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REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 - QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO RURAL

A Lei Orgânica da Saúde no 8080 de 1990 alega que a “saúde tem com determinantes,
entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a
renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso a bens e serviços essenciais”, assim,
segundo Dias (2006) “ a saúde dos trabalhadores é condicionada por fatores sociais,
econômicos, tecnológicos e organizacionais relacionados ao perfil de produção e consumo…”.

Oliveira (1998) em seu artigo, afirma que os trabalhadores, rurais ou urbanos, não
buscam apenas saúde, buscam qualidade de vida, e este não é um conceito de fácil avaliação,
segundo este mesmo autor, este conceito está relacionado à autoestima e ao bem estar
pessoal e é único para cada indivíduo e pode incluir vários fatores como:

… a atividade funcional, o nível socioeconômico, o estado emocional, a interação social, a


atividade intelectual, o autocuidado, o suporte familiar, o próprio estado de saúde, a situação
dos valores culturais e éticos, a religiosidade, o estilo de vida, a satisfação com o emprego ou
com atividades diárias, o ambiente em que vive, entre muitos outros relacionados com a
individualidade de cada trabalhador.

Complementando, a OMS define qualidade de vida como “a percepção do indivíduo de


sua posição na vida no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em
relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”.

Segundo a Lei 5889 de 08 de Junho de 1973, regulamentada pelo Decreto 73.626 de 1974
“Considera-se trabalhador rural toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico,
presta serviços de natureza não eventual a empregador rural, sob dependência deste e
mediante salário”. A indústria sucroalcooleira possui, como já citado, cerca de 498.000
trabalhadores envolvidos no processo produtivo, desta forma, a definição de qualidade de vida
para um universo tão grande de trabalhadores é muito discutida e ainda de pouca pesquisa
sobre o assunto.

2.2 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI

Para fins de definição, segundo a Norma Regulamentadora NR-6, Equipamento


de Proteção Individual – EPI é todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo
trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no
trabalho.
Quando pensamos em EPI, podemos, de maneira equivocada, pensar que este
dispositivo surgiu durante o processo de industrialização, a Revolução Industrial, se
consolidando na pós-revolução. Mas é fato que, muito antes disso, os homens já pensavam em
segurança, nos primórdios dos seres humanos já se usavam peles de animais para se
protegerem do frio. As armaduras dos famosos guerreiros japoneses, os Samurais, que
remontam ao século IV antes de Cristo, os elmos dos cavaleiros medievais e suas armaduras,
muitos são os exemplos de utilização de “EPIs” mesmo antes de serem definidos como tal.

A evolução do EPI, este processo sim, se deu durante a Revolução Industrial, com o
aparecimento das grandes indústrias metalúrgicas, mineradoras e fundições. Outro fator de
influência no processo de evolução do EPI foi a primeira grande guerra mundial, segundo João
Aprile, diretor da ABS – Agência Brasil de Segurança (Proptic, 2011) “A guerra traz consigo a
emergência em descobrir novos mecanismos que sirvam não só para descobrir os inimigos,
mas que, principalmente prolonguem a vida humana, uma vez que ela é a principal peça neste
cenário”. Deste modo, entre a indústria e a guerra, chegou-se a conclusão que “grande parte
da incapacitação humana acontecia no trabalho” o que levou a elaboração de medidas
preventivas.

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