Sólidos

O estado sólido é um estado da matéria cujas características são ter volume e

forma definidos (isto é, a matéria resiste à deformação). Dentro de um sólido, os átomos
ou as moléculas estão relativamente próximos, em uma ordenação espacial fixa, mas
isto não evita que o sólido se deforme ou comprima, já que toda matéria tem alguma
energia cinética, até os átomos do sólido mais rígido movem-se ligeiramente, num
movimento “invisível”.
Nos sólidos cristalinos, os átomos (ou moléculas) ocupam posições regularmente
distribuídas no espaço, constituindo uma rede regular chamada rede cristalina. Uma
base para classificar esses sólidos é a natureza das forças que mantém unidos os átomos
no ordenamento da rede cristalina. A energia de coesão dos átomos num cristal depende
das forças de ligação dominantes entre esses átomos. Podem ser classificado como:
iônicos, moleculares, covalentes ou metálicos.
Sólidos iônicos: neste tipo de sólido a rede cristalina está formada por íons
alternadamente positivos e negativos, resultantes da transferência de um elétron (ou
mais) de um tipo de átomo para o outro. Seu ponto de fusão costuma ser bastante alto e
não são bons condutores de eletricidade.
Sólidos moleculares: as unidades que ocupam os pontos reticulares são moléculas.
Dentro de cada molécula os átomos se mantêm unidos por meio de ligações covalentes.
As forças que atuam entre as moléculas geralmente são as forças de Van der Waals,
sendo as mais importantes as dipolo-dipolo e as forças de London. Costumam ter pontos
de fusão mais baixos, pois as forças intermoleculares são fracas e não são condutores de
eletricidade.
Sólidos covalentes: são uma rede tridimensional de átomos ligados entre si por ligações
covalentes. Não existe transferência de carga entre os átomos para formar íons, como no
caso dos cristais iônicos, mas um compartilhamento de pares de elétrons de valência
entre os átomos. São muito rígidos e maus condutores de eletricidade. Também pode ser
chamado de sólido atômico.
Sólidos metálicos: Um sólido metálico é formado a partir de átomos com alguns
elétrons fracamente ligados nas camadas mais externas, elétrons esses que passam a se
mover por todo o sólido quando de sua formação. Assim, um sólido metálico é
constituído por uma rede ordenada de íons positivos que são mantidos juntos por uma
espécie de nuvem de elétrons livres. São bons condutores de eletricidade.
Nos sólidos não cristalinos (amorfos), como o concreto, o asfalto, o vidro, a cera
e o plástico, a estrutura interna apresenta pouca regularidade, porém, externamente
comportam-se e se parecem com um sólido verdadeiro.

CRISTAIS

Uma das características dos sólidos é a formação de cristais, que podem ser
formados tanto em laboratório quanto encontrados na natureza. Considerando que é
necessário um crescimento extremamente lento em um meio uniforme para a formação
de um cristal perfeito e essas são condições difíceis de serem encontradas, é comum
encontrarmos defeitos nos cristais.
Defeitos lineares: são irregularidades onde cada átomo tem um número de coordenação
diferente do normal e que segue uma linha do cristal. Os mais comuns são os
deslocamentos em cunha ou helicoidais.
Deslocamento em cunha: camada de partículas que não tem continuidade dentro do
cristal.
Deslocamento helicoidal: camadas de átomos enroladas ao redor de um eixo que passa
através do cristal.
Defeitos pontuais:
Vazio: posição na qual um átomo, um íon está fora da sua posição no cristal.
Posição intersticial: partícula aprisionada entre posições cristalinas (podem ser de
átomos da própria espécie ou de espécie diferente).
Centro de cor: pigmenta cristais incolores.
Centros de impureza: átomos, íons ou moléculas estranhos em pontos do retículo. Em
alguns sólidos, dá origem à semicondutividade.
Defeitos planares: podem ser superfícies do cristal, limites de grãos ou falhas de
empilhamento.