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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - UFAL

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS, COMUNICAÇÃO E ARTES - ICHCA


COORDENAÇÃO DE LICENCIATURA EM FILOSOFIA

Disciplina:​ Filosofia da Linguagem


Professor: ​Marcus José Alves de Souza
Aluno:​ Igor, Jonhn Lima, Valdilene Ribeiro.

RESUMO​: ​PROPOSIÇÕES​, GUIDO IMAGUIRE. (p. 125-154)

O artigo de Imaguire, é visto, como uma tentativa de expor e propor. A exposição é


dada, em conceituar a proposição inicialmente como ​“Proposição são concebidas como
entidades mentais (ou seja, não apenas intensionais, mas também intencionais)”​. O autor
objetivou em seu trabalho a realização dos três pontos que são: 1. Recapitular a história da
noção de proposição; 2. Avaliar os argumentos a favor e contra a suposição da existência da
proposição; 3.Reabilitação das proposições, por meio da nova concepção de proposição. O
autor nos guia em dois momentos interligados, o primeiro momento que Imaguire nos guia é
conhecer a origem e o desenvolvimento da concepção de proposições ao longo da História da
filosofia, e no segundo momento a realização de exposição de argumentos a favor e contrários
a concepção de proposições. E, para tanto, recorre aos pensadores antigos (clássicos) até os
contemporâneos. Em busca de exposição da concepção de proposição ao longo da História,
Imaguire, parte da concepção dada pelos estóicos de que proposições é “aquilo que se
afirma”, do term​o propositio de Cícero que indicaria a premissa maior de um silogismo,da
idade média com a distinção entre entre os níveis signativo (vox), ontológico(res) e
intencional (intellectus), em Spinoza e função inferencial dada a proposições até a chegada
em Frege com a suposição da existência da dimensão proposicional entre sentenças e fatos e
com a teoria dos objetivos de Meinong que influenciou Moore e Russell. O autor enfatizou
com a exposição “cronológica” das variações das concepções de proposições situar-nos que a
concepção de proposições não é algo realizando apenas pela filosofia análitica, mas ocorreu
em momentos anteriores ao surgimento da filosofia análitica.
Em seguida é analisado os argumentos que asseguram as proposições, como tema de
discussão na filosofia análítica. São considerados os pioneiros das proposições Frege, Moore
e Russell que estabeleceram em grande medida a distinção entre proposições como entidades
intencionais (com “c”) como representações mentais. Tendo a necessidade agora de distinguir
proposições de sentenças. E é isso que nosso autor o faz, remetendo a palavra sentença a
expressão correta e com conteúdo informacional completo, em que pode servir para um ato
mínimo de comunicação. E elas podem ser interrogativas, imperativas, interjectivas e
declarativas, mas só as sentenças declarativas têm valor de verdade. E as proposições é o
significado, a intensão ou conteúdo informativo de uma sentença declarativa.
As proposições podem ser portadores de valores de verdade, pois um proposição
podem ser atribuídas um valor de verdade ou falsidade de uma frase, com o exemplo: Bush
dizer eu sou brasileiro é uma proposição falsa, entretanto sendo dita por Lula, torna-se
verdadeiro. Sendo função da proposição justamente o caráter de neutralização do efeito de
ambiguidade gerado pelos termos indexicais, sendo assim, as sentenças podem ser
verdadeiras ou falsas de acordo com a situação do falante e ao momento de proferimento,
então, as sentenças não podem ser os portadores de valores de verdade, mas sim as
proposições que podem eliminar esta ambiguidade.
Outro ponto destacado por Imaguire, diz respeito, a atuação das proposições como
mecanismos para tradução, em que são associados, com uma certa frequência como
mecanismo que serve para auxiliar na tradução, visto que, supostamente, seria o auxílio para a
efetivação da tradução. Tese essa que é questionada por Quine em que defende a tese da
indeterminação da tradução, tese essa que ataca fortemente o critério definitivo da correção de
tradução. “Quine defende um programa nominalista de rejeição generalizada de quaisquer
entidades intensionais”. Quine estabelece seu princípio ontológico fundamental: “no entity
without identity” (nenhuma entidade sem identidade). Estabelecendo, dessa forma, a
impossibilidade da tradução.
Outros pontos são a paráfrase e as frases falsas, a primeira tese que propomos análise é
a teoria da descrição de Russell, que a partir da exposição da sentença, “o rei da França é
careca”, pressuponho, em teoria da descrição, a existência de um determinado rei, mas qual
seria o impacto disso, em uma sentença falsa?. É levantado a questão, exposta por Quine,
como uma estratégia geral dos nominalistas para bloquear as variantes desse tipo de
argumento, que é chamado a falácia da subtração que é a aceitação generalizada do princípio
semântico da necessidade da existência da denotação de todo termo de uma sentença.
Em seguida temos os objetos de atitudes proposicionais que são designados como
contextos de atitudes proposicionais aqueles que descrevem uma relação entre um sujeito
falante ou pensante e uma proposição. Em Frege, é atribuído um valor além do nível dos
sinais (sentenças) e do nível ontológico (fato), por meio da dimensão do sentido, podemos
distinguir, a rigor, atitudes proposicionais em contextos linguísticos(afirmar, dizer) e em
contextos mentais (pensar, crer). Sobre o contexto proposicional linguístico, tem como
proposta de Quine, conceber os enunciados como sentenças invariantes em seu valor de
verdade.
A nova definição, proposta por Imaguire, é o terceiro momento de seu artigo, logo
após estabelecer em paralelo as noções de proposições e os argumentos frente ao conceito de
proposições. O ponto de partida do autor, é justamente, são as teorias de Frege, Moore e
Russell. Tal definição pode ser apresentada com o seguinte exemplo: As sentenças referem-se
ao mesmo fato bruto:

a.Kimba foi atropelado nesta tarde.


b.Meu gato foi atropelado nesta tarde.
c. Um carro atropelou Kimba às 16h de hoje.
d.Um VW-Golf vermelho atropelou Kimba.
e. Kimba foi vítima de um atropelamento.

Notamos que as sentenças possuem um significado diferente, mas referem-se ao


mesmo fato bruto. A diferença de ​a e ​b ​é o resultado da substituição do nome próprio por uma
descrição, c contém uma informação temporal, ​d contém uma especificação do objeto e a ​e
uma especificação. E, é trazido, dessa forma a definição:

“Proposições são modos de apresentação semanticamente apreensíveis de possíveis estados


de coisas”

Assim, o autor prossegue com sua definição, mas nos convida para a exploração do
mesmo em um exemplo prático, o qual pode ser sintetizado da seguinte forma: um fato bruto
é apreendido em análise que exprime a si, em uma abordagem ontológica, as proposições
como modos de apresentação e interligados, ontologia e linguagem, em sintonia com
identidade estrita do fato bruto, os quais podem ser verificados com os modos de apreensão.
E, podemos concluir, que as proposições não são compreendidas aqui como entidades
subsistentes num reino platônico, mas num nível primeiro de fatos brutos que subsistem
objetivamente (chamada em Russell de senso robusto de realidade) e em seguida estão as
proposições que são apreensíveis semanticamente. Os fatos brutos são verificadas de modo
sensível perceptivo.

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