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ESTUDOS SOBRE MATERIAL DIDÁTICO E FORMAÇÃO DE

PROFESSORES: LEVANTAMENTOS BIBLIOGRÁFICOS


E PROPOSIÇÕES DE PESQUISA

Andréia Martins
Faculdade Sumaré
E-mail: andreia.martins@sumare.edu.br

Lilianne Sousa Magalhães


Faculdade Sumaré
E-mail: lilianne.magalhaes@sumare.edu.br

Revista Acadêmica Eletrônica Sumaré


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RESUMO: Neste artigo apresentamos um balanço dos trabalhos publicados cujo tema está
relacionado com a formação de professores no Brasil e os usos dos materiais didáticos. A
pesquisa foi realizada no banco de dados do Scielo, a partir desta busca pudemos concluir que
ainda são incipientes os trabalhos nesta área. Percebemos assim que o investimento no
tratamento minucioso do assunto é de grande importância para a formação inicial dos futuros
profissionais do ensino.

PALAVRAS-CHAVE: Material Didático; Formação De Professores; Livro Didático; Formação


Inicial; Trabalho Docente.

INTRODUÇÃO

Este texto tem como objetivo problematizar como andam as pesquisas sobre material
didático e formação de professores a partir da base de dados do Scielo, Muito se discute sobre os
usos de materiais didáticos e livros didáticos em sala de aula, sempre realizando um olhar
negativo para o uso dos livros pelos professores, mas como andam as pesquisas sobre o processo
de formação de professores e o uso de materiais didáticos em sala de aula? Como esta discussão
tem se feito presente na arena educacional? A partir destas indagações nos propomos à
realização de um levantamento bibliográfico. Utilizamos para a pesquisa a base de dados do
SCIELO que é uma biblioteca digital, desenvolvida pela Fundação de Amparo à Pesquisa de São
Paulo (FAPESP) que possui um amplo acervo digital de artigos científicos de diversas áreas do
conhecimento. Para realizar a pesquisa bibliográfica, utilizamos os seguintes descritores:
“formação de professores”, “material didático” e “livros didáticos”.

Para melhor entendimento sobre o conceito de material didático e livro didático nos
fundamentaremos na autora Circe Bittencourt (2004). Podemos descrever material didático como
todo artefato utilizado pela escola, que tem como função o ensino. Então, tudo o que compõe o
espaço escolar pode ser caracterizado como material didático: as carteiras, o giz, a lousa, a mesa
do professor, os quadros na parede, a exposição das atividades dos alunos, cadernos, lápis,
caneta, livros e tudo mais.

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Segundo Bittencourt (2004):

Uma concepção mais ampla e atual parte do princípio de que os materiais didáticos são
mediadores do processo de aquisição de conhecimento, bem como facilitadores da
apreensão de conceitos, do domínio de informações e de uma linguagem específica da
área de cada disciplina – no nosso caso a história. (p. 296)

A autora afirma que os materiais didáticos podem ser divididos em duas categorias: a
primeira são os suportes informativos; a segunda, o grupo de materiais didáticos constituídos
pelos denominados documentos.

Os livros didáticos são objetos culturais muito complexos. Constituem um material que
mantém uma coisa chamada de “tradição escolar”, que faz parte do cotidiano escolar há, pelo
menos, dois séculos. É um objeto construído com o objetivo direto de ensinar determinado
conteúdo, mas não é de fácil definição. Temos que analisá-lo a partir de vários pontos, como
produção, circulação e consumo.

O texto apresenta um levantamento das pesquisas que discutem a produção acadêmica


sobre formação de professores, material didático e livro didático.

A PRODUÇÃO ACADÊMICA SOBRE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E


MATERIAL DIDÁTICO

Ao colocar na base de pesquisa do SCIELO o primeiro descritor (formação de


professores) vieram elencados 336 artigos, dentre estes apenas três tem como objeto de pesquisa
a questão dos usos dos materiais didáticos na formação de professores, são os artigos de Pessoa
(2009), Cezar, Calsa e Romualdo (2009) e Vasconcelos e Souto (2003).

O primeiro artigo encontrado é de autoria de Rosane Rocha Pessoa e foi publicado em


2009 na revista online - “Trabalhos em Linguística Aplicada”, em sua apresentação a autora
ressalta:

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Há provavelmente tanto razões a favor quanto contra a utilização do livro didático no


ensino de língua estrangeira, mas o fato é que, no Brasil, poucos são os contextos
educacionais em que não se adota um livro didático. A relação entre essa ampla adoção
do livro didático e os modelos tradicionais de formação profissional, nos quais os
professores aprendem a aplicar em suas práticas pedagógicas teorias produzidas por
agentes externos, parece bastante óbvia. No entanto, nos modelos atuais de formação, que
objetivam principalmente que os professores construam conhecimento sobre ensino e
aprendizagem, será que há espaço para o livro didático ou deveria o professor criar os
seus próprios materiais? Neste texto, abordaremos esse tópico, levando em consideração a
percepção de alunos do curso de graduação em Letras da UFG sobre a utilização do livro
didático no ensino de inglês. (PESSOA, 2009, p. 53)

A metodologia de pesquisa utilizada por Pessoa:

(...) analisaremos o livro didático na perspectiva da formação do professor e de uma visão


sociointeracionista de linguagem e utilizaremos dados de um questionário aberto aplicado
a 38 alunos do curso de Letras - 21 dos quais são também professores -, que tiveram, no
ensino de inglês da graduação, experiências com e sem a utilização de livro didático. O
questionário se constituiu de quatro itens:
1) O que você acha do livro didático no ensino de língua inglesa?
2) Compare essas duas experiências de ensino de inglês no curso de graduação: a
utilização e a não-utilização do livro didático.
3) Como você vê a utilização e a não-utilização do livro didático na sua experiência como
professor de língua inglesa?
4) Que outras considerações você gostaria de fazer sobre o uso do livro didático?
(PESSOA, Trab. linguist. apl. [online]. 2009, vol.48, n.1, pp. 53-69)

A autora estrutura seu texto da seguinte maneira: em um primeiro momento realiza uma
discussão sobre os livros didáticos, e analisa as respostas das entrevistas acima descritas,
colocando que o professor que trabalha com foco fechado no material didático não é o
profissional desejado para a realização de uma educação emancipatória, no segundo momento a
autora se propõe a analisar o processo de formação de professores utilizando a tese da
proletarização docente de Apple (1995) e o conceito de "nova ordem mundial" de (MAGNOLI,
1993). A autora conclui seu texto apontando o seguinte:

Resta-nos, para concluir, responder a uma pergunta: Esses alunos em formação se


tornarão profissionais qualificados, reflexivos e críticos? Ou seja, eles serão os
professores dos quais precisamos nessa nova ordem mundial? Os dados nos permitem
afirmar que eles ainda estão muito presos à concepção técnica de ensino de línguas e, em
nosso entendimento, a utilização do livro didático contribui para isso. Mas a experiência
sem o livro no curso de graduação, como também evidenciam os dados, apresenta-se
como positiva e pode vir a alterar essa concepção, contanto que seja bem planejada,
responsável e efetiva, e trabalhe a linguagem como um sistema de significação de ideias
que desempenha um papel fundamental na forma como significamos o mundo e a nós
mesmos. (PESSOA, Trab. linguist. apl. [online]. 2009, vol.48, n.1, pp. 53-69)

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Pode-se perceber que o livro didático é apontado como o grande responsável pelo mau
trabalho docente, e o uso dele é visto como um limitador da ação do professor. Essa visão é
carregada de estereótipos sobre os usos do livro didático. E não discute a utilização do mesmo no
processo de formação de professores. Poderia problematizar, por exemplo, se existe ou não uma
disciplina intitulada avaliação e produção de materiais didáticos na formação inicial.

O segundo artigo encontrado foi escrito pelos autores Kelly Priscilla Lóddo Cezar,
Geiva Carolina Calsa e Edson Carlos Romualdo, e tem como título: Livro didático: seu papel nas
aulas de acentuação gráfica. O mesmo foi publicado no periódico Educação e Revista de 2009 e
traz o seguinte resumo:

O presente artigo tem como objetivo apresentar os resultados de uma investigação sobre o
uso do livro didático na prática pedagógica de dois professores - um de 4.ª e outro de 5.ª
séries do ensino fundamental - sobre os conteúdos de acentuação gráfica e tonicidade.
Considerou-se, como hipótese da pesquisa, que os professores continuam vinculados à
uma abordagem pedagógica algorítmica e mnemônica, embora estudos anteriores
mostrem que este tipo de ensino não seja o mais adequado para a aprendizagem da língua
falada e da língua escrita. Para o desenvolvimento do estudo realizaram-se observações de
aulas sobre os conteúdos investigados e análise dos livros didáticos utilizados pelos
professores. As observações evidenciaram privilegiamento do uso do livro didático e
tempo reduzido para exposição desses conteúdos, enquanto os livros didáticos mostraram
não diferenciar os dois aspectos linguísticos (fala e escrita), priorizando o ensino de
acentuação gráfica por meio da visualização e memorização de vocábulos acentuados
graficamente. Nos dois casos, constatou-se confusão conceitual: não há clareza de que a
sílaba tônica refere-se a aspectos da fala, enquanto a acentuação gráfica está diretamente
vinculada à escrita. Os dados sugerem que a acentuação gráfica pode ser ensinada como
um algoritmo gramatical desde que acompanhado de um processo de tomada de
consciência dos conceitos envolvidos nas normas gramaticais.

A metodologia apresentada é a seguinte:

A amostra da pesquisa foi constituída por dois professores do ensino fundamental - um de


4.ª e um de 5.ª série de uma escola pública de Maringá-PR - selecionados a partir de seu
aceite em participar da pesquisa. (...)optou-se por uma abordagem qualitativa dos dados
considerada a mais adequada para a compreensão da dinâmica presente no ambiente
escolar. Os dados foram coletados por meio de dois instrumentos: observações de aulas
de gramática e análises de livros didáticos. Foram observadas as aulas que abordaram o
tema tonicidade e acentuação gráfica, critério que definiu a quantidade de horas de
observação em cada série (4.ª série quatro horas e meia e 5.ª série, duas horas). As
observações contemplaram o desenvolvimento das atividades: apresentação do conteúdo,
exercícios, uso do livro didático e outros materiais, avaliação do conteúdo. Os livros
didáticos foram analisados quanto aos procedimentos subjacentes à apresentação e
exercício do conteúdo.

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Em suas considerações finais os autores apontam que os resultados da sua pesquisa


sugerem que a escola, representada pelos professores e livros didáticos, não está favorecendo a
formação de conceitos no ensino de tonicidade ou a tomada de consciência das regras de
acentuação gráfica. Por essa razão, considera-se relevante a organização e experimentação de
novas formas de ensinar esses conceitos de maneira a levar em conta seus aspectos comuns e,
principalmente, suas diferenças - prosódia e regras da língua materna, além da não dependência
do livro didático. Esses aspectos são relevantes, visto que a função do professor de língua
materna é a de promover a competência comunicativa dos alunos, ou seja, a articulação de seus
saberes linguísticos e não sua redução conceitual.

O terceiro artigo tem como título “O livro didático de ciências no ensino fundamental
proposta de critérios para análise do conteúdo zoológico”, dos autores Simão dias Vasconcelos e
Emanuel Souto, foi publicado em 2003 na Revista Ciência e Educação de Bauru. Os autores
pontuam que:

A literatura sobre formação de professores de ciências não tem tratado suficientemente a


situação do mundo quanto a uma percepção global de seus graves problemas atuais. O
presente artigo consiste essencialmente de um programa de atividades a ser desenvolvido
com professores em formação e em exercício, que visa favorecer uma reflexão coletiva e
conscientização sobre essa problemática. Nesta perspectiva é apontado um conjunto de
referências e questões para um debate fundamentado sobre vários dos fatores associados à
degradação da vida e sobre possíveis medidas para o enfrentamento da emergência
planetária. Investigações preliminares sobre a utilização do programa proposto têm
revelado resultados favoráveis quanto à percepção de que a educação científica tem a
contribuir para pensar e construir o futuro na direção de uma melhoria da qualidade de
vida. (VASCONCELOS E SOUTO, 2003, p. 93)

Ao utilizar o descritor “material didático”, foram elencados onze artigos, que seguem
listados abaixo:

1 - Relatório de estágio supervisionado como gênero discursivo mediador da formação do


professor de língua materna.

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2 - Abordagem dos temas alimentação e nutrição no material didático do ensino


fundamental: interface com segurança alimentar e nutricional e parâmetros curriculares
nacionais.

3 - Seleção textual no ensino interdisciplinar por projeto.

4 - A física nas séries iniciais (2ª a 5ª) do ensino fundamental: desenvolvimento e aplicação de
um programa visando à qualificação de professores.

5 - Textura do recurso pedagógico e implicações em atividade de encaixe realizada por


indivíduos com paralisia cerebral.

6 - Computadores e ensino de línguas estrangeiras: uma análise de sites instrucionais.

7 - Investigação em Educação Histórica: análises da temática religião em textos didáticos de


História.

8 - Promovendo o desenvolvimento profissional na formação de professores: a produção de


histórias infantis com conteúdo matemático.

9 - Análise comparativa do conteúdo Filo Mollusca em livro didático e apostilas do ensino médio
de Cascavel, Paraná.

10 - Materiais didáticos para a educação de jovens e adultos.

11 - Saúde e números: uma parceria de sucesso

Como podemos perceber o único texto que discute de maneira direta a questão do
material didático é o trabalho “Materiais didáticos para a educação de jovens e adultos” de
autoria de Osmar Fávero. O autor analisa os materiais didáticos utilizados na Educação de
Jovens e Adultos (EJA) livros que são trabalhados por vários movimentos que alfabetizam
jovens e adultos trabalhadores, como a Central Única dos Trabalhadores, o Movimento dos
Trabalhadores Sem Terra e o Sistema de Educação de Jovens e Adultos (SEJA) de Porto Alegre.
Neste artigo o autor apresenta a proposta pedagógica de cada movimento e o material didático

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produzido por eles. Não há nenhuma análise ou crítica ao uso do material didático, visto que este
não é o objetivo do trabalho, apenas são apresentadas as propostas e evidenciados os pontos
comuns entre as mesmas.

Ao colocar o descritor “livro didático” aparecem 57 artigos, como seguem abaixo:

TABELA 2 – PESQUISAS SOBRE LIVRO DIDÁTICO


1 - As diferentes versões de uma história única: a polêmica a respeito do livro didático por uma vida
melhor e os estudos do(s) letramento(s).
2 - O interlocutor nas propostas de produção textual no livro didático.
3 - O livro didático importado de inglês e o ensino da escrita.
4 - As dimensões da linguagem em livros didáticos de inglês para o Ensino Fundamental I.
5 - O livro didático na perspectiva da formação de professores.
6 - Texto visual, estereótipos de gênero e o livro didático de língua estrangeira.
7 - Diferenças culturais percebidas por brasileiros no uso da língua inglesa no exterior e seu tratamento
em livros didáticos.
8 - Atividades de leitura em livros didáticos de inglês: PCN, letramento crítico e o panorama atual.
9 - Atividades de leitura em livros didáticos de inglês: PCN, letramento crítico e o panorama atual.
10 - O livro didático como instrumento mediador no processo de ensino-aprendizagem de língua
portuguesa: a produção de textos.
11- Civismo, República e manuais escolares.
12 - As multifaces de "Através do Brasil".
13 - Física moderna no Ensino Médio: com a palavra os autores dos livros didáticos do PNLEM.
14 - Estudo da simetria de translação e de suas consequências: uma proposta para o ensino médio.
15 - Os conteúdos escolares das disciplinas de história e ciências e suas relações com a organização
curricular da Educação Física na escola.
16 - Livros escolares de leitura: uma morfologia (1866-1956).
17 - A constituição das interações em sala de aula e o uso do livro didático: análise de uma prática de
letramento no primeiro ciclo.
18 – Discursos do mundo do trabalho nos livros didáticos do ensino médio.
19 - O livro didático como mercadoria
20 - Pedagogia do Esporte: livro didático aplicado aos Jogos Esportivos Coletivos.
21 - Livro didático: uma ferramenta possível de trabalho com a dança na Educação Física Escolar.
22 - O livro didático na Educação Física escolar: a visão dos professores.
23 - Dez anos de PCNs de língua estrangeira sem avaliação dos livros didáticos pelo PNLD.
24 - A leitura de livros didáticos: uma situação negligenciada.
25 - Textos e hipertextos: procurando o equilíbrio.
26 - O processo de escolha do livro didático de língua portuguesa.
27 - Discurso e expressão de competência axiológica em livros didáticos de língua portuguesa.
28 - Aspectos políticos e econômicos da circulação do livro didático de História e suas implicações
curriculares.
29 - Livros didáticos em dimensões materiais e simbólicas.
30 - Dois manuais de história para professores: histórias de sua produção.
31 - Aprender a ler entre cartilhas: civilidade, civilização e civismo pelas lentes do livro didático.
32 - Autores e editores de compêndios e livros de leitura (1810-1910).
33 - O livro didático na educação infantil: reflexão versus repetição na resolução de problemas
matemáticos.
34 - A industrialização das editoras e dos livros didáticos nos Estados Unidos (do século XIX ao começo
do século XX).

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35 - A imagem e suas formas de visualidade nos livros didáticos de Português.


36 - Notas para discussão quanto à implementação de programas de governo: em foco o Programa
Nacional do Livro Didático.
37 - A fetichização do livro didático no Brasil.
38 - Diferentes concepções da ciência e implicações para seu ensino.
39 - Livro didático: seu papel nas aulas de acentuação gráfica.
40 - Lições de identidade presentes em livros didáticos de séries iniciais.
41 - Textos argumentativos em materiais didáticos: que proposta seguir?
42 - História e memória do ensino de física no Brasil: a faculdade de medicina de São Paulo (1913-
1943).
43 - A história da ciência nos livros didáticos de química do PNLEM 2007.
44 - Formação de conceitos científicos: reflexões a partir da produção de livros didáticos.
45 - Análises do conteúdo das leishmanioses em livros didáticos de ciências e biologia indicados pelo
Programa Nacional de Livros Didáticos (2008/2009).
46 - O ciclo hidrológico como chave analítica interpretativa de um material didático em Geologia.
47 - Um panorama das pesquisas sobre livro didático e educação ambiental.
48 - Investigações sobre o ensino de Genética e Biologia Molecular no Ensino Médio
brasileiro: reflexões sobre as publicações científicas.
49 - O livro didático de ciências: problemas e soluções.
50 - Indicadores da presença de conteúdos de História e Filosofia da Ciência em livro de texto de
Geologia Introdutória.
51 - História e Filosofia das Ciências no ensino de Biologia.
52 - O estudo do tratamento da informação nos livros didáticos das séries iniciais do ensino fundamental.
53 - A nova (moderna) biologia e a genética nos livros didáticos de biologia no ensino médio.
54 - O potencial das narrativas como recurso para o ensino de ciências: uma análise em livros didáticos
de Física.
55 - Positivismo e matemática escolar dos livros didáticos no advento da República.
56 - Estado e editoras privadas no Brasil: o papel e o perfil dos editores de livros didáticos (1970-1990).
57 - Pintar, dobrar, recortar e desenhar: o ensino da Simetria e Artes Visuais em livros didáticos de
matemática para os anos iniciais do Ensino Fundamental.

Podemos perceber ao ler os títulos dos trabalhos elencados que não foi encontrado
estudos que estabelecem relação entre o processo de formação de professores e usos dos livros
didáticos e, nas análises das pesquisas, os livros aparecem sempre como conjunto de conteúdos
aos alunos e, uma crítica ao uso que os professores e professoras fazem destes livros.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio deste levantamento inicial pode-se perceber que ainda são poucos os
trabalhos que tratam da temática formação de professores e material didático. Percebemos que
ainda serão necessários esforços metodológicos para a compreensão deste tema por
pesquisadores e educadores.

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A partir deste levantamento surgem algumas indagações: Como escritores e editoras


concebem o projeto editorial dos livros didáticos que circulam nas escolas brasileiras? Quais os
usos estão sendo feito destes materiais? Estes usos vão ao encontro da intencionalidade do autor?
De que maneira os cursos de formação de professores tem discutido sobre a utilização de
materiais didáticos? Os futuros docentes ou mesmo os docentes em serviço estão sendo
capacitados para analisar os materiais didáticos disponibilizados pelo PNLD nas escolas
públicas?

Acreditamos que estas e outras questões ainda merecem esforços de aprofundamento


teórico e discutir sobre isso nos cursos de licenciatura é de fundamental importância.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Autores e editores de compêndios e livros de


leitura (1810-1910). Educ. Pesquisa, Dez 2004, v.30, n.3, p.475-491.

BOTO, Carlota. Aprender a ler entre cartilhas: civilidade, civilização e civismo pelas lentes
do livro didático. Educ. Pesquisa, Dez 2004, v.30, n.3, p.493-511.

CEZAR, Kelly Priscilla Lóddo; CALSA, Geiva Carolina; ROMUALDO, Edson Carlos. Livro
didático: seu papel nas aulas de acentuação gráfica. Educ. rev., 2009, n.34, p.215-230.

FÁVERO, Osmar. Materiais didáticos para a educação de jovens e adultos. Cad. CEDES,
Abr 2007, v.27, n.71, p.39-62.

GATTI JÚNIOR, Décio. Estado e editoras privadas no Brasil: o papel e o perfil dos editores
de livros didáticos (1970-1990). Cad. CEDES, Dez 2005, v.25, n.67, p.365-377.

MUNAKATA, Kazumi. Dois manuais de história para professores: histórias de sua


produção. Educ. Pesqui., Dez 2004, v.30, n.3, p.513-529.

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PESSOA, Rosane Rocha. O livro didático na perspectiva da formação de professores. Trab.


linguist. apl. [online]. 2009, v.48, n.1, p. 53-69.

VASCONCELOS, Simão Dias; SOUTO, Emanuel. O livro didático de ciências no ensino


fundamental proposta de critérios para análise do conteúdo zoológico. Ciênc. educ. (Bauru),
2003, v.9, n.1, p.93-104.

WARDE, Mirian Jorge. A industrialização das editoras e dos livros didáticos nos Estados
Unidos (do século XIX ao começo do século XX). Educ. Soc., Mar 2011, v.32, n.114, p.121-
135.

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