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#BonsEstudos
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Quem sou eu?
Meu nome é Diego William,
William e minha missão esse ano é fazer você
voc passar
em um vestibulinho de Ensino Médio!
M
Desde 2013 trabalho como professor e mentor para alunos que sonham
em passar em um vestibulinho...
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SUMÁRIO
GLOBALIZAÇÃO ...................................................................................................................... 6
BLOCOS ECONÔMICOS ........................................................................................................ 10
NOVA ORDEM MUNDIAL ..................................................................................................... 12
MUNDO CONTEMPORÂNEO ................................................................................................ 15
CARTOGRAFIA ...................................................................................................................... 18
COORDENADAS GEOGRÁFICAS ............................................................................................ 20
COORDENADAS GEOGRÁFICAS ............................................................................................ 23
11 DE SETEMBRO ................................................................................................................. 25
INDUSTRIALIZAÇÃO E URBANIZAÇÃO .................................................................................. 27
ÊXODO RURAL ...................................................................................................................... 29
ESTRUTURA FUNDIÁRIA ....................................................................................................... 31
A QUESTÃO DA TERRA ......................................................................................................... 33
GOVERNOS MILITARES......................................................................................................... 37
ESCRAVIDÃO NO BRASIL ...................................................................................................... 42
DIREITOS TRABALHISTAS ..................................................................................................... 44
GRÉCIA CLÁSSICA ................................................................................................................. 48
REPÚBLICA ROMANA ........................................................................................................... 50
FEUDALISMO ........................................................................................................................ 52
IDADE MODERNA ................................................................................................................. 54
IDADE MODERNA ................................................................................................................. 56
BRASIL COLÔNIA .................................................................................................................. 58
BRASIL IMPÉRIO ................................................................................................................... 60
BRASIL REPÚBLICA ............................................................................................................... 62
TEMPO HISTÓRICO X TEMPO CRONOLÓGICO ..................................................................... 66
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GLOBALIZAÇÃO
cai nos vestibulinhos: ETEC, Colégios Militares, Colégio Embraer, Colégios da UNESP, Colégio da USP e
Bolsas de Estudo.
Na prática, ela é vista como a total ou parcial integração entre as diferentes localidades do
planeta e a maior instrumentalização proporcionada pelos sistemas de comunicação e
transporte.
Vale lembrar, no entanto, que esse conceito não se refere simplesmente a uma ocasião ou
acontecimento, mas a um processo. Isso significa dizer que a principal característica da
globalização é o fato de ela estar em constante evolução e transformação, de modo que a
integração mundial por ela gerada é cada vez maior ao longo do tempo.
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A origem da Globalização
Não existe um total consenso sobre qual é a origem do processo de globalização. O termo
em si só veio a ser elaborado a partir da década de 1980, tendo uma maior difusão após a
queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria. No entanto, são muitos os autores que
defendem que a globalização tenha se iniciado a partir da expansão marítimo-comercial
europeia, no final do século XV e início do século XVI, momento no qual o sistema
capitalista iniciou sua expansão pelo mundo.
Uma das características da globalização é o fato de ela se manifestar nos mais diversos
campos que sustentam e compõem a sociedade: cultura, espaço geográfico, educação,
política, direitos humanos, saúde e, principalmente, a economia. Dessa forma, quando uma
prática cultural chinesa é vivenciada nos Estados Unidos ou quando uma manifestação
tradicional africana é revivida no Brasil, temos a evidência de como as sociedades integram
suas culturas, influenciando-se mutuamente.
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maior parte concentrados nas mãos de uma minoria, o que atrela a questão às contradições
do capitalismo.
É claro que o que pode ser considerado como vantagem ou desvantagem da globalização
depende da abordagem realizada e também, de certa forma, da ideologia empregada em
sua análise. Não é objetivo, portanto, deste texto entrar no mérito da discussão em dizer se
esse processo é benéfico ou prejudicial para a sociedade e para o planeta.
Efeitos da Globalização
Existem vários elementos que podem ser considerados como consequências da globalização
no mundo. Uma das evidências mais emblemáticas é a configuração do espaço geográfico
internacional em redes, sejam elas de transporte, de comunicação, de cidades, de trocas
comerciais ou de capitais especulativos. Elas formam-se por pontos fixos – sendo algumas
mais preponderantes que outras – e pelos fluxos desenvolvidos entre esses diferentes
pontos.
Outro aspecto que merece destaque é a expansão das empresas multinacionais, também
chamadas de transnacionais ou empresas globais. Muitas delas abandonam seus países de
origem ou, simplesmente, expandem suas atividades em direção aos mais diversos locais
em busca de um maior mercado consumidor, de isenção de impostos, de evitar tarifas
alfandegárias e de angariar um menor custo com mão de obra e matérias-primas. O
processo de expansão dessas empresas globais e suas indústrias reverberou no avanço da
industrialização e da urbanização em diversos países subdesenvolvidos e emergentes,
incluindo o Brasil.
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Outra dinâmica propiciada pelo avanço da globalização é a formação dos acordos regionais
ou dos blocos econômicos. Embora essa ocorrência possa ser inicialmente considerada
como um entrave à globalização, pois acordos regionais poderiam impedir uma global
interação econômica, ela é fundamental no sentido de permitir uma maior troca comercial
entre os diferentes países e também propiciar ações conjunturais em grupos.
Por fim, cabe ressaltar que o avanço da globalização culminou também na expansão e
consolidação do sistema capitalista, além de permitir sua rápida transformação. Assim, com
a maior integração mundial, o sistema liberal – ou neoliberal – ampliou-se
consideravelmente na maior parte das políticas econômicas nacionais, difundindo-se a ideia
de que o Estado deve apresentar uma mínima intervenção na economia.
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BLOCOS ECONÔMICOS
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Bolsas de Estudo.
Isso porque, além de integrar regionalmente os países, a formação dos acordos econômicos
potencializa o comércio com o mercado externo, através de tarifas comuns e estratégias de
mercado, visando atenuar os efeitos da concorrência e dinamizar as trocas comerciais.
O primeiro acordo internacional entre países a se constituir no mundo foi o Benelux, que
seria a semente para a formação posterior da União Europeia.
O Benelux consistia na união comercial com a redução de tarifas aduaneiras entre Bélgica,
Holanda e Luxemburgo.
10
em 2009). A organização desse bloco se deve ao fato de que, quando a URSS surgiu e
industrializou-se, ela interligou o comércio e as indústrias entre as diversas repúblicas que a
compunham, o que as deixou extremamente interdependentes entre si.
O Mercosul – Mercado Comum do Sul – foi criado em 1993 e envolve alguns países da
América do Sul: Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela, enquanto Equador, Chile,
Colômbia, Peru e Bolívia participam como membros associados.
Os blocos econômicos são classificados em quatro tipos principais: zona de livre comércio,
união aduaneira, mercado comum e união econômica e monetária.
Na Zona de Livre Comércio há a redução ou extinção das tarifas aduaneiras entre países de
um mesmo bloco econômico. Nesse tipo de acordo, não se inclui outros elementos, como a
adoção de uma moeda única ou a livre circulação de pessoas. Exemplo: NAFTA.
No Mercado Comum há a mais avançada integração entre países que fazem parte de um
mesmo bloco. Visa, além da eliminação das tarifas aduaneiras, à integração total em
circulação de bens, mercadorias, capital e pessoas.
Por fim, a União Econômica e Monetária é quando os países do mesmo bloco adotam uma
moeda única de circulação livre entre eles. Exemplo: o Euro, na União Europeia.
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NOVA ORDEM MUNDIAL
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Após o fim da Segunda Guerra Mundial, a economia capitalista vive uma fase de expansão e
enriquecimento. Na década de 70 e início dos anos 80, essa prosperidade é abalada pela
crise do petróleo, que provoca recessão e inflação nos países do Primeiro Mundo. Também
nos anos 70, desenvolvem-se novos métodos e técnicas na produção. O processo de
automação, robotização e terceirização aumentam a produtividade e reduz a necessidade
de mão-de-obra.
O dinheiro dos investimentos começa a circular para além de fronteiras nacionais, buscando
melhores condições financeiras e maiores mercados.
Grandes corporações internacionais passam a liderar uma nova fase de integração dos
mercados mundiais: é a chamada GLOBALIZAÇÃO DA ECONOMIA. A divisão política entre os
blocos soviético e norte-americano modifica-se com o fim da Guerra Fria.
Uma nova ordem econômica estrutura-se em torno de outros centros de poder: os Estados
Unidos, a Europa e o Japão. Em torno destes centros são organizados os principais blocos
econômicos supranacionais, que facilitam a circulação de mercadorias e de capitais.
Visando ampliar suas atividades comerciais, já se iniciam contatos políticos com os países da
União Européia para a formação de um superbloco econômico. A integração econômica
entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai já é uma realidade.
12
A globalização já não é mais questão de opção; é inevitável para qualquer país que pretenda
o pleno desenvolvimento econômico, e que queira fazer parte da integração mundial que
está acontecendo para não sofrer prejuízo ou discriminação por não acompanhar os
movimentos internacionais.
Sendo assim, com a crescente busca, por novos mercados e todos os demais diferentes
parâmetros adotados mundialmente, diversos efeitos econômicos emergiram.
Eles foram divididos em três grupos: países ricos, países inseridos no processo de
globalização e países não inseridos na globalização. O critério para diferenciar os países
inseridos na globalização do resto dos países em desenvolvimento, de 1980 em diante, foi
fixado em função de duas variáveis: cortes de tarifas e aumento do volume de comércio
exterior.
As conclusões do estudo mostram que “enquanto as taxas de crescimento dos países ricos
declinaram nas décadas passadas, as taxas de crescimento dos globalizadores têm seguido
o caminho inverso, acelerando-se dos anos 70 para os 80 e 90. O resto do mundo em
desenvolvimento, por outro lado, seguiu o mesmo caminho que os países ricos:
desaceleração do crescimento dos anos 70 para os 80 e 90.
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O estudo sugere também que a taxa de inflação dos países com maior abertura para o
exterior declinou nas últimas décadas.
Dos anos 80 para os anos 90, a inflação média desses países passou de 24% ao ano para
12%. A estabilização monetária deverá contribuir para que a renda dos pobres cresça em
torno de 0,4%. Em função desses resultados, os autores do estudo comentam: “podemos
esperar que uma maior abertura deverá melhorar a vida material dos pobres.Também
sabemos que no curto prazo haverá alguns perdedores entre os pobres e que a efetiva
proteção social pode facilitar a transição para uma economia mais aberta, de tal maneira
que todos os pobres se beneficiem com o desenvolvimento”.
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MUNDO CONTEMPORÂNEO
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A geopolítica mundial tem sofrido grandes modificações nos últimos 30 anos. A partir da
década de 1980, as sucessivas dissoluções dos regimes socialistas na Europa, marcadas pela
queda do Muro de Berlim em 1989 e o enfraquecimento do império soviético,
demonstraram que a configuração das relações políticas internacionais pós-Segunda Guerra
estava prestes a se reestruturar. Em 1991, a União Soviética, país que idealizou um projeto
político-econômico de oposição ao domínio ocidental capitalista, não conseguiu resistir às
pressões internas relacionadas ao multiculturalismo e à fragilidade de sua economia.
Sua decadência decretou o fim da Ordem da Guerra Fria e o início da Nova Ordem Mundial,
liderada pelos Estados Unidos e com uma estrutura baseada no conflito Norte-Sul: a
interdependência entre os países desenvolvidos e os países subdesenvolvidos.
A Nova Ordem está vinculada aos interesses dos Estados Unidos. Detentor da maior
economia mundial, o país desenvolveu durante a Guerra Fria todo um arcabouço técnico
para aumentar a sua influência econômica, cultural e militar ao redor do globo. Por outro
lado, a Europa apostou na formação de um bloco econômico bastante ambicioso, a União
Europeia, que envolve relações econômicas e políticas em torno do ideal de solidariedade e
crescimento em conjunto. Com a adoção do Euro, no ano de 2002, o bloco atingiu o maior
dos seus objetivos de integração regional, criando instituições para gerenciar esse modelo
de organização política.
Na composição do eixo dos países desenvolvidos está o Japão, país que conta com alto grau
de desenvolvimento tecnológico, mas que está atravessando muitas dificuldades
econômicas desde o início da Nova Ordem Mundial, principalmente pelo baixo crescimento
econômico acumulado e o envelhecimento de sua população.
Esse cenário começou a sofrer algumas alterações ao final da década de 1990, quando o
termo ‘países emergentes’ começou a ganhar espaço nas análises da conjuntura econômica
mundial. O crescimento expressivo e contínuo de países como China e Índia, a recuperação
econômica da Rússia, a maior estabilidade econômica do Brasil e o desenvolvimento social
e tecnológico da Coreia do Sul ofereceram uma nova característica para as relações
internacionais: países que apenas detinham uma posição secundária no sistema capitalista
15
mundial passaram a influenciar mais ativamente o comércio internacional, conquistando
maior poder nas decisões de blocos e organizações mundiais.
Em 2001, o economista Jim O’Nill do banco de investimentos Goldman Sachs criou o termo
BRICs, formado por Brasil, Rússia, Índia e China e que atualmente conta também com a
presença da África do Sul. Para O’nill, esse grupo de países apresentaria o maior potencial
de crescimento entre as nações emergentes, algo que foi consolidado na década de 2000 e
que foi absorvido pelos países em questão, que promovem reuniões anuais com o
estabelecimento de acordos comerciais e projetos para a transferência de tecnologia.
Todas essas transformações recentes nos direcionam para a seguinte reflexão: após duas
grandes guerras, a Pax Americana estruturada ao final da 2a Guerra Mundial pode estar
passando por um processo de desconstrução?
No caso da Europa, que foi atingida mais gravemente pela crise econômica mundial, deve
ocorrer uma mudança no planejamento de suas instituições que ainda precisam ser
fortalecidas antes de apostarem na integração de países que possuem economias mais
frágeis e limitadas a setores menos modernos ou até mesmo pouco produtivos.
16
geopolítica como a atual, ainda muito preocupada com os interesses particulares nacionais
e regionais. As problemáticas globais tais como meio ambiente, escassez de água,
terrorismo, violência, energias alternativas, entre tantos outros, requerem o abandono
dessas práticas políticas obsoletas e a introdução de uma nova racionalidade pautada em
valores universais.
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CARTOGRAFIA
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No século XX, uma nova era estabeleceu-se na cartografia com o uso de fotografias aéreas
para auxiliar a produção dos mapas, uma técnica denominada por aerofotogrametria.
Pouco tempo depois, a Terceira Revolução Industrial propiciou o desenvolvimento de
procedimentos ainda mais avançados.
Nos dias de hoje, graças aos avanços realizados no âmbito dos meios informacionais, a
produção de mapas conta com complexas técnicas de elaboração e representação,
envolvendo computadores, satélites, softwares e muitos outros equipamentos.
18
Os problemas da cartografia
Representar uma dada realidade física em um plano não é uma tarefa muito simples,
sobretudo quando essa representação envolve todo o globo terrestre. O primeiro problema
está no fato de a Terra apresentar uma forma esférica, o que torna impossível a sua
representação em plano. O segundo problema está no fato de que essa esfera não é
perfeita, possuindo contornos e traços não muito bem definidos.
O primeiro problema foi, de certa forma, resolvido por Karl F. Gauss (1777- 1855), um
notável matemático que elaborou o conceito de Geoide, que considera o formato da Terra
sem considerar os continentes, ou seja, apenas imaginando como ela seria se houvesse
apenas os oceanos. Ao longo dos tempos, os cartógrafos foram avançando nessa ideia e
aproximaram-se da forma que atualmente caracteriza os globos terrestres.
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COORDENADAS GEOGRÁFICAS
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Essas linhas imaginárias são chamadas de paralelos e meridianos, e suas medidas em graus
são, respectivamente, as latitudes e as longitudes. Os paralelos cortam a Terra
horizontalmente, no sentido leste-oeste, enquanto os meridianos cortam a Terra
verticalmente. A junção dessas linhas é o fator responsável pela existência das coordenadas
geográficas.
O principal paralelo é a Linha do Equador, pois representa a faixa da Terra que se encontra a
uma igual distância dos polos norte e sul. Já o principal meridiano é o de Greenwich e foi
escolhido a partir de uma convenção, realizada na cidade de Washington D.C., nos Estados
Unidos, no ano de 1884.
Essas duas linhas representam o marco inicial da contagem das latitudes e das longitudes.
Por esse motivo, tudo o que se encontra exatamente sobre a Linha do Equador possui uma
latitude 0º, aumentando à medida que se desloca para o norte e diminuindo à medida que
se desloca para o sul. Assim, as latitudes são a distância em graus de qualquer ponto da
Terra em relação à Linha do Equador. Suas medidas vão de -90º até 90º.
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Diante desse conceito, podemos concluir que as latitudes negativas estão sempre se
referindo a lugares localizados no Hemisfério Sul, também chamado de Austral ou
Meridional. As latitudes positivas, obviamente, referem-se a lugares posicionados no
Hemisfério Norte, também chamado de Boreal ou Setentrional.
Ponto A:
Ponto B:
Longitude: 0º
21
Ponto C:
Ponto D:
Latitude: 0º
Longitude: 0º
Ponto E:
Observe que todos os pontos da superfície localizam-se em pelo menos dois hemisférios. O
território brasileiro, nesse caso, encontra-se em três hemisférios: uma pequena parte no
norte, uma grande parte no sul e todo ele no oeste.
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COORDENADAS GEOGRÁFICAS
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A metodologia utilizada para essa divisão partiu do princípio de que são gastos,
aproximadamente, 24 horas (23 horas, 56 minutos e 4 segundos) para que a Terra realize o
movimento de rotação, ou seja, que gire em torno de seu próprio eixo, realizando um
movimento de 360°. Portanto, em uma hora a Terra se desloca 15°. Esse dado é obtido
através da divisão da circunferência terrestre (360°) pelo tempo gasto para que seja
realizado o movimento de rotação (24 h).
23
O fuso referencial para a determinação das horas é o Greenwich, cujo centro é 0°. Esse
meridiano, também denominado inicial, atravessa a Grã-Bretanha, além de cortar o
extremo oeste da Europa e da África. A hora determinada pelo fuso de Greenwich recebe o
nome de GMT. A partir disso, são estabelecidos os outros limites de fusos horários.
A Terra realiza seu movimento de rotação girando de oeste para leste em torno do seu
próprio eixo, por esse motivo os fusos a leste de Greenwich (marco inicial) têm as horas
adiantadas (+); já os fusos situados a oeste do meridiano inicial têm as horas atrasadas (-).
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11 DE SETEMBRO
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Pode-se dizer, sumariamente, que uma ação terrorista tem por objetivo atingir diretamente
a população, um órgão ou uma instalação governamental, criando algum tipo de
instabilidade social, de modo que se pressione um governo a respeito daquilo que se quer.
Com isso, os EUA passaram por cima da Organização das Nações Unidas (ONU), tornando-a,
de fato, uma instituição inoperante frente aos acontecimentos mundiais. Após os atentados
de 11 de setembro, foram duas guerras preventivas executadas pelo EUA sem aprovação da
ONU: Afeganistão (2002) e Iraque (2003).
25
Por outro lado, a estrutura organizacional da Al-Qaeda atua em células organizacionais
independentes, distribuídas pelo mundo. A Al-Qaeda disseminou sua ideologia e sua
metodologia operacional usando os meios globalizados de comunicação, de forma a tornar-
se uma estrutura descentralizada com células operacionais em várias partes do mundo.
Em maio de 2011, após quase dez anos de ocupação militar e aproximadamente US$ 400
bilhões gastos, o principal objetivo da guerra foi atingido, o líder da Al Qaeda e organizador
dos atentados de 11 de setembro, Osama Bin Laden, foi localizado e morto em um ataque
militar na cidade de Abbottabad no Paquistão.
O sucesso da operação provocou uma onda diversificada de reações pelo mundo, desde
protestos populares realizados no próprio Paquistão até congratulações por parte de chefes
de estado de vários pontos do mundo ao presidente Barack Obama. Certamente a Al-Qaeda
não deixará de atuar e o risco de um atentado deverá ser tratado como iminente
Após uma década dos atentados de 11 de setembro, o mundo ainda procura uma solução
definitiva para os problemas ligados ao terrorismo que envolvem aspectos políticos, sociais
e econômicos. Sendo assim, o terrorismo acabou tornando-se o principal fenômeno global
do início do século XXI, marcando permanentemente o início de uma nova era na história
mundial.
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INDUSTRIALIZAÇÃO E
URBANIZAÇÃO
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Vale lembrar que não é só a atividade industrial em si que gera uma maior atratividade
demográfica para as cidades, mas a dinâmica econômica por ela produzida, que provoca o
surgimento de maiores oportunidades em outros ramos da economia, principalmente no
setor terciário (comércio e serviços).
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Não por coincidência, os países que mais avançaram no processo de industrialização e
modernização das sociedades são aqueles que mais apresentam um setor terciário como
composição predominante na produção de riquezas em suas respectivas economias.
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ÊXODO RURAL
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No Brasil, o êxodo rural ocorreu de forma mais intensa em um espaço de três décadas:
entre 1960 e 1990. O rápido deslocamento da população ocorreu em razão da
industrialização do país, que se concretizou a partir da década de 1950, especialmente nos
estados da Região Sudeste do Brasil. A expectativa de emprego atraiu grande volume de
trabalhadores rurais de diversas partes do país em busca de melhores condições de vida.
Mais tarde, outro fator importante – nesse caso, de expulsão – deslocou ainda mais pessoas
do campo para a cidade: a mecanização do campo. A substituição da mão de obra humana
por máquinas, como plantadeiras, colheitadeiras, roçadeiras e outros implementos
agrícolas, causou desemprego e intensificou o êxodo rural.
Segregação urbana – A população que migra do campo para a cidade, por causa dos altos
custos, não consegue habitar os locais mais próximos do centro das cidades. Em razão disso,
é obrigada a ocupar áreas cada vez mais periféricas e sem a devida estrutura urbana.
29
Favelização – Desde o início do êxodo rural, as populações tiveram, muitas vezes como
única alternativa, que construir e ocupar habitações em áreas irregulares e de risco, o que
contribuiu para o crescimento das favelas em muitas metrópoles brasileiras.
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ESTRUTURA FUNDIÁRIA
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De acordo com o Estatuto da Terra, de 1964, as propriedades rurais brasileiras podem ser
divididas em cinco categorias:
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Propriedade Familiar (ou Módulo Rural): É o imóvel rural explorado por uma determinada
família que absorve toda a mão de obra familiar e consegue garantir o sustento de toda a
família.
Empresa Rural: São médias e grandes propriedades rurais, de ordem física ou jurídica,
voltadas para exploração econômica racional do espaço agrário para desenvolver produtos
agropecuários.
Essa concentração fundiária contribui para o agravamento dos problemas no campo, visto
que a maior parte das terras, muitas vezes improdutivas, encontrase concentrada na mão
de poucos proprietários, o que aumenta a quantidade de pessoas sem acesso à terra,
intensificando, assim, os conflitos causados pela disputa por terras. Além disso, a grande
concentração de terras prejudica também a produção de alimentos, visto que a maior parte
deles é produzida em minifúndios.
Como a área ocupada pelos latifúndios é maior, a produção nacional e grande parte das
políticas públicas relacionadas com o campo estão voltadas para a produção de
monoculturas para a exportação, dificultando ainda mais a vida do pequeno produtor, que
é o grande responsável pela produção de alimentos no país.
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A QUESTÃO DA TERRA
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Talvez uma das mais gritantes incoerências de nossa sociedade possa ser percebida no tripé
trabalho - terra - alimentação. Isso porque, ao mesmo tempo em que ainda existe, em
nosso país, uma área considerável de terras devolutas e não utilizadas para fins
agropastoris, é grande o número de trabalhadores desejosos de contarem com seu próprio
pedaço de chão.
Existe uma desigual distribuição da terra em nosso país, ou seja, há um enorme número de
pequenos proprietários de um lado e, de outro, um número reduzido de donos de grandes
propriedades rurais.
Afirmar que essas novas fronteiras agrícolas do país significa dizer que nas outras regiões,
isto é, Nordeste, no Sudeste e no Sul, praticamente não existem mais terras disponíveis
para a prática agropecuária. Além disso, o valor dos imóveis rurais nessas áreas tornou-se
muito elevado, obrigando os agricultores menos capitalizados a deixarem seus estados de
origem em busca de terras mais baratas. Com isso, têm-se algumas questões importantes,
como:
33
• É uma questão muito antiga, porém ainda muito atual, pois agora além da questão
da terra, os efeitos negativos no meio ambiente são visíveis, já que a fronteira
agrícola no país avança cada vez mais dentro da Floresta Amazônica.
O MST no Brasil
O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) é um dos mais conhecidos movimentos
sociais do Brasil, tendo como foco as questões do trabalhador do campo, principalmente no
tocante à luta pela reforma agrária brasileira. Como se sabe, no Brasil prevaleceu
historicamente uma desigualdade do acesso a terra, consequência direta de uma
organização social patrimonialista e patriarcalista ao longo de séculos, predominando o
grande latifúndio como sinônimo de poder. Desta forma, dada a concentração fundiária, as
camadas menos favorecidas como escravos, ex-escravos ou homens livres de classes menos
abastadas teriam maiores dificuldades à posse da terra.
Assim, do Brasil colonial da monocultura a este do agronegócio em pleno século XXI, o que
prevalece é a concentração fundiária, o que traz à tona a necessidade da discussão e da luta
política como a encabeçada pelo MST.
Conforme Bernardo M. Fernandes em seu livro A formação do MST no Brasil (2000), o MST
nasceu da ocupação da terra e tem nesta ação seu instrumento de luta contra a
concentração fundiária e o próprio Estado. Segundo este autor, pelo fato da não realização
da reforma agrária, por meio das ocupações, os sem–terra intensificam a luta, impondo ao
governo a realização de uma política de assentamentos rurais.
A organização do MST enquanto movimento social começou nos anos 80 do século passado
e hoje já se faz presente em 24 estados da federação, fato que ilustra sua
representatividade em termos nacionais. A fundação deste movimento se deu em um
contexto político no qual o regime militar que se iniciava na década de 60 do século
passado chegava ao fim, permitindo à sociedade civil brasileira uma abertura política para
reivindicações e debates.
Os objetivos do MST, para além da reforma agrária, estão no bojo das discussões sobre as
transformações sociais importantes ao Brasil, principalmente àquelas no tocante à inclusão
social. Se por um lado existiram avanços e conquistas nesta luta, ainda há muito por se fazer
34
em relação à reforma agrária no Brasil, seja em termos de desapropriação e assentamento,
seja em relação à qualidade da infraestrutura disponível às famílias já assentadas.
A dimensão negativa destes dados repete-se na avaliação geral de outros fatores como a
condição das estradas de acesso e de satisfação geral dos assentados, tornando-se mais
significativa quando quase a metade dos assentados não obteve algum financiamento ou
empréstimo para alavancar sua produção. Isso mostra que muito ainda deve ser feito em
relação aos assentamentos, pois apenas com o acesso a terra não se garante a qualidade de
vida e as condições de produção do trabalhador do campo.
Se por um lado a luta pela terra além de ser louvável é legítima, por outro, os meios
praticados pelo movimento para promover suas invasões em alguns determinados casos
geram muita polêmica na opinião pública.
35
Contudo, vale ressaltar que em muitos casos a violência e a ação truculenta do Estado ao
lidar como uma questão social tão importante como esta também se fazem presentes.
Basta lembrarmos o episódio do massacre de Eldorado de Carajás, no Pará, em 1996,
quando militantes foram mortos em confronto com a polícia. A data em que ocorreu este
fato histórico, 17 de Abril, tornou-se a data do Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária.
Se a polêmica da violência (seja por parte do movimento, seja do Estado) não bastasse,
outras vêm à tona, como a da regularização fundiária pelo país, a qual pode atender a
interesses de latifundiários e famílias ligadas ao agronegócio.
O debate sobre o MST tem diversos lados, há quem concorde com o grupo, e há quem
discorde. Há ainda quem concorda com sua causa, mas discorda de sua atuação. Apesar
disso, o MST é um dos principais grupos de combate à concentração fundiária no país.
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GOVERNOS MILITARES
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O Regime militar foi o período da política brasileira em que militares conduziram o país.
Essa época ficou marcada na história do Brasil através da prática de vários Atos
Institucionais que colocavam em prática a censura, a perseguição política, a supressão de
direitos constitucionais, a falta total de democracia e a repressão àqueles que eram
contrários ao regime militar.
Os governos militares no Brasil teve seu início com a tomada de poder em 31 de março de
1964, resultando no afastamento do Presidente da República, João Goulart, e tomando o
poder o Marechal Castello Branco. Esta tomada de poder, caracterizada por personagens
afinados como uma revolução instituiu no país um governo militar, que durou até a eleição
de Tancredo Neves em 1985.
1964
A tomada de poder de 1964 marca uma série de eventos ocorridos em 31 de março de 1964
no Brasil, e que culminaram na deposição do presidente no dia 1 de abril de 1964. Esse
golpe pôs fim ao governo do presidente João Goulart, também conhecido como Jango, que
havia sido de forma democrática, eleito vice-presidente pelo Partido Trabalhista Brasileiro
(PTB).
Imediatamente após a tomada de poder pelos militares, foi estabelecido o AI- 1. Com 11
artigos, o mesmo dava ao governo militar o poder de modificar a constituição, anular
mandatos legislativos, interromper direitos políticos por 10 anos e demitir, colocar em
disponibilidade ou aposentar compulsoriamente qualquer pessoa que fosse contra a
segurança do país, o regime democrático e a probidade da administração pública, além de
determinar eleições indiretas para a presidência da República.
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O Alto Comando das Forças Armadas passou a controlar a sucessão presidencial, indicando
um candidato militar que era referendado pelo Congresso Nacional.
Castello Branco, general militar, foi eleito pelo Congresso Nacional presidente da República
em 15 de abril de 1964. Em seu pronunciamento, declarou defender a democracia, porém
ao começar seu governo, assume uma posição autoritária.
O governo militar impõe, em janeiro de 1967, uma nova Constituição para o país. Aprovada
neste mesmo ano, a Constituição de 1967 confirma e institucionaliza o regime militar e suas
formas de atuação.
Em 1967, assume a presidência o general Arthur da Costa e Silva, após ser eleito
indiretamente pelo Congresso Nacional. Seu governo é marcado por protestos e
manifestações sociais. A oposição ao regime militar cresce no país.
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A UNE ( União Nacional dos Estudantes ) organiza, no Rio de Janeiro, a Passeata dos Cem
Mil.
Doente, Costa e Silva foi substituído por uma junta militar formada pelos ministros Aurélio
de Lira Tavares (Exército), Augusto Rademaker (Marinha) e Márcio de Sousa e Melo
(Aeronáutica).
Dois grupos de esquerda, O MR-8 e a ALN seqüestram o embaixador dos EUA Charles
Elbrick. Os guerrilheiros exigem a libertação de 15 presos políticos, exigência conseguida
com sucesso. Porém, em 18 de setembro, o governo decreta a Lei de Segurança Nacional.
Esta lei decretava o exílio e a pena de morte em casos de "guerra psicológica adversa, ou
revolucionária, ou subversiva".
No final de 1969, o líder da ALN, Carlos Mariguella, foi morto pelas forças de repressão em
São Paulo.
Em 1969, a Junta Militar escolhe o novo presidente: o general Emílio Garrastazu Medici. Seu
governo é considerado o mais duro e repressivo do período, conhecido como "anos de
chumbo". A repressão à luta armada cresce e uma severa política de censura é colocada em
execução. Jornais, revistas, livros, peças de teatro, filmes, músicas e outras formas de
expressão artística são censurados.
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ao Centro de Operações de Defesa Interna ) atua como centro de investigação e repressão
do governo militar.
O Milagre Econômico
Na área econômica o país crescia rapidamente. Este período que vai de 1969 a 1973 ficou
conhecido com a época do Milagre Econômico. O PIB brasileiro crescia a uma taxa de quase
12% ao ano, enquanto a inflação beirava os 18%.
Porém, todo esse crescimento teve um custo altíssimo e a conta deveria ser paga no futuro.
Os empréstimos estrangeiros geraram uma dívida externa elevada para os padrões
econômicos do Brasil.
Em 1974 assume a presidência o general Ernesto Geisel que começa um lento processo de
transição rumo à democracia. Seu governo coincide com o fim do milagre econômico e com
a insatisfação popular em altas taxas. A crise do petróleo e a recessão mundial interferem
na economia brasileira, no momento em que os créditos e empréstimos internacionais
diminuem.
Geisel anuncia a abertura política lenta, gradual e segura. A oposição política começa a
ganhar espaço. Nas eleições de 1974, o MDB conquista 59% dos votos para o Senado, 48%
da Câmara dos Deputados e ganha a prefeitura da maioria das grandes cidades.
Os militares de linha dura, não contentes com os caminhos do governo Geisel, começam a
promover ataques clandestinos aos membros da esquerda. Em 1975, o jornalista Vladimir
Herzog á assassinado nas dependências do DOI-Codi em São Paulo. Em janeiro de 1976, o
operário Manuel Fiel Filho aparece morto em situação semelhante.
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Em 1978, Geisel acaba com o AI-5, restaura o habeas-corpus e abre caminho para a volta da
democracia no Brasil.
No dia 30 de Abril de 1981, uma bomba explode durante um show no centro de convenções
do Rio Centro. O atentado fora provavelmente promovido por militares de linha dura,
embora até hoje nada tenha sido provado.
Nos últimos anos do governo militar, o Brasil apresenta vários problemas. A inflação é alta e
a recessão também. Enquanto isso a oposição ganha terreno com o surgimento de novos
partidos e com o fortalecimento dos sindicatos.
Era o fim do regime militar. Porém Tancredo Neves fica doente antes de assumir e acaba
falecendo. Assume o vice-presidente José Sarney. Em 1988 é aprovada uma nova
constituição democrática para o Brasil.
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ESCRAVIDÃO NO BRASIL
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Bolsas de Estudo.
A escravidão no Brasil se consolidou como uma experiência de longa duração que marcou
diversos aspectos da cultura e da sociedade brasileira. Mais que uma simples relação de
trabalho, a existência da mão de obra escrava africana fixou um conjunto de valores da
sociedade brasileira em relação ao trabalho, aos homens e às instituições. Nessa trajetória
podemos ver a ocorrência do problema do preconceito racial e social no decorrer de nossa
história.
No mundo do trabalho, a escravidão fez com que o trabalho se tornasse uma atividade
inferior dentro da sociedade da época. O trabalho braçal era visto como algo destinado ao
negro. Mesmo grande parte da mão de obra sendo empregada em atividades que exigiam
grande esforço físico, outras tarefas também eram desempenhadas pelos escravos. Os
escravos domésticos trabalhavam nas casas enquanto os escravos de ganho administravam
pequenos comércios, praticavam artesanato ou prestavam pequenos serviços para seus
senhores.
Mesmo a escravidão tornando-se uma prática usual, não podemos nos esquecer das várias
formas de resistência contra a escravidão que aconteceram.
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Somente no Segundo Reinado podemos contemplar a formação de um movimento em prol
da abolição. Em meio à ascensão do abolicionismo, os interesses britânicos pela ampliação
de seu mercado consumidor em solo brasileiro e a imigração de trabalhadores europeus
davam brecha para o fim desse sistema.
Durante o governo de Dom Pedro II, várias leis de caráter abolicionista foram sendo
aplicadas. A gradação da política abolicionista traduzia o temor que certos setores da elite
tinham em um processo de abolição brusco capaz de promover uma revolta social. A lei
Eusébio de Queiroz, de 1850, foi a primeira a proibir o tráfico de escravos para o Brasil.
Somente quase quarenta anos depois, em 1888, a Lei Áurea deu fim ao regime escravista
brasileiro.
Apesar do fim da escravidão, a abolição não foi acompanhada por nenhuma ação no
sentido de integrar o negro à sociedade brasileira. A discriminação racial e a exclusão
econômica persistiram ao longo do século XX. E apesar de várias ações governamentais que
atualmente querem atenuar o peso dessa “dívida histórica”, ainda falta muito para que o
negro supere os resquícios de uma cultura ainda aberta ao signo da exclusão.
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DIREITOS TRABALHISTAS
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Bolsas de Estudo.
O trabalho na Antiguidade
Às vezes, o ditado vem na forma de outros discursos, como “seu avô já trabalhava aos 8
anos de idade”. Em nossa sociedade, o trabalho é motivo de orgulho, quase uma carta
emancipatória. Quem trabalha adquire diversos direitos morais que só se admitem a quem
tem uma função econômica dentro da sociedade. Mas nem sempre foi assim.
Naquela época, trabalhar não era uma boa ideia. Era fruto inclusive de debates filosóficos,
como o de Aristóteles, que discutia se havia pessoas predestinadas para o trabalho e outras
para a liberdade. Trabalhar era coisa de escravo, e ser escravo nunca é bom negócio.
A ideia de que cumprir um papel no mundo trabalhista traz dignidade às pessoas só foi
aparecer já em nossos tempos modernos, fruto das revoluções industriais que nos
trouxeram um novo tipo de convivência social. Uma sociedade onde a divisão de classes
não era mais uma escolha divina, como na Alta Idade Média e Idade Média Central – época
em que a estratificação social era vista como vontade divina -, ou no início do Renascimento
Comercial, quando as corporações de ofício decidiam as regras sobre as próprias atividades.
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Passamos também a viver uma nova relação entre as pessoas, com uma grande divisão: os
que tinham meios econômicos de manter um empreendimento e os que tinham apenas sua
força de trabalho como meio de garantir sua existência.
Essas cidades eram desprovidas de saneamento básico: esgotos corriam a céu aberto e
homens, mulheres e crianças dividiam espaço com infestação de ratos, diversos insetos e
outras pragas. Não raro, duas ou mais famílias dividiam um quarto nas vilas operárias, que
serviam tanto para abrigar os trabalhadores quanto para garantir a dependência destes em
relação ao patronato, visto que as vilas eram de propriedade dos grandes proprietários.
O operário encontrava tudo isso após uma jornada exaustiva de trabalho (por vezes, de 16
horas), em condições insalubres, que levavam a graves problemas físicos. Muitos
trabalhadores com menos de 30 anos se tornavam inaptos para o trabalho graças a
sequelas deixadas por anos de aspiração de pó de carvão, por exemplo.
Na grande maioria das vezes, essa atividade sequer lhes garantia o mínimo para suprir suas
necessidades básicas. Mulheres e crianças trabalhavam em regimes parecidos e ganhavam
menos, o que deixava a produção mais barata e aumentava os lucros. Em contrapartida,
isso gerava desemprego entre homens adultos. Essa situação contrastava com a gigantesca
riqueza gerada na época.
Visando equilibrar essa relação e acalmar os ânimos cada vez mais acirrados de sindicatos e
outros movimentos trabalhistas que se uniam às classes pobres contra a classe burguesa
liberal, os governos se organizaram para interromper o que poderia ser o crescimento de
novos ideais revolucionários (o socialismo, por exemplo).
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Reivindicações foram sendo incorporadas de maneira paliativa para que tudo se mantivesse
em funcionamento. Um exemplo são as pedidas do próprio movimento cartista, na
Inglaterra, que propunha medidas socialistas. Leis como a da jornada de trabalho de 10
horas e a participação dos operários no parlamento, que eram pautas do movimento, foram
sendo incorporadas pouco a pouco, fazendo com que o cartismo perdesse força política e
não ganhasse crédito por essas conquistas. Entre os anos de 1860 e 1869, as reivindicações
cartistas foram quase totalmente inseridas na constituição inglesa.
O primeiro exemplo histórico de direito do trabalho não tinha propriamente esse nome.
Esses direitos trabalhistas eram chamados de “sociais” e se consolidaram em 1917, no
México, no contexto da revolução mexicana, que levou à promulgação de uma nova
constituição no país naquele ano. Nela, constavam artigos que legislavam acerca do período
de trabalho (8 horas diárias), além de estabelecer um salário mínimo como um montante
capaz de sustentar o trabalhador e sua família com dignidade.
A grande maioria das leis do trabalho brasileiras são pautadas nessa relação entre o grande
capital e os trabalhadores. Podemos dizer que direitos trabalhistas emanam da ideia de
garantir uma vida digna e equilibrar essa relação, que é exatamente o papel que a OIT toma
para si até os dias atuais.
E o Brasil?
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foram impulsionadas pela abolição da escravidão, que trouxe um novo viés trabalhista e
econômico para o país.
O governo brasileiro passou a buscar o equilíbrio entre os elos que formam a corrente do
capital industrial a partir do governo Vargas, com a Constituição de 1934. Nela estavam
previstos direitos trabalhistas como salário mínimo, jornada de trabalho de 8 horas,
repouso semanal, férias remuneradas e assistência médica e sanitária. Fica exposto
nessas ações que as leis do trabalho não eram apenas do trabalho, eram também sociais.
Em 1943, no dia 1º de maio, foi promulgada a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O
contexto de sua criação é particular: o governo buscava legitimidade para a figura de
Getúlio Vargas. Mais do que apenas ser legítimo, Vargas, que acabara de instituir o Estado
Novo, buscava personificar a figura de “pai dos pobres”. O país passava por uma fase de
desenvolvimento: o número de trabalhadores aumentava e suas reivindicações também.
Por isso, era necessário unificar as leis do trabalho. A CLT garantiu parte das demandas dos
trabalhadores. Leis posteriores garantiriam também 13º salário, repouso semanal
remunerado e outras conquistas que abordaremos em outros momentos desta trilha.
Outras medidas foram tomadas na história recente, todas elas quase sempre impulsionadas
por momentos de tensão entre trabalhadores, governos e grandes corporações. Os direitos
trabalhistas, como pudemos perceber nesta breve exposição da história dos direitos
trabalhistas, giram em torno dessas tensões e servem muitas vezes como um anestésico
funcional para as grandes massas.
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GRÉCIA CLÁSSICA
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O primeiro grande embate dessa época foram as Guerras Médicas (490 – 479 a.C.), conflito
onde os persas tentaram invadir a Grécia a partir de seu domínio sobre as colônias da Ásia
Menor. Apesar da incontestável superioridade militar dos persas, os gregos conseguiram
abater o inimigo por meio de várias táticas de guerra em que utilizavam o conhecimento
sobre o acidentado território balcânico ao seu favor. Apesar de politicamente
independentes, esse conflito motivou a aliança de várias pólis gregas.
A mais importante aliança militar desenvolvida nesse período foi a Liga de Delos, que
garantiu a vitória dos gregos e consolidou o papel de liderança exercido pelos atenienses.
Passados os conflitos contra os persas, a liga se manteve como peça fundamental para a
proteção militar das cidades-Estado.
Liderados por Esparta, várias cidades da Grécia Antiga fundaram a Liga do Peloponeso. Tal
associação visava combater a hegemonia de Atenas e da Liga de Delos.
Entre 431 e 417 a.C., as várias cidades-Estado gregas se envolveram num penoso conflito
que ficou conhecido como a Guerra do Peloponeso. Após a vitória na Batalha de Egos
Pótamos, os espartanos empregaram uma política de ação imperialista sobre as demais
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cidades-Estado da Grécia. Com isso, novos conflitos se desenvolveram e esgotaram o
poderio militar dos gregos, que se tornaram presa fácil para as invasões promovidas pelo rei
Felipe II da Macedônia.
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REPÚBLICA ROMANA
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No ano de 509 a. C., a monarquia etrusca que controlava Roma foi derrubada com a
deposição do rei Tarquínio. Em seu lugar, vemos a instituição da República, um tipo de
governo marcado pela criação de vários cargos políticos e controlado pela elite proprietária
de terras romana. Para além dessa simples definição, notamos que o período republicano
foi de suma importância no desenvolvimento de conflitos sociais, conquistas de territórios e
o surgimento de outras personagens políticas.
Em sua organização, percebemos que a República Romana tinha uma estruturação peculiar
por ter características de ordem democrática, aristocrática e monárquica em sua
distribuição de poderes. O aspecto democrático pode ser visto com a organização das
assembleias em que se escolhiam os ocupantes de cargos públicos e se votavam as leis. A
natureza aristocrática, por sua vez, se revelava nos amplos poderes da elite patrícia que
controlava o Senado. Já a monarquia se via relativamente preservada com relevante papel
dos magistrados.
A presença da elite patrícia nos mais importantes cargos e decisões políticas romanas
acabou promovendo uma situação de disputa entre eles e a classe plebeia. Encarregados de
exercer atividades econômicas e militares, os plebeus organizaram várias revoltas em prol
de sua inserção política. Por meio desse levantes, conseguiram a formulação de novas leis e
a implantação progressiva de um novo sistema de poder. Desse modo, o cenário político
romano ganhou contornos ainda mais complexos.
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envolvem em disputas que marcam o fim do regime republicano e a instalação do governo
imperial romano.
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FEUDALISMO
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Ruralização da economia
A economia sofreu uma retração das atividades comerciais, as moedas perderam seu
espaço de circulação e a produção agrícola ganhou caráter subsistente. Nesse período, a
crise do Império Romano favoreceu um processo de ruralização das populações, que não
mais podiam empreender atividades comerciais. Isso ocorreu em razão das constantes
guerras promovidas pelas invasões bárbaras e a crise dos centros urbanos constituídos
durante o auge da civilização clássica.
A autoridade exercida pelo senhor feudal, na prática, era superior à dos reis, que não
tinham poder de interferência direta sobre as regras e imposições de um senhor feudal no
52
interior de suas propriedades. Portanto, assinalamos o feudalismo como um modelo
promotor de um poder político descentralizado.
O papel da Igreja
A conversão da classe nobiliárquica deu margens para que os clérigos interferissem nas
questões políticas. Muitas vezes um rei ou um senhor feudal doava terras para a Igreja em
sinal de sua devoção religiosa. Dessa forma, a Igreja também se tornou uma grande
“senhora feudal”.
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IDADE MODERNA
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Esta seção de Idade Moderna ainda oferece outros conteúdos, como as revoluções políticas
burguesas, isto é, as transformações políticas que a burguesia levou a cabo
progressivamente, a começar pela onda de revoluções que se sucedeu na Inglaterra, no
século XVII, que é chamada comumente de Revolução Inglesa; e também aquilo que seria a
base estrutural do capitalismo moderno, a Revolução Industrial.
Além disso, no campo das ideias, além da Reforma Protestante, mais à frente, no século
XVIII, houve o fenômeno do Iluminismo, um movimento intelectual complexo que teve
vários seguimentos, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos da América, mas que se
tornou emblemático em sua versão francesa por infundir várias perspectivas políticas nos
revolucionários que derrubariam o poder absolutista em 1789.
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IDADE MODERNA
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Essa é mais uma das divisões cronológicas da História baseadas nos acontecimentos
ocorridos em solo europeu. Nesse sentido, podemos até perguntar: Por que a Revolução
Francesa é mais importante que a Independência dos EUA, já que muitos traços eram
comuns a ambos os acontecimentos?
Mas o desenvolvimento do capitalismo não foi detido pela aristocracia. Os séculos XIX e XX
foram o período áureo do capitalismo com os imensos avanços tecnológicos. Imensas
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cidades foram construídas, a população cresceu exponencialmente, distâncias foram
encurtadas, a ponto de o ser humano poder chegar ao espaço sideral e a pisar na lua.
Por outro lado, apesar de todas as riquezas e avanços, a Idade Contemporânea foi marcada
pela manutenção da miséria de grande parte da população, mesmo com a criação de
imensas riquezas. Essa contradição gerou ainda uma série de movimentos de contestação
do capitalismo liberal. As principais consequências foram as lutas sociais das classes sociais
exploradas, notadamente os trabalhadores assalariados, contra a exploração capitalista.
O século XX foi então marcado por essa divisão entre um capitalismo de base privada e uma
organização social controlada pelo Estado. Houve ainda outros regimes que marcaram a
Idade Contemporânea, principalmente os chamados totalitários, representados pelo
fascismo e pelo nazismo.
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BRASIL COLÔNIA
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A seção de Brasil Colônia comporta textos referentes aos conteúdos do período da história
do Brasil que se estendeu desde o descobrimento, em 1500, até a vinda da família real
portuguesa em 1808. Apesar da montagem do sistema colonial no Brasil começar
efetivamente em 1530, nesta seção (em razão de uma opção didática) estão inclusos textos
referentes aos trinta anos anteriores, já que é impossível compreender a necessidade da
colonização efetiva sem entender os seus antecedentes.
De 1500 a 1530, os temas mais importantes são: o contato com o meio ambiente e os
diferentes povos nativos, ou indígenas – fato que causou grande impacto na mentalidade
europeia da época, gerando um imaginário que ia da demonização a imagens paradisíacas;
as tentativas iniciais de exploração de matérias-primas, com destaque para o pau-brasil,
largamente monopolizado por comerciantes portugueses como Fernando de Noronha.
Com a ameaça da ocupação do território brasileiro por outros povos, como os franceses, a
coroa portuguesa decidiu, no início da década de 1530, estabelecer o controle de fato da
colônia, instituindo o Governo Geral. O primeiro dos governadores gerais do Brasil foi Tomé
de Souza.
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famosas Rebeliões Nativistas e Rebeliões Separatistas, das quais se destacaram, por
exemplo, a Revolta de Beckman e a Inconfidência Mineira.
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BRASIL IMPÉRIO
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A fase do Brasil Império exige uma gama de textos que abordem os conteúdos específicos
desse momento da história do país, contemplando, assim, o período que vai do ano de 1822
(quando o Brasil tornou-se independente) ao ano de 1889 (quando foi proclamada a
República). Para tanto, esse arco temporal é convencionalmente dividido em três partes:
Primeiro Reinado, Período Regencial e Segundo Reinado, que serão esmiuçados a seguir.
Em 1822, D. Pedro, filho de D. João VI, optou por permanecer no Brasil e declarou o país
independente de Portugal, tornando-se o primeiro imperador, sob o título de D. Pedro I.
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Período Regencial: D. Pedro I abdicou do trono, na década de 1830, em favor de seu filho,
então com cinco anos de idade. Como a menoridade impedia o então herdeiro do trono de
assumir o cargo de imperador, o governo do Brasil ficou sob a responsabilidade de
regentes.
As regências tiveram de articular uma nova configuração política para o Império, além de
terem que enfrentar várias revoltas que eclodiram após a abdicação de D. Pedro I. Uma das
manobras políticas mais ousadas da História do Brasil também foi efetuada no período da
regência: o Golpe da Maioridade, em 1839, que tornou D. Pedro II imperador com apenas
14 anos de idade.
Segundo Reinado: foi o período mais longo da História Imperial, indo de 1839 a 1889. Nesse
período, o Brasil passou por transformações de grande porte em todos os setores, desde o
econômico até o cultural. Revoltas também ocorreram e exigiram uma habilidade de
integração nacional muito forte por parte do imperador.
Além disso, os ânimos políticos também tomaram uma configuração intensa, sobretudo
entre conservadores e liberais. Os movimentos republicano e abolicionista, associados às
posições do exército, que também passaram a ser refratárias às do império, acabaram por
gerar pressões múltiplas que culminaram no exílio de D. Pedro II e na consequente
Proclamação da República.
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BRASIL REPÚBLICA
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O fato de a República nascer como uma aceitação das elites e ter sido realizada através da
espada do exército brasileiro conformou um caráter autoritário e excludente do Estado
brasileiro, garantindo os privilégios das classes dominantes e a negação de direitos às
classes exploradas durante muito tempo. A participação do exército na vida política
nacional foi também uma constante da história republicana do país, que pode ser dividida
em algumas fases.
República Velha
Após esses dois mandatos, a elite rural paulista e mineira passaram a deter o poder do
governo federal, garantindo o poder da oligarquia agrária, o que deu fundamento aos
historiadores para chamarem esse período de República Oligárquica.
Foi nesse período que o país conheceu uma série de revoltas urbanas e rurais decorrente
das mudanças sociais e políticas pelas quais passaram o país. É de se destacar a Guerra de
Canudos, de 1896-1897, e a Revolta da Vacina, de 1904.
Foi nesse período que o Brasil iniciou sua industrialização, alterando a paisagem urbana de
algumas cidades e criando as condições para a formação da classe operária em território
nacional.
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Essas mudanças resultaram em novas pressões políticas e sociais, que as oligarquias
paulistas e mineiras não poderiam mais controlar. A Revolução de 1930 foi o ápice desse
processo, o que resultou no período conhecido como Era Vargas.
Era Vargas
A Revolução de 1930 elevou Getúlio Vargas ao poder, permanecendo como presidente até
1945. Durante seu Governo Provisório (1930-1934), o novo presidente conseguiu contornar
os conflitos entre as elites nacionais, principalmente com a vitória sobre a oligarquia e
burguesia industrial paulista durante a Revolução Constitucionalista de 1932.
A tentativa do PCB serviu de pretexto para Vargas dar um golpe de Estado em 1937, pondo
fim ao período constitucional e inaugurando o Estado Novo. Mesmo contendo as forças do
integralismo, o Estado Novo marcou mais um período de extremo autoritarismo do Estado
Brasileiro.
Uma nova Constituição foi adotada e o Congresso foi fechado. Como forma de conter a
insatisfação popular e conseguir aumentar o poder de consumo do mercado interno, Vargas
promulgou uma série de leis que garantia alguns direitos à classe trabalhadora urbana, além
de proporcionar um nível de renda que impulsionasse o esforço de industrialização.
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e para os governos dos estados. O Congresso Nacional voltou a funcionar e houve
alternância no poder.
Governo Militar
Iniciada em 01 de abril de 1964, o Governo Militar foi um dos períodos mais repressivos da
História da República. Inúmeros grupos políticos foram cassados, e seus membros
torturados e mortos. O que diferenciou o período foi a sistematização da repressão estatal
aliada ao incentivo ao desenvolvimento econômico.
A ditadura existiu até 1985 quando as pressões populares por abertura política tomaram as
ruas do país, principalmente na campanha das Diretas Já. Mesmo com milhares de pessoas
nas ruas, a reforma do Estado foi feita de forma “lenta e gradual”, como queriam os
militares.
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A Nova República
A Nova República iniciou-se com o governo de José Sarney e permanece até os dias atuais,
com o primeiro mandato do Presidente Michel Temer. Sarney foi eleito através do voto
indireto e durante seu governo foi elaborada uma nova Constituição, promulgada em 1988,
que garantia eleições diretas e livres a todos os cargos eletivos. A divisão dos poderes foi
mantida e uma nova perspectiva democrática liberal se abriu no país.
O primeiro presidente eleito diretamente desde 1960 foi Fernando Collor de Melo, em
1989. Porém, os escândalos de corrupção o fizeram renunciar em 1992. A partir dessa
renúncia, marcaram a história política da República os mandatos de dois governantes. O
primeiro foi Fernando Henrique Cardoso que com o Plano Real pôde garantir a estabilidade
econômica necessária aos investimentos estrangeiros.
FHC governou até 2002, quando foi substituído por Luiz Inácio Lula da Silva. O primeiro
presidente de origem operária da República buscou caracterizar seu governo pela
distribuição de renda, possibilitada pela estabilidade econômica do período anterior. A
distribuição de renda ocorreu através de políticas como Bolsa Família, que além de uma
renda mínima, garantiu a obrigatoriedade de um nível educacional mínimo à quase toda a
população em idade escolar, uma uniformização federal de procedimentos administrativos
e o estímulo econômico a regiões extremamente pobres do território nacional.
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TEMPO HISTÓRICO X TEMPO
CRONOLÓGICO
cai nos vestibulinhos: ETEC, Colégios Militares, Colégio Embraer, Colégios da UNESP, Colégio da USP e
Bolsas de Estudo.
Consciência da finitude
Não sendo apenas baseada em uma percepção da realidade material, a forma com a qual o
homem conta o tempo também pode ser visivelmente influenciada pela maneira com que a
vida é compreendida. Em algumas civilizações, a ideia de que houve um início em que o
mundo e o tempo se conceberam juntamente vem seguida pela terrível expectativa de que,
algum dia, esses dois itens alcancem seu fim. Já outros povos entendem que o início e o fim
dos tempos se repetem por meio de uma compreensão cíclica da existência.
Apesar de ser um referencial de suma importância para que o homem se situe, a contagem
do tempo não é o principal foco de interesse da História. Em outras palavras, isso quer dizer
que os historiadores não têm interesse pelo tempo cronológico, contado nos calendários,
pois sua passagem não determina as mudanças e acontecimentos (os tais fatos históricos)
que tanto chamam a atenção desse tipo de estudioso. Dessa maneira, se esse não é o tipo
de tempo trabalhado pela História, que tempo tal ciência utiliza?
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O tempo empregado pelos historiadores é o chamado “tempo histórico”, que possui uma
importante diferença do tempo cronológico. Enquanto os calendários trabalham com
constantes e medidas exatas e proporcionais de tempo, a organização feita pela ciência
histórica leva em consideração os eventos de curta e longa duração. Dessa forma, o
historiador se utiliza das formas de se organizar a sociedade para dizer que um determinado
tempo se diferencia do outro.
Seguindo essa lógica de pensamento, o tempo histórico pode considerar que a Idade Média
dure praticamente um milênio, enquanto a Idade Moderna se estenda por apenas quatro
séculos. O referencial empregado pelo historiador trabalha com as modificações que as
sociedades promovem na sua organização, no desenvolvimento das relações políticas, no
comportamento das práticas econômicas e em outras ações e gestos que marcam a história
de um povo.
Além disso, o historiador pode ainda admitir que a passagem de certo período histórico
para outro ainda seja marcado por permanências que apontam certos hábitos do passado,
no presente de uma sociedade. Com isso, podemos ver que a História não admite uma
compreensão rígida do tempo, em que a Idade Moderna, por exemplo, seja radicalmente
diferente da Idade Média. Nessa ciência, as mudanças nunca conseguem varrer
definitivamente as marcas oferecidas pelo passado.
Mesmo parecendo que tempo histórico e tempo cronológico sejam cercados por várias
diferenças, o historiador utiliza a cronologia do tempo para organizar as narrativas que
constrói. Ao mesmo tempo, se o tempo cronológico pode ser organizado por referenciais
variados, o tempo histórico também pode variar de acordo com a sociedade e os critérios
que sejam relevantes para o estudioso do passado. Sendo assim, ambos têm grande
importância para que o homem organize sua existência.
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