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Fatores associados à cessação do tabagismo sem ajuda ARTIGO

DOI.10.24118/reva1806.9495.2.3.2017:347

Fatores associados à cessação do tabagismo sem ajuda

Factors associated with smoking cessation without help


Egle Sousa Pereira
Médica pneumologista da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso
E-mail: egle.sp@bol.com.br

Genesson Barreto
Titular da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso
E-mail: genesson@bol.com.br ou genesson@ufmt.br

Resumo

Analisar os fatores associados à cessação do tabagismo sem ajuda. Estudo transversal


com pacientes de 18 anos ou mais dos ambulatórios de clínica médica do Hospital
Universitário Júlio Müller, Cuiabá, Mato grosso, de maio a setembro de 2016 que
responderam um questionário com informações sociodemográficas, estilo de vida,
avaliação do estresse percebido, dependência à nicotina, triagem de alcoolismo e sobre os
motivos que os levaram a parar de fumar. A análise dos dados foi realizada pelo SPSS 23.
Dentre os 808 pacientes avaliados, 262 eram ex-fumantes e 90,1% pararam de fumar sem
ajuda, sendo significativamente associado ao sexo masculino, baixa escolaridade, menor
idade e menor tempo de tabagismo quando parou de fumar. Fatores associados à cessação
sem ajuda: sexo masculino, baixa escolaridade, menor idade e tempo de tabagismo
quando parou de fumar. Principais motivos: iniciativa própria, influência da família e
religião.

Palavras-chave

Tabagismo, tabaco, abandono do uso do tabaco

Abstract

To analyze the factors associated with cessation of smoking without help. A cross-
sectional study was carried out with patients aged 18 years or more from the Medical Clinic
Outpatient Clinics of the Júlio Müller University Hospital, Cuiabá, Mato Grosso, from May to
September 2016, who answered a questionnaire with sociodemographic information,
lifestyle, perceived stress assessment, Nicotine dependence, alcoholism screening and the
reasons that led them to quit smoking. Data were analyzed by SPSS 23. Among the 808
patients evaluated, 262 were former smokers and 90.1% stopped smoking without help,
being significantly associated with males, low schooling, lower age and shorter When he
stopped smoking. Factors associated with unassisted cessation: male sex, low schooling,
younger age and smoking time when smoking stopped. Main reasons: own initiative,
influence of family and religion.

Keywords

Smoking, tobacco, abandonment of tobacco use

© REVA. Acad. Rev. Cient. da Saúde Rio de Janeiro, RJ v.2 n.3 p. 31-44 set./dez. 2017
Fatores associados à cessação do tabagismo sem ajuda ARTIGO
DOI.10.24118/reva1806.9495.2.3.2017:347

Introdução

A redução da prevalência do tabagismo em países desenvolvidos é relatada em


diversos estudos1,2 e o Brasil vem acompanhando essa tendência mundial3,4. A
queda acentuada nesta taxa se deveu mais às políticas públicas implementadas
neste período que, pela ação direta dos programas de cessação do tabagismo.
Estima-se que somente uma proporção de 10% do efeito total pode ser creditado
ao tratamento propriamente dito, com ou sem medicamentos5,6. Dentre as políticas
públicas destacam-se a regulamentação de leis que impedem o fumo em ambientes
coletivos e campanhas publicitárias. Para aqueles que necessitam de ajuda, são
disponibilizados terapia cognitivo comportamental e medicamentos para diminuição
dos sintomas da abstinência7.

Visto que cerca de 90% dos fumantes pararam de fumar sem ajuda específica
ou sem tratamento ofertado pelos programas de cessação, tem-se a hipótese que
estes fumantes são diferentes daqueles que necessitaram de ajuda. Alguns estudos
apontam nesta direção, os fumantes que procuraram ajuda têm maior carga
tabágica, com relato de várias tentativas frustradas de parar e características de
personalidade associadas ao fracasso da cessação8,9,10. Por outro lado, são poucos
os dados sobre as características daqueles que pararam sem ajuda ou por conta
própria. O que se sabe sobre estes é que tem menor dependência química e, talvez
por isto, maior probabilidade de sucesso, quando comparados com aqueles que
necessitaram de ajuda11,12.

Assim, o objetivo deste estudo é analisar os fatores associados à cessação do


tabagismo sem ajuda, com a finalidade de contribuir para o conhecimento sobre as
características dos fumantes em processo de cessação.

Metodologia

Estudo transversal, realizado nos ambulatórios de clínica médica do Hospital


Universitário Júlio Müller (HUJM), na cidade de Cuiabá, Mato Grosso, de maio a
setembro de 2016. Para o cálculo amostral foi utilizada a proporção de ex-fumantes
em Cuiabá, estimada em 21,9% segundo o VIGITEL13. Seguiu-se as orientações
descritas por Fonseca e Martins14 para amostras de população infinita, considerando
nível de confiança de 95% e erro tolerável de 3%, atingido o número de 733
indivíduos. Acrescentou-se ainda 10% à amostra (perdas possíveis), chegando a
807 indivíduos a serem entrevistados. A amostragem foi realizada por conveniência
acidental, constituída por pacientes que estiveram presentes para consulta nos
ambulatórios de segunda à sexta-feira, nos períodos matutino e vespertino. Os
dados foram coletados por meio de questionário semiestruturado aplicado pela
pesquisadora na sala de espera.

Foram incluídos pacientes com idade igual ou superior a 18 anos e excluíram-


se os pacientes sem condições físicas ou mentais para responder ao questionário,
pacientes dos ambulatórios de pneumologia e tabagismo, gestantes, lactantes e os
que faziam uso exclusivo de narguilé.

Foi considerado como variável dependente do estudo, parar de fumar sem


ajuda, definida como tentativas de cessação em que os fumantes: não utilizaram
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assistência de nenhum profissional da área da saúde (médico, enfermeiro,


farmacêutico ou outros); nenhuma substância química (medicamentos nicotínicos
ou não-nicotínicos, chás, garrafadas, Florais de Bach); nenhum tratamento
psicológico (terapia cognitiva–comportamental individual ou em grupo); acupuntura
ou outros (“promessa”, etc.).

Entre as variáveis independentes, foram avaliados sexo, idade (faixa etária),


situação conjugal, trabalho atual, classe econômica (ABEP15), escolaridade e
religião. Foram consideradas as categorias raça/cor da pele (autodeclarada)
adotadas pelo IBGE16, avaliados fatores de estilo de vida como prática de exercício
físico, consumo abusivo de bebida alcóolica (ingestão de 4 ou mais doses, para
mulheres, ou 5 ou mais doses, para homens, em uma mesma ocasião, dentro dos
últimos 30 dias)13 e o questionário CAGE 17.

Para definição do status do tabagismo, considerou-se os critérios adotados


pelo VIGITEL13. Fumante: indivíduo que responder positivamente à questão "O(a)
senhor(a) fuma?", independente do número de cigarros, da frequência e duração
do hábito de fumar. Não fumante: o indivíduo que responder positivamente à
questão "O(a) senhor(a) nunca fumou?". Ex-fumante: indivíduo que responder
positivamente à questão "O(a) senhor(a) já fumou?", independente do número de
cigarros e duração do hábito de fumar.

A avaliação do estresse foi realizada por meio da Escala do Estresse Percebido


– Perceived Stress Scale18, versão de 10 itens19, categorizada em leve (0 a 13
pontos), moderado (14-26 pontos) e elevado (27-40 pontos). O grau de
dependência em relação à nicotina foi estabelecido por meio do Teste de
Fagerström21, categorizado em leve ou moderado (≤7) e elevado (≥8).

Entre os ex-fumantes, avaliou-se fatores relacionados ao tabagismo: idade de


início e quando parou de fumar, tempo que fumou (anos), número de cigarros que
fumava por dia (<20 e ≥20 cigarros), grau de dependência quando fumava
(Fargerström20), média do número de tentativas de cessação, planejamento para
parar de fumar, método de cessação (gradual ou abrupto) e tempo de abstinência
(anos).

A relação de motivos que incentivaram o paciente a cessar o tabagismo foi


extraída de CARDOSO et al.21. Foi avaliado ainda, a percepção das mudanças
referidas pelos ex-fumantes após a cessação quanto: apetite, peso, frequência da
ingestão de bebida alcoólica, irritabilidade, sono e tristeza.

Após coleta de dados e dupla digitação para análise de consistência por meio
do Programa Epi Info, versão 7.0, a análise foi realizada pelo programa estatístico
SPSS (Statistical Package for Social Sciences), versão 17. Foram feitas análises
descritivas por meio das frequências absolutas e relativas. Foi calculado teste de
Qui-quadrado e Teste de Fisher quando adequado, considerando nível de
significância de 5%. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do HUJM da
Universidade Federal de Mato Grosso em 2016 e os participantes assinaram o
termo de consentimento livre e esclarecido.

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Resultado

Foram avaliados 808 pacientes, com predomínio do sexo feminino, entre 18 e


88 anos, média de 50,7 anos (dp = 13,6), casados e de cor parda. A maior parte
apresentou baixa escolaridade e 41,2% estavam trabalhando (tabela 1). Quanto à
religião, 51,1% eram católicos, sendo que 75,7% dos entrevistados relataram ser
praticantes. Maior parte não realizava exercícios físicos e não faziam consumo
abusivo de bebida alcoólica (tabela 2).

Quanto ao status do tabagismo, 54,7% nunca fumaram, 32,4% eram ex-


fumantes e 12,9%, fumantes. Foi encontrada maior proporção de fumantes e ex-
fumantes entre os pacientes com menor escolaridade, maior proporção de ex-
fumantes no sexo masculino, naqueles de maior faixa etária e entre os aposentados
ou pensionistas (tabela 1). Maior prevalência de tabagismo foi observada entre
aqueles que declararam não possuir nenhuma religião e que relataram consumo
abusivo de bebida alcoólica (tabela 2).

Estudo submetido e aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital Universitário


Júlio Müller da UFMT em 2016, número 53580216.4.0000.5541.

Tabela 1 – Características sociodemográficas dos pacientes estudados, segundo


status do tabagismo.
Status do tabagismo
Total
Nunca fumou Fumante Ex-fumante
(N=808) p-valora
Características (n=442) (n=104) (n=262)
N (%) n (%) n (%) n (%)
Sexo <0,01
Masculino 288 (35,6) 108 (37,5) 59 (20,5) 121 (42,0)
Feminino 520 (64,4) 334 (64,2) 45 (8,7) 141 (27,1)
Faixa etária <0,01
<60 anos 594 (73,5) 344 (57,9) 86 (14,5) 164 (27,6)
≥60 anos 214 (26,5) 98 (45,8) 18 (8,4) 98 (45,8)
Cor da pele
Branca 181 (22,4) 94 (51,9) 27 (14,9) 60 (33,1) 0,78
Preta 119 (14,7) 66 (55,5) 17 (14,3) 36 (30,3)
Parda ou outrosb 508 (62,9) 282 (55,5) 60 (11,8) 166 (32,7)
Situação Conjugal 0,07
Solteiro(a) 131 (16,2) 78 (59,5) 21 (16,0) 32 (24,4)
Casado(a)/união consensual 460 (56,9) 260 (56,5) 55 (12,0) 145 (31,5)
Separado(a)/divorciado(a)/desquitado(a) 126 (15,6) 65 (51,6) 14 (11,1) 47 (37,3)
Viúvo(a) 91 (11,3) 39 (42,9) 14 (15,4) 38 (41,8)
Trabalho atual 0,03
Com emprego 333 (41,2) 190 (57,1) 43 (12,9) 100 (30,0)
Aposentado/ 160 (19,8) 74 (46,3) 17 (10,6) 69 (43,1)
Pensionista
Desempregado sem e com auxílioc 315 (39,0) 178 (56,5) 44 (14,0) 93 (29,5)
Escolaridade <0,01
≤8 anos 437 (54,1) 179 (41,0) 77 (17,6) 181 (41,4)
9-12 anos 313 (38,7) 221 (70,6) 23 (7,3) 69 (22,0)
≥13 anos 58 (7,2) 42 (72,4) 4 (6,9) 12 (20,7)
a
Teste do qui-quadrado; apenas 4 pessoas foram classificados como outros (indígenas ou amarela); a
uxílio-doença,
Auxílio da LOAS-Lei Orgânica da Assistência Social, bolsa faculdade, bolsa família, licença médica.

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Tabela 2 – Prática religiosa e estilo de vida dos pacientes estudados, segundo


status do tabagismo.
Status do tabagismo
TOTAL
Nunca fumou Fumante Ex-fumante p-
Características (N=808)
(n=442) (n=104) (n=262) valora
N (%) n (%) n (%) n (%)
Religiãob <0,01
Católica 403 (51,1) 221 (54,8) 62 (15,4) 120 (29,8)
Evangélica 315 (39,9) 178 (56,5) 18 (5,7) 119 (37,8)
Nenhuma 71 (9,0) 30 (42,3) 23 (32,4) 18 (25,4)
Prática Religiosa <0,01
Sim 612 (75,7) 355 (58,0) 53 (8,7) 204 (33,3)
Não 126 (15,6) 57 (45,2) 29 (23,0) 40 (31,7)
Prática de Exercício Físico 0,04
Sim 196 (24,3) 123 (62,8) 13 (6,6) 60 (30,6)
Não 612 (75,7) 319 (52,1) 91 (14,9) 202 (33,0)
Consumo abusivo de bebidas alcoólicas c 0,02
Sim 77 (41,0) 34 (44,2) 24 (31,2) 19 (24,7)
Não 111 (59,0) 55 (49,5) 16 (14,4) 40 (36,0)
a
Teste do qui-quadrado; não foram consideradas outras religiões (Candomblé, Espírita, Igreja Messiânica Mundial, Igreja da
Unificação, Umbanda; n=19); ingestão de 4 ou mais doses, para mulheres, ou 5 ou mais doses, para homens, em uma
mesma ocasião, dentro dos últimos 30 dias.

Segundo a classificação econômica, a maior proporção de pacientes fumantes


e ex-fumantes foi encontrada nas classes D ou E (80,6%), seguida pela classe C
(19,4%). Porém não houve diferença estatisticamente significante entre os dois
grupos e nenhum entrevistado classificado como classe A ou B.

Não houve distinção estatisticamente significante da idade do início do


tabagismo e do nível de estresse percebido, quando comparados os grupos de
fumantes e ex-fumantes, apesar de ter sido observada, nesses dois grupos juntos,
elevada prevalência de estresse percebido moderado e elevado, 77,0% e 18,6%,
respectivamente.

Quanto ao número de tentativas de parar de fumar, 52,7% cessaram o


tabagismo logo na primeira tentativa, 32,1% precisaram de até três tentativas para
obter sucesso e, apenas para 15,3%, foram necessárias quatro ou mais tentativas.
Com relação ao CAGE, no grupo dos pacientes ex-fumantes que apresentavam
CAGE positivo quando fumavam, mais da metade (53,8%) foi atualmente
classificada como CAGE negativo.

Segundo a cessação do tabagismo com ou sem ajuda, observou-se que esta


aconteceu sem ajuda em 90,1% dos pacientes, sendo maior no sexo masculino.
Entre os pacientes que relataram ter recebido ajuda, 42,3% procuraram
profissional da saúde. Os demais utilizaram adesivo ou goma de nicotina,
acupuntura, tratamento psicológico ou outros.

Em relação à idade quando pararam de fumar e ao tempo de tabagismo,


verificou-se uma tendência linear inversa para a prevalência de cessação sem ajuda
(p-valor para tendência linear = 0,01), sendo esses dois fatores fortemente
associados (r=0,90, p-valor<0,01). Independentemente da ajuda para cessação, a
maioria não realizou nenhum planejamento e parou abruptamente, não havendo
diferença estatisticamente significante entre os que pararam de fumar com ou sem
ajuda (tabela 3).

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Entre os pacientes que pararam de fumar sem ajuda, a média de tentativas foi
de 1,49 (dp=2,5) e, entre os que receberam ajuda, foi de 2,12 (dp=2,3), sem
diferença estatisticamente significante. Destaca-se ter sido maior a proporção de
indivíduos que conseguiram cessar o tabagismo sem ajuda entre aqueles com
menor escolaridade, quando comparados com os de escolaridade mais elevada.
Com relação aos principais motivos que levaram o paciente a cessar o tabagismo
relatados nas entrevistas, destacam-se: iniciativa própria, influência da família e
religião (tabela 4).

Tabela 3 – Características relacionadas ao hábito tabágico e cessação dos ex-


fumantes referentes ao período que pararam de fumar, segundo ajuda para
cessação.

Ajuda para cessação do


Total de Ex-
tabagismo
Características fumantes
p-valora
(N=262) Sem ajuda Com ajuda
(N=236) (N=26)
n (%) n (%) n (%)
Idade de início do tabagismo 0,15
<18 anos 168 (64,1) 148 (88,1) 20 (11,9)
≥18 anos 94 (35,9) 88 (93,6) 6 (6,4)
Idade quando parou de fumarb 0,01
≤30 anos 84 (32,1) 79 (94,0) 5 (6,0)
31 a 49 anos 117 (44,7) 108 (92,3) 9 (7,7)
≥50 anos 61 (23,3) 49 (80,3) 12 (19,7)
Tempo de tabagismo (anos)b 0,03
≤15 anos 101 (38,5) 95 (94,1) 6 (5,9)
16 a 29 anos 80 (30,5) 74 (92,5) 6 (7,5)
≥30 anos 81 (30,9) 67 (82,7) 14 (17,3)
Número de cigarros que fumava por dia 0,95
<20 cigarros 152 (58,2) 137 (90,1) 15 (9,9)
≥20 cigarros 109 (41,8) 98 (89,9) 11 (10,1)
Planejamentoc 0,23
Sim 17 (6,5) 14 (82,4) 3 (17,6)
Não 245 (93,5) 222 (90,6) 23 (9,4)
Método de cessaçãoc 1,0
Gradual 19 (7,3) 17 (89,5) 2 (10,5)
Abrupta 243 (92,7) 219 (90,1) 24 (9,9)
Tempo de abstinência (anos) 0,53
<10 anos 95 (36,3) 83 (87,4) 12 (12,6)
10 a 20 anos 63 (24,0) 58 (92,1) 5 (7,9)
>20 anos 104 (39,7) 95 (91,3) 9 (8,7)
Fargenstrom quando fumavac 0,59
≤7 (leve ou moderado) 239 (91,2) 215 (90,0) 24 (10,0)
≥8 (elevado) 23 (8,8) 21 (91,3) 2 (8,7)
a
Teste do qui-quadrado; bp-valor da tendência linear = 0,01; cp-valor do Teste Exato de Fisher.

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Tabela 4 – Descrição dos motivos de cessação do tabagismo entre os ex-


fumantes, extraída de Cardoso et al.23, segundo ajuda.

Total Ajuda para cessação do


Motivos (N=262) tabagismo
Sem ajuda Com ajuda
(N=236) (N=26)
n (%) n (%) n (%)
Iniciativa própria 98 (37,4) 89 (90,8) 9 (9,2)
Influência da família 39 (14,9) 33 (84,2) 6 (15,8)
Religião 37 (14,1) 33 (89,2) 4 (10,8)
Doenças respiratórias: bronquite, enfisema, falta de fôlego, asma etc.) 26 (9,9) 23 (88,5) 3 (11,5)
Problemas no aparelho digestivo (gastrite, bucais, úlceras) 19 (7,3) 16 (84,2) 3 (15,8)
Odor do cigarro 15 (5,7) 13 (86,7) 2 (13,3)
Receio de ter doença grave (câncer, infarto, enfisema etc.) 12 (4,6) 11 (91,7) 1 (8,3)
Gravidez (caso sexo feminino) 12 (4,6) 12 (100,0) - -
Morte ou doença grave de amigo ou familiar relacionada ao tabaco 9 (3,4) 8 (88,9) 1 (11,1)
Portador de doenças relacionadas ao fumo 7 (2,7) 7 (100,0) - -
Informações em órgão de imprensa, livros, revistas etc. 6 (2,3) 6 (100,0) - -
Prejuízo do rendimento profissional 2 (8,0) 2 (100,0) - -
Dificuldade sexual 1 (4,0) 1 (100,0) - -

Na tabela 5, são apresentadas as percepções de mudanças segundo ajuda


para cessação do tabagismo. Foi observado que, apesar de a maioria dos pacientes
ex-fumantes referirem não ter apresentado alteração em seu apetite, mais da
metade relatou ganho de peso após a cessação, sendo maior a proporção de
manutenção do peso entre aqueles que não tiveram ajuda para cessação do
tabagismo, quando comparado aos que tiveram. A maioria dos pacientes relataram
não ter sentido diferença na qualidade do sono, porém foi maior a proporção de
percepção de piora entre os que precisaram de ajuda para parar de fumar, quando
comparados àqueles que pararam sem ajuda.

Tabela 5 – Percepção das mudanças referidas pelos pacientes ex-fumantes após


cessação, segundo ajuda para cessar o tabagismo, Hospital Universitário Júlio
Müller, Cuiabá/MT, 2016.

Total de Ex- Ajuda para cessação do


fumantes tabagismo
Características (N=262) Sem ajuda Com ajuda p-valora
(n=236) (n=26)
N (%) n (%) n (%)
Apetite 0,93
Aumentou 113 (43,1) 101 (42,8) 12 (46,2)
Reduziu 9 (3,4) 8 (3,4) 1 (3,8)
Não apresentou diferença 140 (53,4) 127 (53,8) 13 (50,0)
Peso 0,04
Ganhou 135 (51,5) 121 (51,3) 14 (53,8)
Perdeu 20 (6,6) 15 (6,4) 5 (19,2)
Manteve 107 (40,8) 100 (42,4) 7 (26,9)
Frequência de ingestão de bebida alcoólica 0,80
Maior 95 (60,5) 6 (4,1) - -
Menor 6 (3,8) 89 (60,5) 6 (3,8)
Mesma 56 (35,7) 52 (35,4) 4 (40,0)
Irritabilidade 0,14
Mais facilmente irritado 37 (14,1) 30 (12,7) 7 (26,9)
Menos facilmente irritado 41 (15,6) 37 (15,7) 4 (15,4)
Não observou diferença 184 (70,2) 169 (71,6) 15 (57,7)
Sono <0,01
Melhorou 15 (5,7) 68 (28,8) 5 (19,2)
Piorou 73 (27,9) 9 (3,8) 6 (23,1)
Não sentiu diferença 174 (66,4) 159 (67,4) 15 (57,7)
Tristeza 0,14

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Mais triste 24 (9,2) 19 (8,1) 5 (19,2)


Mais animado 86 (32,8) 77 (32,6) 9 (34,6)
Não sentiu diferença 152 (58,0) 140 (59,3) 12 (46,2)
a
Teste do qui-quadrado e Teste exato de Fisher, quando adequado.

Discussão

Os resultados mostram a predominância de cessação do tabagismo sem ajuda,


sem planejamento e abruptamente. Os fatores associados à cessação sem ajuda
foram: sexo masculino, menor escolaridade e menor tempo de tabagismo. Para
parar de fumar destacaram-se os motivos: iniciativa própria, influência da família,
religião e aparecimento de sintomas e doenças respiratórias. Em relação às
percepções de mudanças após a cessação do tabagismo, verificou-se maior
estabilidade do peso e da qualidade do sono entre os pacientes que pararam de
fumar sem ajuda.

Quanto à cessação sem ajuda, resultados semelhantes foram detectados em


outros estudos1,5,11. Dados de uma pesquisa mostrou ainda, que aqueles que
haviam parado de fumar sem ajuda eram quase duas vezes mais prováveis de
obterem sucesso que aqueles que buscavam ajuda11.

Várias conjecturas têm sido apontadas como contribuintes no maior sucesso da


cessação sem ajuda. Segundo Fiore et al.11, menor: dependência química, número
de cigarros fumados por dia e número de tentativas prévias de parar de fumar.
Porém, no presente estudo, eles não foram significativamente associados à
cessação do tabagismo com ou sem ajuda.

Warner22 abordando a publicidade e políticas públicas, documentou a redução


de 5% em 1964, no consumo de cigarros nos EUA, após a divulgação do relatório
do serviço de saúde pública dos que relacionava o tabagismo ao risco de câncer23,
constatando que o conhecimento da nocividade do produto levou muitos fumantes
a parar de fumar, mesmo sem ajuda. Além disso, mostrou que as políticas públicas
de combate ao tabagismo conseguiram ser mais eficazes22.

No Brasil, Levy et al.3 também mostraram que as políticas públicas de controle


do tabagismo implementadas desempenharam importante papel na redução
acentuada do tabagismo, sobretudo, nos períodos em que não haviam protocolos
estabelecidos de tratamento farmacológico. Os autores observaram que se
destacaram: o aumento de preços, leis austeras de ar livre de fumo e rígidas
restrições de comercialização. Entretanto, foi pequena a proporção de entrevistados
que relataram esses fatores como motivos relacionados à cessação do tabagismo
no presente estudo.

Dados do GATS6 reiteram que a maneira mais eficaz de diminuir o tabagismo é


aumentar o preço do tabaco. Porém, o Brasil tem amplas fronteiras, dificultando o
controle da entrada ilícita de cigarro com preços inferiores.

No presente estudo a maioria dos entrevistados informou ter parado de fumar


sem realizar qualquer planejamento, resultado também verificado por Larabie24.
Planejar implica pensar sobre o assunto, mas, possivelmente, não conseguir
resolvê-lo de prontidão. Talvez, aqueles que necessitem de planejamento tenham
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mais dificuldade em parar de fumar por diversos fatores considerados


dificultadores8, entre eles: menor motivação, maior nível de estresse, tornando o
momento “inadequado”.

Observou-se, neste estudo, maior proporção de cessação abrupta, sendo


semelhante ao encontrado em estudos prévios11,25. Todavia, resultados de meta-
análise mostraram que os tipos de cessação gradual e abrupto apresentavam taxas
de cessação comparáveis26.

Com relação aos fatores demográficos, destaca-se, que a cessação do


tabagismo sem ajuda foi mais prevalente entre os homens. Assim como observado
no estudo de Smith et al.27, em que mulheres apresentaram probabilidade 31%
mais baixa de êxito na cessação do tabagismo em comparação com os homens,
principalmente, entre aqueles que pararam de fumar sem ajuda. Ademais,
ansiedade e depressão, mais prevalentes em mulheres, são fatores dificultadores
da cessação28.

Em relação à associação tabagismo e álcool, verificou-se maior proporção de


fumantes entre aqueles que relataram consumo abusivo de bebida alcoólica, além
disso, mais da metade dos ex-fumantes que apresentaram CAGE positivo quando
fumavam foi atualmente classificada como CAGE negativo, o que vai ao encontro do
conhecimento a respeito dessa associação20,29. Chiolero et al.30 comentam que o
uso de álcool e tabaco pode estar relacionado de duas maneiras: ligação
intrapessoal, em que consumidores de álcool geralmente fumam e vice-versa; e
ligação situacional, em que pessoas que usam álcool e tabaco podem usá-los juntos
nas mesmas situações31.

Verificou-se, no presente estudo, maior proporção de ex-fumantes entre os


pacientes com mais de 60 anos de idade, concordando com outros estudos13,32.
Resultado atribuído aos seguintes fatores: por ser uma medida acumulativa, a
probabilidade de indivíduos mais velhos reportarem a interrupção do tabagismo é
maior do que entre os mais jovens; o tabagismo reduz com a idade como
consequência de problemas de saúde e/ou devido a preocupações com a mesma; e
viés de sobrevivência (maior sobrevida dos ex-fumantes, em comparação aos
indivíduos que permanecem fumando).

Entre os ex-fumantes avaliados, destacou-se a menor prevalência de cessação


sem ajuda, entre os que pararam de fumar em faixas etárias mais elevadas e os
que fumaram por mais tempo, podendo indicar maior dificuldade em cessar o
tabagismo nesses indivíduos. Echer et al.10, observaram que aqueles que
conseguiram parar de fumar utilizaram o cigarro por menos tempo, concluindo que
o tempo de tabagismo, pode influenciar negativamente no abandono do fumo e que
a dependência da nicotina pode aumentar com o tempo de uso. Isso pode se
associar ao fato de os fumantes sentirem maior dificuldade para deixar de fumar
por terem mais tempo de tabagismo e, portanto, serem mais dependentes.

A literatura tem mostrado a escolaridade como importante fator


socioeconômico no estudo do tabagismo. Nesse estudo encontrou-se associação da
cessação sem ajuda com a menor escolaridade. Fumantes com baixo nível de
escolaridade, à margem dos programas governamentais de educação para cuidados
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com a saúde e prevenção de doenças, podem buscar menos tratamento, sem


significar, contudo, menor dificuldade ao tentar parar de fumar33.

Com relação ao número de tentativas de parar de fumar, a maioria dos ex-


fumantes avaliados cessou o tabagismo na primeira tentativa, divergindo da
literatura em que a maioria precisou de três ou mais tentativas para obter
sucesso8,24. Uma hipótese para explicar tal fato poderia ser o tipo de pacientes
estudados. São pessoas portadoras de doenças que fazem acompanhamento
médico e poderiam ter mais incentivo para parar de fumar, devido à preocupação
com sua saúde e/ou por terem recebido orientação.

O principal motivo que levou os ex-fumantes avaliados a parar de fumar foi a


iniciativa própria. Um estudo de revisão mostrou, que a motivação individual é um
fator relevante que favorece a reflexão para a tomada da decisão com relação à
cessação, podendo, inclusive, predizer se uma certa tentativa obterá ou não
sucesso34. Outro fator a ser ponderado é a autoeficácia35. Meta-análise evidenciou
que o nível de auto eficácia entre ex-fumantes era significativamente maior do que
o dos fumantes atuais e quanto maior esse escore, maior a probabilidade de parar
de fumar com sucesso36. Neste contexto, apesar deste estudo não ter avaliado a
motivação individual ou a auto-eficácia dos pacientes, levanta-se a hipótese de que
os pacientes que conseguiram parar de fumar por iniciativa própria sejam aqueles
mais motivados ou com maior auto eficácia, por isso conseguiram tomar a decisão
e obtiveram sucesso. Deve-se ainda ser considerada, a influência das políticas
públicas3, que não foram apontadas pelos pacientes.

O segundo motivo que levou os ex-fumantes a pararem de fumar foi a


influência da família. A unidade familiar é a principal fonte de transmissão da base
social, cultural, genética que podem influenciar o consumo de tabaco, com efeito
positivo37. O terceiro motivo citado foi a religião, elencada posteriormente como
motivo, por ter sido citada em 14,1% das entrevistas como “outro motivo”.
Observou-se, ainda, que a maioria dos ex-fumantes entrevistados relatou ser
praticante de alguma religião, com maior prevalência de tabagismo entre aqueles
que declararam não possuir religião, quando comparados com católicos e
evangélicos. Tais resultados reiteram o que foi encontrado na literatura, que
considera a religião como um fator de proteção contra o tabagismo21.

Quanto à percepção das mudanças referidas pelos ex-fumantes após cessação,


duas foram estatisticamente significativas: as relacionadas ao peso e ao sono.
Apesar de mais da metade dos entrevistados ter relatado ganho de peso após
cessação, a maior proporção de manutenção do peso foi encontrada entre aqueles
que não tiveram ajuda para cessação, quando comparado aos que tiveram. Ganhar
peso em excesso vem acompanhado, geralmente, de alterações dos padrões de
comportamento e personalidade, manifestados também sob a forma de depressão
e irritabilidade. Além disso, o aumento do estresse intensifica o impulso de ingerir
alimentos8. Assim, é possível sugerir, que indivíduos que necessitam de ajuda para
cessar o tabagismo poderiam apresentar fatores dificultadores, como distúrbios
psicológicos ou psiquiátricos. Da mesma forma, com relação à qualidade do sono,
em que foi maior a proporção de percepção de piora entre os que precisaram de
ajuda para parar de fumar38.

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Entre as limitações do estudo estão o poder da análise estatística,


considerando os estratos de pacientes que cessaram o tabagismo sem e com ajuda,
(pequena amostra nesse grupo). Possível viés de informação porque foram
autorrelatadas, apesar de estudos indicarem alta concordância entre tabagismo
autorrelatado e avaliação bioquímica com cotinina39. Possível viés de memória,
ainda que o tabagismo seja marcante para os ex-fumantes. Porém novos caminhos
para a cessação do tabagismo são necessários e as pesquisas dedicadas à cessação
sem ajuda são escassas.

No intuito de incentivar e apoiar esse tipo de cessação é necessário entender


mais esse processo. Não se trata de ignorar o benefício da farmacoterapia, mas de
conhecer os diferentes grupos de fumantes e suas necessidades para otimizar os
recursos destinados à saúde pública e ampliar seu alcance.

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