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Centro universitário Ingá - Uningá

SOLOS

Aluna: Isabela Fernanda Frassão

Curso: Agronomia 2º Ano Diurno

Professor: Julierme Barbosa Zimmer.

Maringá, Outubro de 2019


EROSÃO

A Erosão é a destruição do solo e seu transporte em geral feito pela água da


chuva, pelo vento ou, ainda, pela ação do gelo, quando este atua expandindo o
material no qual se infiltra a água congelada. A erosão destrói as estruturas
(areias, argilas, óxidos e húmus) que compõem o solo. Estas são transportados
para as partes mais baixas dos relevos e em geral vão assorear cursos d'água.

A erosão destrói os solos e as águas e é um problema muito sério em todo o


mundo. Devem ser adaptadas práticas de conservação de solo para minimizar
o problema. Em solos cobertos por floresta a erosão é muito pequena e quase
inexistente, mas é um processo natural sempre presente e importante para a
formação dos relevos. O problema ocorre quando o homem destrói as
florestas, para uso agrícola e deixa o solo exposto, porque a erosão torna-se
severa, e pode levar a desertificação.

A erosão depende fundamentalmente da chuva, da infiltração da água, da


topografia (declive mais acentuado ou não), do tipo de solo e da quantidade de
vegetação existente. A chuva é, sem dúvida, a principal causa para que ocorra
a erosão e é evidente que quanto maior a sua quantidade e freqüência, mais
irá influenciar o fenômeno. Se o terreno tem pouco declive, a água da chuva irá
"correr" menos e erodir menos.

Se o terreno tem muita vegetação, o impacto da chuva será atenuado porque


este estará mais protegido, bem como, a velocidade da chuva no solo será
diminuída devido aos obstáculos (a própria vegetação "em pé e caída") e
também a erosão será diminuída devido a que as raízes darão sustentação
mecânica ao solo; além disso, as raízes mortas propiciarão existirem canais
para dentro do solo onde a água pode penetrar e com isso, sobrará menos
água para correr na superfície.
Fatores que contribuem:

Muitas ações devidas ao homem apressam o processo de erosão, como por


exemplo:
- o desmatamento (desflorestação) desprotege o solo da chuva;
- a construção de favelas em encostas que, além de desflorestar, provocam a
erosão acelerada devido ao declive do terreno;
- as técnicas agrícolas inadequadas, quando se promovem desflorestações
extensivas para dar lugar a áreas plantadas;
- a ocupação do solo, impedindo grandes áreas de terrenos de cumprirem o
seu papel de absorvedor de águas e aumentando, com isso, a potencialidade
do transporte de materiais, devido ao escoamento superficial.
Tipos de Erosão: Erosão por gravidade, Erosão pluvial, Erosão eólica
Erosão química e Erosão glacial

Consequências da erosão:

Efeitos poluidores da ação de arraste

- Os arrastamentos podem encobrir porções de terrenos férteis e sepultá-los


com materiais áridos;
- Morte da fauna e flora do fundo dos rios e lagos por soterramento;
- Turbidez nas águas, dificultando a ação da luz solar na realização da
fotossíntese, importante para a purificação e oxigenação das águas;
- Arraste de biocidas e adubos até os corpos d'água e causarem, com isso,
desequilíbrio na fauna e flora nesses corpos d'água (causando eutroficação por
exemplo).

Outros danos:

- Assoreamento: que preenche o volume original dos rios e lagos e como


conseqüência, vindas as grandes chuvas, esses corpos d’água extravasam,
causando as enchentes;
- Instabilidade causada nas partes mais elevadas podem levar a
deslocamentos repentinos de grandes massas de terra e rochas que desabam
talude abaixo, causando, no geral, grandes tragédias (ver deslizamento de
terra).
COMPACTAÇÃO

Na medida em que os solos são cultivados, práticas agronômicas podem

desequilibrar sua estrutura e causar compactação. Dentre os fatores mais

problemáticos, pode-se citar:

 a necessidade de máquinas cada vez mais pesadas – visando aumentar

o rendimento operacional;

 trânsito nas lavouras em épocas de alta umidade do solo;

 a mais importante: produção insuficiente de palha e ausência de rotação


de culturas efetiva nos sistemas de produção.

Quando compactados, mesmo os solos que apresentam excelentes

características químicas, têm sua fertilidade diminuída, pela menor capacidade

de infiltração de água e pela maior resistência à penetração e ao

desenvolvimento de raízes.

A compactação do solo pode ocorrer em diferentes profundidades e, na maioria

das vezes, não se distribui de maneira uniforme ao longo da lavoura. Uma

ocorrência comum é a compactação das paredes do sulco de plantio,


ocasionada por elevada umidade no momento da semeadura.

A força exercida pelos discos de corte, quando o solo está em condição de alta

umidade (formando barro), compacta a parede do sulco e pode impedir o

desenvolvimento de raízes, podendo ocasionar tombamento de plantas nas

fases mais adiantadas do milho.

O risco de tombamento se concentra especialmente na fase de pré-

pendoamento, onde a planta tem muita massa vegetativa, e as raízes braçais

ainda não se desenvolveram completamente

Monitoramento da compactação do solo


Abertura de trincheiras

A forma mais precisa de diagnóstico de compactação do solo é a observação

direta do desenvolvimento de raízes no perfil. Essa não é uma tarefa fácil, pois

requer a abertura de trincheiras na área (imagem 2), operação laboriosa, que

demanda bastante esforço físico e baixo rendimento operacional, se

considerarmos que deve ser feita em diversos pontos da lavoura.

enetrômetro
Uma alternativa que tem sido muito usada para medir a resistência à
penetração de raízes de modo indireto é o uso de sondas (penetrômetros) que
perfuram o solo e registram a resistência à penetração em tempo real, em
diferentes profundidades do perfil.

Essa ferramenta, aliada aos sistemas de georreferenciamento, permite fazer


um mapeamento geolocalizado do grau de compactação do solo em diversos
pontos e em diferentes profundidades

A interpretação dos dados coletados com uso de penetrômetros deve respeitar


alguns fatores que influenciam sua leitura, uma vez que a resistência à
penetração e a umidade do solo são dependentes e apresentam variação
inversamente proporcional.

O nível crítico de compactação, no qual as raízes limitam seu desenvolvimento,


é muito relativo e apresenta ampla variação na literatura sobre o tema.

Métodos de controle e manejo da compactação do solo

A melhor forma de manejo da compactação do solo é evitar que ela aconteça

na propriedade. Isso só é possível com um efetivo sistema de rotação de

culturas e com o controle de tráfego de máquinas pesadas na área.


Controle de tráfego

Em relação ao controle de tráfego, existem pesquisas que comprovam as

vantagens do ajuste da bitola de todos os implementos para rodar sempre pelo

mesmo rastro.

Embora não seja simples, é uma técnica viável, e se apoia no uso de sistema

de georreferenciamento (RTK) e uso de piloto automático para auxiliar na

definição dos rastros onde será feito o tráfego controlado durante toda

condução da lavoura.

Essa técnica limita a área compactada e mantém o restante da lavoura livre do


problema de compactação do solo e de amassamento de plantas.

Outro ponto importante é evitar o tráfego em condições de solo muito úmido.

Embora pareça simples, essa é uma alternativa muitas vezes inviável, pois

entrar colhendo em solo úmido pode ser a diferença entre colher a lavoura ou

perder toda a produção do ano. Em anos muito chuvosos essa condição é

verdadeira e o agricultor fica sem alternativas.

Rotação e sucessão de culturas

O empobrecimento do solo pela perda de matéria orgânica (MO) impacta a sua

qualidade estrutural e a estabilidade de agregados. Atualmente, pouquíssimos

agricultores seguem um sistema efetivo de rotação e sucessão de culturas.

Para tanto, seria necessário aportar ao sistema de cultivo alta quantidade de

matéria seca com restos culturais para aumentar o aporte de Carbono (C) no

solo, que funciona como substrato para estruturação e aumento da MO. Isso

demanda a inserção no sistema de cultivo de plantas de cobertura na

entressafra dos cultivos econômicos, e de culturas com alto aporte de palha.


Nesse sentido, o milho é uma ferramenta fundamental, pois das culturas de

interesse econômico é uma das que mais aporta Carbono no sistema.

Remediando a compactação

Quanto à remediação da compactação do solo, muitas empresas de

implementos agrícolas desenvolveram nos últimos anos ferramentas para

manejo de áreas compactadas (escarificadores), atendendo a demanda gerada

para soluções dos problemas de manejo discutidas nos parágrafos anteriores.

Esses implementos rompem o perfil do solo e são desenhados para revolver o

mínimo possível sua camada superficial, buscando manter protegida a camada


mais rica em MO.

Essa operação rompe a camada compactada, abrindo espaço para infiltração

de água no perfil do solo. É uma prática que demanda muita energia e tem

custos elevados, pois a demanda de potência e de tração é muito alta.

A principal crítica que se faz em relação ao uso de escarificação do solo é que

o rompimento da camada compactada cria um espaço poroso, porém, não há

continuidade dos poros no longo prazo.

Essa continuidade de poros só é criada de maneira permanente com os ciclos

de desenvolvimento e morte de raízes.

A escarificação como manejo isolado pode, inclusive, aumentar a

compactação, se for feita em umidade inadequada e/ou se em seguida

continuar havendo tráfego de máquinas na área.

Portanto, para o efetivo manejo de compactação via escarificação, deve-se

fazer um planejamento que considere as condições ambientais no período do


manejo, umidade do solo no momento da operação e a implantação de

coberturas de solo com sistema radicular agressivo concomitantemente.

É através do desenvolvimento das raízes que será criada a continuidade de

poros que efetivamente aumentam a permeabilidade do solo e melhoram sua

qualidade física. Além disso, são as raízes que incrementam a atividade da

microbiota e a produção de compostos orgânicos, fundamentais para

construção de uma boa estrutura física do solo.

DEFICIÊNCIA DE NUTRIENTES
A falta ou insuficiência de nutrientes debilita e atrasa o desenvolvimento das
plantas, que passam a apresentar sintomas de deficiência nutricional.

Os principais sintomas de deficiência nutricional, fatores associados e medidas


de correção são relacionados a seguir.

Nitrogênio: A exigência do elemento é maior nos primeiros estádios de


crescimento. Em sua falta ou insuficiência, o crescimento da planta é retardado
e as folhas mais velhas tornam-se verde-amareladas . Se a falta do nutriente
for prolongada, toda a planta apresentará esses sintomas. Em casos mais
severos, ocorre redução do tamanho dos folíolos, e as nervuras principais
apresentam uma coloração púrpura, contrastando com um verde-pálido das
folhas. Os botões florais amarelecem e caem.

As condições que predispõem à deficiência são: insuficiência de fertilizante


nitrogenado, baixo nível de matéria orgânica no solo, elevado nível de matéria
orgânica não decomposta no solo, deficiência de molibdênio (Mo),
compactação do solo, intensa lixiviação e seca prolongada. A correção faz-se
pela aplicação de nitrogênio, preferencialmente na forma nítrica, em cobertura
ou foliar.
Fósforo: A deficiência de fósforo é observada com freqüência em solos de
baixa fertilidade e nos que possuem elevada taxa de adsorsão desse nutriente,
como os solos de cerrados. A taxa de crescimento das plantas é reduzida
desde os primeiros estádios de desenvolvimento . As folhas mais velhas
adquirem coloração arroxeada, em razão do acúmulo do pigmento antocianina
. Em estádios de desenvolvimento mais tardios, as folhas apresentam áreas
roxo-amarronzadas que evoluem para necroses. Essas folhas caem
prematuramente, e a planta retarda sua frutificação.

A absorção de fósforo pelo tomateiro é afetada principalmente pela


concentração de fósforo na solução do solo. A acidez ou a alcalinidade do solo,
o tipo e a quantidade de argila predominante, o teor de umidade, a
compactação do solo, o modo de aplicação dos fertilizantes e as temperaturas
baixas na fase de emergência das plantas também afetam a absorção desse
nutriente. A correção do solo pode ser feita preventivamente com a aplicação
de adubo fosfatado antes do plantio.

Potássio: É o nutriente mais extraído pelo tomateiro. A deficiência de potássio


torna lento o crescimento das plantas; as folhas novas afilam e as velhas
apresentam amarelecimento das bordas, tornando-se amarronzadas e
necrosadas . O amarelecimento geralmente progride das bordas para o centro
das folhas. Ocasionalmente verifica-se o aparecimento de áreas alaranjadas e
brilhantes. A falta de firmeza dos frutos, em muitos casos, é também devida à
deficiência de potássio.

O teor de potássio no solo, a taxa de lixiviação, a calagem excessiva ou a


presença de altos teores de cálcio, magnésio e amônia no solo afetam a
disponibilidade de potássio para a planta. A correção pode ser feita com a
adubação em cobertura de sulfato ou cloreto de potássio, seguida de irrigação.

Cálcio: O sintoma característico da deficiência de cálcio inicia com a flacidez


dos tecidos da extremidade dos frutos, que evolui para uma necrose deprimida,
seca e negra . O sintoma é conhecido como podridão estilar ou "fundo-preto".
Em condições em que ocorrem períodos curtos de deficiência – principalmente
quando ocorrem mudanças bruscas de condições climáticas –, observam-se
tecidos necrosados no interior dos frutos, cujo sintoma é conhecido como
coração preto . Eventualmente verificam-se, em condições de campo,
deformações das folhas novas e morte dos pontos de crescimento.

Previne-se a deficiência de cálcio com a aplicação adequada de corretivos e


com a adoção de um manejo eficiente de irrigação, evitando que a planta sofra
estresse hídrico, principalmente nas fases de florescimento e crescimento dos
frutos. A correção da deficiência é feita com pulverização foliar de cloreto de
cálcio a 0,6%, dirigida às inflorescências.

Magnésio: A deficiência de magnésio é bastante comum em plantações de


tomate e caracteriza-se por uma descoloração das margens dos folíolos mais
velhos, que progride em direção à área internerval, permanecendo verdes as
nervuras Quando a deficiência é mais severa, as áreas amarelas vão
escurecendo, tornando-se posteriormente necrosadas. Sintomas causados por
infecção de vírus podem ser confundidos com deficiência de magnésio.

Solos ácidos, arenosos, com alto índice de lixiviação e altos níveis de cálcio,
potássio e amônio afetam a disponibilidade de magnésio. Previne-se a
deficiência com a aplicação adequada de calcário dolomítico ou de sulfato de
magnésio (30 kg/ha) no solo, antes do plantio. A correção pode ser feita com
pulverização foliar de sulfato de magnésio a 1,5%. A aplicação foliar conjunta
de uréia favorece a absorção de magnésio.

Enxofre: Os sintomas de deficiência de enxofre são semelhantes aos de


nitrogênio, ou seja, as folhas apresentam coloração verde-amarelada.
Entretanto, neste caso, as folhas novas são as primeiras a serem afetadas. As
plantas deficientes geralmente apresentam o caule lenhoso, duro e de pequeno
diâmetro.

As condições que promovem a deficiência de enxofre são as mesmas relatadas


para o nitrogênio, acrescidas de excessivo uso de "adubos concentrados",
normalmente sem enxofre. Não há necessidade de adubação específica para
fornecimento de enxofre. Em casos especiais, a utilização de gesso agrícola,
na dosagem de 800 kg/ha, aplicado antes do plantio, juntamente com a
calagem, ou a aplicação de sulfato de potássio ou de magnésio, no plantio,
previnem a deficiência.

Boro: Na deficiência de boro, as folhas novas do tomateiro tornam-se


bronzeadas, ocorrendo, em seguida, morte das gemas e das folhas. O pecíolo
torna-se quebradiço e a planta murcha nas horas mais quentes do dia, em
razão dos danos provocados ao sistema radicular. Sintomas de clorose e
deformação das folhas novas são muitas vezes confundidos com o sintoma da
virose "Topo-amarelo". Os frutos apresentam manchas necróticas de coloração
marrom, principalmente perto do pedúnculo, e não desenvolvem totalmente a
cor vermelha. As paredes do fruto tornam-se assimetricamente deprimidas e os
lóculos se abrem

As condições que predispõem a deficiência de boro são: calagem excessiva,


solos arenosos e elevado índice de precipitação pluviométrica. A prevenção da
deficiência faz-se com a aplicação de bórax na adubação de plantio (30 kg/ha).
A correção durante o cultivo pode ser feita com pulverização foliar de bórax a
0,25%.

Molibdênio: Os sintomas de deficiência de molibdênio expressam-se em


condições de carência de nitrogênio, apresentando um amarelecimento das
folhas mais velhas e possíveis necroses marginais com acúmulo de nitrato.
Solos com pH abaixo de 5,0 predispõem a deficiência desse nutriente.

A correção se faz com a calagem e a aplicação de 1 a 2 kg/ha de molibdato de


amônio no solo, ou com pulverização foliar a 0,3%. Não se deve fazer mais de
uma aplicação de molibdato no solo, já que os níveis tóxicos são facilmente
atingidos.

Zinco: Os sintomas de deficiência de zinco manifestam-se nas partes mais


novas da planta, com o encurtamento dos entrenós, ligeira clorose das folhas,
redução do tamanho e deformação das folhas . Excesso de calagem, elevado
índice de lixiviação e alta concentração de fósforo no solo favorecem a
deficiência. A prevenção é feita com a aplicação de sulfato de zinco, na
dosagem de 30 kg/ha, junto com a adubação de plantio. A correção pode ser
feita com pulverização foliar de sulfato de zinco, na dosagem de 15 g/L de
água.

CONTAMINAÇÃO POR METAL

Todo cuidado é pouco na hora de produzir alimentos. A ausência de rigor no


manejo de lavouras pode facilitar a ocorrência de contaminações na produção
agrícola, sobretudo quando o inimigo é invisível. Encontrados no solo, água e
fertilizantes, metais pesados como mercúrio, chumbo, cádmio e cromo podem
reduzir a produtividade no campo e provocar sérios danos à saúde. Das
pessoas e de animais.

Em doses altas, a presença desses produtos no organismo pode resultar em


intoxicação aguda, envenenamento e até morte. O acúmulo por anos pode ser
causa de doenças que vão de alergias a cânceres, aborto e deformação fetal,
entre outros.

Ricardo Antunes de Azevedo, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz


de Queiroz (Esalq/USP), de Piracicaba (SP), diz que uma das principais
medidas a ser tomadas para evitar contaminação de metais pesados no solo é
não plantar em locais de alto risco, como arredores de lixões, por exemplo, e,
na irrigação, evitar o uso de água captada de fontes próximas a indústrias e
empresas de tratamento de água e esgoto. “Hortas e lavouras podem sofrer o
impacto da poluição dos rios que cortam os centros urbanos”, explica.

Há duas décadas, Azevedo estuda os impactos dos metais na agricultura


pesquisando plantas, culturas de células in vitro e cultivos em hidroponia, solo
e substratos, como vermiculita. E os experimentos com hortaliças, arroz,
tomate, café e tabaco revelaram que algumas substâncias não precisam nem
acumular grandes volumes para serem maléficas.

Cobre, zinco e outros elementos essenciais para as plantas causam danos à


agricultura se apresentados em altas concentrações. Já o alumínio e o cádmio
provocam riscos até em baixa quantidade, inibindo o desenvolvimento radicular
e até matando as plantas. O alumínio, abundante na crosta terrestre, é
prejudicial a lavouras instaladas em solos ácidos e o cádmio chega à natureza
pela emissão de poluentes, fabricação ou descarte de produtos (baterias,
pilhas de níquel-cádmio e materiais oriundos da galvanoplastia).

Nos solos, a quantidade e a velocidade de absorção de metais ocorrem de


acordo com as particularidades de cada elemento. Já nas plantas, o destino
pode ser variado. “O rabanete acumula mais de 90% do metal em sua raiz, já a
alface transporta mais para as folhas”, conta Azevedo.

A complexidade de estudar caso a caso a possibilidade do metal percorrer o


interior das plantas e chegar até os frutos motivou Azevedo a se concentrar na
ação do cádmio em tomateiros. Além da importância econômica, o tomate tem
grande variabilidade genética e permite entender o comportamento de
cultivares diferentes. E o resultado obtido pela pesquisa é preocupante.

No solo ou na água de irrigação, quanto menor o pH, o cádmio é mais


perigoso, porque é facilmente absorvido pelas plantas, que, se consumidas,
transmitem a contaminação. Por décadas, a substância pode aumentar seu
nível no organismo das pessoas, causando problemas. “Estudos mostram que
os rins são o alvo primário”, diz.

O metal também pode causar desmineralização de ossos, comprometer o


funcionamento dos pulmões e aumentar o risco de câncer. “Direta ou
indiretamente, o metal pode causar danos ao corpo humano, inclusive no
sistema cardiovascular e reprodutivo.”

Azevedo destaca a necessidade de o agricultor realizar avaliações de amostras


de solo para ter segurança. Se houver indício de presença de metais pesados,
deve ser aplicada a correção.
Uma medida recomendada pelo chefe-geral da Embrapa Solos, Daniel Vidal
Pérez, é o produtor consultar, em órgãos ambientais, os níveis naturais de
metais pesados nos municípios onde estão instaladas as lavouras.

Perda de matéria orgânica


A matéria orgânica constituinte do solo é essencial para a manutenção das
suas funções. As práticas agrícolas e florestais com impacto no solo devem,
portanto, ser adaptadas de forma a promover a sua manutenção ou aumento.

O solo é um recurso não renovável à escala humana. É definido como a


camada superficial da crosta terrestre, sendo composto por partículas minerais,
matéria orgânica, água, ar e organismos vivos . Entre as funções por ele
desempenhadas destacam-se o fato de ser habitat e reserva genética, de ser
plataforma para as atividades humanas, de paisagem e património e de atuar
ainda como fornecedor de matérias-prima.

A matéria orgânica do solo desempenha um papel fundamental na manutenção


das funções do solo, dada a sua influência na estrutura e estabilidade do solo,
retenção de água, biodiversidade e como fonte de nutrientes para as plantas .
A ela também se deve o fato de o solo ser um importante sumidouro de
carbono.

A gestão do solo possui grande influência no conteúdo do solo em matéria


orgânica (Matéria Orgânica do Solo ou MOS). Na generalidade, técnicas de
gestão do solo mais invasivas, como a gradagem, estão associadas a uma
perda de solo e de matéria orgânica.

Uma significativa porção do nosso território sofreu uma considerável


degradação do solo em resultado de más práticas agrícolas conjugadas com as
alterações climáticas com solo muito pobre em matéria orgânica, pouco
produtivo e muito suscetível à desertificação.

Uma correta gestão das técnicas de gestão agrícola e florestal com impacto no
solo é essencial para a manutenção ou aumento do teor em matéria orgânica.

DEGRADAÇÃO BIOLÓGICA
A degradação do solo consiste em tudo aquilo que está relacionado à sua
destruição. Ao degradar-se, o solo perde sua capacidade de produção, que
mesmo com grandes quantidades de adubo não é recuperada para se tornar
igual a um solo não degradado. Essa destruição pode ser causada por fatores
químicos (perda de nutrientes, acidificação, salinização), físicos (perda de
estrutura, diminuição da permeabilidade) ou biológicos (diminuição da matéria
orgânica).
Os processos biológicos envolvem geralmente plantas, microrganismos e
enzimas, isoladamente ou em combinação, e alguns exemplos deste tipo de
tratamento são a biorremediação por microrganismos, fitorremediação, “land
farming” e bioreatores. Dependendo da tecnologia utilizada, o processo de
tratamento pode realizar-se no local da contaminação (in situ), ou pode
requerer o transporte do solo ou água contaminados para uma instalação
adequada (geralmente um reator) para um tratamento ex situ.

Entre os diferentes tipos de processos de tratamento, a biorremediação


apresenta-se frequentemente como a alternativa mais adequada e mais
vantajosa. De fato, quando se comparam as diferentes estratégias para o
tratamento de ambientes poluídos, os processos de remediação químicos e
físicos requerem com frequência a utilização de condições extremas. Além
disso, estes mesmos processos podem ser mais dispendiosos, ineficientes e
podem ainda originar problemas ambientais adicionais. A contaminação da
matriz no final de um processo de adsorção ou a acumulação de produtos de
degradação mais tóxicos que o composto original na incineração ou em
processos químicos são alguns exemplos destas implicações ambientais . Em
contraste, os processos de tratamento biológico são potencialmente mais
eficientes, economicamente vantajosos e ambientalmente seguros uma vez
que pode ser alcançada a degradação completa (mineralização) dos
contaminantes. Nos últimos anos, a importância e o interesse na
biodegradação de poluentes têm-se intensificado como um esforço da
humanidade para encontrar formas sustentáveis de limpar ambientes
contaminados

Apesar de todas as vantagens, é importante referir que o sucesso de um


tratamento biológico está dependente da eficiência dos microrganismos e da
estabilidade do composto xenobiótico no ambiente contaminado. A
biorremediação é influenciada por diversos fatores ambientais como o teor em
oxigénio, o pH, a temperatura, a disponibilidade de nutrientes e, em grande
parte, pela composição da comunidade microbiana e pela biodisponibilidade do
xenobiótico a degradar . A exposição prévia das populações microbianas aos
xenobióticos também é importante, uma vez que é frequentemente
propiciadora da adaptação dos microrganismos. Efetivamente, quando os
microrganismos são submetidos a condições de stress como a limitação de
nutrientes, podem desenvolver funções genéticas codificadoras de vias
metabólicas de degradação de xenobióticos.

No que diz respeito ao tratamento específico de resíduos e locais


contaminados com pesticidas, têm vindo a ser desenvolvidas numerosas
estratégias in situ e ex situ. Os processos in situ são geralmente opções mais
desejáveis uma vez que implicam custos mais reduzidos e perturbam menos o
meio ambiente pois não requerem a transferência dos contaminantes . A
atenuação natural, também designada por biorremediação intrínseca, é por
definição um processo in situ e consiste na degradação de compostos tóxicos
por microrganismos autóctones (indígenas/naturais daquele ambiente), sem
qualquer adição, modificação ou interferência, ou seja, sem intervenção
humana . Os custos deste tipo de processo são baixos ou praticamente
inexistentes, apenas é necessária a monitorização do local contaminado para
garantir que o processo de biorremediação está a funcionar. No entanto, esta
estratégia de tratamento é geralmente mais lenta do que qualquer outro
processo de remediação, principalmente porque as condições ideais para a
degradação natural podem não estar reunidas no mesmo tempo e local. Assim,
este tratamento pode não resultar na redução eficaz da contaminação para
valores aceitáveis.

FONTES: http://www.agronegocios.eu/noticias/degradacao-biologica-de-pesticidas-uma-
solucao-para-o-problema-da-contaminacao-ambiental/
http://recil.grupolusofona.pt/bitstream/handle/10437/4770/TeseFinalMarcosRibeiro27-01-
14.pdf?sequence=1
https://www.terraprima.pt/pt/pagina/8
http://www.canalbioenergia.com.br/compactacao-do-solo-como-evitar-e-corrigir/

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