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ENSAIO: SAUSSURE E A LÍNGUA?

JONHN LIMA
VALDILENE RIBEIRO

As crianças são conhecidas, de modo geral, pelo seu espírito curioso e com isso
sua vontade de conhecer o mundo. E, tudo começa com a simples pergunta: o que é? e
prosseguindo pela pergunta porquê? As perguntas desempenham um grande papel nas
diversas áreas do conhecimento que nos permite elaborar uma grande mudança em nossa
realidade e o modo pelo qual compreendemos o mundo e os seres de modo geral, mas
uma pergunta fundamental, que pode parecer simples em momentos iniciais simples
demonstra-se uma pergunta altamente complexa, que é: como darmos os nomes as coisas?
É pelo objeto que o nome surgir ou é um processo mental?

Buscando responder a essa pergunta, temos o linguístico Saussure (2006) que


sobre a questão nos remete alguns pontos que são: como se dar a passagem do nome para
o objeto? Como é elaborado a sua passagem? Quais os mecanismos que permitem essa
passagem?

Saussure (2016, p.15) nos remete a importância da língua na tentativa de


responder a tais pontos elaborados, visto que é a partir da língua que permeia a passagem
da atribuição do nome ao ser tratada como uma faculdade humana. A definição que
Saussure traz da língua é que a mesma não deve ser compreendida como o processo de
articulação do som, pois o som em questão funciona como “instrumento do pensamento
e não existe por si mesmo”1, e nos diz também que a língua é:

“É, ao mesmo tempo, um produto social da faculdade de linguagem e um


conjunto de convenções necessárias, adotados pelo corpo social para permitir o
exercício dessa faculdade nos indivíduos. Tomada em seu todo, a linguagem é
multiforme e heteróclito; o cavaleiro de fisiológica e psíquica, ela pertence além
disso ao domínio individual e ao domínio social; não se deixa classificar em
nenhuma categoria de fatos humanos, pois não se sabe como inferior sua
unidade.” 2

Nesse sentido, temos que a língua corresponde a um produto social e a “um


conjunto de convenções”3, e nos pontuando também que a linguagem corresponde de
modo fisiológico e psíquica, e pertence ao domínio individual e social. E, sobre ainda
sobre a questão da língua, temos:

“Deve-se fazer uma distinção entre o estudo da língua (Zangue) enquanto


conjunto sistemático e o estudo das prolações lingüísticas ocasionais (parole). É
necessário, portanto, estudar a língua nas relações sistemáticas das palavras do
léxico, em linha de princípios matematizáveis”4

A questão sobre a língua em Saussure nos remete a sua distinção de fala, visto que
a língua e a fala são distintos entre si. E sobre a língua Penco (2006, p. 43) “a língua tem

1
Cf: SAUSSURE. Curso de linguística geral. São Paulo: Cultrix, 2006 (p. 16)
2
(IBIDEM).
3
Cf: PENCO. Introdução à filosofia da linguagem. RJ: Vozes, 2006.
4
(IBIDEM).
portanto um papel de intermediária entre o pensamento e o som: destes cortes nascem as
imagens acústicas (significantes) e os conceitos (significados), cuja associação constitui
o signo lingüístico., e em relação a sua importância, o próprio Saussure garante que a
língua “é um todo por si e um principio de classificação. Desde que lhe demos o primeiro Commented [L1]:
lugar entre os fatos da linguagem”5, sendo assim, temos que para o linguística a língua
desempenha um papel muito importante para o estudo da linguística que é localizado em
primeiro lugar. E complementar que “a língua que faz a unidade da linguagem”6 como
ocorre pelos aspectos fisiológicos e psíquicos responsáveis pela língua.

A língua “diante do ato individual que permite reconstruir o circuito de fala”7 o


qual

Referências

PENCO, Carlo. Introdução à filosofia da linguagem. trad. Ephraim F. Alves. Petrópolis,


RJ: Vozes, 2006.

SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de linguística geral. Org. Charles Bolly, Albert
Sechehaye. Trad. Antônio Chelini, José Paulo Paes, Izidora Blikstein. ed. 27. São Paulo:
Cultrix, 2006.

5
Op. cit. 2006 (p. 17).
6
Op. cit. 2006 (p.18).
7
Op. cit. 2006 (p.19).

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