Você está na página 1de 15

Disputas pela memória e versões

da história nas páginas de Gil Blas

Carlos Gustavo Nóbrega de Jesus1


Introdução

O que se propõe nas próximas linhas é apresentar uma releitura da história


brasileira feita pelo grupo da revista Gil Blas, que circulou de 1919 a 1923, na cidade do
Rio de Janeiro, na época Capital Federal.2 É importante salientar que tal revisão
histórica evidencia a tentativa de legitimação de uma memória ancorada por propostas
nacionalistas, situação que estava de acordo com o momento, rico em reavaliações do
ideal nacional.
Com o advento da Primeira Guerra Mundial, a questão do lugar reservado ao
Brasil, num contexto marcado pelo imperialismo e pelas disputas entre as grandes
potências européias, ganhou urgência. Havia mesmo o temor pela perda do território,
que se apresentava como uma possibilidade efetiva.
Nos meios intelectuais brasileiros buscava-se, por meio de referências
simbólicas e singulares, atribuir um caráter unitário à nação. (Velloso, 2000, p.27). O
discurso perpassava pela proposta de se forjar uma identidade nacional autêntica, se
distanciando da cópia Européia, devastada pela Guerra.
Foi nesse momento que, dentro do amplo espaço reservado a questão da nação,
ganhou força uma leitura xenofóbica e antiliberal, o que Bolívar Lamounier (1977, p.
356) classificou como, “nacionalismo autoritário”, marcado pelos “ressentimentos
contra o colonialismo predatório e de temor face ao expansionismo das grandes
potências”.

1
Mestre e Doutor em História Social/Unesp Assis. Superintendente da Fundação Pró-Memória de
Indaiatuba.
2
Fundada no Rio de Janeiro em 14 de fevereiro de 1919, além de ser uma publicação de cunho
nacionalista, Gil Blas manteve grande proximidade com as iniciativas da administração Epitácio Pessoa
(1919-1922), da qual foi porta voz. Este fato a torna importante fonte para entender não só as propostas
de intelectuais que se organizaram em torno de um nacionalismo carioca, mas também das iniciativas
políticas do Governo Federal da época. É difícil precisar quem era o efetivo proprietário e fundador de
Gil Blas. No entanto, do primeiro ao último número, Alcebíades Delamare Nogueira da Gama, militante
nacionalista e professor de Direito Administrativo da Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de
Janeiro, cidade na qual se projetou com um renomado escritório de advocacia, foi o Diretor responsável e
o Redator Chefe da revista. Sobre a trajetória de Gil Blas e seu diretor conferir: (Jesus, 2013, p.31-63).

1
A crítica ao estrangeirismo, liberalismo e fatores desagregadores da sociedade
brasileira era a cantilena repetida por esses intelectuais, que compunham a direita
nacionalista. Julgavam que os problemas nacionais provinham do artificialismo das
instituições liberais, que deveriam ser substituídas “por uma autêntica ideologia
nacional” (Beired, 1999, p.19). Segundo Lucia Lippi Oliveira (1990, p.146-174) essa
direita nacionalista concretizou-se após a Primeira Guerra, nos anos 1920, a partir de
um nacionalismo militante, herdeiro dos movimentos republicanos do final do século
XIX, que tinham como base o antilusitanismo.
Expressão dessa postura foi o mensário Braziléa, publicada no Rio de Janeiro,
em sua primeira fase, entre 1917 e 1918, por Álvaro Bomílcar, com apoio de Jackson
Figueiredo e Arnaldo Damasceno Vieira.3 Na publicação defendia-se a nacionalização
das nossas instituições brasileiras4 e combatia-se o elemento estrangeiro, principalmente
o português5.
Em fevereiro de 1919, com uma proposta semelhante, surgiu Gil Blas, também
lançada no Rio de Janeiro, a revista divulgou uma série de posturas nacionalistas. Nos
anos iniciais partiu do antilusitanismo, passou pelo ufanismo e encerrou suas atividades
em 1923, defendendo o nacionalismo católico. Tais mudanças se justificam pelo fato do
termo nacionalismo não comportar um sentido único (cf. Anderson, 1989, p.20), ou
seja, pode ser entendido como uma apropriação histórica e cultural de valores e
tradições, por diferentes tendências do espectro político. Isso explica seu caráter
abrangente e ambíguo (Hobsbawm, 1984, p.15).
Desta forma, levando-se em conta essa característica plural da questão
nacionalista, pretende-se examinar, por meio das posturas políticas e ideológicas, o
olhar específico do passado divulgado nas páginas de Gil Blas.

Disputas pela memória e versões da história

A partir da revista número 34, de 3 de outubro de 1919, Gil Blas circulou com o
subtítulo: “Panfleto Nacionalista”, o que por certo não se tratava de mera formalidade,

3
Sobre a revista Braziléa e seus fundadores, conferir: (Idem, p.29-31).
4
Conferir a série de artigos: AMÉLIO, Félix. A nacionalização do comércio, publicados em: Braziléa.
Ano I, n.2, pp.72-73, fev. 1917; Braziléa. Ano I, n.6, p.255-261, jun. 1917 e Defesa Nacional. Braziléa.
Ano I, n.10, out.1917, pp.474-475.
5
Conferir: A Emancipação do Brasil. Braziléa. Ano I, n.6, p.237-241, jun. 1917; Variedades. Braziléa.
Ano I, n.6, p.357-366, jun. 1917; Pelo Brasil. Braziléa. Ano II, n.13, p.3-4, jan. 1918.

2
pois a partir deste momento o periódico se tornou “órgão de divulgação” de um
movimento nacionalista denominado Propaganda Nativista (PN).6
O movimento que já havia sido esboçado por Álvaro Bomílcar na revista
Braziléa (1917-1918), foi fundado em 21 de abril de 1919, dia de Tiradentes, e tinha
como base de suas propostas a: nacionalização do comércio, da economia e da imprensa
brasileira, o controle da imigração, o combate ao elemento luso e, principalmente, a
divulgação de um ideal nacional étnico e cultural para o país.
Nesse sentido, deve-se destacar “Os Mandamentos dos Patriotas Brasileiros,
conjunto de propostas organizadas pela Propaganda Nativista e publicadas por Gil Blas
com o objetivo de “formar um verdadeiro cidadão brasileiro”.7 Dentre seus 20 artigos,
vale destacar:
(...) 2°Previnir-se contra as mistificações da História Pátria, orientada
pelos cronistas mercenários; 3° Saber que o Brasil, parte integrante do
Novo Mundo, teve como seu descobridor Cristovão Colombo, 1492 e
seu primeiro visitador Vicente Pinzon, em Janeiro de 1500; 4°
Orgulhar-se de suas origens Americanas e saber que a mestiçagem
tem produzidos vultos mais eminentes da nossa história- o que
justifica o caldeamento das raças 5° Compreender que o Brasil está
formando uma grande raça histórica com elementos étnicos
americanos africanos e europeus de norte a sul.8

Ao mencionar a negativa contra as mitificações da história, fica claro para os


idealizadores da revista e do movimento, que havia leituras historiográficas que
deveriam ser revisadas. Nesse caso, como o grupo de Gil Blas julgava-se guardião da
“verdadeira versão da história”, acreditava-se que a sua “nova” leitura é que deveria
ganhar espaço, sendo divulgada pelo Estado e trabalhada nas escolas, com intuito de
solidificar uma história “essencialmente brasileira”.9
Na verdade, os responsáveis por esse posicionamento dentro da revista
buscavam se contrapor à construção da memória forjada pelo Império, após a
independência política do Brasil. Desde “seu início, o estado imperial brasileiro colocou
para si a tarefa de construção de uma memória nacional” (Oriá, 2010, p.3), situação
levada à frente por órgãos como Instituto Histórico Geográfico Brasileiro (IHGB) e
Arquivo Nacional, ambos criados em 1838 sob os interesses da Coroa e os auspícios da

6
Propaganda Nativista. GB, n. 33. p.9, 25 set. 1919.
7
Mandamentos dos patriotas brasileiros. GB, n.34. p.6, 2 out. 1919.
8
Idem
9
VIANNA, Arthur Gaspar. O grande problema do nacionalista. GB, n.148, p.1, 8 dez. 1921;

3
formação do Estado Nacional brasileiro. Houve mesmo um concurso proposto pelo
IHGB e vencido por Karl Friedrich Von Martius para escrever a história nacional.
Tal proposta já vinha sendo gestada desde o Reinado de Pedro I, quando na
Constituição de 1824, no seu artigo 70 havia “a previsão legal para criação do Arquivo
Nacional”. No entanto, foi após a sua saída, em 1831 e devido, entre outras coisas, a
rebeliões que colocaram “em cheque a integridade física da nação”, que houve uma
maior necessidade de “se formular uma explicação do País que mantivesse a sua extensa
unidade territorial e (...) que fortalecesse o processo de centralização político
administrativo do Estado monárquico”. (Idem, p.4-5).
Nesse contexto é que surgiu o IHGB e outras instituições como, Museus
Etnográficos, Faculdades de Direito e Medicina, Escolas Politécnicas (cf. Schwarcz,
1993), com a responsabilidade de construir a História da Nação.
Fica claro, assim, que havia um intuito, essencialmente político, nessa prática,
“pois além de coligir, metodizar e guardar”, o ato de escrever a “história nacional, tinha
como objetivo unir” (Schwarcz, 1988, p.17), ou seja, “recriar um passado homogêneo,
solidificar mitos de fundação, ordenar fatos históricos e construir a galeria dos ‘heróis
nacionais’” (Oriá, 2010, p.5), (...) “reunindo biografias capazes de fornecer exemplos às
gerações vindouras”, buscando representar “pessoas exemplares ou paradigmáticas da
nacionalidade (...)”. (Abreu, 1996, p.180).
Na década de 1920, o questionamento dessa proposta histórica ganhou o impulso
do momento, voltado para reavaliações e releituras do ideal nacional. Além disso, há de
registrar, também, a necessidade da recém instaurada República legitimar sua
memória.10 Situação mais que necessária se levarmos em conta que o regime estava com
sua credibilidade ameaçada, devido a problemas de ordens sociais e econômicas, sem
falar nos nostálgicos restauradores da monarquia imperial que, naquele momento, ainda,
assombravam os republicanos mais pessimistas (cf. Souza, 2001, p.138, Carone, 1973,
p.212 e Saretta, 2007, p.222). Desta forma a releitura da história feita nas páginas de
Gil Blas também dialogava com tais propósitos, visto que:

Toda a geração de intelectuais, jornalistas e pensadores brasileiros que


viu nascer a República esforçou-se por forjar um conhecimento sobre
o Brasil em todas as suas peculiaridades, pois aquele momento, que se
seguiu ao advento da República, parecia uma rara, e talvez única,

10
Conferir: José Murilo de Carvalho (1990, p.35-54) e Marly Motta (1992, p.23-40).

4
oportunidade histórica de o país se pôr no nível do século, integrando-
se de uma forma definida no mundo ocidental. (Saliba, 1998, p.296)

Entretanto, não se pode dizer que esse foi o único intuito que incentivou a
revisão histórica praticada na revista. Para o grupo, essa história oficial refletia a visão
dos portugueses colonizadores que, salientando seus feitos tinham como objetivo
manter o controle do Estado brasileiro pelo então, Império Português, incrustado em
terras brasileiras.
Esse posicionamento fica claro na descrição da imagem de Pedro I feita na
revista, pois o Imperador não era visto como herói, pelo contrário, foi definido como:
“anfíbio e dúbio D. Pedro I, que ficou sendo português, por português o era em tudo”.
Afirmava-se, ainda, que a Independência tinha sido um ato de traição do futuro monarca
brasileiro: “traição, de reunir o Brasil e seu velho detentor num só cetro, tudo isso
11
colocou o príncipe em terreno antagônico aos nossos ideais redentores.” Por isso,
elegia-se o nome de Tiradentes para ser lembrado nessas comemorações, por ser o
“verdadeiro idealizador da Independência do Brasil”. 12
Nota-se que, juntamente a legitimação de símbolos Republicanos (como o de
Tiradentes, mártir da nação), o que se sobressai no artigo é o antilusitanismo. A junção
entre antilusitanismo e o ardor Republicano não era incomum na época, pois os
“republicanos eram antilusitanos por instinto e convicção, já que associavam a
monarquia a uma continuidade do domínio bragantino e, por tabela, lusitano. (Souza,
p.144, 2007).
Assim, pode-se dizer que o discurso encontrado nas páginas de Gil Blas
evidencia a disputa pela legitimação de uma memória, ou seja, daquela adequada aos
ideais da revista. Situação que se solidificou em 1920, quando o periódico tornou-se
órgão de divulgação de outro movimento, a Ação Social Nacionalista (ASN). Idealizado
e fundado por Alcebíades Delamare, em 13 de fevereiro de 1920, a ASN é tida pela
historiografia como um prolongamento da PN, no entanto, com o diferencial que

11
MARCONDES, Victrúvio. O Fico. GB. n.152, p.5, 6 jan.1922. Esta crítica a Pedro I também foi
apontada por Marly Motta (1992, p.16) como uma saída republicana para: “(...) moldar a comemoração
do 7 de setembro aos novos tempos”.
12
JUNIOR, Gomide. Tiradentes. GB. n.165, p.4, 6 maio. 1922; Julgamento de Tiradentes. GB. n.187,
p.29-30, 22 set.1922. A disputa entre Tiradentes e Pedro I deve ser referida às tensões entre Republicanos
e Monarquistas, que marcou os anos iniciais da República (cf. Idem, 1992, p.15-16) e (Carvalho, 1990, p.
55-73).

5
agregava várias propostas nacionalistas. O movimento teve como seu presidente Afonso
Celso e como Presidente de honra Epitácio Pessoa.13
No número comemorativo do primeiro ano de circulação de Gil Blas, Delamare
afirmou que os objetivos da ASN ancoravam-se nos da revista, sintetizados nos “12
marcos” do periódico.14 Dentre estas diretrizes é emblemático citar o seu artigo 12°, o:
“Ensino da nossa verdadeira história”.15
Nesse caso, a busca por uma “verdadeira história” se revelava na afirmação de
uma memória, condizente com a realidade do país em construção e não com a tradição
trazida pelo colonizador português. O momento era propício para tentar incutir no
imaginário brasileiro uma tradição de caráter nativista, que pontuaria os fatos e
acontecimentos históricos, de acordo com tal viés.16
Delineou-se, assim, uma nova alternativa para se avaliar o Brasil, via o
questionamento da história eurocêntrica, sob o argumento de que alguns acontecimentos
históricos foram tomados, segundo o olhar e os interesses lusitanos. Tal posicionamento
ganhou, ainda, o incentivo das comemorações do Centenário da Independência, época
na qual as reavaliações históricas do país ganharam força, pois:
Era preciso inventar novas tradições, mais adequadas aos novos
tempos. Ambientes e contextos sociais novos, ou velhos, mas
transformados, exigem novos instrumentos que assegurem e/ou
expressem identidade e coesão social. E é no passado que se devem
buscar raízes dessa totalidade que identifica a sociedade e o indivíduo,
é preciso combinar o novo com a volta às origens. (Motta,1992, p.13).

As comemorações constituíram-se numa oportunidade para reafirmar algumas


diretrizes e defender versões sobre a História brasileira, em consonância com certas
posturas nacionalistas. No caso de Gil Blas aproveitou-se o momento para salientar as
diferenças entre portugueses e brasileiros ao longo da História.
Álvaro Bomílcar afirmava que, ao invés de se comemorar o Centenário da
Independência, o ano deveria ser utilizado para refletir sobre os quatro séculos de
dependência econômica do Brasil: “Vamos comemorar o 1° Centenário da nossa
Independência Política, mas o 4° Centenário de nossa Dependência Econômica. Essas

13
Sobre a ASN, conferir: (Jesus, 2013, p.116-128), (Oliveira, 1990, p.156) e (Deustch, 1999, p.117).
14
DELAMARE, Alcebíades, GB, n.53, p. 5, 13 fev.1920.
15
Marcos de uma campanha memorável. GB, n.53, p.5, 13 fev.1920.
16
Não se deve esquecer que nos anos 1920 a necessidade de forjar uma nação capaz de responder aos
desafios do seu tempo, era consoante com o contexto mundial, marcado pelas disputas entre as grandes
potências européias Conferir: (Luca, 1999, p.42) e (Sevcenko, 2003, p.126-127).

6
festas, que se anunciam, ricas de pompa e esplendor, deveriam ser custeadas
exclusivamente pela colônia portuguesa, senhora absoluta da imprensa e do comércio
(...)”.17
Nem mesmo a data de 07 de setembro foi poupada, afirmou-se que o fato
representava apenas uma fase do processo da independência política, que “aconteceu
verdadeiramente com a expulsão dos portugueses da Bahia em 2 de julho de 1823” e
“com a abdicação de Pedro I, em 7 de abril de 1831”, quando o país teria ficado “livre
do julgo do monarca lusitano”. 18 Descreveu-se a expulsão portuguesa da Bahia, em 02
de Julho, como “o verdadeiro marco da nossa Independência”. Salientava-se que, pelo
fato de Pedro I querer “ganhar tempo para uma reação, a Independência não passava de
uma frase” e que sua abdicação foi fundamental para o país.
Assim, a expulsão dos portugueses da Bahia; a Noite das Garrafadas, em 14 de
março de 1831, e a abdicação de Pedro I, em 7 de abril do mesmo ano, deveriam “ser
comemorados com a mesma intensidade que a data de 7 de setembro”. 19 Desta forma,
as comemorações remetiam às discussões históricas e insistia-se que, desde a época
colonial, havia:
(...) duas correntes de interesses; uma representada pelos filhos natos
que só visavam o objetivo político, que era a independência, com
governo de instituições livres; outra por aqueles que somente tinham
como ponto de mira os interesses materiais da metrópolis portuguesa e
seus próprios.20

Em mais de um artigo, o combate contra os portugueses que exploravam o Brasil


era remetido aos tempos coloniais e ao início do Império. Contrapunha-se, de um lado,
o Partido Brasileiro, que lutava pela emancipação e por um país mais justo, e, de outro,
o Partido Português ou Caramuru, defensor da subordinação do Brasil.21 Tal contenda
era utilizada, sem qualquer mediação, para justificar a postura nacionalista antilusitana
de Gil Blas. Arthur Gaspar Vianna afirmava que a crítica ao “português explorador”
percorreu longo caminho histórico, vindo a ser precedida pelo Partido Brasileiro, que já

17
BOMÍLCAR, Álvaro. O Brasil e o Egito. GB. n.174, capa, 9 jun. 1922.
18
Conferir: O dois de julho. GB. n.158, p.3, 17 fev.,1922 e A Bahia heróica. GB. n.162, p. 10, 17
mar.1922.
19
O dois de julho. GB. n.187, p.26, 22 set.,1922. A escolha da abdicação de Pedro I ao invés do 07
setembro como data fundadora da nacionalidade é salientada por Marly Motta (1992, p.14) como um
discurso apresentado, logo após a proclamação da República, pelo Marechal Deodoro da Fonseca, em
1890, no Congresso Constituinte, no contexto de legitimação do recém criado regime e do repúdio ao
monarquismo.
20
ACCYOLI, Taciano. República e Nação. GB. n.160, p.8, 3 mar.1922.
21
Idem.

7
na época colonial queria a expulsão de comerciantes portugueses; pelos manifestantes
nativistas, que lutaram pela abdicação de Pedro I; pelos exaltados do Partido Liberal,
que na época regencial também se bateram pela expulsão dos portugueses; pelos
ativistas radicais do movimento Republicano de 1870 e, finalmente, pelo “grande
mártir”, Floriano Peixoto, apresentado como o primeiro governante do Brasil a “ter a
coragem de romper diplomaticamente com Portugal”, por este país ter concedido asilo
político a Saldanha da Gama e outros participantes da Revolta da Armada. Da mesma
forma, para Vianna, “os inimigos do nacionalismo de Gil Blas”, ou seja, os portugueses
seguiram um percurso inverso: o Partido Português, no Brasil colonial; o Partido
Caramuru na Regência; o Partido Conservador, no II Império; “os conservadores
combatidos por Floriano” e naquele momento, na década de 1920, os adeptos da
22
Confederação Luso-Brasileira. Nesse caso, Astrigildo Azevedo afirmava que a ideia
de uma Confederação Luso-brasileira, “(...) nada mais é que um plano de um invisível
Partido Caramuru que, ainda, existe no Brasil (...) que visa a hegemonia portuguesa e
não querendo perder o seu domínio colonial no Brasil apela para o sentimentalismo
fatídico dos brasileiros”. 23
Tal leitura desembocava na crítica das comemorações do Centenário da
Independência, o que fez com que a revista levasse a cabo uma tentativa de reordenação
dos acontecimentos históricos, a partir de sua postura crítica aos portugueses, por isso
alguns fatos históricos foram privilegiados nas páginas de Gil Blas e forneceram
munição para os nacionalistas lusófobos. Assim, pode-se dizer que investia-se numa
espécie de genealogia histórica para explicar as bases do antilusitanismo expresso na
revista, cujos responsáveis se apresentavam como “defensores da herança histórica e
avessos à contribuição portuguesa na formação da nação brasileira”.24
Acreditava-se, por exemplo, que o problema da colonização estava no modelo
lusitano, causa de todos os nossos males, e não no processo em si, resultante do
capitalismo mercantilista do século XVI. Francisco Coelho de Paula, membro da ASN,
escreveu uma série de artigos nos quais tentava demonstrar, por meio de fatos, como a
22
VIANNA, Arthur Gaspar Vianna. GB, n.160, p. 7, 03 mar, 1922. Segundo Lucia Paschoal Guimarães
(2006, p.2), a ideia da Confederação Luso-Brasileira surgiu em virtude da aproximação literária entre
intelectuais do Brasil e Portugal, que pretendiam legitimar a “comunidade luso-brasileira” entre os
letrados dos dois países. A historiadora cita Olavo Bilac como um dos intelectuais precursores de tal
proposta no Brasil e João de Menezes como o responsável por levá-la, pela primeira vez, em 1917, ao
Parlamento Português.
23
AZEVEDO, Astrigildo. Confederação Luso-Brasileira? GB. n.153, p.6, 13 jan.1922
24
VIANNA, Arthur Gaspar Vianna. GB, n.160, p. 7, 03 mar, 1922.

8
escravidão, o aprisionamento indígena e exploração comercial, levados a cabo pela
colonização portuguesa, foram prejudiciais ao país. Chamava a atenção, ainda, para o
papel decisivo dos índios e dos cidadãos comuns na defesa do território brasileiro e
questionou a glorificação dos heróis portugueses. 25
Já Astrigildo de Azevedo para contrapor-se à versão histórica positiva da
colonização portuguesa, relativizou o caráter imparcial da História e do historiador:
A História nem sempre reproduz com independência de vistas a
veracidade dos fatos consumados. O historiador, muitas vezes, para
satisfazer estas ou aquelas vaidades patrióticas não vacila em escrever
verdadeiras páginas gloriosas, nas quais atribui a seus antepassados
toda a espécie de feitos imaginários, o que quer dizer que a
imaginação entra como elemento principal na obra dos historiógrafos!
Deixemos, pois, posto em sossego com o seu passado glorioso, o
Portugal histórico do Sr. Malheiro Dias e procuremos abordar o ludo
prático que, realmente, nos interessa conhecer: Portugal intelectual,
Portugal Político e Portugal econômico.26

A respeito do descobrimento, afirmava que foi intencionalmente articulado para


forjar uma colonização proveitosa para Portugal, mas prejudicial para o Brasil, daí ser
visto mais como uma ocupação do que como uma obra colonizadora.27 Em artigo não
assinado, afirmou-se que o descobrimento do Brasil devia ser comemorado a partir da
chegada de Colombo na América e não de Cabral no Brasil28e sugeriu-se mesmo que o
Congresso Nacional reconhecesse “Pínzon e Colombo como os verdadeiros
29
descobridores do Brasil”.
Em virtude de tal leitura, colocou-se na ordem do dia a discussão sobre as
comemorações do descobrimento, que deveria ser 12 de outubro, pois para eles “o
descobrimento feito por Cabral é uma inverdade histórica forjada por historiadores
portugueses”.30
Pelo fato da revista flertar, também, com o nacionalismo católico, ao passo que a
publicação ia se aproximando cada vez mais do catolicismo, as reinterpretações da
história passavam também a ter a função de legitimar os atos da Igreja em terras

25
Conferir a série de artigos, PAULA, Francisco Coelho de. Fatos e não palavras! Alguns aspectos da
colonização portuguesa no Brasil.(1521-49), publicados em: GB. n.118, p.9., 13 maio. 1921; GB. n.118,
p.10, 19 maio. 1921; GB. n.122, p.9, 9 jun.1922.
26
AZEVEDO, Astrigildo. Confederação Luso-Brasileira? GB, n.115, p.6, 21 abr.1921.
27
AZEVEDO, Astrigildo. Confederação Luso-Brasileira? GB, n. 116, p.3, 28 abr.1921.
28
Colombo e a América: Fraternidade na América. GB, n.140, p.3, 13 out.1921.
29
Cristovão Colombo e o Brasil. GB, n.124, p.4, 23 jun.1921.
30
Colombo e a verdade histórica. GB, n. 140, capa, 13 out.1921.

9
brasileiras. Assim, aos portugueses adicionavam-se os inimigos do catolicismo, como
também igualmente opositores de uma verdadeira emancipação do Brasil.
Nesta versão, pretendia-se evidenciar que “os brasileiros-católicos buscaram,
desde as épocas coloniais, o fim da exploração econômica de seu país, feita,
principalmente, pelos elementos, judeu-maçônico-português”, por isso “deviam ser
combatidos, para que, assim, a Independência brasileira realmente se concretizasse”.31
Afirmava-se que no Centenário era um “dever lembrar a importância do catolicismo
para formação do Brasil” e o “importante papel dos jesuítas”, na constituição do país.32
Em outro artigo não assinado, o argumento foi retomado para salientar a contribuição
negativa do colonizador lusitano na formatação do Brasil, numa clara tentativa de
separar os missionários jesuítas da exploração colonial lusitana. Evidenciou-se, a partir
deste ponto de vista, o suposto caráter combatente dos jesuítas, preocupados em se
“contrapor a desumanidade dos colonizadores portugueses”.33
Francisco Bustamante salientou que os portugueses não foram os responsáveis
pela vinda dos jesuítas para o Brasil,34 enquanto Arthur Gaspar Vianna defendeu “que a
Companhia de Jesus e o próprio Anchieta tiveram um papel de destaque no combate a
tais inimigos da futura nação”:
S. Francisco Xavier e Anchieta foram os maiores entre os grandes da
Companhia. Portugal, cujo filhos obumbrados pela riquezas das
Índias perdiam a fé e temor a Deus, vacilava entre o vendaval
luterano, corroído como estava pelo verme ardiloso do Judaísmo
medieval e remanescente.35

Era nítida a tese que começou a ser construída na revista, de que a Igreja
Católica foi responsável por tudo de positivo que ocorrera no Brasil desde 1500, o que
demonstrava a influência da instituição nessa leitura. Por outro lado, as mazelas do país
eram relacionadas à influência de outras seitas religiosas, como luteranismo e judaísmo,
que aqui aportaram pelas mãos dos portugueses. Assim, a versão da história da
“civilização ocidental devia ser a História do cristianismo”.36
José Thomas de Mendoça afirmou que “por ter sido o grande propulsor da
civilização ocidental”, o catolicismo devia ser “respeitado e escolhido em detrimento às

31
ACCYOLI, Taciano. República e Nação. GB, n.160, p.8, 03 mar.1922.
32
O Catolicismo e o Centenário da Independência Brasileira. GB, n.186, p.1, 01 set.1922.
33
GB, n.173, capa, 3 jun.1922
34
BUSTAMANTE, Francisco. Esfregando as ventas de um mondrongo. GB, n.173, p.8-9, 3 jun.1922.
35
VIANNA, Arthur Gaspar. GB. José de Anchieta. GB, n.187, p.20, 22 set.1922.
36
Roma. GB, n. 155, p.9, 6 jan.1922.

10
outras religiões”.37 Já Felício dos Santos salientava não acreditar numa “verdade na
história”, pois, na sua interpretação, “história é contra a verdade”, mas aquela que
chegava mais próxima da realidade era a História do Cristianismo,38 e, por certo, em
nenhum momento lhe ocorreu questionar a versão do próprio cristianismo.
De fato, esse discurso indica que, nas páginas de Gil Blas nesse momento, a
religião estava acima de qualquer convenção ou crítica, pois era tomada como verdade
absoluta. Por outro lado, os feitos e iniciativas lusitanas eram colocados à prova,
questionados e apresentados como uma versão deturpada da história: “Combater os
mistificadores da nossa história e combates as intrujisses (sic.) dos portugalizadores
(sic) da nossa Pátria, dentro da nossa Pátria, é o maior gesto patriótico de necessidade à
cultura e civismo, é um dever que se impõe nesse ano de comemorações”.39
A reinterpretação do passado e das tradições aparece como uma forma de se
buscar na História os elementos para a construção de propostas de futuro para o país,
num registro que aproximava o passado e o nacionalismo. Arthur Gaspar Vianna
lembrava que: “O nacionalismo que o Gil Blas defende e sistematiza nos seus doze
marcos se manifesta pelo seu lado social, pelo lado político, pelo lado histórico (...)”.40
Posição semelhante defendida por Aristótoles Santos, que afirma que “o nacionalismo é
rememorar os feitos dos nossos heróis”.41
Assim, fica claro nas páginas da revista que havia o objetivo de salientar um
maniqueísmo nas propostas historiográficas da época, marcado por uma disputa pela
memória que, opunha de um lado, a história do povo brasileiro, resultante do amalgama
das raças e cultura indígenas, européia católica e africana e do outro a perpetuação de
uma memória marcada pela a versão tradicional da história, construída por meio e por
interesses culturais e políticos portugueses, que deveria ser combatida para que se
pudesse cunhar uma identidade nacional livre da sombra colonizadora, que para eles era
demasiadamente prejudicial à construção da nação brasileira.

Considerações Finais

37
MENDONÇA, José Thomas. Influência do Cristianismo e da Igreja Católica na civilização dos povos.
GB, n.169, p.9, 6 maio.1922.
38
SANTOS, Felício A. Os Borgias através da verdade histórica. GB, n. 152, p.7, 6 jan.1922.
39
MARCONDES, Victrúvio. O Fico. GB. n.152, p.5, 6 jan.1922.
40
VIANNA, Arthur Gaspar. O grande problema do nacionalista. GB, n.148, p.1, 8 dez. 1921, (grifo
nosso)
41
SANTOS, Aristótoles da Silva. Como entendo o nacionalismo. GB, n.179, p. 5, 14 jul.1922.

11
Na revisão historiográfica proposta nas páginas de Gil Blas o valor da verdade
na história já era questionado muito antes da onda pós-modernistas que solapou a Clio,
nos finais do século XX. Com semelhante precocidade, os colaboradores da revista se
apropriaram de tal discussão para atender e justificar seus propósitos nacionalistas,
muito em virtude da própria interpretação ampla que tal termo apresenta.
Por outro lado, pode-se dizer que a releitura de fatos e acontecimentos absolutos
estava, mesmo que de forma discreta e talvez inconsciente, em consonância com a
discussão de vanguarda de seu tempo dentro da historiografia, que por meio da Escola
dos Annales, iria buscar a se contrapor à construção do passado, feita partir de fatos e
acontecimentos tidos como objetivos e impassíveis de críticas, postura herdada da
escola metódica e Positivista do século XIX.
Num momento de reavaliações a cerca da construção da identidade nacional, não
há como negar a relevância de tais questionamentos, ainda mais se levarmos em conta a
peculiaridade do Brasil, o qual “nasce como uma colônia, em que o ‘outro’ gravita em
torno de um centro distante, a metrópole, centro esse que exerce sobre seu império um
domínio político, econômico e cultural”. (Londres, 2007, p.166).
Postura que foi profundamente discutida em várias publicações e entre inúmeros
grupos de intelectuais da década de 1920, que propunham, entre outras coisas, uma nova
interpretação da história que privilegiasse a cultura e a memória dos grupos étnicos
excluídos da história nacional, como o negro e o índio.
Mas, a fragilidade de tal proposta está no fato de que ela escancarou a
possibilidade de re-significação das tradições, de acordo com os desejos e as
necessidades de um grupo, em momentos ou lugares específicos, atravessando o limite
muito tênue entre uma simples releitura historiográfica e uma proposta essencialmente
ideológica, marcada pela xenofobia e os interesses políticos/religiosos. Se tal situação
não chega descredenciar a releitura historiográfica do grupo de Gil Blas, ao menos
coloca em dúvida suas reais intenções a cerca de outro olhar sobre a história brasileira.
Ao partir da ideia que cada grupo ou “geração reconstrói aquele passado e o
sistematiza em uma narrativa comum” (Pesavento, 2002, p.25), buscando nessa coesão
um sentimento de pertença, fica evidente que, nas páginas de Gil Blas houve a tentativa
de se propor a construção de uma memória específica que seria o “ponto de amarração
de sua história” (Bosi, 1987, p.199-200). É evidente, nesse caso, a luta pela legitimação

12
de uma memória coletiva comum (cf. Pollak,1989), que buscasse marcar a identidade
do povo brasileiro, mas que também pudesse afastar dessa consagração, como se isso
fosse possível, a contribuição dos colonizadores.
Assim, a leitura do passado apresentada em Gil Blas deve ser vista como uma
tentativa de (re) construção da memória, a partir dos interesses específicos de um grupo,
que por sua vez, estava fortemente comprometido com posturas intolerantes de fundo
lusófobo e católico, o que fazia com que relativizassem os fatos históricos, de acordo
com seus valores. 42 Não se deve esquecer que essas releituras estavam em consonância
com o contexto da época, pois às vésperas do Centenário da Independência era grande a
tentativa de reinventar o passado, a partir da instrumentalização da história e da
memória.43

Bibliografia

ABREU, Regina. A Fabricação do Imortal: memória, história e estratégias de consagração no


Brasil. Rio de Janeiro: Rocco, 1996.
ANDERSON, Benedict. Nação e consciência nacional. São Paulo: Ática, 1989.
BEIRED, José Luis. Sob o signo da nova ordem – intelectuais autoritários no Brasil e na
Argentina. São Paulo: Loyola, 1999.
BOSI, Ecléa. Memórias da cidade: lembranças paulistanas. Instituto de Estudos Avançados.
São Paulo: USP, vol. 17, .47, p.198-210, 2003.
CARVALHO, José Murilo de. A formação das almas. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
CARONE, Edgar. A Primeira República: texto e contexto. 2ª ed. São Paulo: Difusão Européia
do Livro, 1973.
CERTEAU, Michel de. A escrita da História. 2 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2000.
COUTINHO, Afrânio; SOUSA, J. Galanti. Enciclopédia da Literatura Brasileira. São Paulo:
Global Editora/ Fundação Biblioteca Nacional/Academia Brasileirade Letras, 2001.
DEUTSCH, Sandra Mcgee. Las Derechas: the extreme right in Argentina, Brazil, and Chile
(1890-1939). Califórnia. Stanford University Press, 1999.

42
Inês Inácio (1990, p.53) afirma que: “(...) para entender às exigências feitas pelo presente, não basta
reconstruir qualquer lembrança, mas é necessário refazer aquelas lembranças que possam apresentar
algum tipo de resposta a esse questionamento, escolhendo entre os diversos conteúdos aqueles que mais
chances têm de satisfazer àquelas necessidades.”
43
Sobre a importância de localizar o objeto de pesquisa no seu devido contexto histórico, ver: (Certeau
2000, p. 66-67).

13
DIAS, Romualdo. Imagens da Ordem: A doutrina Católica sobre autoridade no Brasil. São
Paulo: UNESP, 1996.
GUIMARÃES, Lucia Maria Paschoal. Da Escola Palatina ao Silogeu: Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro (1889-1938). Rio de Janeiro: Museu da República, 2007.
_____. Relações culturais lusos brasileiras. Anais. Usos do Passado. XII Encontro Regional de
História. ANPUH-RJ 2006. Disponível em: www.rj.anpuh.org/Anais/2006/conferencias. Acesso
em 25 jan. 2009.
HOBSBAWN, Eric J., RANGER, T. (org.). A invenção das tradições. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1984.
IGLÉSIAS, Francisco. Estudo sobre o pensamento de Jackson Figueiredo. In.____.História e
Ideologia. São Paulo: Perspectiva, 1971.
INÁCIO, Inês. Quando fala o presente...História e reminiscências. São Paulo, 1990. 432 p.
Dissertação (Mestrado em História Social)- Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas,
Universidade de São Paulo, São Paulo.
LAMOUNIER, Bolívar. Formação de um pensamento político autoritário na Primeira
República. Uma interpretação. In. FAUSTO, Boris. (org.) História geral da civilização
brasileira. O Brasil republicano: sociedade e instituições (1889-1930). Tomo III, São Paulo:
Difel, 1977.
LONDRES, Cecília. O patrimônio histórico na sociedade contemporânea. Escritos: Revista da
Fundação Casa de Rui Barbosa. Rio de Janeiro, Ano 1, n. 1, p. 159-171, 2007.
LUCA, Tania Regina de. Revista do Brasil: um diagnóstico para (n)ação. São Paulo: Editora
UNESP, 1999.
MALIN, Mauro. Arthur Bernardes. In. ABREU, Alzira Alves et al (Orgs.). Dicionário
Histórico Biográfico Brasileiro. Pós-1930. Volume I. 2 ed. Rio de Janeiro: FGV/CPDOC, 2001.
MARTINS, Ana Luiza. Revista em Revistas: Imprensa e Práticas Culturais em tempos de
República. São Paulo: EDUSP/FAPESP. 2001.
MARTINS, Wilson. História da inteligência brasileira, v.6. São Paulo: Cultrix, 1978.
MENEZES, Raimundo de. Dicionário Literário Ilustrado. São Paulo: Edições Saraiva, 1969.
MOTTA, Marly Silva. A nação faz 100 anos-A questão nacional no centenário da
Independência. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getúlio Vargas/CPDOC, 1992.
JESUS, Carlos Gustavo Nóbrega. Revista Gil Blas e o nacionalismo de combate. São Paulo:
Cultura Acadêmica/Editora Unesp, 2013.
OLIVEIRA, Lucia Lippi. As Festas que a República manda Guardar. Estudos Históricos. v.2,
n.4, pp.172-189, 1989.
_____. A questão nacional na primeira República. São Paulo; Brasiliense, 1990.

14
ORIÁ, Ricardo. Muito antes do SPHAN: a política de patrimônio histórico no Brasil. (1838-
1937). Disponível em: http://culturadigital.br/politicaculturalcasaderuibarbosa/files/2010/09/18-
JOS%C3%89-RICARDO-ORI%C3%81-FERNANDES.1.pdf Acesso em: 15 jan.2014.
PESAVENTO, Sandra Jatahy. Memória, história e cidade: lugares no tempo, momentos no
espaço. ArtCultura, Uberlândia, vol. 4, n. 4, p.23-55, 2002.
POLLAK, Michael. Memória, esquecimento e silêncio. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol.
2, n. 3, p.3-15, 1989.
SCHWARCZ, Lilian. Moritz. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial
no Brasil, 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
______ . Os guardiões de nossa história oficial. São Paulo: IDESP, 1989.
SALIBA, Elias Thomé. A Dimensão Cômica da Vida Privada na República In: SEVCENKO,
Nicolau (org.). História da Vida Privada no Brasil. República: da Belle Époque à Era do
Rádio. São Paulo: Cia. das Letras, 1998.
SARETTA, Fausto. A política econômica na década de 1920. In. DE LORENZO, Helena
Carvalho, COSTA, Wilma Peres da. A década de 1920 e as origens do Brasil moderno. São
Paulo: Editora UNESP, 2007.
SEVCENKO, Nicolau. Literatura como missão: tensões sociais e criação cultural na Primeira
República. 2 ed. São Paulo: Cia das Letras, 2003.
SOUZA, Angelita Matos. Estado e dependência no Brasil (1889-1930). São Paulo: Annablume,
2001.
SOUZA, Ricardo Luiz de. O Antilusitanismo e a afirmação da nacionalidade. Revista Politeia:
História e Sociedade. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Vitória da Conquista, V.5,
n.1, p.133-155, 2005.
VELLOSO, Monica Pimenta. A Brasilidade Verde-Amarela: nacionalismo e regionalismo
paulista. Estudos Históricos. Rio de Janeiro. V. 6, n.11, p.89-112, 1993.
______. Que cara tem o Brasil? : culturas e identidade nacional. Rio de Janeiro: Ediouro, 2000.

Fontes

Revista Gil Blas (1919-23)

Revista Braziléa (1917-1918)

15

Você também pode gostar