RURAL

SEMANAL
Informativo da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
ANO XXI - n. 18 - 20 a 26 de julho de 2014

Julho florido
IX Exposição de Orquídeas e Bromélias
traz beleza ao inverno da Rural P.4

Entrevista: Professor Marco Souza

Diretor do Instituto de Ciências Sociais
Aplicadas, que está prestes a completar
um ano, explica como foi sua criação P.3

Pesquisa em parceria
com a Petrobras
Laboratório pioneiro em
poços de petróleo fica na Rural P.5
Editorial
Fruto do
diálogo respeitoso
C
om a realização das provas optativas durante essa semana, encerra-
se o primeiro semestre letivo do ano de 2014, iniciado no final do
mês de março. As dificuldades para que as atividades acadêmicas,
principalmente aquelas referentes ao ensino de graduação, pudessem ser
mantidas durante todo esse período foram superadas com muito diálogo
entre a Administração Central da UFRRJ e os segmentos que compõem a
comunidade universitária.
A forma de manter o atendimento diário aos estudantes por meio da
contratação de serviços prestados por empresa de alimentação foi o
ponto mais crítico desse período, não apenas pela natural comparação
entre os padrões oferecidos pelo normal funcionamento dos nossos
Restaurantes Universitários, mas, principalmente, pela necessidade de
fiscalizar a manutenção dos padrões rígidos envolvidos na entrega da
alimentação contratada.
Outro ponto de destaque, e sempre presente em outros semelhantes
momentos, foi a forma como os segmentos discentes e docentes,
compreendendo e respeitando as atividades exercidas pelo conjunto
dos servidores técnico-administrativos, buscaram alternativas para
dar prosseguimento ao semestre letivo para que não interferissem
negativamente no movimento reivindicatório daquele segmento.
Com as responsabilidades que lhes competem, tanto o Conselho de
Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) quanto o Conselho Universitário
(Consu), mesmo mantendo seus calendários de reuniões e as extensas
pautas que devem cumprir dentro da temporalidade necessária aos
diversos tipos de processos a serem deliberados, abriram espaços em
suas reuniões para avaliar e encaminhar as soluções que permitiram
dar andamento ao semestre letivo, sem deixar de prestar apoio às justas
reivindicações do segmento técnico-administrativo.
Dessa maneira, mesmo com os pontos facultativos e feriados que
se agregaram ao calendário acima exposto, devido ao evento da Copa
do Mundo de Futebol, ao fechar, neste final de julho, a primeira fase
de colação de grau do ano de 2014 para um expressivo conjunto de
estudantes das diversas áreas do conhecimento presentes na UFRRJ,
muito além do cumprimento dessa importante missão institucional,
cabe realçá-la como fruto principal de um diálogo respeitoso entre cada
membro da comunidade universitária.
Calendário Acadêmico
• 21 a 25 de julho (segunda a sexta-feira) – Semana de provas optativas
• 30 de julho (quarta-feira) - Início do recesso escolar
Confira mais em http://goo.gl/NZn5A
Último Rural Semanal do período
Esta edição, 18, é a última do período de 2014.1. Em agosto, voltamos
com mais reportagens, entrevistas, coberturas de eventos e temas para
o Instagram.
Disque Denúncia
O Disque Denúncia é um serviço organizado da sociedade civil do Rio de
Janeiro. Se precisar, ligue: 2253-1177.
Opinião
A FORMAÇÃO DE
PROFESSORES E O PNE
• Lucília Augusta Lino de Paula
Professora do Instituto de Educação/UFRRJ, partici-
pou da etapa estadual da Conferência Nacional de
Educação (Conae) que discutiu a proposta do PNE
N
o dia 25 de junho, o Plano Nacional da Educação
(PNE) para os próximos dez anos foi sancionado
pela presidente Dilma Rousseff. A Lei nº 13.005
possui 14 artigos e um anexo com 20 metas a serem
cumpridas até junho de 2024, visando à melhoria da
qualidade da educação brasileira. Apesar do atraso de
três anos, devido à tramitação no Congresso, a apro-
vação é uma conquista, principalmente por assegurar,
na Meta 20, a ampliação progressiva do investimento
público em educação até atingir, em 2024, 10% do
Produto Interno Bruto (PIB).
Das 20 metas, quatro tratam da preparação e valo-
rização dos professores. Hoje, um dos graves proble-
mas associados à desvalorização da carreira é a baixa
adesão dos jovens aos cursos de licenciaturas. Isso é
mais grave devido ao fato de que, no Brasil, há uma
carência de professores devidamente habilitados.
Se em 2012 (segundo dados do MEC), 78,1% dos
professores da Educação Básica já possuíam o nível
superior, apenas 48,3% dos que atuavam no Ensino
Médio e 32,8 % dos que lecionavam nos anos finais
do Ensino Fundamental tinham licenciatura na área
em que ensinavam. Assim, dos cerca de dois milhões
e cem mil professores que atuam na Educação Bási-
ca do país, 22% não possuem formação adequada
(Censo Escolar de 2012).
A Meta 15 determina “que todos os professores da
Educação Básica possuam formação específica de ní-
vel superior, obtida em curso de licenciatura na área
de conhecimento em que atuam”. A 16 estabelece
ainda que, até 2024, 50% dos professores devem ser
formados em nível de pós-graduação, além de garan-
tir “formação continuada em sua área de atuação”.
Atualmente, a UFRRJ tem 23 cursos de licencia-
tura – sendo 16 no câmpus Seropédica, seis em
Nova Iguaçu e um na modalidade Ensino a Distân-
cia (EAD); dois mestrados em educação e dois mes-
trados profissionais para o ensino de História e de
Matemática. A Rural oferece ainda, em parceria com
o MEC, diversos cursos de formação continuada de
professores das redes públicas de ensino, além dos
cursos de licenciatura do Plano Nacional de Forma-
ção de Professores (Parfor). A formação de professo-
res ocupa, hoje, na UFRRJ, um espaço significativo
no ensino, pesquisa e extensão.
O novo PNE traz três metas importantes para en-
frentar o desafio de ampliar a qualidade do ensino,
abrangendo a formação do professor, remuneração e
carreira, além da melhoria das condições de trabalho.
Para isso, é importante que a Educação Básica entre
na agenda de prioridade das universidades, supe-
rando o descompasso entre a formação oferecida e
a sala de aula das escolas brasileiras, apontado em
diversas pesquisas.

ICSA: O NOVO INSTITUTO FAZ UM ANO
Diretor da área de Ciências Sociais Aplicadas, Marco Souza faz um balanço
e revela os desafios de sua administração
• Victor Sena
N
ascido e criado em Seropédica, dentro do câm-
pus da Rural e “comendo com o pai no Bande-
jão”, Marco Souza Bauhaus é diretor do Instituto
de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA), o mais recente da
UFRRJ, criado em agosto de 2013 a partir de uma divi-
são dos cursos das áreas Humanas e Sociais. Marco é
formado em Administração pela Universidade Rural, e,
antes, pelo Colégio Técnico da Universidade. Hoje, na
direção do ICSA, gerencia os cursos de Administração,
Adm. Pública, Adm. à Distância, Contabilidade, Hote-
laria, Economia Doméstica e Ciências Econômicas. O
novo instituto também ficou com o mestrado em Ad-
ministração e Desenvolvimento Territorial. Antes, toda
essa estrutura fazia parte do Instituto de Ciências Hu-
manas e Sociais, que ficou com os cursos específicos
da área de Ciências Humanas.
Nesta entrevista ao Rural Semanal, o professor conta
como foi o processo de criação do Instituto, aprovada pelo
Conselho Universitário em 30 de julho de 2013, e explica
quais os elementos essenciais que uma instituição de en-
sino – inclusive como espaço físico – precisa ter para que
haja ensino, pesquisa e extensão de qualidade.
Rural Semanal: Como surgiu o movimento de retirar
alguns cursos do ICHS, criando um novo instituto?
Marco Souza: Essa “separação” do ICHS é, na verda-
de, uma medida administrativa muito importante. Com
o Reuni, a área de humanas e sociais cresceu bastante.
Nós chegamos a ter 300 professores, quase 5 mil alunos
e gerenciar essa infraestrutura ficou muito complicado.
Imagina um diretor gerenciar 11 departamentos, 14 co-
ordenações de curso e as coordenações da pós-gradu-
ação. O nosso Consuni teria que ter quase 60 pessoas,
colocando todas as representações. Uma outra questão
é que ficou patente a divisão entre humanas e sociais
aplicadas. Como nós poderíamos administrar os proje-
tos dessas áreas com qualidade? Criando dois institutos,
para que esses projetos acadêmicos sejam mais bem
acomodados. O ICHS tinha ficado muito grande compa-
rado a outros institutos da Rural.
Quais foram as consequências dessa divisão? Há me-
lhorias?
Houve uma diminuição da carga de trabalho do
ICHS. NO ICSA, temos o nosso Consuni (conselho
específico de cada instituto). Então podemos olhar
de maneira mais próxima. Aí, nós esbarramos em
Entrevista
Ciências Sociais Aplicadas. Marco Souza é formado do curso de
CCS/UFRRJ
Administração e é diretor do ICSA
uma questão que é cultural. Nós somos mais ligados à questão política do
que ao planejamento e gestão dos projetos. Há um hábito nos departamentos
de ficar muito preso ao político-administrativo. Tem pouco planejamento. Os
departamentos do ICSA são antigos e, de certa forma, eles cristalizaram uma
cultura. Apesar de já termos nove meses de criação, ainda não conseguimos
avançar para além da rotina, que é fazer dos conselhos um espaço para a dis-
cussão dos projetos acadêmicos, organizando assim os nossos produtos de
ensino, pesquisa e extensão.
Há perspectiva para novas divisões?
Há uma tendência de a área de Letras e Artes criarem um instituto futuramen-
te, “saindo” do ICHS. Mas falta um crescimento que aponte que eles já se enten-
dem como área para pleitear essa criação, o que é importante.
Mas esbarramos também no problema da área física. O ICSA e o ICHS compar-
tilham da mesma área. Um espaço que não dá conta. Somos “clientes” do PAT e
de outros Institutos. Não há, também, a cultura de serviço. Não há comunicação
visual, sinais de orientação. Então ocupamos uma área de física que não foi mui-
to pensada para oferecer um atendimento de qualidade.
E a divisão acaba favorecendo a representatividade desses cursos nos con-
selhos da Universidade?
Sim. Essa divisão acaba tendo uma consequência política. Antes o ICHS tinha
um voto no Consu para representar todos aqueles cursos que estavam nele. Os
institutos de um curso só também tinha um voto.
Como é uma área física que acolhe e permite a pessoa a produzir com qualidade?
Isso é um dos objetivos que eu tenho aqui no ICSA. A Rural é muito comple-
xa. Ao mesmo tempo ela é uma universidade, uma cidade e uma empresa. Se
olharmos por essa perspectiva, ela tem três tipos de planejamento. É uma uni-
versidade porque produz ensino, pesquisa e extensão. Ela é uma cidade porque
as pessoas se acomodam aqui e muitas moram aqui. Então, ela precisa ter trans-
porte, serviços, atendimento médico, sistema de energia, sistema de segurança,
coleta de lixo, acesso e acessibilidade. É também uma empresa. Tem quase 3 mil
funcionários e precisa gerenciá-los.
Não temos essa cultura de entender que temos três marcadores: acolhimento,
permanência e produção. O acolhimento é essencial para quem chega e precisa
saber como “utilizar” a Universidade. A permanência com qualidade é importante
para quem passa seu tempo aqui, o que garante a produção acadêmica.
O que pode ser feito para haver uma melhoria?
O período de 2014-1 é o ápice de entrada dos cursos novos. É quando se for-
mam as primeiras turmas. Então, sabemos qual é a demanda máxima. Entenden-
do essa demanda, organizando-a, nós poderemos gerenciar nossas capacidades.
Porque administrar é promover demanda e capacidade produtiva. Então ainda
não conseguimos estabelecer sobre a rotina um planejamento desses. A Rural,
principalmente na área de Humanas e Sociais, precisa parar de ser vivida duas
vezes por semana por muitos professores. Quanto mais a gente ocupar aqui, a
estrutura vai funcionar.
RURAL SEMANAL 03
 CCS/UFRRJ
Capa

Beleza natural. Pavilhão Central se enche de cores e formas,

atraindo novos e experientes orquidófilos

FLORES DE INVERNO
Exposição de Orquídeas e Bromélias da UFRRJ enfeita P1 na estação mais aconchegante do ano

T
odo ano ela se repete... cheia de novidades. Mas ela literalmente floresce num evento como esse, despertando paixões à
Em sua nona edição, a Exposição de Orquíde- primeira vista, declarações de amor e uma imensa sensação de bem-estar.
as e Bromélias da UFRRJ espalhou, mais uma – São como se fossem minhas filhas. Recentemente, descobri que elas gos-
vez, cores e formas no térreo do Pavilhão Central da tam de música. Mas só das mais suaves – contou Elizabeth Frota Morenz, téc-
UFRRJ, em Seropédica, entre os dias 9 e 11 de ju- nica agrícola da Pesagro-Rio, que tem 300 espécies num orquidário caseiro.
lho. E manteve a tradição de suas atrações, como a – Quando vejo uma meio adoentada, digo que a quero ver logo boa. É incrível,
abertura do Coral da Universidade, sorteio de plan- mas na semana seguinte ela aparece melhor. Pode parecer maluquice, mas con-
tas, oficina de orquídeas e exposição de exemplares verso muito com elas.
especiais no hall de entrada. Também não faltou um
componente essencial: muita gente circulando entre Essa “loucura” – típica dos poetas, artistas ou sábios – converte-se em sa-
as banquinhas que vendiam espécies para todos os nidade, terapia ou simplesmente qualidade de vida, comprovada por quem há
gostos e bolsos. Mas uma novidade marcou o evento, anos lida com as belas flores.
que sempre foi realizado em novembro: neste ano, – Numa exposição que participei em Quissamã, no interior do estado do
ele aconteceu no inverno, o que fez toda a diferença.Rio, conheci uma moça que disse que o contato com as orquídeas mudou sua
– Como estamos fazendo em julho, há espécies vida – lembrou Sandra Altenburg Odebrecht, que é criadora desde 1979. – Esse
que não costumávamos ver nas edições passadas – retorno é melhor que o financeiro. Adoro ver a garotada se interessar, querendo
explicou o professor do Instituto de Agronomia (IA), dicas de como cultivar.
João Araújo, um dos organizadores da exposição. Em sua história de quase dez anos, o evento da Rural fez germinar muitos
Uma dessas “estrelas” de inverno chamou a aten- intercâmbios entre criadores mais experientes e pessoas que foram atraídas
ção na entrada do P1: a orquídea Paphiopedilum, po- pelo universo da orquidofilia. Este foi o caso de Elcy Rodrigues, assistente ad-
pularmente conhecida como “sapatinho” ou “quei- ministrativa no Instituto de Veterinária.
xada”. Ela despertou interesse no público por conta – Quando ajudei a editar um livro do professor Abboud, passei a conhecê-lo
da forma exótica, que realmente lembra um pequeno melhor e nos tornamos amigos. Ele começou a me dar uma mudas, e eu fui
sapato. Mas outras “modelos” também fizeram suces- plantando. Aí, toda vez que eu o chamava para um cafezinho lá em casa, apro-
so, como uma orquídea palustre (de regiões alagadi- veitava para pedir uma orientação – disse.
ças) que cresce no Lago Açu, aqui mesmo na Rural,
A IX Exposição de Orquídeas e Bromélias da UFRRJ contou com a partici-
e as micro-orquídeas, que mostraram que não são
pação da associação de criadores OrquidaRio (representada no evento pelos
apenas os exemplares com flores maiores que atra-
orquidários Florália, Itaorchids e Imperial) e apoio da Reitoria.
em colecionadores.

“
– A cada ano as pessoas ficam mais entusiasma-
das com a exposição, e um monte de gente passa a São como se fossem minhas filhas.
cultivar – disse o outro organizador, Antônio Carlos
Abboud, também docente do IA. – Nosso maior obje- Recentemente, descobri que elas gostam
tivo é divulgar a orquidofilia. E estamos tendo muito
sucesso. de música. Mas só das mais suaves.”
Música suave
A íntima relação entre plantas e seres humanos Elizabeth Frota Morenz, técnica agrícola da Pesagro-Rio, que tem 300
pode passar despercebida para os menos sensíveis. espécies num orquidário caseiro.
RURAL UM PASSO À FRENTE Pesquisa
UFRRJ tem laboratório pioneiro para pesquisa em poços de petróleo do país, em parceria com a Petrobras

• Juliana Portella, estudante de Jornalismo na Rural

e colaboradora da Coordenadoria de Comunicação Social

O
único laboratório do país que avalia em tempo petróleo em níveis nacional e internacional e estimulam a competência tecnoló-
real as propriedades de fluidos de perfuração gica numa escala muito maior que os laboratórios tradicionais.
e a interação entre fluidos e rochas salinas do De acordo com professor Calçada, do Departamento de Engenharia Química,
pré-sal fica na UFRRJ. Ele foi criado com dois objetivos: um dos coordenadores do laboratório, os projetos desenvolvidos no LEF são uma
alavancar pesquisas na área de escoamento de flui- oportunidade para o desenvolvimento da UFRRJ.
dos de perfuração na Universidade e contribuir para – Isto vai nos dar projeção nacional e internacional. Vai favorecer a indústria
a melhoria da realidade econômica do país. Com 550 brasileira, a Petrobras e ainda vai contribuir para a formação de recursos huma-
m² de área construída, o Laboratório de Escoamento nos. O ensino, a pesquisa e todas as atribuições que são típicas das universida-
de Fluidos Giulio Massarani (LEF), vinculado ao Depar- des estão sendo favorecidos nesse contexto de investimento em infraestrutura –
tamento de Engenharia Química, fica no Instituto de comentou. – Melhora a indústria, melhora a Universidade e melhora a sociedade
Tecnologia da Rural. com profissionais mais capacitados.
Segundo os coordenadores do LEF, Luís Américo Calçada e Cláudia Miriam
Além de possibilitar a avaliação de propriedades
Scheid, a ideia de criar o laboratório surgiu de projetos desenvolvidos junto ao
dos fluidos, o laboratório cumpre as funções de ensino, Cenpes/Petrobras e é resultado de uma parceria entre a Universidade Rural e a
pesquisa e extensão, funcionando como um comple- Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica da UFRRJ (FAPUR).
mento de desenvolvimento tecnológico e formação de
recursos humanos. Com investimentos na casa dos R$ 5 Nas profundezas do pré-sal
milhões em infraestrutura e equipamentos, o laborató- São muitos os desafios tecnológicos envolvidos na exploração da camada pré-
rio faz parte da Rede Temática de Engenharia de Poços sal. As soluções começaram a ser encontradas pela Petrobras, ainda nos anos
e tem convênio com o Centro de Pesquisas Leopoldo 70. Mais tarde, o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de
Américo Miguez de Mello (Cenpes) da Petrobras. Engenharia (Coppe/UFRJ) participou ativamente das pesquisas. Atualmente, uma
importante parcela das soluções tem saído da Universidade Federal Rural do Rio
Inaugurado em junho de 2011, o LEF é coordena- de Janeiro, através do LEF, que está empenhado em ajudar no avanço da indústria
do pelos professores Luís Américo Calçada e Cláudia petrolífera com qualidade e eficiência.
Miriam Scheid. As linhas de pesquisa nas quais são De acordo com o engenheiro e pesquisador Sérgio da Cruz Magalhães Filho,
desenvolvidos projetos são: filtração e invasão de flui- aluno de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química da
dos de perfuração, escoamento de pastas de cimento, Rural, a previsão para os testes da unidade móvel do laboratório on line de medi-
estudo da dinâmica de dissolução de sais, sedimenta- das de propriedades de fluidos de perfuração nos campos petrolíferos começa-
ção de barita e controle de pressão de fundo de poço. rão em outubro desse ano.
Algumas destas pesquisas são dirigidas pela profes- O LEF serve de suporte para vários outros professores do DEQ/UFRRJ, para
sora Marcia Domiciano Vega. Os estudos favorecem o profissionais de outras universidades nacionais e internacionais e para pesqui-
desenvolvimento do setor de perfuração de poços de sadores da Petrobras.

JULIANA PORTELLA

Parceria com a Petrobras. Inaugurado em junho de 2011, o LEF é

coordenado por professores de Engenharia Química
EXCELÊNCIA RECONHECIDA
Laboratório da UFRRJ se destaca e recebe prêmios nacionais e internacionais
• Raomi Pani
O
primeiro lugar do Student Poster Contest (SPC)
é da Rural. A estudante de Engenharia Quími-
ca e aluna de iniciação científica do Laborató-
rio de Escoamento de Fluidos (LEF), Caroline Eulino
Gonçalves Pereira, conquistou o prêmio na categoria
“Graduação”, durante a Fluids Technical Conference
and Exhibition 2014. O evento, realizado pela Associa-
ção Americana de Engenheiros de Perfuração (AADE),
aconteceu entre os dias 15 e 16 de abril, em Houston,
no Texas (EUA).
– Essa premiação mostrou que eu estou alcançan-
do uma formação sólida, a sonhada aproximação entre
a academia e a indústria. E isso abre portas e novas
oportunidades profissionais para que eu faça uma
pós-graduação no exterior – afirma a estudante, que
está no 10º período. – E ainda tive a possibilidade de
estreitar contato com profissionais internacionais e
pesquisadores de vários países.
O trabalho apresentado por Caroline avalia pas-
tas de cimento, material utilizado nas paredes dos
poços de petróleo depois da perfuração para evitar
que haja vazamento de fluidos do reservatório para
o poço. No trabalho, foram calculadas as previsões
da perda de carga de diversas pastas utilizadas pela
Petrobras, e os resultados obtidos alimentaram s de
projetos da empresa.
Prêmio inventor
Além da premiação de Caroline, outra pesquisa do
LEF também ganhou destaque este ano. Em março de
2014, o estudante de mestrado do Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Química (PPGQ), Sérgio da
Cruz Magalhães, apresentou seu trabalho no congres-
so internacional de perfuração realizado pela Society Petróleo e Gás (Enahpe) foi importante para a avaliação dos trabalhos do laborató-
of Petroleum Engineers e pela International Associa- rio. A pesquisa de Sérgio recebeu o primeiro lugar do SPC na categoria “Mestrado”;
tion of Drilling Contractors. O evento aconteceu em a de Caroline foi contemplada com o segundo lugar na categoria “Graduação”.
Fort Worth, no Texas (EUA) e fortalece a rede de contatos com institutos de pes-
quisa e universidades internacionais.
O estudo de Sérgio busca realizar, online, a medida de várias propriedades
físicas de fluidos de perfuração de poços de petróleo. Além de diminuir o tem-
po dessa tarefa, o trabalho também deve beneficiar a segurança do processo de
perfuração ao retirar recursos humanos de áreas de risco. A pesquisa gerou o
depósito de uma patente, em 2013, e de mais duas neste ano. A patente do ano
passado contemplou o trabalho de Sérgio com o Prêmio Inventor 2014, distribu-
ído pela Petrobras para incentivar a inovação tecnológica. A premiação acontece
no próximo dia 20 de agosto.
– Receber um prêmio é um termômetro que nos mostra que estamos no cami-
nho. A Universidade Rural não costumava ter esse tipo de reconhecimento, não
tinha essa envergadura internacional. Agora eles já sabem que aqui, na UFRRJ,
também nascem novas soluções – reconhece o estudante que se graduou na
Rural e, hoje, é engenheiro e pesquisador no LEF.
Para a professora Claudia Scheid, coordenadora do LEF, os prêmios recebidos
pelos pesquisadores mostram que o grupo está no caminho certo.
– O reconhecimento do nosso trabalho, tanto no Brasil como no exterior, é
muito gratificante e serve de estímulo, além de projetar a Universidade no ce-
nário internacional. As pesquisas desenvolvidas aqui são de aplicação direta na
indústria do petróleo e, muitas vezes, inovadoras, o que representa um grande
desafio – enfatiza a professora. – Poder propiciar essas oportunidades aos alunos
é muito importante, pois eles retornam motivados e realizados com o próprio
trabalho. E isso contagia o grupo todo.
Histórico de sucesso
Já em 2012, o LEF começou a ter sua excelência e pioneirismo reconhecidos.
O discente Edilson Cabral Adrião, do curso de Engenharia Química, foi premiado
em 1º lugar em mostra de iniciação científica realizada no XVII Congresso Re-
gional dos Estudantes de Engenharia Química. Intitulado “Avaliação de modelos
reológicos e correlações de fator de atrito de pasta de cimento em dutos circular
e anulares”, o trabalho foi desenvolvido pelo grupo de pesquisa de cimentação
de poços de petróleo do laboratório.
Em agosto 2013, o V Encontro Nacional de Hidráulica de Perfuração de Poços de
RA0MI PANI
Prêmio internacional. Caroline Pereira é estudante de Engenharia
Química e aluna de iniciação científica
RURAL SEMANAL 05

SEGURANÇA EM DISCUSSÃO
A reitora da UFRRJ, professora Ana Maria Dantas, fez uma soli-
citação, através de ofício entregue ao Governador do Estado do
Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, no dia 22 de maio, de um
encontro para discutir questões de segurança no município de
Seropédica e, em particular na UFRRJ.
O encontro ocorreu dia 15 de julho e nele estavam presentes:
a reitora Ana Dantas, o chefe geral da Embrapa Agrobiologia, Gus-
tavo Xavier, o prefeito de Seropédica, Alcir Martinazzo. O grupo
foi recebido pelo secretário de Segurança Pública do estado, José
Mariano Beltrame, que também convidou para a ocasião o sub-
secretário de Planejamento e Integração Operacional, Antônio
Roberto Cesário de Sá, o comandante do 3° BPM (Méier) tenente-
coronel Rogério Martins da Silva e o delegado titular de Polícia
Civil da 48ª DP (Seropédica) Paulo Freitas.
A reitora apresentou a preocupação da comunidade universitária
com o aumento da violência no município, sobretudo, em função do
quadro reduzido de servidores vigilantes. Ela destacou que é necessária
uma ação mais efetiva dos órgãos responsáveis pela segurança pública.
O prefeito de Seropédica e o chefe geral da Embrapa Agrobiolo-
VETERINÁRIOS APROVADOS
A direção do Instituto de Veterinária parabeniza os egressos
da Universidade Rural, que foram aprovados no concurso do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)
para os cargos de “fiscal federal agropecuário” e “agente de
inspeção de produtos de origem animal”. Tal concurso é um
dos mais importantes da área devido ao impacto que a atu-
ação desses profissionais representa para o desenvolvimento
de nosso país.
Parabenizamos os médicos veterinários Gabriel Andrade,
Fabíola Corrêa, Carla Bueno, Andreza Araújo Nagipe Simões,
Ronne Peterson Severnini Simões, Luana Lima, Alessandro
Lopes, Mariana Perdomo, Kátia Mendonça, Antônio de Ol-
iveira Marques Junior, Fábio Silva de Souza, Cássia Couto da
Motta, Bruno Oliveira de Carvalho, Gabrielli Stefaninni, Ramon
Pimenta, Tayane Karine Barbosa de Morais, Flávia Olimpio,
Wanderson Silva, Natália Lima Garcia Salgado, Greice Marques
Sanchez Pereira, Juliana Carrocino, Bruno Davantel, Larissa
Clara da Silva, entre outros que porventura não tenham tido
seu nome mencionado.
Essa aprovação maciça reflete e reforça a tradição de nossa Uni-
versidade em formar médicos veterinários para atuar em áreas
estratégicas no país. Isso já ocorreu no concurso de 2007, quan-
do ingressaram no quadro de profissionais do MAPA os médicos
veterinários ruralinos Ana Lúcia Viana, Arisa Mandarino, Aline
Gils, Joseane de Oliveira, Daniele Perez, Paulo Roberto Carvalho
Filho, Leonardo Pessanha Moreira, Alessandra de Lacerda Alves,
Lucas Fiuza, Gabrielle Sales de Oliveira, Thaís Ebbendiger,Bruno
Medeiros, Bruno Rebelo Pessamilio, Verônica Santanna, José
Márcio Pimentel Martins, Letícia Gomes, Michaelle Rodrigo Cadu
Aballo, Barbara Agate Borges Cordeiro, Renata Madureira, Paula
Amorim Schiavo, Márcia Oliveira, Mariza Oliveira, Sheila Matos
Xavier, Wagner Couto, Ana Elisa Ferreira. Nossos votos de suces-
so e realização profissional em um desempenho comprometido
com os anseios da sociedade brasileira.
Informes Gerais
gia também realçaram a preocupação com as questões de seguran-
ça, que vêm aumentando nos últimos anos. Foram apresentados os
mapas relativos às ocorrências policiais no município de Seropédi-
ca e, também, foi feita uma comparação com os demais municípios
do estado. Desta forma, ainda foi ressaltado que o efetivo de po-
liciais hoje existente para atendimento ao município é inferior ao
número de servidores vigilantes da Universidade.
Aproximação e ação cotidiana
O secretário de Segurança informou sobre a breve instala-
ção de um batalhão de Polícia Militar em Itaguaí, município
vizinho, uma vez que Seropédica faz parte da área de policia-
mento do 24º BPM (Queimados). Foi destacada também a ne-
cessidade de uma maior aproximação dos diferentes setores
responsáveis pela segurança, numa perspectiva educativa,
sendo sugerida a realização de um evento para a discussão
das questões relativas à segurança no município, com a par-
ticipação das diferentes autoridades da área. A reitora enfati-
zou a urgente necessidade de se buscar o aumento do efetivo
de policiais e viaturas na cidade e de uma ação cotidiana no
entorno do câmpus Seropédica.
RESULTADO ELEIÇÕES CPPD
A Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD) divulga o resul-
tado de suas últimas eleições realizadas no final de abril.
Chapa única
Titular: Carlos Luiz Massard (DPA/IV)
Suplente: Adivaldo Henrique da Fonseca (DESP/IV)
Professor associado
Chapa única
Titular: Vinícius Rezende Ribeiro (IB)
Suplente: Francisco de Assis Baroni (IV)
Professor adjunto
Chapa 2
Titular: Ricardo Siqueira da Silva (IV)
Suplente: Denise Monte Braz (IB)
Professor assistente
Chapa única
Titular: Lenir Lemos Furtado Aguiar (IB)
Suplente: Pedro Germano filho (IB)
Professor do ensino básico técnico e tecnológico (EBTT – CTUR)
Chapa única
Titular: Anivaldo Xavier de Souza
Suplente: Loris Lodir Zuccco
VIGILANTES DA DGV RECEBEM TREINAMENTO DA CORE
Servidores técnicos da Divisão de Guarda e Vigilância (DGV/
UFRRJ) realizaram um treinamento com instrutores da Coorde-
nadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil (Core). A capaci-
tação incluiu práticas policiais, técnicas de abordagem, con-
dução de suspeitos, revista em veículos e defesa pessoal.
RURAL SEMANAL 07
 Informes Gerais

DOCENTE DA UFRRJ É UM DOS AUTORES DE OBRA APROVADA PROFESSORES TÊM ARTIGO APROVADO EM
NO PNLD 2015 CONGRESSO INTERNACIONAL

O professor Otair Fernandes de Oliveira, do Departamento de
Educação e Sociedade do Instituto Multidisciplinar (DES/IM/UFR-
RJ), é um dos autores do livro “Sociologia em Movimento”. A obra
– que conta com a participação de docentes de outras institui-
ções de ensino do Rio de Janeiro, como o Colégio Pedro II – será
incluída, a partir de 2015, no Programa Nacional do Livro Didático
(PNLD). O Programa tem como principal objetivo subsidiar o tra-
balho pedagógico dos professores das redes públicas de ensino
de todo país, por meio da distribuição de livros didáticos aos alu-
nos da Educação Básica.
O livro “Sociologia em Movimento” tem 15 capítulos que abor-
dam questões teóricas e metodológicas de Sociologia, Antropo-
Os professores Joilson de Assis Cabral e Maria Viviana de Frei-
tas, ambos do Departamento de Ciências Econômicas (DeCE) da
Rural, obtiveram aprovação de artigo para o Congresso Internac-
ional North American Meetings of the Regional Science Associa-
tion International (RSAI), que será realizado entre os dias 12 e
15 de novembro, em Washington (EUA). Com o título “Analysis
of Regional and Inter-Regional Economic Impacts of The Sporting
Mega Events based in Rio de Janeiro”, o trabalho conta ainda com
a participação de Thandara Maria Kathleen da Silva, bolsista do
Programa de Iniciação Científica da Universidade (Proic/PROPPG/
UFRRJ). Outros dois artigos dos docentes também foram aprova-
dos para o mesmo congresso, que é realizado pela North Ameri-
can Regional Science Council (NARSC).

#ruralnafoto
logia e Ciência Política, com cronologia dos fatos e acontecimen-
tos de caráter social, histórico, econômico e filosófico. Nele, são
abordados diferentes temas contemporâneos, como raça, etnia,
multiculturalismo, gênero, sexualidade e ambiental, entre outros.

OBRAS DE PAVIMENTAÇÃO NO CÂMPUS SEROPÉDICA

A Rural está realizando, desde o dia 15 de julho, obras de pavi-

mentação asfáltica no câmpus Seropédica. De acordo com o
Departamento de Obras da Prefeitura Universitária, os serviços
começaram com uma operação “tapa buraco” nas principais
vias. Na sequência, será recuperado o sistema de drenagem
(melhoria do escoamento das águas pluviais), com correção do
pavimento deteriorado, iniciando pelo acesso aos institutos
de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) e de Educação (IE), além
da calçada entre o Pitágoras e o Anexo da Pós-Graduação. O
projeto ainda prevê a interligação dos institutos de Agronomia
(IA) e Veterinária (IV), com pavimentação de 300 metros na Rua
UBA, que margeia o Lago Açu.

RURAL RECEBE JORNADA FLUMINENSE DE BOTÂNICA

A UFRRJ vai sediar, de 27 a 30 de agosto, a 33ª Jornada Flu-

minense de Botânica. O evento, criado em 1980, é promovi-
do pela Sociedade Botânica do Brasil e reúne os botânicos
do estado do Rio de Janeiro. Neste ano, o tema será “A flora
fluminense ameaçada: conhecer, restaurar e conservar”. Mais
informações no site www.33jfbot.com.br
O tema da última semana foi “Época de provas”. Meu (des)
organizador mensal. Semana de provas, vá embora. #calendar
#week #day #testa #college #ufrrj #rj #riodejaneiro #brasil
#brazil #ruralnafoto #letter #book #pen #madness. Foto
tirada por: @daaanmachado. No próximo período voltamos
com mais temas.

Expediente /universidadefederalrural /universidadefederalrural @ufrrjbr

Reitora: Ana Maria Dantas | Vice-Reitor: Eduardo Callado | Pró-Reitor de Assuntos Administrativos: Pedro Paulo de Oliveira Silva | Pró-Reitora de Assuntos Financei-
ros: Nidia Majerowicz | Pró-Reitor de Assuntos Estudantis: Cesar da Ros | Pró-Reitora de Ensino de Graduação: Ligia Machado | Pró-Reitora de Extensão: Katherina
Coumendouros | Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-graduação: Roberto Lelis | Pró-Reitor de Planejamento, Avaliação e Desenvolvimento Institucional: Valdomiro Neves ||
COORDENADORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL | Coordenadoria de Comunicação Social: Cristiane Venancio | Editor Colaborador: Valdomiro Neves | Jornalista: João Henri-
que Oliveira (Mtb24325-RJ) | Estagiários: Heloisa Facin, Raomi Pani, Victor Sena | Foto de capa: João Oliveira | Diagramação: Raomi Pani | Projeto Gráfico: Raomi Pani ||
Redação: BR 465, Km 47. UFRRJ, Pavilhão Central, sala 131. Seropédica, RJ. | CEP: 23890-000 | Tel: (21) 2682-2915 | E-mail: comunicacao@ufrrj.br | Portal: www.ufrrj.br |
Impressão: Imprensa Universitária | Tiragem desta edição: 1500 exemplares

RURAL SEMANAL
Informativo da UFRRJ
ANO XXI - n. 18 - 20 a 26 de julho de 2014