DIREITO CIVIL - AULA 02

LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO – LINDB

1. CONTEXTO E CRONOLOGIA

A LINDB (antiga Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro - LICC) é o

Decreto-lei nº 4.657/42.

No ano de 1988, sancionada a Lei Complementar nº 95, dispõe sobre a

elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis, conforme
determina o parágrafo único do art. 59 da Constituição Federal, e
estabelece normas para a consolidação dos atos normativos que
menciona.

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:

I - emendas à Constituição;

II - leis complementares;

III - leis ordinárias;

IV - leis delegadas;

V - medidas provisórias;

VI - decretos legislativos;

VII - resoluções.

Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração,

redação, alteração e consolidação das leis.

No ano de 2010, foi editada a Lei nº 12.376, alterando o nome de LICC

para LINDB com o propósito deixar claro que sua aplicação abrange
todos os ramos do direito.

Lex Legum: Lei sobre lei. É uma norma que regulamenta outras normas.
A LINDB é composta de 30 artigos, aplicáveis a todos os ramos da ciência
jurídica. O conteúdo trata da TEORIA GERAL DO DIREITO. A LINDB prevê
como as normas do direito brasileiro devem ser elaboradas, interpretadas
e complementadas.

No ano de 2018, a LINDB ganhou alterações, com a aprovação da Lei nº

13.655/2018, que inseriu 10 novos artigos, prevendo regras sobre
segurança jurídica e eficiência na criação e na aplicação do direito
público. No entanto, o art. 25 foi vetado.

No ano de 2019, foi editado o Decreto nº 9.830/2019 que regulamenta os

arts. 20 a 30 da LINDB, inseridos pela Lei nº 13.655/2018.

Os arts. 20 a 30 da LINDB carregam conceitos abstratos ou pouco

trabalhados pela doutrina, fazendo-se necessária a edição do Decreto
nº 9.830/2019, para regulamentar a aplicação das inovações trazidas
pela Lei nº 13.655/2018.

CRONOLOGIA
1942 Decreto-lei nº 4.657/42 - LICC
1988 Lei Complementar nº 95, dispõe
sobre a elaboração, a redação, a
alteração e a consolidação das
leis
2010 Lei nº 12.376 – alteração do nome
de LICC para LINDB.
2018 Lei nº 13.655/2018 – alteração que
incluiu mais 10 artigos na LINDB.
2019 Decreto nº 9.830/2019 -
regulamenta o disposto nos art. 20
ao art. 30, inseridos pela Lei nº
13.655/2018, ao Decreto-lei nº
4.657/42.
*Houveram outras modificações no texto legal ao longo dos anos,
contudo os destaques não expressivas modificações.

ABORDAGEM TEMÁTICA DOS ARTIGOS

Os artigos 1º a 6º
Abordagem: o processo de enfrentamento da lei
Eficácia – Obrigatoriedade – Lacunas – Interpretação – Direito Intertemporal
Os artigos 7º a 17
Abordagem: direito internacional privado
Os artigos 18 e 19
Abordagem: atos civis praticados por autoridade consulares brasileiras
no estrangeiro.
Os artigos 20 a 30
Abordagem: segurança jurídica e eficiência na criação e na aplicação
do direito público.
Matérias de Direito Administrativo, Financeiro, Orçamentário e Tributário.
*Tais regras não se aplicam, portanto, para temas de direito privado.
 CONCEITOS

2. EFICÁCIA

As leis, nascem, existem e morrem. Este é o ciclo, o processo chamado

vigência. Aquilo que está em VIGOR, que, VIGORA, que VIGE.

ETIM lat. vigens,ēntis, part. pres. de vigēre 'estar bem vivo'

Vigência da lei: diz respeito ao tempo de duração da norma, à eficácia

temporal da lei e ao lapso temporal durante o qual a lei tem vigor.

Antes disso, a lei passa pelo período gestacional (criação/elaboração),

normalmente, no legislativo – Matéria de Direito Constitucional. Após este
processo, existem dois atos importantes: 1. A promulgação e, 2. A
publicação.

Promulgação/Promulgar: ordenar a publicação de. É a chancela

(aprovação) pela autoridade competente, ou seja, é o ato que confirma
que a norma está pronta para nascer e produzir seus efeitos. No entanto,
a lei se tornará um comando geral somente quando a sociedade tomar
conhecimento dela.

Publicação: Levar ao conhecimento do público, por meio do Diário

Oficial. Com o ato de publicação, a lei nasce e estará apta a produzir os
seus efeitos, com o início de sua vigência.
Vacatio Legis: Espaço de tempo entre a publicação de uma lei e a sua
entrada em vigor. Importante destacar que, neste período (vacatio legis)
a lei já existe, mas como não está em vigor, não obriga, não pode ser
invocada, e, por conseguinte, não cria direitos ou deveres.
LINDB
Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar
em todo o país quarenta e cinco dias depois de
oficialmente publicada.
Cuidado: dependendo da lei, por sua relevância, a sua
ruptura com a cultura jurídica anterior, bem como o seu
impacto, é conferido maior prazo entre a publicação e
a vigência.
Ex.: Código Civil e Código de Processo Civil, ambos
tiveram um período de 1 ano para início da vigência.
Exceção:
§ 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova
publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo
deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a
correr da nova publicação.
Cuidado:
§ 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-
se lei nova.
Cuidado: direitos adquiridos no período de vigência da
lei reformada, devem ser resguardados, não serão,
portanto, atingidos pela publicação do texto corrigido,
pois, considera-se lei nova.

Lei Complementar nº 95
Art. 8o A vigência da lei será indicada de forma expressa
e de modo a contemplar prazo razoável para que dela
se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula
"entra em vigor na data de sua publicação" para as leis
de pequena repercussão.
Cuidado: Se a lei não dispor de forma expressa a sua
vigência, conforme disposto na LINDB, pelo princípio do
prazo único ou simultâneo, o prazo de vigência se dará
em 45 dias após a publicação.

Forma de contagem do prazo:

§ 1o A contagem do prazo para entrada em vigor das leis
que estabeleçam período de vacância far-se-á com a
inclusão da data da publicação e do último dia do
prazo, entrando em vigor no dia subseqüente à sua
consumação integral. (Incluído pela Lei Complementar
nº 107, de 26.4.2001)
Cuidado: não confundam a forma de contagem do
prazo do Direito Civil, a regra é diferente, observe:
Código Civil:
Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em
contrário, computam-se os prazos, excluído o dia do
começo, e incluído o do vencimento.
Estes prazos estão relacionados a atos de autonomia
privada, como ex.: prazos de prescrição, de
decadência, de vigência de contratos, etc.

Continuação da Lei Complementar nº 95

§ 2o As leis que estabeleçam período de vacância
deverão utilizar a cláusula ‘esta lei entra em vigor após
decorridos (o número de) dias de sua publicação
oficial.
Lei Brasileira aplicada no estrangeiro: Em relação ao prazo de vigência,
ainda temos outra exceção, relacionada às leis aplicadas no estrangeiro,
pois o prazo é de 3 meses.
LINDB
Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar
em todo o país quarenta e cinco dias depois de
oficialmente publicada.
§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei
brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois
de oficialmente publicada.
Cuidado: preste atenção nas palavras
“obrigatoriedade” e “quando admitida” – regra: 3
meses.

Suspensão da Eficácia x Poder Executivo: Se a lei publicada exigir a

necessidade de regulamentação, pelo Poder Executivo, fica suspensa a
eficácia da norma, até a edição do respectivo decreto, é a chamada
condição suspensiva à obrigatoriedade da lei.
Da obrigatoriedade da Lei – Do princípio da obrigatoriedade:
LINDB
Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando
que não a conhece.
Cuidado: não é a presunção a que todos conheçam a
lei, trata-se da possibilidade de conhecer todas as leis.
Há aqui, a exceção da Teoria do erro, de fato ou de
direito, comprovando o agente, justificadamente, a
situação de erro ou ignorância.
Código Civil
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as
declarações de vontade emanarem de erro substancial
que poderia ser percebido por pessoa de diligência
normal, em face das circunstâncias do negócio.
Preenchidos os requisitos, tanto o erro de fato ou de
direito, pode gerar a invalidação da vontade
anteriormente manifestada.

Iura novit curia: uma máxima legal latina que expressa o princípio de que
"o tribunal conhece a lei", isto é, que as partes em uma disputa legal não
precisam pleitear ou provar a lei que se aplica ao seu caso.
Cuidado:
Código de Processo Civil
Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual,
estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a
vigência, se assim o juiz determinar.
Cuidado:
LINDB
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz
exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência.
Da Continuidade da Lei: Em regra as leis nascem para vigorar por tempo
indeterminado, até que, por necessidade de regulamentar ou não,
determinado fato social, outra lei retire sua eficácia.
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei
terá vigor até que outra a modifique ou revogue.

Da Cessação da Eficácia: Acontece por meio de: 1. Revogação; 2.

Temporariedade da lei; 3. Declaração de inconstitucionalidade.
1. Revogação: Anulação total (ab-rogação) ou parcial (derrogação) da
vigência de uma lei. É a mais recorrente, interrompendo a produção dos
efeitos de uma lei.
a) Ab-rogação: quando todos os dispositivos são atingidos;
b) Derrogação: quando apenas parte dos dispositivos perdem a eficácia;
1.2. Quanto a forma de Revogação:
a) Expressa ou Direta: o Legislador indica qual lei ou dispositivo estão
revogados.
b) Tácita ou Indireta: quando houver incompatibilidade entre a norma
nova e a anterior. Neste caso, há necessidade de se utilizar as regras
hermenêuticas, analisando a cronologia, a hierarquia e a especialidade
da norma.
Além da previsão da LINDB, art. 2º, §1º, a Lei Complementar nº 95, por
segurança jurídica que a revogação deve ser realizada de forma
expressa, consoante determina o art. 9º.
LINDB
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei
terá vigor até que outra a modifique ou revogue.
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando
expressamente o declare, quando seja com ela
incompatível ou quando regule inteiramente a matéria
de que tratava a lei anterior.

Lei Complementar nº 95
Art. 9o A cláusula de revogação deverá enumerar,
expressamente, as leis ou disposições legais
revogadas.

Cuidado: Da compatibilidade entre leis: havendo compatibilidade entre

a lei anterior e a nova lei, que discipline determinada matéria, não é caso
de conflito, portanto, não há que se falar em revogação. Isto também
ocorre em relação às leis de disposições gerais e especiais, que não se
colidem.
LINDB
 Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei
terá vigor até que outra a modifique ou revogue.
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou
especiais a par das já existentes, não revoga nem
modifica a lei anterior.

2. Da Temporalidade da Lei/Das Leis Temporárias: Como vimos, a lei

segue um ciclo, em regra por tempo indeterminado, mas é possível que
as leis tenham data para morrer, ou seja, perder a eficácia. Como por
exemplo: Lei Geral da Copa e a Lei Orçamentária anual, ou lei de
isenção tributária.
Com exceção da possibilidade de prorrogar a lei temporária, perdem
vigência ao atingir: 1. O termo final estabelecido; ou, 2. Com a extinção
dos fatos que à originou.
3. Declaração de Inconstitucionalidade: não se trata neste caso,
tecnicamente, de uma revogação da lei, pois, ocorre com a negativa
do Poder Judiciário em aplicar a lei em virtude de uma ofensa a
Constituição Federal.
Constituição Federal
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei
declarada inconstitucional por decisão definitiva do
Supremo Tribunal Federal;

O Desuso da lei gera a cessão da eficácia?

Existem duas correntes: 1. O costume contrário, que resulta no não uso da

lei, atinge sua utilidade, afetando sua obrigatoriedade e continuidade,
no Direito Penal é chamado de princípio da adequação social. 2.
Defende que o costume não pode retirar a eficácia de uma norma, pelo
princípio da supremacia da lei sobre os costumes, e vale destacar, é a
corrente majoritária no Brasil.
3. INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO
Ordenamento jurídico

Segundo Norberto Bobbio em sua obra “Teoria do

Ordenamento Jurídico” conceitua:

[…] na realidade, as normas jurídicas nunca existem

isoladamente, mas sempre em um contexto de
normas com relações particulares entre si (e estas
relações serão em grande parte objeto de nossa
análise). Esse contexto de normas costuma ser
chamado de “ordenamento”. E será bom
observarmos, desde já, que a palavra “direito”, entre
seus vários sentidos, tem também o de “ordenamento
 jurídico”, por exemplo, nas expressões “Direito
romano”, “Direito canônico”, “Direito italiano”
[“Direito brasileiro”]

Portanto, este conjunto de normas vigentes, num determinado espaço

territorial, deve evitar deixar lacunas, posto que, o objetivo, entre outros,
é a resolução dos conflitos sociais. Contudo, as lacunas, devem ser
preenchidas pelo Estado/Juiz, consoante art. 4º da LINDB, vejamos:
LINDB
Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de
acordo com a analogia, os costumes e os princípios
gerais de direito.

Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins

sociais a que ela se dirige e às exigências do bem
comum.

Constituição Federal
Art. 5. [...]
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder
Judiciário lesão ou ameaça a direito;

Por derradeiro, o Juiz deverá, diante de uma questão lacunosa, utilizar-se

da interpretação, das regras hermenêuticas, atentando-se à integração
das normas, para se construir uma norma em concreto, em busca do fim
social e do bem comum.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO – IED

Norma Jurídica: Princípios, preceitos, regras ou leis relativos ou

pertencentes ao direito. É um preceito que determina certo
comportamento. Quando o comportamento expressado por um sujeito
equivale ao disposto na norma, que uma vez descumprida, enseja uma
sanção coercitiva pelo Estado.

A diferença entre norma jurídica e norma moral: é a aplicação da

sanção coercitiva, quando ocorre seu descumprimento. Posto que, a
norma moral pode ser passível de sanção, mas não pelo Estado, mas pela
sociedade ou por seus entes. A norma jurídica surge da vontade do
Estado (norma estatal) ou das partes (norma convencional), ou seja, sua
origem é a lei ou o negócio jurídico pactuado entre as partes.

Direito Objetivo: conhecida como norma agendi – o direito como norma,

lei ou regra de ação. Quando transgredidas pelo homem, aplica-se a
sanção coercitiva.
Ordenamento jurídico e Direito Objetivo não se confundem, pois o
primeiro representa o conjunto de normas positivadas pelo Estado, já o
segundo, é mais amplo, incluindo o conceito de ordenamento jurídico.
 DIREITO OBJETIVO

Ordenamento
Jurídico

Direito Subjetivo: a norma confere ao cidadão a faculdade de agir ou

não, o que é chamado de facultas agendi. Cada um age de acordo
com seus interesses, é a expressão da vontade individual, que busca um
resultado. No entanto, o indivíduo deverá agir de acordo com os limites
impostas pelo Estado. Isto é, a observância ao Estado Democrático de
Direito.

1. ao contratar, o indivíduo deve observar os princípios que norteiam o

ordenamento jurídico, como por exemplo os princípios e normas do
Direito Contratual, princípio da Boa-fé Objetiva e da Função Social do
Contrato;

2. o cidadão na qualidade de proprietário de um imóvel deve observar

a função social da propriedade.
Elementos do Direito Subjetivo

1. Sujeito: vimos que o direito subjetivo é a expressão de uma vontade, é

esta, por sua vez, advém de um sujeito, que detém a faculdade de agir.
É preciso portanto, de um titular quando tratamos de direito subjetivo.
Não há que se falar em direitos sem um sujeito. Eventualmente, em razão
do tempo, um direito fica com sua titularidade indefinida, por exemplo
no caso de uma herança, contudo, uma vez que a figura do herdeiro
aparece, e titulariza o seu direito.

2. Objeto: é o bem perseguido pelo sujeito, o qual exerce poder que o

ordenamento jurídico lhe confere. A vontade transcende ao sujeito sobre
algo que não é o próprio sujeito. O objeto pode ou não ter valor
econômico, se houver, o direito em questão é o patrimonial (direito real
e obrigacional), caso contrário, o direito em espécie é o existencial (da
personalidade – o sujeito pode deliberar sobre o seu nome, imagem e
privacidade).

3. Relação Jurídica: é a ligação entre dois ou mais sujeitos, que se forma

com a manifestação de vontade.

CÓDIGO CIVIL – PARTE GERAL

 Livro I – Das Pessoas Livro II – Dos Bens Livro III – Dos Fatos
Jurídicos
1º Elemento: Sujeito 2º Elemento: Objeto 3º Elemento: Relação
Jurídica.

QUESTÕES

1. Ano: 2020 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2020 - OAB - Exame de
Ordem Unificado XXXI - Primeira Fase

Em função do incremento nas atividades de transporte aéreo no Brasil, a

sociedade empresária Fast Plane, sediada no país, resolveu adquirir helicópteros
de última geração da pessoa jurídica holandesa Nederland Air Transport, que
ficou responsável pela fabricação, montagem e envio da mercadoria. O
contrato de compra e venda restou celebrado, presencialmente, nos Estados
Unidos da América, restando ajustado que o cumprimento da obrigação se
dará no Brasil.

No momento de receber as aeronaves, contudo, a adquirente verificou que o

produto enviado era diverso do apontado no instrumento contratual. Decidiu a
sociedade empresária Fast Plane, então, buscar auxílio jurídico para resolver a
questão, inclusive para a propositura de eventual ação, caso não haja solução
consensual.

Considerando-se o enunciado acima, aplicando-se a Lei de Introdução às

Normas do Direito Brasileiro (Decreto-lei n° 4.657/42) e o Código de Processo
Civil, assinale a afirmativa correta.

 A A lei aplicável na solução da questão é a holandesa, em razão do

local de fabricação e montagem das aeronaves adquiridas.

 B A autoridade judiciária brasileira será competente para processar e

julgar eventual ação proposta pela Fast Plane, mesmo se estabelecida
cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro, em razão do princípio
da inafastabilidade da jurisdição.

 C A autoridade judiciária brasileira tem competência exclusiva para

processar e julgar eventual ação a ser proposta pela Fast Plane para
resolver a questão.

 D A autoridade judiciária brasileira tem competência concorrente para

processar e julgar eventual ação a ser proposta pela Fast Plane para
resolver a questão.

2. Ano: 2008 Banca: CESPE Órgão: OAB Prova: CESPE - 2008 - OAB - Exame de
Ordem - 3 - Primeira Fase

Acerca da Lei de Introdução do Código Civil e da vigência, aplicação e

interpretação das leis, assinale a opção correta.
  A Iniciado o transcurso da vacatio legis, se, por qualquer motivo, ocorrer
nova publicação do texto legal, o prazo de obrigatoriedade da lei
contará da primeira publicação.

 B A lei nova que estabelece disposições gerais revoga as leis especiais

anteriores que dispuserem sobre a mesma matéria, pois não pode ocorrer
conflito de leis, ou seja, uma mesma matéria não pode ser regida por
diversas leis.

 C Repristinação da lei é dar nova vigência a determinada lei, ou seja

uma lei que tiver sido revogada volta a viger por determinação expressa
de uma nova lei.

 D A lei tem vigência até que a outra lei a revogue, ou, então, até que a
lei nova com ela seja incompatível. Nesse caso, ocorre a derrogação da
lei, ou seja, a revogação integral de uma lei anterior por uma posterior.

3. Ano: 2008 Banca: CESPE Órgão: OAB-SP Prova: CESPE - 2008 - OAB-SP - Exame
de Ordem - 2 - Primeira Fase

Acerca do que dispõe a Lei de Introdução ao Código Civil, assinale a opção

correta.

 A O direito adquirido é aquele que foi definitivamente incorporado ao

patrimônio de seu titular, seja por se ter realizado o termo
preestabelecido, seja por se ter implementado a condição necessária.

 B A lei nova que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já

existentes revoga a lei anterior, ainda que não o declare expressamente.

 C A analogia e a interpretação extensiva são institutos jurídicos idênticos.

 D Em qualquer situação, é possível a utilização dos costumes contra

legem como instrumento de integração do ordenamento jurídico.

4. Ano: 2008 Banca: CESPE Órgão: OAB-SP Prova: CESPE - 2008 - OAB-SP - Exame
de Ordem - 3 - Primeira Fase

Texto associado

Considerando as ideias do texto acima e os dispositivos da LICC, assinale a

opção correta.

 A Em caso de lacunas, a LICC estabelece mecanismos de integração de

normas, tais como a analogia, os costumes e os princípios gerais de
direito.
 B Na interpretação sociológica da norma, o aplicador examina cada
termo do texto normativo, isolada ou sintaticamente, atendendo à
 pontuação, colocação de vocábulos e origem etimológica das
palavras.
 C Na aplicação da norma, observa-se a existência do critério de
subsunção quando, ao aplicar a norma ao caso, o juiz não encontra
norma que lhe seja aplicável.
 D A abrogação torna sem efeito uma parte da lei.

5. Ano: 2010 Banca: CESPE Órgão: OAB Prova: CESPE - 2010 - OAB - Exame de
Ordem Unificado - I - Primeira Fase

A respeito da vigência, aplicação, eficácia e interpretação da lei, assinale a

opção correta.

 A A derrogação torna sem efeito uma parte de determinada norma, não

perdendo esta a sua vigência.

 B A interpretação da norma presta-se a preencher as lacunas existentes

no sistema normativo.

 C O regime de bens obedece à lei do país em que for celebrado o

casamento.

 D Em regra, caso a lei revogadora venha a perder a vigência, restaura-

se a lei revogada.
Reposta 01

DA autoridade judiciária brasileira tem competência concorrente para

processar e julgar eventual ação a ser proposta pela Fast Plane para resolver a
questão.

Resposta 02

C Repristinação da lei é dar nova vigência a determinada lei, ou seja uma lei
que tiver sido revogada volta a viger por determinação expressa de uma nova
lei.

Reposta 03

A O direito adquirido é aquele que foi definitivamente incorporado ao

patrimônio de seu titular, seja por se ter realizado o termo preestabelecido, seja
por se ter implementado a condição necessária.

Reposta 04

A Em caso de lacunas, a LICC estabelece mecanismos de integração de

normas, tais como a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.

Resposta 05
D Em regra, caso a lei revogadora venha a perder a vigência, restaura-se a lei
revogada.