Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Cadernos PDE
II
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Título: Cidadania e Direitos Humanos – uma proposta formativa para a EJA
- Educação de Jovens e Adultos
Disciplina/Área: Pedagogia
Resumo:
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é
uma modalidade educacional que atende
alunos trabalhadores das classes populares e
trabalha com um contexto de diversidade
sociocultural para formar através do acesso
ao conhecimento e à participação social
cidadãos críticos e preparados para o
exercício da cidadania. Neste sentido é
necessário que a prática educativa possibilite
a formação dos alunos voltada para o
exercício da cidadania e para a
transformação individual e coletiva. A
contribuição social da EJA para a efetivação
de uma sociedade cidadã acontecerá através
de uma práxis educativa reflexiva e crítica,
visto que, exercer a cidadania é ter
consciência de seus direitos e deveres e lutar
para que eles sejam colocados em prática. O
exercício da cidadania é individual e coletivo
e se constrói pela participação social e
atitudes éticas tendo como base os direitos
humanos. Estes temas serão desenvolvidos
na EJA por meio de oficinas temáticas
durante as aulas de Sociologia baseando-se
na proposta de Educação popular de Paulo
Freire permeadas pelo diálogo e a discussão
coletiva ressaltando o aspecto formativo da
EJA estimulando a participação social, a
troca de ideias e de experiências entre os
sujeitos visando a aprendizagem e o
crescimento mútuos.
Telêmaco Borba
2014
SECRETARIA DE ESTADO DA
EDUCAÇÃO
Programa de Desenvolvimento
Educacional
Universidade Estadual de Ponta Grossa
Caderno Pedagógico
Telêmaco Borba
2014
Apresentação:
A busca por uma sociedade mais igualitária onde as pessoas tenham acesso
aos seus direitos e possam participar democraticamente e efetivamente da
sociedade, não pode ser considerada apenas como uma utopia. Exercer a
cidadania é um papel social, um exercício cotidiano que também perpassa o
sistema educacional.
1
autônomos, orientando-os para a prática da cidadania por meio da ampliação
da sua visão de mundo e da participação social.
2
Humanos e Cidadania, além de relacionar a sua prática com a participação
social.
Professora Pedagoga
3
Sumário:
Apresentação 1
Orientações metodológicas 5
Unidade Um: Direitos Humanos 6
Oficina 01: O que é um Direito Humano? 13
Oficina 02: O Homem como um ser detentor de Direitos 16
Oficina 03: A busca por Direitos pelo cidadão 17
Unidade Dois: Direitos e Deveres 19
Declaração Universal dos Direitos Humanos 24
Oficina 04: Os documentos que abordam os direitos e os deveres dos cidadãos 32
Oficina 05: A Declaração Universal dos Direitos Humanos 34
Unidade Três: Cidadania e Participação Social 37
Oficina 06: Os Direitos Humanos e a Cidadania 42
Oficina 07: A Educação e o exercício da cidadania 43
Oficina 08: A Cidadania e a Participação Social 45
APÊNDICE/ Questionário 47
4
Orientações Metodológicas:
5
!
Direitos Humanos
6
Os Direitos Humanos se resumem em um conjunto de condições
mínimas e necessárias para uma vida digna para todas as pessoas, em todos
os momentos e em todas as suas dimensões.
De acordo com Dallari (1998, p.08) sobre a liberdade das pessoas para
desfrutar dos seus direitos:
7
- Os direitos humanos são fundados sobre o respeito pela dignidade e o
valor de cada pessoa;
- Os direitos humanos são universais, o que quer dizer que são aplicados de
forma igual e sem discriminação a todas as pessoas;
http://www.dhnet.org.br/dados/cursos/dh/br/go/goias/desc.html
8
Alguns exemplos de direitos humanos:
9
No caso da Educação de Jovens e Adultos (EJA), podemos dizer que
esta modalidade educacional se caracteriza por ser o espaço da diversidade e
de múltiplas vivências, de relações entre gerações, de diálogo e troca de
saberes e de culturas.
10
promova a capacidade de crítica e a formulação de propostas, e não
a passividade, que termina por ser cúmplice dos mecanismos de
injustiça e violação de direitos.
11
do questionário consta do sumário no apêndice), visando à elaboração de um
quadro referencial pelo docente sobre a percepção e conhecimento dos alunos
sobre tais temas.
Não há ensino sem pesquisa e nem pesquisa sem ensino. Esses que
fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino
continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque
indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar,
constatando , intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso
para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a
novidade.
Por isso, para que o docente possa ter uma visão mais clara da
realidade dos seus alunos, a pesquisa se faz necessária como um elemento
norteador para a construção da prática educativa reforçando o caráter
formativo da Educação e contribuindo para o desenvolvimento da consciência
crítica dos alunos.
12
No caso da Educação de Jovens e Adultos, o diálogo deve ser franco,
respeitoso e acolhedor para com experiências e conhecimentos diversos, frutos
de histórias de vida.
!
" " # $%
13
Ao mesmo tempo, e em parte como conseqüência da evolução normativa, vem
aumentando constantemente o número de pessoas que falam e escrevem
sobre Direitos Humanos. Em princípio é bom que isso aconteça, mas existe,
em primeiro lugar, o risco de se confundir o tratamento teórico com a prática.
Não basta falar em Direitos Humanos, escrever sobre eles e até fazer leis em
seu favor se isso não tiver autenticidade, se não houver a firme disposição de
respeitá-los e fazê-los respeitar.
Outro risco é a criação da ilusão de respeito, é a introdução dos Direitos
Humanos na linguagem comum como simples modismo, sem conseqüências
práticas. Assim, por exemplo, hoje ninguém diz que a mulher é inferior ao
homem e que as posições de comando na sociedade devem ser reservadas
aos homens. E no entanto em muitas partes do mundo, inclusive no Brasil, as
mulheres continuam sofrendo muitas exclusões, não tendo as mesmas
oportunidades pelo simples fato de serem mulheres, independente do mérito
que possam ter.
Na realidade, já houve consideráveis avanços, o que deve ser reconhecido e
louvado, mas persistem ainda muitas exclusões, que devem ser identificadas,
denunciadas e combatidas sem descanso. Existem os excluídos tradicionais,
que são os herdeiros da pobreza, os marginais da educação, os imigrantes e
refugiados, entre outros.
Em pesquisa realizada na França recentemente, verificou-se que cerca de 70%
dos jovens sem qualquer diploma e sem qualificação profissional eram mais
humildes e de menor remuneração, ou então eram filhos de desempregados ou
de pessoas que nunca tiveram um emprego fixo.
Esse é um aspecto que deve merecer especial atenção: a existência de
pessoas que já nascem excluídas e que muito provavelmente jamais poderão
superar a situação de exclusão. Não è preciso ir longe, fazer uma pesquisa
aprofundada ou ser especialista em qualquer ciência para perceber que isso
acontece hoje no Brasil. Embora a Constituição afirme a igualdade de todos e
assegure a todos a mesma liberdade, só por hipocrisia alguém poderá dizer
que o filho de pais ricos tem a mesma liberdade e as mesmas oportunidades
quanto ao acesso aos direitos fundamentais que os filhos de pais pobres ou
miseráveis.
Basta ter olhos para ver que um número muito grande de crianças brasileiras
nasce em situação de exclusão social. Muitas dessas crianças não ultrapassam
o primeiro ano de vida e se resistirem estarão sempre à margem da sociedade
ou numa longínqua retaguarda, vítimas da fome e da falta de cuidados de
saúde, com pouca ou nenhuma possibilidade de educação, morando na rua ou
em condições extremamente precárias, sofrendo humilhações e agressões à
sua pessoa e completamente desprovidas de bens materiais. E no entanto o
Brasil assinou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, segundo a qual
"todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos".
A esses excluídos tradicionais juntam-se agora novos excluídos. São filhos
malditos da globalização, os que não são aquinhoados com a liberdade do neo-
liberalismo, os que são inexoravelmente condenados pelas leis do mercado,
porque nem sequer chegam ao mercado. Na verdade, o que se procura
esconder sob esses rótulos é a última tentativa de manutenção dos privilégios
usufruídos há duzentos anos, com egoísmo e insensibilidade moral, pelos
detentores de superioridade econômico e financeira.
Em última análise, a globalização econômica, apresentada como novidade
embora já exista há quinhentos anos com o estabelecimento de rotas
14
marítimas e terrestres para o comércio é um artifício do materialismo egoísta
para dificultar o avanço dos Direitos Humanos.
Sem exagerar no otimismo e sem deixar de reconhecer que ainda são muitos
os obstáculos para que as ambições materiais e a busca desenfreada de poder
público e prestígio social cedam lugar à predominância da ética e da
solidariedade humana, pode-se afirmar que a humanidade reencontrou o bom
caminho.
Através da educação para os Direitos Humanos os dominados, discriminados e
excluídos adquirem consciência dos direitos inerentes à sua condição humana
e começam a lutar por eles. Entre os dominadores alguns já perceberam que
se persistirem as injustiças e as violações graves de Direitos Humanos haverá
a "guerra de todos contra todos". Se houver empenho e determinação não
estará longe a nova sociedade, livre de injustiças e exclusões sociais.
È possível ter uma vida digna sem os direitos humanos? Quais seriam as
conseqüências para os indivíduos e para a sociedade?
15
Oficina 2 – O Homem como um ser detentor de direitos.
16
procurando captar na troca de idéias, as suas reações com relação ao tema
Direitos Humanos.
Referências:
Artigo:
18
()
"
Direitos e Deveres
"# $ % &
'“
Mahatma Gandhi
19
Segundo o dicionário de português on line Michaelis (1998-2009 Editora
Melhoramentos Ltda. © 2009 UOL ), a origem da palavra “direito” vem
do latim “directus "e quer dizer: aquele que segue regras pré-determinadas ou
um dado preceito". A palavra dever também origina do latim ”debere” que
significa ter obrigação de.
Neste sentido, Dallari (1998, p.69) nos alerta para a seguinte situação:
“Há muitos casos de direitos que constam da lei, mas que, pelos mais diversos
motivos, grande número de pessoas não conhece ou não consegue pôr em
prática.”
21
que mais influenciou os demais países, foi a Declaração dos direitos do
Homem e do Cidadão elaborada e aprovada na França em 1789.
22
Observa-se que no seu primeiro artigo a DUDH afirma que todos os
seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos, dotados de
razão e de consciência e devem agir uns para com os outros em espírito de
fraternidade.
23
& " ' ())* +, ! ++-
. !
Preâmbulo
24
Artigo 1
Artigo 2
II) Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política,
jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer
se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer
sujeito a qualquer outra limitação de soberania.
Artigo 3
Artigo 4
Artigo 5
Artigo 6
Artigo 7
Todos são iguais perante a lei e tem direito, sem qualquer distinção, a igual
proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer
discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a
tal discriminação.
Artigo 8
Artigo 9
25
Artigo 10
Artigo 11
Artigo 12
Artigo 13
II) Todo o homem tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a
este regressar.
Artigo 14
II) Este direito não pode ser invocado em casos de perseguição legitimamente
motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e
princípios das Nações Unidas.
Artigo 15
Artigo 16
26
II) O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos
nubentes.
Artigo 17
Artigo 18
Artigo 19
Artigo 20
Artigo 21
II) Todo o homem tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.
Artigo 22
Artigo 23
27
II) Todo o homem, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por
igual trabalho.
III) Todo o homem que trabalha tem direito a uma remuneração justa e
satisfatória, que lhe assegure, assim como a sua família, uma existência
compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário,
outros meios de proteção social.
IV) Todo o homem tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para
proteção de seus interesses.
Artigo 24
Todo o homem tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das
horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas.
Artigo 25
Artigo 26
I) Todo o homem tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos
nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória.
A instrução técnica profissional será acessível a todos, bem como a instrução
superior, esta baseada no mérito.
Artigo 27
II) Todo o homem tem direito à proteção dos interesses morais e materiais
decorrentes de qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja
autor.
28
Artigo 28
Artigo 29
I) Todo o homem tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno
desenvolvimento de sua personalidade é possível.
III) Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos
contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas.
Artigo 30
29
Ao analisarmos o documento Declaração Universal dos Direitos
Humanos deparamo-nos com uma organização através de artigos onde:
1º e 2º artigos
30º artigo
30
tem por objetivo, o pleno desenvolvimento da personalidade humana e o
fortalecimento do respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais.
31
!
" " # $%
Liliana Iacocca
... A Constituição foi aprovada por meio de votação pela Assembleia Nacional
Constituinte que é formada pelos deputados federais senadores eleitos que na
época compunham o Congresso Nacional.
...O texto da Constituição pode passar por emendas que atualizam, ampliam
ou modificam as normas existentes ou estabelecem novas.
32
A Constituição deve ser respeitada por todos para que todos tenham os seus
direitos respeitados.
Segundo a Constituição Brasileira, todos são iguais perante a lei assim devem
ter os seus direitos garantidos sem distinção. Ocorre que para que essa
igualdade aconteça efetivamente, é preciso que na Constituição, estejam
previstos em seus fundamentos, a cidadania, a dignidade da pessoa humana e
objetivos para o País, pois nada acontece sem um propósito. Você já parou
para pensar sobre: Você tem objetivos para a sua vida? Quais são?
Reflita sobre o tema e se quiser anote estes objetivos para que façamos uma
roda de conversa sobre o assunto na próxima oficina temática.
33
Oficina 5 - A Declaração Universal dos Direitos Humanos
- DUDH
34
O que é Opressão?
Fonte: www.significados.com.br
Opressão é o ato de oprimir, sufocar, seja uma pessoa, uma atitude, uma
comunidade. Opressão também pode ser o uso da violência para demonstrar
autoridade, atos de tirania, e é um termo bastante associado a países, a
governos, a sociedade, e etc.
O que é Discriminação?
Fonte: www.significados.com.br
Referências Bibliográficas:
GADOTTI, Moacir. Escola Cidadã. 5ª ed. São Paulo, Cortez, 1999. (Coleções
Questões da Nossa Época – v.24).
36
*)+ , -
"
Paulo Freire
4556 0 '
37
Hannah Arendt (2000, p.57) ao explicar o conceito de cidadania, destaca
esta visão mais ampla sobre o mesmo, enfatizando o acesso e a construção
coletiva de uma sociedade mais igualitária.
Entretanto, a participação não se limita a fazer parte, pois ela traz outras
contribuições muito positivas tais como: facilita o crescimento da consciência
crítica, fortalece o poder de reivindicar e atender ás demandas e necessidades
da sociedade, além de contribuir como um instrumento para a solução de
conflitos e problemas.
38
A participação é acima de tudo, uma necessidade fundamental do ser
humano. Bordenave (1994, p.16) afirma que:
39
através de uma postura ativa e responsável possibilitando o desenvolvimento
do processo democrático.
40
Entretanto segundo Gadotti (1999), é preciso dar autonomia às escolas
para estas de acordo com a sua realidade e demandas, possam delinear e
construir a escola que desejam, visto que, a idéia de autonomia permeia a
democracia e a cidadania.
Referências:
41
!
" " # $%
Cidadania
Thiago de Mello
In : De uma vez por todas, 1996
42
3 – Provocação – O docente deve enfatizar que o exercício da cidadania
envolve o respeito aos Direitos Humanos.Assim é fundamental na interação
social a participação das pessoas através de atitudes cidadãs.
44
Oficina 8 – A Cidadania e a Participação Social
Desafio nº 01
Desafio nº 02
Desafio nº03
45
Numa pequena cidade o prefeito propõe á população que os moradores
colaborem voluntariamente com um mutirão de limpeza nos quintais das
casas a fim da população prevenir-se contra a Dengue.
Desafio nº04
http://www.youtube.com/watch?v=Vg4iU03r5JY
O docente deve fazer ao síntese dos encontros com um resumo sobre o tema
Cidadania e Direitos Humanos e a sua relação com a participação social.
Obs: O clipe contendo a música e letra poderão ser acessados no you tube
pelo docente através do endereço:
http://www.youtube.com/watch?v=Gkpd4nXMzy8
46
APÊNDICE
47
Questionário pertinente à pesquisa sobre a percepção dos alunos do CEEBJA
Professora Ronilce Aparecida Gallo Mainardes quanto aos temas: Direitos
Humanos, Cidadania e Participação Social
Sim ( ) Não ( ) Já ouvi falar mas não conheço muito sobre o tema ( )
( ) O governo;
( ) A polícia;
( ) A Igreja;
( ) toda a sociedade.
( ) sim ( ) Não
48
7 – Você acredita que a cidadania possa ser exercida:
( ) sim
( ) Não
49