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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ALBERTO JORGE FERREIRA DOS SANTOS e Tribunal de Justica do Estado

de Alagoas, protocolado em 29/05/2017 às 15:11 , sob o número 07000744820178020143.


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EXMA. SRA. DRA. JUIZA DE DIREITO DO 12º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DAS
RELAÇÕES DE TRANSITO DE MACEIÓ/AL.

Para conferir o original, acesse o site https://www2.tjal.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0700074-48.2017.8.02.0143 e código 1E6CCC9.
VALDIVIA SILVA RAMOS BEZERRA, brasileira, solteira, encarregada de
segurança, portadora da CI nº 30051657 SSP/AL e CPF nº 061.269.624-35 e VANIA SILVA
RAMOS BEZERRA, brasileira, solteira, operadora de telemarketing, portadora da CI
2003006011530 SSP/AL e CPF nº 059.007.534-92, ambas residentes e domiciliadas no
Condomínio Recanto dos Contos, Rua G, n.º 341, Benedito Bentes, Maceió/AL, por
intermédio de seus Advogados, ALBERTO JORGE FERREIRA DOS SANTOS,
brasileiro, casado, Advogado, inscrito na OAB/AL, sob Nº 5.123 e ALBERTO ANDERSON
ROMÃO DOS SANTOS, brasileiro, solteiro, Advogado, inscrito na OAB/AL sob nº 14.283,
ambos com escritório a Rua do Comércio, nº 632, 2º andar, Centro, vem respeitosamente
perante Vossa Excelência mover a presente:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS

Em desfavor de SARAH ALVES COELHO, inscrita no CPF sob nº 904.861.108-34,


telefone nº 98748-3010/ 996441836/ 99981-6160 e ANTONIO COELHO SOBRINHO,
ambos residentes na Rua Jurema, 488, Santa Lucia, Tabuleiro, Maceió/AL, em razão dos fatos
e fundamentos jurídicos que passo a expor:

I. PRELIMINAR

I.1 DO PEDIDO DE GRATUIDADE JUDICIÁRIA

Inicialmente, as Autoras vêm requerer a Vossa Excelência, que se digne em conceder


o benefício justiça gratuita, consoante o disposto na Lei nº 1.060/50, o Promovente declara
para os devidos fins, e sob as penas da lei, que não possui condições de arcar com o
pagamento de custas e demais despesas processuais, sem prejuízo do próprio sustento e de sua
família.

O artigo 4º da Lei nº. 1.060/50, bem como, o artigo 4º da Lei nº 7.510/86, disciplinam
que: “ A parte gozará dos benefícios da Assistência Judiciária, mediante simples afirmação,
na própria petição inicial, de que não está em condições de pagar as custas do processo (...)”

Rua do Comércio, n 632, 2º andar, Centro, Maceió/AL, CEP 57020-000


(82) 98812-0759 / (82) 98884-0759 / 3221-0440
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Dessa forma, requer as Autoras que lhe sejam deferidos os benefícios da justiça
gratuita, pelos motivos já alinhavados, e, ainda, por ser a única forma de lhes proporcionar o
mais amplo acesso ao Poder Judiciário, garantia essa que a Constituição Federal elegeu no
inciso LXXIV, do artigo 5º.

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I.2 DA INTIMAÇÃO POR OFICIAL DE JUSTIÇA.

Excelência, pelo principio da economia e da celeridade dos atos processuais, requer


que os Réus sejam intimados através de Oficial de Justiça, tendo em vista que certamente o
endereço constante do preâmbulo da inicial pertence a Sarah Alves Coelho, não sabendo ao
certo se o endereço do Réu Antonio Coelho Sobrinho é o mesmo desta.

Portanto, no ato de intimação da Ré Sarah, deverá a mesma indicar ao Sr. Oficial o


endereço do Réu Antonio Coelho, acaso resida em local diverso.

II. DOS FATOS

No dia 08 de janeiro de 2016, por volta de 17:40hrs, as Autoras, que residem no


residencial Recanto dos Contos, no Conjunto Bendito Bentes, foram vitimas de acidente de
trânsito, nas imediações do Conjunto Recanto dos Pássaros, muito próximo de seus locais de
destino.

A Autora VANIA SILVA RAMOS BEZERRA é a proprietária da motocicleta CG


TITAN 150 EX, placa ORE 6357. Ao se deslocar para o seu local de trabalho na empresa
ALMAVIVA, a demandante resolvera dar carona a sua irmã VALDIVIA SILVA RAMOS
BEZERRA, visto que a mesma iria ficar no Shopping Pátio.

Do condomínio onde residem até a pista, tem aproximadamente a distância de 01(um)


km.

Após a portaria do condomínio recanto dos pássaros, o Réu, dirigindo um carro


TOYTA ETIOS SD XLS, PLACA ORK 0545, realizou uma manobra na contramão de
direção, deixando o carro atravessado na pista, ocasionando uma colisão com as Autoras. O
ato negligente e imprudente do Réu gerou lesões gravíssimas às vitimas.

A manobra ilícita do Réu não permitiu tempo de reação da Autora que conduzia a
motocicleta, ocasionando a colisão.

O Réu de forma irresponsável afirmou no local que acidente não se evita, apesar de ter
dirigido o carro na contramão.

O Réu afirmou, ainda, o seguinte:

a- “Que as meninas estavam bem porque estavam falando”;


b- “Que não tinha necessidade de chamar ao pericia”.

Vale salientar que o resgate das vítimas fora acionado por terceiros.

II.1 DO LAUDO PERICIAL DA SMTT

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O laudo da SMTT informa que o condutor foi imprudente, por não observar a
legislação de transito, conforme segue em anexo.

II.2 DOS PROBLEMAS FÍSICOS OCASIONADOS

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A Autora VANIA SILVA RAMOS BEZERRA tivera FRATURA DO RADIO
DISTAL e fez cirurgia, para colocação de placa de apoio volar em “t” e três parafusos de
fixação, conforme documentação em anexo.

A mesma passou 06 (seis) dias internada e teve os ossos da mão quebrados.

Em razão do ocorrido, a Autora VALDIVIA SILVA RAMOS BEZERRA quebrou


o tornozelo, fraturou a fíbula e encontra-se sem poder pisar no chão por causa da cirurgia
cumulada com o dano estético.

A Autora encontra-se em benefício (cód. 91).

II.3 DA AUDIÊNCIA EXTRAJUDICIAL

Na referida audiência o Réu informou que teria apenas o interesse em consertar a moto
da Autora, não havendo composição com relação aos demais gastos decorrentes do acidente a
que deu causa.

III. DO DIREITO

III.1 DOS FUNDAMENTOS JURIDICOS

III.1.1 DA NEGLIGÊNCIA, IMPERÍCIA OU IMPRUDÊNCIA DO RÉU:

O Réu fora negligente, imprudente ao colocar a vida de outrem em perigo, motivado


pela forma que conduzia o veículo automotor.

III.1.2 DA REPARAÇÃO DOS DANOS MORAIS, EXTRAPATRIMONIAIS (VIDA),


PSICOLÓGICO E MATERIAL NO DIREITO:

Conforme preceitua SÉRGIO SEVERO, (SÉRGIO SEVERO. Danos P.8-9), o dano


deve ser certo, podendo ser atual ou futuro, ou mesmo em caso de perda de uma chance. Dano
direto é aquele que decorre de uma relação suficiente de causa e efeito.

No que tange à certeza, devem-se apreciar o prejuízo atual e o futuro, bem como a
perda de uma chance. Quanto à reparação dos danos atuais e imediatos, sua previsão está
elencada expressamente no art. 37, º6º., da Constituição da República, c/c art. 30, inciso V,
em como na Lei civil, especialmente no art. 186.

O dano futuro, está consignado expressamente no art. 402 do Código Civil, dispondo
que é indenizável aquilo que o credor da obrigação “efetivamente perdeu”, e o que “deixou
de lucrar”. Tal disposição encontrava-se prevista já no Código Civil anterior em seu artigo
1.059.

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O dano futuro, ainda, como diz SÉRGIO SEVERO, (SÉRGIO SEVERO. Danos
Extrapatrimoniais. P.10, apud G. Stiglitz e C. Echevesti, Responsabilidade civil, p.223-
224.), pode manifestar-se de duas formas: a primeira, como continuação do dano atual; a
segunda, como dano futuro propriamente dito.

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A perda de uma chance, por sua vez, tem origem no direito francês, a partir da decisão
da Corte de Cassação de 17 de julho de 1889, que determinou a indenização por ato de
funcionário ministerial que impediu o autor de uma ação de levá-la adiante e, portanto,
frustrou-lhe a chance de obter ganho de causa. (SÉRGIO SEVERO. Danos
Extrapatrimoniais. P.11 apud RENÉ RODIÈRE. La responsabilité delictuelle dans la
jurisprudence, Paris, Ed. Techniques. 1978.p.275.)

O Direito Brasileiro, a perda de uma chance vem consagrada em inúmeras decisões


jurisprudenciais, com destaque para uma decisão do Ilustre DESEMBARGADOR RUY
ROSADO DE AGUIAR JÚNIOR, do TJRS, ao relatar, que o advogado age com negligência
se, tomando ciência do extravio dos autos, não os restaura nem comunica o fato à sua cliente,
devendo satisfazer os danos decorrentes da perda de uma chance. (AC. 591.064.837, J.
29/08/1991. RT: 174:69.)

Fazendo uma diferenciação entre os danos patrimoniais e extrapatrimoniais, tão


somente para estabelecer-se os parâmetros da indenização que as Autoras pleiteiam, ao
mesmo título, danos patrimoniais são aqueles que atingem o patrimônio da vítima,
frontalmente, capaz de ser avaliado economicamente.

Já os extrapatrimoniais, perfeita a classificação dos Mazeud e Tune (H. L. MAZEUD e


A. TUNC, TRAITÊ, p.424), definindo que é “aquele que não atinge de modo algum ao
patrimônio e causa tão somente dor moral à vítima.

A Constituição da República, em seu artigo 5º, incisos V e X, estabelece a previsão da


reparação por danos morais, assegurando a indenização devida e proporcional às lesões. Por
sua vez, o Código Civil, em seu artigo 186, veio por encerrar qualquer discussão acerca da
indenização pelos danos extrapatrimoniais no Direito Brasileiro.

Por sua vez, a jurisprudência do TJRS, consolidou a reparação pelos danos


extrapatrimoniais, em diversos julgados, sendo tal matéria apreciada por todas as Egrégias
Câmaras, em decisões unânimes. Entre elas:

EMENTA: ACIDENTE DE TRÂNSITO. TRANSPORTE


COELTIVO URBANO. RESPONSABILIDADE CIVIL
OBJETIVA. DANO MORAL CONSUBSTANCIADO NO
SOFRIMENTO DECORRENTE DA LESÃO GRAVE E
TRATAMENTO. A PRESCRIÇÃO DA AÇÃO, À ÉPOCA,
ERA REGULADA PELO ART. 177, DO CÓDIGO CIVIL,
COM PRAZO DE 20 ANOS. O TRANSPORTADOR TEM
RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA, CABENDO-LHE
INDENIZAR OS DANOS CAUSADOS A PASSAGEIRO, EM
DECORRÊNCIA DE ACIENTE DE TRÂNSITO. A CAUSA
DO ACIDENTE, PARA O PASSAGEIRO, É IRRELEVANTE.
FALHA MECÂNICA EM VEÍCULO COM MAIS DE 16
ANOS DE USO NO TRANSPORTE COLETIVO NÃO PODE
SER CONSIDERADA CASO FORTUITO. O DANO MORAL

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É FIXADO LEVANDO EM CONTA O SOFRIMENTO DO


AUTOR, PELAS LESÕES E DECORRENTE
TRATAMENTO, E A NECESSIDADE DE A
TRANSPORTADORA ALTERAR SEUS procedimentos.
APELAÇÃO DA RÉ IMPROVIDA. APELAÇÃO DO AUTOR

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PROVIDA EM PARTE PARA AUMENTAR O MONTANTE
DA INDENIZAÇÃO. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 70004515847,
DÉCIMA PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL, TRIBUNAL DE
JUSTIÇA DO RS, RELATOR: BAYARD NEY DE FREITAS
BARCELLOS, JULGADO EM 16/04/2003)

EMENTA: RESPONSABILIDADE CIVIL EM ACIDENTE


DE TRÂNSITO. PRELIMINAR DE INTEMPESTIVIDADE.
QUEDA DE TRANSPORTE COLETIVO. LESÕES
CORPORAIS. RESPONSABILIDADE OBJETIVA.
INCIDÊNCIA DO ART. 37, § 6º, DA CF. PRINCÍPIO DA
VEROSSIMILHANÇA. LUCROS CESSANTES. DANO
MORAL. Inocorrente na espécie a intempestividade, porquanto
presente no recurso a chancela mecânica do Cartório indicando
a tempestividade da interposição, nos termos do art. 508 do
CPC. As empresas transportadoras, concessionárias de serviços
públicos, respondem objetivamente pelos danos que vierem a
causar àqueles que utilizam os serviços por elas prestados, na
constância da execução do contrato de transporte, conforme
disposição contida no art. 37, § 6º da CF. A aferição do dever
indenizatório, neste caso, prescinde da análise da culpa,
bastando para tanto a comprovação do dano e o nexo causal
existente entre o mesmo e a exploração da atividade econômica
pela demandada. ¿In casu¿, incomprovada a culpa exclusiva ou
concorrente da vítima e, tampouco a ocorrência de caso fortuito
ou força maior e, tendo restado comprovados os lucros
cessantes, bem como os danos físicos suportados pela autora e a
submissão a intervenção cirúrgica é motivo suficiente para que
seja deferida verba indenizatória pleiteada. Os depoimentos
prestados pelas testemunhas vão ao encontro da tese defendida
pela autora, autorizando, assim, a adoção do princípio da
verossimilhança, quanto ao nexo causal. Rejeitada a preliminar.
Apelo provido, em parte. (APELAÇÃO CÍVEL Nº
70003486792, DÉCIMA SEGUNDA CÂMARA CÍVEL,
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RS, RELATOR: MARCELO
CEZAR MULLER, JULGADO EM 05/12/2002)

III.1.3 DO OBJETO DA PRESENTE AÇÃO DE INDENIZAÇÃO:

III.1.3.1 reparação dos danos moral ou extra patrimonial.

Conforme pode ser constatado pela análise dos laudos médicos anexado aos autos, as
autoras sofreram risco de vida em razão do ato negligente e imprudente do Autor,
submeteram-se a várias cirurgias, conforme doc. em anexo ..

As mesma carregam consigo pinos em diversas partes do corpo, a tal ponto que uma
delas encontra-se em benefício e, consequentemente, afastada do trabalho.

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Assim, visa a presente causa de pedir, para requerer que o requerido seja condenada a
ressarcir todos as despesas que as Autoras tiveram, até o final da convalescença, além de
algum outro prejuízo que prove haver sofrido, como medicações, consultas médicas,
deslocamentos, materiais de higiene e conforto, de enfermagem, fisioterapias e quaisquer
tratamentos prescritos pelos médicos responsáveis pelo tratamento do autor, na forma

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prescrita pelo artigo 949, do Código Civil.

III.1.3.2 2º.) reparação dos danos extrapatrimoniais – danos morais:

a) danos estéticos – prejuízos fisiológicos e psicológicos:

Pela análise dos documentos juntados, comprova-se a gravidade do acidente de


trânsito ocasionado pelo Réu.

As autoras sofreram perigo de vida, submeteram-se a cirurgias graves, motivado pelo


esmagamento e fratura de ossos de seus corpos.

Após o acidente a Autora VALDIVIA SILVA RAMOS BEZERRA passou a ser


dependente de terceiros, para locomover-se, banhar-se, alimentar-se e realizar as suas
necessidades básicas. Está recebendo tratamento permanente. Tem dores intensas que lhe
obrigam a ingerir uma série de medicações, entre elas antibióticos, anti-inflamatórios etc.

Desde o acidente, passa os dias e as noites na cama, sem poder se locomover sem a
ajuda de terceiros, em razão das dores em seu corpo.

Quanto aos danos estéticos, as autoras ficarão com as cicatrizes provenientes das
cirurgias a que foram submetidas.

E todo esse transtorno em suas vidas se deve à negligência e imprudência do Réu, que
lhe retirou a saúde perfeita, deixando máculas permanentes, tanto físicas como psicológicas.

E o dano é patente. A jurisprudência é unânime:

EMENTA: RESPONSABILIDADE CIVIL POR ACIDENTE


DE TRANSITO. CRUZAMENTO. VIA PREFERENCIAL.
CULPABILIDADE DO MOTORISTA QUE INGRESSA NA
VIA PREFERENCIAL SEM AS CAUTELAS DEVIDAS.
INTELIGENCIA DO ART. 44 DO CODIGO NACIONAL DE
TRANSITO. DANOS MATERIAIS E
EXTRAPATRIMONIAIS. SENTENCA CONFIRMADA.
APELACAO DESPROVIDA. (APELAÇÃO CÍVEL Nº
70004187258, DÉCIMA PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL,
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RS, RELATOR: NAELE
OCHOA PIAZZETA, JULGADO EM 18/09/2002).

EMENTA: RESPONSABILIDADE CIVIL POR ACIDENTE


DE TRANSITO. ACAO DE REPARACAO DE DANOS
MATERIAIS E MORAIS. PROVA CONCLUENTE DA
CULPA DO CONDUTOR DO COLETIVO. DEVER DE
INDENIZAR. ADEQUACAO DOS VALORES
ARBITRADOS A TITULO DE DANOS MORAIS E
ESTETICOS E DE HONORARIOS ADVOCATICIOS.

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DESPROVIMENTO DA APELACAO E DO RECURSO


ADESIVO. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 70004209367, DÉCIMA
PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL, TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO
RS, RELATOR: NAELE OCHOA PIAZZETA, JULGADO
EM 28/08/2002)

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Além da jurisprudência, a doutrina, por sua vez, tem afirmado a possibilidade de
satisfação dos danos extrapatrimoniais derivados do comprometimento da harmonia física da
pessoa.

b. a reparação dos danos morais:

Assim, pelos evidentes danos morais que provocou o réu, é de impor-se a devida e
necessária condenação, com arbitramento de indenização as parte autoras, que experimentou e
estão sofrendo tantas máculas decorrentes do ato injusto e ilegal do suplicado. Trata-se de
uma "lesão que atinge valores físicos e espirituais, a honra, nossas ideologias, a paz íntima,
a vida nos seus múltiplos aspectos, a personalidade da pessoa, enfim, aquela que afeta de
forma profunda não os bens patrimoniais, mas que causa fissuras no âmago do ser,
perturbando-lhe a paz de que todos nós necessitamos para nos conduzir de forma
equilibrada nos tortuosos caminhos da existência.", como bem define CLAYTON REIS
(Avaliação do Dano Moral, 1998, ed. Forense).

Segundo a copiosa jurisprudência e a doutrina, a reparação do dano moral já está


consagrada, em que pesem as divergências quanto ao embasamento e à aplicação do princípio
que norteia a espécie, hoje superada em razão do art. 186, do Código Civil Brasileiro, tendo
em vista que o dano moral é passível de reparação, ainda que seja o único.

É certo que há prismas do aspecto moral, no contexto social, como a honorabilidade


ou reputação sob a égide do direito privado. Também os interesses íntimos, o interesse de
afeição, estão aí incluídos.

Dizer que os bens morais não podem ser objeto de reparação é incidir grosseiramente
no erro. Pois o padecimento humano constitui lesão, ferindo a pessoa imediatamente,
diretamente. Assim sendo, o dano moral é suscetível de ser compensado economicamente.

Nesta linha é a lição do insigne Pontes de Miranda, que preceitua:

"Nos danos morais a esfera ética da pessoa é que é ofendida: o dano não patrimonial é
o que, só atingindo o devedor como ser humano, não lhe atinge o patrimônio."

Segundo Aguiar Dias: "O dano moral é o efeito não patrimonial da lesão de direito e
não a própria lesão abstratamente considerada.”

Corroborando esses conceitos, o Professor Caio Mário da Silva Pereira à luz da


Constituição de 1988 esclarece que dano moral "é qualquer sofrimento humano que não é
causado por uma perda pecuniária. Abrange todo atentado à reputação da vítima... ao seu
pudor, à sua segurança e tranquilidade, ao seu amor- próprio estético, à integralidade de sua
inteligência, as suas afeições etc."(3) (Grifamos). E a obrigatoriedade de reparar o dano moral
está consagrada na Constituição Federal, precisamente em seu art. 5º, onde a todo cidadão é
assegurado o direito á indenização por dano material, moral e a imagem e também pelo seu

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inc. X, onde preceitua, entre outros, a inviolabilidade a vida íntima, a vida privada e a honra,
respondendo seus ofensores pelos danos daí decorrentes.

Esta etapa de evolução a que chegou o direito em nosso país, a começar pela
Constituição Federal, que protege o bem moral, culminando com a vigência da Lei nº 10.406,

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de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), traz em seu art. 186, prevendo que “Aquele que, por
ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”

c. a prova do dano moral:

Tema dos mais debatidos, resta superado, tendo em vista as disposições do art. 186, do
Código Civil Brasileiro, sendo que anteriormente, já alcançava a uniformidade de
entendimento na doutrina e na jurisprudência, é o que diz respeito à prova do dano moral. A
jurisprudência já definiu a natureza jurídica do dano moral, aplicando a tese da prova " in re
ipsa", ou seja, que o dano moral se prova por si mesmo.

Admissível, que o dano moral seja demonstrado por meio de presunção hominis. Para
tanto, o juiz, na falta de regras jurídicas particulares, poderá aplicar as regras de experiência
comuns subministradas pela observação do que ordinariamente acontecem, como
expressamente o autoriza o art. 335 do Código de Processo Civil.

"Na verdade, prevalece o entendimento de que o dano moral dispensa prova em


concreto, tratando-se de presunção absoluta, não sendo, outrossim, necessária a prova do
dano patrimonial"

d. A fixação do quantum indenizatório:

O dano moral tem sido objeto de debates intensos, em face do crescente número de
demandas surgidas nos últimos tempos, prova inconteste da melhora do nível de
conscientização da sociedade em relação aos seus direitos.

Enquanto por um lado já temos como ponto pacífico o fato de que o dano moral puro
pode e deve ser indenizado, conforme orientação da mais moderna doutrina e do próprio STF,
a questão da fixação do quantum indenizatório permanece como ponto mais discutível,
porquanto faltam parâmetros legais para tal mister.

E, ressalve-se, a importância da indenização vai além do caso concreto, posto que a


sentença tem alcance muito elevado, na medida em que traz consequências ao direito e toda
sociedade. Por isso, deve haver a correspondente e necessária exacerbação do quantum da
indenização tendo em vista a gravidade da ofensa à honra da autora; os efeitos sancionadores
da sentença só produzirão seus efeitos e alcançarão sua finalidade se esse quantum for
suficientemente alto a ponto de apenar o réu e assim coibir que outros casos semelhantes
aconteçam.

Assim, com relação ao quantum indenizatório as autoras requerem a condenação do


Réu em 200 salários mínimos, observados a gravidade das máculas sofridas as quais se
estenderão por toda a vida.

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Isto posto, conclui-se para prequestionamento, com vista aos efeitos recursais,
arguindo o autor que o julgamento de improcedência da presente ação, configurará violação
às disposições contidas:

a) violação de dispositivos Constitucionais, expressamente previstos nos artigos 30, V

Para conferir o original, acesse o site https://www2.tjal.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0700074-48.2017.8.02.0143 e código 1E6CCC9.
e 37, §6º. da Constituição da República, tendo em vista a ocorrência de responsabilidade
objetiva ao caso em tela, pelos argumentos explicitados na causa de pedir do item “ b” , dos
fundamentos jurídicos do pedido.

b) violação de dispositivo de Lei Federal, expressamente previsto nos artigos 186, 927,
caput e parágrafo único, 932, inciso III, 942, 949 e 950, todos do Código Civil Brasileiro, e;

c) violação de dispositivos de Lei Federal, expressamente previstos nos artigos 28, 29,
34, 35, 38 e 44, da Lei nº 9.503/ 1997, alterada pelas Leis nº’s 9.602/ 1998, 9.792/ 1999,
10.517/ 2002.

IV. DOS PEDIDOS

ANTE O EXPOSTO, pede, respeitosamente, a V. Exª que se digne:

1. Determinar a citação dos Réus, ATRAVÉS DE OFICIAL DE JUSTIÇA, para


querendo contestar a presente ação, sob pena de revelia e confissão;

2. Seja julgada PROCEDENTE a presente ação, condenando os Réus a:

a) Pagamento de todas as despesas que as autoras tiverem, até o final da


convalescença, além de algum outro prejuízo que as Autores provem haver sofrido, como
medicações, consultas médicas, transporte, materiais de higiene e conforto, de enfermagem,
fisioterapias e quaisquer tratamentos prescritos pelos médicos responsáveis pelo tratamento
do autor, na forma prescrita pelo artigo 949, do Código Civil;

b) Pagamento de indenização pelos danos morais sofridos a título de: danos estéticos
devido à lesão corporal gravíssima e cicatrizes; danos morais pelo sofrimento psíquico e
fisiológico, e; danos morais pelo prejuízo do lazer, cujo valor deva ser arbitrado por V.Exa,
requerendo valor não inferior a R$ 200 salários mínimos;

c) Pagamento dos prejuízos materiais referentes ao deslocamento das Autoras, no


valor de R$ 1.725,00 (mil setecentos e vinte e cinco reais), conforme recibos de táxi em
anexo;

3. Em caso de recurso, sejam condenados os Réus no percentual de 20% sobre o


proveito econômico da causa, a título de honorários advocatícios de sucumbência.

4. Juros de mora compostos, e correção monetária a partir do evento danoso, conforme


previsão da Súmula 562, do STF e dos artigos 395, 398 e 406, todos do Código Civil.

5.A produção de todos os meios de provas, como documental, especialmente os


documentos ora juntados, testemunhal, e qualquer outra que se fizer necessária para compor o
conjunto probatório;

Rua do Comércio, n 632, 2º andar, Centro, Maceió/AL, CEP 57020-000


(82) 98812-0759 / (82) 98884-0759 / 3221-0440
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ALBERTO JORGE FERREIRA DOS SANTOS e Tribunal de Justica do Estado de Alagoas, protocolado em 29/05/2017 às 15:11 , sob o número 07000744820178020143.
fls. 10

6. O benefício da Assistência Judiciária Gratuita;

7. Protesta pela apresentação de prova testemunhal e documental.

Dá à causa o valor de R$ 189.125,00 (cento e oitenta e nove mil cento e vinte e cinco

Para conferir o original, acesse o site https://www2.tjal.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0700074-48.2017.8.02.0143 e código 1E6CCC9.
reais), para efeitos legais e fiscais.

Maceió, 29 de maio de 2017.

ALBERTO JORGE FERREIRA DOS SANTOS

OAB/AL 5.123

ALBERTO ANDERSON ROMÃO DOS SANTOS

OAB/AL 14.283

Rua do Comércio, n 632, 2º andar, Centro, Maceió/AL, CEP 57020-000


(82) 98812-0759 / (82) 98884-0759 / 3221-0440

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