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INSTALAÇÕES HIDROSANITÁRIAS
Acadêmico:
Campo Grande – MS
1ª Edição
Solicita-se aos usuários deste trabalho a
apresentação de sugestões que tenham por
objetivo aperfeiçoa-lo ou que se destinem à
supressão de eventuais incorreções.
Ficha Catalográfica
Mello, Talles.
Instalações Hidrosanitárias / Talles Taylor dos Santos Mello – Campo
Grande, MS, 2019.
51 p. : il. color. – (Material didático)
1. ÁGUA FRIA.............................................................................................................................. 4
2. ESGOTO ................................................................................................................................. 26
5. GÁS ......................................................................................................................................... 49
Norma pertinente: NBR 5626:1998 – Instalação predial de água fria (ABNT, 1998).
1.1. Terminologia
Reproduz-se abaixo algumas das definições apresentadas na NBR 5626 (ABNT, 1998):
• Água fria: água à temperatura dada pelas condições do ambiente;
• Água potável: água que atende ao padrão de potabilidade determinado pela Portaria no 36 do
Ministério da Saúde;
• Alimentador predial: tubulação que liga a fonte de abastecimento a um reservatório de água de
uso doméstico;
• Aparelho sanitário: componente destinado ao uso da água ou ao recebimento de dejetos líquidos
e sólidos. Incluem-se nessa definição aparelhos como bacias sanitárias, lavatórios, pias, lavadoras de
roupa, lavadoras de prato, banheiras etc;
• Barrilete: tubulação que se origina no reservatório e da qual derivam as colunas de distribuição,
quando o tipo de abastecimento é indireto. No caso de abastecimento direto, pode ser considerado como a
tubulação diretamente ligada ao ramal predial ou diretamente ligada à fonte de abastecimento particular;
• Coluna de distribuição: tubulação derivada do barrilete e destinada a alimentar ramais;
• Diâmetro nominal (DN): número que serve para designar o diâmetro de uma tubulação e que
corresponde aos diâmetros definidos nas normas específicas de cada produto;
• Dispositivo de prevenção ao refluxo: componente, ou disposição construtiva, destinado a
impedir o refluxo de água em uma instalação predial de água fria, ou desta para a fonte de abastecimento;
• Duto: espaço fechado projetado para acomodar tubulações de água e componentes em geral,
construído de tal forma que o acesso ao seu interior possa ser tanto ao longo de seu comprimento como
em pontos específicos. Inclui também o shaft que é normalmente entendido como um duto vertical;
• Fonte de abastecimento: sistema destinado a fornecer água para a instalação predial de água fria.
Pode ser a rede pública da concessionária ou qualquer sistema particular de fornecimento de água. No
caso da rede pública, considera-se que a fonte de abastecimento é a extremidade à jusante do ramal
predial;
• Instalação elevatória: sistema destinado a elevar a pressão da água em uma instalação predial de
água fria, quando a pressão disponível na fonte de abastecimento for insuficiente, para abastecimento do
tipo direto, ou para suprimento do reservatório elevado no caso de abastecimento do tipo indireto;
• Metal sanitário: expressão usualmente empregada para designar peças de utilização e outros
componentes utilizados em banheiros, cozinhas e outros ambientes do gênero, fabricados em liga de
cobre. Exemplos: torneiras, registros de pressão e gaveta, misturadores, válvulas de descarga, chuveiros e
duchas, bicas de banheira;
O abastecimento de água pode ser público (concessionária), privado (nascentes, poços etc) ou
misto.
a) Sistema direto
b) Sistema indireto
A água provém de um ou mais reservatórios existentes no edifício. Este sistema pode ocorrer com
ou sem bombeamento. Quando a pressão for suficiente, mas houver descontinuidade no abastecimento, há
necessidade de se prever um reservatório superior e a alimentação do prédio será descendente (Figura
1.2). Quando a pressão for insuficiente para levar água ao reservatório superior, deve-se ter dois
reservatórios: um inferior e outro superior. Do reservatório inferior a água é lançada ao superior através
do uso de bombas de recalque (moto-bombas). O sistema de distribuição indireto com bombeamento é
mais utilizado em grandes edifícios onde são necessários grandes reservatórios de acumulação. Esse
sistema é mostrado na Figura 1.3.
c) Sistema misto
O sistema de distribuição misto é aquele no qual existe distribuição direta e indireta ao mesmo
tempo, como pode-se perceber na Figura 1.4.
d) Sistema Hidropneumático
Projetos de uma Instalação Predial de Água Fria devem atender as exigências e recomendações
estabelecidas pela norma NBR 5626/1998 e pelo decreto N° 9369/88 DMAE-PMPA. Para se
dimensionar a estrutura de instalações hidro sanitárias, inicia-se pelo consumo diário.
Conhecida a população do prédio, pode-se calcular o consumo de água. Para efeitos didáticos,
pode-se utilizar os dados apresentados na Tabela 1.2.
A NBR 5626:1998 estabelece que o volume de água reservado para uso doméstico deve ser, no
mínimo, o necessário para atender 24 horas de consumo normal do edifício, sem considerar o volume de
água para combate a incêndio.
Em virtude das deficiências no abastecimento público de água em praticamente todo o país,
Creder (1995) recomenda que se adote reservatórios com capacidade “suficiente para uns dois dias de
consumo” e que o reservatório inferior armazene 60% e o superior 40% do consumo.
Este critério se baseia na hipótese que os diversos aparelhos servidos pelo ramal sejam utilizados
simultaneamente, de modo que a descarga total no início do ramal será a soma das descargas em cada um
dos sub-ramais. O uso simultâneo ocorre em geral em instalações onde o regime de uso determina essa
Este critério se baseia na hipótese de que o uso simultâneo dos aparelhos de um mesmo ramal é
pouco provável e na probabilidade do uso simultâneo diminuir com o aumento do número de aparelhos.
Este critério conduz a diâmetros menores do que pelo critério anterior.
Existem diferentes métodos que poderiam ser utilizados para a determinação dos diâmetros das
tubulações através desse critério. O método recomendado pela NBR 5626:1998, e que atende ao critério
do consumo máximo provável, é o Método da Soma dos Pesos. Este método, de fácil aplicação para o
dimensionamento de ramais e colunas de alimentação, é baseado na probabilidade de uso simultâneo dos
aparelhos e peças.
O método da soma dos pesos consiste nas seguintes etapas:
1º - Verificar o peso relativo de cada aparelho sanitário conforme indicado na Tabela 1.5.
2º - Somar os pesos dos aparelhos alimentados em cada trecho de tubulação.
Tabela 1.5. Vazão e peso relativo nos pontos de utilização identificados em função do aparelho
sanitário e da peça de utilização
equação =
Onde:
V é a velocidade da água (m/s);
3
Q é a vazão (m /s);
2
A é a área da seção transversal da tubulação (m ).
No caso de tubos lisos (tubos de plástico, cobre ou liga de cobre), utiliza-se a equação 1.
,
= 0,0008 ,
Onde:
J é a perda de carga unitária (mca/m);
Q é a vazão estimada na seção considerada (litros/s);
D é o diâmetro interno do tubo (mm).
Observação: Tanto a velocidade quanto a perda de carga podem ser determinadas através da
utilização dos ábacos de Fair-Whipple-Hsiao, mostrados nas Figuras 1.6 e 1.7.
b) Nas conexões
A perda de carga nas conexões que ligam os tubos, formando as tubulações, deve ser expressa em
termos de comprimento equivalente desses tubos. A Tabela 1.6 apresenta esses comprimentos
equivalentes para diferentes conexões em função do diâmetro nominal de tubos rugosos (tubos de aço-
carbono, galvanizado ou não). A Tabela 1.7 apresenta esses comprimentos equivalentes para diferentes
conexões em função do diâmetro nominal de tubos lisos (tubos de plástico, cobre ou liga de cobre).
o
1 Joelho 90 ;
o
2 Joelho 45 ;
o
3 Curva 90 ;
o
4 Curva 45 ;
5 Tê de passagem direta;
6 Tê de saída de lado;
7 Tê de saída bilateral;
8 Entrada normal;
9 Entrada de borda;
10 Saída de canalização;
11 Válvula de pé e crivo;
12 Válvula de retenção tipo leve;
13 Válvula de retenção tipo pesado;
14 Registro de globo aberto;
15 Registro de gaveta aberto;
16 Registro de ângulo aberto.
= 1,3. Q . √
DR é o diâmetro da tubulação de recalque (m);
3
Q é a vazão de recalque (m /s);
h é o número de horas de funcionamento da moto-bomba (horas/dia).
b) Tubulação de sucção
c) Extravasores
d) Potência da moto-bomba
As alturas manométricas de recalque e sucção são dadas, respectivamente, pelas equações abaixo.
Hman(rec) = Hest(rec) + J(rec)
Onde:
Hman(rec) é a altura manométrica do recalque (m);
Hest(rec) é a altura estática do recalque (m);
Jrec é a perda de carga no recalque (m).
Onde:
Hman(suc) é a altura manométrica da sucção (m);
Hest(suc) é a altura estática da sucção (m);
Jsuc é a perda de carga na sucção (m).
1.5. Incêndio
Exercício 1.1. Determinar a capacidade do reservatório de uma residência de 4 quartos (3 com área
2 2
de 12,5 m e 1 com 11,0 m ) e 1 quarto de empregada. Considerar residência de médio valor.
Exercício 1.2. Determinar as capacidades dos reservatórios superior e inferior de um edifício com 12
pavimentos que tenha 2 apartamentos cada pavimento. Cada apartamento tem 3 dormitórios com
2
área de 9,0 m e 1 quarto de empregada. Prever 10000 litros para reserva técnica de incêndio.
Exercício 1.3. Determinar as capacidades dos reservatórios superior e inferior de uma edificação que
2 2
abriga 1 cinema de 200m , um restaurante que serve 500 refeições por dia, 900m de lojas (metade
2
no térreo) e 1 supermercado de 300m . Prever 12000 litros para reserva técnica de incêndio.
) 20000
= → = → = 0,23 -//
86400 86400
Utilizando os limites da velocidade da água, que está compreendida entre 0,6 e 1,0 m/s para
distribuição indireta, ou seja, a água que irá completar e encher a caixa dágua não pode estar fora
desses valores, analisamos conforme ábaco:
Portanto 20 mm
Utilizando os limites da velocidade da água, que está compreendida entre 0,6 e 1,0 m/s para
distribuição direta, ou seja, a água que irá completar e encher a caixa dágua não pode estar fora desses
valores, analisamos conforme ábaco:
Portanto 32 mm
2.1. Introdução
O esgoto doméstico é formado a partir do uso da água potável. Uma vez tento sido feito nossos
procedimentos de higienização e produção alimentícia com a utilização da água tratada, produzimos o
esgoto doméstico.
De uma forma geral as edificações geram o esgoto, porém de acordo com a função e ocupação
destas edificações. Neste caso temos os esgotos domésticos, industriais, comerciais, institucionais, etc...
Nas edificações onde há a presença humana sempre será gerado o que denominamos de esgoto
doméstico, porém conforme acima mencionado há edificação poderá ter outros tipos de esgoto como as
indústrias, as lavanderias, os hospitais que além dos esgotos domésticos geram o esgoto proveniente da
atividade que é desenvolvida em seu processo de produção.
O conteúdo de desta disciplina tem como objetivo o estudo do esgoto doméstico, os demais
devem ser vistos em disciplinas especificas.
Conforme o código de obras, do município de Campo Grande/MS, lei de nº1866, de 26/12/1979:
Art . 134 – Serão permitidos somente o uso de fossas, nas construções
não servidas por rede de esgotos.
Parágrafo Único – Para a abertura das fossas será exigido o afastamento
de 1,50m (um metro e cinqüenta centímetros) de qualquer edificação bem como
o mesmo afastamento quanto à divisas e alinhamento do lote.
2.2. Dimensionamento
Segundo a NBR 8160, o dimensionamento deverá ser feito pelas Unidades Hunter de
Contribuição (UHC).
1 UHC = vazão de 28 l / min
Ramais de Descarga:
Os ramais de descarga são dimensionados usando a tabela 2.1 ou a tabela 2.2.
Unidades HUNTER de contribuição dos aparelhos sanitários e diâmetro nominal dos
ramais de descarga.
Observações:
Na NBR 8160 esta tabela é bem mais extensa.
(*) - Para o ramal de descarga foi adotado um diâmetro mínimo de 40mm.
(**) - O diâmetro mínimo do vaso sanitário é de 100mm.
Os ramais de descarga ligados a um mesmo desconector devem ter o mesmo diâmetro, porque as
entradas no desconector têm o mesmo diâmetro.
Tabela 2.2
Ramais de Esgoto
Somam-se as UHC dos ramais de descarga que contribuem para o ramal de esgoto, e recorre-se
então à tabela 2.3 para dimensionar o ramal de esgoto.
Tabela 2.3
Observação: Qualquer tubulação ligada a vaso sanitário terá diâmetro mínimo de 100mm.
Dimensionamento de tubo de queda
TABELA 2.4
COLETORES E SUBCOLETORES
São dimensionados através da tabela 2.5.
Dimensionamento de coletores prediais e subcoletores
TABELA 2.5
RAMAIS DE VENTILAÇÃO
O diâmetro dos ramais de ventilação é obtido diretamente na tabela 2.6.
COLUNA DE VENTILAÇÃO
O diâmetro da coluna de ventilação é obtido diretamente na tabela 2.7
Dimensionamento de colunas e barrilete de ventilação
TABELA 2.7
O acesso à tubulação e a fácil desobstrução são viáveis através dos seguintes dispositivos:
- caixas de gordura, caixas de inspeção, desconectores, sifões, visitas.
A NBR 8160 estabelece ainda:
O tratamento coletivo de esgoto nas cidades é feito em estações de tratamento e despejado nos
mananciais.
Embora seja necessário o tratamento de todo o esgoto gerado nas cidades, ainda é precário estes
sistemas no Brasil. Não temos cidades totalmente atendidas por rede coletora e tratamento de esgoto.
No tratamento individualizado, que será abordado nessa apostila, o sistema mais utilizado é o
conjunto fossa séptica e sumidouro.
As fossas sépticas são unidades de tratamento primário nos esgotos domésticos, nas quais são
feitas a separação e transformação de matéria sólida contida no esgoto. Nessas fossas, os esgotos sofrem a
ação das bactérias e, durante o processo, a parte sólida (lodo) é depositada no fundo da fossa, enquanto
que na superfície forma-se uma camada de escuma, constituída de substâncias insolúveis mais leves. A
fase líquida segue para o sumidouro ou para as valas de infiltração e os sólidos ficam retidos no fundo da
fossa. A localização das fossas sépticas e sumidouros devem atender as seguintes condições:
A fossa deve ter volume que permita a lenta passagem dos líquidos e a acumulação do volume de
lodo. As fossas sépticas deverão ser construídas em concreto, alvenaria ou outro material que atenda as
condições de segurança, durabilidade e resistência.
Existem modelos pré-moldados que podem ser comprados em lojas de materiais de construção. É
importante que possuam retentores de escuma na entrada e na saída. O volume da fossa deve ser adotado
em função do número de pessoas que irão utilizá-la.
Recomenda-se que na tubulação de entrada da fossa seja colocada uma caixa de passagem (caixa
construída antes da fossa).
É vedado o lançamento das águas pluviais na fossa séptica.
O volume de fossa séptica não deve ser inferior a 1.250 litros. A face inferior da laje de cobertura
deve ter 30cm de altura em relação ao nível da água no interior da fossa séptica (volume destinado à
Observação:
Recomenda-se acompanhamento técnico na construção das fossas, especialmente na moldagem das tampas, pois quanto maior o
tamanho, maiores serão os riscos de acidentes com desabamentos. Com o objetivo de aumentar a segurança, nunca deixar de colocar ferragem
adequada no momento da concretagem da tampa.
Contribuição diária de esgoto (C) e de lodo fresco (Lf) por tipo de prédio e de ocupante
Taxa de acumulação de lodo (K), em dias, por intervalo de limpeza e temperatura média do mês
mais frio.
O sumidouro tem a função de permitir a infiltração da parte líquida dos esgotos no solo. Para
tanto, as paredes devem ser vazadas e o fundo permeável. O tamanho do sumidouro vai depender do
número de pessoas que utilizam o sistema e da capacidade de infiltração do terreno. Terrenos arenosos
têm boa capacidade de infiltração e o sumidouro tende a ser pequeno. Terrenos argilosos ao contrário
necessitam de sumidouros grandes. Nos casos que o lençol d´água esteja em profundidade conveniente,
de modo a não haver risco de contaminação, e o solo sendo permeável, é recomendável adotar o
sumidouro. Os sumidouros podem ser construídos em alvenaria de tijolo comum, furado ou anéis de
concreto. Para o uso do tijolo comum, estes devem ser colocados afastados entre si, com argamassa só na
horizontal. Existem no mercado anéis de concreto furados, que facilitam a construção de sumidouros. A
laje de cobertura deve ser de concreto armado dotado de abertura de inspeção. As paredes não devem ser
revestidas e o fundo será na própria terra batida, tendo apenas uma camada de brita n°. 04 variando entre
50 e 70 centímetros de. Conforme necessidade deve ser construída mais de um sumidouro em local
afastado um do outro, com distância “D” entre sumidouro equivalente a três vezes o diâmetro interno do
sumidouro, não sendo permitido ser inferior a distância mínima de 6 metros.
Em muitos locais, o tipo de terreno não é favorável à infiltração no solo, acontecendo o
extravasamento do sumidouro. Nesse caso, o dimensionamento do sumidouro não foi adequadamente ou
pode ter ocorrido perda da capacidade de infiltração (colmatação) do solo. Recomenda-se construir um
maior número de sumidouros ou optar por vala de infiltração com a finalidade de melhorar a área de
absorção para o esgotamento.
Como o sumidouro tem a função de infiltrar o esgoto no solo, não interessa seu volume, mas
interessa a área de contato entre o solo e as paredes do sumidouro. Então:
3
?=
)6
Onde:
A = Area de infiltração necessária em metros quadrados, para sumidouro ou vala de infiltração.
V = Volume de contribuição diária em litros/dia.
Ci = Coeficiente de infiltração em Litros/metro quadrado x dia. Obtido na tabela.
Observações:
- A altura útil do sumidouro deve ser determinada de modo a manter distância vertical mínima de
1,50m entre o fundo do poço e o nível máximo do lençol freático.
Exercício 2.1. Determinar os diâmetros do ramal de ventilação, da coluna de ventilação, dos ramais
de descarga, dos ramais de esgoto, a declividade dos ramais de descarga e de esgoto do BWC
residencial abaixo:
3. Água Pluvial
3.1. Introdução
Os objetivos específicos que se pretende atingir com o projeto de instalações de águas pluviais
são os seguintes:
• Permitir recolher e conduzir as águas da chuva até um local adequado e permitido;
• Conseguir uma instalação perfeitamente estanque;
• Permitir facilmente a limpeza e desobstrução da instalação;
• Permitir a absorção de choques mecânicos;
• Permitir a absorção das variações dimensionais causadas por variações térmicas bruscas;
• Ser resistente às intempéries e à agressividade do meio (Ex. maresia da orla marítima);
• Escoar a água sem provocar ruídos excessivos;
• Resistir aos esforços mecânicos atuantes na tubulação;
• Garantir indeformabilidade através de uma boa fixação da tubulação.
3.2. Calhas
3.3.Dimensionamento
O sistema de esgotamento das águas pluviais deve ser completamente separado da rede de
esgotos sanitários, rede de água fria e de quaisquer outras instalações prediais. Deve-se prever dispositivo
de proteção contra o acesso de gases no interior da tubulação de águas pluviais, quando houver risco de
penetração destes.
Fatores meteorológicos
Para se determinar a intensidade pluviométrica (I) para fins de projeto, deve ser fixada a duração
da precipitação e do período de retorno adequado, com base em dados pluviométricos locais.
Duração da precipitação
Deve ser fixada em 5 minutos.
Período de retorno
A NBR 10844 fixa os seguintes períodos de retorno, baseados nas características da área a ser
drenada:
• T = 1 ano: para áreas pavimentadas onde empoçamentos possam ser tolerados;
• T = 5 anos: para coberturas e/ou terraço;
• T = 25 anos: para coberturas e áreas onde empoçamentos ou extravasamentos não possam ser
tolerados.
Intensidade de precipitação
A intensidade de precipitação (I) a ser adotada deve ser de 150mm/h quando a área de projeção
horizontal for menor que 100m². Abaixo a formula de precipitação da chuva do municipio de Campo
Grande/MS.
2575,12468 ; A,
@=
: B 8 19,87315>A,D E
Vazão de projeto
A vazão de projeto é determinada pela fórmula:
F .?
=
60
onde:
Q = vazão de projeto (l/min);
I = intensidade pluviométrica (mm/h);
A = área de contribuição (m²).
Os condutores deverão ser instalados, sempre que possível, em uma só prumada. Quando houver
necessidade de desvios devem ser utilizadas curvas de 90º de raio longo ou curvas de 45º, sempre com
peças de inspeção. Dependendo do tipo de edifício e material dos condutores, os mesmos poderão ser
instalados interna ou externamente ao edifício.
O diâmetro interno mínimo dos condutores verticais de seção vertical é de 75mm e devem ser
dimensionados a partir dos seguintes dados:
• Q = vazão de projeto (l/min);
• H = altura da lâmina de água na calha (mm);
• L = comprimento do condutor vertical (m).
A partir dos dados deve-se consultar os ábacos das Figura 3.4 e Figura 3.5, da seguinte maneira:
levantar uma vertical por Q até interceptar as curvas de H e L correspondentes. No caso de não haver
curvas dos valores de H e L, interpolar entre as curvas existentes. Transportar a interseção mais alta até o
eixo D. Deve-se adotar um diâmetro nominal interno superior ou igual ao valor encontrado no ábaco.
Figura 3.4 – Dimensionamento dos condutores verticais para calha com saída em aresta viva.
Caixa de areia
Devem ser previstas inspeções nas tubulações aparentes e caixas de areia nas tubulações nos
seguintes casos:
- conexão com outra tubulação;
- mudança de declividade e/ou de direção;
- a cada trecho de 20 metros nos percursos retilíneos.
Em ambos os casos, em cada descida (condutor vertical) ou no pé do tubo condutor vertical
deverá ser instalada uma caixa de areia. De acordo com a 10844, a ligação entre os condutores verticais e
horizontais é sempre feita por curva de raio longo com inspeção caixa de areia. A Figura 4-8 indica um
modelo desta caixa.
Tabela 3.2 – Capacidade dos condutores horizontais de seção circular (vazões em l/min).
3.4.Exercícios
Exercício 3.1. Dimensionar a vazão da calha abaixo. O material a ser utilizado é o plástico e a
inclinação é de 0,5%.
Exercício 3.2. Dimensionar o condutor vertical de uma instalação de águas pluviais com base nos
seguintes dados: Q = 650 l/min; H = 50mm, L = 6m, utilizando os ábacos
4.1.Introdução
a) Modalidades de Fornecimento
Como não há fornecimento público ou natural de água quente, a mesma terá que ser produzida
dentro da edificação. Há três modalidades de produção de água quente:
INDIVIDUAL: se produz água quente para um único aparelho, ou, no máximo, para aparelhos
do mesmo ambiente. São os aparelhos localizados no próprio BWC ou na área de serviço.
CENTRAL PRIVADO: Se produz água quente para todos os aparelhos de uma unidade
residencial (casa, apartamento). Esta deve ser a modalidade preferida em prédios de apartamentos em
vista da dificuldade do rateio na conta de energia e da manutenção, que será de responsabilidade de cada
condômino.
CENTRAL COLETIVA: Se produz água quente para todos os aparelhos ou unidades da
edificação. Normalmente situada no térreo ou no sub-solo, para facilitar a manutenção e o abastecimento
de combustível. É recomendada quando não há rateio da conta, como em: hotéis, hospitais, motéis,
clubes, indústrias, etc.
b) Pressão
- A pressão estática não deve ultrapassar 40mca e as pressões dinâmicas mínimas não devem
ser inferiores a 5 kPa (0,5 mca) no sistema de distribuição.
4.2. Dimensionamento
a) Consumo Diário
consumo diário de água quente pode ser feito com auxílio da tabela da Norma:
Observações:
- No caso de apartamento ou casa com central privada, considerar 2 pessoas por dormitório +
empregados.
b) Dimensionamento da Tubulação
Adota-se o critério do CONSUMO MÁXIMO PROVÁVEL e o método de dimensionamento da
SOMA DOS PESOS, tal qual no dimensionamento da tubulação de água fria.
G=
F. (
Onde:
S = área dos coletores – m²
Q = calor necessário - Kcal/dia
I = intensidade de radiação solar - KWh/m²x dia ou Kcalxh/m²
R = rendimento dos coletores - geralmente = 50%
Quantidade de Calor:
K . L . ∆N
Q= calor necessário - J ou cal
m = massa de água, kg
∆N = variação de temperatura, ºC
c é a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de 1,0 kg de água em 1º C (c = 1,0
kcal/kg.ºC)
A relação entre Watts·h e cal é 1,0 w·h = 860 cal, ou 1,0 kWh = 860 kcal
4.3. Exercícios
Exercício 4.1. Quantos m² de placa coletora são necessários para suprir uma família de 6
pessoas com água quente?
5. Gás
5.1.Introdução
O gás natural (GN) é proveniente da decomposição de matéria orgânica como plantas e animais
marinhos que morreram há mais de 200 milhões de anos, onde neste processo o material foi sendo
coberto por mais e mais camadas de sedimentos, gradualmente comprimidos pelo próprio peso das
camadas superiores e mais recentes, transformando-se em rochas sedimentares, arenitos, xistos e dolomita
e pode ser encontrado em formações rochosas subterrâneas ou em reservatórios de hidrocarbonetos em
camadas de carvão através de jazidas de petróleo, por acumulações em rochas porosas, isoladas do
interior por rochas impermeáveis, associadas ou não a depósitos petrolíferos.
Diante das questões mundialmente discutidas em torno da sustentabilidade e manuseio das
reservas naturais de forma racional e a crescente demanda pelo combustível no meio industrial,
comercial, residencial e incentivos fiscais a instalação em automóveis, faz com que o gás natural tenha
grande relevância na política energética do país.
O gás de petróleo liquefeito (GLP) é uma mistura de gases de hidrocarbonetos utilizados como
combustível em aplicações de aquecimento como em fogões e veículos, sendo um dos subprodutos do
5.2.Dimensionamento