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Metodologia do Trabalho Científico


Revisão: Pr. Edilson J. P. Araujo

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Metodologia do Trabalho Científico

1 - A PESQUISA E DEFINIÇÕES

A Metodologia tem como função levar o acadêmico construir, sistematizar e comunicar o


conhecimento, o que chamamos de produção científica. Todo o trabalho de um projeto de pesquisa
e o desenvolvimento da própria pesquisa pode ser chamado de: monografia, dissertação, tese, ou
até artigo, e para que seus resultados sejam satisfatórios, precisam estar embasados em um
planejamento cuidadoso, em reflexões conceituais sólidas e fundamentados em conhecimentos já
existentes, ou seja de outros autores.

O sucesso da pesquisa depende de um procedimento planejado. A pesquisa não é um trabalho


previsível ou totalmente controlável, por isso, ao adotar uma metodologia significa, o acadêmico
escolher um caminho, que muitas vezes será alterado em sua trilha. Por esta razão ele precisa, não
somente de regras, mas também de muita criatividade e imaginação.

1.1 – O QUE É PESQUISA?

- Pesquisar significa procurar respostas para as indagações propostas;

- É a investigação ou busca minuciosa para averiguação da realidade;

- É o estudo sistemático de um determinado campo do conhecimento, cuja finalidade é a descoberta


de algo novo, ou a ampliação de dados já registrados na literatura;

- É um processo formal e sistemático de desenvolvimento do método, com o objetivo fundamental de


descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos;

Podemos afirmar que pesquisa, é um conjunto de investigações e operações que objetiva


descobrir novos conhecimentos ou melhorar e aprimorar conhecimentos já existentes.

1.2 CLASSIFICAÇÕES DAS PESQUISAS

1.2.1 – Quanto à natureza

Pesquisa Pura, Básica ou Teórica - Objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço
da ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais. Não tem por

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finalidade a utilização prática, mas contribui para o avanço do conhecimento da teoria estudada. Ex.:
A origem do Universo.

Pesquisa Aplicada ou Prática - Busca gerar conhecimentos para aplicação prática e dirigidos
à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais. Portanto, é desenvolvida
tendo–se em vista sua utilização. Ex.: A busca de uma vacina contra um virus.

A pesquisa aplicada depende da pesquisa pura, de natureza teórica. Sem o desenvolvimento


de conhecimento conceitual avançado pouco se pode fazer para transformar este saber em uma
determinada aplicação tecnológica demandada pela sociedade.

1.2.2 – Quanto à forma de abordagem do problema

Pesquisa Quantitativa - Considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir
em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e
técnicas estatísticas (porcentagem, média, mediana, desvio-padrão, coeficientes de correlação, análise
de regressão, etc.).

A pesquisa quantitativa é adequada para apurar opiniões conscientes dos entrevistados, pois
utiliza instrumentos questionários. A pesquisa quantitativa permite dimensionar mercados, conhecer
os perfis demográficos, sociais e econômicos de uma população, entre outras possibilidades; realizada
a partir de entrevistas individuais, apoiada em um questionário impresso ou eletrônico, é conduzida
por um entrevistador ou através de autopreenchimento.

Em toda pesquisa quantitativa, sem exceção, torna-se necessário calcular a margem de erro
para o grau de confiança que se pretende. Assim, o cliente pode tomar as suas decisões com a
segurança desejada.

Pesquisa Qualitativa - Considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito,
o que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição dos
significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Ela não requer o uso de métodos de
técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para a coleta de dados e o pesquisador é o
instrumento-chave. É descritiva e os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente.

A pesquisa qualitativa, que envolve ouvir as pessoas, o que elas têm a dizer, explorando suas
idéias e preocupações sobre determinado assunto, analisa os temas em seu cenário natural, buscando
interpretá-los em termos do significado assumido pelos indivíduos. Para isso, utiliza se uma
abordagem holística que preserva a complexidade do comportamento humano.

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1.2.3 – Quanto aos Objetivos

Pesquisa exploratória - Visa proporcionar maior familiaridade com o problema objetivando


torná-lo explícito ou construir hipóteses. Envolve levantamento bibliográfico, entrevistas com
pessoas que tiverem experiências práticas com o problema pesquisado, análise de exemplos que
estimulem a compreensão.

A pesquisa exploratória tem como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar


conceitos e idéias, visando à formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para
estudos posteriores. Quando o tema é bastante genérico, torna-se necessário seu esclarecimento e
delimitação, o que exige revisão da literatura, discussão com especialistas e outros procedimentos.
O produto final desse processo passa a ser um problema mais esclarecido passível de investigação
mediante procedimentos mais sistematizados.

Pesquisa Descritiva – Na pesquisa descritiva, os fatos são observados, registrados,


analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador interfira sobre eles. Isso quer dizer
que os fenômenos do mundo físico e humano são estudados, mas não são manipulados pelo
pesquisador.

Podem-se citar, como exemplos, aquelas que têm por objetivo estudar as características de um
grupo: sua distribuição por idade, sexo, procedência, nível de escolaridade, estado de saúde física e
mental; as que se propõem a estudar o nível de atendimento dos órgãos públicos de uma comunidade,
as condições de habitação de seus habitantes, o índice de criminalidade. Uma das características mais
significativas da pesquisa descritiva é a utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais
como o questionário e a observação sistemática.

Pesquisa Explicativa – É mais complexa porque, além de registrar, analisar, classificar e


interpretar os fenômenos estudados, tem como preocupação central identificar seus fatores
determinantes. Este tipo de pesquisa é o que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porquanto
explica a razão, o porquê das coisas e, portanto, está mais sujeita a erros. São os resultados das
pesquisas explicativas que fundamentam o conhecimento científico.

A maioria das pesquisas explicativas utiliza o método experimental que possibilita a


manipulação e o controle das variáveis, no intuito de identificar qual a variável independente que
determina a causa da variável dependente, ou o fenômeno de estudo.

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1.2.4 – Quanto aos procedimentos técnicos

Pesquisa Bibliográfica – É aquela elaborada a partir de material já publicado, constituído


principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente material disponibilizado na Internet.

Consiste em apresentar e comentar o que outros autores escreveram sobre o tema, enfatizando
as diferenças ou semelhanças que existem entre os conceitos. É comum e mesmo desejável
aparecerem citações literais de autores que falam sobre o assunto. As citações devem seguir as regras
propostas pela ABNT.

A pesquisa bibliográfica constitui-se do ato de ler, selecionar, fichar, organizar e arquivar


tópicos de interesse para a pesquisa em pauta. É a base para as demais pesquisas e pode-se dizer que
é uma constante na vida de quem se propõe a pesquisar.

Pesquisa Documental – Como o próprio nome diz, elabora-se através de materiais que não
receberam tratamento analítico.

A pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A pesquisa bibliográfica


utiliza-se fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto,
enquanto a pesquisa documental utiliza-se de documentos de primeira mão, tais como documentos
conservados em órgãos públicos e instituições privadas.

Pesquisa Experimental – É aquela em que se determina um objeto de estudo, selecionam-se


as variáveis capazes de influenciá-lo, definem-se as formas de controle e de observação dos efeitos
que a variável produz no objeto.

A pesquisa experimental procura entender de que modo, ou por que causas, o fenômeno é
produzido. Para atingir os resultados, o pesquisador usa aparelhos e instrumentos que a técnica
moderna coloca ao seu alcance, lança mão de procedimentos apropriados e capazes de tornar
perceptíveis as relações existentes entre as variáveis envolvidas no objeto de estudo.

Estudo de Caso – O estudo de caso não é uma técnica específica. É uma análise intensiva de
uma situação particular.

Caracteriza-se pela capacidade de lidar com uma completa variedade de evidências tais como:
dados, documentos, artefatos, entrevistas e observações, e mediante comparação baseada na pesquisa
bibliográfica, permite traçar um diagnóstico, dar um parecer, tirar uma conclusão.

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1.3 – O PLANEJAMENTO DA PESQUISA

Pesquisa é objeto do próprio autor, construída a partir do conhecimento original, dentro das
exigências científicas. Para que o estudo seja considerado científico deve-se obedecer aos critérios de
coerência, consistência, originalidade e objetivação. Para a realização de uma pesquisa científica é
extremamente necessário:

a) A existência de uma pergunta que se deseja responder;

b) A elaboração de um conjunto de passos que permitam chegar à resposta;

c) A indicação do grau de confiabilidade na resposta obtida.

O planejamento de uma pesquisa depende basicamente de três fases:

- Fase da decisão – A escolha do tema, à definição e à delimitação do problema de pesquisa;

- Fase da construção – A construção de um plano de pesquisa e à execução da pesquisa.

- Fase da descrição –É a organização das idéias de forma sistematizada visando à


elaboração do relatório final. A apresentação do relatório de pesquisa deve obedecer às
formalidades requeridas pelo meio acadêmico.

2 - MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO

2.1 – MÉTODO CIENTÍFICO

A pesquisa científica fundamenta-se em três pressupostos básicos:

a) Estudo do conhecimento – A partir do conhecimento já existente, de várias fontes e das


diversas áreas do conhecimento.

b) Procedimentos – A metodologia, o caminho a ser percorrido para se atingir os objetivos


previamente estabelecidos;

c) Aspectos de normalização – Vem da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT,


com suas diversas NBRs, e dos requisitos da língua portuguesa, caracterizando-se o texto pela
objetividade, clareza, coesão, consistência, imparcialidade.

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Método científico é o conjunto de processos que são ser utilizados na investigação. É a linha
de raciocínio adotada no processo de pesquisa. Também os métodos que fornecem as bases lógicas à
investigação são: dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo, dialético e fenomenológico.

2.2 – TIPOS DE MÉTODOS

2.2.1 – Indutivo

É a lei geral por intermédio da observação de certo número de casos semelhantes. A indução
é um método válido, porém não é infalível. É o método fundamental das ciências naturais e sociais.
Eis um exemplo de método indutivo:

2.2.2 – Dedutivo

O método dedutivo leva o pesquisador do conhecido ao desconhecido com pouca margem de


erro; por outro lado, é de alcance limitado, pois a conclusão não pode exceder as premissas. A
dedução é um recurso metodológico em que a racionalização ou combinação de idéias em sentido
interpretativo vale mais do que a experimentação.

2.2.3 – Hipotético-dedutivo

É o método que se inicia pela percepção de uma lacuna nos conhecimentos acerca da qual
formula hipóteses e, pelo processo de inferências dedutivas, testa-se a predição da ocorrência de
fenômenos abrangidos pela hipótese.

“(...) desencadeia-se a partir da percepção de uma lacuna nos


conhecimentos científicos produzidos em uma determinada área até
aquele momento, em função da qual se formula novas hipóteses. Em
seguida, através do processo de inferência dedutiva, testa-se as
hipóteses”. (FERREIRA, 1998, p.96).

Para Popper (1993), este método constitui-se no caminho para se chegar ao conhecimento,
passando pelas seguintes etapas:

- Formulação do problema;

- Solução proposta consistindo numa conjetura (hipótese);

- Dedução das consequências na forma de proposições passíveis de teste;

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- Testes de falseamento – tentativas de refutação pela observação e experimentação.

2.2.4 – Dialético

Do grego dialektos, que significa debate, forma de discutir e debater. A dialética é um debate,
onde se procura derrubar o argumento dos adversários, muito empregado na Grécia antiga.

Oliveira (1997, p.67) afirma que o método dialético é “um processo de comunicação que
prende muito a atenção das pessoas em virtude da habilidade dos protagonistas”

Ferreira (1998) prefere considerar este método como um enfoque, argumentando que a
dialética marxista propõe apresentar como se constitui o empírico, o concreto, partindo de alguns
pressupostos dados, sem indicar os caminhos para explicar os fenômenos; por isso, não seria método.
Em síntese, o método dialético, também chamado de crítico, constrói-se montando um novo sistema
de hipóteses a partir da anulação do sistema anterior.

2.2.5 – Histórico

Consiste na investigação de acontecimentos, processos e instituições do passado para verificar


a sua influência na sociedade contemporânea e melhor compreender o papel que atualmente
desempenham na sociedade.

Ferreira (1998) acredita que, para compreender a natureza e a função das instituições, dos
costumes, das diversas formas atuais de vida social, torna-se necessário pesquisar as raízes históricas.
O método histórico busca construir uma estratégia para conseguir estabelecer o processo de
continuidade e de entrelaçamento entre os fenômenos.

2.2.6 – Comparativo

O método comparativo propõe a realização de comparações entre povos, grupos e sociedades,


a partir da identificação de suas diferenças e semelhanças com o objetivo de construir uma melhor
compreensão do comportamento humano. É usado tanto para comparações de grupos no presente, no
passado, ou entre os atuais e os do passado, quanto entre sociedades de iguais ou de diferentes estágios
de desenvolvimento.

“(...) é empregado em estudos de largo alcance (desenvolvimento da


sociedade capitalista) e de setores concretos (comparação de tipos
específicos de eleição), assim como para estudos qualitativos
(diferentes formas de governo) e quantitativos (taxa de escolarização de
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países desenvolvidos e subdesenvolvidos). Pode ser utilizado em todas
as fases e níveis de investigação: num estudo descritivo, nas
classificações, permitindo a construção de tipologias e até em nível de
explicação, apontando vínculos causais, entre os fatores ausentes e
presentes”. (Marconi e Lakatos 1996, p.107)

2.3 – OUTROS MÉTODOS

Marconi e Lakatos (1996); Oliveira (1997); Ferreira (1998); Santos (1999); Cruz e Ribeiro
(2003) citam outros métodos utilizados em investigação científica, aqui sintetizados:

2.3.1 – Método Quantitativo

Bastante utilizado em pesquisa e normalmente considerado o único método válido e aceitável


sem restrições, o método quantitativo procura garantir a precisão dos resultados, evitar distorções de
análise e interpretação, possibilitando margem considerável de segurança quanto às conclusões. É
frequentemente aplicado nos estudos descritivos, naqueles que procuram descobrir e classificar a
relação entre variáveis, ou na investigação de causa e efeito nos fenômenos observados

Estudos de natureza descritiva pretendem investigar “o que é”, ou seja, descobrir as


características de um fenômeno. Desse modo, são considerados como objeto de estudo uma situação
específica, um grupo ou um indivíduo. O estudo descritivo pode abordar aspectos de uma sociedade,
como:

- Descrição da população economicamente ativa, do emprego de rendimentos e consumo, do


efetivo de mão-de-obra;

- Levantamento da opinião e atitudes da população acerca de determinada situação;

- Caracterização do funcionamento de organizações;

- Identificação do comportamento de grupos minoritários.

Bastante característico nos estudos quantitativos é o modo de coletar os dados. Para isso,
devem ser utilizados instrumentos de pesquisa como questionários, testes padronizados, entrevistas e
observações, que também podem ser empregados em outros tipos de estudo. Escolhem-se os
instrumentos mais adequados para efetuar a coleta de informações, de maneira que os estudos
quantitativos tenham a possibilidade de obter, dos indivíduos pesquisados, respostas passíveis de

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serem quantificadas, possibilitando o tratamento estatístico que, depois, servirá para verificar a
consistência das hipóteses.

Em geral, as variáveis contidas nos métodos quantitativos são apresentadas em várias formas:
escore contínuo, dicotomia artificial, dicotomia verdadeira e categórica.

2.3.2 – Método Estatístico

A literatura mostra que a estatística é um método que se aplica ao estudo dos fenômenos
aleatórios e, praticamente, todos os fenômenos que ocorrem na natureza são aleatórios, como as
pessoas, o divórcio, um rebanho de gado, a atividade profissional, um bairro residencial, os produtos
eletrodomésticos, a opinião pública, etc.

Os fenômenos aleatórios destacam-se porque eles se repetem e estão associados a uma


variabilidade. Após a ocorrência de um fenômeno aleatório, é impossível prever com precisão o
resultado de nova ocorrência. Verifica-se também na repetição de um fenômeno aleatório em que os
resultados se distribuem com certa regularidade geralmente acentuada em termos de freqüência. Esse
método fundamenta-se nos conjuntos de procedimentos apoiados na teoria da amostragem. E, com
tal, é indispensável no estudo de certos aspectos da realidade social, onde quer que se pretendam
medir o grau de correlação entre dois ou mais fenômenos.

Mediante a utilização de testes estatísticos, torna-se possível determinar, em termos


numéricos, a probabilidade de acerto de determinada conclusão, bem como a margem de erro de um
valor obtido. Os procedimentos estatísticos fornecem considerável reforço às conclusões obtidas,
sobretudo mediante a experimentação, a observação, a análise e prova. Abrange o universo dos
elementos ou uma amostra. Os métodos e técnicas de amostragem, quando bem empregados, dão
condições para se chegar a conclusões válidas e previsões muito próximas da realidade, com pequena
margem de erro.

2.3.3 – Método fenomenológico

O método fenomenológico consiste em mostrar o que é dado e em esclarecer esse dado. Não
explica mediante leis nem deduz a partir de princípios, mas considera imediatamente o que está
perante a consciência, o objeto. Conseqüentemente, tem uma tendência orientada totalmente para o
objetivo. Interessa ao pesquisador imediatamente não o conceito subjetivo, nem uma atividade do
sujeito (se bem que esta atividade possa igualmente se tornar em objeto da investigação), mas aquilo
que é sabido, posto em dúvida, amado, odiado, etc.

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Streubert e Carpenter (1995) argumentam que o pesquisador pode fazer-se três
questionamentos, cujas respostas positivas podem auxiliá-lo a decidir se o método fenomenológico é
ou não o mais apropriado:

a) Existe uma necessidade de maior clareza no fenômeno selecionado? Talvez exista pouca coisa
publicada, ou o que exista precise ser descrito em maior profundidade.

b) Será que a experiência vivida e compartilhada é a melhor fonte de dados para o fenômeno de
interesse? Dado que o método básico de recolha é a voz da pessoa que vive um dado
fenômeno, o pesquisador deve determinar se esta abordagem lhe dará os dados mais ricos e
mais descritivos.

c) Os recursos disponíveis, o tempo para o término da pesquisa e o próprio estilo pessoal do


pesquisador e sua habilidade para se envolver no método de forma rigorosa seguem os
requisitos para um trabalho científico?

A utilização ou não do método fenomenológico irá, pois, nascer de uma investigação prévia
sobre o objeto de estudo e as pretensões do pesquisador quanto ao tipo de informação que mais lhe
interessa.

Quanto ao papel dos participantes numa pesquisa fenomenológica, Martins, Boemer e Ferraz
(1990) argumentam que, ao realizá-la, a primeira preocupação que se apresenta para o pesquisador é
em geral a proposição do problema. Entretanto, na pesquisa fenomenológica, o problema do
pesquisador está consubstanciado em dúvidas e não em hipóteses prévias; logo, ele deverá interrogar
os sujeitos para conseguir respostas a essas dúvidas

3 – O QUE É UM PROJETO DE PESQUISA?

A pesquisa científica deve ser planejada, antes de ser executada. O projeto de pesquisa são os
planos, fases e procedimentos de um processo de investigação científica de ser realizado, ou seja,
estabelece um caminho eficaz e eficiente, que conduza ao fim desejado.

A maior dificuldade, do iniciante na pesquisa científica, é pensar que apenas um simples


roteiro é suficiente para desenvolver uma pesquisa. O que é um roteiro? São as diversas fases do
método. Mas a pesquisa científica deve ser devidamente planejada, realizada e concluída, não é um
simples resultado automático de normas cumpridas ou roteiro seguido. Mas deve ser considerada um
trabalho de criatividade, que a partir da intuição do pesquisador é algo original, seu projeto, sua
ideia, tanto no modo de compreendê-la como de comunicá-la.

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Este método tem fases, e essas fases do método podem ser vistas como indicadoras de um
caminho, com o modo pessoal do pesquisador. Mesmo sendo a pesquisa objeto do pesquisador, é
importante lembrar que o mesmo, par obter sucesso precisa seguir a risca, procedimentos recursos e
técnicas já estabelecido pela pesquisa cientifica.

Ou seja, o projeto de pesquisa é o planejamento de uma pesquisa, sendo assim, a definição


dos caminhos para abordar uma certa realidade, por conseguinte, deve oferecer respostas do tipo: o
que pesquisar? (tema); por que pesquisar? (justificativa); Como pesquisar? (metodologia); Quando
pesquisar? (cronograma); Por quanto? (orçamento).

3.1 – COMO ELABORAR UM PROJETO DE PESQUISA

Existem vários normas estabelecidos orientando a forma de como se deve elaborar um projeto
de pesquisa, cada instituição estabelece o seu padrão. No entanto, independentemente da norma
interna, a estrutura básica é a mesma.

O projeto de pesquisa é o primeiro passo a ser dado em toda pesquisa científica. Mas elaborar
um projeto antes de iniciar uma atividade não é exclusividade da Ciência. Como tudo na vida, precisa
de um projeto de um planejamento, a pesquisa também.

Antes de começar a construir sua casa, é importante procurar saber sobre os materiais de
construção que serão utilizados, qual mão-de-obra que precisará contratar e, principalmente, quanto
vai custar tal obra. É assim em um projeto de pesquisa, é preciso planejar de forma detalhada a
pesquisa.

Por isso, antes de dar início a uma pesquisa científica, é preciso responder perguntas como
“Por que estou realizando essa pesquisa?“, “Que infraestrutura vou precisar para realizar essa
pesquisa?“, “Qual é a melhor forma de realizar essa pesquisa?” e “Que recursos humanos e
financeiros serão necessários?“. Além de facilitar o trabalho e antecipar dificuldades, o projeto
proporciona ao cientista a chance de refletir sobre a pesquisa como um todo, antes mesmo de começá-
la.

As etapas do método científico para a resolução de um problema consistem em:

– Definição e delimitação de um problema de pesquisa;

– Formulação da hipótese;

– Coleta de dados;
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– Análise e interpretação dos resultados; e

– Rejeição ou não rejeição da hipótese (Vianna, 2001).

Com base nisso o roteiro a seguir foi elaborado de acordo com manuais de universidades e de
institutos de pesquisa, em observância às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT).

3.1.1 – INTRODUÇÃO

Iniciar o trabalho, contextualizando de forma sucinta, o tema de sua pesquisa. Contextualizar


significa abordar o tema de forma a identificar a situação ou o contexto no qual o problema a seguir
será identificado.

A “introdução” é a parte do trabalho que leva o leitor a entender o tema da pesquisa. Deve
ser escrita de maneira que forneça uma visão geral da pesquisa a ser realizada, situando o problema
no contexto a ser trabalhado (Severino 2015).

É posta no início do trabalho, mas deve ser escrita depois que todas as outras partes do trabalho
do projeto de pesquisa estejam prontos e escritos.

O que deve conter na introdução? Qual será sua pesquisa, por que pretende executá-la. É
preciso apresentar a problemática que originou a pesquisa e a fundamentação que o levou a escolher
seu objetivo. Na introdução, estão contidas as justificativas do tema abordado.

Problema

Concentrar-se somente no problema e identificá-lo claramente. Delimitar que aspectos ou


elementos do problema que o aluno vai abordar. Ser claro e preciso nesta parte. Lembrar-se: a
identificação e delimitação clara do problema é o primeiro passo para aprovação do projeto e êxito
na sua execução.

Objetivos – Indicar, de forma clara e exatamente, o que se quer fazer, que metas quer alcançar
com a pesquisa, desdobrando em:

Objetivo geral – Identificar de forma genérica qual objetivo deve ser alcançado.

Objetivos específicos - Listar os objetivos específicos que deverão ser alcançados pela
execução da proposta de pesquisa.

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Justificativa – Justificar técnica, científica e socialmente a proposta, explicitando argumentos
que indiquem que a pesquisa é significativa, importante ou relevante.

3.1.2 – Revisão Bibliográfica

A revisão bibliográfica constitui-se na análise comentada dos trabalhos realizados na matéria


de enfoque de sua pesquisa.

3.1.3 – Metodologia

Método, maneira. Deve-se dizer como pretende executar o projeto. Caso seja uma pesquisa
qualitativa, de que maneira pretende coletar e analisar os dados qualitativos (observação/entrevistas,
etc.). Se for uma pesquisa quantitativa, de que maneira irá coletar os dados. Apresente em linhas
gerais o método a ser utilizado para a execução da pesquisa, destacando:

1- População e amostragem – Deve-se identificar a população da qual está retirando a


amostra. Exemplo: se a pesquisa envolve os ex-alunos de Contábeis de 1990, sua
população é o número total destes ex-alunos, por exemplo, em 1990 formaram-se 77
alunos. Caso decida fazer uma amostragem de 30%, então a amostra para fins de pesquisa
será de 23 alunos.

2- Coleta de dados – neste item, indica-se como irá operacionalizar a coleta dos dados, se
através de questionário (enviado pelo correio ou pessoalmente); entrevistas; observações
(anotando os resultados da reação em tempos pré-determinados), etc.

3- Análise e Interpretação dos resultados – descrever como serão analisados os resultados da


pesquisa (se qualitativa, as respostas podem ser interpretadas global ou individualmente;
se a pesquisa for quantitativa, provavelmente irá utilizar a estatística).

3.1.4 – Cronograma

Geralmente o cronograma é disposto em uma tabela com as atividades nas linhas e os meses
ou as quinzenas nas colunas. (Filho e Santos, 2011).

Relacionar cada parte ou fase da pesquisa, vinculando-a ao tempo necessário para executá-la.
Não existe um modelo padrão que possa ser generalizado para todas as pesquisas, devido a variedade
dos tipos de pesquisas vistos anteriormente. A data de início e fim dos trabalhos estão vinculadas ao
semestre que será desenvolvido o trabalho de pesquisa.

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3.1.5 – Referências Bibliográficas

Todas as citações feitas no texto deverão ser arroladas no final do trabalho. Utilizar as Normas
da ABNT para padronizar as referências bibliográficas.

4 – AS ETAPAS DA PESQUISA

A pesquisa é um procedimento reflexivo e crítico em busca de respostas para problemas ainda


não solucionados. O planejamento e a execução de uma pesquisa fazem parte de um processo
sistematizado que compreende etapas que podem ser detalhadas da seguinte forma:

4.1 – ESCOLHA DO TEMA (O Que?)

Este é o momento em que o pesquisador deve responder à pergunta “O que se pretende


abordar? O tema é um aspecto ou uma área de interesse de um assunto que se deseja provar ou
desenvolver. Escolher um tema significa eleger uma parcela delimitada de um assunto, estabelecendo
limites ou restrições para o desenvolvimento da pesquisa pretendida.

A definição do tema pode surgir com base na observação do cotidiano, na vida acadêmica ou
profissional, em programas de pesquisa, em contato e relacionamento com especialistas, na interação
de pesquisas já realizadas e em estudo da literatura especializada.

A escolha do tema em um curso de Graduação ou Pós-graduação, está relacionada à área a


qual o investigador está vinculado ou à linha de seu orientador.

Devem ser levadas em consideração, na escolha do tema, a atualidade e relevância, o


conhecimento a respeito, a preferência e a aptidão pessoal para lidar com o tema escolhido.

Assim como a introdução, o título também deve ser escrito quando já se tem uma visão mais
abrangente do projeto.

Dicas importantes:

– Não comece o tema com palavras como: efeito, influência, avaliação, estudo, etc. Se você
está estudando, é óbvio que é para ver o efeito, a influência e por aí vai.

– Tenha o tema com as palavras mais importantes de todo o seu trabalho. Se você fosse resumir
o seu projeto de pesquisa em uma única palavra, qual seria?

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– O título deve ser claro e conciso, permitindo uma compreensão inicial da sua finalidade.
Terminada a redação do título, veja a coerência com os objetivos.

Vamos ver cada faze de um projeto de pesquisa.

As fazes de um projeto de pesquisa são:

4.2 – REVISÃO DA LITERATURA

4. Revisão bibliográfica

Nesta fase, o investigador deve responder a questões simples como: Quem já escreveu e o que já foi
publicado sobre o assunto pesquisado, o que já foi abordado por outros autores e em que direção,
quais as brechas existentes na literatura a serem preenchidas? Após tudo isso encontre as
informações já publicadas sobre o problema a ser pesquisado, ou seja, o que já se sabe sobre o
problema de pesquisa.

Faça busca em livros, principalmente nos que são referência na área do projeto de pesquisa,
depois faça uma varredura em artigos em periódicos científicos. Ao ler estes artigos científicos,
procure não se ater apenas aos resultados encontrados, mas também aos procedimentos utilizados na
pesquisa (Andrade, 2014).

A revisão de literatura é importante, porque fornecerá conhecimento evitando-se assim a


duplicação de pesquisas no mesmo tema.

4.3 – JUSTIFICATIVA (Por quê?)

É o momento em que o pesquisador deve refletir sobre “o porquê” da realização da pesquisa,


procurando identificar as razões da preferência pelo tema escolhido e sua importância em relação a
outros temas. Pergunte-se: o tema é relevante e, se é, por quê? Quais os pontos positivos que você
percebe na abordagem proposta? Que vantagens e benefícios você pressupõe que sua pesquisa irá
proporcionar? A justificativa deve convencer quem for ler o projeto, com relação à importância e à
relevância da pesquisa proposta.

4.4 – FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

Elabore uma pergunta que vai nortear sua pesquisa. Ao formular perguntas sobre o tema,
provoca-se sua problematização. Portanto, a maneira mais fácil e direta de formular um problema de
pesquisa é elaborar uma pergunta sobre determinado tema (Santos, 2015).

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A pergunta a ser respondida em sua pesquisa é a base fundamental do seu projeto de pesquisa.
Os objetivos da pesquisa serão elaborados de acordo com essa pergunta. Os métodos propostos
deverão possibilitar a descoberta da resposta para essa pergunta. Os resultados esperados deverão
estar relacionados com essa pergunta.

Aqui, o aluno irá refletir sobre o problema que pretende resolver na pesquisa, se é realmente
um problema e se vale a pena tentar encontrar uma solução para ele. A pesquisa científica depende
da formulação adequada do problema, isto porque objetiva buscar sua solução.

É importante entender que o problema de pesquisa, elaborado na forma de pergunta, norteará


a avaliação de todas as partes do projeto de pesquisa, de maneira que todo o planejamento seja
realizado adequadamente para resolver o problema a ser pesquisado. Por isso, perguntas mal
elaboradas costumam resultar em pesquisas igualmente de má qualidade (Cervo e Silva, 2006).

De maneira geral, as perguntas podem ser divididas em três grupos:

– Como esse fenômeno é? (Descrição)

– Com o que esse fenômeno está associado? (Associação)

– No que esse fenômeno interfere? Ou o que interfere nesse fenômeno? (Associação com
interferência)

Um bom problema de pesquisa deve ser:

– Claro e preciso (todos os conceitos e termos usados em sua enunciação não podem causar
ambiguidades ou dúvidas);

– Empírico (fazer parte da realidade)

– Delimitado (Estabelece os limites da pesquisa);

– Passível de solução (a pergunta tem que ser respondida).

Para melhor situar a escolha do problema, pergunta-se:

1) Trata-se de um problema original e relevante?

2) Ainda que seja “interessante”, é adequado para mim?

3) Tenho hoje possibilidades reais para executar tal estudo?

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4) Existem recursos financeiros para o estudo?

5) Há tempo suficiente para investigar tal questão?

4.5 – DETERMINAÇÃO DOS OBJETIVOS (Para quê?)

Os objetivos constituem a finalidade de um trabalho científico, ou seja, o que se pretende


atingir com a realização da pesquisa. O objetivo segue a mesma ideia da pergunta, redigido,
entretanto, como uma sentença afirmativa direta. Se o problema de pesquisa é a questão a ser
investigada, o objetivo é o resultado a ser alcançado (Lakatos e Marconi, 2010).

Dependendo da magnitude do projeto de pesquisa, os objetivos podem ser divididos em gerais


e específicos. Como o próprio nome diz, os objetivos gerais são aqueles mais amplos. Na maioria das
vezes, o primeiro e maior objetivo do cientista é o de obter uma resposta satisfatória ao seu problema
de pesquisa. No entanto, para se cumprir os objetivos gerais é preciso delimitar ações mais
específicas, chamadas de objetivos específicos. São estes objetivos específicos que, somados, irão
proporcionar a realização do objetivo geral (Perovano, 2014).

Neste campo, o aluno deve resumir o que pretende alcançar com a pesquisa. Os objetivos
precisam se de acordo com a justificativa e o problema que foi proposto. O objetivo geral é o resumo
do que se pretende com a pesquisa, e os objetivos específicos explicitam os detalhes e são
desdobramentos do objetivo geral. Os objetivos deixam claro quais os resultados que se pretende
alcançar ou qual a contribuição que a pesquisa vai efetivamente proporcionar.

Os objetivos devem começar por verbos no Infinitivo, conforme quadro a seguir:

Verbos usados para determinar estágio cognitivo

VERBOS USADOS PARA DETERMINAR OS OBJETIVOS

Conhecimento Compreensão Aplicação Análise Síntese Avaliação

Apontar Descrever Aplicar Analisar Articular Apreciar

Arrolar Discutir Demonstrar Classificar Compor Avaliar

Definir Esclarecer Empregar Comparar Construir Eliminar

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Enunciar Examinar Ilustrar Constatar Coordenar Escolher

Inscrever Explicar Interpretar Criticar Reunir Estimar

Registrar Expressar Inventariar Distinguir Organizar Julgar

Relatar Identificar Manipular Examinar Esquematizar Preferir

Repetir Localizar Praticar Provar Selecionar

Sublinhar Traduzir Traçar Investigar Valorizar

Nomear Transcrever Usar Experimentar ...

4.6 – METODOLOGIA (Como?)

Neste ponto do projeto, define-se onde e como será realizada a pesquisa: o tipo de pesquisa,
a população, o tipo da amostragem, como se farás a coleta de dados e se como pretende tabular e
analisar seus dados. População (universo) da pesquisa é a totalidade de indivíduos que possuem as
mesmas características definidas para um determinado estudo.

Para Gil (1999), amostra é a parte da população selecionada de acordo com uma regra ou
plano. O processo pelo qual, através da amostra, são estudadas as características da população é
denominado de amostragem.

Segundo Stevenson (2001), um censo envolve o exame de todos os elementos de um dado


grupo ao passo que a amostragem envolve o estudo de apenas uma parte dos elementos. A finalidade
da amostragem é fazer generalizações sobre todo o grupo sem precisar examinar cada um de seus
elementos.

Um exemplo clássico de amostragem é o Exame de sangue, visto que neste processo coleta-
se apenas uma pequena porção do sangue (amostra) de um indivíduo (população) e, após análise dos
resultados, pode-se inferir algo sobre o paciente. Importante destacar que a informação obtida com
base em uma amostra só pode ser estendida para a população que forneceu a amostra. Este processo
por amostragem proporciona economia de tempo, dinheiro e maior precisão.

O processo de amostragem pode ser Probabilístico e Não-Probabilístico.

Em um processo de Amostragem Probabilística todos os elementos da população têm a mesma


probabilidade de serem sorteados para compor a amostra a ser pesquisada. Por ser estatisticamente
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mais confiável. Em outras palavras, para tirarmos conclusões sobre a População há necessidade do
processo probabilístico, pois somente com este poderemos avaliar a probabilidade de erro. Cabe
ressaltar que, em alguns casos, a amostragem não-probabilística proporciona uma alternativa útil para
a amostragem probabilística.

Dentre os tipos de amostragem probabilística cita-se:

1) Amostragem casual simples;

2) Amostragem sistemática;

3) Amostragem estratificada;

4) Amostragem por conglomerados.

Amostragem Casual Simples (ou ao acaso) – os elementos são escolhidos para formar a
amostra por processo casual, aleatório ou por sorteio;

Amostragem Sistemática – os elementos são escolhidos para formar a amostra por critérios
estabelecidos a priori pelo pesquisador. Genericamente sorteia-se o primeiro elemento e os demais
são retirados numa progressão aritmética de ordem, a partir do primeiro elemento sorteado, usando
uma certa razão “r”, até completar o total de elementos da amostra.

Amostragem estratificada – Usa-se quando a população está dividida em estratos, no caso,


segundo a qualificação (diretoria, escritório, oficina, etc.). Por exemplo; imagine os empregados de
uma indústria. Como obter uma amostra? Tira-se uma amostra casual ou sistemática de cada estrato;
esta pode ser uniforme, quando os estratos possuem tamanhos aproximadamente iguais; então se
retira o mesmo numero de elementos de cada estrato. Proporcional quando possuem tamanhos
diferentes, e então se extrai os elementos de acordo com o tamanho de cada estrato.

Amostragem por Conglomerados – Quando a População apresenta uma subdivisão em


grupos menores (denominados conglomerados), sorteia-se um número diferente de conglomerados e
os elementos desses conglomerados sorteados vão compor a amostra. Convém usar esse processo
quando é difícil (ou impossível) selecionar os elementos da População, mas é fácil sortear os
conglomerados; muitas vezes, este tipo de amostragem é utilizado por motivo de ordem.

Num processo de Amostragem não-probabilística, existem elementos sem chance de pertencer


a amostra, (P = 0). Dentre os processos de amostra não-probabilística cita-se:

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- Amostragem a Esmo – é um processo de seleção sem critérios;

- Amostragem por julgamento – Afirma-se que determinados elementos são importantes para
a composição da amostra e determina-se quem será pesquisado. Neste processo há certa carga de
subjetividade.

- Amostragem por conveniência – é a forma mais comum dos procedimentos não-


probabilísticos. Os elementos são escolhidos por serem acessíveis, mais articulados ou mais fáceis de
serem avaliados.

No processo por amostra, pode haver a combinação de diferentes técnicas de amostragens.


Exemplos:

 Num processo de amostragem estratificada, viu-se anteriormente que se escolhe o n° de


elementos proporcional ao tamanho de cada estrato. Neste caso, define-se a quantidade,
mas como selecionar os elementos dentro de cada estrato. Pode-se, neste caso, utilizar na
seqüência um processo de amostragem casual, ou seja, por sorteio.

 Em um processo de amostragem por conglomerados, depois de sortearem-se os


conglomerados e o n° de elementos que vão compor a amostra de cada conglomerado,
pode-se diretamente sortear estes elementos, ou ainda aplicar um procedimento de
amostragem estratificada caso se identifique que os conglomerados estão divididos em
partes.

Definido o procedimento amostral, volta-se a necessidade de identificar quantos elementos


são necessários para compor a amostra. Existem diversas maneiras de determinarmos o tamanho de
uma amostra, todas levam em consideração três fatores importantes:

1) A amplitude do universo: Este pode ser finito ou infinito. Considera-se universo finito
aquele cujo tamanho da população não supera a 100.000 elementos.

2) O nível de confiança estabelecido: É a probabilidade de que a amostra seja representativa


do universo.

3) A margem de erro permitido: É a diferença entre o valor obtido na amostra e o valor do


universo.

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Deve-se levar em conta que, em qualquer pesquisa, uma margem de erro normalmente entre
3% a 5%, os resultados obtidos através de amostras não são rigorosamente exatos em relação ao
universo, nunca se pode afirmar com 100% de certeza num resultado..

4.7 – COLETA DE DADOS

É a pesquisa de campo. Para o sucesso neste processo, duas qualidades são fundamentais: a
paciência e a persistência.

4.7.1 – Instrumentos de coleta de dados

A definição do instrumento de coleta de dados dependerá dos objetivos que se pretende


alcançar com a pesquisa e do universo a ser investigado. Os instrumentos de coleta de dados
tradicionais são:

4.7.1.1 – A OBSERVAÇÃO: Quando são utilizados na captação de dados de determinados aspectos


da realidade. Esta pode ser:

 Observação assistemática – Sem planejamento e controle previamente elaborados, é


espontânea, livre e informal;

 Observação sistemática – Com planejamento, realiza-se em condições controladas para


responder aos propósitos pré-estabelecidos;

 Observação não-participante – o pesquisador presencia o fato, mas não participa;

 Observação individual – realizada por um único pesquisador;

 Observação em equipe - feita por um grupo de pessoas. Apresenta vantagens uma vez que
os dados coletados podem ser confrontados entre os membros da equipe;

 Observação na vida real – registro de dados/fatos reais à medida que ocorrem;

 Observação em laboratório – onde tudo é controlado.

4.7.1.2 – A ENTREVISTA: É a obtenção de informações de um entrevistado, sobre determinado


assunto ou problema. A entrevista pode ser:

 Estruturada – roteiro previamente estabelecido;

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 Não-estruturada – não existe rigidez de roteiro. Pode se explorar mais amplamente
algumas questões.

4.7.1.3 – O QUESTIONÁRIO: São perguntas que devem ser respondidas por escrito pelo
entrevistado. O questionário deve ser objetivo, limitado em extensão e estar acompanhado de
instruções. As instruções devem esclarecer o propósito de sua aplicação, ressaltar a importância da
colaboração do informante e facilitar o preenchimento.

Recomendações úteis à construção de um questionário:

 O questionário deve ser construído em blocos temáticos obedecendo uma ordem lógica na
elaboração das perguntas;

 A redação das perguntas deve ser feita em linguagem compreensível ao informante. A


linguagem deve ser acessível ao entendimento da média da população estudada. A
formulação das perguntas deve evitar a possibilidade de interpretação dúbia, sugerir ou
induzir a resposta;

 Cada pergunta deve focar apenas uma questão para ser analisada pelo informante;

 O questionário deve conter apenas perguntas relacionadas aos objetivos da pesquisa.


Devem ser evitadas perguntas que, de antemão, já se sabe que não serão respondidas com
honestidade.

As perguntas do questionário podem ser:

 Abertas – O entrevistado responde livremente o que pensa sobre o assunto questionado.

 Fechada/simples – São fornecidas duas ou mais alternativas de respostas ao entrevistado,


sendo apenas uma resposta possível.

 Semi-aberta – É uma combinação de uma pergunta fechada e uma aberta. Inicialmente o


entrevistado responde a questão assinalando uma das opções e depois complementa a
resposta através de uma justificativa.

 De múltiplas escolhas/compostas – Fechadas com uma série de respostas possíveis. É


facultativa a indicação do número de alternativas a serem assinaladas na resposta.

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 Matriz de resposta – Tipo de questão onde são obtidas várias respostas na mesma
pergunta, para tanto se elabora um quadro para facilitar a resposta do entrevistado. Ex.:
Qual o seu grau de satisfação com o atendimento neste supermercado:

SETOR GRAU DE SATISFAÇÃO

M. Satisfeito Indiferente Insatisfeito M.


Satisfeito Insatisfeito

Perecíveis

Padaria

Caixa

Feira

4.7.1.4 – FORMULÁRIO – É uma coleção de questões e anotadas por um entrevistador numa


situação face a face com a outra pessoa (o informante).

O instrumento de coleta de dados escolhido deve proporcionar uma interação efetiva entre o
informante e a pesquisa que está sendo realizada.

A coleta de dados está relacionada com o problema, a hipótese ou os pressupostos da pesquisa


que tem como objetivo obter elementos para que estes propostos na pesquisa possam ser alcançados.
Neste estágio, escolhem-se também as possíveis formas de tabulação e apresentação de dados e os
meios (os métodos estatísticos, os instrumentos manuais ou computacionais) que serão usados para
facilitar a interpretação e análise dos dados.

Segundo Oliveira (2003) existem vantagens e desvantagens da aplicação de um formulário


comparativamente a um questionário as quais se encontram dispostas no quadro abaixo.

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Vantagens e desvantagens entre

Formulário x Questionário

VANTAGENS DESVANTAGENS

Pode ser utilizado em quase todos os A possibilidade de o aplicador, pela sua


segmentos da população: analfabetos e presença, influenciar as respostas;
alfabetizados;

Possibilidade de o pesquisador realizar O informante pode se sentir constrangido


inferências em virtude de sua presença para responder a algumas perguntas devido à
física; presença do aplicador;

Permite maior compreensão e, também, Maior consumo de recursos na obtenção de


maior uniformidade dos dados obtidos; dados, que precisam ser colhidos pessoa a
pessoa;

Permite a obtenção de dados mais O informante tem menos tempo para


complexos e de maior utilidade. responder às perguntas, o que pode fazer
com que fique faltando responder a algumas.

Tanto o Questionário como o Formulário necessita ser testado para que o pesquisador possa
avalia sua eficácia na obtenção dos dados. Não encontrando erros os dados coletados podem ser
aproveitados. Verificando-se erros que possam prejudicar os objetivos da pesquisa, estas
questões/itens devem ser corrigidas, reformuladas, ampliadas, ou eliminadas, desconsiderando-se os
questionários aplicados anteriormente. Neste caso deve-se realizar novamente um pré-teste.

4.8 – TABULAÇÃO E APRESENTAÇÃO DOS DADOS

Para organizar os dados obtidos na pesquisa de campo, pode-se lançar mão de recursos
manuais ou digitais. Atualmente com o advento da informática, é natural que se escolham os recursos
digitais para dar suporte à elaboração de índices e cálculos estatísticos, tabelas, quadros e gráficos.

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4.9 – ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

É a análise e a interpretação dos dados que foram tabulados e organizou na etapa anterior. A
análise deve ser feita para atender aos objetivos da pesquisa, comparar e confrontar dados e provas
com o objetivo de confirmar ou rejeitar as hipóteses ou os pressupostos da pesquisa.

4.10 – CONCIDERAÇÕES FINAIS DA ANÁLISE E DOS RESULTADOS OBTIDOS

Nesta etapa, já se tem condições de sintetizar os resultados obtidos com a pesquisa. Deve-se
explicitar se os objetivos foram atingidos, se as hipóteses ou os pressupostos foram confirmados ou
rejeitados. E, principalmente, deve-se ressaltar a contribuição da pesquisa para o meio acadêmico ou
para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia.

4.11 – REDAÇÃO E APRESENTAÇÃO DO TRABALHO CIENTÍFICO

Nesta etapa, o pesquisador deve redigir o relatório de pesquisa: monografia, dissertação,


ARTIGOou tese.

Azevedo (1998) argumenta que o texto deve ser escrito de modo apurado, isso é, “(...)
gramaticalmente correto, fraseologicamente claro, terminologicamente preciso e estilisticamente
agradável”. Normas de documentações da ABNT devem ser consultadas visando à padronização das
indicações bibliográficas e a apresentação gráfica do texto.

As etapas aqui identificadas e as orientações feitas devem servir de guia à elaboração de sua
pesquisa e não como uma “camisa-de-força”. Entretanto, não devem impedir sua criatividade ou
causar dificuldades à elaboração da pesquisa. A intenção é fornecer orientações básicas à elaboração
de uma investigação científica.

5 – O RELATÓRIO DE PESQUISA

Assim como no caso do planejamento de uma pesquisa científica, também é importante a


definição de um padrão para o registro dos resultados de conclusões. Isso facilita a comunicação dos
achados e a posterior verificação de todo o processo, servindo de base para a publicação dos mesmos
em congressos, periódicos ou mesmo em livros. Os elementos básicos para isso são apresentados a
seguir.

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5.1 – INTRODUÇÃO

Apresentação do tema a ser estudado – o suficiente para deixar claros todos os aspectos
relevantes:

- Justificativa – explicar porque o tema é importante, qual sua relevância social;

- Problema – explicitar qual é o problema da pesquisa;

- Objetivos – enumerar os objetivos da investigação, isto é, aquilo que se quer descobrir com
a pesquisa, a pergunta a ser respondida, enfim, qual a contribuição a ser realizada em termos de
previsão e/ou controle.

- Partes constituintes da pesquisa (capítulos, seções).

5.2 – REFERENCIAL TEÓRICO

Capítulo ou seção onde é explicitado todo o conhecimento que se tem sobre o tema a ser
investigado, partindo, principalmente, das hipóteses (ou prováveis respostas dadas ao problema
levantado).

5.3 – METODOLOGIA

Um detalhamento completo dos sujeitos (ou da amostra), materiais coletados (questionários,


testes, instrumentos) e procedimentos de pesquisa a serem adotados.

5.4 – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS COLETADOS OU RESULTADOS

 Análise documental – Explicar quais os dados analisados, resumir os pontos principais


referentes à função, filosofia e objetivos do tema da pesquisa.

 Resultados – Apresentar um resumo das constatações encontradas durante as análises


e suas reflexões respondendo ao problema de pesquisa.

 Resultados: As informações produzidas diretamente a partir do tratamento dos


dados (organização, transformação e análise), ou seja, tabelas, gráficos, texto
detalhando os achados, enfim, os resultados diretos, secos, desprovidos de
interpretação.

 Discussão: Uma reflexão acerca da interpretação teórica e do significado dos


resultados.
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5.5 – CONCIDERAÇÕES FINAIS

 Desafios – Indicar quais as ausências e os problemas encontrados que geraram desafios


a serem enfrentados.

 Perspectivas – Indicar as perspectivas que se inferem para um futuro próximo.

 Sugestões – Apresentar propostas ou sugestões para vencer os desafios, ou para se


realizarem novas pesquisas.

5.6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Indicar os livros, revistas, periódicos, vídeos, DVDs, monografias, outros trabalhos,


entrevistas, documentos e sites consultados. Tudo que não é de sua própria autoria deve ser citado e
listado nas referências, para que se outro pesquisador queira ter acesso às obras que foram citadas.

6 FORMATAÇÃO DE TRABALHOS

O padrão oficial seguido no Brasil é o que aqui se divulga, buscando demonstrar, embora,
como já referido, sem a pretensão de esgotar o estudo das normas técnicas, passo a passo, como se
deve proceder para formatar em seu computador o trabalho científico a partir das regras da ABNT.

A digitação (ou a datilografia) será feita em uma face apenas do papel (ofício), que deve ter o
tamanho A4, ou seja, 29,7 x 21 cm (297mm x 210mm), em espaço duplo e impresso, de
preferência, na cor preta. O tamanho da fonte (pitch) que recomenda a norma ABNT é 12 para o
corpo do texto e 10 para as citações longas e notas de rodapé (NBR 14724:2001), podendo que haja
uma certa oscilação entre 11 e 14, conforme o tipo de letra escolhido pelo aluno, o quanto mais
próximo possível do tamanho indicado.
Não há nas normas da ABNT uma definição exata quanto ao tipo de letra que se deve usar na
confecção do trabalho científico, ou seja, não há rigor quanto a isso, por se tratar de uma
recomendação, não de uma obrigação.

Recomenda-se que o aluno utilize as fontes Arial, ou Times New Roman, de preferência,
entre outras possíveis (Bookman Old Style, Courier new, Garamond, Tahoma, etc), desde que não
haja oposição por parte do Orientador do trabalho ou da Instituição de Ensino (devendo-se ter o
cuidado de observar, caso ocorra variação no tamanho da fonte, que seja o mais próximo possível
do padrão Arial ou Times New Roman).

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BREVES DEFINIÇÕES:

MONOGRAFIA é o documento composto de uma parte ou de um número de partes


preestabelecido que se complementam (NBR 6023:2000).

PROJETO DE PESQUISA é o tipo de documento que apresenta um plano prévio ao


desenvolvimento do trabalho até seu final. Não possui capítulos, sendo composto de folha de rosto,
sumário e do projeto propriamente dito, com numeração seqüencial única.
TESE é o documento resultante de um trabalho de cunho experimental ou a exposição de um
estudo científico de tema único e bem delimitado, devendo ser confeccionado a partir de
investigação original, sob a coordenação de um Orientador (um Doutor), buscando a titulação de
Doutor ou similar (NBR 14724:2001).

DISSERTAÇÃO é o documento que contém o resultado de um trabalho experimental ou de


uma exposição de estudo científico de tema único e bem delimitado na sua extensão, visando a
reunião, a análise e a pertinente interpretação de informações. Deve evidenciar o conhecimento do
aluno a respeito da literatura existente sobre o tema e sua capacidade de sistematização. É feita sob
a coordenação de um orientador (um Doutor), buscando a titulação de Mestre (NBR 14724:2001).

TRABALHO ACADÊMICO (Trabalho de Conclusão de Curso, Trabalho de Graduação


Interdisciplinar, etc) é o documento representativo do resultado de um estudo, que expresse
conhecimento sobre o assunto escolhido, que tem obrigatoriamente que desprender-se da disciplina
ou curso em andamento, sob a coordenação de um orientador.

RELATÓRIO DE ESTÁGIO é o documento que apresenta o relato completo e objetivo do


período de estágio cumprido pelo aluno em atendimento a exigência da Instituição de Ensino,
contendo as experiências, os programas desenvolvidos e os objetivos propostos e alcançados, as
observações técnicas e outras informações exigidas.

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CITAÇÃO E REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
1 CITAÇÃO BIBLIOGRÁFICA: Citação é a menção, no texto, de uma informação extraída de
outra fonte.
1.1 Tipos de citação
1.1.1 Citação direta, literal ou textual: transcrição do trecho do texto de parte da obra do autor
consultado.
Exemplo 1:
Espaçamento: 1,5 linhas
Tamanho = 12

Podemos ilustrar o conceito de nação, com destaque a sua identidade comunitária


através do seguinte trecho:
A nação pode ser uma figura coletiva do Sujeito. Ela é o quando se define
simultaneamente pela vontade de viver junto no quadro de instituições livres e
por uma memória coletiva. Tornou-se habitual opor uma definição
evolucionária da soberania nacional contra o rei, a uma concepção alemã da
nação como comunidades de destino (TOURAINE, 1994, p.45).

Espaçamento: simples
Tamanho = 10 Ponto final
Autor em CAIXA ALTA, data, página
Recuo = 4,0 cm

Exemplo 2: A citação com menos de 4 linhas é colocada entre “aspas”

As características da "educação militar compartilhada pelos homens e mulheres espartanas


são tão conhecidas que não vale a pena perdermos tempo em descrevê-las” (PONCE, 1994, p.37).

Autor em CAIXA ALTA, data, página Ponto final

1.1.2 Citação indireta ou livre: Citações indiretas ou livres é o texto baseado na obra do autor
consultado (uso de paráfrase).
Exemplo 1:
Indicação do Autor no começo do texto: citar em Caixa Baixa seguida da data, entre parênteses.

Segundo Sordi (1995) devemos considerar o conceito de qualidade de ensino


como algo impregnado de conteúdo ideológico. Sendo que a escola deve explicitar de que
qualidade está falando no planejamento de seus métodos de ensino.

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Exemplo 2:
Sem indicação do Autor no texto: indicar, ao final, o Autor em Caixa Alta, seguida da data, entre
parênteses.

Quando o resumo de um trabalho técnico-científico é traduzido para língua


inglesa, ele deverá ser designado pela palavra Abstract, por tratar-se de um resumo
informativo (ALMEIDA, 1981).

1.1.3 Citação de citação: Citação de citação é aquela em que o autor do texto não tem acesso direto
à obra citada, valendo-se de citação constante em outra obra.
Exemplo 1:
Indicação dos Autores separados pela expressão “apud” ou “citado por”

Ponce (1982), citado por Silva (1994), declara que instrução, no sentido moderno
do termo, quase não existia entre os espartanos.

Exemplo 2:
Apud usa-se quando o leitor não tem em mãos a obra original, e na obra consultada
encontra-se a referência (autor, ano) que é citada primeiramente, seguida do autor, data e página da
obra consultada. Nas referências bibliográficas devem constar as duas obras.

A indústria de informação, isoladamente, não produz conhecimento.


Produz estoques de informação organizada para uso imediato ou futuro,
ou, o que é pior, a criação voluntária no Brasil de uma base importante
para sustentar a indústria transnacional de indústria da informação em
ciência e tecnologia, a qual o profissional é formado no país para
funcionar como um mero executor de normas e regulamentos, sem, no
entanto, tê-los criado (BARRETO, 1990 apud SOUZA, 1991, p. 183).

DICAS PARA APRESENTAÇÃO DE CITAÇÕES:

a) Quando incluídas na sentença normal, as chamadas pelo sobrenome do autor, instituição ou


título, devem ser grafadas em letras maiúsculas e minúsculas; quando estiverem entre parênteses
são grafadas em maiúsculas.

b) As páginas, volumes, tomos ou seções da fonte consultada são obrigatórios, nas citações diretas,
após a data, separados por vírgula. Nas citações indiretas, a indicação da página ou páginas
consultadas é opcional.

31
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c) Quando a obra citada é a mesma da citação imediatamente anterior, se coloca, entre parênteses, a
expressão ibidem ou ibid., seguida do número da página da referente à citação quando não for a
mesma. Ex: (ibid., p.3)

d) Quando a citação é referente a outra obra do autor imediata e anteriormente citado, se coloca,
entre parênteses, a expressão idem ou id., seguida do ano da publicação e da respectiva página. Ex:
(id., 1989, p.3)

e) Quando a citação é referente a uma obra do autor já citado no trabalho, sem ser imediatamente
anterior, após o sobrenome do autor, se coloca a expressão opus citatum ou op.cit., seguida do
número da página. Ex: (ALMEIDA, op.cit., p.40)

2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: referem-se às fontes efetivamente citadas no corpo da


pesquisa com o intuito de fortalecer a(s) idéia(s) do autor. A listagem dos documentos pesquisados
deve vir no final do trabalho em ordem alfabética.

 Bibliografia: refere-se a todas as fontes consultadas, mesmo as que não foram citadas, mas que
permitem ao leitor aprofundar-se no(s) assunto(s) abordado(s) no trabalho.

2.1 Livros, catálogos, manuais, etc.

SOBRENOME, Nome. ; SOBRENOME, Nome. Título do livro: subtítulo. Edição. Cidade de


publicação: Editora, ano. Número de páginas ou volume. (Série ou Coleção).

ALLEN, C. L. A psiquiatria de Deus: fórmulas seguras para se conseguir e manter a saúde mental
e espiritual. 5. ed. Venda Nova: Bethânia, 1981. 163 p.

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Adaptação de ocupações e o emprego


do portador de deficiência. Tradução de E. A. da Cunha. Brasília, DF: CORDE, 1997. 182 p.

TROPICA color encyclopedia of exotic plants and trees from the tropics and subtropics. East
Rutherford: Roehrs, 1978. 1119 p.

ALTOÉ, A. O trabalho do facilitador no ambiente logo. In: VALENTE, J. A. (Org.). O professor


no ambiente logo: formação e atuação. Campinas: Ed. UNICAMP, 1996. p. 71-89.

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DICAS:

a) Para destacar a obra, de acordo com a norma, pode-se usar Negrito ou Itálico.

b) Não é necessário escrever a palavra "editora", pois se subentende que é isso (a editora) que vem
depois da cidade onde foi publicado e depois dos dois pontos.

c) Quando houver dois ou três autores, separa-se o primeiro autor e os demais por ponto e vírgula.
Regra válida para todos os tipos de suportes (livros, teses, periódicos, etc.).

d) Quando tiver mais de três autores faz-se a entrada pelo autor principal e substituem-se os outros
pela expressão et. al.

e) Quando o autor do texto for uma pessoa jurídica, coloca-se todo o nome da instituição ou da
empresa em caixa alta.

f) Quanto o texto não tem autoria, uma enciclopédia, ou um artigo de jornal ou revista, ou um
documento eletrônico, por exemplo, coloca-se o primeiro nome da publicação em caixa alta.

g) Quando a autoria do texto é diferente da autoria do livro procede-se da seguinte maneira:

SOBRENOME, Nome.Título do texto: subtítulo. In: SOBRENOME, Nome.Título do livro:


subtítulo. Edição. Cidade de publicação: Editora, ano. Número da página inicial-página final da
parte referenciada.

h) Quando a obra citar o tradutor, o nome dele deverá ser colocado logo após o título. Primeiramente
coloca-se a palavra tradução, ou abreviada se aparecer na página de rosto seguida de ponto e, logo
após, o nome e, por último, o sobrenome, não sendo necessário ser em maiúsculo. Ex. (Tradução de
Mauro Pontel / Trad. Mauro Pontel).

2.2 Artigos de Periódicos

AUTOR do artigo (SOBRENOME, Nome). Título do artigo. Título do periódico, (abreviado ou


não), cidade de publicação, v. seguido do número do volume e/ ou n. seguido do número do
fascículo, p. seguido dos números da página inicial e final, separados entre si por hífen, mês
abreviado (se houver). Ano.

MAIA, N. B.; FURLANI, A. M. C. Especiarias, aromáticas e medicinais. Boletim Técnico do


Instituto Agronômico de Campinas, Campinas, n. 100, p. 75-76, 1996.

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2.3 Artigos publicados em jornal

AUTOR do artigo (SOBRENOME, Nome). Título do artigo. Título do jornal, cidade de


publicação, dia, mês abreviado. Ano. Número ou Título do Caderno, Seção ou Suplemento, p.
seguido dos números da página inicial e final, separados entre si por hífen.

LEITE, F. Ovelhas nascem de ovários congelados. Folha de S. Paulo, São Paulo, 30 jun. 2001.
Folha Ciência, p. 10.

DÓLAR tem alta de 0,52% e bolsa sobe 1,17%. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 30 jun. 2001.
Caderno B, p. 13.

2.4 Trabalhos publicados em eventos (Seminário, Encontro, Simpósio, Conferência, etc.)

SOBRENOME, Nome. Título de trabalho. In: NOME DO EVENTO, n. (número do evento em


algarismo arábico), ano, Cidade onde se realizou o evento. Título da publicação do evento...
Cidade de publicação: Editora, ano de publicação. Número de páginas ou volume.

GARCIA, M. O. Formación, actividades y perspectivas de las profesionales en nutrición. In:

CONGRESSO BRASILEIRO DE NUTRICIONISTAS, 3.; ENCONTRO LATINO-AMERICANO

DE NUTRICIONISTAS, 1., 1965, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: Associação Brasileira de

Nutricionistas, 1968. p. 283-292.

2.5 Dissertações, teses, trabalhos de conclusão de curso

SOBRENOME, Nome. Título: subtítulo. ano de depósito. Número de volumes ou folhas. Trabalho

de Conclusão do Curso (Graduação em...) (ou) (Especialização em...) (ou) Dissertação (Mestrado

em...) (ou) Tese (Doutorado em...) - Faculdade de... (ou) Instituto de..., Universidade, Cidade da

defesa, ano da defesa, local, ano.

EUCLIDES, M. L. Prospecção de informação em sistemas informacionais: a capacitação do

usuário em estratégias de busca. 2000. 33 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em

Uso Estratégico das Tecnologias em Informação) – Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade

Estadual Paulista, Marília, 2000.


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CARRARA, K. Redimensionamento do behaviorismo radical pós-skinneriano a partir da

análise do percurso histórico da crítica ao pensamento behaviorista: implicações preliminares

na área educacional. 1996. 2 v. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Filosofia e Ciências,

Universidade Estadual Paulista, Marília, 1996.

2.6 Atos normativos (leis, decretos etc.)

LOCAL (país, estado ou município) em que se originou o ato. Especificação do ato e número, data.

Ementa. Documento em que foi publicado, local, volume, número, página inicial-página final em

que o ato consta, data. Seção e/ou parte.

BRASIL. Decreto nº 1.205, de 1 de agosto de 1994. Aprova a estrutura regimental do Ministério do

Meio Ambiente e da Amazônia Legal, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília,

DF, v. 132, n. 146, p. 11.509, 2 ago. 1994. Seção I, parte 1.

2.7 Documentos eletrônicos

Seguem-se as regras apresentadas anteriormente (para livros, revistas, jornais, teses,

eventos e atos normativos) seguidas do endereço eletrônico (Disponível em:) e da data em que o

documento foi acessado na Internet (Acesso em: dia mês abreviado. Ano.).

CUNHA, E. Os sertões. São Paulo: Três, 1984. Disponível em: <http://users.cmg.com.br/~secult/>.

Acesso em: 4 jun. 2001.

SOUZA, F. C. Formação de bibliotecários para uma sociedade livre. Encontros BIBLI. Revista de

Biblioteconomia e Ciência da Informação, Florianópolis, n. 11, p. 1-13, jun. 2001. Disponível

em: <http://www.encontros-bibli.ufsc.br>. Acesso em: 30 jun. 2001.

SILVA, A. M. S. Poesia e poética de Mário Faustino. 1979. 2 v. Tese (Livre Docência) - Instituto

de Biociências, Letras e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, São José do Rio Preto,

1979. Disponível em: <http://www.cgb.unesp.br/e-theses>. Acesso em: 20 dez. 2001.

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BRASIL. Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 de dezembro de 1996. Disponível em:

http://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acesso em: 05 dez. 2005.

2.8 Várias obras do mesmo autor

Se houver duas ou mais obras de um único autor, seu nome pode ser substituído, nas referências
seguintes à primeira, por um traço equivalente a seis toques, finalizando com ponto final.

Exemplo:
FREIRE, Paulo. Educação como prática de liberdade. 14 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
______. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1974.

DICA: Este espaço corresponde a 6 (seis) toques da tecla underline do computador, finalizado com
um ponto.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARROS, Aidij Jesus Paes de.Um guia para a iniciação científica.São Paulo: McGraw-Hill, 1986.

COSTA, Marco Antônio F. da. Metodologia da pesquisa: conceitos e técnicas. Rio de Janeiro:
Interciência, 2001.

DEMO, Pedro. Introdução a metodologia da ciência. São Paulo: Atlas, 1994.

Pesquisa e construção do conhecimento: metodologia científica no caminho de Habernas. Rio de


janeiro: Templo Brasileiro, 1996.

GONÇALVES, Elisa Pereira. Conversa sobre pesquisa científica. Campinas, SP: Editora Alínea,
2001.

KOCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica teoria da ciência e prática de pesquisa.
Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.

LAKATOS, Eva Maria. Metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1991.

MARCANTONIO, Antônia Terezinha. Elaboração e divulgação do trabalho científico. São Paulo:


Atlas, 1993.

MAY, Tim. Pesquisa social: questões métodos e processos, Porto Alegre: Artmed, 2004.

MAZZOTTI, Alda Judith Alves. O método nas ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e
qualitativa. São Paulo: Pioneira, 1999.

MELO, Alzira Elaine Leal e SOUZA, Carlos Eduardo Gerzson de; Orientação básica para
elaboração de trabalhos científicos, Caçapava do Sul, Rs – 2009

RUDIO, Vitor Frans. Introdução ao projeto de pesquisa científica. Petrópolis: Vozes, 1986.

SANTOS, Antônio Raimundo dos. Metodologia científica: a construção do conhecimento. Rio de


Janeiro: DP&A editora, 1999.

SANTOS, Gildenir Carolino. Referências – padrão ABNT. Campinas: Faculdade de Educação –


UNICAMP, 2005. Disponível em: http://www.bibli.fae.unicamp.br/suporte/citacao.doc. Acesso em
19/07/06.

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SANTOS, Gildenir Carolino; PASSOS, Rosemary. Citação bibliográfica – padrão ABNT.
Campinas: Faculdade de Educação – UNICAMP, 2005. Disponível em:
http://www.bibli.fae.unicamp.br/suporte/citacao.doc. Acesso em 19/07/06.

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE. Apresentação de Trabalhos Monográficos de


Conclusão de Curso. 4. ed. rev. Niterói: EdUFF, 2000. 60p.

FURASTÉ, Pedro Augusto. Normas Técnicas para o Trabalho Científico. Explicitação das Normas
da ABNT. 12 ed. Porto Alegre : s.n., 2003.

THUMS, Jorge. Orientações para o Trabalho Acadêmico. Canoas : ULBRA, 1999.

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