Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
EXMA. SRA. DRA. JUIZA DE DIREITO DO 12º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DAS
RELAÇÕES DE TRANSITO DE MACEIÓ/AL.
Para conferir o original, acesse o site https://www2.tjal.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0700074-48.2017.8.02.0143 e código 1E6CCC9.
VALDIVIA SILVA RAMOS BEZERRA, brasileira, solteira, encarregada de
segurança, portadora da CI nº 30051657 SSP/AL e CPF nº 061.269.624-35 e VANIA SILVA
RAMOS BEZERRA, brasileira, solteira, operadora de telemarketing, portadora da CI
2003006011530 SSP/AL e CPF nº 059.007.534-92, ambas residentes e domiciliadas no
Condomínio Recanto dos Contos, Rua G, n.º 341, Benedito Bentes, Maceió/AL, por
intermédio de seus Advogados, ALBERTO JORGE FERREIRA DOS SANTOS,
brasileiro, casado, Advogado, inscrito na OAB/AL, sob Nº 5.123 e ALBERTO ANDERSON
ROMÃO DOS SANTOS, brasileiro, solteiro, Advogado, inscrito na OAB/AL sob nº 14.283,
ambos com escritório a Rua do Comércio, nº 632, 2º andar, Centro, vem respeitosamente
perante Vossa Excelência mover a presente:
I. PRELIMINAR
O artigo 4º da Lei nº. 1.060/50, bem como, o artigo 4º da Lei nº 7.510/86, disciplinam
que: “ A parte gozará dos benefícios da Assistência Judiciária, mediante simples afirmação,
na própria petição inicial, de que não está em condições de pagar as custas do processo (...)”
Dessa forma, requer as Autoras que lhe sejam deferidos os benefícios da justiça
gratuita, pelos motivos já alinhavados, e, ainda, por ser a única forma de lhes proporcionar o
mais amplo acesso ao Poder Judiciário, garantia essa que a Constituição Federal elegeu no
inciso LXXIV, do artigo 5º.
Para conferir o original, acesse o site https://www2.tjal.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0700074-48.2017.8.02.0143 e código 1E6CCC9.
I.2 DA INTIMAÇÃO POR OFICIAL DE JUSTIÇA.
A manobra ilícita do Réu não permitiu tempo de reação da Autora que conduzia a
motocicleta, ocasionando a colisão.
O Réu de forma irresponsável afirmou no local que acidente não se evita, apesar de ter
dirigido o carro na contramão.
Vale salientar que o resgate das vítimas fora acionado por terceiros.
O laudo da SMTT informa que o condutor foi imprudente, por não observar a
legislação de transito, conforme segue em anexo.
Para conferir o original, acesse o site https://www2.tjal.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0700074-48.2017.8.02.0143 e código 1E6CCC9.
A Autora VANIA SILVA RAMOS BEZERRA tivera FRATURA DO RADIO
DISTAL e fez cirurgia, para colocação de placa de apoio volar em “t” e três parafusos de
fixação, conforme documentação em anexo.
Na referida audiência o Réu informou que teria apenas o interesse em consertar a moto
da Autora, não havendo composição com relação aos demais gastos decorrentes do acidente a
que deu causa.
III. DO DIREITO
No que tange à certeza, devem-se apreciar o prejuízo atual e o futuro, bem como a
perda de uma chance. Quanto à reparação dos danos atuais e imediatos, sua previsão está
elencada expressamente no art. 37, º6º., da Constituição da República, c/c art. 30, inciso V,
em como na Lei civil, especialmente no art. 186.
O dano futuro, está consignado expressamente no art. 402 do Código Civil, dispondo
que é indenizável aquilo que o credor da obrigação “efetivamente perdeu”, e o que “deixou
de lucrar”. Tal disposição encontrava-se prevista já no Código Civil anterior em seu artigo
1.059.
O dano futuro, ainda, como diz SÉRGIO SEVERO, (SÉRGIO SEVERO. Danos
Extrapatrimoniais. P.10, apud G. Stiglitz e C. Echevesti, Responsabilidade civil, p.223-
224.), pode manifestar-se de duas formas: a primeira, como continuação do dano atual; a
segunda, como dano futuro propriamente dito.
Para conferir o original, acesse o site https://www2.tjal.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0700074-48.2017.8.02.0143 e código 1E6CCC9.
A perda de uma chance, por sua vez, tem origem no direito francês, a partir da decisão
da Corte de Cassação de 17 de julho de 1889, que determinou a indenização por ato de
funcionário ministerial que impediu o autor de uma ação de levá-la adiante e, portanto,
frustrou-lhe a chance de obter ganho de causa. (SÉRGIO SEVERO. Danos
Extrapatrimoniais. P.11 apud RENÉ RODIÈRE. La responsabilité delictuelle dans la
jurisprudence, Paris, Ed. Techniques. 1978.p.275.)
Para conferir o original, acesse o site https://www2.tjal.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0700074-48.2017.8.02.0143 e código 1E6CCC9.
PROVIDA EM PARTE PARA AUMENTAR O MONTANTE
DA INDENIZAÇÃO. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 70004515847,
DÉCIMA PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL, TRIBUNAL DE
JUSTIÇA DO RS, RELATOR: BAYARD NEY DE FREITAS
BARCELLOS, JULGADO EM 16/04/2003)
Conforme pode ser constatado pela análise dos laudos médicos anexado aos autos, as
autoras sofreram risco de vida em razão do ato negligente e imprudente do Autor,
submeteram-se a várias cirurgias, conforme doc. em anexo ..
As mesma carregam consigo pinos em diversas partes do corpo, a tal ponto que uma
delas encontra-se em benefício e, consequentemente, afastada do trabalho.
Assim, visa a presente causa de pedir, para requerer que o requerido seja condenada a
ressarcir todos as despesas que as Autoras tiveram, até o final da convalescença, além de
algum outro prejuízo que prove haver sofrido, como medicações, consultas médicas,
deslocamentos, materiais de higiene e conforto, de enfermagem, fisioterapias e quaisquer
tratamentos prescritos pelos médicos responsáveis pelo tratamento do autor, na forma
Para conferir o original, acesse o site https://www2.tjal.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0700074-48.2017.8.02.0143 e código 1E6CCC9.
prescrita pelo artigo 949, do Código Civil.
Desde o acidente, passa os dias e as noites na cama, sem poder se locomover sem a
ajuda de terceiros, em razão das dores em seu corpo.
Quanto aos danos estéticos, as autoras ficarão com as cicatrizes provenientes das
cirurgias a que foram submetidas.
E todo esse transtorno em suas vidas se deve à negligência e imprudência do Réu, que
lhe retirou a saúde perfeita, deixando máculas permanentes, tanto físicas como psicológicas.
Para conferir o original, acesse o site https://www2.tjal.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0700074-48.2017.8.02.0143 e código 1E6CCC9.
Além da jurisprudência, a doutrina, por sua vez, tem afirmado a possibilidade de
satisfação dos danos extrapatrimoniais derivados do comprometimento da harmonia física da
pessoa.
Assim, pelos evidentes danos morais que provocou o réu, é de impor-se a devida e
necessária condenação, com arbitramento de indenização as parte autoras, que experimentou e
estão sofrendo tantas máculas decorrentes do ato injusto e ilegal do suplicado. Trata-se de
uma "lesão que atinge valores físicos e espirituais, a honra, nossas ideologias, a paz íntima,
a vida nos seus múltiplos aspectos, a personalidade da pessoa, enfim, aquela que afeta de
forma profunda não os bens patrimoniais, mas que causa fissuras no âmago do ser,
perturbando-lhe a paz de que todos nós necessitamos para nos conduzir de forma
equilibrada nos tortuosos caminhos da existência.", como bem define CLAYTON REIS
(Avaliação do Dano Moral, 1998, ed. Forense).
Dizer que os bens morais não podem ser objeto de reparação é incidir grosseiramente
no erro. Pois o padecimento humano constitui lesão, ferindo a pessoa imediatamente,
diretamente. Assim sendo, o dano moral é suscetível de ser compensado economicamente.
"Nos danos morais a esfera ética da pessoa é que é ofendida: o dano não patrimonial é
o que, só atingindo o devedor como ser humano, não lhe atinge o patrimônio."
Segundo Aguiar Dias: "O dano moral é o efeito não patrimonial da lesão de direito e
não a própria lesão abstratamente considerada.”
inc. X, onde preceitua, entre outros, a inviolabilidade a vida íntima, a vida privada e a honra,
respondendo seus ofensores pelos danos daí decorrentes.
Esta etapa de evolução a que chegou o direito em nosso país, a começar pela
Constituição Federal, que protege o bem moral, culminando com a vigência da Lei nº 10.406,
Para conferir o original, acesse o site https://www2.tjal.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0700074-48.2017.8.02.0143 e código 1E6CCC9.
de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), traz em seu art. 186, prevendo que “Aquele que, por
ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
Tema dos mais debatidos, resta superado, tendo em vista as disposições do art. 186, do
Código Civil Brasileiro, sendo que anteriormente, já alcançava a uniformidade de
entendimento na doutrina e na jurisprudência, é o que diz respeito à prova do dano moral. A
jurisprudência já definiu a natureza jurídica do dano moral, aplicando a tese da prova " in re
ipsa", ou seja, que o dano moral se prova por si mesmo.
Admissível, que o dano moral seja demonstrado por meio de presunção hominis. Para
tanto, o juiz, na falta de regras jurídicas particulares, poderá aplicar as regras de experiência
comuns subministradas pela observação do que ordinariamente acontecem, como
expressamente o autoriza o art. 335 do Código de Processo Civil.
O dano moral tem sido objeto de debates intensos, em face do crescente número de
demandas surgidas nos últimos tempos, prova inconteste da melhora do nível de
conscientização da sociedade em relação aos seus direitos.
Enquanto por um lado já temos como ponto pacífico o fato de que o dano moral puro
pode e deve ser indenizado, conforme orientação da mais moderna doutrina e do próprio STF,
a questão da fixação do quantum indenizatório permanece como ponto mais discutível,
porquanto faltam parâmetros legais para tal mister.
Isto posto, conclui-se para prequestionamento, com vista aos efeitos recursais,
arguindo o autor que o julgamento de improcedência da presente ação, configurará violação
às disposições contidas:
Para conferir o original, acesse o site https://www2.tjal.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0700074-48.2017.8.02.0143 e código 1E6CCC9.
e 37, §6º. da Constituição da República, tendo em vista a ocorrência de responsabilidade
objetiva ao caso em tela, pelos argumentos explicitados na causa de pedir do item “ b” , dos
fundamentos jurídicos do pedido.
b) violação de dispositivo de Lei Federal, expressamente previsto nos artigos 186, 927,
caput e parágrafo único, 932, inciso III, 942, 949 e 950, todos do Código Civil Brasileiro, e;
c) violação de dispositivos de Lei Federal, expressamente previstos nos artigos 28, 29,
34, 35, 38 e 44, da Lei nº 9.503/ 1997, alterada pelas Leis nº’s 9.602/ 1998, 9.792/ 1999,
10.517/ 2002.
b) Pagamento de indenização pelos danos morais sofridos a título de: danos estéticos
devido à lesão corporal gravíssima e cicatrizes; danos morais pelo sofrimento psíquico e
fisiológico, e; danos morais pelo prejuízo do lazer, cujo valor deva ser arbitrado por V.Exa,
requerendo valor não inferior a R$ 200 salários mínimos;
Dá à causa o valor de R$ 189.125,00 (cento e oitenta e nove mil cento e vinte e cinco
Para conferir o original, acesse o site https://www2.tjal.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0700074-48.2017.8.02.0143 e código 1E6CCC9.
reais), para efeitos legais e fiscais.
OAB/AL 5.123
OAB/AL 14.283