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em face de
1-DOS FATOS
O autor teve seus documentos roubados em novembro de 2014, incluídos neste roubo,
a subtração de sua carteira de motorista –CNH - conforme boletim de ocorrência
(doc...).
Nesta mesma data, não reconhecendo referida transação, o autor ligou para a empresa
ré, cujo protocolo de ligação ganhou número 1536413727, no qual fora informado que
as linhas seriam devidamente bloqueadas até que fossem investigados os motivos para a
compra indevida das referidas linhas.
Fora informado ao autor que o caso seria encaminhado para análise e em 5 dias haveria
resposta quanto à solicitação, devendo as linhas telefônicas permanecerem bloqueadas
até a finalização da referida analise. (doc...)
No entanto, além de não haver realizado o prometido cancelamento das linhas nem ao
menos o bloqueio, o autor recebeu a noticia em 12 de abril de que teriam sido abertas
mais duas linhas telefônicas e comprados dois aparelhos telefônicos, junto à loja de
ré no Shopping Interlagos, conforme e-mail encaminhado pela própria ré (doc...).
Adiante, em 13/04 o autor escreveu, conforme orientação da própria ré, carta de próprio
punho, na qual dissertava sobre todo ocorrido junto (doc...), o qual em nada resultou.
No mesmo dia, o autor se dirigiu a loja central da empresa na Avenida Nossa Senhora
do Sabará, sendo que por diversas vezes retirou senha para atendimento: 13/04, 18/04,
22/04, 04/05, 06/05 do corrente ano, não logrando êxito para que os contratos fossem
cancelados.
Enfim, o autor, com receio de que mais contratos sejam firmados indevidamente em seu
nome, solicitou o bloqueio junto ao Serasa de que sejam feitos negócios em seu nome,
devendo em qualquer caso ser confirmado para liberação. (doc...).
Diante da vexatória e injusta situação na qual o REQUERENTE, pode-se dizer que sua
vida ficou ao "avesso", uma vez que passava grande parte de seus dias procurando a
REQUERIDA para resolver a situação sem ter que recorrer à justiça, não tendo obtido
êxito, dada a inércia e o descaso da REQUERIDA na solução da questão, nada mais lhe
restou senão ingressar com a presente ação para ver seu nome limpo de toda a lama que
a ré o enterrou.
2-DO DIREITO
Ademais, a ré esta ciente de que os fatos narrados pelo autor, o levaram a registrar
boletim de ocorrência junto ao 99 DP, e que inclusive já é objeto de abertura de
inquérito policial de número...
Portanto, pode-se inferir que a REQUERIDA foi imprudente no ato de autorização para
compra em nome do REQUERENTE das linhas telefônicas e aparelhos moveis
indevidamente realizadas por estelionatário em nome do autor e negligentes por não
cancelar as referidas contratações, apesar de todos os suplícios do autor e ainda do claro
indicio de fraude, já que o caso é objeto de investigação policial, conforme fartamente
demonstrado na presente.
Todos estes atos e omissões da ré acabaram por gerar danos ao auto. Esta conduta nos
remete ao seu enquadramento em uma previsão legal, qual seja, artigo 186 do Código
Civil de 2002:
"Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito."
Vale ressaltar que o contrato, seja de que espécie é uma declaração bilateral das
vontades das partes.
Podemos ainda, ponderar, sem receio de decair em equívocos, que a utilização dos
documentos ou de nome de outra pessoa dá ensejo à ausência do próprio agente
emissor da vontade, haja vista a identificação daquele que se prestou à adulteração
não corresponder ao contratante do pacto referido, muito embora tenha
falsamente tomado sua identidade, inclusive, no sentido literal da expressão.
O artigo 14 do instituto supra referido embasa tal afirmação, como se pode observar:.
Dessa forma, fica evidente o dever de indenizar da REQUERIDA, pois de acordo com o
exposto anteriormente, restou comprovada a existência do ato ilícito, e seguindo os
ditames do artigo 927 do Código Civil de 2002, temos que:
“Art. 927 Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”.
..."
Assim sendo, tem-se por inquestionável que a conduta adotada pela prestadora de
serviços, especialmente a ausência de precaução no ato da contratação, caracterizada,
impõe-lhe o dever de indenizar.
Assim, com base nos fatos narrados e na legislação vigente, podemos constatar que a
REQUERIDA cometeu um ato ilícito e deve ser responsabilizada por ele, pois este é o
entendimento que se revela a partir da análise dos institutos anteriormente elencados.
Segundo a doutrina, o dano moral configura-se quando ocorre lesão a um bem que
esteja na esfera extrapatrimonial de um indivíduo, e a reparação do mesmo tem o
objetivo de possibilitar ao lesado uma satisfação compensatória pelo dano sofrido,
atenuando, em parte, as consequências da lesão.
" Art. 5º... X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de
sua violação;... "
Com relação ao dano moral, ficou igualmente provado que a REQUERIDA com sua
conduta negligente violou diretamente direito sagrado do REQUERENTE, o de ter sua
paz interior e exterior inabalada por situações com o qual não concorreu.
2.4. Da Jurisprudência
Diante do caso concreto, acima relatado, percebe-se que grande parte de nossa
jurisprudência tem convergido para a mesma solução nos casos em que as
concessionárias de telefonia móvel, agem negligentemente na abertura de linhas e venda
de aparelhos telefônicos, vindo posteriormente violar os direitos de pessoas íntegras que
não possuem nenhuma relação com a instituição. Assim tem sido o entendimento de
nossos tribunais:
(TJ-SP, Relator: Carlos Russo, Data de Julgamento: 01/10/2014, 30ª Câmara de Direito
Privado)
Com base nos fatos narrados, e se comparados com as decisões supra explicitadas,
pode-se constatar que a REQUERIDA cometeu um ato ilícito do qual resultou um dano
ao REQUERENTE, e, segundo nossos Tribunais, caberá à concessionária reparar o
dano provocado por sua negligência e imprudência.
6-DOS PEDIDOS
Liminarmente:
No mérito:
I. Quando do despacho da inicial, seja determinada a inversão do ônus da prova
em favor do REQUERENTE, consoante disposição do art. 6º, inc. VIII, do
Código de Defesa do Consumidor, para que, inclusive, determine que o réu
apresente todas as ligações havidas entre as partes, devendo constar tal
decisão no mandado de citação;
7-VALOR DA CAUSA
Termos em que,
Pede deferimento.
XXXXXXXXXXXXXX
OAB/SP XXXXXXX