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MANEJO NUTRICIONAL E ALIMENTAR DE VACAS E NOVILHAS LEITEIRAS NO


FINAL DA GESTAÇÃO E INÍCIO DA LACTAÇÃO

Conference Paper · November 2016

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5 authors, including:

Geraldo Tadeu Dos Santos Luciano Soares de Lima


Universidade Estadual de Maringá Federal University of Minas Gerais
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Daniele Cristina da Silva-Kazama Fabio Seiji Dos Santos


Federal University of Santa Catarina Universidade Estadual de Maringá
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MANEJO NUTRICIONAL E ALIMENTAR DE
VACAS E NOVILHAS LEITEIRAS NO FINAL DA
GESTAÇÃO E INÍCIO DA LACTAÇÃO
Médico Veterinário Dr. Geraldo Tadeu dos Santos (gtsantos@uem.br, http://www.nupel.uem.br)
Professor do Departamento de Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá. Bolsista do CNPq.

Zootecnista Dr.Luciano Lima (luciano.delima@hotmail.com)


Professor do Departamento de Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá. Bolsista do CNPq.

ra
Zootecnista D . Daniele Cristina da Silva Kazama (dkazama@cca.ufsc.br)
Professora do Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Rural, da Universidade Federal de
Santa Catarina CCA/UFSC.

Zootecnista Dr. Fabio Seiji dos Santos (fabio1987_@hotmail.com)


Universidade Estadual de Maringá. Bolsista do CNPq.

Zootecnista Dr. Júlio César Damasceno (jcdamasceno@uem.br)


Professor do Departamento de Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá. Bolsista do CNPq.

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O período seco é à fase, aparentemente improdutiva da vaca, no que diz


respeito à produção de leite, mas tanto as vacas ou como as novilhas encontram-se
no final de gestação e neste quesito está gestando um(a) bezerro(a), bem no
momento em que o feto mais se desenvolve e demanda mais e mais energia e
proteína (NRC, 2001). Nesta fase a queda na ingestão de matéria seca é linear
negativa. Isto é, a cada dia que se aproxima do parto ocorre uma menor ingestão de
matéria seca por parte da vaca. A causa mais provável da diminuição da capacidade
de ingestão de matéria seca (IMS) é o crescimento do feto que comprime o rúmen,
embora outros fatores fisiológicos e hormonais possam também contribuir para
diminuição da IMS (Lefebvre et al., 2008). Por outro lado, em sentido contrário a
demanda por nutrientes, em vacas secas e novilhas em final de gestação, aumenta
com a aproximação do parto (Grummer et al., 2010). Em situação normal, o período
de lactação se estende por aproximadamente 305 dias, quando se espera que a
vaca já esteja entrando nos últimos dois meses de gestação. Após a secagem as
vacas são, em geral, alimentadas com forragens e desta forma ocorrem
modificações no rúmen, particularmente, em nível de papilas ruminais, fazendo com

1
que estas diminuam de tamanho e percam a capacidade de absorção parcial de
ácidos graxos e amônia. As papilas ruminais tem a função de absorção dos ácidos e
da amônia, ambos formados no rúmen (Grummer, 1995). Levando-se em conta que
os últimos 21 dias anteriores ao parto são os mais críticos do período seco, alguns
pesquisadores tem sugerido que se divida o período seco das vacas e os dois
últimos meses de gestação das novilhas, em dois grupos: Grupo I as que se
encontram no início do período seco até 22 dias do parto; e Grupo II, as que se
encontram nos últimos 21 dias do parto (CPAQ, 1987). Desta forma, alguns
pesquisadores tem se referido como período de transição o tempo que se estende
desde as três últimas semanas de gestação até as três primeiras semanas de
lactação (Huzzey et al., 2005). Como o nome já diz, este é um período de intensas
mudanças para as vacas leiteiras, no qual estes animais passam de uma fase
improdutiva, no que se refere à produção de leite (período seco) para uma fase
produtiva (lactação), além de passar de uma fase de gestação para uma fase vazia.
Por causa de tais alterações, esse é o período de maior preocupação nutricional e
também de maior manifestação de distúrbios metabólicos e infecciosos.
Para que esta situação seja amenizada é de vital importância a realização de
um manejo nutricional diferenciado que leve em consideração as características
peculiares desta fase, de modo a proporcionar adequado suprimento das exigências
nutricionais e uma lenta adaptação às mudanças para que os problemas de saúde
sejam minimizados e o desempenho da lactação em curso seja maximizado (Santos
& Santos, 1998; Lefebvre et al., 2008; Santos et al., 2010).
Para que este manejo seja eficiente, a adaptação deve ser iniciada ainda no
período seco (cerca de 21 dias antes do parto). No entanto, as vacas secas e
novilhas em final de gestação são, na maioria das vezes, esquecidas pelos
produtores, em função de não estarem produzindo leite e não contribuírem para o
aumento direto do lucro líquido da propriedade e isto pode ter consequências muito
sérias à produção (Santos et al., 2010).
Este texto foi elaborado com o propósito de esclarecer alguns aspectos
peculiares ao período de transição e, principalmente, as estratégias de manejo
nutricional a serem adotadas neste período.

2
2. CARACTERÍSTICAS DO PERÍODO SECO
O período seco é caracterizado pelo encerramento da lactação e, na maioria
das vezes, pelo fato da vaca encontrar-se no final da gestação. As exigências das
vacas nesse período são mais baixas do que quando elas estão em lactação,
porém, aumenta gradativamente a proximidade do parto.

2.1. Redução no consumo de matéria seca:


Em bovinos leiteiros, assim como em outras espécies de animais, a ingestão
de matéria seca (IMS) é de grande importância, porque é um determinante primário
da disponibilidade de nutrientes ao organismo. No entanto, as vacas e novilhas, no
período seco e principalmente, em final de gestação passam por uma diminuição da
IMS à medida que o parto se aproxima (NRC, 2001).
No pré-parto esta condição está associada a fatores físicos e fisiológicos que
ocorrem durante o fim da gestação. Nesta fase, o aumento no crescimento fetal
promove elevação da pressão interna nos órgãos digestivos, diminuindo desta
forma, o espaço do rúmen e retículo (Lefebvre al., 2008). Adicionalmente, existe
neste momento uma grande variação hormonal, ou seja, aumento nas
concentrações sanguíneas de estrógeno e corticóides e a queda nas concentrações
de progesterona que também afeta a ingestão de matéria seca (Marques Jr., 2010).
Nas últimas três semanas de gestação, tanto em vacas quanto em novilhas, o
consumo situa-se, em média, próximo de 1,5 a 1,7% do peso corporal. Na semana
do parto, pode ser inferior a 1,5% do peso corporal da vaca e esta queda é mais
nítida no dia do parto. Em novilhas, a ingestão declina mais suavemente em relação
às vacas (Figura 1), porém, as consequências podem ser mais agravantes, porque
estes animais possuem exigências nutricionais para suportar o crescimento corporal
em acréscimo as exigências de mantença e gestação e, no dia do parto, a ingestão
pode alcançar 1,3 a 1,4% do peso corporal (Grum et al., 1996; NRC, 2001; Hayirli et
al., 2003; Grummer et al., 2010).

3
Figura 1. Ingestão de matéria seca predita para vacas e novilhas durante as três
semanas antes do parto
Fonte: Adaptado de Hayirli et al. (2003).

Todavia, a expulsão do feto no momento do parto, não cessa por completo a


limitação na capacidade de ingestão de alimentos. Possivelmente, devido ao fato
das papilas ruminais ainda não estarem completamente desenvolvidas, possa
contribuir para esta limitação. A IMS aumenta gradativamente com o decorrer das
semanas de lactação (Tabela 1). Desta forma, as vacas ficam mais propensas ao
balanço energético negativo (BEN), ou seja, a energia consumida é inferior à energia
exigida pelo animal.

Tabela 1. Consumo de matéria seca estimados após o parto para vaca de 1ª cria
pesando 545 kg e vacas adultas pesando 635 kg
Vacas 1ª Cria Vacas Adultas
Semana de lactação kg/dia % PV kg/dia % PV
1 14 2,6 16 2,5
2 16 2,9 19 3,0
3 17 3,1 21 3,3
4 18 3,3 22 3,5
5 19 3,5 24 3,8
Fonte: Adaptado de Shaver (1993).

A ocorrência do BEN é bastante comum e está associada ao estabelecimento


de condições como imunossupressão, desordens metabólicas (Grummer, 1993) e
até mesmo problemas reprodutivos (Butler & Smith, 1989).

4
A duração do BEN pode ser bastante variável e depende de diversos fatores
como o nível de produção de leite e, principalmente, a ingestão de energia
(Grummer et al., 2010), mas de uma forma geral pode apresentar uma duração
máxima de 45 a 50 dias (Grummer & Rastani, 2003; Brixey, 2005).
No entanto, o maior comprometimento para o status energético encontra-se
nas três primeiras semanas de lactação (fase do período de transição) em que
ocorre perda de peso corporal associado à mobilização de reservas adiposas
(Butler, 2007) resultando em aumentos na concentração de ácidos graxos não-
esterificados (AGNE) na circulação sanguínea, que por sua vez, podem ser
acumulados no fígado e provocar problemas metabólicos, diminuindo a posterior
produção leiteira.
É possível o restabelecimento do balanço energético, de forma relativamente
rápida, para a maioria das vacas se estas forem alimentadas com dietas
nutricionalmente adequadas (Grummer et al., 2010), ou seja, dietas que sejam
capazes de fornecer os nutrientes necessários ao animal mesmo diante de um
quadro de limitação no consumo de alimentos.

2.2. Adaptação digestiva


Durante a lactação a dieta é geralmente composta por forragens e
concentrados. Na secagem a dieta das vacas é constituída principalmente de
forragens e pouca ou nenhuma suplementação com concentrado é fornecida. Desta
forma, ocorrem uma diminuição da área das papilas ruminais e a flora microbiana
presente no rúmen deste animal é principalmente celulolítica e hemicelulolítica. Para
a próxima lactação há necessidade de se fazer uma adaptação, ao menos nos
últimos 21 dias do parto, aumentando gradativamente o fornecimento de
concentrado, principalmente cereais (amido). Quando fazemos mudança de dieta de
forma brusca, as bactérias amilolíticas ruminais se desenvolvem rapidamente (em 3
a 5 dias), e produzem grandes quantidades de ácido propionico e ácido láctico. A
população bacteriana durante a lactação está bem adaptada a este tipo de dieta e
um equilíbrio se estabelece entre os diferentes grupos de bactérias. Nestas
condições, as bactérias que utilizam ácidos lático se os transformam em compostos
menos ácidos. Todavia, o desenvolvimento deste tipo de bactéria é lento, isto é, 3 a
4 semanas, o que se cria um período de risco de acumulação de ácido láctico, cuja
causa é a combinação de desenvolvimento rápido das bactérias produtoras de ácido

5
láctico e o desenvolvimento das bactérias que utilizam ácido láctico (Casamiglia,
2001).

2.3. Monitoramento da Condição corporal ao parto


O monitoramento da condição corporal é de grande importância para as
vacas leiteiras especializadas. O método de avaliação da condição corporal mais
empregado atualmente é o desenvolvido nos EUA (Wildman et al., 1982). Este
método classifica como muito magra uma vaca com escore 1 e uma vaca muito
gorda com pontuação 5. Para uma vaca de grande porte, aproximadamente 600 kg,
uma unidade de escore é equivalente a aproximadamente a 55 kg de peso vivo,
segundo Hutjens (2011). A condição corporal ideal varia de um estádio de produção
para outro (Figura 2), (Fournier, 2010).

Estádio de lactação da vaca


os.
Parto 1 30 dias 150dias 91 a 200 dias Na secagem

Figura 2. Variação da condição corporal em função da fase da lactação.


Fonte: Fournier (2010).

Existe uma ligação entre a condição corporal ao parto e o consumo de matéria seca,
produção de leite, reprodução e a saúde (Sniffen & Ferguson, 1991; Fournier, 2010). A
condição corporal ao parto representa os efeitos cumulativos da condição corporal no
momento da secagem, durante o período seco, assim como as mudanças de peso durante este
período (Lefebvre et al., 2008).
Segundo as recomendações, as vacas deveriam ter uma condição corporal de 3,5 numa
escala de 1 a 5 quando da secagem e manter esta condição corporal até o parto (Fournier,

6
2010). Todavia, é possível corrigir uma condição corporal insuficiente promovendo o aporte
moderado de nutrientes para atender um ganho de condição corporal moderado (máximo de
meio ponto de condição corporal) durante o período seco (Disenhaus et al., 1985). Em
nenhum caso, uma perda de peso ou condição corporal durante o período seco é desejável.
Deve-se dar atenção especial às vacas que esperam gêmeos, pois elas têm tendências a perder
condição corporal durante o período seco (Koong et al., 1982), caso as maiores exigências
nutricionais para uma gestação de gêmeos não sejam supridas (Silva-Del-Rio et al., 2010).
Inúmeras pesquisas têm mostrado que vacas supercondicionadas (Escore da Condição
Corporal igual ao acima de 4) consomem menos alimentos no pré-parto e no pós-parto,
apresentando alta incidência de problemas metabólicos (Garnsworthy & Topps, 1982; Sniffen
& Ferguson, 1991; Grummer, 1999; Fournier, 2010). Existe alta correlação entre condição
corporal no pré-parto e consumo de matéria seca nos primeiros 21 dias pós-parto. Na Figura ,
podemos verificar que vacas magras (escore 3) e moderadas (escore entre 3 e 4) mantiveram a
ingestão de alimentos até os dias próximos ao parto, quando comparado às vacas obesas
(escore > 4). Logo, a obesidade pode ter efeito tão nefasto quanto à falta de condição corporal
no momento do parto (Grummer, 2000; Grummer & Hayirli, 2000).

Figura 3. Consumo de matéria seca estimados após o parto para vaca de 1ª cria pesando
545 kg e vacas adultas pesando 635 kg
Fonte: Adaptado de Grummer & Hayirli (2000).

O escore corporal ideal no momento do parto é essencial para que a lactação


tenha um início de lactação sem grandes complicações. Segundo Garnsworthy &
Topps (1982) as vacas que tem o parto com condição corporal elevada (em torno de
4 ou mais) demoram mais para atingir o pico de IMS, perdem mais peso e ficam
7
mais propícias ao BEN e a apresentarem distúrbios metabólicos no pós-parto,
principalmente acetonemia.
Estudos mostram que as vacas muito gordas no momento do parto são mais
susceptíveis as desordens metabólicas, tais como a acetonemia, síndrome do fígado
gordo, febre do leite, mastite, deslocamento do abomaso e problemas locomotores
(Disenhaus et al., 1985; Grummer, 1993). E com isto o efeito da condição corporal
sobre a reprodução se torna evidente. A fertilidade tende a diminuir nas vacas muito
gordas e muito magras (Grummer, 1999).

2.3. Parto
O parto é um evento muito importante a ser considerado no manejo nutricional.
Neste momento o animal já deve estar totalmente preparado para passar de uma
fase de baixa IMS, descarga excessiva de hormônios, demanda de nutrientes,
principalmente cálcio para desencadear o parto para, em seguida, iniciar uma
demanda gigantesca de nutrientes para a produção de leite (Butler, 2007).
À exceção de deficiências severas, a nutrição no final da gestação tem pouco
efeito sobre o tamanho ou a composição química do bezerro recém-nascido, mas
pode influenciar sua sobrevivência e seu desempenho. Os bezerros nascidos de
vacas submetidas a déficit energético ou proteico severo apresentam um
metabolismo de base diminuído, menor vigor e, portanto, menos chances de
sobrevivência. Uma diminuição da condição corporal durante o período seco é
associado a uma incidência maior de dificuldades no parto (Lefebvre et al., 2008).
O desencadeamento do parto se dá por um mecanismo hormonal envolvendo
vários hormônios. Primeiro, devido ao seu crescimento, o feto tem uma diminuição
do seu espaço e isso causa um estresse a si mesmo e inicia o parto propriamente
dito. Esse estresse fetal culmina na liberação de esteróides e cortisol, os quais por
sua vez aumentam a prostaglandina, diminuem a progesterona e aumentam os
estrógenos com produção de receptores para a ocitocina. Essa circulação de
hormônios também estimula a liberação de cálcio para atuar nas contrações uterinas
juntamente com a ocitocina, expulsando assim o feto. Por isso, uma dieta pré-parto
adequada é necessária para estimular que o animal mobilize cálcio dos ósseos já
que devido a seu baixo consumo de matéria seca, a quantidade ingerida deste
mineral não será suficiente às suas necessidades (Dishington, 1975).

8
Já que a nutrição pré-parto é essencial para o bom desenrolar desse evento e
para o início da lactação, saber prever a data do parto o mais próximo da data real é
de suma importância. Porém, o período de gestação pode ser influenciado por
alguns fatores encurtando-o ou aumentando-o. Dentre estes fatores citamos: a
ordem de parto, primípara ou multípara; a época do ano, verão ou inverno; o sexo da
cria, macho ou fêmea; a raça do animal; parto simples ou gemelar. É o período de
gestação que vai nos indicar qual será o dia do início do período de transição e isso
pode variar adiantando ou atrasando até 10 dias (King et al., 1985; Azzam &
Nielsen, 1987; Silva et al., 1992; Echternkamp et al., 2007).
Cada raça bovina tem um período de gestação específico, o que pode
influenciar na determinação do início do período de transição. Fêmeas da raça
Jersey têm a gestação mais curta (278 dias) comparada à gestação de fêmea da
raça Holandês (280 dias) e Guernsey (282 dias) (Silva et al., 1992; Norman et al.,
2009).
Quando o sexo da cria é macho, a gestação pode ser prolongada em até dois
dias (King et al., 1985), ou seja, a gestação de uma vaca da raça Holandês que dura
em média 280 dias pode chegar a 282 dias.
A ocorrência de parto duplo pode diminuir e muito o período de gestação de
uma fêmea bovina. Partos gemelares em raças leiteiras, por exemplo, apresentam o
período de gestação até 6,8 dias a menos que partos singulares (apenas uma cria) e
partos triplos têm esse período ainda menor, 12,7 dias a menos que um parto
normal (Echternkamp et al., 2007). Segundo o mesmo autor, isso se deve a maior
distensão do útero provocada pela presença dos fetos, além da maior produção de
corticóides pelos mesmos.
Já em raças de corte, partos gemelares são 4 a 5 dias mais curtos do que
parto simples com cria do sexo fêmea e 5 a 8 dias mais curtos que parto de cria do
sexo macho (Azzam & Nielsen, 1987). Os animais jovens (novilhas de primeira cria)
normalmente apresentam o período de gestação mais curto que vacas multíparas,
independente da raça.

9
2.4 Distúrbios metabólicos no período de transição

Durante o período de transição, as vacas estão mais suscetíveis a uma série


de problemas de saúde, entre os quais estão aqueles ligados ao metabolismo
energético (síndrome do fígado gordo, acetonemia e acidose ruminal), ao
metabolismo mineral (febre do leite, hipocalcemia subclínica, edema mamário) e ao
sistema imunitário (retenção de placenta, metrites, mastites). Os problemas de
mastite tem sido os de maiores ocorrência nos rebanhos especializados (Paiva et
al., 2016). Os animais podem, ainda, sofrer com problemas de casco e
deslocamento de abomaso, no último caso, quando em situações de deficiência de
fibra na dieta.
Todos estes distúrbios, em maior ou menor grau, estão relacionados à nutrição
e podem acarretar em sérios prejuízos à produção. Assim, quando o manejo
nutricional é incorreto ocorre o aumento na incidência destes sinais clínicos.

3. MANEJO NUTRICIONAL NO PRÉ-PARTO

Conforme já foi mencionado, no período de transição tem início uma grande


demanda de nutrientes que não é totalmente atendida pelo consumo de matéria
seca e, desta forma, deve-se dar atenção especial a formulação de dietas.

Neste período, o manejo nutricional deve ser realizado com o intuito de atender
as exigências nutricionais (

Tabela 3) e também de atenuar as possíveis desordens metabólicas do início


da lactação (Oetzel & Barmore, 1993; NRC, 1989; NRC, 2001).
Assim, a medida inicial a ser tomada é a separação das vacas e novilhas que
se encontram nas três últimas semanas de gestação para que recebam um manejo
nutricional diferenciado. Em seguida, visando compensar a redução na IMS, uma
das estratégias é aumentar a concentração dos nutrientes na dieta, principalmente
da proteína e energia.
Durante o pré-parto, o NRC (2001) recomenda uma concentração protéica de
14,2% e 15,0% para vacas e novilhas, respectivamente, para suprir as exigências de
mantença, crescimento do feto, placenta, da glândula mamária, e no caso de
novilhas, crescimento corporal.

10
Em relação à energia, no período de transição, o NRC (2001) recomenda uma
concentração média entre 1,54 e 1,62 Mcal de ELL/kg da dieta, para novilhas e de
1,23 a 1,62 Mcal de ELL/kg da dieta para as vacas. A Figura apresenta a estimativa
da densidade energética de rações para vacas e novilhas nas três últimas semanas
de gestação e permite observar que, para novilhas, a dieta precisa ter maior
densidade energética como consequência direta das exigências para crescimento
corporal.

Tabela 2. Exigências nutricionais sugeridas (em 100% de MS) para vacas no


período de transição
Vacas secas
Grupo II
(Três últimas semanas anteriores ao parto)
IMS (kg/dia) 10,0 - 11,0
ELL (Mcal/kg)1 1,23 -1,62
Extrato Etéreo(%) 4,0 – 5,0
Proteína bruta (%) 14,5 -15,5
PNDR2 (% da PB) 35 – 38
FDA(%) 25 – 29
FDN (%) 37 – 43
FDN da Forragem (%) 31 – 34
CNF3 (%) 34 – 38
Cálcio (%)3 0,50 (1,20)*
Magnésio (%) 0,22 (0,40)*
Fósforo (%) 0,30 (0,40)*
Potássio (%)4 0,68 (0,65)*
Enxofre (%) 0,22 (0,40)*
Sódio (%)4 0,15 (0,05)*
Cloro (%) 0,22 (0,80)*
BCA7 (meq/kg) < 0 (-150)
Vitamina A (UI/dia) 100.000 - 120.000
Vitamina D (UI/dia) 24.200 - 30.000
Vitamina E (UI/dia) 1.000 - 1.100
Micronutrientes adicionado a todas as dietas: zinco = 1.000 mg; cobre = 250 mg; manganês = 1.000 mg; selênio
= 3 a 6 mg; iodo = 12 mg; ferro = 500 mg e cobalto = 2 mg.
1
ELL = Energia Líquida Lactação, quando a energia estiver na forma de NDT, pode-se utilizar a fórmula do NRC
(2001) para fazer a transformação de NDT para ELL.
2
PDR = Proteína não-degradável no rúmen;
3
Vacas no pré-parto (-21 dias até o parto) alimentadas com sais aniônicos podem ter cloro, enxofre e magnésio
em níveis acima de 1,0; 0,45 e 0,4%, respectivamente. Este grupo de animais recebendo sais aniônicos
necessita receber um mínimo de 1,3% de cálcio.
4
Aumentar potássio para 1,3 a 1,5% e sódio para 0,30 a 0,50% sob condições estresse térmico.
5
Fibra em detergente neutro oriunda das forragens
6
Carboidrato não fibroso;
7
Balanço cátion-aniônica;
*Os valores entre parênteses referem-se às concentrações para quando forem utilizados sais aniônicos.
Adaptado de Oetzel&Barmore (1993), NRC (1989), NRC (2001).

11
Parto

Figura 4. Densidade de Energia Líquida de Lactação estimada (ELL) em dietas de vacas e


novilhas durante as 3 semanas antes do parto
Fonte: Adaptado de Grummer (2000).

Sabendo que o aumento na concentração de nutrientes das rações é uma


forma de compensar a redução na IMS que ocorre durante o pré-parto serão
relatadas algumas formas de fazer o adensamento da dieta.
A proporção de volumoso : concentrado deve ser alterada nesta fase, ou seja,
deve-se aumentar a proporção de concentrado a ser fornecido. É importante que os
animais recebam, em função de suas exigências obviamente, cerca de 2 a 4 kg de
concentrado ao dia. O aumento do consumo de concentrado implica em ingestão de
maiores quantidades dos nutrientes, entre os quais os carboidratos não fibrosos
(CNF) têm maior influência sobre a IMS. As concentrações de proteína degradável
no rúmen, proteína não degradável no rúmen e de lipídeos não apresentam efeitos
tão significativos quanto aos dos carboidratos não fibrosos (Grummer et al., 2010).
Diversos trabalhos foram feitos com o objetivo de avaliar o efeito de baixa e
alta concentração de CNF sobre a IMS em vacas durante o período pré-parto
(Tabela 4) e demonstram que o aumento de CNF é uma ferramenta eficaz.
Apesar de todos os trabalhos citados na Tabela terem apresentado aumento
na IMS, os mesmos avaliaram valores de CNF bastante diferentes entre si que vão
desde 18 a 38% para baixo e de 28 a 45% para alto. Contudo, em termos práticos
concentrações entre 35 e 40% de CNF parecem ser eficazes no aumento da IMS e
também no suprimento adequado de energia e, são próximas as recomendações de
32 a 42% do NRC (2001). No entanto, o que o que se faz, geralmente, é aumentar
12
a quantidade de grãos ricos em amido como o milho, por exemplo, que em altas
proporções pode estimular a fermentação lática no rúmen e provocar distúrbios
metabólicos como a acidose ruminal. Por isso, a adaptação gradativa ao
concentrado do animal em pré-parto é imprescindível para o bom funcionamento do
rúmen, ou seja, a quantidade de concentrado deve ser aumentada, se possível,
diariamente para se conseguir uma adaptação correta e ingestão ideal até o parto.

Tabela 4. Efeito da concentração de CNF1 na ração de pré-parto sobre a ingestão de


matéria seca
CNF (%MS)
Trabalho Baixo Alto Efeito de alto CNF
Grumet al. (1996) 18 28 ↑ IMS
Minor et al. (1998) 24 44 ↑ IMS
Keady et al. (2001) 13 28 ↑ IMS
Holcomb et al. (2001) 25 30 ↑ IMS
Rabelo et al. (2003) 38 45 ↑ IMS
1
Carboidratos não fibrosos: 100 - [(FDN - PIDN) + PB + EE + cinzas]
Fonte: Adaptado de Overton & Waldron(2004).

A Tabela 5 apresenta o teor de FDN e CNF em diversos alimentos e dá


sugestões de alimentos que podem ser utilizados com o objetivo de aumentar a
quantidade de CNF na dieta de vacas em transição.
A polpa cítrica ou bagaço de laranja e a casca do grão de soja são alimentos
cujas características químicas possibilitam a substituição de grãos (milho), na dieta
de vacas no período de transição, pois sua fermentação não conduz a formação de
ácido lático no rúmen. Ipharraguerre & Clark (2003) em revisão, reportaram que a
casca do grão de soja pode substituir quantidades relativamente altas (até 30% da
MS) de grãos na dieta de vacas. Assim, este alimento pode ser uma ferramenta
bastante útil durante o período de transição.
Além da ração concentrada, é importante também ter atenção aos volumosos
oferecidos aos animais. Estes devem ser de boa qualidade e, caso o produtor opte
pelo fornecimento de forragens conservadas, as silagens de milho ou sorgo são
boas opções. O fornecimento de cerca de 2 kg de feno ou palha de trigo, como fonte
de fibra efetiva, pode ser eficiente na prevenção de acidose ruminal e deslocamento
de abomaso.

13
Tabela 5. Concentração (% da MS) de fibra em detergente neutro (FDN) e
carboidratos não fibrosos (CNF) nos alimentos
Alimento FDN CNF1
Silagem de Sorgo 57,49 24,63
Silagem de Milho 55,70 33,89
Feno de Aveia 67,74 11,50
Feno de Alfafa 46,78 15,78
Milho Moído 14,91 69,09
Sorgo 14,91 24,14
Casca do Grão de Soja 67,39 11,68
Farelo de Trigo 43,96 31,11
Farelo de Soja 15,48 28,94
Caroço de Algodão 46,9 8,49
1
CNF (%) = 100 – (%FDN + %PB + %EE + % Cinzas).
Fonte: CQBAL (2011).

4. MANEJO NO INÍCIO DA LACTAÇÃO (FASE 1)

A fase mais crítica na vida da vaca leiteira situa-se nos primeiros 21 dias de
lactação, principalmente, para vacas de alta produção, pois a quantidade de
nutrientes desviados para a glândula mamária é grande. É nesse momento que se
faz necessária a adaptação pré-parto do animal e a correta formulação da dieta para
amenizar os prejuízos.
A perda de peso vivo, traduzida na forma de pontuação da condição corporal
da vaca leiteira, não deve exceder a 1,25 pontos, entre o parto e 30 dias de
lactação. A perda de ECC no pós-parto é diretamente relacionada com o sucesso no
retorno a taxa de ovulação nesse período, ao tempo que se leva para observar o
primeiro cio e a taxa de sucesso na concepção (Tabela 6). Portanto, a pontuação
mínima de 2,25 a 2,5 pontos, nesta fase, é a chave mestra para a manutenção da
atividade ovariana e de altos níveis de produção de leite (Santos et al., 2010).

14
Tabela 6. Variação do escore corporal na vaca leiteira no início da lactação e os
reflexos sobre os parâmetros reprodutivos
Pontos Perda de ECC
<0,5 0,5 a 1,0 >1,0
No. Vacas 17 64 12
Dias para a 1ª. 27±2 31±2 42±5
Ovulação
Total de dias para 48±6 41±3 62±7
a observação do
1º. Cio
Dias para o 1º. 68±4 67±2 79±5
Serviço
Taxa de 65 53 17
concepção no 1º.
serviço
Fonte: Guthrie (1999), citado por Santos et al. (2010).

Vários estudos demonstraram a ligação entre a condição corporal ao parto e o


consumo de matéria seca, produção de leite, reprodução e a saúde. A condição
corporal ao parto representa os efeitos cumulativos desta variável no momento da
secagem, no período seco, bem como nas mudanças de peso durante este período
(Wildman et al., 1982). No momento do parto, as vacas devem estar com condição
corporal próxima de 3,5 e, no máximo, 3,75 pontos. Esta condição corporal pode ser
considerada ideal para as vacas de alta produção, muitas vezes alcançando pico de
produção de leite de 28 a 40 L/dia, com quatro a seis semanas de lactação. Todavia,
o pico de ingestão de alimento (matéria seca) somente é atingido por volta de oito a
12 semanas depois do parto. Portanto, antes de atingir o pico de ingestão de
alimentos, os elementos nutritivos ingeridos pela vaca, mesmo em dietas de alta
qualidade, são insuficientes para atender suas necessidades, desta forma a vaca
perde peso. A perda de peso vivo da vaca, no início da lactação, está intimamente
ligada com a capacidade individual de produção, uma vez que o animal mobiliza
suas reservas corporais para alcançar o seu potencial de produção, resultando em
perdas de peso consideráveis (Tabela 7).

15
Tabela 7. Variação do peso vivo na vaca leiteira no início da lactação em função de
sua produção máxima
Produção de leite no pico Perda de peso vivo
(kg/dia) (kg)
20 15
25 12-20
30 35
35 50
40 70
Fonte: INRA (1978).

Imediatamente após o parto as necessidades nutricionais são elevadas (Tabela


8), ou seja, a dieta deve ser mais adensada para que o animal consiga, com a baixa
ingestão de matéria seca, os nutrientes necessários à mantença e produção. As
novilhas ou vacas de primeira cria possuem exigências adicionais para crescimento
e, portanto, necessitam ingerir maior quantidade (10% a 15%) de nutrientes. Assim,
para facilitar ou garantir que estes animais tenham recebido o manejo nutricional
diferenciado é recomendável, se possível, criar um grupo separado para as novilhas.
Atualmente existe substancial interesse em suplementação com lipídios no
período de transição. A recomendação do uso de lipídios no inicio de lactação é
feita, principalmente, para aumentar a densidade energética, diminuir o balanço
energético negativo (BEN) reduzindo as desordens metabólicas ou aumentar o
desempenho da lactação (Grummer et al., 2004). A suplementação das vacas
leiteiras com lipídeos pode ser feita com o fornecimento de oleaginosas, tais como
soja, girassol e caroço de algodão. Porém, o teor total de lipídios na dieta não deve
ultrapassar o limite de 6% (Jerred et al., 1990; Chilliard, 1993), porque maiores
concentrações podem provocar redução na IMS e efeitos negativos sobre a
fermentação ruminal (Schauff & Clark, 1992). Assim, no caso de utilização de
oleaginosas deve-se fornecer aos animais de 2 a no máximo 3 kg/vaca/dia de
caroço de algodão ou soja em grão.

16
Tabela 8. Especificações de dieta total misturada (DTM) para um programa de
alimentação de vacas em início de lactação
Composição (% da MS da dieta total)
PB* (%) (valores médios) 14,5-18,0
PNDRa (% da PB) 35 – 40
FDA (%) mínima 17 - 21b
FDN (%) mínima 28 - 31b
FDN forragemb (%) mínimo 18 – 23
CNFc (%) 35 – 42
Nível mínimo forragem (%) 40 – 45
Fibra longa (%) 7–9
E.L.lact.d (Mcal/kg de MS) 1,64 - 1,80
Extrato etéreo (%) 5–7
Ca (%) 0,90 - 1,1
P (%) 0,48 - 0,55
Clorof (%) 0,25 - 0,30
Enxôfref (%) 0,20 - 0,24
Mgf (%) 0,32 - 0,40
Kg (%) 1,2 - 1,4
Nag (%) 0,20 - 0,30
Sal (NaCl) (%) 0,25 - 0,50
Cobre (ppm) 20 – 25
Selênio (ppm) 0,3
Zinco (ppm) 80
* Ver Tabelas 3 – Níveis de PB exigidos pelas vacas em lactação em função da produção.
a
PNDR = Proteínas não degradáveis no rúmen
b
Dieta contendo no mínimo de 21% de FDN da forragem pode ter menos que 17 a 19% de FDA e 28% de FDN.
c
Obtido através da fórmula 100 - (%PB + % Lipídeos + % FDN + % cinzas) = % CNF (Carboidrato Não Fibroso).
d
Exigências dos níveis de energia dependendo da variação do escore da condição corporal.
e
Níveis de Extrato Etéreoexcedendo 6% poderia ser suprido por uma fonte de lipídeo inerte no rúmen. Níveis de Extrato
Etéreosuperiores 5 a 6% não são recomendados durante os primeiros 35 a 45 dias de lactação.
f
Vacas no pré-parto (-21 dias até o parto) alimentadas com sais aniônicos podem ter cloro, enxofre e magnésio em níveis
acima de 1,0; 0,45 e 0,4%, respectivamente. Este grupo de animais recebendo sais aniônicos necessita receber um mínimo de
1,3% de cálcio.
g
Aumentar potássio para 1,3 a 1,5% e sódio para 0,30 a 0,50% sob condições estresse térmico.
Adaptado de Barmore (1995).

Na Tabela 9 é sugerido o nível de proteína na dieta da vaca leiteira em função


do seu nível de produção. Para vacas que possuem nível de produção inferior a
5.450 kg de leite/vaca/ano o nível de proteína na dieta é de apenas 14,5%. Isto
significa se ela estiver em pastagem, entre outubro e abril, o nível de proteína dos
pastos tropicais quase que preenche estas necessidades. Portanto, deve-se ter
muita atenção em não se cometer o erro de suplementar as vacas com concentrado
contendo níveis elevados de proteínas, pois estes níveis devem estar por volta de
14,5% na dieta.
Conforme já foi mencionado, durante esta fase ocorre também mobilização de
nutrientes contidos em tecidos corporais de reserva e, assim, estes nutrientes

17
mobilizados (energia e proteína) devem ser descontados das exigências nutricionais
para o planejamento da alimentação a ser fornecida.

Tabela 9. Níveis de PB da dieta total (volumoso + concentrado)


Nível de produção (kg de leite/vaca/ano) PB (% da MS)
Inferior a 5.450 14,5
5.451 a 6.800 16,0
6.801 a 8.170 17,5
Acima de 8.165 19,0
Fonte: CPAQ (1987).

A quantidade de peso perdido é influenciada por fatores como condição


corporal dos animais e também pelo manejo nutricional adotado. Uma vaca que
recebe uma dieta balanceada e que fornece quantidade adequada de nutrientes
tende a apresentar menor mobilização de tecidos corporais de reserva e, assim, a
quantidade de energia e proteína a ser descontada das exigências também é
reduzida. A Tabela 10 exemplifica como a perda de peso influencia a quantidade de
nutrientes a serem descontados das exigências.

Tabela 10. Mobilização de nutrientes em função da perda de peso estimada para


uma vaca de 635 kg (Condição Corporal=3,5; Produção de
Leite=25kg/dia) em início de lactação
Perda de Peso (kg/dia) Energia (Mcal/dia) Proteína Bruta (g/dia)
0,40 2,70 17,30
0,60 4,05 35,21
0,80 5,40 57,76
1,00 6,75 84,23
*Estimativas feitas de acordo com as equações descritas pelo NRC (2001).

A forragem, na forma de pasto ou feno, que deve ser predominante na


alimentação da vaca seca, deve entrar em menor proporção na alimentação de
vacas em início de lactação de modo que seja propiciada maior concentração de
nutrientes. Esta mudança deve ser gradativa e iniciada ainda no período seco, três
semanas antes da data prevista para o parto. Paralelo ao fornecimento de
concentrado é possível introduzir sais aniônicos a base de enxofre e cloro, de forma
a fornecer um balanço cátion-aniônico negativo.
A base da alimentação das vacas deve ser em função do nível de produção de
leite: para vacas com produção inferior a 5.450 kg de leite por lactação, o sistema de
alimentação mais adequado é à base de pastagens tropicais ou subtropicais, na
18
águas, entre outubro e abril. Porém, no período da seca (maio a setembro) é
necessário prever suplementação volumosa com uma ou mais das opções a seguir:
silagem de milho ou sorgo, pastagem de inverno, como aveia, azevém, ou
capineiras de Napier ou outra forrageira adequada, cana-de-açúcar, silagem "pré-
secada" de gramíneas, dependendo do nível de produção de leite da propriedade.
Para vacas com produção de leite entre 5.451 a 6.800 kg de leite por lactação
o sistema de alimentação deverá ser à base de suplementação volumosa com
silagem de sorgo ou milho, silagem de gramíneas de inverno (aveia, azevém,
cevada, triticale, etc). Os animais poderiam ainda se beneficiar de pastagens de
inverno como azevém e trevo, aveia e alfafa.
Vacas com produção acima de 6.801 kg de leite por lactação devem ser
mantidas, preferencialmente, em sistemas confinados, como por exemplo: free-stall,
compost barn, tie-stall e loosing-house, recebendo toda a alimentação volumosa no
cocho, tais como: silagem pré-secada de forrageiras de inverno (alfafa, azevém,
aveia e trevo), silagem de milho, feno de alfafa e feno de aveia. Em todos estes
sistemas é necessário adequar às necessidades nutricionais das vacas e novilhas
em lactação em função do que é fornecido pelo volumoso, e o que falta para atender
a produção, mantença, gestação e crescimento dos animais (no caso das novilhas)
deve ser fornecido por meio da ração concentrada, minerais e vitaminas.
Na confecção das silagens não picar as forragens muito finamente para que a
mesma tenha fibra efetiva, ou seja, a fibra que estimulará os movimentos do trato
gastrointestinal e passagem do bolo alimentar. Um tamanho médio de partícula de
0,6 a 0,9 cm é suficiente. Forragens picadas finamente têm taxa de passagem mais
rápida no rúmen e afeta o pH ruminal, contribuindo para o aumento da acidez
ruminal.
Além da silagem como fonte de forragem, as vacas em sistemas de
semiconfinamento poderão ter acesso às pastagens, principalmente após a ordenha
da manhã e entre a ordenha da tarde e a da manhã do dia seguinte. As forragens de
melhor qualidade (silagens, feno, pastagens) deverão ser destinadas,
prioritariamente, as vacas no início da lactação.
A complementação forrageira deverá ser à base de ração concentrada, em
função do nível de produção de leite e das condições corporais. Sempre que
possível, multiplicar o número de distribuição de forragens e concentrado ou quando
possível, fornecer às vacas Dieta Total Misturada (DTM). Na DTM, os grãos, tortas,

19
feno, silagem, minerais, tamponantes e vitaminas, são cuidadosamente misturados,
o que assegura um fornecimento mais constante de elementos nutritivos às
bactérias do rúmen, além de evitar flutuações indesejáveis do pH ruminal.
Para as vacas de alta produção, nos primeiros 70 dias de lactação, pode-se
fornecer até 65% de matéria seca da dieta total a ingerir em 24 horas, em ração
concentrada, desde que a forragem não seja unicamente silagem de milho. Nestes
casos, limitar o fornecimento de concentrado a 55% do total da dieta. Na sequência
da lactação e em função do nível de produção, a proporção forragem + concentrado
deverá ser alterada.
O fornecimento de ração concentrada, iniciado no período de transição -21 dias
do parto, deverá ser aumentado ainda mais, no pós-parto, de forma gradativa até 10
dias de lactação, como mencionado no item pré-parto. O desafio do fornecimento de
concentrado permite obter um pico de lactação maior, pois é nesta fase que a vaca
pode responder melhor a suplementação concentrada.
Para as vacas confinadas, considerar sempre que cochos que permanecem
vazios por mais de 4h num dia reduzem o consumo, por isso a importância de
fracionar a alimentação várias vezes ao dia. É recomendável fornecer forragens
acima (em torno de 10%) do que as vacas podem comer.
Lembrar-se que a produção de leite no pico de lactação pode estar reduzida de
5 a 10 kg, em função de problemas da transição. O aumento de 1 kg de leite no pico
da lactação representará 200 kg ou mais de leite em toda a lactação.
No mínimo uma vez por mês, ou melhor, quinzenalmente deverá ser feito o
ajuste entre a produção de leite e a quantidade de ração concentrada, levando-se
em conta também, a condição corporal do animal e a fase de lactação da vaca.
Aqueles animais que se apresentarem na fase I (inicial) da lactação, com
condição corporal abaixo da pontuação 2,5 deverão receber uma quantidade maior
em concentrado até que alcancem uma pontuação ideal (3,0 pontos).
As vacas que produzem acima de 25 litros diários, para cada 5 litros
produzidos acima de 25, receberão 1 kg de farelo de soja (44% PB) ou outro similar,
apenas durante os primeiros 30 dias de lactação.
Ainda para compensar o déficit energético do início de lactação, deve-se
fornecer 2 a 3 kg de caroço de algodão por vaca/dia ou 2 a 3 kg/vaca/dia de grãos
de soja crua ou tostada ou ainda 1,5 a 2,0 kg/vaca/dia de grãos de canola, durante
os primeiros 30 a 45 dias de lactação. Quantidades maiores destes alimentos podem

20
provocar uma diminuição da % gordura do leite e da produção de leite. Outro fator a
ser considerado é o cuidado na compra e no armazenamento do caroço de algodão
para evitar o desenvolvimento de fungos e, consequentemente, a produção de
aflatoxinas.
A administração de minerais deverá ser realizada juntamente com a ração
concentrada e complementado em cochos cobertos localizados em lugares
estratégicos, assegurando um nível satisfatório dos mesmos, bem como de
vitaminas (premix) durante este período de subalimentação.
Assegurar um nível mínimo de ingestão de fibra, sendo recomendado por volta
de 17 a 21% de FDA como mínimo (abaixo provoca diminuição da taxa de gordura
do leite e aumenta o risco de acidose ruminal), o que corresponde a 16% de fibra
bruta (FB). Um nível máximo de 65% de concentrado, com base na matéria seca da
ração total (forragem + concentrado) respeitará este nível.
Nesta fase é recomendado a administração de gramíneas de boa qualidade
(Aveia, Tifton 85, Coast-cross, Rhodes, Estrela africana) ou de leguminosas (Alfafa,
Arachis, Soja perene) as quais são excelentes fontes de ß-caroteno, tido como
essencial para o bom funcionamento do aparelho reprodutivo, especialmente o
ovário.
O fornecimento de água em quantidade e qualidade jamais deve ser
negligenciado. Assim, água deve ficar próxima do local de alimentação, ser limpa e o
bebedouro de fácil higienização.
Observando-se as sugestões acima, será evitada uma excessiva perda de
escore corporal, possibilitando o início do condicionamento físico para a lactação
seguinte.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O manejo alimentar no período seco e de transição representa um desafio


que os produtores leiteiros devem encarar diariamente se desejam otimizar a
produtividade e a saúde de suas matrizes. As exigências nutricionais se triplicam em
algumas semanas, combinadas a uma depressão do IMS e da adaptação a um novo
ambiente ruminal, induzindo as vacas a experimentar um precário equilíbrio
nutricional, colocando sua saúde em sérios riscos. As vacas que passam por este
estádio sem problemas exprimem plenamente seu potencial genético, enquanto que

21
as demais vacas que têm o frágil equilíbrio rompido sofrem vários problemas nesta
fase.

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Como citar este artigo: DOS SANTOS, G.T.; LIMA, L.S.; DA SILVA-KAZAMA, D.C.;
SANTOS, F.S.; DAMASCENO, J.C. Manejo nutricional e alimentar de vacas e
novilhas leiteiras no final da gestação e início da lactação. In: SIMPÓSIO
SOBRE SUSTENTABILIDADE DA PECUÁRIA LEITEIRA DA REGIÃO SUL DO
BRASIL. VII SUL-LEITE, novembro de 2016. Anais..., UNIOESTE, Marechal
Cândido Rondon-PR.-PR. Org. Zambon, M. et al., 2016, 27p.

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