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yy Procedimentos para um \ fluxo documental que ») ¥ atenda a Gestdo de | Documentos PUblicos \ yy" Unidade 1 - ( } Conceitos bdsicos sobre GestGo Documental. - Profa. Raquel Ottani Boriolo Profa. Fabiane Leticia Lizarelli Profa. Angela M. Carneiro de Carvalho Tron Os | uffayh Poca Gee aay, 008 SES ge Procedimentos para um fluxo documental que atenda a Gestao de Documentos Publicos **** Ce =a Unidade 1 - Conceitos basicos sobre Gesto Documental. Introdugao. Esta unidade tem por objetivo apresentar os conceitos basicos sobre Gestdo Documental. A Gestio Documental é uma atividade estratégica na organizagéo, pois proporciona uma série de procedimentos que dizem respeito a sua produgio, tramitaco, uso, avaliagio e arquivamento de documentos de uso frequente e pouco frequente, além de fornecer destino correto aos documentos ao eliminar os que no possuem valor histérico ou recolh@-tos, caso tenham tal valor, garantindo, dessa forma, sua conservagio. Em licas, a Gest3o Documental consti organizagées pill i 0 proceso que pode garantir o cumprimento da lei no que se refere a protegdo e guarda de documentos pibblicos, além de promover a eficiéncia no arquivamento. Para tratar de seus conceitos basicos, esta unidade foi dividida em 6 sees: Na seco 1 sero apresentadas a conceituac0, objetivos e importancia da Gestdo Documental em ambientes publicos. A subseg%o 1.1 citara as responsabilidades do orgéo ‘0 perante a legislago referente a esse tema. ‘A seco 2 abordara o ciclo de vida de um documento, 0 qual compreende o caminho percorrido por um documento em todas suas fases, ou seja, desde a sua produc, pasando pela utilizagio até chegar a sua destinacao. A Gestdo Documental exige 0 acompanhamento de todo 0 ciclo de vida de um documento. Esse curso é fruto da dissertago de mestrado em Gestio de Organizagées e Sistemas Publicos da UFSCar de Raquel Ottani Boriolo orientada pela Profa. Dra. Fabiane Leticia Lizarellie co-orientada pela Profa. Dra. Angela ‘Maria Carneiro De Carvalho. ? Raquel Ottani Boriolo é administradora na Coordenadaria de Administracéo e Planejamento Estratégico da Secretaria Geral de Educagio a Distncia da Universidade Federal de So Carlos. * Fabiane Leticia Lizareli é professora do Departamento de Engenharia de Produgéo da Universidade Federal de ‘S80 Carlos (UFSCar). “angela Maria Carneiro de Carvalho € professora, vinculada a Pontificia Universidade Catélica do Rio de Janeiro, a0 Programa de Pés-Graduacio em GestZo de Organizagies e Sistemas Publicos da Universidade Federal de So Carlos (UFSCar), a0 curso Gestao de Organizacional e de Pessoas da UFSCar e é pesquisadora do Nuicleo de Estudos em Sociologia Econdmica e das Financas da UFSCar. Tae ee eee @s=> ufstem J Poca Geese MNOS PCA Ces I Dg a ‘A seco 3 discutira sobre o valor de um documento. A Gestdo Documental procura: identificar 0 valor de cada documento, pois definito é fundamental para determinar o tempo que ele sera guardado. Na seco 4 serio abordados os instrumentos da Gesto Documental: 0 Codigo de Classificagéo de Documentos de Arquivo e 0 Tabela de Temporalidade e Destinacio de Documentos. 0 primeiro é utilizado para classificar todo documento produzido e recebido por um orgio, o segundo, é utilizado para determinar prazos e guarda visando a transferéncia, recolhimento ou el inagdo de um documento. Ja a seco 5 trataré sobre a Comisséo Permanente de Avaliagdo de Documentos CPAD, orgio responsavel por oferecer atendimento, no que se refere a Gesto Documental @ acesso a informagdo e as unidades geradoras de documentos das instituigdes publicas. A PAD atua em parceria com 0 Arquivo Nacional, tema da proxima seco. Por fim, a seco 6 trataré sobre o Arquivo Nacional, orgéo responsavel pela conservacio da memoria brasi 1, Gestao Documental. A criago de politicas publicas direcionadas a uma estrutura de gesto e preservago, dos arquivos brasileiros é muito recente (CORAIOLA, 2012). Somente em 1991, aLein® 8.159 criou uma politica nacional voltada para os arquivos publicos e privados, definiu Gestdo Documental e introduziu conceitos de arquivos correntes®, intermediarios® e permanentes’ (BRASIL, 1991). A Gest&o Documental, de acordo com a Lei citada, é defi jida como “o conjunto de procedimentos e operagSes técnicas referentes a sua produgo, tramitago, uso, avaliagao e amento em fase corrente e intermedi jento arg visando a sua eliminagao ou recoll para guarda permanente” (BRASIL, 1991, art. 3). De acordo com o Arquivo Nacional (2011, p. 20), 0 objetivo da Gest4o Documental é: 2) assegurar, de maneira eficiente, a produco, utilizacéo ¢ destinacéo final dos documentos; b) garantir que a informacéo esteja disponivel quando ¢ onde seja necesséria; 5 documentos de uso frequente § documentos de uso no t&o frequente 7 documentos que no sio utlizados, mas precisam ser guardados devido ao seu valor histérico. Tae ee eee @s=> ufstem Poca Geese MNOS PCA CE ges I Dg a contribuir para 0 acesso e conservagao dos documentos de guarda permanente, por seu valor probatério, cientifico e histérico; d) assegurar a eliminacSo dos documentos que nfo tenham valor administrative, wa fiscal, legal ou para pesquisa; 2) permitir © aproveitamento racional dos recursos humanos, materials ¢ financeiros A Gesto Documental busca administrar de forma eficiente e eficaz a informacao arquivistica®, garantindo sua rapida recuperagao, além de auxiliar as organizagGes a tornar as decisdes mais confidveis (BARTALO; MORENO, 2015). Lousada e Valentim (2010) comentam que a Gesto Documental é importante por identificar e racionalizar fluxos formais de documento ao se realizar uma atividade, sendo que tais agdes so necessarias para 0 cumprimento de assuntos de ordem legal, fiscal, contabil ou financeira que fazem parte do escopo de competéncia de qualquer instituiggo. Assim, a Gesto Documental torna-se uma saida para uma eficiente organizagio dos documentos produzidos e os que so recebidos, de maneira a facilitar 0 fluxo de informagéo. Permite, também, a utilizago pratica adequada dos arquivos, destacando a importancia de sistematizar processos de tratamento, de controle, de acesso e de guarda desses documentos. A Gestdo Documental assegura que seja realizada uma anilise criteriosa na fase de destinacao final, ao se descartar um documento sem valor e ao garantir a guarda permanente daqueles que possuem valor de cunho informative, probatorio e historico (BERNARDES; DELATORRE, 2008; BRANDAO, 2011). A Gesto Documental é importante para garantir que os documentos imprescindiveis @ reconstrugdo do passado sejam preservados, auxiliando nfo s6 0 direito informagio como também o direito & meméria (BERNARDES; DELATORRE, 2008). Neste sentido, percebe-se que os documentos esto sendo administrados com eficiéncia e eficacia quando: “podem ser localizados com rapidez e sem transtorno; sdo conservados a um custo 0 de espago e manutengdo; nenhum documento é preservado por tempo maior que 0 necessario ao cumprimento de sua finalidade, a menos que tenha valor para pesqt a e outros fins” (ARQUIVO NACIONAL, 2011, p. 20). informagées arquivisticas so ages administrativas de uma organizagao que se transformam em informagées registradas em documentos orgénicos. Um documento é organico, pois é gerado de forma intrinseca, retratando as funcdes ¢ atividades dessa organizagio, sendo que ao ser relacionado a outros de mesma ‘categoria formam o conjunto arquivistico WARDIM, 2013). Tae ee eee @s=> ufo Poca Gee aay, 008 SES gcse 1. 1. Legislacao. Ce = Confirma-se a importancia de uma politica de GestSo Documental em organizagées publicas a0 se analisar o que menciona a legislago brasileira a respeito de suas responsabilidades, o que pode ser conferido a seguir. O art. 23 da Constituiggo Federal cita ser compet&ncia comum da Unido, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municipios: “....] Ill - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histérico, artistico e cultural [....; IV - impedir a evasio, a destrui¢io e a descaracterizag3o de obras de arte e de outros bens de valor histérico, artistico ou cultural” (BRASIL, 1988, art. 23). Além disso, é citado em seu art. 216, § 22, que “cabe a Administraco Put a, na forma da lei, a gestéo da documentagdo governamental e as providéncias para franquear sua consulta a quantos dela necessitem” (BRASIL, 1988, art. 216). De acordo com aL n2 8.159, de 8 de janeiro de 1991, “é dever do Poder Publico a gestSo documental e a proteco especial a documentos de arquivos, como instrumento de apoio a administragdo, a cultura, ao desenvolvimento cientifico e como elementos de prova e informago” (BRASIL, 1991, art. 1). 0 Decreto-Lei n? 3.365, de 21 de junho de 1941, descreve que “consideram-se casos de ilidade publica: (...) 1. a preservagéo e a conservagio adequada de arquivos, documentos e outros bens méveis de valor historico ou artistico” (BRASIL, 1941, art. 5). Nessa sequén © Decreto n? 48.897, de 27 de agosto de 2004, cita que “ficara sujeito @ responsabilidade penal, civil e administrativa, na forma da legistagdo em vigor, aquele que destruir, utilizar ou deteriorar documentos de guarda permanente (BRASIL, 2004, art. 33). Do mesmo modo, 0 Decreto-tei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, relata sobre extravio, sonegago ou inutilizago de livro ou documentos publicos. Tal Decretoei cita que, quem “extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razéo do cargo; sonegé-lo ou inutilizé-to, total ou parcialmente” tera como pena “reclusio, de um a quatro anos, se o fato no constitui crime mais grave” (BRASIL, 1940, art. 314). Além disso, foi deliberado por meio do Decreto n@ 4.073, de 3 de janeiro de 2002, a constituiggo de uma Comisséo Permanente de Avaliaggo de Documentos em organizagdes publicas federais responsavel por “orientar e realizar 0 processo de anélise, avaliago e selego da documentago produzida e acumulada no seu ambito de atuagdo, tendo em vista Tae ee eee @s=> ufo Poca Gee aay, 008 SES igre a identificago dos documentos para guarda permanente e a eliminacao dos desti valor” (BRASIL, 2002, art. 18). a evidente a responsabilidade que as ut /ersidades publicas possuem, enquanto organizacées publicas, ante os documentos publicos sob sua guarda, ao analisar as leis e decretos citados nesta seco. Alem do mais, considerando a Lei de Acesso a Informago (LAl) n2 12.527/2011, 05 arquivos dessas organizagées, de acordo com Jardim (2001), possuem um tipo de meméria, visto como patriménio documental, que resulta das relagdes entre Estado e sociedade. Atualmente, so espagos de informacio voltados a “cidadania e agéncias publicas de educagdo, ciéncia e tecnologia. Esta nova vocacao néo exclui aquelas em torno das quais os arquivos publicos foram organizados, mas as redefine a luz de novas demandas sociais e do Estado” (JARDIM, 2001, p. 62). Nesse sentido, as universidades publicas, enquanto representantes do Estado, tém o dever de prestar conta de seus atos & populagao através da transparéncia de suas ages e acessibilidade as informagdes publicas que dizem a seu resp: ‘0 (JARDIM, 2001). ‘Ademais, 0 Decreto n2 7.724, que regulamenta a LAl, prevé que “os orgios e entidades adequardo suas politicas de gestio da informacio, promovendo os ajustes necessarios aos processos de registro, processamento, tramite e arquivamento de documentos e informagées” (BRASIL, 2012, art. 71). Nesse sentido, Jardim (2012) menciona que a LAI possui tipos de informagées que séo, sobretudo, arquivisticas. Assim, “as possibilidades de assegurar que o cidado tenha acesso a informacdo governamental encontram-se diretamente relacionadas a politicas e praticas de gestdo da informacdo arquivistica” (JARDIM, 2012, p. 17). 2. Ciclo de vida dos documentos. 0 ciclo de vida dos documentos ou teoria das trés idades sdo as fases pelas quais 0 documento passa desde 0 momento de sua produgdo até a destinacao (BRASIL, 2011). Tal teoria tem a ver com o valor de um documento obtido desde o momento em que foi criado, perpassando pela frequéncia em que é utilizado, até a sua validade administrativa (BARTALO; MORENO, 2015). Cotta (2006) compara o ciclo vital de um documento a um organismo vivo que da mesma forma cumpre um ciclo de vida. O ciclo de vida dos documentos possui trés fases, Tae ee eee @s=> ufo J Poca Gee Ory A EGG CISA ee chamadas de idades: fase corrente, fase intermedidria e, podendo seguir ou nfo, pela fase’ permanente. Essas tras fases as de arquivamento podem ser conferidas, conforme descrito no Quadro 2 (BELLOTTO, 1991; COTTA, 2006; CRUZ, 2013; ARQUIVO NACIONAL, 2011). Quadro 1- Ciclo vital dos documentos. Valor_| Idade Faves Conceito Documento de uso © consulta frequente pelo Grgao que 0 gerou © 80 qual compete sua administracao. Tal documento ainda cumpre o papel snmane | vitie | Mtthe# | fue matnou aio edi, por sso deve ser mantle proxi. cos Normaimente.» permengnoa do documento neste arto & de um arms | ede | itermectros | eventual neevtade de const, tal documento Jeve set smarende temporariamente, aguardando sua eliminagao ou recolhimento para a guarda permanente. Normalmente, a permanéncia do documento neste arquivo é de até 20 anos. Documento que ja exerceu a finalidade de sua geraqio, contuda deve 3 Arquivos | ser preservado definitivamente devido 20 seu valor, histérico, ISecundario| Idade | permanentes | probatério e informativo para o Estado e para o cidadao. E considerado de 32 idade um documento com 25 ou 30 anos, contados a partir da data de produgio ou fim da tramitagdo do documento. Fonte: Adaptado de Bellotto (1991), Cotta (2006), Cruz (2013) e Arquivo Nacional (2011). Cada fase desse ciclo requer um procedimento diferente para tratar 0 documento. Porém, os processos oferecidos na primeira fase (corrente) so os que causardo impactos no fase desempenho do processo de arquivo da segunda fase (intermediaria) e da terc (permanente) (PAES, 2004; CRUZ, 2013). Segundo 0 Arquivo Nacional (2011), na fase corrente, ocorrem as principais atividades da Gest3o Documental: classificago e avaliag3o de documentos. Na primeira, ¢ utilizado 0 Codigo de Classificago de Documentos de Arquivo (CCDA); na segunda, além do CCDA, é utilizada a Tabela de Temporalidade e Destinagdo de Documentos (TTDD). 0 Arquivo Nacional (2011, p. 26) aponta que o “Cédigo de Classificagio de documentos de arquivo é um instrumento de trabalho utilizado nos arquivos correntes para classificar todo e qualquer documento produzido e recebido por um érgio ou entidade no exercicio de suas ia na fase corrente fungées e atividades”. A avaliagSo documental, outra atividade que se do documento, é realizada por meio da andlise de seu conteudo. € uma fase primordial para Tae ee eee @s=> ufo Poca Geese MNOS PCA CsI Dg a a Gest3o Documental, pois nela se determina 0 destino do documento, seus prazos de & permanéncia na institui¢o ou sua eliminago (OLIVEIRA, 2007). Outra atividade importante que faz parte tanto da fase corrente quanto da fase intermediaria é a eliminagao de documentos. 0 documento sera eliminado na fase corrente se for identificado na avaliago que ele n3o possui um prazo de guarda para o arquivo intermediario e, caso seja considerado sem valor para a guarda permanente. Porém, se na avaliago for identificado que ele pre io, ele a cumprir um prazo no arquivo interme deverd aguardar seu prazo de guarda neste arquivo e ser eliminado somente nesta fase, caso seja considerado sem valor para a guarda permanente (ARQUIVO NACIONAL, 2011). Ao analisar a Tabela de Temporalidade e Destinacéo de Documentos, na relac&o de prazos de guarda, verifica-se que o processo de eliminago ocorrera, na maior parte das vezes, na fase intermediar (BRASIL, 2001; BRASIL, Port ne 92, 2011). Percebe-se, também, que ha nomenclaturas diferentes para a transicgo de um documento entre os arquivos. A transi¢o de um documento de um arquivo corrente para o arquivo intermediario ¢ chamado de transferéncia, enquanto a transi¢o de um documento de um arquivo corrente ou intermedi io para o arquivo permanente, é chamado de recolhimento. Alguns documentos podem ser recolhidos do arquivo corrente para o permanente, sem necessariamente passar pelo intermediario (ARQUIVO NACIONAL, 2011). 3. Valor de um documento. Para o estabelecimento de prazos de guarda e destinaco, 0s documentos devem ser identificados entre valores primarios ou secundarios (BARBOSA; MALVERDES, 2015). 3.1. Documentos de valor primario (administrativo ou imediato). So aqueles que ainda esto cumprindo a finalidade para a qual foram criados (SOUZA, 2011). So os documentos que estdo em arquivos, ou seja, aqueles pertencentes as fases corrente ou intermediaria que possuem finalidade administrativa e so de interesse da propria reparti¢go de oF gem (SCHELLENBERG, 2006). 0 valor primario determina 0 prazo que o documento devera ser guardado até sua elimina ou guarda permanente. Todo documento gerado possui um valor temporério, pois quando atinge sua finalidade perde o valor primario. Todo documento de valor primario Tae ee eee @s=> ufo J Poca Gee aay, 008 SES ge pode contrair ou no um valor secund: Ce . Ele sera considerado de valor secundario, caso seja enviado para o arquivo permanente, porém, ele ndo sera considerado de valor secundario, caso seja enviado para a eliminagSo (BARBOSA; MALVERDES, 2015). 3.2. Documentos de valor secundério (histérico ou mediato). So aqueles que podem ter valor para fins diferentes para os quais foram gerados (SOUZA, 2011; BARBOSA; MALVERDES, 2015). Como por exemplo, documentos em que outras repartigSes ou historiadores possuem interesses, por diferentes questées daquelas tratadas nos documentos de valor primério (SCHELLENBERG, 2006). Todo o documento de valor secundario possui um valor permanente, pois em momento algum podera ser descartado (BARBOS) ; MALVERDES, 2015). De acordo com Barbosa e Malverdes (2015), esses documentos podem ser probatorios, quando comprovam algo ou, informativos, quando informam algo imprescindivel para a instituig8o e pode servir de pesquisa. Assim sendo, quando um documento perdeu seu valor administrativo no fim de seu lo de vida, devera ser enviado ao seu des 10 final que pode ser sua eliminago, caso ndo tenha valor histérico, ou guarda permanente, caso tenha valor historico para a insti (BARBOSA; MALVERDES, 2015). 4, Instrumentos da Gest3o Documental. © Cédigo de Classificagio de Documentos de Arquivo (CCDA) e a Tabela de Temporalidade e Destinagio de Documentos (TTDD)’ sdo dois instrumentos da Gestdo Documental que simplificam e racionalizam os procedimentos de gesto, pois fornecem rapidez ao resgatar informagSes e documentos, aprovam a eliminag3o de documentos considerados sem valor histérico e mantém a guarda permanente dos documentos considerados de valor histérico (BERNARDES; DELATORRE, 2008). Todo documento, ap6s ser recebido ou gerado na instituigo, devera ser identificado, conforme o Cédigo de Classificago de Documentos de Arquivo das atividades-meio” e * 0. CCDA eo TTDD foram disponibilizados em Materials Complementares da Unidade 1 * ns atividades-meio so atividades, em que, normalmente, geram-se documentos que no tém relaglo com 0 objetivo principal organizacional (ARAUJO, 2012). Tae ee eee @s=> ufstem J Poca Geese MNOS PCA Ege I Daa idades-fim™ (ARQUIVO NACIONAL, 2011). O propdsito da classificagdo € reunir os' at documentos similares a fim de organiza-los para que, por meio dos codigos recebidos na classificacSo, seja realizada, caso haja necessidade, a recuperaco do documento de forma eficaz (OLIVEIRA, 2007). E a partir da classificagdo que as demais fungdes e intervengdes se desenvolvem. A classificag3opossui_cardter informacional, pois de um lado apresenta o estoque informacional (arquivo) e do outro, quem precisa da informago (0 usuario) (SOUSA, 2003) A classificagdo “aparece como uma ponte entre o sujeito (usuario) e 0 objeto (o arquivo), dando a este ultimo inteligibilidade n&o apenas como instrumento organizador, mas, também, como canal de comunicacao” (SOUSA, 2003, p. 241). © outro instrumento da Gestio Documental, utilizado na avaliagdo, é a Tabela de ‘Temporalidade e DestinagSo de Documentos que tem a finalidade de estabelecer prazos de guarda e destinago de documentos, assegurando a qualquer um a obtengo de informacéo quando necessario (ARQUIVO NACIONAL, 2001). © Codigo de Classificagio0 e a TIDD so instrumentos que se complementam, enquanto o primeiro garante a organizago légica dos documentos, preparando-os para a proxima etapa que é a avaliagdo, a TTDD utilizada na avaliagéo garante a preservacéo de documentos relevantes e a elit inagdo com seguranca daqueles sem valor (BERNARDES; DELATORRE, 2008, OLIVEIRA, 2007). Para as atividades que dizem respeito as atividades-meio utilizar 0 CCDA e 0 TTDD idades-meio da administrag4o publica. jdades que dizem respeito as atividades-fim utilizar 0 CCDA e 0 TTDD das ins jes Federais de En: 5. Comissao Permanente de Avaliag3o de Documentos (CPAD). ‘A Comisséo Permanente de Avaliago de Documentos (CPAD) é um elemento importante para a Gesto Documental, pois compete a ela “orientar e realizar o processo de analise, avaliagio e selecdo da documentagéo produzida e acumulada no seu ambito de “as atividades-fim so atividades em que se geram documentos em virtude do propésito e da finalidade da existéncia da organizacdo (ARAUJO, 2012), Tae ee eee @s=> ufstem Poca Geese MNOS PCA Ege I Dg a atuagéo, tendo em vista a identificag3o dos documentos para guarda permanente e a eliminago dos destituidos de valor” (BRASIL, 2002, art. 18). | E obrigatério que todos os orgéos da Administrago Publica Federal constituam uma Comissdo para esse fim (BRASIL, 2002). As atribuigdes da Comissio permanente de avalia¢o de documentos consistem em: 2) analisar o contetido dos conjuntos documentais, atribuindo-Ihes prazo para destinacao; bb) providenciar complementacéo de dados; ©) elaborar, divulgar e revisar a tabela de temporalidade; d) elaborar relatério final, que instrumento contendo descrigéo sumaria da metodologia adotada na avaliacSo, quadro de assuntos, prazos de guarda, proposta de destinacao ¢ as respectivas justificativas; @) elaborar instrucées para o funcionamento da comissio (SOUZA, 2011, p.18). 6. Arquivo Nacional. © Arquivo Nacional é um érgéo da estrutura basica do Ministério da Justiga e orgso central do Sistema de Gestdo de Documentos de Arquivo, da administracéo publica federal. Esse orgio “tem como misséo acompanhar e implementar a politica nacional de arquivos, que tem como um dos pilares as atividades de gesto de documentos de arquivo” (ARQUIVO NACIONAL, 2011, p. 5). 0 Arquivo Nacional traz em sua proposta a conservacdo e divulgagdo do patrimonio documental brasileiro com 0 objetivo de fornecer acesso @ informagio, apoiar decisées governamentais de carater politico-administrativo, apoiar o cidado em seus direitos, além de fomentar a produgo de conhecimento cientifico e cultural (VERARDI, 2017). 7. Consideragées finais. Esta primeira unidade apresentou os conc ‘0s basicos sobre Gesto Documental que so indispensaveis para aqueles que gerenciam qualquer tipo de documento publico. Espera-se que esta unidade tenha auxiliado na compreenséo sobre a definicéo, objetivos, importancia e legislagio referente @ Gestéo Documental em ambientes publics. Compreender tais conceitos favorece no tratamento adequado a um documento, consequentemente, arquivando-o corretamente e fornecendo o seu devido destino sem ferir a legislagio. Tae ee eee @s=> ufetem Poca Gee aay, 008 SES gcse Referéncias. Ce al ARQUIVO NACIONAL (Brasil). Conselho Nacional de Arquivos. Classificagao, temporalidade e destinagéio de documentos de arquivo relativos as atividades-meio da administracéo publica. Arquivo Nacional. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2001. Disponivel_ em: . Acesso em 15 abr. 2019. ARQUIVO NACIONAL (Brasil). Gestiio de documentos: curso de capacitag3o para os integrantes do Sistema de Gestdo de Documentos de Arquivo - SIGA, da ad publica federal. —Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2011. BARBOSA, Anderson Gomes; MALVERDES, André. Arquivologia para concursos: teoria, legislagio e questdes. Brasilia- DF: Alumnus, 2015. BARTALO, Linete; MORENO, Nédina Aparecida. Gestio em Arquivologia: Abordagens miltiplas. Londrina: Eduel, 2015. 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A abordagem da unidade trata sobre a definicio, objetivos, importancia, legislag3oreferente a Gestéo Documental em ambientes publicos. Exibe, também, o tema sobre o ciclo de vida de um documento que compreende o caminho percorrido por um documento em todas suas fases, desde a sua produco, passando pela utilizagio até chegar a sua destinaco. Alem disso, discorre sobre © valor de cada documento, pois definio é fundamental para determinar o tempo que ele serd guardado. Aborda os instrumentos da Gestdo documental, o Codigo de Classificago de Documentos de Arquivo eo Tabela de Temporalidade e Destinag&o de Documentos, © primeiro @ um instrumento para classificagio, o segundo, de destinacio. A unidade discute sobre a Comissio Permanente de Avaliagdo de Documentos, orgéo responsavel por oferecer atendimento, no que se refere & Gest3o Documental e acesso a informagio, as unidades geradoras de documentos das instituicées publicas. Por fim, trata sobre o Arquivo Nacional, orgéo responsavel pela conservagéo da meméria brasileira. NVA X

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