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INFOPEN 2017:
“O Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP 04) não fez as inspeções e nem
apresentou justificativas. Por sua vez, o Conselho Regional de Psicologia de São Paulo
(CRP-06) não realizou as inspeções e não apresentou justificativa. Porém, em
comunicado extemporâneo (24 de agosto de 2015), informou ao CFP a realização de uma
inspeção no Estado de São Paulo no ano 2014. O Conselho Regional de Tocantins (CRP-23)
não fez a inspeção por não haver naquele estado manicômio judicial ou similar. O Conselho
Regional do Ceará (CRP-11) não realizou a inspeção. O CRP - 07 realizou as inspeções e
enviou relato e os dados dentro do prazo estipulado. Contudo, após o lançamento da
primeira edição desta publicação, encaminhou ofício ao Conselho Federal de Psicologia
(CFP) solicitando a retirada de seu relato sob alegação de que este expunha pacientes e
profissionais psicólogos da instituição visitada – o que foi atendido por esta autarquia na
presente edição. Os dados reunidos pelo referido regional, todavia, foram mantidos quando
da compilação que resultou nos gráficos e resultados gerais.”
Unidades pesquisas:
Distrito Federal – CRP 01; Pernambuco – CRP 02; Bahia – CRP 03; Rio de Janeiro – CRP
05; Goiás – CRP 09; Pará e Amapá – CRP 10; Santa Catarina – CRP 12; Paraíba – CRP 13;
Mato Grosso do Sul – CRP 14; Alagoas – CRP 15; Espírito Santo – CRP 16; Rio Grande do
Norte – CRP 17; Mato Grosso – CRP 18; Sergipe – CRP 19; Acre – CRP 20; Piauí – CRP
21; Maranhão – CRP 22.
“Seguem não havendo motins ou rebeliões, sinal de que a medicação de contenção tem
funcionado..”
“O número total de trabalhadores, nas unidades pesquisadas, é igual a 1.131, sendo a eles acrescidos
611 agentes de segurança, ou mais da metade de todos os demais trabalhadores. Pode-se inferir,
pois, não se tratar de unidades de saúde, mas de contenção prisional onde se fornece uma ou
outra droga medicamentosa.”
“O CRP-19 aponta ainda para a existência de celas individuais nos casos que envolvem ex-policiais
ou “elementos de alta periculosidade”, o que diabos lá seja isso, vez que a periculosidade é um
conceito indefinido e indefinível.”
Em 70,59% dos manicômios inspecionados não há espaço para convivência íntima e, em 100%
deles, não há visita íntima. O corolário óbvio é a relação homoafetiva muitas vezes não consentida.
Ala de tratamento psiquiátrico do Distrito Federal
A diretora relatou não existir registro histórico que detalhe a constituição da Ala e atribui
essa não memória institucional às constantes mudanças de Secretarias, as quais a ATP foi
vinculada desde a sua criação, estimada em meados de 1988. Tal aspecto corrobora o fato
deste dispositivo ter sido sempre tratado de “anexo”, como a própria nomenclatura de “ala”
explícita, não tendo uma inauguração para seu objetivo específico.
A ATP tem capacidade para 101 internos do sexo masculino. Há 10 celas com capacidade
para acomodar 10 pessoas cada. Há também uma cela, recém-construída, adaptada para
pessoa com deficiência que atualmente não é ocupada, sendo utilizada quando algum
interno precisa ficar sozinho por alguma razão, tais como brigas ou eventuais “surtos”,
segundo relato da direção. Há de se destacar que não há um espaço específico construído
para as mulheres na instituição, que acabam por compartilhar o espaço com as mulheres
detidas no regime comum semiaberto.
De modo geral, podemos afirmar que a situação do HCT é catastrófica, já tendo sido alvo de outras
inspeções e mobilizações, e, mesmo assim, os graves problemas persistem.
O fluxo burocrático de lenta operacionalidade mantém os internos, sob restrição de liberdade por
tempo sempre muito superior aos prazos legalmente estabelecidos.
85% dos internos são originários de municípios do interior do Estado e o longo tempo de
internação, distante de familiares, amigos e do seu meio social resulta no esgarçamento dos laços
afetivos e, não raro, em situação de abandono sociofamiliar