:
§ 4° (Vetado) a) preliminar definição, pelo Instituto Brasileiro do Patri-
§ 5° (Vetado) mônio Cultural - IBPC, das normas e critérios técnicos que de-
§ 6° A aprovação somente terá eficácia após publicação verão reger os projetos e orçamentos de que trata este inciso;
de ato oficial contendo o título do projeto aprovado e a insti- b) aprovação prévia, pelo IBPC, dos projetos e respectivos
tuição por ele responsável, o valor autorizado para obtenção orçamentos de execução das obras;
de doação ou patrocínio e o prazo de validade da autorização. c) posterior certificação, pelo referido órgão, das despe-
§ 7o O Ministério da Cultura publicará anualmente, até 28 de sas efetivamente realizadas e das circunstâncias de terem sido
fevereiro, o montante dos recursos autorizados pelo Ministério da as obras executadas de acordo com os projetos aprovados.
Fazenda para a renúncia fiscal no exercício anterior, devidamente dis- Art. 25. Os projetos a serem apresentados por pessoas
criminados por beneficiário. (Redação dada pela Lei nº 9.874, de 1999) físicas ou pessoas jurídicas, de natureza cultural para fins de
§ 8o Para a aprovação dos projetos será observado o princípio incentivo, objetivarão desenvolver as formas de expressão, os
da não-concentração por segmento e por beneficiário, a ser aferi- modos de criar e fazer, os processos de preservação e prote-
do pelo montante de recursos, pela quantidade de projetos, pela ção do patrimônio cultural brasileiro, e os estudos e métodos
respectiva capacidade executiva e pela disponibilidade do valor de interpretação da realidade cultural, bem como contribuir
absoluto anual de renúncia fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.874, 1999) para propiciar meios, à população em geral, que permitam o
Art. 20. Os projetos aprovados na forma do artigo anterior conhecimento dos bens de valores artísticos e culturais, com-
serão, durante sua execução, acompanhados e avaliados pela preendendo, entre outros, os seguintes segmentos:
SEC/PR ou por quem receber a delegação destas atribuições. I - teatro, dança, circo, ópera, mímica e congêneres;
§ 1° A SEC/PR, após o término da execução dos projetos II - produção cinematográfica, videográfica, fotográfica,
previstos neste artigo, deverá, no prazo de seis meses, fazer uma discográfica e congêneres;
avaliação final da aplicação correta dos recursos recebidos, po- III - literatura, inclusive obras de referência;
dendo inabilitar seus responsáveis pelo prazo de até três anos. IV - música;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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V - artes plásticas, artes gráficas, gravuras, cartazes, filate- Parágrafo único. A contratação de serviços necessários
lia e outras congêneres; à elaboração de projetos para a obtenção de doação, pa-
VI - folclore e artesanato; trocínio ou investimento, bem como a captação de recursos
VII - patrimônio cultural, inclusive histórico, arquitetônico, ou a sua execução por pessoa jurídica de natureza cultural,
arqueológico, bibliotecas, museus, arquivos e demais acervos; não configura a intermediação referida neste artigo. (Redação
VIII - humanidades; e dada pela Lei nº 9.874, de 1999)
IX - rádio e televisão, educativas e culturais, de caráter Art. 29. Os recursos provenientes de doações ou patro-
não-comercial. cínios deverão ser depositados e movimentados, em conta
Parágrafo único. Os projetos culturais relacionados com bancária específica, em nome do beneficiário, e a respectiva
os segmentos do inciso II deste artigo deverão beneficiar prestação de contas deverá ser feita nos termos do regula-
exclusivamente as produções independentes, bem como as mento da presente Lei.
produções culturais-educativas de caráter não comercial, rea- Parágrafo único. Não serão consideradas, para fins de
lizadas por empresas de rádio e televisão. (Redação dada pela comprovação do incentivo, as contribuições em relação às
Lei nº 9.874, de 1999) quais não se observe esta determinação.
Art. 26. O doador ou patrocinador poderá deduzir do Art. 30. As infrações aos dispositivos deste capítulo, sem
imposto devido na declaração do Imposto sobre a Renda os prejuízo das sanções penais cabíveis, sujeitarão o doador ou
valores efetivamente contribuídos em favor de projetos cultu- patrocinador ao pagamento do valor atualizado do Imposto
rais aprovados de acordo com os dispositivos desta Lei, tendo sobre a Renda devido em relação a cada exercício financeiro,
como base os seguintes percentuais: (Vide arts. 5º e 6º, Inciso além das penalidades e demais acréscimos previstos na legis-
II da Lei nº 9.532 de, 1997) lação que rege a espécie.
I - no caso das pessoas físicas, oitenta por cento das doa- § 1o Para os efeitos deste artigo, considera-se solidaria-
ções e sessenta por cento dos patrocínios; mente responsável por inadimplência ou irregularidade verifi-
II - no caso das pessoas jurídicas tributadas com base no cada a pessoa física ou jurídica propositora do projeto. (Renu-
lucro real, quarenta por cento das doações e trinta por cento merado do parágrafo único pela Lei nº 9.874, de 1999)
dos patrocínios. § 2o A existência de pendências ou irregularidades na exe-
§ 1o A pessoa jurídica tributada com base no lucro real po- cução de projetos da proponente junto ao Ministério da Cul-
derá abater as doações e patrocínios como despesa operacional. tura suspenderá a análise ou concessão de novos incentivos,
§ 2o O valor máximo das deduções de que trata até a efetiva regularização. (Incluído pela Lei nº 9.874, de 1999)
o caput deste artigo será fixado anualmente pelo Presidente § 3o Sem prejuízo do parágrafo anterior, aplica-se, no que
da República, com base em um percentual da renda tributável couber, cumulativamente, o disposto nos arts. 38 e seguintes
das pessoas físicas e do imposto devido por pessoas jurídicas desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.874, de 1999)
tributadas com base no lucro real.
§ 3o Os benefícios de que trata este artigo não excluem CAPÍTULO V
ou reduzem outros benefícios, abatimentos e deduções em DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
vigor, em especial as doações a entidades de utilidade pública
efetuadas por pessoas físicas ou jurídicas. Art. 31. Com a finalidade de garantir a participação co-
§ 4o (VETADO) munitária, a representação de artista e criadores no trato ofi-
§ 5o O Poder Executivo estabelecerá mecanismo de pre- cial dos assuntos da cultura e a organização nacional sistêmi-
servação do valor real das contribuições em favor de projetos ca da área, o Governo Federal estimulará a institucionalização
culturais, relativamente a este Capítulo. de Conselhos de Cultura no Distrito Federal, nos Estados, e
Art. 27. A doação ou o patrocínio não poderá ser efetua- nos Municípios.
da a pessoa ou instituição vinculada ao agente. Art. 31-A. Para os efeitos desta Lei, ficam reconhecidos
§ 1o Consideram-se vinculados ao doador ou patrocinador: como manifestação cultural a música gospel e os eventos a
a) a pessoa jurídica da qual o doador ou patrocinador seja ela relacionados, exceto aqueles promovidos por igrejas. (In-
titular, administrador, gerente, acionista ou sócio, na data da cluída pela Lei nº 12.590, de 2011)
operação, ou nos doze meses anteriores; Art. 32. Fica instituída a Comissão Nacional de incentivo
b) o cônjuge, os parentes até o terceiro grau, inclusive os à Cultura - CNIC, com a seguinte composição:
afins, e os dependentes do doador ou patrocinador ou dos I - o Secretário da Cultura da Presidência da República;
titulares, administradores, acionistas ou sócios de pessoa ju- II - os Presidentes das entidades supervisionadas pela SEC/PR;
rídica vinculada ao doador ou patrocinador, nos termos da III - o Presidente da entidade nacional que congregar os
alínea anterior; Secretários de Cultura das Unidades Federadas;
c) outra pessoa jurídica da qual o doador ou patrocinador IV - um representante do empresariado brasileiro;
seja sócio. V - seis representantes de entidades associativas dos se-
§ 2o Não se consideram vinculadas as instituições cultu- tores culturais e artísticos de âmbito nacional.
rais sem fins lucrativos, criadas pelo doador ou patrocinador, § 1o A CNIC será presidida pela autoridade referida no
desde que devidamente constituídas e em funcionamento, inciso I deste artigo que, para fins de desempate terá o voto
na forma da legislação em vigor. (Redação dada pela Lei nº de qualidade.
9.874, de 1999) § 2o Os mandatos, a indicação e a escolha dos represen-
Art. 28. Nenhuma aplicação dos recursos previstos tantes a que se referem os incisos IV e V deste artigo, assim
nesta Lei poderá ser feita através de qualquer tipo de in- como a competência da CNIC, serão estipulados e definidos
termediação. pelo regulamento desta Lei.
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t) exercer com estrita moderação as prerrogativas fun- de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética
cionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo con- profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com
trariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço o patrimônio público, competindo-lhe conhecer concretamen-
público e dos jurisdicionados administrativos; te de imputação ou de procedimento susceptível de censura.
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos orga-
poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse nismos encarregados da execução do quadro de carreira dos
público, mesmo que observando as formalidades legais e não servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito
cometendo qualquer violação expressa à lei; de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais
v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe procedimentos próprios da carreira do servidor público.
sobre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão
integral cumprimento. de Ética é a de censura e sua fundamentação constará do res-
pectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com
Seção III ciência do faltoso.
Das Vedações ao Servidor Público XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético,
XV - E vedado ao servidor público; entende-se por servidor público todo aquele que, por força
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tem- de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços
po, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda
para si ou para outrem; que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros ser- indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as
vidores ou de cidadãos que deles dependam; autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais,
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, co- as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou
nivente com erro ou infração a este Código de Ética ou ao em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.
Código de Ética de sua profissão;
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exer-
cício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO EM MUSEUS.
dano moral ou material;
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu al-
cance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister;
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, capri- A segurança de sua apresentação deixa transparecer uma
chos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no intimidade muito grande com a questão do planejamento
trato com o público, com os jurisdicionados administrativos que, certamente, vem de sua larga experiência como profis-
ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores; sional e com uma especial capacidade reflexiva sobre a situa-
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer ção dos museus na Espanha. A meu ver, indica, também, uma
tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doa- preocupação, do ponto de vista do Estado, quanto ao desen-
ção ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou volvimento de uma política oficial para os museus.
qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para Importando essa discussão para a realidade brasileira, para
influenciar outro servidor para o mesmo fim; a qual a conferência contribui, fica a impressão bastante acen-
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva tuada de que a ‘naturalidade’ ou ‘casualidade’ com a qual os
encaminhar para providências; gestores de instituições museológicas e afins lidam tanto com
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do as questões referentes ao cotidiano dos museus quanto com
atendimento em serviços públicos; questões de estratégia indicam uma carência na formação dos
j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular; profissionais de museus já que disciplinas como administração
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente au- e gestão não fazem, necessariamente, parte de sua formação.
torizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao Nesse sentido, cabe destacar que, tanto a Política Nacio-
patrimônio público; nal de Museus quanto uma nova forma de gestão por meio
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âm- de parcerias público-privado vem demandando que as insti-
bito interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, tuições museológicas revejam seu posicionamento frente à
de amigos ou de terceiros; questão da gestão, sobretudo quanto a maneira por meio da
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele ha- qual apresentam o resultado de seu trabalho para o público.
bitualmente; A metodologia do Plano Museológico indicada pelo Instituto
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente con- Brasileiro de Museus vem permitindo que muitas instituições se
tra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana; percebam, algumas pela primeira vez, na sua vocação enquanto
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu instituições públicas. Há museus que ainda não possuem orga-
nome a empreendimentos de cunho duvidoso. nogramas definidos tampouco estruturas de funcionamento
claras com indicação de políticas e programas de ação. Muitos
CAPÍTULO II museus de médio e pequeno porte não tem, sequer, defini-
DAS COMISSÕES DE ÉTICA ção de cargos e funções. Essa carência se nota em uma ação
XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração pública carregada de equívocos, ainda que bem intencionada.
Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou Considerando mais particularmente a experiência paulista
em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições de- de gestão compartilhada público-privada, o ingresso de pro-
legadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão fissionais da área de administração nos quadros dos museus
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e nos seus conselhos gestores e o processo de treinamento e 02) Considerando as disposições do Decreto n.º 1.171/1994
intervenção do Sistema Estadual de Museus vêm gerando mo- e as resoluções da Comissão de Ética Pública da Presidência da
dificações bastante acentuadas no cotidiano das instituições. República (CEP), julgue os itens a seguir. Suponha que a CEP,
Sobretudo, mudanças conduzidas por uma gestão que utiliza após procedimento regulamentar, tenha apurado a prática de
modelos advindos de outras áreas, precisaram ser assimiladas infração grave por determinada autoridade. Nessa hipótese, é
e adaptadas para as necessidades do trabalho com cultura em possível o encaminhamento de sugestão de exoneração dessa
espaços públicos associado a um raciocínio que inclui valores autoridade a autoridade hierarquicamente superior, não po-
‘estranhos’ a esse universo tais como, entre outros, produtivi- dendo a penalidade ser aplicada diretamente pela CEP.
dade, avaliação de desempenho e plano de metas. C. Certo
De qualquer maneira, a ideia de implementação de um E. Errado
plano museológico que gere tanto o plano diretor quanto o Resposta: Certo
planejamento estratégico, a implementação de programas e a
gestão modular por meio de projetos indica que os museus, de 03) Consoante o Código de Ética Profissional do Servidor
um ponto de vista externo, estão cada vez mais inseridos no dis- Público Civil do Poder Executivo Federal (Decreto n.º 1.171/1994),
curso de uma economia global que o tem transformado em um julgue os itens seguintes. A advertência e a suspensão estão en-
espaço público qualificado e no qual se fundem as necessidades tre as penas aplicáveis pelas Comissões de Ética ao servidor.
de acesso democrático e inclusivo à cultura, educação, lazer e so- C. Certo
cialização. No que diz respeito à gestão interna, vem aumentan- E. Errado
do a preocupação com a profissionalização das relações e com a Resposta: Errado
qualidade dos serviços prestados ao público – interno e externo.
Muitos museus lidam com ‘passivos’ expressos, por 04) Acerca da ética no serviço público, assinale a opção correta.
exemplo, na falta de políticas claras no que diz respeito ao A. Os servidores do TRE/PE podem estabelecer livre in-
processo colecionista, às exposições, às ações educativas, etc. terlocução com seus superiores, podendo expor ideias e opi-
e que derivaram em acervos cujo perfil é difuso, em exposi- niões, desde que não seja para discutir aspecto controverso
ções protocolares e em atendimento precário do público. A em instrução processual.
diferença entre os museus que já vêm praticando princípios B. Os atos, comportamentos e atitudes dos servidores te-
de gestão baseados nos planos museológicos demonstram rão de incluir, sempre, uma avaliação de natureza ética, em-
uma diferença de resultados perceptível em relação aos que bora não se exija uma harmonia entre os valores institucionais
ainda trabalham de maneira intuitiva e amadora. e as práticas pessoais.
Concordamos com Bernís no que diz respeito à necessi- C. O servidor do TRE/PE pode prestar consultoria técnica a
dade de apoiar as relações transversais e de estimular as alian- empresas licitantes ou que prestem serviços a esse tribunal, des-
ças com o público e com eventuais patrocinadores também. de que elas não estejam envolvidas com o processo eleitoral.
Se o museu é uma mídia que tem contornos específicos, D. Os princípios e normas de conduta ética são aplicáveis
então suas características devem ser ressaltadas e respeitadas aos servidores efetivos e aos que, mesmo pertencendo a ou-
nesse processo. Acreditamos que a ideia central do Plano Mu- tra instituição, prestem serviços ao TRE/PE, desde que desen-
seológico e que pode ser estimulada, por meio da aplicação de volvam atividade de natureza permanente.
uma metodologia segura, deva ser criar as possibilidades para E. Tanto os termos de compromisso dos estagiários como os
que as instituições discutam em plenitude sobre o que são e contratos administrativos de prestação de serviço firmados com o
como pensam inserir-se nas comunidades. A partir de uma só- TRE/PE devem observar as normas de natureza ética desse tribunal.
lida definição conceitual, do que é o museu, qual sua finalidade Resposta: E
social e sue alcance, as questões de natureza executiva terão
maior chance de ocorrerem de maneira mais fluida e efetiva. 05) Constitui regra deontológica do Código de Ética Pro-
Fonte: http://www.forumpermanente.org/event_pres/en- fissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal
contros/encontros-paulista-de-museus/iv-encontro-paulista- A. o dever do servidor de prestar toda a sua atenção às
de-museus/relatos/planejamento-e-gestao-de-museus-e-a- ordens legais de seus superiores, velando atentamente por
democratizacao-da-cultura seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente.
B. a vedação ao servidor público de usar do cargo ou fun-
Exercícios ção, facilidades, amizades, tempo, posição e influências para
obter qualquer favorecimento para si ou para outrem.
01) Considerando as disposições do Decreto n.º C. a vedação ao servidor público de prejudicar delibe-
1.171/1994 e as resoluções da Comissão de Ética Pública da radamente a reputação de outros servidores ou de cida-
Presidência da República (CEP), julgue os itens a seguir. dãos que deles dependam.
Em observância aos princípios da publicidade e da trans- D. o dever do servidor de tratar cuidadosamente os
parência, as comissões de ética instituídas pelo Decreto usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comu-
n.º 1.171/1994 deverão, a partir da instauração de pro- nicação e contato com o público.
cedimento para a apuração de infração ética, dar ampla E. o dever do servidor de jamais retardar qualquer pres-
publicidade aos expedientes adotados em todas as fases tação de contas, condição essencial da gestão dos bens,
processuais. direitos e serviços da coletividade a seu cargo.
C. Certo
E. Errado Resposta: A
Resposta: Errado
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