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FILOSOFIA GERAL
Vários são os questionamentos levantados pelos filósofos, cada época marcante da história faz
surgirem novas perguntas, diversas são as áreas do conhecimento com suas múltiplas ciências,
porém nem sempre o conhecimento acumulado é utilizado para o progresso da humanidade,
por vezes, passa a ter finalidade de controle social, não no sentido de progresso da civilização,
mas sim com finalidade de dominação das massas, em certos casos, dissimulada por meio da
indústria cultural, um controle que busca satisfação de poucos em detrimento de muitos,
assim o desenvolvimento tecnológico é o “progresso” é observado por meio da razão
controladora e instrumental, este possui finalidade de dominação, não apenas da natureza,
mas também, do próprio homem, este cenário torna-se gritante com as barbáries cometidas no
decorrer histórico.
No mencionado contexto, a filosofia torna-se ainda mais relevante com o poder de questionar
a si e as outras ciências, logo surge uma teoria crítica contra a opressão social e a razão
controladora, este trabalho é produzido pela Escola de Frankfurt o qual foi fundada na
década de 1920. Essa escola tem como ponto de partida investigar as relações em suas
diversas áreas como história, antropologia, economia e psicologia. Ela formulou a análise da
sociedade de massa, termo que caracteriza a sociedade atual, na qual o desenvolvimento
tecnológico é colocado à disposição da lógica capitalista, enfatizando o consumo e a diversão.
Entre grandes filósofos da Escola de Frankfurt, mereci destaque Marcuse e Habermas, pois
ambos, apesar da dura realidade, repousavam na filosofia e, com certo otimismo, buscavam
nela soluções para os problemas da sociedade.
Herbert Marcuse em sua obra Eros e Civilização, fortemente influenciada pelas teorias
freudiana e marxista, retomou o tema desenvolvido por Freud da repressão dos instintos para
manutenção e o desenvolvimento da civilização. Porém, diferente de Freud, Marcuse discorda
da impossibilidade de uma civilização não repressiva, pois as imposições são antes produtos
de uma organização histórica-social específica do que uma necessidade natural e eterna das
sociedades. O filosofo enfatiza que a própria tecnologia pode servir para libertação do
homem, proporcionar mais tempo livre em relação ao trabalho, ao invés de escravizar. Mas
para tanto é necessário uma intervenção do ser humano na lógica capitalista, no sentido
reorientar o rumo da trajetória histórica, essa é a tarefa da filosofia anunciar e buscar a
mudança na estrutura social, do contrário, ocorre o que ele denomina de Homem
Unidimensional, isto é, inerte diante da opressão. Marcuse já dizia (livro Cinco Conferências,
1970, p. 62) “hoje temos a capacidade de transformar o mundo em um inferno e estamos a
caminho de fazê-lo. Mas também temos a capacidade de fazer exatamente o contrário”.
Martin Heidegger tem um importante trabalho que destaca a existência humana em três
momentos e que infelizmente para a maioria das pessoas resulta numa existência inautêntica.
Primeiro momento trata o fato da existência o qual o ser humano é inserido no mundo sem
saber o motivo e no momento que toma consciência esta vivendo sem ter pedido para nascer.
Segundo momento é o desenvolvimento da existência aqui o ser humano estabelece relação
com o mundo e projeta sua vida procurando agir em suas possibilidades, em síntese existir e
construir um projeto. Terceiro momento destruição do eu ao buscar realizar seu projeto, o ser
humano relaciona-se com várias pessoas o que em grande parte resulta em constantes
interferências de uma série de fatores, neste momento denomina-se o confronto do eu com os
outros o qual o homem comum frequentemente é derrotado.
Friedrich Nietzsche realizou um estudo acerca dos valores morais, de forma critica propôs
uma abordagem intitulada de genealogia da moral. A síntese deste trabalho e que não existe
noções absolutas de bem e de mal, para o filosofo as concepções morais são elaboradas
pelos homens, a partir dos interesses humanos. Seu trabalho remete uma reflexão em torno
das concepções morais pré-existentes, os quais são concebidas pelas pessoas sem uma análise
crítica a respeito, o filosofo afirma que as pessoas acomodam-se a uma “moral de rebanho”
que resulta na submissão aos valores dominantes da civilização burguesa e cristã. Por isso é
importante identificar que os valores morais presentes em nossas vidas são construções
humanos, e como tal deve ser questionada, isto é, indagar o valor dos valores, desta forma
refletir sobre nossas concepções morais e buscar viver de forma não submissa.
Portanto, o ser humano é inacabado foi inserido ao mundo e sofre dada as condições e
contexto histórico, a vida humana não caminha em direção ao progresso de todos, ao contrário
é marcado pelo sofrimento, por isso é importante abraçar a filosofia e utiliza-la como
instrumento de transformação social, não apenas para compreender melhor a si e a
realidade mas principalmente buscar alternativas e lutar constantemente para
desenvolvimento coletivo é ter uma nova postura diante a vida, ou seja, combater o que
Marcuse chama de Homem Unidimensional (inerte a opressão) e vencer a razão instrumental.
Para tanto é necessário começar a mudança de dentro para fora, ou seja, mudar a forma de
pensar e agir diante da vida, rever paradigmas, modificar os hábitos em fim proporcionar uma
mudança interior, e neste contexto revela-se extremamente importante a Escola
Existencialista, posteriormente é momento de difundir a filosofia é buscar o progresso
coletivo aqui vale os grandes ensinamentos da Escola de Frankfurt. É fato que na filosofia
não existe fórmulas prontas para cada contexto histórico e social, por isso é nossa função
assumir responsabilidade dos problemas e tentar soluciona-los. Caso contrário, estaremos
fadados a aceitar os ditames da opressão.
Referências Bibliográficas
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia. São Paulo: Editora Saraiva, 16° Edição,
2006.
MARCUSE, Herbert. Eros e Civilização, editora LTC, edição 8°, ano 1999.
http://www.consciencia.org/
http://www.filosofia.com.br/