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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO

ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE PARACATU – MINAS GERAIS

FERNANDO DOS SANTOS CARDOSO, brasileiro, casado,


administrador, portador do RG: 6464086 SSP MG, e inscrito no CPF
786115396-72, filho do Sr. Clarindo Cardoso da Mota e da Sr.ª Edna
Maria Santos Cardoso, residente e domiciliado à Rua Abadia Lemos do
Prado, nº: 259, Bairro Prado – Paracatu-MG, através do seu procurador
MIGUEL FRANCISCO DO SÊRRO OAB/MG 166.478, advogado, com
escritório profissional a rua Deputado Quintino Vargas, 474, 2º andar,
sala 2, CEP 38600-000 - Paracatu-MG, telefone (38)998514500, e e-mail:
miguelserro@yahoo.com.br, onde recebe intimações e notificações,
vem a presença de Vossa Excelência impetrar a presente

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE DAR COMBINDA COM PAGAMENTO DE


DANO MATERIAL E MORAL

Em face de IDEAL PLANEJAMENTO E CONSTRUTORA LTDA,


CNPJ 22.093.298/0001-64, com sede à Rua Américo Macedo, nº 32,
Centro, Paracatu – MG, pelos fatos e fundamentos a seguir dispostos:

PRELIMINARMENTE DA TUTELA DE URGÊNCIA

O fumus boni iuris consiste nos documentos apresentados


junto à exordial, em destaque o contrato de proposta, contrato adesivo e
a notificação com respetivos boletos de pagamentos quitados, com
apenas 09 (nove) prestações do total de 50 (cinquenta) descumpridas
pelo Requerente. Demonstrando por provas cabais o direito pleiteado na
presente peça inicial.

Por sua vez, o periculum in mora está configurado no risco


que corre o Requerente de que as pessoas que se encontram no imóvel
perpetuem no bem. Desse modo, é cabível a concessão da tutela
discutida, uma vez que com o passar do tempo poderá o Requerente
sofrer danos irreparáveis.

Levando em consideração que existem cláusulas abusivas que


retiram o direito de obter o bem pago em sua quase totalidade, bem
como a desestabilidade financeira que o Requerente sofrerá ao não ter
seu imóvel adquirido.

Requer que seja deferida a presente liminar, para que seja dado
ao Requerente, Inaudita altera pars, o direito de adimplir com o
restante da obrigação acordada para que querendo, venha a entrar na
posse do objeto do acordo. Aceitando ainda o Requerente, outro nas
mesmas condições do contrato.

DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

O Requerente é carente nos termos da Lei n.º1060 de


05/02/1950, porquanto incapaz de custear o processo sem prejuízo do
sustento próprio, não possuindo condições financeiras para arcar com as
custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo do seu
sustento e de sua família.

Nesse sentido, junta-se declaração de hipossuficiência. Por tais


razões, pleiteiam-se os benefícios da Justiça Gratuita, assegurados
pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e pela Lei 13.105/2015
(CPC), artigo 98 e seguintes.

DOS FATOS

O Requerente em 15/10/1997 assinou pré-contrato com a


Requerida avençando compra de um lote (terreno residencial) situado no
loteamento Primavera II, com 200 M2, cerca de dois meses após
efetivaram o negócio quando o Requerente recebeu da Requerida uma via
do contrato cuja cópia segue anexo, e dentre outras, trazia o contrato
cláusulas que à luz da justiça não podem ter valor, caso específico da
CLAUSULA QUINTA, especialmente o PARÁGRAFO TERCEIRO que aqui
transcrevemos:

“Se os outorgados compradores deixarem de pagar três


prestações consecutivas ou não, as quais esta(o) obrigado (s), fica
rescindido o presente contrato, sendo cancelado a averbação do mesmo,
independente de qualquer aviso, perdendo em benefício dos outorgantes
a titulo de aluguel, comissões, expediente e outras despesas, entrada
inicial e todas as prestações pagas referente ao imóvel (grifo e
negrito nossos), objeto da presente transação sem direito a qualquer
indenização (grifo e negrito nossos), bem como o uso precário do
imóvel.”

O Requerente pagou 40 (quarenta) das 50 (cinquenta)


prestações pactuadas, além do sinal pago por ocasião da assinatura do
pré-contrato. Assolado pela crise financeira, não teve à época, como
finalizar as demais 10 (nove) prestações restantes.
Como não se encontrava na posse do imóvel objeto da compra,
após algum tempo ao passar pelo local do terreno, notou que ele se
encontrava ocupado por outras pessoas a mando da Requerida, sem que
a mesma tivesse feito qualquer contato com o ora Requerente.

Após reequilibrar sua situação financeira o Requerente fez


contato com a Requerida com vistas a quitar as prestações devidas e
assumir a posse e propriedade do dito imóvel, todavia, a Requerida
manteve o imóvel ocupado por terceiros. Outra vez, o Requerente através
da NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL, cópia anexa, tentou assumir a
posse do terreno sendo que, novamente a Requerida nem mesmo
manifestou.

Destaca-se que, o Requerente tentou por várias vezes resolver


o problema diretamente com a Requerida através da loja em que fez o
contrato, porém não obteve êxito, sendo assim, não encontrou outra
solução a não ser impetrar ação judicial.

DO DIREITO

A presente demanda se baseia no dever do Requerido em


cumprir com o que foi oferecido, bem como não lesar o Requerente com
condutas unilaterais, tendo em vista que nos contratos de adesão como
este, o Requerente não tem condições de manifestar sua vontade.

É claro, o Princípio do protecionismo do Consumidor, quando diz


que é nula a cláusula abusiva que lesa o consumidor, gerando
enriquecimento ilícito para o vendedor. O vendedor agiu com má-fé,
impondo uma cláusula abusiva, desproporcional, desequilibrando a
relação do negócio e excessivamente onerosa para o consumidor.

Vejamos o artigo 51 do Código de Defesa do Consumidor:

Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as


cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de
produtos e serviços que:

I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a


responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer
natureza dos produtos e serviços ou impliquem
renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de
consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa
jurídica, a indenização poderá ser limitada, em
situações justificáveis;

II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da


quantia já paga, nos casos previstos neste código;
III - transfiram responsabilidades a terceiros;

IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas,


abusivas, que coloquem o consumidor em
desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis
com a boa-fé ou a eqüidade;

V - (Vetado);

VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em


prejuízo do consumidor;

VII - determinem a utilização compulsória de


arbitragem;
VIII - imponham representante para concluir ou realizar
outro negócio jurídico pelo consumidor;

IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o


contrato, embora obrigando o consumidor;

X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente,


variação do preço de maneira unilateral;

XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato


unilateralmente, sem que igual direito seja conferido
ao consumidor;

XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de


cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe
seja conferido contra o fornecedor;

XIII - autorizem o fornecedor a modificar


unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato,
após sua celebração;

XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas


ambientais;

XV - estejam em desacordo com o sistema de


proteção ao consumidor;

XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização


por benfeitorias necessárias.

§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a


vantagem que:
I - ofende os princípios fundamentais do sistema
jurídico a que pertence;

II - restringe direitos ou obrigações fundamentais


inerentes à natureza do contrato, de tal modo a
ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;

III - se mostra excessivamente onerosa para o


consumidor, considerando-se a natureza e conteúdo
do contrato, o interesse das partes e outras
circunstâncias peculiares ao caso.

§ 2° A nulidade de uma cláusula contratual


abusiva não invalida o contrato, exceto quando de sua
ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer
ônus excessivo a qualquer das partes.

§ 3° (Vetado).

§ 4° É facultado a qualquer consumidor ou entidade


que o represente requerer ao Ministério Público que
ajuíze a competente ação para ser declarada a nulidade
de cláusula contratual que contrarie o disposto neste
código ou de qualquer forma não assegure o justo
equilíbrio entre direitos e obrigações das partes.

É clarividente, que a lei e seu Princípio do Protecionismo vem


resguardar o consumidor, com o instituto da irrenunciabilidade do direito
no negócio jurídico, portanto, não deve O Requerido impor cláusula que
renuncia direito do Requerente.

Mostra-se desfavorável e desproporcional arrancar o direito do


Requerente que pagou quase 100% dos valores devidos. E tomá-lo o
direito do lote sem a devida comunicação. Isso demonstra, claro abuso,
proporcionando enriquecimento ilícito para o Requerido.

Vendo a possibilidade de resolver a lide de forma mais justa.


Propõe o Requerente a entrega do lote mencionado no contrato realizado
de compra e venda. Ou na impossibilidade desse, aceita o Requerente
um dos lotes ainda disponíveis para venda no mesmo loteamento da
empresa. Vale recordar o disposto no artigo 35, do CDC, em que dá o
direito ao Requerente de escolher outro lote:

Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços


recusar cumprimento à oferta, apresentação ou
publicidade, o consumidor poderá,
alternativamente e à sua livre escolha:
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos
termos da oferta, apresentação ou publicidade;

II - aceitar outro produto ou prestação de


serviço equivalente;

III - rescindir o contrato, com direito à restituição de


quantia eventualmente antecipada, monetariamente
atualizada, e a perdas e danos.

Destaca-se que a fim de evitar que o Requerente seja de


qualquer maneira lesado como está sendo, e considerando a
hipossuficiência do mesmo comparado ao Requerido, o Código de Defesa
do Consumidor dá ferramentas para que este tenha um mínimo de
paridade em relação à cláusula abusiva, vejamos:

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

IV - a proteção contra a publicidade enganosa e


abusiva, métodos comerciais coercitivos ou
desleais, bem como contra práticas e cláusulas
abusivas ou impostas no fornecimento de
produtos e serviços;

Finalmente Código de Defesa do Consumidor promoveu avanço


ao dispor, no artigo. 83: “Para a defesa dos direitos e interesses
protegidos por este Código são admissíveis todas as espécies de
ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela”.

DA OBRIGAÇÃO DE DAR

Continuando, trataremos da obrigação de dar. Isso porque no


caso em apreço fora estabelecida uma relação contratual, onde o devedor
da coisa é o vendedor e o credor, o comprador. Nesse sentido (TARTUCE,
Flávio Direito civil, v. 2: direito das obrigações e responsabilidade civil I
Flávio Tartuce; 10. ed. rev., atual. e ampl. - Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: MÉTODO, 2015):

Como antes exposto, a também denominada


obrigação específica estará presente nas
situações em que o devedor se obrigar a dar uma
coisa individualizada, móvel ou imóvel, cujas
características foram acertadas pelas partes,
geralmente em um instrumento negociaI. Na
compra e venda, por exemplo, o devedor da coisa
é o vendedor e o credor, o comprador.
A obrigação de dar coisa certa é uma obrigação positiva, que
envolve a entrega, a apresentação de uma determinada coisa, já existente
e identificada, seja pela tradição, para os bens móveis, seja pelo registro,
para os bens imóveis.

O que deveria ter sido seguido, porém, o imóvel litigioso nunca


foi entregue ao seu proprietário para posterior registro. O que aconteceu,
foi a má-fé do Requerido que recebeu quase a totalidade do contrato sem
mesmo emitir o Requerente na posse do bem.

Portanto, o art. 237 do CC constitui importante exemplo de


relativização do pacta sunt servanda, diante da função social do
contrato, a qual exige a equivalência material entre as prestações,
evitando-se o enriquecimento sem causa e o locupletamento ilícito. Apesar
de haver no contrato cláusulas nulas de pleno direito.

Desse modo, é agora permitido ao credor perseguir a coisa


devida, sobre a qual desencadear-se-ão as medidas cabíveis, para a plena
efetividade da força obrigatória dos contratos ou da própria lei,
observado o Código de Defesa do Consumidor.

É legítima nesses casos, a propositura de ação pessoal pelo


credor, reclamando o cumprimento preciso de uma obrigação de dar coisa
certa. Convém insistir, que, na obrigação de dar coisa certa, compete ao
credor, sempre que possível, obter o próprio objeto da prestação.

DO DANO MATERIAL E MORAL

Em nosso direito é certa e pacífica a tese de que quando alguém


viola um interesse de outrem, juridicamente protegido, fica obrigado a
reparar o dano daí decorrente. Basta adentrar na esfera jurídica alheia,
para que venha certa a responsabilidade civil.

E no caso particular, deve-se considerar que dano é qualquer


lesão injusta a componentes do complexo de valores protegidos pelo
Direito.

No mesmo entendimento de dano material, temos a definição


clara e objetiva de que a subtração de um objeto de outrem deverá
devolver a coisa em espécie, e se o objeto não mais existir, deverá o
esbulhador pagar o preço ordinário da coisa, ou repor o numerário a título
de dano material, além do valor referente ao dano moral do autor.

Sendo assim, não há como confundir a reparação do dano


material e do dano moral. Na primeira busca-se a reposição do numerário
que deu causa ao prejuízo sofrido, ao passo que na segunda, a reparação
se faz por meio de uma compensação ou reparação que satisfaça o
Requerente pelo mal sofrido.
Pois bem, adentrando na análise legal do tema, inicialmente é
oportuno fazer referência à Constituição Federal de 1988, que foi muito
clara ao dispor, no seu art. 5º, inciso X, "in verbis":

" X - são invioláveis a intimidade, a vida privada,


a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação".

Sem, também deixarmos claro que o legislador não deixou de


pronunciar esta garantia de direito ao consumidor, que no caso em tela
tem claramente uma relação de consumo entre Requerente e Requerido,
onde pedimos vênia para transcrever:

Código de Defesa do Consumidor

"Artigo 6°

VI - a efetiva prevenção e reparação de danos


patrimoniais e morais, individuais, coletivos e
difusos";

Além de incansáveis decisões assegurando o direito líquido e


certo de quem se encontrar lesado por fato alheio a sua vontade,
pedimos, mais uma vez vênia para transcrever a jurisprudência dos
tribunais superiores:

AÇÃO DECLARATÓRIA, CUMULADA COM


REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS –
CONTRATO DE FINANCIAMENTO – TARIFAS
BANCÁRIAS. "PACTA SUNT SERVANDA"

– Possibilidade de revisão de contratos, inclusive findos,


que tenham ou não sido objeto de renegociação ou
confissão de dívida – Súmula nº 286 do Superior
Tribunal de Justiça – Relativização do princípio de que
"pacta sunt servanda", apenas com o intuito de afastar
as ilegalidades e restabelecer o equilíbrio entre as
partes. TARIFA DE CADASTRO – Permanece válida, até
os dias atuais, a Tarifa de Cadastro prevista
expressamente na Tabela anexa à Circular BACEN
3.371/2007 e atos normativos que a sucederam, porém
tal tarifa somente pode ser cobrada no início do
relacionamento entre o consumidor e a instituição
financeira – Entendimento pacificado do STJ,
consolidado no julgamento do Recurso Especial nº
1.255.573/RS, sob o rito dos recursos repetitivos –
Existência de previsão contratual no contrato discutido
– Cobrança permitida – Recurso provido, neste aspecto.
TARIFA DE SERVIÇOS DE TERCEIROS – Esta tarifa não
foi objeto de apreciação, pelo Superior Tribunal de
Justiça, quando do julgamento do mencionado Recurso
Especial Repetitivo 1255573/RS – Deve-se observar o
disposto na Resolução do Conselho Monetário Nacional
nº 3.919/2010 – Tarifa que não consta do rol do artigo
5º da mencionada Resolução – Ausência de amparo
legal – Cobrança indevida – Recurso improvido, neste
aspecto. REPETIÇÃO DE INDÉBITO – A restituição de
eventuais valores pagos a maior deve operar-se de
forma simples – É incabível a repetição em dobro,
prevista no Código de Defesa do Consumidor, quando o
objeto da cobrança está sujeito à controvérsia na
jurisprudência dos Tribunais – Precedentes do STJ –
Recurso parcialmente provido, neste aspecto.
SUCUMBÊNCIA MÍNIMA – Ação parcialmente
procedente – Autora decaiu de parte mínima do pedido,
arcará o réu, por inteiro, com o pagamento das custas
processuais e honorários advocatícios, conforme fixados
na r. sentença – Inteligência do artigo 21, parágrafo
único, do Código de Processo Civil – Sucumbência
mantida – Recurso improvido, neste aspecto. RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO.

(TJ-SP - APL: 00242573120108260005 SP


0024257-31.2010.8.26.0005, Relator: Plinio
Novaes de Andrade Júnior, Data de Julgamento:
05/11/2015, 24ª Câmara de Direito Privado, Data
de Publicação: 30/11/201

E, por estarem tais argumentos, cabe lembrar que estão


presentes os pressupostos da responsabilidade civil deste resultado
danoso.

Pois bem, superada toda essa discussão, nesse momento é


imprescindível a discussão a respeito de outro assunto de extrema
relevância nesta demanda: o "quantum" a ser fixado.

Logo de início, é importante considerar que a reparação, na qual


se convertem em pecúnia os danos morais, devem ter caráter dúplice, ou
seja, o que penaliza o ofensor, sancionando-o para que não volte a
praticar o ato ilícito, bem como o compensatório, para que o ofendido,
recebendo determinada soma pecuniária, possa amenizar os efeitos
decorrentes do ato que foi vítima.
Ante esse raciocínio, deve-se sopesar, em cada caso concreto,
todas as circunstâncias que possam influenciar na fixação do "quantum"
indenizatório, levando em consideração que o dano moral abrange, além
das perdas valorativas internas, as exteriorizadas no relacionamento
diário pessoal, familiar, profissional e social do ofendido.

Por fim, deve lembrar ainda, por outro ângulo, que a indenização
por danos morais deve ser fixada num montante que sirva de aviso ao
Requerido e à sociedade, como um todo, de que o nosso direito não tolera
aquela conduta danosa impunemente, devendo a condenação atingir
efetivamente, de modo muito significativo, o patrimônio da causadora do
dano, para que assim o Estado possa demonstrar que o Direito existe para
ser cumprido.

DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO

Tendo em vista a aplicabilidade subsidiária do procedimento


comum (Código de Processo Civil, art. 318, parágrafo único) e em razão
da natureza do direito e demonstrando espírito conciliador, a par das
inúmeras tentativas de resolver amigavelmente a questão, o autor desde
já, nos termos do art. 334 do Código de Processo Civil, manifesta
interesse em autocomposição, aguardando a designação de audiência de
conciliação.

DOS PEDIDOS

Diante do exposto, REQUER:

a) A concessão da tutela de urgência em caráter liminar


Inaudita altera pars, como também determinar o Requerido o dever de
fazer a entrega do lote negociado, pago em sua quase totalidade ou de
outro nas mesmas condições;

b) A citação/intimação do Requerido para contestar a presente


ação, bem como comparecer aos atos determinados por Vossa
Excelência, sob pena de revelia;

c) A condenação do Requerido ao pagamento de valor a ser


fixado por Vossa Excelência referente a indenização por danos materiais
e morais por todos os transtornos causados ao Requerente;

d) A concessão da tutela de urgência em caráter definitivo;

e) Que Vossa Excelência condene o Requerido em HONORÁRIOS


DE SUCUMBÊNCIA e, considerando a natureza da causa, o local da
prestação do serviço, o tempo despendido, na demanda, considere o
percentual de 20% (vinte por cento) para fins de condenação.
DAS PROVAS

Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em


direito admitidos, consistente nos documentos juntados, oitiva do réu em
depoimento pessoal, oitiva de testemunhas e todas as que fizerem
necessárias ao longo da presente demanda.

Dá-se a causa o valor de R$ 37,480,00

Nestes termos,
Pede e aguarda Deferimento

Paracatu – MG 10 de setembro de 2017.

___________________________________________
MIGUEL FRANCISCO DO SÊRRO
OAB/MG 166.478

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