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Resumo
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álcool esteve ligado nesta época à loucura, exemplo a defesa pela proibição do
à ociosidade, à pobreza e à imoralidade, casamento dos chamados degenerados.
por isso, os médicos membros da Liga Para Henrique Roxo (1925), os médicos
Brasileira de Higiene Mental, fundada em deveriam desaconselhar o casamento
1923 pelo psiquiatra Gustavo Riedel, entre pessoas não hígidas, a fim de evitar
desempenharam ao longo de sua prática que se criasse uma família de
uma série de campanhas antialcoólicas, “psychopathas”1, contendo assim o
afim de contribuir com a solução desse aumento no número de alienados nos
mal. hospícios.
Para justificar sua preocupação Júlio Dantas (1930), defendia a
com esse tipo de intoxicação, Afrânio indicação de um exame pré-nupcial2 a
Peixoto (1931, p. 233) apresenta dados todos os casais, afirmando que “não pode
estatísticos: “(...) dos suicidas, 30% são se reconhecer a um enfermo, a um
alcoólatras. Dos criminosos encarcerados degenerado, a um débil, a um intoxicado
43% praticaram o crime sob influência grave, o direito de perpetuar o seu
alcoólica. Em 100 bebedores, todos sofrimento, a sua deformidade e a sua
possíveis criminosos, dois terços acabam miséria. A geração atual tem obrigação de
de fato na prisão, nos hospícios ou na proteger e defender as gerações futuras”
mesa de autopsia”. Henrique Roxo (1925), (p.5). A ginecologista Juana M. Lopes
corroborava com o colega, afirmando que (1933) compartilhava da mesma opinião:
o surgimento da doença mental estava “a sociedade deve defender-se, afastando
relacionado ao abuso de álcool, que era a todo elemento nocivo à perfeição da raça,
causa de 30% das internações e se por sentimentalidade,
psiquiátricas. consideraríamos um horror a tal
destruição, não o será impedir que eles se
Os médicos higienistas
reproduzam” (p.105). Por isso defendia a
apostavam na educação como uma forma
proibição do casamento entre
de prevenir problemas dessa ordem. No
entanto, havia entre eles os que “psychopathas”.
acreditavam que as desordens da raça A proibição do casamento ou a
humana só seriam resolvidas com medidas exigência de um exame que atestasse as
eugênicas. Renato Kehl (1929) era condições para a procriação, não garantia,
enfático: a diminuição da imperfeição contudo, que os tidos como não aptos a
humana só se daria através do recurso procriar não o fizessem. A solução ideal
eugênico do melhoramento genético da para conter a proliferação de degenerados
humanidade. Não havia outro caminho. era, segundo os eugenistas, a esterilização.
A proposta era bastante polêmica e
Gustavo Rezende (1925) era um
encontrou resistência da sociedade,
dos que salientava a importância da
sobretudo da Igreja. Mas para os
eugenia para a conter a produção dos
eugenistas que a defendiam, o bem
distúrbios mentais, que, de acordo com
coletivo deveria se sobrepor a questões
ele, eram causados pela hereditariedade.
individuais. Era o aprimoramento da raça
Mirandolino Caldas (1929) também via na
humana, do povo brasileiro, que estava em
eugenia a chave de muitos problemas
jogo.
considerados sem solução.
Renato Kehl (1929) pregava nos
No que diz respeito às ações de
Boletins de Eugenia a esterilização como
cunho eugenista encorajadas pelos
um meio de preservar de prole os sujeitos
médicos do período, temos como
1Um dos termos usados para denominar os 2Em 1934, o exame pré-nupcial passou a ser
doentes mentais. exigido pelo art. 145 da Constituição Federal do
Brasil.
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