Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
WDR2011 Overview PORT
WDR2011 Overview PORT
62255
2011
Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial de
Visão geral
Public Disclosure Authorized
Public Disclosure Authorized
Public Disclosure Authorized
Conflito, Segurança
e Desenvolvimento
2011
Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial de
Conflito, Segurança
e Desenvolvimento
Visão geral
BANCO MUNDIAL
© 2011 Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento/Banco Mundial
1818 H Street NW
Washington D.C. 20433
Telefone: 202-473-1000
Internet: www.worldbank.org
1 2 3 4 14 13 12 11
Direitos e Permissões
O material desta publicação é protegido por direitos autorais. Sua reprodução e/ou transmissão,
total ou parcial, sem permissão pode constituir violação das leis em vigor. O Banco Internacional
de Reconstrução e Desenvolvimento/Banco Mundial estimula a divulgação de seu trabalho e
geralmente concede pronta permissão para sua reprodução parcial.
Para obter permissão para fazer fotocópias ou reimprimir parte deste trabalho, favor
enviar uma solicitação com informações completas para: Copyright Clearance Center Inc.,
222 Rosewood Drive, Danvers, MA 01923, USA; telefone: 978-750-8400; fax: 978-750-4470;
Internet: www.copyright.com.
Todas as outras consultas sobre direitos e licenças, inclusive direitos subsidiários, devem ser
endereçadas a: Office of the Publisher, The World Bank, 1818 H Street, NW, Washington, DC
20433, USA; fax: 202-522-2422; e-mail: pubrights@worldbank.org.
Em 1944, delegados de 45 países reuniram-se em Bretton Woods para analisar as causas econômicas
da Guerra Mundial, que ainda estava acirrada naquele momento, e como poderiam conseguir
a paz. Eles concordaram em criar o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento
(BIRD), a instituição original do que se tornou o Grupo Banco Mundial. Como ressaltaram os
delegados, “Os programas de reconstrução e desenvolvimento acelerarão o progresso econômico
em toda parte, contribuirão para a estabilidade política e promoverão a paz.” O BIRD aprovou seu
primeiro empréstimo para a França em 1947, para ajudar na reconstrução daquele país.
Mais de 60 anos depois, a letra “R” da sigla BIRD tem um novo significado: a reconstrução
do Afeganistão, Bósnia, Haiti, Libéria, Ruanda, Serra Leoa, Sul do Sudão e outras terras em
conflito ou Estados divididos. O livro de Paul Collier, The Bottom Billion (O bilhão de baixo),
destacou os recorrentes ciclos de governança frágil, pobreza e violência que assolaram essas terras.
Nenhum dos países de baixa renda que enfrentam esses problemas conseguiu ainda alcançar um
único Objetivo do Desenvolvimento do Milênio (ODM). E os problemas dos Estados frágeis
disseminam-se rapidamente: prejudicam o progresso dos vizinhos com a violência que ultrapassa
fronteiras porque os conflitos alimentam-se de narcóticos, pirataria e violência de gênero e deixam
em seu rastro refugiados e infraestrutura fragmentada. Seus territórios podem transformar-se em
incubadoras de redes de grande alcance de radicais violentos e de crime organizado.
Em 2008 fiz uma palestra intitulada “Assegurando o Desenvolvimento” no Instituto
Internacional para Estudos Estratégicos. Escolhi aquele fórum para enfatizar as inter-relações
entre segurança, governança e desenvolvimento e afirmar que as disciplinas separadas não estão
bem integradas para abordar problemas inter-relacionados. Descrevi o desafio: unir segurança
e desenvolvimento para fincar raízes com profundidade suficiente para quebrar os ciclos de
fragilidade e conflito.
Como vemos novamente agora no Oriente Médio e Norte da África, a violência no século
XXI foge aos padrões do século XX de conflito entre Estados e de métodos para abordá-los.
Órgãos governamentais separados não têm sido adequados para enfrentar a situação, mesmo
quando os interesses ou valores nacionais instam os líderes políticos a agir. Rendas baixas,
pobreza, desemprego, choques de renda como aqueles provocados pela volatilidade dos preços
de alimentos, rápida urbanização e desigualdade entre grupos: todos esses elementos aumentam
os riscos de violência. Tensões externas, como tráfico de drogas e fluxos financeiros ilegais, podem
aumentar esses riscos.
O Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial 2011 examina disciplinas e experiências extraídas
de todo o mundo para oferecer algumas ideias e recomendações práticas sobre como transpor os
conflitos e a fragilidade e assegurar o desenvolvimento. As principais mensagens são importantes
para todos os países — de renda baixa, média e alta — bem como para as instituições regionais
e globais.
Em primeiro lugar, a legitimidade das instituições é a chave para a estabilidade. Quando as
instituições do Estado não protegem adequadamente os cidadãos, elas não evitam a corrupção
nem fornecem acesso à justiça; quando os mercados não oferecem oportunidades de trabalho; v
vi P R E FÁ C I O
Robert B. Zoellick
Presidente
Grupo Banco Mundial
Sumário
Preâmbulo 1
Notas 39
Referências 45
Agradecimentos 53
Nota bibliográfica 55
Sumário de Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial de 2011 58
vii
Visão geral
VIOLÊNCIA
e FRAGILIDADE
O
s esforços para manter a segu- deixadas bem atrás, ficando com o cresci-
rança coletiva estão no âmago mento econômico comprometido e indica-
da história humana: desde os dores humanos estagnados.
tempos antigos, o reconheci- Para as pessoas que atualmente vivem em
mento de que a segurança humana depende localidades mais estáveis, pode parecer incom-
de colaboração tem sido um fator de moti- preensível como a prosperidade nos países de
vação para a formação de comunidades de alta renda e uma economia global sofisticada
aldeias, cidades e Estados-nação. O século XX podem coexistir com extrema violência e
foi dominado pelo legado de guerras globais miséria em outras partes do globo. Os piratas
devastadoras, lutas coloniais e conflitos ideo- que atuam próximo à costa da Somália e que
lógicos, e por esforços para o estabelecimento atacam os navios no Golfo de Aden ilustram o
de sistemas internacionais que promoveriam a paradoxo do sistema global existente. Como é
paz global e a prosperidade. Até certo ponto, possível que a prosperidade combinada com
esses sistemas foram bem-sucedidos; isto é, as a capacidade dos Estados-nação modernos
guerras entre Estados são bem menos comuns em todo o mundo não possa impedir um
do que no passado e as guerras civis estão problema da antiguidade? Como é possível,
diminuindo em número. quase uma década depois da participação
Contudo, além de a insegurança continuar, internacional renovada com o Afeganistão,
ela se tornou um grande desafio de desen- as perspectivas de paz parecerem distantes?
volvimento do nosso tempo. Um bilhão e Como é possível comunidades urbanas
meio de pessoas vivem em áreas afetadas por inteiras serem aterrorizadas por traficantes
fragilidade, conflitos ou violência criminal de drogas? Como é possível que países no
organizada, em larga escala, e nenhum Oriente Médio e Norte da África enfrentem
país frágil de baixa renda ou afetado por explosões de ressentimentos populares apesar
conflitos ainda alcançou um único Objetivo de, em alguns casos, haver um elevado índice
de Desenvolvimento do Milênio (ODMs) das de crescimento sustentado e melhoria nos
Nações Unidas. Novas ameaças — criminali- indicadores sociais?
dade organizada e tráfico de drogas, agitação Este Relatório sobre o Desenvolvimento
civil devido aos choques econômicos globais, Mundial pergunta o que impulsiona os riscos
terrorismo — têm complementado preocu- de violência, por que a prevenção de conflitos
pações contínuas com a guerra convencional e a recuperação demonstraram ser tão difíceis
entre e dentro dos países. Apesar de grande de abordar, e o que pode ser feito pelos líderes
parte do mundo ter progredido rapidamente nacionais e parceiros de desenvolvimento, de
na redução da pobreza nos últimos 60 anos, segurança e diplomáticos para ajudar a resta-
áreas caracterizadas por repetidos ciclos de belecer um caminho de desenvolvimento
2 R E L AT Ó R I O D O D E S E N V O LV I M E N T O M U N D I A L 2 0 1 1
estável nas áreas mais frágeis e devastadas pela uma controvérsia aumentar e houver hostili-
violência. A mensagem central do Relatório dades em larga escala, um término eventual
é a de que o fortalecimento da governança das hostilidades (tanto por meio de vitória e
e instituições legítimas para fornecer segu- derrota ou por meio de um trato negociado)
rança cidadã, justiça e empregos é crucial será seguido por uma pequena fase “pós-
para quebrar os ciclos de violência. O restabe- -conflito”, que levará à paz. O sistema global é
lecimento da confiança e a transformação das amplamente criado ao redor desse paradigma
instituições de segurança, justiça e economia de conflito, com funções claras para os atores
são possíveis dentro de uma geração, mesmo nacionais e internacionais no desenvolvi-
em países que sofreram graves conflitos. Mas mento da promoção da prosperidade e capa-
isso requer uma liderança nacional determi- cidade do Estado-nação (mas saindo durante
nada e um sistema internacional “readap- o conflito ativo), na diplomacia da prevenção
tado” para tratar dos riscos do século XXI: e mediação de controvérsias entre Estados e
novo enfoque da assistência na prevenção entre o governo e movimentos rebeldes, na
de violência política e criminal, reforma dos manutenção da paz que segue ao conflito,
procedimentos de órgãos internacionais, e no humanitarismo do fornecimento de
resposta a um nível regional, e renovação dos assistência.
esforços cooperativos entre os países de baixa, A violência do século XXI1 não se encaixa
média e alta rendas. O Relatório prevê uma no molde do século XX. A guerra interes-
abordagem estratificada para a ação global tatal e a guerra civil são ainda ameaças em
eficaz, com funções locais, nacionais, regio- algumas regiões, mas têm diminuído nos
nais e internacionais. últimos 25 anos. As mortes decorrentes da
Por causa da natureza do tópico, este guerra civil, apesar de ainda cobrarem um
Relatório foi desenvolvido de um modo inusi- preço inaceitável, representam um quarto
tado — desde o início, envolveu o conheci- do que foram na década de 1980 (Recurso 1,
mento de reformadores nacionais e o trabalho Figura F1.1).2 A violência e os conflitos não
em estreita colaboração com as Nações Unidas foram banidos: uma em cada quatro pessoas
e as instituições regionais com perícia em no planeta, mais de 1,5 bilhão, vive em Estados
questões políticas e de segurança, baseando-se frágeis e afetados por conflitos ou em países
no conceito de segurança humana. Há espe- com níveis bastante elevados de violência
rança de que essa parceria motive um esforço criminal.3 Mas por causa dos sucessos na
contínuo para aprofundarmos juntos o nosso redução da guerra interestatal, as formas
entendimento dos vínculos entre segurança e remanescentes de conflito e violência não se
desenvolvimento, além de promover uma ação encaixam nitidamente na “guerra” ou na “paz,”
prática sobre as conclusões do Relatório. ou na “violência criminal” ou na “violência
política” (ver Recurso 1, Figuras F1.1-1.2 e
Tabela F1.1).
Muitos países e áreas subnacionais agora
PARTE 1: O DESAFIO enfrentam ciclos de violência repetida, gover-
DE CICLOS REPETIDOS nança deficiente e instabilidade. Primeiro, os
conflitos geralmente não são eventos únicos,
DE VIOLÊNCIA mas são contínuos e repetidos: 90% das
guerras civis da última década ocorreram em
Os conflitos e a violência do países que já haviam sofrido uma guerra civil
século XXI são um problema de nos últimos 30 anos.4 Segundo, novas formas
desenvolvimento que não se encaixa de conflitos e violência ameaçam o desen-
no molde do século XX volvimento: muitos países que negociaram
com sucesso acordos políticos e de paz após
Os sistemas globais no século XX foram conflitos políticos violentos, como El Salvador,
criados para abordar as tensões interestatais e Guatemala e África do Sul, agora enfrentam
episódios únicos de guerra civil. A guerra entre altos níveis de crimes violentos, restringindo
os Estados-nação e a guerra civil têm uma seu desenvolvimento. Terceiro, diferentes
determinada lógica e sequência. Os atores, formas de violência são vinculadas entre si. Os
Estados soberanos ou movimentos rebeldes movimentos políticos podem obter recursos
claramente definidos, são conhecidos. Se financeiros das atividades criminosas, como na
Visão geral 3
250 000 50
Mortes em combate nas guerras civis
150 000 30
100 000 20
50 000 10
0 0
1960 1968 1976 1984 1992 2000 2008
Fontes: Conjunto de dados de Conflitos Armados de Uppsala/PRIO (Harbom e Wallensteen, 2010; Lacina e Gleditsch,
2005); Gleditsch e outros, 2002; Sundberg, 2008; Gleditsch e Ward, 1999; Projeto do Relatório de Segurança Humana,
2010 - a ser lançado.
Nota: as guerras civis são classificadas por escala e tipo no conjunto de dados sobre Conflito Armado de Uppsala/PRIO
(Harborn e Wallensteen 2010; Lacina e Gleditsch 2005). O limite mínimo para monitoramento é uma pequena guerra
civil a partir de 25 dias de batalha por ano. As estimativas mais baixas, mais altas e as melhores estimativas sobre
mortes em combate por conflito em cada ano estão em Lacina e Gleditsch (2005, atualizado em 2009). Ao longo deste
Relatório, são utilizadas as melhores estimativas, exceto quando elas não estão disponíveis. Nesse caso, são utilizadas
as médias das estimativas mais baixas e mais altas.
1960 57 43 35
1970 43 57 44
1980 38 62 39
1990 33 67 81
2000 10 90 39
30
Mudança absoluta na taxa
20
10
–10
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Fontes: Cálculos da equipe do WDR baseados em UNODC, 2007; UNODC e América Latina e Região do Caribe do Banco
Mundial, 2007; e fontes nacionais.
Nota: Ano base para taxa de homicídios é 1999 = 0.
Fontes: Cálculos da equipe do WDR baseados nos dados sobre a pobreza de Chen, Ravallion e Sangraula, 2008
(disponíveis em POVCALNET (http://iresearch.worldbank.org).
Nota: pobreza é o percentual da população que vive com menos de US$ 1.25 por dia.
Visão geral 5
Esses números têm consequências humanas Ainda assim, é difícil desemaranhar as causas e
(Figura F1.4). Nas sociedades altamente os efeitos da violência (Recurso 2, figura F2.1).
violentas, muitas pessoas passam pela morte de Um PIB mais baixo per capita é associado, de
um filho ou filha antes da hora: quando os filhos forma robusta, tanto a conflitos políticos em
voltam tarde para casa, os pais têm um bom larga escala quanto a elevadas taxas de homi-
motivo para temer por suas vidas e segurança cídios.28 O desemprego entre os jovens é cons-
física. As experiências do dia a dia, como ir à tantemente citado nas pesquisas de percepção
escola, ao trabalho ou ao mercado, tornam-se dos cidadãos como um motivo para a união
ocasiões de medo. As pessoas hesitam em cons- tanto dos movimentos rebeldes quanto das
truir casas ou investir em pequenos negócios, gangues urbanas (Recurso 2, Figura F2.2).29 A
uma vez que podem ser destruídos em questão sensação de mais proteção e poder é também
de minutos. O impacto direto da violência citada como um importante estímulo entre os
recai principalmente sobre os homens jovens países, confirmando a pesquisa existente que
— a maioria das forças de luta e membros de mostra que a dinâmica de emprego tem a ver
gangues — mas as mulheres e as crianças geral- não apenas com a renda, mas também com
mente sofrem desproporcionalmente com os respeito e status, envolvendo coesão social e
efeitos indiretos.23 Os homens constituem 96% oportunidade econômica. A exclusão política e
dos detentos e 90% dos ausentes; as mulheres e a desigualdade que afetam os grupos regionais,
as crianças ficam perto dos 80% de refugiados religiosos ou étnicos estão associadas a riscos
e dos deslocados internos.24 E a violência gera mais elevados de guerra civil30 (e também são
violência: as crianças do sexo masculino que mencionados em pesquisas com cidadãos
presenciam abusos têm maior tendência de como os impulsores-chave do conflito, ao lado
perpetrar a violência futuramente na vida.25 da pobreza - ver figura F2.1), enquanto a desi-
Contudo, quando a segurança é restabele- gualdade entre os mais ricos e os mais pobres
cida e mantida, essas áreas do mundo podem está estritamente associada a riscos mais
obter maiores ganhos em termos de desenvol- elevados de crimes violentos (Tabela 1.1).
vimento. Diversos países emergentes de longos Os fatores externos podem acentuar os
legados de violência política e criminal têm riscos da violência. As principais tensões
progredido mais rapidamente em termos de de segurança externa, como ocorre com os
ODMs:26 novos padrões de tráfico de drogas, podem
• A Etiópia mais do que quadruplicou o sobrecarregar as capacidades institucionais
acesso a melhor abastecimento de água, de (ver Recurso 2). Os choques de renda podem
13% da população em 1990 para 66% entre também aumentar os riscos da violência. Um
2009 e 2010. trabalho sobre choques pluviométricos na
África Subsaariana conclui que a ocorrência
• Moçambique mais do que triplicou sua taxa de um conflito civil é mais provável nos anos
de conclusão do ensino fundamental em seguintes à redução do volume de chuva.
apenas oito anos, de 14% em 1999 para 46% Usando a variação de pluviosidade como um
em 2007. substituto para choques de renda em 41 países
africanos entre 1981 e 1999, Satyanath, Miguel
• Ruanda reduziu a prevalência de subnu-
e Sergenti (2004) concluíram que um declínio
trição de 56% da população em 1997 para
no crescimento econômico de 5% aumentou a
40% em 2005.
probabilidade de conflito pela metade no ano
• A Bósnia-Herzegóvina, entre 1995 e 2007, seguinte.32 A corrupção — que geralmente tem
aumentou as imunizações contra o sarampo vínculos internacionais por meio de tráfico
de 53% para 96%, em crianças entre 12 e ilícito, lavagem de dinheiro e a obtenção de
23 meses. renda a partir das vendas de recursos nacio-
nais ou contratos e concessões internacionais
Ciclos viciosos de conflito: Quando — tem impactos duplamente perniciosos nos
tensões de segurança, justiça e de riscos de violência, alimentando os ressen-
emprego se deparam com institui- timentos e prejudicando a eficácia das insti-
ções deficientes tuições nacionais e normas sociais.33 Novas
tensões externas da mudança climática e da
Causas internas de conflito surgem de dinâ- competição por recursos naturais poderiam
micas políticas, de segurança e econômica.27 acentuar todos esses riscos.34
Visão geral 7
Contudo, muitos países enfrentam um alto • Em algumas áreas — como nas regiões
índice de desemprego, desigualdade econô- periféricas da Colômbia antes da virada do
mica ou pressão das redes de crimes organi- século XXI38 ou da República Democrática
zados, mas não sucumbem repetidamente do Congo39 hoje — o Estado está presente,
à violência disseminada e, ao contrário, a mas ausente de muitas partes do país, e os
controlam. A abordagem do WDR enfatiza violentos grupos armados dominam as
que o risco de conflitos e violência em qual- disputas locais em termos de poder e
quer sociedade (nacional ou regional) é a recursos.
combinação da exposição às tensões internas
• A maioria das áreas afetadas pela violência
e externas e do poder do “sistema imune”, ou
enfrenta déficits em suas capacidades cola-
da capacidade social de lidar com a tensão
borativas40 para mediar os conflitos pacifi-
presente nas instituições legítimas.35 Tanto as
camente. Em alguns países, as instituições
instituições estatais quanto as não estatais são
não englobam as divisões étnicas, regionais
importantes. As instituições incluem normas
ou religiosas, e as instituições estatais têm
sociais e comportamentos — como a capa-
sido consideradas partidárias — do mesmo
cidade dos líderes de transcender diferenças
modo que em décadas atrás antes do
sectárias e políticas e de desenvolver nego-
acordo de paz na Irlanda do Norte.41 Em
ciações e da sociedade civil de defender uma
algumas comunidades, as divisões sociais
maior coesão nacional e política — assim
têm restringido a colaboração eficaz entre
como regras, leis e organizações.36 Onde os
os Estados dominados pelas elites e as
Estados, os mercados e as instituições sociais
comunidades pobres no tratamento das
deixam de fornecer segurança básica, justiça e
fontes de violência.
oportunidades econômicas para os cidadãos,
os conflitos podem aumentar gradativamente. • Uma urbanização rápida, conforme ocor-
Em resumo, os países e as áreas subna- rida anteriormente na América Latina e
cionais com a governança e a legitimidade hoje na Ásia e África, enfraquece a coesão
institucional mais deficientes são os mais social.42 O desemprego, as desigualdades
vulneráveis à violência e à instabilidade e estruturais e o maior acesso aos mercados
os menos capazes de responder a tensões para obtenção de armas de fogo e drogas
internas e externas. A capacidade institucional ilícitas quebram a coesão social e
e a responsabilização são importantes para a aumentam a vulnerabilidade a redes e
violência política e criminal (ver Recurso 2).37 gangues criminosas.
8 R E L AT Ó R I O D O D E S E N V O LV I M E N T O M U N D I A L 2 0 1 1
F I G U R A F 2.1 Quais são as opiniões dos cidadãos sobre os impulsores dos conflitos?
Nas pesquisas realizadas em seis países e territórios afetados pela violência, envolvendo uma mistura de
amostras representantes do nível nacional e sub-regional, os cidadãos levantaram questões vinculadas ao
bem-estar econômico individual (pobreza, desemprego) e à injustiça (incluindo desigualdade e corrupção)
como os principais impulsionadores de conflitos.
Jorge Montaño, Membro, Órgão Internacional de Controle de Entorpecentes; ex-Embaixador do México nos Estados
Unidos; Membro do Conselho Consultivo do WDR.
Nota do WDR: Instituições deficientes são um fator comum na explicação do ciclo repetido de violência
Com base no recente trabalho de Collier e outros, Fearon, Goldstone e outros, North, Wallis e Weingast, os cientistas políticos Jim Fearon e
Barbara Walter usaram técnicas econométricas para o WDR para testar se a regra geral do Estado de direito e eficácia do governo, baixo nível
de corrupção, e forte proteção dos direitos humanos está vinculada a um risco menor do início e da volta da guerra civil e de altos índices de
homicídios decorrentes de violência criminal. Fearon conclui que os países com indicadores de governança acima da média em relação ao
seu nível de renda têm um risco consideravelmente menor da explosão do conflito civil dentro dos próximos 5 a 10 anos — entre 30 e 45%
mais baixo — e que a relação também permanece válida para os países com altos índices de homicídios. Esse trabalho confirma as orien-
tações anteriores da comunidade política, como a ênfase da Rede Internacional sobre Conflitos e Fragilidade nos vínculos entre a consoli-
dação da paz e a consolidação do Estado.
As medidas de responsabilização são tão importantes quanto as medidas de capacidade nesse cálculo. Fearon conclui que altos níveis de
terror político em períodos passados aumentam as chances de um conflito atual. Walter conclui que reduções significativas no número de
prisioneiros políticos e nas execuções extrajudiciais tornam a renovação da guerra civil com duas a três vezes menos probabilidade de
ocorrência do que nos países com níveis mais altos de abuso de direitos humanos. Ela ressalta que “Uma interpretação razoável destes resul-
tados é a de que uma maior repressão e abuso por parte de um governo cria ressentimentos e sinaliza que esses governos (sic) não dependem
das partes em negociação; isto sugere que abordagens menos coercitivas e mais responsáveis reduzem significativamente o risco de conflitos
civis.” Outras medidas de responsabilização também são importantes: as medidas de Estado de direito e corrupção são tão importantes
quanto ou ainda mais importantes do que as medidas de qualidade burocrática.
Corrupção (0–6) 27 14
Eficácia da governabilidade 36 13
Controle da corrupção 27 16
Estado de direito 41 17
Nosso conhecimento sobre como romper internacional para conter as tensões externas.
esses ciclos é apenas parcial: o Relatório apre- Em quarto está a natureza especializada do
senta lições extraídas de pesquisas, estudos apoio externo necessário.
de países e consultas a reformadores nacio- A transformação institucional e a boa
nais. As experiências da Bósnia-Herzegóvina, governança, essenciais para esses processos,
Chile, Colômbia, Gana, Indonésia, Libéria, trabalham de formas diferentes em situações
Moçambique, Irlanda do Norte, Serra Leoa, de fragilidade. O objetivo é mais concentrado
África do Sul e Timor Leste, entre outras, — transformar instituições que ofereçam
são utilizadas com frequência no Relatório segurança cidadã, justiça e empregos — já que
porque, embora todas essas áreas ainda sem um nível básico de segurança cidadã, não
enfrentem desafios e riscos, essas sociedades podem existir avanços em desenvolvimento
obtiveram êxito considerável em impedir a socioeconômico.51 As dinâmicas da mudança
escalada da violência ou em recuperar-se de institucional também são diferentes. Uma boa
suas consequências. Essas e outras experi- analogia é uma crise financeira causada por
ências no Relatório abrangem também uma uma combinação de tensões externas e fragi-
série de países de renda alta, média e baixa, lidades nos freios e contrapesos das institui-
uma série de ameaças de violência política e ções. Numa situação como essa, são necessá-
criminal e contextos institucionais diversos, rios esforços excepcionais para se recuperar a
que variam desde situações nas quais insti- confiança na capacidade dos líderes nacionais
tuições fortes enfrentaram desafios à sua de administrarem a crise — por meio de ações
legitimidade devido a problemas de inclusão que indiquem um rompimento real com o
e responsabilização até situações nas quais a passado, mediante a garantia dessas ações e a
maior barreira foi a limitada capacidade. demonstração de que não haverá retrocesso.
Existem algumas diferenças fundamentais A geração da confiança — um conceito
entre situações frágeis e violentas e contextos utilizado na mediação política e nas crises
em desenvolvimento estável. Em primeiro financeiras, mas raramente nos círculos de
lugar está a necessidade de restabelecer a desenvolvimento52 — é um prólogo para uma
confiança na ação coletiva antes de empre- mudança institucional mais permanente em
ender uma transformação institucional mais face da violência. Por quê? Porque o baixo
ampla. Em segundo lugar está a prioridade de nível de confiança significa que as partes inte-
transformar as instituições que forneçam ressadas que precisam contribuir para o apoio
segurança cidadã, justiça e empregos. Em político, financeiro ou técnico somente darão
terceiro lugar vem a função da ação regional e sua colaboração depois que acreditarem que
12 R E L AT Ó R I O D O D E S E N V O LV I M E N T O M U N D I A L 2 0 1 1
SEGURANÇA
CIDADÃ,
JUSTIÇA
E EMPREGOS
TENSÃO
EXTERNA
RE
CU
PE
TRA
RA
N S F O R M AÇ ÃO
ÇÃ
O DA
RE
CU
CO N F I A N Ç A
PE
TRAN
RA
ÇÃ
S F O R M AÇ Ã
O DA
DE
REC
UP
ER
IN
CO N F I A N Ç A
TRAN
A
TI
S
ÇÃ
O TU
S F O R M AÇ
I ÇÕ
OD
DA
ES
CO N F
EI
ST
N
IT
ÃO
IA NÇ A
UI
ÇÕ
DE
ST ES
IN
IT
UI
ÇÕ
ES
da sociedade bem como de vizinhos regionais, somente são implementadas com êxito após
doadores ou investidores; e (2) no nível um aumento de confiança e capacidade. O
local, ao envolver a participação dos líderes equilíbrio entre a ação de transformação
comunitários para identificar as prioridades “rápida demais” e “lenta demais” é crucial e
e implementar programas. Coalizões algumas lições básicas surgem das transições
suficientemente inclusivas aplicam-se, tanto de países bem-sucedidos.
à violência política quanto à penal, mediante Primeiramente, é fundamental priorizar a
a colaboração com os líderes comunitários, ação preliminar quanto à reforma das insti-
empresas e a sociedade civil em áreas afetadas tuições responsáveis pela segurança cidadã,
pela violência criminal. A sociedade civil justiça e empregos, como no desenvolvimento
— inclusive a organização de mulheres — pós-independência de Cingapura (Consultar
geralmente exerce funções importantes na Recurso 3). A contenção de fluxos financeiros
recuperação da confiança e manutenção do ilegais de dinheiro público ou do tráfico de
ímpeto para a recuperação e transformação, recursos naturais é importante para fortalecer
demonstrado pelo papel desempenhado pela essas iniciativas. Serão necessárias abordagens
Iniciativa das Mulheres Liberianas ao fazer pragmáticas de “melhor ajuste” adaptadas às
pressão pelo progresso contínuo no acordo de condições locais. Por exemplo: o Líbano resta-
paz.56 beleceu a eletricidade necessária para a recu-
A persuasão de grupos interessados para peração econômica durante a guerra civil por
trabalharem de forma colaborativa requer intermédio de pequenas redes de fornecedores
sinais de um rompimento real com o passado do setor privado apesar dos elevados custos
— por exemplo: o fim da exclusão política unitários.57 As bem-sucedidas reformas poli-
ou econômica de grupos marginalizados, da ciais do Haiti no período de 2004 a 2009 enfo-
corrupção ou abusos de direitos humanos caram a expulsão dos transgressores da tropa e
— bem como mecanismos para “assegurar” a recuperação da disciplina básica.58
essas mudanças e para demonstrar que Em segundo lugar, o foco na segurança
não haverá retrocesso. Em momentos de cidadã, justiça e empregos significa que a
oportunidade ou de crise, resultados rápidos maioria das outras reformas precisará ser
e visíveis também ajudam na recuperação da sequenciada e ter seu ritmo controlado ao
confiança na capacidade dos governos de lidar longo do tempo, inclusive reforma política,
com ameaças de violência e implementar a descentralização, privatização e mudança de
mudança institucional e social. Parcerias entre atitude com relação aos grupos marginali-
o Estado e a comunidade, Estado e ONGs, zados. A implementação sistemática dessas
Estado e comunidade internacional e Estado reformas requer um emaranhado de institui-
e setor privado podem ampliar a capacidade ções (a democratização, por exemplo, requer
do Estado de cumprir o prometido. As ações muitos freios e contrapesos além das eleições)
em um campo podem apoiar os resultados e mudanças em comportamentos sociais.
em outro. As operações na área da segurança Várias transições políticas bem-sucedidas,
podem facilitar o comércio seguro e o trânsito, tais como a descentralização de poderes que
além da atividade econômica geradora de sustenta a paz na Irlanda do Norte e as tran-
empregos. Os serviços prestados aos grupos sições democráticas no Chile, Indonésia ou
marginalizados podem contribuir para a Portugal, ocorreram mediante uma série de
percepção de justiça. Abordagens de apoio etapas durante uma década ou mais.
a coalizões suficientemente inclusivas estão Existem exceções — onde a exclusão
descritas em detalhes na seção a seguir sobre de grupos da participação democrática
políticas e programas práticos para os atores é claramente uma fonte predominante
nacionais. de ressentimento, a ação rápida nas elei-
ções tem sentido; e quando diminuem os
Transformação de instituições que interesses que anteriormente impediam a
oferecem segurança cidadã, justiça e reforma, como é o caso da reforma agrária
empregos no pós-guerra do Japão ou da República
da Coreia, 59 a ação rápida pode beneficiar-
Existe um limite para o volume de mudanças -se de uma janela de oportunidade. Mas na
que as sociedades podem absorver de uma só maioria das situações, a ação sistemática e
vez e, em situações frágeis, muitas reformas gradual parece funcionar melhor.
14 R E L AT Ó R I O D O D E S E N V O LV I M E N T O M U N D I A L 2 0 1 1
Na África do Sul o “momento” de transição em 1994 foi Além dos êxitos, houve também carência de oportuni-
precedido de várias transições pontuais que exigiram dades, o que pode ser útil quando outros países levarem em
esforços dos protagonistas para mudar o debate e que conta a experiência da África do Sul. Estas incluíram muito
conferiram credibilidade ao processo. Por parte da Aliança pouca atenção à criação de empregos para os jovens e os riscos
do Congresso Nacional Africano (ANC), incluiu-se a mudança de violência criminal. Isso quer dizer que não tratamos integral-
para uma abordagem mais ampla e mais inclusiva e o enten- mente a necessidade crucial de assegurar que a nova geração,
dimento da necessidade de assegurar incentivos para o que não tinha passado pelo apartheid já na idade adulta,
partido nacional e a população branca. Por parte do Partido tivesse uma participação importante — e oportunidades
Nacional, incluiu-se a mudança de pensamento em termos econômicas — no novo Estado democrático.
de direitos dos grupos e proteção das minorias para o pensa- Acreditou-se demais na premissa de que 1994 havia
mento em termos de direitos individuais e de que a maioria marcado o auge de um processo de democratização e reconci-
decide. Certos sinais que eram considerados irreversíveis liação. Foi dada atenção relativamente pequena ao verdadeiro
(notadamente a libertação incondicional de Nelson Mandela sentido da transformação para um Estado constitucional: o
e a suspensão da luta armada da ANC) foram fundamentais papel contínuo da sociedade civil no aprofundamento não
para a manutenção da confiança entre as partes. Após as apenas da democratização e da responsabilização, mas
eleições de 1994, a implementação de projetos com resul- também da prestação de serviços. E houve necessidade de um
tados preliminares positivos — entre os quais a saúde debate contínuo mais completo sobre racismo, desigualdade e
materno-infantil e o uso das estruturas comunitárias para a exclusão social.
melhoria do abastecimento de água — foram importantes
para manter a confiança no nosso novo governo.
As iniciativas de sucesso devem começar no nível local. Sem sucesso então cria as condições para mais sucesso. Sem uma
ênfase nos resultados locais, os cidadãos perdem a confiança abordagem prática, as novas instituições não podem lançar
na capacidade dos seus governos de lhes oferecer uma vida raízes nos corações e mentes das pessoas comuns. Em
melhor. As ações para recuperar a segurança, construir Cingapura nos primeiros anos, a prioridade era a segurança, lei
confiança, gerar empregos e prestar serviços nas comuni- e ordem, e a criação de condições favoráveis para investimentos
dades locais são a base do progresso nacional. Não é e crescimento econômico. A confiança era tudo. O Serviço
suficiente gerar resultados em cidades grandes. Em casos de Nacional foi lançado em um ano. As sociedades secretas e
conflitos étnicos e religiosos, nos quais a insegurança de outras atividades criminosas foram suprimidas. A corrupção foi
ambas as partes é capaz de se autoalimentar, uma autoridade sendo aos poucos erradicada. Para promover o investimento e
local que seja considerada justa e imparcial por todos os a criação de empregos, as leis trabalhistas e de aquisição de
grupos é essencial antes que ocorra o processo de cura e propriedade foram logo reformadas. Na contramão do
recuperação. Essa foi a experiência de Cingapura quando pensamento convencional em muitos países em
tivemos tumultos por causa de racismo na década de 1960. desenvolvimento, rechaçávamos o protecionismo e incentivá-
Um líder em quem as pessoas confiam pode fazer uma vamos as multinacionais a investirem. A gestão da política da
diferença decisiva. mudança sempre foi um desafio.
Leva tempo para se construir instituições. Fazer o que é A chave estava em conquistar a confiança das pessoas. As
urgente em primeiro lugar, particularmente a melhoria da instituições que persistem são apoiadas pelo respeito e a
segurança e a geração de empregos, ajuda as pessoas a se afeição da população. É um processo que leva no mínimo
sentirem mais esperançosas com relação ao futuro. O uma geração.
Visão geral 15
O desafio que enfrentamos em 2002 foi impedir que a O Meteoro tinha o objetivo de retomar o controle das ruas e
Colômbia se tornasse um Estado fracassado. Isso exigiu a estradas de todo o país que se encontravam nas mãos de
proteção de nossos cidadãos contra sequestros e terrorismo. grupos armados sem legitimidade que infligiam medo à
Exigiu também a proteção da nossa infraestrutura, estradas e população. O governo convidou a população colombiana a
instituições democráticas contra os ataques das guerrilhas, pegar seus carros e viajar pelo país sem medo. Ao mesmo
dos paramilitares e traficantes de drogas. Esses grupos tempo iniciava uma importante operação militar, de inteli-
roubavam carros e sequestravam as pessoas que viajavam gência e de polícia para proteger as ruas e garantir a segurança
pelo país. Como esse problema havia piorado nos anos que da população. Por intermédio desse plano, o governo procurou
se seguiram às eleições de 2002, o governo definiu a recupe- devolver o país à população e a reativar o comércio e o turismo.
ração da segurança nas ruas e estradas como prioridade- Acima de tudo, esse plano, implementado numa etapa bastante
chave na sua agenda. O governo concebeu o programa inicial do novo governo, provocou um grande avanço na
Meteoro amplamente conhecido como “Vive Colombia, Viaja recuperação da confiança e esperança na sociedade
por ella” (Viva a Colômbia, viaje por ela). colombiana.
É importante não confundir rapidez com pressa nos As opções não são mutuamente excludentes — existe uma
processos políticos: abordagens excessivamente apressadas grande demanda mundial por governança mais inclusiva e
podem precipitar o efeito oposto naquele de quem mais ágil e as eleições podem ser um meio crucial de atender a
esperamos apoio. A grande esperança da comunidade inter- essa demanda. Mas seu sentido de oportunidade exige muita
nacional com relação à experiência do Iraque com atenção. Na maioria dos países, as tradições democráticas
democracia eleitoral proporcional em 2005 produziu uma levaram um tempo considerável para se desenvolverem. Da
disputa de poder que aumentou em vez de amainar a mesma forma, os atuais esforços de democratização exigem
violência sectária e a constituição, que foi apressadamente atenção às heranças históricas e às divergências políticas
produzida depois, demonstra ser de difícil implementação. existentes e devem ser vistos como um processo contínuo de
Da mesma forma, as eleições de 2009 no Afeganistão transformação social e o desenvolvimento de uma ampla gama
demonstraram prejudicar em vez de reforçar as percepções de instituições que proporcionam freios e contrapesos em vez
de legitimidade institucional no futuro próximo. de um “evento” identificável. A democratização não começa
nem termina com eleições.
ER
TRA
AÇ
ÃO
N S F O R M AÇ ÃO
para a reforma política, • Redistribuição das forças de • Sistemas nacionais- • Planos simples e medições
D A CO
RE
CU
descentralização, corrupção, segurança internacionais com duas do progresso em 2-3
NFIANÇ A
PE
TRA
RA
O DA
DE
RE
CU • Mescla de Estado, discriminatórias • Execução internacional de • Comunicação estratégica
CO N F I A N Ç A
P
IN
TI
ER
TRA
S
AÇ
I ÇÕ
D A CO
DE
ES
capacidade internacional
IN
NF I ANÇ A
TI
S
TU
I ÇÕ
DE
ES
IN
TI
S
TU
I ÇÕ
ES
desempenho realistas e funções de mecanismos tradicionais/comunitários setor privado, programas públicos de longo prazo,
N S F O R M AÇ ÃO
justiça Divisão em etapas e medidas de combate expansão de ativos, programas de cadeia de valor, apoio ao
• Desmantelamento de redes crimi- à corrupção: demonstrar que os recursos setor informal, migração da mão de obra, empoderamento
TRA
nacionais podem ser utilizados para o bem econômico das mulheres e expansão de ativos.
DE
TI
TRA
TU
das despesas do orçamento
N S F O R M AÇ ÃO
I ÇÕ
de arrendamento; captura do controle de
DE
TI
• Uso de sistemas de pouco dispen-
S
TU
I ÇÕ aluguéis e uso de mecanismos de respon-
DE
ES
IN
TI
diosos para o policiamento rural Política macroeconômica: foco na volatilidade do preço ao
S
TU
I ÇÕ
ES
sabilização social
VIOLÊNCIA e comunitário consumidor e emprego
APOIO EXTERNO
e FRAGILIDADE
E INCENTIVOS
Prazo • Pesquisas com vítimas • Indicadores de governança redirecionados para • Dados de domicílios acerca de emprego
mais resultados para resultados e grau de progresso e participação da força de trabalho
longo dentro de cronogramas historicamente realistas
• Dados de pesquisas de domicílios sobre
desigualdades verticais e horizontais e acesso
o a serviços de justiça
18 R E L AT Ó R I O D O D E S E N V O LV I M E N T O M U N D I A L 2 0 1 1
por civis, avaliações e transparência das por meio desses programas incluem a liber-
despesas orçamentárias para desbaratar dade de movimento pelas rotas de trânsito,
redes secretas ou criminosas; e harmo- o fornecimento de eletricidade, o número
nizar o ritmo da reforma entre a polícia e de empresas registradas e dias de emprego
os sistemas civis de justiça para evitar situ- criados, o processamento de casos judiciais e
ações em que o aumento da capacidade a redução da impunidade mediante avaliações
policial resulte em detenções prolongadas ou processo judicial. O crucial aqui é que os
ou na liberação de delinquentes de volta à resultados preliminares aumentem a moti-
comunidade sem o devido processo. vação das instituições nacionais e estimulem
• Programas de criação de empregos “De as iniciativas corretas para a criação de insti-
volta ao básico”. Esses programas incluem tuições futuras.
obras públicas em grande escala baseadas Por exemplo: se as forças de segurança
na comunidade, tais como as que a Índia e receberem metas baseadas no número de
a Indonésia utilizam em todo o país, inclu- combatentes rebeldes mortos ou capturados
sive em comunidades marginalizadas e ou, ainda, de criminosos presos, elas poderão
afetadas pela violência; simplificação utilizar abordagens coercitivas, sem qualquer
normativa do setor privado e tratamento incentivo à geração de confiança no longo
dos gargalos na infraestrutura (particular- prazo com as comunidades que evitarão que
mente eletricidade, que é a principal limi- a violência recrudesça. As metas baseadas na
tação para as empresas em áreas frágeis e segurança cidadã (liberdade de movimento
violentas); e acesso ao financiamento e aos etc.), por outro lado, criam incentivos de
investimentos para unir produtores e longo prazo para a função das forças de segu-
mercados, como nas iniciativas de café, rança na sustentação da unidade nacional e na
laticínios e turismo no Kosovo e em eficácia das relações entre o Estado e a socie-
Ruanda.64 dade. Da mesma forma, se os serviços e as
• A participação das mulheres em programas obras públicas forem prestados somente por
de segurança, justiça e empoderamento intermédio de programas nacionais ditados
econômico, tais como as reformas na de cima para baixo, haverá poucos incentivos
Nicarágua, Libéria e Serra Leoa para intro- para as comunidades assumirem a responsa-
duzir funcionárias do sexo feminino e bilidade pela prevenção da violência ou para
serviço específico de gênero na força poli- as instituições nacionais se responsabilizarem
cial; e iniciativas de empoderamento pela proteção de todos os cidadãos vulne-
econômico no Nepal, que abordou as ques- ráveis, homens e mulheres. Uma mistura de
tões das funções de gênero — que haviam abordagens estatais e não-estatais, de baixo
sido motivo de discórdia em áreas de inse- para cima e de cima para baixo, é a melhor
gurança — com o fornecimento de finan- base para a transformação institucional de
ciamento e treinamento empresarial para longo prazo.
grupos de mulheres.65 O escalonamento das transições a partir
• Iniciativas focadas no combate à corrupção da ajuda humanitária também é uma parte
que demonstram que iniciativas novas importante da transformação das instituições.
podem ser bem administradas. As ferra- Nos países em que as tensões atuais esmagam
mentas incluem o uso da capacidade do em grande parte a capacidade das instituições
setor privado para monitorar funções nacionais, os reformadores nacionais geral-
vulneráveis à grande corrupção, como na mente recorrem à capacidade humanitária
inspeção florestal na Libéria e na arreca- internacional para oferecer resultados preli-
dação alfandegária de Moçambique, asso- minares. Esses programas podem ser eficazes
ciado aos mecanismos de responsabili- para salvar vidas, gerar confiança e ampliar
zação social que utilizam a publicação a capacidade nacional. Mas é difícil decidir
transparente das despesas e o monitora- acerca do tempo necessário para passar essas
mento da comunidade/sociedade civil para funções para as instituições nacionais. Para
garantir que os recursos cheguem aos seus os programas de alimentos isso geralmente
destinos.66 significa a redução do fornecimento antes
Alguns dos resultados preliminares da das colheitas locais e a mudança de distri-
geração de confiança que podem ser enfocados buição geral para programas direcionados em
20 R E L AT Ó R I O D O D E S E N V O LV I M E N T O M U N D I A L 2 0 1 1
entre os Estados e seus parceiros internacio- essa lacuna.72 O países de renda média e
nais, proposto inicialmente por Ashraf Ghani alta utilizam pesquisas o tempo todo para
e Clare Lockhart, é outra forma de adminis- fornecer feedback aos governos acerca do
trar as diferentes perspectivas sobre o risco, a progresso e dos riscos, mas elas são pouco
velocidade da resposta e o compromisso com utilizadas em países frágeis e de renda baixa.
instituições nacionais — tornando explícita A mensuração direta de melhorias na segu-
a responsabilização dupla dos recursos dos rança também pode demonstrar progresso
doadores.71 rápido, mas embora os dados sobre mortes
violentas sejam bastante fáceis de coletar, eles
Monitoramento de resultados não estão disponíveis para os países que mais
Para avaliar o êxito dos programas e adaptá-los se beneficiariam deles: Estados frágeis de
quando surgem problemas, os reformadores baixa renda.
nacionais e seus parceiros internacionais no
país também precisam de informações acerca Diferenciação entre estratégia
dos resultados gerais da redução da violência e programas para o contexto
e acerca da confiança dos cidadãos nas metas de cada país
de segurança, justiça e empregos em intervalos Embora exista um conjunto básico de
regulares. Para a maioria dos países em desen- ferramentas que emergem da experiência,
volvimento, os Objetivos de Desenvolvimento cada país precisa avaliar suas circunstâncias
do Milênio (ODMs) e as metas e indicadores e adaptar as lições de outros ao contexto
associados a eles são a estrutura internacional político local. Cada país enfrenta tensões
dominante. Os ODMs elevaram o perfil do diferentes, diferentes desafios às instituições,
desenvolvimento humano abrangente e conti- diferentes grupos interessados que precisam
nuam a ser importantes objetivos de longo ser envolvidos para fazer diferença e diversos
prazo para os países que enfrentam a fragi- tipos de oportunidades de transição. As dife-
lidade e a violência. Mas eles têm inconve- renças não são preto ou branco, mas ocorrem
nientes quanto a sua importância direta para em um espectro — cada país terá diferentes
o progresso na prevenção e recuperação da manifestações de violência, diferentes combi-
violência. Não cobrem a segurança cidadã, nações de tensões internas e externas e dife-
justiça ou empregos. Eles se movem lenta- rentes desafios institucionais — e esses fatores
mente e, portanto, não oferecem aos reforma- irão mudar com o tempo. Mas todos os países
dores nacionais ou a seus parceiros interna- enfrentam alguns aspectos dessa mescla.
cionais as espirais de feedback rápido capazes O Relatório cobre algumas das principais dife-
de demonstrar áreas de progresso e identificar renças nas circunstâncias dos países mediante
riscos novos ou remanescentes. a diferenciação simples demonstrada acima.
Um complemento útil para os ODMs Os reformadores nacionais e seus inter-
seriam indicadores que medissem mais dire- locutores nos países precisam tomar dois
tamente a redução da violência, a geração tipos de decisão em cada etapa da geração de
de confiança bem como a segurança cidadã, confiança e reforma institucional, levando em
justiça e emprego (Recurso 4). Os dados conta o contexto político local. A primeira é
de pesquisas com cidadãos, notoriamente decidir os tipos de sinais — ações imediatas e
ausentes em muitos países frágeis e afetados divulgações dos resultados iniciais, bem como
por conflitos poderiam ajudar a preencher políticas de longo prazo — que podem ajudar
Principais tensões: Tensões internas vs. externas; Desafios institucionais: Grau de capacidade,
níveis elevados vs. níveis baixos de divisões entre responsabilização e inclusão
os grupos
22 R E L AT Ó R I O D O D E S E N V O LV I M E N T O M U N D I A L 2 0 1 1
Países: Afeganistão, Burundi, Camboja, Colômbia, • No Burundi, a falta de progresso na descentralização geral e
Indonésia, Nepal, Ruanda as dificuldades no monitoramento dos fundos por meio de
estruturas comunitárias significavam que a responsabilidade
O s elementos básicos de um programa de desenvolvimento
comunitário pós-conflito são simples e podem ser adap-
tados a uma ampla série de contextos nacionais. Todos os
pela gestão dos fundos era das ONGs parceiras.
• No Programa Nacional de Solidariedade do Afeganistão, as
programas comunitários sob os auspícios do Estado consistem, ONGs também assumiram a responsabilidade inicial pela
essencialmente, em mecanismos de tomada de decisões pela gestão dos fundos enquanto os conselhos eram treinados em
comunidade para determinar prioridades bem como o forneci- escrituração contábil, mas em um ano os subsídios em bloco
mento de fundos e ajuda técnica para implementá-las. Neste começaram a ser transferidos diretamente para os
modelo há uma grande discrepância que pode ser adaptada a conselhos.
diferentes tipos de pressões e capacidades institucionais assim
• Na Colômbia, onde os principais desafios institucionais eram
como a diferentes oportunidades de transição. As três impor-
aproximar o Estado das comunidades e superar a descon-
tantes fontes de discrepância dizem respeito à forma como é
fiança entre as agências governamentais civis e as de segu-
realizada a tomada de decisões pela comunidade, quem controla
rança, os fundos eram mantidos por cada ministério do
os fundos e que lugar os programas ocupam no governo.
governo, mas as aprovações de atividades eram dadas por
Diferentes pressões, capacidade e responsabilização institu-
equipes multissetoriais nos escritórios de representação.
cional afetam a tomada de decisão pela comunidade. Em muitas
áreas violentas, os conselhos comunitários foram destruídos ou • No Nepal, os programas comunitários mostram o conjunto
estão desacreditados. Uma primeira etapa importante é reesta- completo: alguns programas delegam a principal responsabi-
belecer formas participativas de representação confiáveis. Em lidade pela supervisão dos fundos para as ONGs parceiras;
Burundi, por exemplo, uma ONG local organizou eleições para em outros programas, tais como o amplo programa de escolas
comitês representativos para lidar com desenvolvimento comu- de aldeia, as comissões de escolas comunitárias são os
nitário das comunas participantes, que englobavam diferentes proprietários legais das instalações das escolas e podem usar
grupos étnicos. Do mesmo modo, o Programa Nacional de os fundos do governo para contratar e formar seu pessoal.
Solidariedade do Afeganistão deu início a eleições no nível das
O tipo de momento de transição afeta a forma como as estru-
aldeias para formar um conselho de desenvolvimento comuni-
turas de tomada de decisão da comunidade se alinham com a
tário. Mas os programas da Indonésia para as áreas afetadas por
administração formal do governo. Muitos países que estão
conflitos de Aceh, Maluku, Sulawesi e Kalimantan não reali-
saindo do conflito também passarão por importantes reformas
zaram novas eleições comunitárias. Os conselhos comunitários
constitucionais e administrativas ao mesmo tempo em que os
estavam basicamente intactos e as leis nacionais haviam provi-
programas comunitários de resposta rápida serão lançados.
denciado eleições democráticas locais nas aldeias. A Indonésia
Pode ser difícil alinhar os conselhos comunitários com as estru-
também tentou separar subsídios para aldeias de muçulmanos e
turas emergentes do governo. No Programa Nacional de
cristãos para minimizar tensões intercomunitárias, mas acabou
Solidariedade do Afeganistão, por exemplo, os Conselhos de
por usar fundos e conselhos comuns para superar as divisões
Desenvolvimento Comunitário, embora constituídos sob uma
entre essas comunidades.
lei vice-presidencial de 2007, ainda estão sob revisão para inte-
Os diferentes desafios institucionais também afetam aqueles
gração formal na estrutura administrativa nacional. No
que detêm os fundos. Os programas devem pesar as compensa-
Programa Seila do Camboja, os conselhos foram lançados sob os
ções entre o primeiro objetivo de geração da confiança com os
auspícios do Programa das Nações Unidas para o
riscos da perda de dinheiro ou a apropriação dos recursos por
Desenvolvimento (PNUD) e depois passaram para a estrutura
parte da elite, conforme mostrado nos seguintes exemplos:
da comuna do governo recentemente formada. Em Ruanda,
• Na Indonésia, onde a capacidade local era muito sólida, os uma maior oportunidade de mudança após o genocídio signi-
conselhos subdistritais estabeleceram unidades de gestão ficou que os conselhos podiam ser integrados aos planos de
financeira que são periodicamente auditadas, mas têm total descentralização do governo desde o início.
responsabilidade em todos os aspectos do desempenho
financeiro. Fonte: Guggenheim 2011.
Visão geral 25
padrões para uma liderança nacional muito sensíveis aos riscos de uma crítica
responsável se tornaram mais complicados interna sobre desperdício, abuso, corrupção
com o decorrer do tempo: A Convenção das e falta de resultados em programas de
Nações Unidas contra o Genocídio, de 1948 doadores. Os atores internacionais precisam
, tem 17 parágrafos em vigor; a Convenção ser responsabilizados por seus cidadãos e
contra a Corrupção, de 2003, tem 455. Nos contribuintes, assim como pelas necessidades
países da OCDE, há opiniões divididas nacionais de seus parceiros e essas
sobre o papel relativo da assistência para expectativas podem estar em conflito (figura
segurança e desenvolvimento e sobre a 3.1).
ajuda dada pelas instituições nacionais. O O lento progresso na mudança do
aumento na assistência proveniente de países comportamento dos doadores é proveniente
de renda média, com um histórico de apoio desses incentivos subjacentes. Por exemplo,
solidário, não somente traz nova energia, realizar pequenos projetos por meio de
recursos e ideias valiosos, mas também sistemas paralelos, focando na “forma e
novos desafios nas diferentes visões dos não na função” da mudança (com ênfase
atores internacionais. As consultas da WDR nas eleições, leis-modelo de aquisições e
frequentemente revelam opiniões divididas comissões de combate à corrupção e defesa
entre os atores nacionais, órgãos regionais, dos direitos humanos) e evitar compromissos
países de renda média e doadores da OCDE com o reforço de instituições de maior risco
sobre o que é realista esperar de uma — tudo isso ajuda os doadores a gerenciarem
liderança nacional ao melhorar a governança, as expectativas internas de resultados e a
sobre que período e sobre as “formas” versus crítica pelo insucesso. No rigoroso ambiente
as “funções” de uma boa governança (eleições fiscal de hoje de muitos doadores, o dilema
versus práticas e processos democráticos é se tornar mais proeminente, e não menos.
mais amplos; minimizar a corrupção na As pressões internas também contribuem
prática versus estabelecer leis de aquisições e para divisões entre doadores, pois alguns
comissões anticorrupção). doadores enfrentam muito mais pressão
A responsabilização dupla está no âmago interna do que outros sobre corrupção,
do comportamento internacional. Os atores igualdade de gêneros ou a necessidade de
internacionais sabem que é necessário uma mostrar benefícios econômicos em seu
participação mais rápida, mais inteligente país resultantes da ajuda além-mar. A
e de longo prazo por meio de instituições responsabilização em favor de contribuintes
nacionais e regionais para ajudar sociedades é uma faceta desejável da ajuda de doadores
a se fortalecerem. Mas como foi destacado — mas o desafio é ajustar as expectativas
pela Rede Internacional sobre Conflito e internas às necessidades e realidades da
Fragilidade da OCDE88, eles também são assistência no terreno.
Responsabilização
Atores Atores
Nacionais Internacionais
Responsabilização
Responsabilização
Responsabilização
Diferentes perspectivas
de riscos e resultados
450
e manutenção da paz (em US$ corrente)
400
Despesa total, per capita, da ajuda
350
300
250
200
150
100
50
0
Libéria (período Serra Leoa Guiné Guiné-Bissau Togo (período Média global
em destaque: (período em (período em (período em em destaque: para países
2004 a 2008) destaque: destaque: 2008) destaque: 2005 a 2008) de baixa renda
2000 a 2003) 2002 a 2005)
F I G U R A F 6.2 A volatilidade da ajuda aumenta FIGURA F6.3 Ajuda com períodos de restrições
com a duração da violência e incentivos: A volatilidade nos Estados
frágeis selecionados
Nos últimos 20 anos, os países que sofreram períodos mais longos de
fragilidade, violência ou conflito experimentaram mais volatilidade em Os quatro países abaixo fornecem uma ilustração. Não raramente
sua ajuda. Figura 6.2 mostra que o coeficiente de variação da assistência a ajuda total para Burundi, República Centro-Africana, Guiné-Bissau
oficial ao desenvolvimento(ODA, do inglês “official development
e Haiti caía de 20 a 30% em um ano e aumentava até 50% no ano
assistance”), total líquida, excluindo o perdão da dívida, é mais alto em
seguinte (ajuda humanitária e perdão da dívida, excluídos dessas
países que sofreram violência prolongada desde 1990. Esta relação,
estatísticas, aumentariam ainda mais a volatilidade).
refletida pela linha de tendência de crescimento, é estatisticamente
Variação do % anual da ajuda per capita
150
significativa e sugere que, em média, um país que sofreu 20 anos de
violência experimentou duas vezes mais volatilidade na ajuda do que
100
um país que não sofreu violências. A volatilidade das receitas tem custos
consideráveis para todos os governos, mas especialmente em situações
frágeis nas quais ela pode sabotar esforços de reforma. 50
–50
–100
1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008
Burundi República Centro-Africana
Guiné-Bissau Haiti
F I G U R A 3.2 Ação combinada nas esferas de segurança, desenvolvimento e humanitária para os atores externos
apoiarem as transformações institucionais nacionais
SEGURANÇA
CIDADÃ,
JUSTIÇA
E EMPREGOS
TENSÃO
EXTERNA RE
CU
P
ER
AÇ
TR
ÃO
A N S F O R M AÇ ÃO
DA C
RE
ONFIANÇ A
CU
P
ER
TRA
AÇ
ÃO
NS
DE
F O R M AÇ Ã
RE
CU A CO N F I A N Ç A
P
IN
TI UMA NOVA FORMA DE SE FAZER NEGÓCIOS
ER
TRAN
AÇ
S
TU
ÃO
I ÇÕ
S F O R M AÇ Ã
OD
D
A CONFIANÇ A
TI
NS
TU contínua do risco.
OD
I ÇÕ
ES
EI
ST
Apoio orçamentário e assistência técnica para
N
IT
UI
ÇÕ
ES
segurança cidadã e justiça em equipes conjuntas
VIOLÊNCIA APOIO EXTERNO
e FRAGILIDADE Recursos financeiros no apoio aos acordos
E INCENTIVOS
colaborativos e mediados
Processos de planejamento unificado
Programas Estado-comunidade, Estado-ONG,
esfera diplomática desenvolvimento
Estado-setor privado para a prestação de serviços
e prevenção da violência multissetorial
segurança esfera humanitária
Apoio humanitário para sistemas de proteção
do Estado
Fonte: Equipe do WDR.
conflito. Isso deve incluir esforços especí- entre a gestão das finanças públicas e o reforço
ficos para apoiar a função cada vez mais institucional, administração jurídica, desen-
importante de instituições regionais e volvimento de sistemas de justiça e aborda-
subregionais, tais como UA e ECOWAS, gens multissetoriais no âmbito da comuni-
fornecendo-lhes vínculos específicos com a dade que combinam serviços comunitários
técnica de desenvolvimento. de policiamento e justiça com programas de
• Considerar quando a ajuda humanitária coesão social, desenvolvimento e criação de
pode ser integrada aos sistemas nacionais empregos. Mas as IFIs não são equipadas para
sem comprometer os princípios humanitá- liderar o apoio internacional especializado
rios — com base na boa prática atual do nessas áreas. Uma clara liderança no sistema
PNUD, Fundo das Nações Unidas para a da ONU ajudaria nessa iniciativa.
Infância (UNICEF), Organização Mundial Agências com competência econômica
de Saúde (OMS), Programa Mundial de precisam prestar mais atenção à questão dos
Alimentos (PMA) e outros, ao combinar empregos. Programas nacionais de obras
ajuda humanitária com geração de capaci- públicas baseadas na comunidade devem
dades, usando pessoal local e estruturas da receber um apoio maior e prazo mais longo
comunidade e comprando alimentos em situações frágeis, em reconhecimento ao
localmente. tempo necessário para que o setor privado
absorva o desemprego de jovens. Outros
Para implementar esses programas seriam
programas prioritários para a criação de
necessárias mudanças na capacidade interna-
empregos incluem investimentos para o apoio
cional. A segurança cidadã e a justiça requerem
da infraestrutura, em particular, eletricidade
capacidades novas e interligadas para lidar
e trânsito. Um terceiro grupo de programas
com as repetidas ondas de violência política e
é aquele que investe em aptidões e experi-
criminal. O ponto inicial para uma capacidade
ência de trabalho; desenvolve vínculos entre
mais profunda nesta área é o investimento do
governo em pessoal treinado de prontidão produtores, comerciantes e consumidores; e
para ocupar uma série de funções de polícia expande o acesso a financiamentos e ativos,
executiva e de aconselhamento, funções corre- por exemplo, por meio de habitação de baixa
cionais e de justiça. Os Estados precisarão de renda. As atuais instituições financeiras inter-
reservas da polícia e da justiça para responder nacionais e as iniciativas da ONU focadas na
com eficácia à violência contemporânea, utili- criação de empregos devem abordar explici-
zando pessoal aposentado, voluntários em tamente as necessidades específicas das áreas
atividade e unidades constituídas de polícia de afetadas pela fragilidade, conflito e violência,
alguns países. Em segundo lugar, essas capaci- reconhecendo que a criação de empregos
dades devem ser treinadas e implantadas, sob nessas situações pode ir além dos benefícios
uma doutrina compartilhada para vencer os materiais ao fornecer uma função produtiva e
desafios de coerência apresentados por dife- uma ocupação para os jovens, e ao avaliar e
rentes modelos nacionais de policiamento.90 expandir os exemplos de políticas de emprego
Um maior investimento por meio da ONU e mais bem ajustadas para as situações frágeis
de centros regionais no desenvolvimento de apresentadas neste Relatório. A iniciativa
uma doutrina conjunta e treinamento prévio global de empregos deve incluir o redirecio-
de capacidades do governo aumentaria a namento para os riscos representados pelo
eficácia e reduziria a incoerência. emprego de jovens.
Por último, a responsabilidade pelo Essas abordagens ajudariam. Mas é
trabalho de reforma da justiça deve ser provável que haja uma pressão contínua das
esclarecida na estrutura internacional para grandes populações jovens desempregadas,
permitir que órgãos multilaterais e bilaterais a menos que seja criada uma iniciativa inter-
invistam no desenvolvimento das capacidades nacional mais significativa. Uma abordagem
e especializações necessárias. Há áreas onde, a mais arrojada poderia reunir capacidades
pedido do governo, o Banco Mundial e outras de entidades de desenvolvimento, do setor
IFIs podem considerar o desempenho de privado, fundações e ONGs em uma nova
uma função mais ampla em apoio à base do parceria global para estimular investimentos
desenvolvimento na prevenção da violência em países e comunidades onde o alto desem-
em seus mandatos — tais como os vínculos prego e a desocupação social contribuem para
Visão geral 31
Processos Quando a insegurança é alta, tanto os custos quanto os benefícios das intervenções podem mudar
orçamentários dramaticamente em um período curto. Isso argumenta em favor de uma maior flexibilidade no
e fiduciários orçamento administrativo e planejamento de pessoal. Nos orçamentos dos programas, isso significa
básicos no mundo um cuidadoso sequenciamento no qual alguns programas serão mais benéficos em uma data
real: insegurança, posterior, mas também implica em dar um grande peso à velocidade (sobre algumas preocupações
falta de mercados com a economia e a qualidade) na contratação onde os benefícios de uma ação rápida são altos.
perfeitamente Quando os mercados competitivos são muito restritos e não são transparentes, diferentes controles
competitivos de aquisições — tais como pré-licitação internacional de acordo com contratos com quantidade
e instituições variável ou processos de contratação que permitem negociações diretas com o conhecimento de
precárias mercados regionais — podem ser apropriados. Quando a capacidade institucional é insuficiente, os
procedimentos precisam ser refinados para o nível mais simples do devido processo, juntamente com
mecanismos flexíveis para realizar algumas atividades em nome de instituições beneficiárias.
Equilibrar os Fora do plano dos desastres naturais, os atores internacionais geralmente tendem a ser mais sensíveis
riscos de ação ao risco de que seu apoio seja um tiro pela culatra nas críticas sobre desperdícios ou abusos do que
com os riscos ao risco de que atrasos em seu apoio aumentem o potencial para violência ou sabotem iniciativas de
de inação reformas promissoras. Ao descentralizar uma maior responsabilidade e responsabilização para uma
equipe internacional no terreno, pode-se aumentar a receptividade aos riscos da inação. A publicação
transparente dos resultados em relação aos cronogramas previstos para a liberação dos fundos de
doadores — e razões para atrasos — também ajudaria.
Esperar um Como os retornos de programas bem-sucedidos são altos, a assistência internacional pode arcar
grau de falhas com uma taxa de falhas mais alta em situações violentas. Não é como a maioria dos trabalhos de
nos programas assistência, contudo: os doadores esperam certo grau de sucesso em ambientes de risco assim
em ambientes como em ambientes seguros. Uma melhor abordagem é adaptar os princípios do setor privado ao
de riscos e investimento do capital de risco para apoiar situações frágeis e afetadas por conflitos: conduzir vários
adaptar de modo tipos diferentes de abordagens para ver qual funciona melhor; aceitar uma taxa de falhas mais alta;
apropriado avaliar rigorosamente e adaptar rapidamente; e ampliar as abordagens que estão funcionando.
Visão geral 33
econômicos e sociais ainda mantém algum desde lentidão até falta de gerenciamento de
foco na capacidade institucional local, expectativas, passando pelo sucesso variável
atenuando a fuga de cérebros para de se trabalhar por meio de sistemas nacio-
o exterior. nais.94 Os programas combinados de segu-
• Aumentar as contingências nos orça- rança-justiça-desenvolvimento e as reformas
mentos, de acordo com premissas de plane- de agências internas descritas acima ajuda-
jamentos transparentes. Quando a gover- riam a atenuar esse.
nança é volátil, os orçamentos de programas As agências internacionais precisam
de desenvolvimento, assim como os orça- pensar cuidadosamente em como estender
mentos para missões políticas e de manu- a duração da assistência para conhecer as
tenção da paz, se beneficiariam com realidades da transformação institucional
medidas de maior contingência de modo no decorrer de uma geração, sem elevar os
que mecanismos de implementação e ativi- custos. Nos programas humanitários em
dades sejam ajustados quando novos riscos crises prolongadas, aproveitar as iniciativas
e oportunidades surgirem, sem prejudicar o existentes para apoiar a contratação de pessoal
apoio geral. As premissas de planejamento local, compras locais e produção na comu-
para tais contingências — por exemplo, nidade pode aumentar o impacto sobre o
esses mecanismos de supervisão adicionais reforço institucional e reduzir os custos unitá-
serão adotados se determinadas medidas de rios. Para a manutenção da paz, há potencial
governança estabelecidas se deteriorarem para uma maior utilização de acordos mais
— devem ser transparentes tanto para os flexíveis, incluindo garantias de segurança de
governos beneficiários quanto para os longo prazo, onde forças fora do país comple-
órgãos deliberativos de entidades mentam as forças locais durante períodos
internacionais. tensos ou ampliam a alavancagem da manu-
tenção de paz externa após a conclusão das
Para alcançar resultados em larga escala, missões — conforme sugerido nas contribui-
a reunião de recursos em fundos fiduciários ções fornecidas pela UA e pelo Departamento
de vários doadores (MDTFs, do inglês multi- de Operações de Manutenção da Paz da ONU
donor trust funds) também é uma opção para este Relatório. A melhor obtenção de
eficaz, uma vez que ela oferece aos governos recursos para mediação e facilitação diplomá-
beneficiários maiores programas individuais tica também é uma vitória fácil, uma vez que
e parceiros internacionais como forma de têm custo baixo e podem reduzir as probabili-
apoiar programas que ultrapassam bastante dades de conflito.
sua própria contribuição nacional. Também Para as agências de desenvolvimento,
pode ser uma forma eficaz de reunir riscos, a redução da volatilidade de fluxos para
passando a carga da responsabilidade pelos programas que geram resultados na segurança
riscos de desperdício, abuso ou corrupção cidadã, justiça e empregos — ou simples-
dos ombros de cada doador individual para mente preservar a coesão social e a capacidade
o sistema multilateral. Fundos fiduciários humana e institucional — pode aumentar o
com múltiplos doadores produziram exce- impacto sem aumentar o custo geral. Como
lentes resultados em algumas situações — já foi descrito, a volatilidade reduz bastante
financiando, por exemplo, um conjunto de a eficácia da ajuda e é duas vezes mais alta
programas de alto impacto no Afeganistão por para países frágeis e afetados por conflitos do
meio do Fundo Fiduciário para a Reconstrução que para outros países em desenvolvimento,
do Afeganistão (ARTF) e o Fundo para a Lei apesar de sua maior necessidade de persis-
e Ordem do Afeganistão (LOTFA), apoiando tência em criar instituições sociais e governa-
custos iniciais essenciais e de manutenção do mentais. Há opções para a redução da volati-
sistema para a incipiente Autoridade Nacional lidade, incluindo a prestação de um volume
da Palestina sob o Fundo Holst em meados limitado de assistência com base em moda-
da década de 1990 na Cisjordânia e Gaza, lidades apropriadas (conforme descrito pelo
ou servindo como financiamento catalítico membro do Conselho Consultivo Paul Collier,
no Nepal sob os auspícios da Comissão de no capítulo 9), complementando as alocações
Consolidação da Paz (PBC)93. Mas o desem- da ajuda para os Estados mais frágeis quando
penho dos fundos fiduciários de múltiplos tipos específicos de programas tiverem
doadores é variável, com críticas que variam demonstrado a capacidade de cumprir os
34 R E L AT Ó R I O D O D E S E N V O LV I M E N T O M U N D I A L 2 0 1 1
objetivos com eficácia e em larga escala (como oferta e interdição por si sós são limitadas
proposto em um recente trabalho realizado nessas circunstâncias e a concorrência entre
pelo Centro de Desenvolvimento Global)95, e gangues e cartéis produzem altos níveis de
dedicar uma percentagem destinada à assis- violência nos países produtores e de trânsito.
tência para programas maiores e de prazo Explorar os custos e benefícios de diferentes
mais longo em Estados frágeis e afetados combinações de medidas de oferta e demanda
por conflitos de acordo com o contexto da seria uma primeira etapa para sustentar ações
Comissão de Assistência ao Desenvolvimento. de demanda mais decisivas.
Para fechar o ciclo nas reformas de agên- Seguir o dinheiro, ou seja, o tráfico de fluxos
cias internas, os indicadores de resultados financeiros ilícitos, está no âmago da ação
devem ser mais direcionados às prioridades contra o tráfico ilícito de drogas e de recursos
em situações frágeis e afetadas pela violência. naturais. Para áreas seriamente afetadas pelo
As principais ferramentas dos atores nacionais tráfico ilícito e pela corrupção, tais como
e seus interlocutores internacionais incluem a América Central e a África Ocidental, a
indicadores propostos para melhor capturar maioria dos países não tem nada para lidar
tanto o progresso de curto prazo como o de com a capacidade nacional necessária para
longo prazo, complementando os ODMs reunir e processar informações sobre transa-
(consulte o Recurso 4). O uso desses indica- ções financeiras sofisticadas ou para investigar
dores por agências internacionais — em todas e processar criminosos. Junto com iniciativas
as divisões diplomáticas, de segurança e ajuda que apóiam a comunidade global a solu-
— aumentaria os incentivos para respostas cionar problemas de corrupção, tais como a
mais integradas. Aliança dos Caçadores de Corrupção Global
e a Iniciativa para a Recuperação de Bens
Roubados (STAR), as duas seguintes medidas
Medida 3: Atuar regional chave poderiam ajudar nesse esforço:
e globalmente para reduzir as tensões • Fortalecer a capacidade de conduzir
externas sobre os Estados frágeis análises estratégicas desses fluxos em um
A ação eficaz contra o tráfico ilegal requer a grande volume de países, com a maioria
corresponsabilidade de países produtores e das transferências financeiras globais.
consumidores. Para conter o impacto de longo Cerca de 15 mercados e centros financeiros
alcance do tráfico ilegal, é preciso reconhecer importantes desempenham esse papel.
que uma ação eficaz realizada por um único Esforços concentrados para intensificar a
país simplesmente empurrará o problema transparência e as capacidades dos centros
para outros países e que são necessárias abor- financeiros e dos centros de inteligência
dagens regionais e globais. Para o tráfico no financeira, assim como a análise pró-ativa
qual o abastecimento, o processamento e os de fluxos suspeitos e a troca de informa-
mercados varejistas são concentrados e facil- ções poderiam aumentar bastante a capaci-
mente monitorados — tal como o tráfico de dade global para detectar fluxos financeiros
diamantes — os esforços de interdição combi- ilícitos e para recuperar bens roubados.
nados com campanhas de produtores e consu- Instituições financeiras globais também
midores de vários grupos interessados podem poderiam realizar análises estratégicas e
ser eficazes. Além do Processo Kimberley para disponibilizá-las para os países afetados.
diamantes e da Iniciativa de Transparência Para respeitar a privacidade, essas análises
das Indústrias Extrativas, o novo Convênio poderiam ser baseadas em mudanças nos
de Recursos Naturais e uma recente iniciativa fluxos agregados e não em informações de
do Banco Mundial/ Conferência das Nações contas individuais.
Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento • Expandir compromissos de Estados desen-
(UNCTAD)/Organização para a Alimentação volvidos e centros financeiros com investi-
e Agricultura (FAO) sobre as normas para gações conjuntas com autoridades da
compras de terras internacionais tem poten- segurança pública em países frágeis e
cial semelhante. Para o tráfico de drogas, a afetados pela violência. Como parte desse
situação é complicada devido aos locais de compromisso, eles também poderiam
produção e instalações de processamento implementar programas de desenvolvi-
ilegal altamente fragmentados. Ações de mento de capacidades com autoridades da
Visão geral 35
Sejam baseadas em valores universais, como a invio- No setor da justiça, por exemplo, a uniformidade dos
labilidade da vida humana, ou em regras legais inter- modelos e procedimentos institucionais pode encobrir
nacionais, existem algumas normas universalmente diferenças radicais na execução real da justiça. Mas a
aceitas — refletidas na Carta das Nações Unidas e em decisão judicial sobre controvérsias com base nos
outros instrumentos internacionais. princípios de justiça, imparcialidade, transparência,
Essas normas não têm implementação automática integridade, compaixão e, finalmente, responsabilização
e, como incluem o direito à diversidade cultural, sua pode adotar muitas formas.
interpretação deve refletir a diversidade local, Na sua assistência ao desenvolvimento, os atores
nacional e regional. A resistência à exportação de internacionais devem resistir à exportação da forma
“valores ocidentais” pode não ser mais do que a sobre a substância e aceitar a regionalização de normas
rejeição de um modo diferente de expressar uma que aumentem, e não que impeçam, seu verdadeiro
norma específica do que uma rejeição à norma em si. caráter universal. No mesmo espírito, os atores regionais
As instituições regionais podem reduzir a distância devem traduzir, de maneira culturalmente relevante, as
entre as normas universais e os costumes locais. Esses normas internacionais e repudiar as práticas que não
costumes ou práticas, em essência, devem estar em estiverem em conformidade.
conformidade com os mais relevantes princípios E todos devem admitir que os padrões definidos
internacionais nos quais a comunidade internacional pelas normas universais são aspirações. As medidas de
baseia a sua coesão. Caso contrário, a diversidade desempenho devem refletir o progresso, a estagnação
cultural pode simplesmente invalidar, e prejudicar, o ou a regressão em um determinado país, em direção a
contexto internacional. um ideal universal comum.
Notas
1. O Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial 2011 define a violência organizada como o uso ou
a ameaça de força física por parte de grupos, incluindo ações do Estado contra outros Estados
ou contra civis, guerras civis, violência eleitoral entre lados opostos, conflitos comunitários
motivados por identidade regional, étnica, religiosa ou outra identidade coletiva, ou por inte-
resses econômicos conflitantes, violência relacionada a gangues e criminalidade organizada, bem
como movimentos armados não estatais, internacionais, com objetivos ideológicos. Embora
estes também sejam tópicos importantes para o desenvolvimento, o WDR não aborda violência
nacional ou interpessoal. Às vezes nos referimos à violência ou conflito como uma abreviação
de violência organizada, compreendida nestes termos. Muitos países tratam certas formas de
violência, tais como ataques terroristas por movimentos armados não estatais, como assunto da
competência de seu direito penal.
2. Banco de Dados de Conflitos Armados de Uppsala/PRIO (Harbom e Wallensteen, 2010; Lacina
e Gleditsch, 2005); Sundberg, 2008; Gleditsch e Ward, 1999; Projeto do Relatório de Segurança
Humana - a ser lançado; Gleditsch e outros, 2002.
3. Países afetados por fragilidade, conflitos e violência incluem os países com: (1) taxas de homi-
cídios maiores que 10 para cada 100.000 pessoas por ano; (2) grandes conflitos civis (mortes
em batalhas maiores que 1.000 por ano), (3) missões de consolidação ou manutenção da paz
em cumprimento de mandatos das Nações Unidas ou de regiões; e (4) países de baixa renda
com níveis institucionais de 2006 a 2009 (CPIA do Banco Mundial menor que 3,2), vinculados
a altos riscos de violência e conflitos. Ver Banco de Dados de Conflitos Armados de Uppsala/
PRIO (Lacina e Gleditsch, 2005; Harbom e Wallensteen, 2010); Departamento de Operações de
Manutenção da Paz das Nações Unidas, 2010a; Departamento de Operações de Manutenção da
Paz das Nações Unidas, 2010b; Banco Mundial, 2010c.
4. Para fins de discussão das tendências sobre o início e o término das guerras civis, ver Hewitt,
Wilkenfeld e Gurr, 2010; Sambanis 2004; Elbadawi, Hegre e Milante, 2008; Collier e outros, 2003.
40 R E L AT Ó R I O D O D E S E N V O LV I M E N T O M U N D I A L 2 0 1 1
mercado em que os governos estejam adotando políticas sólidas e sejam capazes de implementá-
-las. O WDR define o termo como a geração de confiança entre grupos de cidadãos que foram
divididos pela violência, entre cidadãos e o Estado e entre o Estado e outros grupos interessados
importantes (vizinhos, parceiros internacionais, investidores) cujo apoio político, comporta-
mental ou financeiro seja necessário para um resultado positivo.
53. Sobre geração de confiança e mudança de expectativas, consulte Hoff e Stiglitz 2008.
54. Bedeski 1994; Cumings 2005; Kang 2002; Chang e Lee 2006.
55. Consultar Stedman 1996; Nilsson e Jarstad 2008. Para negociações da elite, acordos políticos e
inclusão, consulte Di John e Putzel 2009.
56. Anderlini 2000.
57. Banco Mundial 2008f; Banco Mundial 2009; Ministério do Meio Ambiente da República do
Líbano 1999.
58. UN DPKO (Departamento de Operações de Manutenção da Paz das Nações Unidas) (2010).
59. Para as reformas agrárias japonesas, consulte Kawagoe 1999. Para as reformas agrárias coreanas,
consulte Shin 2006.
60. Braud e Grevi 2005.
61. O Programa de Assistência à Governança e à Gestão Econômica (GEMAP) lançado na corrida
eleitoral de 2005 na Libéria fornece autoridade “dupla” (dual key) nas áreas de obtenção de rendi-
mentos e despesas. Administrado em conjunto pelo governo e pela comunidade internacional,
foi projetado especificamente para devolver a confiança a uma população cética e a doadores de
que os anos de roubos oficiais e corrupção acabaram e que os serviços seriam prestados de forma
confiável. Dwan e Bailey 2006; Residência Oficial do Governo da República da Libéria 2009.
62. Para combater a corrupção e o crime, a Guatemala criou a Comissão Internacional contra a
Impunidade, conhecida pela sua sigla em espanhol, CICIG, por intermédio de um acordo com
a ONU em 2007. Seu mandato é de “apoiar, fortalecer e auxiliar as instituições do Estado da
Guatemala responsáveis por investigar e processar os crimes cometidos supostamente relacio-
nados às atividades de forças de segurança ilegais e organizações de segurança clandestinas.”
Consulte Organização das Nações Unidas 2006a.
63. Para ler sobre o Programa Nacional de Solidariedade do Afeganistão, consulte Christia e outros
2010; Ashe e Parott 2001; Missão da ONU de Assistência no Afeganistão e UNOHCHR 2010.
Para os programas multissetoriais de prevenção contra a violência na América Latina, consulte
Alvarado e Abizanda (2010); Beato 2005; Fabio 2007; Centro Internacional de Prevenção da
Criminalidade 2005; Duailibi e outros 2007; Peixoto, Andrade e Azevedo 2007; Guerrero 2006;
Llorente e Rivas 2005; Formisano 2002.
64. Para a Índia, consulte Ministério do Desenvolvimento Rural da Índia 2005; Ministério do
Desenvolvimento Rural da Índia (2010). Para a Indonésia, consulte Barron (2010); Guggenheim
(2011). Para o Kosovo, consulte GRYGIEL (Agência de Desenvolvimento Internacional dos
Estados Unidos) 2007; Instituto para a Eficácia do Estado 2007. Para Ruanda, consulte Boudreaux
2010.
65. Para a Nicarágua, consulte Bastick, Grimm e Kunz 2007. Para o Nepal, consulte Ashe e Parott 2001.
66. Para a Libéria, consulte Blundell 2010. Para Moçambique, consulte Crown Agents 2007.
67. Para os programas de saúde do Timor Leste, consulte; Rohland e Cliffe 2002; Baird 2010.
68. Messick 2011.
69. Giovine e outros 2010;
70. Guerrero 2006; Mason 2003; Presidência da República da Colômbia 2010.
71. Em Fixing Failed States, (Consertando os Estados fracassados), Ashraf Ghani e Clare Lockhart
analisam a questão da criação de legitimidade e do preenchimento da lacuna da soberania nos
Estados frágeis e afetados pelo conflito através da lente do “pacto duplo”. O pacto duplo enfoca a
“rede de direitos e obrigações que servem de base para a reivindicação do Estado por soberania” e
refere-se primeiro ao “pacto entre um Estado e seus cidadãos inserido em um conjunto de regras
coerente e, segundo, “entre um Estado e a comunidade internacional para garantir a adesão às
normas e padrões internacionais de responsabilização e transparência.” Ghani e Lockhart 2008, 8.
72. Agoglia, Dziedzic e Sotirin 2008.
73. Consulta do WDR a ex-negociadores-chave da Aliança ANC e o Partido nacional da África do
Sul 2010
74. Baron e outros 2010
75. Equipe de consulta do WDR no Haiti, 2010; UNDPKO 2010.
76. Para África do Sul, ver Kambuwa e Wallis 202; Consulta do WDR a ex-negociadores-chave da
Aliança ANC e o Partido nacional da África do Sul 2010.
77. Consultas da equipe do WDR com representantes do governo, representantes da sociedade civil
e pessoal da segurança na Colômbia 2010.
Visão geral 43
Referências
Acemoglu, Daron, Simon Johnson, and James A. Robinson. 2001. “The Colonial Origins of Comparative
Development: An Empirical Investigation.” American Economic Review 91 (5): 1369–401.
———. 2005. “Institutions as the Fundamental Cause of Long-Run Growth.” In Handbook of Economic
Growth, ed. Philippe Aghion and Stephen N. Durlauf. Amsterdam: Elsevier.
African Union. 2006. “Draft Policy Framework for Post-conflict Reconstruction and Development
(PCRD).” African Union, Addis Ababa.
———. 2007a. “Declaration on the African Union Border Programme and its Implementation
Modalities as Adopted by the Conference of African Ministers in Charge of Border Issues held in
Addis Ababa (Ethiopia).” African Union, Addis Ababa.
———. 2007b. “Framework for Postconflict Reconstruction and Technical and Vocational Education
and Training (TVET).” African Union, Addis Ababa.
Agoglia, John, Michael Dziedzic, and Barbara Sotirin, eds. 2008. Measuring Progress in Conflict
Environments (MPICE): A Metrics Framework. Washington, DC: United States Institute of Peace.
Alvarado, Nathalie, and Beatriz Abizanda. 2010. “Some Lessons Learnt in Citizen Security by the
IADB.” Background note for the WDR 2011.
American Psychological Association. 1996. “Violence and the Family: Report of the American
Psychological Association Presidential Task Force on Violence and the Family.” American
Psychological Association, Washington, DC.
Anderlini, Sanam. 2000. “Women at the Peace Table: Making a Difference.” UN Development Fund
for Women, New York.
Anderlini, Sanam Naraghi. 2010. “Gender Background Paper.” Background paper for the WDR 2011.
Arboleda, Jairo. 2010. “Security and Development in Colombia.” Background note for the WDR 2011.
Arnson, Cynthia J., and I. William Zartman, eds. 2005. Rethinking the Economics of War: The
Intersection of Need, Creed and Greed. Washington, DC: Woodrow Wilson Center Press.
Ashe, Jeffrey, and Lisa Parott. 2001. “Impact Evaluation: PACT’s Women’s Empowerment Program
in Nepal: A Savings and Literacy Led Alternative to Financial Institution Building.” University of
Brandeis and Freedom From Hunger, Waltham.
Ashforth, Adam. 2009. “Ethnic Violence and the Prospects for Democracy in the Aftermath of the
2007 Kenyan Elections.” Public Culture 21 (1): 9–19.
Atos Consulting. 2009. “Evaluation of the Law and Order Trust Fund for Afghanistan (LOTFA) Phase
IV: Report.” Atos Consulting, Paris.
AusAID. 2009. “Australian Aid to Water Supply and Sanitation Service Delivery in East Timor and
Indonesia: Evaluation Report.” AusAID, Canberra.
Baird, Mark. 2010. “Service Delivery in Fragile and Conflict-Affected States.” Background paper for
the WDR 2011.
Baker, Paul, Friedrich von Kirchbach, Mondher Mimouni, and Jean-Michel Pasteels. 2002. “Analytical
Tools for Enhancing the Participation of Developing Countries in the Multilateral Trading System
in the Context of the Doha Development Agenda.” Aussenwirtschaft 57 (3): 343–69.
Barron, Patrick. 2010. “Community-Driven Development in Post-conflict and Conflict-Affected Areas.”
Background note for the WDR 2011.
Barron, Patrick, Paul Arthur, Peter Bartu, and Teresa Whitfield. 2010. “Sub-national Conflicts in
Middle- and Higher-Income Countries.” Background paper for the WDR 2011.
Bastick, Megan, Karin Grimm, and Rahel Kunz. 2007. Sexual Violence in Armed Conflict: Global
Overview and Implications for the Security Sector. Geneva: Geneva Centre for the Democratic
Control of Armed Forces.
Bayer, Resat, and Matthew C. Rupert. 2004. “Effects of Civil Wars on International Trade, 1950–92.”
Journal of Peace Research 41 (6): 699–713.
Beath, Andrew, Christia Fotini, Ruben Enikolopov, and Shahim Ahmad Kabuli. 2010. “Randomized
Impact Evaluation of Phase-II of Afghanistan’s National Solidarity Program: Estimates of Interim
Program Impact from First Follow-up Survey.” World Bank, Washington, DC. http://www.nsp-ie.
org/reportsimpacts.html.
Beato, Claudio C. 2005. “Case Study ‘Fico Vivo’ Homicide Control Project in Belo Horizonte.” World
Bank, Washington, DC.
46 R E L AT Ó R I O D O D E S E N V O LV I M E N T O M U N D I A L 2 0 1 1
Bedeski, Robert. 1994. The Transformation of South Korea: Reform and Reconstitution in the Sixth
Republic under Roh Tae Woo, 1987–1992. New York: Routledge.
Beijing Declaration and Platform for Action. 1995. “Chapter IV. E. Women and Armed Conflict.”
Fourth World Conference on Women, United Nations, Beijing.
Besley, Timothy, and Torsten Persson. 2009. “Repression or Civil War?” American Economic Review
99 (2): 292–97.
———. 2010. “State Capacity, Conflict and Development.” Econometrica 78 (1): 1–34.
Bilcik, Vladimir, Alexander Duleba, Michal Klyap, and Svitlana Mitryayeva. 2001. “Role of the
Carpathian Euroregion in Strengthening Security and Stability in Central and Eastern Europe.”
Research Center of the Slovak Foreign Policy Association; Strategies Studies Foundation; Freedom
House; and Carpathian Foundation, Truskavets, Ukraine.
Blattman, Christopher, and Edward Miguel. 2010. “Civil War.” Journal of Economic Literature 48 (1):
3–57.
Blundell, Arthur G. 2010. “Forests and Conflict: The Financial Flows That Fuel War.” Background
paper for the WDR 2011.
Bøås, Morten, Åage Tiltnes, and Hedda Flatø. 2010. “Comparing the Cases.” Background paper for the
WDR 2011.
Boudreaux, Karol C. 2010. “A Better Brew for Success: Economic Liberalization in Rwanda’s Coffee
Sector.” World Bank, Washington, DC.
Bowden, Anna. 2010. “The Economic Cost of Maritime Piracy.” One Earth Future Foundation,
Louisville, CO.
Braithwaite, Valerie, and Margaret Levi, eds. 1998. Trust and Governance. New York: Russell Sage
Foundation.
Braud, Pierre-Antoine, and Giovanni Grevi. 2005. “The EU Mission in Aceh: Implementing Peace.”
EUISS Occassional Paper 61, European Union Institute for Security Studies, Paris.
Buhaug, Halvard, and Kristian S. Gleditsch. 2008. “Contagion or Confusion? Why Conflicts Cluster in
Space.” International Studies Quarterly 52 (2): 215–33.
Buhaug, Halvard, and Henrik Urdal. 2010. “An Urbanization Bomb? Population Growth and Social
Disorder in Cities.” Paper presented at the Urban Affairs Association. Honolulu, Hawaii, March 10.
Cerra, Valerie, and Sweta C. Saxena. 2008. “Growth Dynamics: The Myth of Economic Recovery.”
American Economic Review 98 (1): 439–57.
Chang, Yun-Shik, and Steven H. Lee. 2006. Transformations in Twentieth Century Korea. New York:
Routledge.
Chen, Shaohua, Martin Ravallion, and Prem Sangraula. 2008. “Dollar a Day Revisited.” World Bank
Economic Review 23 (2): 163–84.
Collier, Paul, Lisa Chauvet, and Håvard Hegre. 2007. “The Security Challenge in Conflict-Prone
Countries.” Copenhagen Consensus 2008 Challenge Paper, Copenhagen.
Collier, Paul, Lani Elliott, Håvard Hegre, Anke Hoeffler, Marta Reynal-Querol, and Nicholas Sambanis.
2003. Breaking the Conflict Trap: Civil War and Development Policy. Washington, DC: World Bank.
Collier, Paul, and Anke Hoeffler. 1998. “On Economic Causes of Civil War.” Oxford Economic Papers
50 (4): 563–73.
———. 2004. “Greed and Grievance in Civil War.” Oxford Economic Papers 56 (4): 563–95.
Commission on Human Security. 2003. “Human Security Now: Protecting and Empowering People.”
Commission on Human Security, New York.
Council of Europe. 1995. “Examples of Good Practice of Transfrontier Co-operation Concerning
Members of Ethnic Groups Residing on the Territory of Several States.” Council of Europe,
Strasbourg, France.
Council of Europe, and Institute of International Sociology of Gorizia. 2003. “Cross-Border Co-
operation in the Balkan/Danube Area: An Analysis of Strengths, Weaknesses, Opportunities and
Threats.” Strasbourg, France: Council of Europe; Gorizia, Italy: Institute of International Sociology
of Gorizia,
Crisis Management Initiative. 2011. “Aceh.” Crisis Management Initiative, Helsinki. http://www.cmi.fi.
Crown Agents. 2007. “Customs Reform Programme 1997–2006: The Modernisation of Alfândegas de
Moçambique.” Crown Agents, Sutton, U.K.
Visão geral 47
Cumings, Bruce. 2005. “State Building in Korea: Continuity and Crisis.” In Matthew Lange and
Dietrich Rueschemeyer, eds., States and Development: Historical Antecedents of Stagnation and
Advance. New York: Palgrave Macmillan.
Dahlberg, Linda L. 1998. “Youth Violence in the United States: Major Trends, Risk Factors, and
Prevention Approaches.” American Journal of Preventive Medicine 14 (4): 259–72.
Davies, Stephen, Dimieari von Kemedy, and Mark Drennan. 2005. “Illegal Oil Bunkering in the Niger
Delta.” Niger Delta Peace and Security Strategy Working Group, Port Harcourt, Nigeria.
De Groot, Olaf J. 2010. “The Spillover Effects of Conflict on Economic Growth in Neighbouring
Countries in Africa.” Defence and Peace Economics 21 (2): 149–64.
Demombynes, Gabriel. 2010. “Drug Trafficking and Violence in Central America and Beyond.”
Background paper for the WDR 2011.
DFID (U.K. Department for International Development). 2009. “Building the State and Securing the
Peace .” DFID, London.
———. 2010. “Working Effectively in Conflict-Affected and Fragile Situation.” DFID, London.
Di John, Johnathon, and James Putzel. 2009. “Political Settlements.” Governance and Social De-
velopment Resource Centre, International Development Department, University of Birmingham,
Birmingham, U.K.
Dobbins, James, Seth G. Jones, Keith Crane, and Beth C. DeGrasse. 2007. The Beginner’s Guide to
Nation-Building. Santa Monica, CA: RAND Corporation.
Duailibi, Sergio, William Ponicki, Joel Grube, Ilana Pinsky, Ronaldo Laranjeira, and Martin Raw.
2007. “The Effect of Restricting Opening Hours on Alcohol-Related Violence.” American Journal of
Public Health 97 (12): 2276–80.
Dwan, Renata, and Laura Bailey. 2006. “Liberia’s Governance and Economic Management Assistance
Program (GEMAP): A Joint Review by the Department of Peacekeeping Operations’ Peacekeeping
Best Practices Section and the World Bank’s Fragile States Group.” Fragile States Group, World
Bank, Washington DC; and Best Practices Section, Department of Peacekeeping Operations,
United Nations, New York.
Eide, Espen B., Anja T. Kaspersen, Randolph Kent, and Karen von Hippel. 2005. “Report on
Integrated Missions: Practical Perspectives and Recommendations.” UN Executive Committee on
Humanitarian Affairs, New York.
Elbadawi, Ibrahim, Håvard Hegre, and Gary J. Milante. 2008. “The Aftermath of Civil War.” Journal of
Peace Research 45 (4): 451–59.
Fabio, Sanchez. 2005. Las Cuentas de la Violencia. Bogotá: Norma Editorial.
Favaro, Edgardo, eds. 2008. Small States, Smart Solutions: Improving Connectivity and Increasing the
Effectiveness of Public Services. Washington, DC: World Bank.
———. 2010. “Using Regional Institutions to Improve the Quality of Public Services.” Background
paper for the WDR 2011.
Fearon, James D. 1995. “Rationalist Explanations for War.” International Organization 49 (3): 379–414.
———. 2010a. “Governance and Civil War Onset.” Background paper for the WDR 2011.
———. 2010b. “Homicide Data.” Background note for the WDR 2011.
Formisano, Michel. 2002. “Econometría Espacial: Características de la Violencia Homicida en Bogotá.”
El Centro de Estudios sobre Desarrollo Económico, Bogotá.
Fukuyama, Francis. 2004. State-Building: Governance and World Order in the 21st Century. Ithaca, NY:
Cornell University Press.
Gaibulloev, Khusrav, and Todd Sandler. 2008. “Growth Consequences of Terrorism in Western
Europe.” Kyklos 61 (3): 411–24.
Gambino, Anthony W. 2010. “Democratic Republic of Congo.” Background paper for the WDR 2011.
Garrasi, Donata. 2010. “Funding Peacebuilding and Recovery: A Comparative Review of System-Wide
Multi-Donor Trust Funds and other Funding Instruments for Peacebuilding and Post-Conflict
Recovery.” DFID, London.
Gelb, Alan. 2010. “How Can Donors Create Incentives for Results and Flexibility for Fragile States?
A Proposal for IDA.” Working Paper 227, Center for Global Development, Washington, DC.
Ghani, Ashraf C., and Clare Lockhart. 2008. Fixing Failed States: A Framework for Rebuilding a
Fractured World. New York: Oxford University Press.
48 R E L AT Ó R I O D O D E S E N V O LV I M E N T O M U N D I A L 2 0 1 1
Giovine, Luigi, Robert Krech, Kremena Ionkova, and Kathryn Bach. 2010. “Holding on to Monrovia:
Protecting a Fragile Peace through Economic Governance and Short-Term Employment.”
Background paper for the WDR 2011.
Gleditsch, Kristian S. 2007. “Transnational Dimensions of Civil War.” Journal of Peace Research 44 (3):
293–309.
Gleditsch, Kristian S., and Michael D. Ward. 1999. “Interstate System Membership: A Revised List of
the Independent States since 1816.” International Interactions 25 (4): 393–413.
———. “War and Peace in Space and Time: The Role of Democratization.” International Studies Quarterly
44 (1): 1–29.
Gleditsch, Nils P., Peter Wallensteen, Mikael Eriksson, Margareta Sollenberg, and Håvard Strand.
2002. “Armed Conflict 1946–2001: A New Dataset.” Journal of Peace Research 39 (5): 615–37.
Global Terrorism Database. 2010. “Global Terrorism Database.” National Consortium for the Study
of Terrorism and Responses to Terrorism, University of Maryland, College Park, MD. http://www.
start.umd.edu/gtd/.
Goldstone, Jack A. 2010. “Representational Models and Democratic Transitions in Fragile and Post-
conflict States.” Background paper for the WDR 2011.
Gomez, Margarita Puerto, and Asger Christensen. 2010. “The Impacts of Refugees on Neighboring
Countries: A Development Challenge.” Background paper for the WDR 2011.
Government of Nepal, UNDP (UN Development Programme), and UNDG (UN Development
Group). 2010. “Third Consolidated Annual Report on Activities Implemented under the United
Nations Peace Fund for Nepal: Report of the Administrative Agent of the United Nations Peace
Fund for Nepal for the period 1 January to 31 December 2009.” Government of Nepal; UNDP; and
UNDG, Kathmandu.
Government of the Republic of Liberia Executive Mansion. 2009. “Liberia Makes Progress on
Corruption, Transparency International Index Shows.” Government of the Republic of Liberia
Executive Mansion, Monrovia. http://www.emansion.gov.lr.
Greta, Maria, and Krzysztof Lewandowski. 2010. “Euroregion’s ‘Mission’ and the Success of the Lisbon
Strategy.” Business and Economic Horizons 1 (1): 14–20.
Grossman, Hershel I. 1991. “A General Equilibrium Model of Insurrections.” American Economic
Review 81 (4): 912–21.
Grygiel, Julie. 2007. “Kosovo Dairy Value Chain Case Study: Guided Case Studies In Value Chain
Development For Conflict-Affected Environments.” Micro Report 95, U.S. Agency for International
Development, Washington, DC.
Guerrero, Rodrigo. 2006. “Violence Prevention Through Multi-sectoral Partnerships: The Cases of Calí
and Bogotá.” African Safety Promotion: A Journal of Injury and Violence Prevention 4 (2): 88–98.
Guggenheim, Scott. 2011. “Community Driven Development versus Flexible Funding to Communities
in Conflict and Post-conflict Environments.” Background note for the WDR 2011.
Gurr, Ted R. 1970. Why Men Rebel. Princeton, NJ: Princeton University Press.
Hanson, Stephanie. 2010. “Combating Maritime Piracy.” Council on Foreign Relations, Washing-
ton, DC.
Harbom, Lotta, and Peter Wallensteen. 2010. “Armed Conflicts, 1946–2009.” Journal of Peace Research
47 (4): 501–09.
Harild, Niels, and Asger Christensen. 2010. “The Development Challenge of Finding Durable Solutions
for Refugees and Internally Displaced People.” Background note for the WDR 2011.
Harriott, Anthony. 2004. Understanding Crime in Jamaica: New Challenges for Public Policy. Kingston,
Jamaica: University of West Indies Press.
———. 2008. Organized Crime and Politics in Jamaica: Breaking the Nexus. Kingston, Jamaica: Canoe
Press, University of West Indies.
Hegre, Håvard, and Nicholas Sambanis. 2006. “Sensitivity Analysis of Empirical Results on Civil War
Onset.” Journal of Conflict Resolution 50 (4): 508–35.
Hewitt, J. Joseph, Jonathan Wilkenfeld, and Ted R. Gurr. 2010. Peace and Conflict 2010. Boulder, CO:
Paradigm Publishers.
Hirshleifer, Jack. 1995. “Anarchy and Its Breakdown.” Journal of Political Economy 103 (1): 26–52.
Hoeffler, Anke, Sarah von Billerbeck, and Syeda S. Ijaz. 2010. “Post-conflict Recovery and Peace
Building.” Background paper for the WDR 2011.
Hoff, Karla, and Joseph E. Stiglitz. 2008. “Exiting a Lawless State.” Economic Journal 118 (531): 1474–97.
Visão geral 49
Human Security Report Project (eds). Forthcoming. Human Security Report 2009/2010: The Causes of
Peace and the Shrinking Costs of War. Vancouver: Human Security Report Project.
India Ministry of Rural Development. 2005. “The Mahatma Gandhi National Rural Employment
Guarantee Act.” Government of India, New Delhi. http://www.nrega.nic.in.
———. 2010. “Background Material for the World Development Report on Conflict, Security and
Development.” Background note for the WDR 2011.
Institute for State Effectiveness. 2007. “Kosovo, Developing a Strategy for the Future.” Institute for State
Effectiveness, Washington, DC.
Internal Displacement Monitoring Centre. 2008. “Internal Displacement: Global Overview of Trends
and Developments in 2007.” Internal Displacement Monitoring Centre of the Norwegian Refugee
Council, Geneva.
International Centre for the Prevention of Crime. 2005. “Urban Crime Prevention and Youth at Risk:
Compendium of Promising Strategies and Programmes from Around the World.” Paper presented
at the 11th United Nations Congress on Crime and Criminal Justice. Bangkok, April 18–25.
International Crisis Group. 2008. “Kenya in Crisis.” Africa Report 137, International Crisis Group,
Brussels.
International Dialogue on Peacebuilding and Statebuilding. 2010. “Dili Declaration and Annex:
Statement by the g7+.” International Dialogue on Peacebuilding and Statebuilding, Dili.
Johnston, Michael. 2010. “Anti-Corruption Strategies in Fragile States.” Background paper for the
WDR 2011.
Kambuwa, Marvin, and Malcolm Wallis. 2002. “Performance Management and Integrated
Development Planning in South Africa.” Paper presented at the 24th Round Table Conference of
the African Association for Public Administration and Management, Maseru, November 25–29.
Kang, David. 2002. Crony Capitalism: Corruption and Development in South Korea and the Philippines.
Cambridge, U.K.: Cambridge University Press.
Kaufmann, Daniel, Aart Kraay, and Massimo Mastruzzi. 2010. “Governance Matters 2009: Worldwide
Governance Indicators 1996–2008.” World Bank, Washington, DC.
Kawagoe, Toshihiko. 1999. “Agricultural Land Reform in Postwar Japan: Experiences and Issues.”
Policy Research Working Paper 2111, World Bank, Washington, DC.
Keefer, Philip. 2008. “Insurgency and Credible Commitment in Autocracies and Democracies.” The
World Bank Economic Review 22 (1): 33–61.
Kharas, Homi. 2008. “Measuring the Cost of Aid Volatility.” Wolfensohn Centre for Development
Working Paper 3, Brookings Institution, Washington, DC.
Kimberley Process Certification Scheme. 2010. “The Kimberley Process.” Kimberley Process
Certification Scheme, Kinshasa. http://www.kimberleyprocess.com.
Lacina, Bethany, and Nils P. Gleditsch. 2005. “Monitoring Trends in Global Combat: A New Dataset of
Battle Deaths 2005.” European Journal of Population 21 (2–3): 145–66.
Leslie, Glaister. 2010. “Confronting the Don: The Political Economy of Gang Violence in Jamaica.”
Small Arms Survey, Graduate Institute of International and Development Studies, Geneva.
Llorente, Maria V., and Angela Rivas. 2005. “Case Study of Reduction of Crime in Bogotá: A Decade of
Citizen’s Security Policies.” World Bank Policy Research Working Paper, Washington, DC.
Loayza, Norman, Pablo Fajnzylber, and Daniel Lederman. 2002a. “Inequality and Violent Crime.”
Journal of Law and Economics 45 (1): 1–40.
———. 2002b. “What Causes Violent Crime?” European Economic Review 46 (7): 1323–57.
Martin, Philippe, Thierry Mayer, and Mathias Thoenig. 2008. “Civil Wars and International Trade.”
Journal of the European Economic Association 6: 541–55.
Mason, Ann. 2003. “Colombia’s Democratic Security Agenda: Public Order in the Security Tripod.”
Security Dialogue 34 (4): 391–409.
McNeish, John-Andrew. 2010. “Natural Resource Management: Rethinking Resource Conflict.”
Background paper for the WDR 2011.
Menkhaus, Ken. 2006. “Governance without Government in Somalia: Spoilers, State Building, and the
Politics of Coping.” International Security 31 (3): 74–106.
———. 2010. “Somalia and the Horn of Africa.” Background paper for the WDR 2011.
Messick, Richard. 2011. “Anti-Corruption Approaches in Nigeria and Haiti.” Background note for the
WDR 2011.
50 R E L AT Ó R I O D O D E S E N V O LV I M E N T O M U N D I A L 2 0 1 1
Messner, Steven F., Lawrence E. Raffalovich, and Peter Shrock. 2002. “Reassessing the Cross-National
Relationship between Income Inequality and Homicide Rates: Implications of Data Quality Control
in the Measurement of Income Distribution.” Journal of Quantitative Criminology 18 (4): 377–95.
Murdoch, James C., and Todd Sandler. 2002. “Economic Growth, Civil Wars, and Spatial Spillovers.”
Journal of Conflict Resolution 46 (1): 91–110.
Murshed, S. Mansoob, and Mohammad Z. Tadjoeddin. 2007. “Reappraising the Greed and Grievance
Explanations for Violent Internal Conflict.” Research Working Paper 2, MICROCON, Brighton,
U.K.
Narayan, Deepa, and Patti Petesch, eds. 2010. Moving Out of Poverty: Rising from the Ashes of Conflict.
Washington, DC: World Bank.
National Counter Terrorism Center. 2010. “Worldwide Incidents Tracking System.” National Counter
Terrorism Center, McLean, VA. http://wits.nctc.gov.
Neumayer, Eric. 2003. “Good Policy Can Lower Violent Crime: Evidence from a Cross-National Panel
on Homicide Rates, 1980-97.” Journal of Peace Research 40 (6): 619–40.
Nilsson, Desirée, and Anna K. Jarstad. 2008. “From Words to Deeds: The Implementation of Power-
Sharing Pacts in Peace Accords.” Conflict Management and Peace Science 25 (3): 206–23.
North, Douglass C., John J. Wallis, and Barry R. Weingast. 2009. Violence and Social Orders: A
Conceptual Framework for Interpreting Recorded Human History. New York: Cambridge University
Press.
Odendaal, Andries. 2010. “Local Peacebuilding in Ghana.” Paper presented at the Experience-sharing
Seminar on Building Infrastructures for Peace. Naivasha, Kenya, February 2.
OECD (Organisation for Economic Co-operation and Development). 2010a. “Do No Harm:
International Support for Statebuilding.” OECD, Paris.
———. 2010b. “OECD. Stat Extracts”. OECD, Paris. http://stats.oecd.org/Index.aspx?
———. 2010c. “South-South Cooperation in the Context of Aid Effectiveness: Telling the Story of
Partners Involved in More Than 110 Cases of South-South and Triangular Cooperation.” OECD,
Paris.
———. 2010d. “The State’s Legitimacy in Fragile Situations: Unpacking Complexity.” OECD, Paris.
———. 2010e. “Transition Financing: Building a Better Response.” OECD, Paris.
———. 2011. “Supporting Statebuilding in Situations of Conflict and Fragility: Policy Guidance.”
OECD, Paris.
OECD-DAC (Organisation for Economic Co-operation and Development-Development Assistance
Committee). 2006. “Whole of Government Approaches to Fragile States.” OECD-DAC, Paris.
———. 2007. “OECD DAC Handbook on Security System Reform: Supporting Security and Justice.”
OECD, Paris.
———. 2008. “Scaling Up: Aid Fragmentation, Aid Allocation, and Aid Predictability: Report of 2008
Survey of Aid Allocation Policies and Indicative Forward Spending Plans.” OECD-DAC, Paris.
———. 2010. “Aid Risks in Fragile and Transitional Contexts: Key Messages from the Forthcoming
Publication Aid Risks in Fragile and Transitional Contexts.” The International Network on Conflict
and Fragility, OECD-DAC, Paris.
Ojielo, Ozonnia. 2007. “Designing an Architecture for Peace: A Framework of Conflict Transformation
in Ghana.” Paper presented at the First Biennial Conference and General Assembly of the Society
for Peace Studies and Practice. Abuja, January 22.
Otocan, Mariano. 2010. “Euroregion as a Mechanism for Strengthening Trasfrontier and Interregional
Co-operation: Opportunities and Challenges.” Paper presented at the European Commission
for Democracy Through Law (Venice Commission) and Council of Europe: Interregional and
Transfrontier Co-operation: Promoting Democratic Stability and Development. Trieste, Italy,
February 22.
Peixoto, Betânia T., Mônica V. Andrade, and João P. Azevedo. 2007. “Avaliação Do Programa Fica
Vivo No Município De Belo Horizonte.” Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em
Economia, Rio de Janeiro.
Powell, Jonathan M., and Clayton L. Thyne. Forthcoming. “Global Instances of Coups from 1950 to
Present: A New Dataset.” Journal of Peace Research.
Presidencia República de Colombia. 2010. “La Agencia Presidencial para la Acción Social y la
Cooperation Internacional.” Presidencia República de Colombia, Bogotá.
Visão geral 51
Pritchett, Lant, and Frauke de Weijer. 2010. “Fragile States: Stuck in a Capability Trap?” Background
paper for the WDR 2011.
Republic of Lebanon Ministry of Environment. 1999. “Lebanon’s First National Communication
Report.” Government of Lebanon, Beirut.
Riascos, Alvaro J., and Juan Vargas. 2004. “Violence and Growth in Colombia: What Do We Know
After 10 Years of Quantitative Research?” Webpondo Edición No.11.
Rohland, Klaus, and Sarah Cliffe. 2002. “The East Timor Reconstruction Programme: Successes,
Problems and Tradeoffs.” CPR Working Paper 26361, World Bank, Washington, DC.
Ross, Michael. 2003. “The Natural Resource Curse: How Wealth Can Make You Poor.” In Natural
Resources and Violent Conflict, ed. Ian Bannon and Paul Collier. Washington, DC: World Bank.
Salehyan, Idean., and Kristian S. Gleditsch. 2006. “Refugees and the Spread of Civil War.” International
Organization 60: 335–66.
Sambanis, Nicholas. 2004. “What is Civil War? Conceptual and Empirical Complexities of an
Operational Definition.” Journal of Conflict Resolution 48 (6): 814–58.
Satyanath, Shankar, Edward Miguel, and Ernest Sergenti. 2004. “Economic Shocks and Civil Conflict:
An Instrumental Variables Approach.” Journal of Political Economy 112 (4): 725–53.
Scanteam. 2010. “Flexibility in the Face of Fragility: Programmatic Multi-Donor Trust Funds in Fragile
and Conflict-Affected Situations.” World Bank, Washington, DC.
Schneider, Friedrich, Andreas Buehn, and Claudio E. Montenegro. 2010. “New Estimates for the
Shadow Economies All over the World.” International Economic Journal 24 (4): 443–61.
Shin, Gi-Wook. 2006. “Agrarian Roots of Korean Capitalism.” In Transformations in Twentieth Century
Korea, ed. Yuk-Shik Chang and Steven H. Lee. New York: Routledge.
Skaperdas, Stergios. 1996. “Contest Success Functions.” Economic Theory 7: 283–90.
Skaperdas, Stergios, Rodrigo Soares, Alys Willman, and Stephen C. Miller. 2009. “The Costs of
Violence.” World Bank, Washington, DC.
Special Inspector General for Iraq Reconstruction. 2009. “Hard Lessons: The Iraq Reconstruction
Experience.” Superintendent of Documents, U.S. Independent Agencies and Commissions,
Washington, DC.
Stedman, Stephen. 1996. “Negotiation and Mediation in Internal Conflict.” In The International
Dimensions of Internal Conflict, ed. Michael E. Brown. Cambridge, MA: Center for Science and
International Affairs, John F. Kennedy School of Government, Harvard University.
Stewart, Frances. 2010. “Horizontal Inequalities as a Cause of Conflict: A Review of CRISE Findings.”
Background paper for the WDR 2011.
Stewart, Patrick, and Kaysie. Brown. 2007. Greater than the Sum of its Parts?: Assessing “Whole of
Government” Approaches to Fragile States. Boulder, CO: International Peace Academy.
Sundberg, Ralph. 2008. “Collective Violence 2002–2007: Global and Regional Trends.” In States in
Armed Conflict 2007, ed. Lotta Harbom and Ralph Sundberg. Uppsala: Universitetstryckeriet.
Toft, Monica D. 2003. The Geography of Ethnic Violence: Identity, Interests, and the Indivisibility of
Territory. Princeton, NJ: Princeton University Press.
UN (United Nations). 2006. “Agreement between the United Nations and the State of Guatemala on
the Establishment of an International Commission Against Impunity in Guatemala.” UN, Geneva.
UN Assistance Mission in Afghanistan, and UNOHCHR (Office of the High Commissioner on Human
Rights). 2010. “Harmful Traditional Practices and Implementation of the Law on Elimination of
Violence against Women in Afghanistan.” UN Assistance Mission in Afghanistan; and UNOHCHR,
Kabul.
UNDPKO (UN Department of Peacekeeping Operations). 2010a. “Haiti Police Reform.” Background
note for the WDR 2011.
———. 2010b. “List of Operations.” UNDPKO, New York.
———. 2010c. “United Nations Peacekeeping Fact Sheet.” UNDPKO, New York.
UNDPA (UN Department of Political Affairs). 2010. “Input to World Development Report on the
Theme of Fragility and Conflict: Conflict prevention efforts in West Africa.” Background note for
the WDR 2011.
UNDP (UN Development Programme). 2006. “El Costo Económico de la Violencia en Guatemala.”
UNDP, Guatemala City.
UNICEF (UN Children’s Fund). 2004. “The Situation of Women and Girls: Facts and Figures.”
UNICEF, New York.
52 R E L AT Ó R I O D O D E S E N V O LV I M E N T O M U N D I A L 2 0 1 1
UN Interagency Framework for Coordination on Preventive Action. 2010. “The United Nations
Interagency Framework Team for Preventive Action.” UN Interagency Framework Team for
Preventive Action, New York.
UNOHCHR (UN Office of the High Commissioner for Human Rights). 2006. “Rule of Law Tools for
Post-Conflict States: Truth Commissions.” UNOHCHR, Geneva.
———. 2010. “Voice of Victims: Transitional Justice in Nepal.” UNOHCHR, Geneva.
UNODC (UN Office on Drugs and Crime). 2007. “Crime and Development in Central America:
Caught in the Crossfire.” UNODC, Vienna.
———. 2010a. “The Globalization of Crime: The Threat of Transnational Organized Crime.” UNODC,
Vienna.
———. 2010b. “World Drug Report 2010.” UNODC, Vienna.
UNODC (UN Office on Drugs and Crime), and World Bank. 2007. “Crime, Violence, and Development:
Trends, Costs, and Policy Options in the Caribbean.” UNODC; and the Latin America and the
Caribbean Region, World Bank, Washington, DC.
UNFPA (UN Population Fund). 2001. “The Impact of Conflict on Women and Girls: A Consultative
Meeting on Mainstreaming Gender in Areas of Conflict and Reconstruction.” UNFPA, Bratislava.
U.S. Committee for Refugees and Immigrants. 2009. “World Refugee Survey 2009.” U.S. Committee for
Refugees and Immigrants, Washington DC.
U.S. Energy Information Administration. 2011. “Petroleum and Other Liquids.” Independent Statistics
and Analysis, U.S. Energy Information Administration, Washington, D.C.
Verdú, Rodrigo G., Wendy Cunningham, Linda McGinnis, Cornelia Tesliuc, and Dorte Verner. 2008.
Youth at Risk in Latin America and the Caribbean. Understanding the Causes, Realizing the Potential.
Washington, DC: World Bank.
Walter, Barbara F. 2010. “Conflict Relapse and the Sustainability of Post-conflict Peace.” Background
paper for the WDR 2011.
Women’s Refugee Commission. 2009. “Refugee Girls: The Invisible Faces of War.” Women’s Refugee
Commission, New York.
World Bank. 1999. “Aid Coordination and Post-conflict Reconstruction: The West Bank and Gaza
Experience.” Precís 185, Operations Evaluation Department, World Bank, Washington, DC.
———. 2008. “Republic of Lebanon: Electricity Sector Public Expenditure Review.” World Bank,
Washington, DC.
———. 2009. “Lebanon: Social Impact Analysis For the Electricity and Water Sectors.” World Bank,
Washington, DC.
———. 2010a. “Enterprise Surveys.” World Bank, Washington, DC. http://www.enterprisesurveys.org.
———. 2010b. Global Monitoring Report 2010: The MDGs After the Crisis. Washington, DC: World
Bank.
———. 2010c. “Violence in the City: Understanding and Supporting Community Responses to Urban
Violence.” World Bank, Washington, DC.
World Bank, and ADB (Asian Development Bank). 2010. “Post Crisis Needs Assessment.” World Bank
and ADB, Islamabad.
Zoellick, Robert. 2010. “Keynote Speech at the International Institute for Strategic Studies Sixth Global
Strategic Review Conference.” International Institute for Strategic Studies, Washington, D.C.
Agradecimentos
Este Relatório foi preparado por uma equipe central liderada por Sarah Cliffe e Nigel Roberts
e composta por Erik Alda, David Andersson, Kenneth Anye, Holly Benner, Natalia Cieslik, Ivan
Crouzel, Markus Kostner, Daniel Maree, Nicholas Marwell, Gary Milante, Stephen Ndegwa,
Nadia Selim, Pia Simonsen, Nicholas van Praag, Suranjan Weeraratne e Nikolas Win Myint. Bruce
Jones foi Auditor Externo Sênior da equipe e fez importantes contribuições, assim como James
Fearon, Jack Goldstone e Lant Pritchett.
Bruce Ross-Larson foi o editor-chefe.
Relatório do Desenvolvimento Mundial 2011 é copatrocinado pela Economia do
Desenvolvimento (DEC) e Política Operacional e Serviços aos Países (OPC). O trabalho foi reali-
zado sob a orientação geral de Justin Yifu Lin na DEC e Jeffrey Gutman e Joachim von Amsberg
na OPC. Caroline Anstey, Hassan Cisse, Shahrokh Fardoust, Varun Gauri, Faris Hadad-Zervos,
Ann Harrison, Karla Hoff, Phillip Keefer, Anne-Marie Leroy, Rui Manuel de Almeida Coutinho,
Alastair McKechnie, Vikram Raghavan e Deborah Wetzel também prestaram valiosa orientação.
A equipe do WDR estende um agradecimento especial ao Grupo do Banco Mundial para Países
Frágeis e Afetados por Conflitos (OPCFC) e à Equipe de Peritos Globais para Países Frágeis e
Afetados por Conflitos (FCS GET) por suas amplas contribuições e feedback ao longo do processo
de desenvolvimento do WDR.
Um Conselho Consultivo formado por Madeleine Albright, Louise Arbour, Lakhdar Brahimi,
Mohamed Ibn Chambas, Paul Collier, Nitin Desai, Carlos Alberto dos Santos Cruz, Martin
Griffiths, Mohamed “Mo” Ibrahim, H.E. Paul Kagame, Ramtane Lamamra, Shivshankar Menon,
Louis Michel, Jorge Montaño, Jay Naidoo, Kenzo Oshima, Surin Pitsuwan, Zeid Ra’ad Al-Hussein,
Marta Lucía Ramírez de Rincón, H.E. Ellen Johnson Sirleaf, Dmitri Trenin, Wu Jianmin e George
Yeo fornecu ampla e excelente consultoria.
O Presidente do Banco Mundial, Robert B. Zoellick, contribuiu com orientação e comentários.
Muitas outras pessoas de dentro e de fora do Banco Mundial colaboraram com comentários
e sugestões. O Grupo de Dados sobre o Desenvolvimento contribuiu para os dados anexos e foi
responsável pelos Indicadores Selecionados de Desenvolvimento Mundial.
A equipe foi amplamente beneficiada por uma grande variedade de consultas. Foram reali-
zadas reuniões no Afeganistão, Áustria, Austrália, Bélgica, Canadá, China, Colômbia, República
Democrática do Congo, Dinamarca, Egito, Etiópia, França, Alemanha, Haiti, Índia, Indonésia,
Iraque, Itália, Japão, Quênia, Líbano, Mali, México, Nepal, Holanda, Noruega, Paquistão,
Ruanda, Arábia Saudita, África do Sul, Espanha, Sudão, Suécia, Suíça, Timor Leste, Reino Unido,
Estados Unidos, Cisjordânia e Gaza, Iêmen. A equipe deseja agradecer aos participantes desses
workshops, videoconferências e debates on-line que incluíram formuladores de política, autori-
dades governamentais e representantes de organizações não-governamentais, da sociedade civil
e do setor privado.
A equipe gostaria de agradecer o generoso apoio da União Africana, Associação das Nações
do Sudeste da Ásia, União Europeia, Governo da Austrália, Governo do Canadá, Governo da
China, Governo da Dinamarca, Governo da Finlândia, Governo da Alemanha, Governo do Japão,
Governo do México, Governo da Holanda, Governo da Noruega, Governo da Suécia, Governo da
Suíça, Governo do Reino Unido, Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
e Nações Unidas.
53
54 R E L AT Ó R I O D O D E S E N V O LV I M E N T O M U N D I A L 2 0 1 1
Este relatório baseia-se em uma ampla série de documentos do Banco Mundial e em inúmeras
fontes externas. Contribuíram para a análise de antecedentes: Beatriz Abizanda, Rede de
Desenvolvimento Aga Khan, Nathalie Alvarado, Sanam Naraghi-Anderlini, Matthew Andrews,
Jairo Arboleda, Paul Arthur, Claus Astrup, Alexandra Avdeenko, Kathryn Bach, Mark Baird,
Patrick Barron, Peter Bartu, Christina Biebesheimer, Arthur G. Blundell, Morten Bøås, Saswati
Bora, James Boyce, Henk-Jan Brinkman, Tilman Brück, Rex Brynen, Iride Ceccacci, Brian Center,
Pinki Chaudhuri, Asger Christensen, James Cockayne, Blair Glencorse, Tara Cooper, Maria C.
Correia, David Craig, Christopher Cramer, Martha Crenshaw, Olivia D’Aoust, Victor A.B. Davies,
Pablo de Greiff, Alex de Waal, Dimitri F. De Pues, Frauke de Weijer, Christopher Delgado, Gabriel
Demombynes, Deval Desai, Peter Dewees, Sinclair Dinnen, Le Dang Doanh, Barry Eichengreen,
Gregory Ellis, Sundstøl Eriksen, FAFO, Alexander Evans, Doug Farah, Edgardo Favaro, James D.
Fearon, Ministério das Relações Exteriores da Finlândia, Hedda Flatø, Shepard Forman, Paul
Francis, Anthony Gambino, Esther Garcia, Scott Gates, Alan Gelb, Luigi Giovine, Jack A.
Goldstone, Margarita Puerto Gomez, Sonja Grimm, Jean-Marie Guehenno, Scott Guggenheim,
Debarati Guha-Sapir, Paul-Simon Handy, Bernard Harborne, Niels Harild, Emily Harwell, Håvard
Hegre, Cullen S. Hendrix, Anke Hoeffler, Karla Hoff, Richard Horsey, Fabrice Houdart, Yasheng
Huang, Elisabeth Huybens, Banco Interamericano do Desenvolvimento, Syeda S. Ijaz, Horst
Intscher, Kremena Ionkova, Michael Jacobson, Prashant Jha, Agência de Cooperação Internacional
do Japão (JICA), Michael Johnston, Patricia Justino, Tarcisius Kabutaulaka, Gilbert Khadaglia,
Anne Kielland, Robert Krech, Christof P. Kurz, Sarah Laughton, Constantino Lluch, Norman V.
Loayza, Clare Lockhart, Megumi Makisaka, Alexandre Marc, Keith Martin, Omar McDoom,
Mike McGovern, John-Andrew McNeish, Pratap Bhanu Mehta, Kenneth Menkhaus, Richard
Messick, Nadir Mohammed, Hannah Nielsen, Håvard Mokleiv Nygård, David Pearce, Mary
Porter Peschka, Nicola Pontara, Douglas Porter, Ministry of Foreign Affairs of Portugal, Monroe
Price, Habib Rab, Clionadh Raleigh, Martha Ramirez, Anne Sofie Roald, Paula Roque, Narve
Rotwitt, Caroline Sage, Yezid Sayigh, Mark Schneider, Richard Scobey, Jake Sherman, Sylvana Q.
Sinha, Judy Smith-Höhn, Joanna Spear, Anna Spenceley, Radhika Srinivasan, Frances Stewart,
Håvard Strand, Scott Straus, Nicole Stremlau, Naotaka Sugawara, Deepak Thapa, Åge Tiltnes,
Monica Toft, Robert Townsend, Bakary Fouraba Traore, Keiichi Tsunekawa, Programa das Nações
para o Desenvolvimento(PNUD), Departamento de Operações da Missão de Paz das Nações
Unidas (UNDPKO), Departamento de Assuntos Políticos das Nações Unidas (UNDPA), Bernice
van Bronkhorst, Philip Verwimp, Joaquin Villalobos, Sarah von Billerbeck, Henriette von
Kaltenborn-Stachau, Barbara F. Walter, Jusuf Wanandi, Xueli Wang, Clay Wescott, Teresa
Whitfield, Alys Willman, Michael Woolcock, Michael Wyganowski, Kohei Yoshida.
Os documentos de referência do Relatório estão disponíveis na Internet, no endereço www.
worldbank.org/wdr2011 ou por intermédio do escritório do Relatório sobre o Desenvolvimento
Mundial. As opiniões expressas nestes documentos não refletem necessariamente aquelas do
Banco Mundial ou deste Relatório.
Muitas pessoas de dentro e de fora do Banco Mundial contribuíram com comentários para a
equipe. Comentários, orientação e contribuições foram fornecidas por Patricio Abinales, Ségolène
Adam, James W. Adams, Douglas Addison, Ozong Agborsangaya-Fiteu, Sanjeev S. Ahluwalia,
Ahmad Ahsan, Bryant Allen, Noro Andriamihaja, Edward Aspinall, Laura Bailey, Bill Battaile,
55
56 R E L AT Ó R I O D O D E S E N V O LV I M E N T O M U N D I A L 2 0 1 1
Ferid Belhaj, Eric Bell, Christina Biebesheimer, Anna Bjerde, Brian Blankespoor, Chris Blattman,
Edith H. Bowles, Mike Bourke, Sean Bradley, Cynthia Brady, Anne Brown, Gillie Brown, Colin
Bruce, Paola Buendia, Roisín de Burca, William Byrd, Charles Call, Otaviano Canuto, Michael
Carnahan, Francis Carneiro, Paloma Anos Casero, Mukesh Chawla, Judy Cheng-Hopkins, Fantu
Cheru, Punam Chuhan-Pole, Laurence Clarke, Kevin Clements, Cybèle Cochran, Departamento
Nacional de Planeación (DNP) da Colômbia, Daniele Conversi, Louise Cord, Pamela Cox, Jeff
Crisp, Geoffrey Dabelko, Beth Daponte, Monica Das Gupta, Elisabeth David, Martin David,
John Davidson, Scott Dawson, Shanta Devarajan, James Dobbins, Joost Draaisma, Gregory
Keith Ellis, Ibrahim Elbadawi, Obiageli Kathryn Ezekweli, Kene Ezemenari, Judith Fagalasuu,
Oscar Fernandez-Taranco, Ezzedine Choukri Fishere, Cyprian F. Fisiy, Ariel Fiszbein, Robert
L. Floyd, Verena Fritz, Francis Fukuyama, Ivor Fung, Varun Gauri, Madhur Gautam, Germany’s
Deutscher Gesellschaft für Technische Zusammenarbeit (GTZ), Coralie Gevers, Indermit S. Gill,
Chiara Giorgetti, Giorgia Giovannetti, Edward Girardet, Jack Goldstone, Kelly Greenhill, Pablo de
Greiff, Scott E. Guggenheim, Tobias Haque, Bernard Harborne, David Harland, Jenny Hedman,
Joel Hellman, Bert Hofman, Virginia Horscroft, Elisabeth Huybens, Elena Ianchovichina,
Patchamuthu Illangovan, Sana Jaffrey, Martin Jelsma, Emmanuel E. Jimenez, Hilde Johnson, Mary
Judd, Sima Kanaan, Alma Kanani, Phil Keefer, Caroline M. Kende-Robb, Homi Kharas, Young
Chul Kim, Mark Kleiman, Steve Knack, Sahr Kpundeh, Aart Kraay, Keith Krause, Aurélien Kruse,
Arvo Kuddo, Sibel Kulaksiz, Julien Labonne, Tuan Le, Theodore Leggett, René Lemarchand,
Anne-Marie Leroy, Brian Levy, Esther Loening, Ana Paula Fialho Lopes, Chris Lovelace, Andrew
Mack, Charles Maier, Sajjad Malik, David Mansfield, Alexandre Marc, Roland Marchal, Ernesto
May, Alastair McKechnie, Dave McRae, Pratap Mehta, Piers Merrick, Jeffrey Miron, Peter
Moll, Mick Moore, Adrian Morel, Edward Mountfield, Robert Muggah, Izumi Nakamitsu, Eric
Nelson, Carmen Nonay, Antonio Nucifora, Liam O’Dowd, the OECD/International Network
on Conflict and Fragility (OECD/INCAF), Adyline Waafas Ofusu-Amaah, Patti O’Neill, Robert
Orr, Marina Ottaway, Phil Oxhorn, Kiran Pandey, Andrew Parker, Martin Parry, Borany Penh,
Nadia Piffaretti, Nicola Pontara, Rae Porter, Ben Powis, Giovanna Prennushi, Gérard Prunier,
Vikram Raghavan, Bassam Ramadan, Peter Reuter, Joey Reyes, Dena Ringold, David Robalino,
Michael Ross, Mustapha Rouis, Jordan Ryan, Joseph Saba, Abdi Samatar, Nicholas Sambanis,
Kirsti Samuels, Jane Sansbury, Mark Schneider, Colin Scott, John Sender, Yasmine Sherif,
Janmejay Singh, David Sislen, Eduardo Somensatto, Radhika Srinivasan, Scott Straus, Camilla
Sudgen, Vivek Suri, Agência Suíça de Desenvolvimento e Cooperação (SDC), Almamy Sylla,
Stefanie Teggemann, Thomas John Thomsen, Martin Tisné, Alexandra Trzeciak-Duval, Anne
Tully, Carolyn Turk, Oliver Ulich, Departamento de Desenvolvimento Internacional do Reino
Unido (DFID), Agência de Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos(USAID), Peter
Uvin, Manuel Vargas, Antonius Verheijen, Thierry Vircoulon, M. Willem van Eeghen, Axel van
Trotsenburg, Juergen Voegele, Femke Vos, Tjip Walker, John Wallis, El Ghassim Wane, Dewen
Wang, Achim Wennmann, Alys Willman, Andreas Wimmer, Susan Wong, Rob Wrobel, Tevfik
Yaprak e Philip Zelikow.
Somos gratos a pessoas de lugares de todo o mundo que participaram e forneceram seus
comentários. Além disso, agradecemos a blogueiros convidados e ao público em geral que se
conectaram ao nosso blog: http://blogs.worldbank.org/conflict/.
Apesar dos esforços para elaborar uma lista abrangente, é possível que algumas pessoas que
colaboraram tenham sido inadvertidamente omitidas. A equipe pede desculpas por quaisquer
equívocos e reitera sua gratidão a todos os que contribuíram para este relatório.
Sumário de Relatório sobre o Desenvolvimento
Mundial de 2011
Prefácio
Contexto e estrutura
Glossário
Nota sobre metodologia
Abreviações e notas sobre dados
Visão Geral
Nota bibliográfica
Referências
Indicadores selecionados
Indicadores Selecionados do Desenvolvimento Mundial
Índice
58
Four easy ways to order
Phone: Mail:
Online: Fax:
+1-703-661-1580 or P.O. Box 960
www.worldbank.org/publications +1-703-661-1501
1-800-645-7247 Herndon, VA 20172-0960, USA
MAILING ADDRESS
METHOD OF PAYMENT
Name
Charge my
Organization
Visa Mastercard American Express
Address
Credit card number
City
Expiration date
State Zip
Name
Country
Signature
Phone
Enclosed is my check in US$ drawn on a U.S. bank and
Fax
made payable to the World Bank
Email
O risco de alto índice de violência é maior quando altos níveis de tensão são
associados a instituições nacionais deficientes e ilegítimas. As sociedades são
vulneráveis quando suas instituições são incapazes de proteger os cidadãos de
abusos, ou de garantir acesso equitativo à justiça e à oportunidade econômica.
Essas vulnerabilidades são exacerbadas em países com grandes populações
jovens, desigualdade de renda crescente e injustiça perceptível. Os eventos
provocados por fatores externos, como infiltração de combatentes estrangeiros,
a presença de redes de tráfico ou choques econômicos, intensificam as tensões
que podem provocar a violência.
O WDR 2011 aproveita a experiência dos países que conseguiram fazer, com
sucesso, a transição da violência repetitiva, apontando para uma necessidade
específica de priorizar ações que gerem a confiança entre os Estados e o cidadãos
e desenvolver instituições que possam garantir segurança, justiça e empregos.
A capacidade do governo é crucial, mas a competência técnica sozinha é
insuficiente: as instituições e os programas devem ser responsáveis por seus
cidadãos, para terem legitimidade. A impunidade, a corrupção e os abusos de
direitos humanos claramente prejudicam confiança entre Estados e cidadãos e
aumenta os riscos de violência. A construção de instituições duradouras ocorre
em várias transições ao longo de uma geração e não significa convergir para
modelos institucionais do ocidente.
O WDR 2011 reúne as lições dos reformadores nacionais que fogem dos
repetitivos ciclos de violência. Ele defende um maior enfoque na ação preventiva
de modo contínuo, equilibrando uma concentração às vezes excessiva na
reconstrução pós-conflito. O Relatório baseia-se em novas pesquisas, estudos
de caso e consultas extensas com líderes e outros atores em todo o mundo. Ele
propõe um kit de ferramentas de opções para tratar da violência que pode ser
adaptado aos contextos locais, bem como às novas orientações da política
internacional, destinado a melhorar o apoio aos reformadores nacionais e a
enfrentar as tensões que emanam das tendências globais ou regionais para além
do controle de um país.
32566
BANCO MUNDIAL