O documento apresenta um breve resumo e análise do filme "Ilha do Medo", de Martin Scorsese. O filme conta a história de Teddy Daniels, um policial federal enviado para investigar o desaparecimento de uma paciente psiquiátrica em um hospital. Teddy começa a suspeitar de experimentos médicos ilegais na instituição. No fim, revela-se que Teddy na verdade se chama Andrew Laeddis e é um paciente do hospital, que criou uma realidade alternativa para lidar com seu passado traumático.
O documento apresenta um breve resumo e análise do filme "Ilha do Medo", de Martin Scorsese. O filme conta a história de Teddy Daniels, um policial federal enviado para investigar o desaparecimento de uma paciente psiquiátrica em um hospital. Teddy começa a suspeitar de experimentos médicos ilegais na instituição. No fim, revela-se que Teddy na verdade se chama Andrew Laeddis e é um paciente do hospital, que criou uma realidade alternativa para lidar com seu passado traumático.
O documento apresenta um breve resumo e análise do filme "Ilha do Medo", de Martin Scorsese. O filme conta a história de Teddy Daniels, um policial federal enviado para investigar o desaparecimento de uma paciente psiquiátrica em um hospital. Teddy começa a suspeitar de experimentos médicos ilegais na instituição. No fim, revela-se que Teddy na verdade se chama Andrew Laeddis e é um paciente do hospital, que criou uma realidade alternativa para lidar com seu passado traumático.
TIANGUÁ/CE 2019 ILHA DO MEDO – Breve Análise e Resumo
A trama do aclamado autor Martin Scorsese, baseada no livro “O
Paciente 67”, de Dennis Lehane, passa-se no ano de 1954, quando o Policial Federal Teddy Daniels chega, juntamente com seu parceiro, Chuck Aule, às Ilhas Boston Harbor, para onde foram chamados com o intuito de investigar o desaparecimento de uma paciente psiquiátrica considerada perigosa, denominada Rachel Solando. A referida paciente, conseguiu fugir do Hospital Aschcliffe, Instituição Psiquiátrica de Segurança Máxima, que abrigava em suas Alas, Doentes Mentais Criminosos de alta periculosidade. Já no início das investigações, percebe-se um certo medo por parte de alguns funcionários do Hospital e desdém por meio de outros, o que leva o expectador a crer que algo muito grave e estranho ocorre dentro dos muros da instituição. É válido salientar a presença de muitos policiais, o que se torna avesso ao tratamento que deve ser dado em um Hospital, já que os pacientes não deveriam estar inseridos no sistema prisional e sim no sistema de tratamento para as comorbidades ali existentes. Diante de tanta segurança, como cercas eletrificadas, policiais por todos os lados e profissionais de saúde constantemente em vigília, se tornava difícil acreditar que a Paciente Rachel houvesse realmente fugido. Essa afirmativa se torna mais presente quando os investigadores encontram dois pares de sapato da paciente em seu quarto, levando-os acreditar que a mesma saiu de lá descalça, o que seria praticamente impossível. A preocupação com o sumiço da paciente tornava-se cada vez maior, pois ela havia matado os três filhos, o que a tornava de alta periculosidade, bem como era avessa à qualquer situação ali já ocorrida, já que a fuga havia se dado, mas a porta do quarto de Rachel estava trancada por fora e as grades de suas janelas estavam intactas. Todas essas incertezas e discrepâncias, foram se acumulando e se tornaram mais presentes a partir do momento em que Teddy encontra um bilhete no chão do quarto de Rachel que dizia: “A Lei dos 4. Quem é o 67?”. Entrevistas foram feitas com funcionários e pacientes, mas de nada adiantava, pois ninguém estava disposto a colaborar com as investigações e sempre repetiam as mesmas palavras, o que leva Teddy a crer que os Diretores da Instituição escondiam algo e que treinaram todos a falarem o que eles queriam que fosse dito. Durante as investigações, Teddy, que era um ex-combatente da 2ª Guerra Mundial, começa a ser atormentado por visões de momentos passados por ele nos campos de concentração e das mortes que ali havia praticado e presenciado. Em paralelo, ele passou a ter sonhos aterrorizantes com sua Esposa, que havia sido morta, segundo ele, por um incendiário de nome Andrew Laeddis. Diante de toda a estranheza da equipe do Hospital, que não colaborava com os Investigadores, Teddy passou a crer que ali se passavam experiências médicas com os pacientes, da mesma forma como se passava nos Campos de Concentração da Guerra. Ele tende então a investigar isto, crendo que todos ao seu redor estão lhe escondendo algo pois o mesmo havia sido atraído para lá e deveria ser um dos pacientes testados naquele local. Em meio a todo esse emaranhado de informações, Rachel Solando aparece, de início bem assustada com a presença de Teddy e sem saber o que estava acontecendo, pois em seu delírio, a mesma não havia matado seus filhos e ainda estava morando em sua casa, com seu esposo. A situação reforça as especulações de Teddy, que decide investigar o Farol do Hospital, local onde, segundo ele, eram realizados os experimentos com os pacientes da instituição. Uma grande tempestade ocorre e Teddy passa a ser acometido por severas dores de cabeça e tremores. Os médicos do local lhe dão medicamentos e o mesmo “apaga”, tendo mais uma vez sonhos bizarros com sua esposa falecida. No seu pensamento, a esposa lhe diz que seu assassino, Andrew Laeddis, está na instituição e o mesmo decide ir atrás dele. Em sua busca, Teddy descobre que o mesmo não está mais lá e que pode ter sido transferido para o Farol, para ser estudado. Mesmo por entre pedras e com seu constante e aparente pavor diante da água, Teddy decide mergulhar e ir nadando até o Farol. Ao chegar lá, nada encontra. Sobe escadas e abre portas, tendo suas expectativas frustradas ao encontrar somente um dos Psiquiatras da instituição sentado em uma mesa, mas nada de experimentos sendo realizados. A história, a partir desse momento, toma um rumo completamente inesperado, pois vê-se um Teddy assustado e atormentado diante do médico que ali se encontrava. Desenrola-se então, que na verdade, a paciente Rachel Solando nunca existiu, que ela foi fruto e criação da mente delirante de Teddy, que criou uma personalidade paralela à sua, para não ter que encarar sua realidade. Na verdade, Teddy se chamava Andrew Laeddis. Ele era sim um ex- policial federal e combatente de guerra, que não estava mais na ativa, mas sim, internado na instituição por ter assassinado sua esposa Dolores Chanal (anagrama de Rachel Solano), por não aceitar que a mesma havia tirado a vida e jogado no lago, seus três filhos. Ele também descobre que seu parceiro Chuck, é na verdade seu psiquiatra Dr. Sheehan. O que ocorreu durante toda a trama, foi algo chamado de Psicodrama, que nada mais é do que uma Terapia Psicológica feita por meio de encenação, sendo a mesma uma tentativa de tratamento para Andrew, que não aceitava sua realidade. Os médicos queriam, a partir desta, fazer Andrew perceber por si mesmo, que tudo não passava de um delírio e que o mesmo tinha que aceitar e conviver com seus problemas. Andrew desmaia e ao acordar, a realidade de que sua esposa matou seus filhos e que por isso ele a assassinou, já era visível. Ao fim, em conversa com seu psiquiatra, Andrew novamente começa a ter delírios, o que faz o médico acreditar que o mesmo ainda não estava livre de seus traumas. Andrew então faz a seguinte indagação: “O que seria melhor: Viver como um monstro ou morrer como um homem bom?” e levanta-se, levando todos a entenderem que o mesmo havia aceitado seu destino, de que só a lobotomia poderia curá-lo. Ao fim de toda a trama, pode-se analisar que Andrew era incapaz de aceitar sua realidade e que a partir dessa não aceitação, o mesmo acaba criando um personagem, onde ele estaria mais confortável e longe da realidade, acreditando que sua esposa não era uma maníaco-depressiva que em surto, havia assassinado seus filhos, mas sim alguém que havia sido morta por um incendiário, o qual ele teria ido procurar na ilha. Suas dores, tremores e alucinações presentes em todo o filme, eram nada mais do que efeitos de sua abstinência, causada pela retirada de seu medicamento, a Clorpromazina. A água também, assume papel importante em seus delírios, já que o mesmo possuía um certo pavor, o que pode ser entendido, já que seus filhos morreram afogados por sua esposa. Por ter treinamento militar, Andrew é considerado um dos pacientes mais perigosos da ilha, bem como por sua capacidade de criar histórias mirabolantes e se ligar tão fortemente a seus delírios, que faz com que suas alucinações sempre tornem tudo real e conciso. É uma pessoa provavelmente possuidora de um stress pós-traumático (por conta de suas experiências na guerra), o que veio a ser possivelmente agravado por seu aparente alcoolismo (mostrado em algumas passagens e sonhos com sua esposa). Tudo isso tende a piorar, quando o mesmo apresenta uma esquizofrenia paranoide, após a morte de seus filhos e esposa. Trazendo minha opinião à tona, creio que ao final de todo o Psicodrama, Andrew estava curado, porém, o mesmo finge ainda estar doente, tendo como objetivo final, a lobotomia (retirada de parte do cérebro), na esperança de não ser mais assombrado pela sua história e pelo seu destino, já que o mesmo não conseguia lidar de forma assertiva com a realidade e o peso da culpa que carregava e o impedia de seguir adiante. Ao fim, entende-se o Bilhete encontrado no chão de um dos quartos, Andrew, na realidade, era o paciente 67.