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Incêndios sem controlo provocam o caos

na Austrália
Dezenas de milhares de pessoas em fuga, cidades isoladas onde a água, os
alimentos e a energia começam a faltar, florestas em chamas e fumo por todo o
lado. A Austrália está a braços com uma crise inédita e já se ouvem vozes de
revolta contra o governo.

Com os fogos fora de controlo nas vastas regiões florestadas no


estado de Nova Gales do Sul e muitos outros incêndios ativos em
muitas outras regiões do país, como Queensland, Victoria ou a costa
sul, a Austrália procura sobretudo nesta altura salvar das chamas as
populações em risco, enquanto as altas temperaturas e o vento
continuam a favorecer os incêndios que devastam hectares e hectares
de florestas e de zonas residenciais, sem que os bombeiros possam
fazer muito para conter a sua voragem.

Governo australiano criticado


Em plena crise dos incêndios, o chefe do governo australiano encontrava-se de
férias no Havai, e só no segundo dia do ano, já com vítimas mortais
contabilizadas, veio a público a falar ao país.

As críticas não tardaram, a começar pela decisão de se manterem os


tradicionais festejos de Ano Novo em Sydney com fogo-de-artifício. Não foram
poucas as vozes que se insurgiram contra essa festa, num momento em que
vastas regiões do país estavam a ser destruídas pelo fogo.

A dimensão e a duração inéditas dos fogos levantou de imediato a


questão da sua possível relação com as alterações climáticas, e a
discussão está instalada, desde logo na própria Austrália. O perfil do
fenómeno a que se está a assistir nesta altura coincide com as
estimativas feitas pelos cientistas para o risco de incêndios florestais
num mundo mais quente devido às alterações climáticas. Os
ingredientes estão lá todos: os recordes de temperaturas numa
Austrália cuja temperatura média é hoje superior em um grau ao que
era há quatro ou cinco décadas e, nesse contexto, a seca severa e
prolongada que acaba por ser o rastilho perfeito para estes incêndios.
Muitos outros cientistas veem nesta problemática época de incêndios
na Austrália uma preocupante antevisão do mundo mais quente do
futuro, em que o risco de incêndios florestais aumenta
substancialmente e a sua época se alarga também à primavera, como
está a suceder, e ao outono.

O que está a causar estes


incêndios?
 Uma seca extrema, temperaturas extremamente elevadas e ventos fortes.
Três fatores que combinados são propícios para ocorrência de incêndios.
 A vasta maioria dos fogos australianos têm origem em “causas
naturais”, nomeadamente “trovoadas secas” — “raios que
atingem a superfície”, mas que não são acompanhados de
aguaceiros
 Não é possível excluir o fator humano. Em novembro, um
bombeiro voluntário de 19 anos foi detido por ter ateado sete
incêndios num período de seis semanas

Por fim, retirei esta expressão que foi dita pelo Barack Obama “Nós somos a
primeira geração a ter detonado o aquecimento global, mas nós talvez
sejamos a última a poder fazer algo a evitá-lo”. Isto quer dizer que se
continuarmos apenas preocupados mas permanecermos indiferentes a estas
tragédias que têm vindo a acontecer nos últimos tempos que de certo modo
têm sido chamadas de atenção para que mudemos os nossos hábitos e
comportamentos errados não iremos a lado nenhum e iremos comprometer
as gerações futuras. Porém, se passarmos das palavras ás ações talvez
possamos fazer a diferença.

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