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ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O presente projeto foi desenvolvido com alunos de uma turma de 8º ano do Ensino
Fundamental de uma escola municipal de Sebastião Leal, Piauí, composta por 20 alunos. No intuito de
conhecer a realidade destes alunos sobre a Orientação Sexual integrada ao estudo do Corpo Humano.
Desta forma, fez-se necessários organizar os dados da pesquisa realizada em tabelas por entender que
desta forma as respostas dos alunos sejam melhor interpretadas.
TABELA 1- Idade e sexo dos alunos pesquisados
QUESTIONÁRIO RESPOSTA
IDADE 13 a 14 anos 15 a 16 anos
15 5
SEXO Masculino Feminino
9 11
FONTE: Pesquisa de campo,2019
Como se pode perceber a maioria dos entrevistados tem entre 13 d 14 anos, sendo que
9 são masculinos e 11 feminino, sabe-se é uma idade propicia que requer uma atenção maior
quanto a questão da orientação, pois se trata de um momento de descoberta.

Tabela 2- Forma de orientação sexual


QUESTIONÁRIO RESPOSTA
As primeiras orientações relacionadas a TV FAMÍLIA ESCOLA OUTROS
sexualidade em sua vida vieram de que forma? 14 1 5
Você costuma conversar com seus pais a Não Sim As vezes
respeito da sexualidade, ou temas variados 11 4 5
como namoro, sexo, gravidez?
FONTE: Pesquisa de campo,2019
Nas respostas acima fica evidente que os pais e a escola tem falhado em relação a este
quesito, pois entende, a importância da presença dos pais e da escola na orientação, e essa
importância e responsabilidade está mais ainda direcionada aos pais pois é com estes que os
filhos tem mais contato. Não há como os jovens de hoje saber se proteger ou mesmo tomar
suas decisões apenas baseados na TV. È responsabilidade primária dos pais e depois se
estende a escola.
Para Vasconcelos (1971), a orientação sexual:
[...] é abrir possibilidades, dar informações sobre os aspectos fisiológicos da
sexualidade, mas principalmente informar sobre suas interpretações culturais, e suas
possibilidades significativas, permitindo uma tomada lúcida de consciência. É dar
condições para o desenvolvimento contínuo de uma sensibilidade criativa em seu
relacionamento pessoal. Uma aula de educação sexual deixaria de ser apenas um
aglomerado de noções estabelecidas de biologia, de psicologia e moral, que não
apanha a sexualidade naquilo que lhe pode dar significado e vivência autêntica: a
procura mesmo da beleza interpessoal, a criação de um erotismo significativo do
amor. (p. 111).´
Diante das afirmações acima percebe-se que os pais s eximem-se da responsabilidade
de educar sexualmente os filhos por acreditarem que eles são jovens demais para falar sobre o
assunto. Para alguns adultos a sexualidade é um assunto proibido para crianças e adolescentes
de pouca idade e assim evitam discutir com eles os questionamentos relacionados ao tema,
isso só ocasiona mais problemas por não fornecer informações que os tornam mais resistentes
a problemas.
Quando se questionou quem normalmente inicia a conversa sobre sexualidade como
apenas um aluno relatou que a família orienta este mesmo afirmou que a conversa sobre este
assunto é apenas com a mãe, ficando assim confirmado que a ausência do apoio familiar e das
orientações da família para jovens está deixando a desejar.
Tabela 3-Orientações sobre DSTs
QUESTIONÁRIO RESPOSTA
Qual a sua opinião sobre a ausência Considera criança Delega a Sem Vergonha
desta conversa(sexualidade) na sua para o assunto escola tempo
família com seus pais? 10 5 4
Você sabe o que são doenças Sim Não Mais ou menos
sexualmente transmissíveis? 18 2
FONTE: Pesquisa de campo,2019
Quando se trata de ausência de conversa na família pode-se perceber que este
adolescente fica vulnerável para a entrada de problemas como doenças sexualmente
transmissíveis e ter gravidez precoce. Mesmo observado que a maioria dos alunos
pesquisados dispõe de conhecimento sobre DSTs, é importante reforçar que a orientação dos
pais e da escola é de suma relevância.
Conforme Gherpelli (1996), a possibilidade de contágio de doenças sexualmente
transmissíveis e o aumento de gravidez na adolescência são que reforçam a hipótese de que a
desinformação, a repressão, o silêncio, o medo e outros sentimentos negativos limitam as
escolhas dos adolescentes.
Nesse sentido, é importante ressaltar a necessidade da família e todos participarem
participam da vida dos adolescentes, para que estes tenham em mente que as informações
oferecidas por meio da orientação sexual visam despertar neles o autocuidado e o
discernimento do que é certo e errado, positivo e negativo e tenham conhecimento de medidas
preventivas.
Tabela 4-Prevenção de doenças
QUESTIONÁRIO RESPOSTA
Na sua opinião, quem deve se prevenir Casados Solteiros Todos
de doenças sexualmente 20
transmissíveis?
De quem é a responsabilidade pelo de Homem Mulher Os dois
métodos contraceptivos? 20
FONTE: Pesquisa de campo, 2019

Nas respostas da tabela 4, os alunos entendem que todos devem se prevenir contra
doenças sexualmente transmissíveis, e enfatizam que a responsabilidade para tal prevenção é
dos dois. Sendo assim, é possível perceber que estes alunos apesar da ausência dos pais neste
assunto, adquiriram informações que embora seja vagas sobre orientação sexual, porém
deixaram bases para compreender a importância de se prevenir.
De acordo Almeida (2005), é de extrema importância que as questões correlatas à
sexualidade sejam tratadas na escola, mas há que existir uma efetiva parceria com os pais.
Nesse contexto, reconhece-se que há uma grande necessidade que a educação sexual inicie em
casa e seja complementada na escola, para que possa ampliar os conhecimentos destes
adolescentes e venha suprir as carências e dificuldades da família no que se refere ao tema.
Tabela-5- Temas que merecem atenção na escola
QUESTIONÁRIO RESPOSTA
Qual o tema na sua opinião deveria ser Gravidez Doenças Sexo Aborto
dado maior importância? 10 7 1 2
Qual o método contraceptivo que deve Camisinha e pílula
ser usado em todas as relações 20
sexuais?
FONTE: Pesquisa de campo, 2019.

Nas respostas dada, percebe-se os alunos tem curiosidades variadas sobre a orientação
sexual dentro do contexto escolar, onde eles destacam que alguns assuntos merecem atenção
como: gravidez, doenças, sexo e aborto. Sabe-se que os parâmetros curriculares destacam o
papel da escola quanto a estes assuntos. A escola não pode se esquivar de fornecer e subsidiar
os alunos no que se refere a estes temas de tão grande importância. Os PCNs tratam sobre como
educar o corpo
Alunas e alunos são instigados a falar através de uma metodologia participativa que
envolve o lidar com dinâmicas grupais, a aplicação de técnicas de sensibilização e
facilitação dos debates, a utilização de materiais didáticos que problematizem em
vez de “fechar” a questão, possibilitando a discussão dos valores (sociais e
particulares) associados a cada temática da sexualidade.(BRASIL, 1998, p.331).

Observa-se a importância de tratar desta discussão sobre a sexualidade na escola,


constituindo assim um saber escolar sobre a sexualidade, saber este que constitui sujeitos
críticos e bem informados. Portanto ao se tratar destes temas na escola esta ao meso tempo
propiciando um aumento do controle e da possibilidade de intervenção sobre as ações dos
sujeitos.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, D. S. O.; COSTA, R .L.; SILVA , T. M. Chega de tabu! A sexualidade sem
medos e sem cortes. 2005. Disponível em
https://www2.unesp.br/portal#!/prograd/PDFNE2005/artigos/capitulo%201/ch. Acesso em
dezembro de 2019.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e


quarto ciclos: apresentação dos temas transversais. Brasília: MECSEF, 1998

GHERPELLI, M. H. B. V. A Educação preventiva em sexualidade na adolescência. São


Paulo: FDE, 1996.

VASCONCELOS, N. Os dogmatismos sexuais. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1971.

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