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ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL

EXAME DE ORDEM UNIFICADO


PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL
SIMULADO 1
ÁREA: DIREITO PENAL
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta,
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.”
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”‘
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela
Fundação Getúlio Vargas.

PADRÃO DE RESPOSTA - PEÇA PROFISSIONAL


Enunciado

Durante investigação para apurar a prática de tráfico de drogas na cidade de Volta Redonda/RJ, agentes da polícia
civil, embora desconfiados que Wilson Rocha estivesse envolvido no crime, não conseguiram reunir provas
suficientes para apontá-lo como traficante. Diante disso, um dos policiais passou a frequentar os mesmos lugares
do investigado. Em determinado dia, fazendo-se passar por usuário de drogas, aproximou-se de Wilson e o induziu
a lhe fornecer 10 gramas de cocaína. Surpreso, Wilson respondeu ao suposto usuário afirmando que não possuía
drogas com ele. Não satisfeito com a resposta, o policial disfarçado insistiu para que Wilson lhe conseguisse a droga.
Mesmo contrariado, Wilson, diante da insistência do policial, disse que tentaria conseguir a droga solicitada. Saiu
do local, retornando meia hora depois exatamente com a quantidade de droga solicitada pelo policial, dizendo que
havia conseguido com o traficante da boca de fumo que funcionava na Vila. Nesse instante, o policial prende Wilson
em flagrante, sob a acusação da prática do crime de tráfico ilícito de drogas, previsto no artigo 33, “caput”, da Lei
11.343/2006. Durante a lavratura do auto de prisão em flagrante, Wilson indicou advogado para assisti-lo, o que
foi dispensado pelo Delegado, sob o argumento de que não seria necessário. Dois dias depois da prisão, o Delegado
concluiu a lavratura do auto de prisão em flagrante, entregando a nota de culpa ao flagrado, com posterior remessa
ao Poder Judiciário, representando pela conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva. A família de Wilson
Rocha, bem como o Juiz competente e o Membro do Ministério Público tomaram conhecimento da prisão somente
quando o auto de prisão em flagrante aportou no Poder Judiciário. O auto de prisão em flagrante está concluso
para apreciação do Magistrado.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, na
qualidade de advogado (a) de Wilson Rocha, redija a peça cabível, diversa de habeas corpus, no que tange à
liberdade de seu cliente, alegando para tanto toda a matéria de direito pertinente ao caso. (Valor: 5,00)

Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à
pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação.

Gabarito comentado

O candidato deverá redigir uma petição de RELAXAMENTO DE PRISÃO, com base no artigo 5º, inciso LXV, da
CRFB/88, e/ou artigo 310, inciso I, do Código de Processo Penal, a ser endereçada ao Juiz de Direito da Vara Criminal
de Volta Redonda/RJ.

Na petição, deverá argumentar que:

1. A prisão é ilegal e/ou o auto de prisão em flagrante é nulo porque a prisão ocorreu no contexto de flagrante
preparado/provocado, nos termos da Súmula 145 do STF e artigo 17 do CP;

2. A prisão é ilegal e/ou o auto de prisão em flagrante é nulo por inviabilizar a assistência a advogado, nos termos
Padrão de Resposta Simulado Página 1
Prova Prático-Profissional –Exame de Ordem Unificado -Prof. Nidal Ahmad
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL
EXAME DE ORDEM UNIFICADO
PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL
SIMULADO 1
ÁREA: DIREITO PENAL
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta,
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.”
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”‘
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela
Fundação Getúlio Vargas.

do artigo 5º, inciso LXIII, CF/88 ou artigo 7º, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil ou artigo 8º,
2, alínea “d” do Decreto 678/92, e/ou não foi encaminhada cópia do APF à Defensoria Pública, nos termos do artigo
306, § 1º, do Código de Processo Penal;

3. A prisão é ilegal e/ou o auto de prisão em flagrante é nulo porque o Delegado não comunicou imediatamente à
família do preso, nos termos do artigo 306, “caput”, do Código de Processo Penal e/ou artigo 5º, inciso LXII e/ou
inciso LXIII, da CF/88;

4. A prisão é ilegal porque o Delegado não comunicou imediatamente o Juiz competente e o Membro do Ministério
Público, nos termos do artigo 306, “caput”, do Código de Processo Penal e/ou artigo 5º, inciso LXII, da CF/88;

5. A prisão é ilegal e/ou o auto de prisão em flagrante é nulo porque o Delegado de Polícia entregou a nota de culpa
e encaminhou o APF à autoridade judiciária após o prazo de 24h, violando o disposto no artigo 306, § 1º e 2º, do
Código de Processo Penal.

Ao final, o examinando deverá formular pedido de relaxamento de prisão em razão da nulidade do auto de prisão
em flagrante, com a consequente expedição de alvará de soltura.

No VI Exame da OAB, quando caiu relaxamento de prisão, não foi exigido artigo no pedido, até porque coincide
com a base legal da peça (artigo 5º, inciso LXV, CF/88 e artigo 310, inciso I, do CPP), razão pela qual não constará
no padrão de resposta. Todavia, se colocar o artigo, e até se recomenda, por cautela, fazer isso, não terá problema.

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Prova Prático-Profissional –Exame de Ordem Unificado -Prof. Nidal Ahmad
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“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta,
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.”
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”‘
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela
Fundação Getúlio Vargas.

Distribuição de pontos

ITEM PONTUAÇÃO
1. Endereçamento 0
Juiz de Direito da Vara Criminal de Volta Redonda/RJ (0,25) 0,00/0,25
2. Cabimento
Fundamento legal para o pedido de Relaxamento da Prisão: art. 5º, inciso LXV, da CRFB E/OU 0,00/0,50
art. 310, inciso I, do CPP (0,50)
3. Do Direito
3.1 Desenvolvimento jurídico acerca da ilegalidade da prisão E/OU nulidade do auto de prisão 0,00/0,25/
em flagrante, porque se trata de flagrante preparado/provocado (0,75), previsto na Súmula 0,75/1,0
145 do STF E/OU artigo 17 do CP (0,25)
3.2 Desenvolvimento jurídico acerca da ilegalidade da prisão E/OU nulidade do auto de prisão
em flagrante por violação ao direito à assistência de advogado (0,30) E/OU por não ter 0/0,20/0,30/
encaminhado cópia do auto de prisão em flagrante à Defensoria Pública, nos termos do art. 0,50
art. 5º, inciso LXIII, da CF/88 E/OU art. 306, § 1º, do CPP E/OU art. 7º, inciso III, do EOAB E/OU
art. 8º, 2, alínea “d” do Decreto 678/92 (0,20)
3.3 Desenvolvimento jurídico acerca da ilegalidade da prisão E/OU nulidade do auto de prisão
em flagrante porque o Delegado não comunicou imediatamente à família do preso (0,30), 0/0,20/0,30/
violando o disposto no artigo 306, “caput”, do CPP E/OU art. 5º, inciso LXII E/OU inciso LXIII, 0,50
CF/88 (0,20)
3.4 Desenvolvimento jurídico acerca da ilegalidade da prisão E/OU nulidade do auto de prisão
em flagrante porque o Delegado não comunicou imediatamente o Juiz competente e o 0/0,20/0,30/
Membro do Ministério Público (0,30), violando o disposto no artigo 306, “caput”, do CPP E/OU 0,50
art. 5º, inciso LXII, CF/88 (0,20).
3.5 Desenvolvimento jurídico acerca da nulidade do auto de prisão em flagrante porque o
Delegado de Polícia entregou a nota de culpa e encaminhou o procedimento à autoridade 0/0,20/0,30/
judiciária após o prazo de 24h (0,30), violando o disposto no artigo 306, § 1º e 2º, do CPP 0,50
(0,20).
4. Pedido
Pedido de relaxamento de prisão em razão da nulidade do auto de prisão em flagrante (0,50) 0,00/0,25/0,50/
e expedição de alvará de soltura (0,25). 0,75
6. Estrutura correta e Fechamento
Divisão das partes / indicação de local, data, advogado e OAB (0,50) 0,50
TOTAL 5,00

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podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.”
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”‘
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela
Fundação Getúlio Vargas.

PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 1


Enunciado

No dia 18 de novembro de 2018, Marilda compareceu à Delegacia da Mulher e noticiou que o seu marido, Wilson
Rocha, a ameaçou de morte, em situação de violência doméstica e familiar contra a mulher. Manifestou, ainda,
interesse que seu marido fosse responsabilizado criminalmente por seu comportamento. A autoridade policial
instaurou o respectivo procedimento criminal pela prática do crime de ameaça (Art. 147 do Código Penal, com
aplicação das medidas previstas na Lei nº 11.340/06). Todavia, antes do procedimento ser encaminhado ao
Ministério Público para oferecimento de eventual denúncia, Marilda retorna à Delegacia, a fim de informar não
mais ter interesse na responsabilização penal de seu marido. Contudo, a autoridade policial não formalizou a
retratação da representação oferecida por Marilda, afirmando ser incabível. Diante disso, Marilda o procura, na
condição de advogado(a), em busca de orientação.
Considerando as informações narradas, na condição de advogado(a) de Marilda, com base apenas nas informações
narradas, esclareça os itens a seguir.
A) É possível a retratação do direito de representação por parte de Marilda na Delegacia de Polícia? Justifique.
(Valor: 0,65)
B) Na hipótese de prosseguimento do procedimento criminal, seria possível o Ministério Público oferecer proposta
de transação penal a Wilson, nos termos do artigo 76 da Lei 9.099/95? Justifique. (Valor: 0,60)

Obs.: O(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere
pontuação.

Gabarito comentado

A) Deveria o examinando esclarecer que o crime de ameaça é de ação penal pública condicionada à representação,
nos termos do Art. 147, parágrafo único, do Código Penal, de modo que é possível a retratação do direito de
representação. Contudo, como o crime foi praticado em situação de violência doméstica e familiar contra a mulher,
alguns requisitos são trazidos pela lei de modo a garantir que essa manifestação foi livre de pressões. Tais requisitos
são trazidos pelo Art. 16 da Lei 11.340/06, que admite a retratação antes do recebimento da denúncia, desde que
realizada em audiência especial, na presença do magistrado, após manifestação do Ministério Público.

B) Deveria o candidato esclarecer que não é possível a transação penal nos crimes envolvendo violência doméstica
e familiar contra a mulher, ainda que de menor potencial ofensivo. Isso porque, nos termos do artigo 41 da Lei
11.340/2006, não se aplicam os institutos previstos na Lei nº 9.099/95 aos crimes praticados com violência
doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista. Além disso, nos termos da Súmula 536
do STJ: "A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao
rito da Lei Maria da Penha".

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ÁREA: DIREITO PENAL
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta,
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.”
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”‘
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela
Fundação Getúlio Vargas.

Distribuição de pontos

ITEM PONTUAÇÃO
a) Não é possível a retratação na Delegacia de Polícia. A retratação da ofendida deve
ocorrer em audiência especial, na presença do magistrado e ouvido o Ministério Público 0/0,10/0,25/0,30/
(0,30), antes do recebimento da denúncia (0,25), na forma do artigo 16 da Lei nº 11.340/06 0,35/0,40/0,55/0,65
(0,10).
b) Não, pois é vedada a aplicação da Lei 9.099/95 aos crimes praticados com violência 0/0,20/0,40/0,60
doméstica e familiar contra a mulher (0,40), nos termos do artigo 41 da Lei 11.340/2006
OU Súmula 536 do STJ (0,20).

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PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 2

Enunciado

No dia 08 de março de 2017, Wilson conduzia um veículo automotor, em via pública, às 17h, quando foi solicitada
sua parada em uma blitz. Após consultar a placa do automóvel, os policiais constataram que o veículo era produto
de crime de roubo ocorrido no dia 05 de março de 2017, às 09h. Em razão disso, realizaram a prisão e encaminharam
Wilson, imputando-lhe a prática do crime de receptação. Em sede policial, a vítima do crime de roubo compareceu
à Delegacia, e, em observância a todas as formalidades legais, reconheceu Wilson como o autor do crime que
sofrera. A autoridade policial lavrou auto de prisão em flagrante pelo crime de roubo em detrimento de receptação,
representando pela conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva.
Considerando as informações narradas, na condição de advogado(a) de Wilson, que deverá se manifestar antes da
decisão do magistrado quanto à representação da autoridade policial, responda aos itens a seguir.
A) Qual requerimento deverá ser formulado, de imediato, em busca da liberdade de Wilson e qual a base legal?
Justifique. (Valor: 0,60)
B) Qual o argumento poderá ser apresentado em busca da soltura de Wilson? Justifique. (Valor: 0,65)

Obs.: O(a) examinando(a) deve fundamentar corretamente sua resposta. A simples menção ou transcrição do
dispositivo legal não pontua.

Gabarito comentado

A) O requerimento cabível é o relaxamento da prisão em flagrante, com base no artigo 310, inciso I, do Código de
Processo Penal e artigo 5º, inciso LXV, da Constituição Federal/88.

B) Em relação ao argumento para a soltura do flagrado, deveria a defesa alegar que Wilson foi preso em flagrante
acusado de ter praticado, em tese, o delito de roubo. Todavia, a prisão é ilegal, uma vez que não estão presentes
nenhuma das hipóteses do artigo 302 do Código de Processo Penal. O requerente não foi preso cometendo o delito,
nem quando acabou de supostamente cometê-lo. Também não houve perseguição, logo após, à prática do delito,
nem tampouco foi encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que indicassem eventual
participação no referido roubo. Portanto, não estando presentes nenhuma das hipóteses dos incisos I, II, III e IV do
artigo 302 do Código de Processo Penal, a prisão em flagrante é ilegal, devendo ser relaxada, com base no artigo
310, inciso I, do Código de Processo Penal e artigo 5º, inciso LXV, da Constituição Federal/88, com expedição de
alvará de soltura.

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podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.”
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”‘
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela
Fundação Getúlio Vargas.

Distribuição de pontos

ITEM PONTUAÇÃO
a) O requerimento a ser formulado seria relaxamento de prisão em flagrante (0,40), com 0,0/0,20/0,40/
base no artigo 5º, inciso LXV, da CF/88 E/OU art. 310, inciso I, do CPP (0,20) 0,60

b) Deve-se argumentar que a prisão é ilegal (0,20), pois não está presente nenhuma 0/0,10/0,20/
hipótese que enseja a prisão em flagrante (0,35), prevista no artigo 302 do CPP (0,10). 0,30/0,35/0,45/
0,55/0,65

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podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.”
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PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 3

Enunciado

Wilson, a pedido dos filhos Flávio e Gilson, que contavam com 05 e 07 anos, respectivamente, levou-os até ao clube
aquático da cidade em que residia. Em certo momento, enquanto Flávio brincava na piscina infantil do clube, Wilson
foi chamado para acudir Gilson que havia caído do balanço do parque, lesionando a perna. Diante disso, Wilson
pediu para Jussara, senhora que se encontrava próximo à piscina infantil, para que cuidasse do filho menor,
enquanto ia prestar atendimento ao filho maior que estava no parque do outro lado do clube. Flávio brincava
calmamente na piscina. Alguns minutos depois, Flávio, sem que ninguém percebesse, foi para área mais funda da
piscina não mais conseguindo retornar, sendo encoberto pela água por tempo suficiente para causar seu
afogamento e morte da criança. Diante disso, após conclusão do respectivo inquérito policial, o Ministério Público
ofereceu denúncia contra Wilson, relatando que, por ser pai da vítima, tinha o dever de agir para evitar o resultado,
imputando-lhe a prática do crime de homicídio culposo, previsto no artigo 121, § 3º, c/c 13, § 2º, “a”, ambos do
Código Penal, sem, no entanto, propor qualquer instituto que dispensaria o prosseguimento da ação penal, apesar
de nunca ter respondido a qualquer procedimento criminal. A denúncia foi recebida e o réu citado. Considerando
as informações narradas, na condição de advogado(a) de Wilson, responda aos itens abaixo:
A) Qual argumento de direito processual poderia ser alegado em busca da anulação do processo a partir da
denúncia? Justifique. (Valor: 0,60)
B) Qual argumento de direito material deverá ser apresentado em busca da absolvição de Wilson? Justifique.
(Valor: 0,65)

Obs.: O(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A simples menção ao dispositivo legal não confere
pontuação.

Gabarito comentado

A) Deverá o examinando destacar que existia nulidade a ser reconhecida, tendo em vista que o crime imputado ao
acusado possui pena prevista de 01 a 03 anos, logo possível a proposta de suspensão condicional do processo. De
acordo com o Art. 89 da Lei nº 9.099/95, independentemente de o crime ser ou não de menor potencial ofensivo,
em sendo a pena mínima prevista de até 01 ano, preenchidos os demais requisitos legais, cabível a proposta de
suspensão condicional do processo. No caso, Wilson era primário e não respondia a qualquer outra ação penal, não
havendo motivação razoável para que não fosse oferecida a proposta do instituto despenalizador. No caso, deveria
ser anulada a decisão de pronúncia, encaminhando-se os autos ao Ministério Público para manifestação sobre a
proposta do benefício.

B) O argumento de direito material em busca da absolvição seria o de que a omissão de Wilson não foi relevante
para a produção do resultado, já que, nas circunstâncias, não podia agir para evitar o resultado. Conforme o artigo
13, § 2º, do Código Penal, a omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o
resultado. No caso, Wilson não poderia agir, porque estava prestando assistência ao outro filho, que havia se
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machucado no parque localizado no outro lado do clube aquático. Logo, como não omissão penalmente relevante
para a produção do resultado, não há conduta punível, sendo, pois, o fato atípico em relação a Wilson.
Convém ressaltar que, no caso, não se aceitará para fins de pontuação a alegação de perdão judicial, pois o
enunciado exigiu tese de direito material voltada à absolvição do réu, sendo que a decisão que concede o perdão
judicial tem natureza declaratória, conforme a Súmula 18 do STJ.

Distribuição de pontos

ITEM PONTUAÇÃO
a) Nulidade em razão do não oferecimento de proposta de suspensão condicional do
processo (0,40), já que a pena mínima do delito imputado é de 1 ano, sendo o réu primário 0/0,10/0,20/0,40/
(0,10), preenchendo os requisitos do Art. 89 da Lei 9.099 (0,10). 0,50/0,60

b) A omissão de Wilson não foi relevante para a produção do resultado (0,30), já que, nas 0/0,15/0,20/0,35/
circunstâncias, não podia agir para evitar o resultado (0,20), não incidindo a hipótese do 0,45/0,50/
artigo 13, § 2º, alínea “a”, do Código Penal (0,15). 0,65

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PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 4

Enunciado

No dia 25 de janeiro de 2018, Mariana, gestante de 06 meses, foi flagrada guardando, em sua residência, 50g de
cocaína. Durante a lavratura da prisão em flagrante, constatou-se que Mariana guardava a droga a pedido do seu
companheiro. Verificou-se, ainda, que Mariana não integrava nenhuma organização criminosa e nunca havia se
envolvido em prática ilícita anteriormente, sendo, portanto, primária. Não obstante isso, a autoridade policial lavrou
auto de prisão em flagrante e representou pela conversão em preventiva, sob o argumento de que a lei impõe que
agente preso em flagrante pela prática do delito de tráfico de drogas, previsto no artigo 33, “caput”, da Lei
11.343/2006, deve responder o processo preso. Autoridade policial comunicou imediatamente à família do preso,
bem como o Magistrado e o Ministério Público, sendo todas as demais formalidades da prisão em flagrante
observadas.
Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) de Mariana, responda aos itens a seguir.
A) A representação da autoridade policial, considerando o argumento invocado, foi elaborada de modo adequado?
Justifique (Valor: 0,60)
B) Considerando a hipótese de o Magistrado converter a prisão em flagrante em prisão preventiva, seria possível, no
caso, postular a substituição dessa medida por outra? Justifique (Valor: 0,65)

Obs.: O(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação.

Gabarito comentado

A) Desenvolvimento fundamentado acerca da inconstitucionalidade do artigo 44 da Lei 11.343/2006 da parte que


veda a concessão da liberdade provisória por ofensa ao princípio da presunção da inocência, previsto no artigo 5º,
inciso LVII, da CF/88, OU do devido processo legal, previsto, no artigo 5º, inciso LIV, da CF/88, OU da dignidade da
pessoa humana, previsto no artigo 1º, inciso III, da Constituição Federal/88, bem como porque ausentes os
pressupostos do artigo 312 do CPP que autorizam a prisão preventiva, já que Mariana guardava a droga a pedido do
companheiro, nunca havia se envolvido em prática ilícita e nem integrava organização criminosa.

B) Sim, seria possível substituir a prisão preventiva por prisão domiciliar, uma vez que Mariana é gestante, não
praticou crime com violência ou grave ameaça à pessoa, nem contra seu filho ou dependente. Logo, cabe a
substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar, nos termos do artigo 318, inciso IV e/ou artigo 318-A, ambos
do Código de Processo Penal.

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podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.”
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”‘
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela
Fundação Getúlio Vargas.

Distribuição de pontos

ITEM PONTUAÇÃO
a) Desenvolvimento fundamentado acerca da inconstitucionalidade do artigo 44 da Lei
11.343/2006 da parte que veda a concessão da liberdade provisória (0,30) por ofensa ao
princípio da presunção da inocência (0,10), previsto no artigo 5º, inciso LVII, da CF/88 (0,10), 0/0,10/0,20/0,30/
OU do devido processo legal (0,10), previsto, no artigo 5º, inciso LIV, da CF/88 (0,10), OU da 0,40/0,50/0,60
dignidade da pessoa humana (0,10), previsto no artigo 1º, inciso III, da Constituição
Federal/88 (0,10), bem como porque ausentes os pressupostos do artigo 312 do CPP que
autorizam a prisão preventiva (0,10)
b) Deve-se argumentar que seria possível substituir a prisão preventiva por prisão domiciliar
(0,30), uma vez que Mariana é gestante, não praticou crime com violência ou grave ameaça 0/0,15/0,20/0,30/
à pessoa, nem contra seu filho ou dependente (0,20), nos termos do artigo 318-A E/OU 318, 0,35/0,45/0,50/
inciso IV, do Código de Processo Penal (0,15) 0,65

Padrão de Resposta Simulado Página 11


Prova Prático-Profissional –Exame de Ordem Unificado -Prof. Nidal Ahmad
ESTRUTURAÇÃO DA PEÇA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA
CRIMINAL DA COMARCA DE VOLTA REDONDA/RJ

Autos nº...

WILSON ROCHA, nacionalidade..., estado civil...,


profissão..., RG..., CPF..., endereço eletrônico..., residente e
domiciliado..., por meio do seu procurador infra-assinado, com
procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, requerer RELAXAMENTO DE PRISÃO, com base no artigo
310, inciso I, do Código de Processo Penal, e artigo 5º, inciso LXV, da
Constituição Federal/88, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

I) DOS FATOS

O requerente foi preso em flagrante acusado de


ter praticado o delito de tráfico ilícito de drogas, previsto no artigo 33,
“caput”, da Lei 11.343/06.
O auto de prisão em flagrante foi concluído dois
dias após a prisão.
O Delegado representou pela conversão da prisão
em flagrante em prisão preventiva.

II) DO DIREITO
A) DO FLAGRANTE PREPARADO/PROVOCADO
O requerente foi preso em flagrante, acusado da
prática do crime de tráfico de drogas. Todavia, a prisão em flagrante é
ilegal, uma vez que o requerente foi induzido por um policial disfarçado
a conseguir a droga solicitada junto a um traficante.
De fato, o requerente somente conseguiu a
quantidade de drogas por conta da insistência do policial disfarçado de
usuário. O requerente disse que não possuía a droga solicitada pelo
policial, mas, diante da insistência, conseguiu com o traficante da boca
de fumo, sendo preso em flagrante quando entregava a droga ao
suposto usuário.
Logo, trata-se de flagrante preparado ou
provocado, sendo a prisão ilegal, nos termos da Súmula 145 do
Supremo Tribunal Federal e artigo 17 do Código Penal, devendo ser
relaxada.

B) DO DIREITO À COMUNICAÇÃO ENTRE O PRESO E O ADVOGADO E


O NÃO ENCAMINHAMENTO À DEFENSORIA PÚBLICA.

A autoridade policial negou ao requerente o direito


de se entrevistar com advogado, bem como não encaminhou o
procedimento à Defensoria Pública.
Todavia, nos termos do artigo 306, §1º, do Código
de Processo Penal, e artigo 5º, inciso LXIII, da Constituição Federal/88
ou artigo 7º, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil,
o preso tem direito à presença de advogado por ele indicado.
Logo, deveria a autoridade policial viabilizar a
presença do advogado ou encaminhar a cópia dos autos à Defensoria
Pública.
Deste modo, trata-se de prisão ilegal.
C) FALTA DE COMUNICAÇÃO IMEDIATA À FAMÍLIA DO PRESO

A família do preso não foi imediatamente


comunicada sobre a prisão.
Todavia, nos termos do artigo 306, “caput”, do
Código de Processo Penal, e artigo 5º, inciso LXII, da Constituição
Federal/88, deveria a autoridade policial providenciar a comunicação
imediata à família do preso ou pessoa por ele indicada.
Logo, trata-se de prisão ilegal.

D) FALTA DE COMUNICAÇÃO IMEDIATA AO JUIZ COMPETENTE E AO


MEMBRO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

O Delegado não comunicou a prisão ao juiz


competente, nem tampouco ao membro do Ministério Público.
Todavia, nos termos do artigo 306, “caput”, do
Código de Processo Penal, e artigo 5º, inciso LXII, da Constituição
Federal, a prisão deveria ser comunicada imediatamente ao juiz
competente, bem como ao membro do Ministério Público.
Logo trata-se de prisão ilegal.

E) DA NOTA DE CULPA

O Delegado de Polícia encaminhou o procedimento


à autoridade judiciária e a nota de culpa ao flagrado dois dias após a
prisão. Todavia, nos termos do artigo 306, §1º e §2º do Código de
Processo Penal, o auto de prisão em flagrante deveria ser encaminhado
ao Magistrado no prazo de 24 horas após a realização da prisão.
Além disso, a nota de culpa também deveria ser
entregue ao requerente no prazo de 24 horas.
Portanto, trata-se de prisão ilegal.

III) DO PEDIDO

Ante o exposto, requer:

a) o relaxamento da prisão em flagrante;


b) a expedição do alvará de soltura;
c) vista ao Ministério Público.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local... e data...

Advogado...
OAB...
Questão 01

A) Não é possível a retratação por parte de Marilda na Delegacia de Polícia. O


crime de ameaça é de ação penal pública condicionada à representação, conforme
artigo 147, parágrafo único, do Código Penal, de modo que é possível a retratação
do direito de representação.
Contudo, como o crime foi praticado em situação de violência doméstica e familiar
contra a mulher, a retratação somente seria possível em audiência especialmente
designada para essa finalidade, antes do recebimento da denúncia, na presença
do magistrado, após manifestação do Ministério Público, nos termos do artigo 16
da Lei 11.340/06.

B) Não é possível a transação penal nos crimes envolvendo violência doméstica e


familiar contra a mulher, ainda que de menor potencial ofensivo. Isso porque, nos
termos do artigo 41 da Lei 11.340/2006, não se aplicam os institutos previstos na
Lei nº 9.099/95 aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a
mulher, independentemente da pena prevista. Além disso, nos termos da Súmula
536 do Superior Tribunal de Justiça, não se aplicam a suspensão condicional do
processo e a transação penal na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria
da Penha.
Questão 02

A) O requerimento cabível é o relaxamento da prisão em flagrante, com base no


artigo 310, inciso I, do Código de Processo Penal e artigo 5º, inciso LXV, da
Constituição Federal/88.

B) Wilson foi preso em flagrante acusado de ter praticado, em tese, o delito de


roubo. Todavia, a prisão é ilegal, uma vez que não estão presentes nenhuma das
hipóteses do artigo 302 do Código de Processo Penal. O requerente não foi preso
cometendo o delito de roubo, nem quando acabou de supostamente cometê-lo.
Também não houve perseguição, logo após à prática do delito, nem tampouco foi
encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que
indicassem eventual participação no referido roubo.
Portanto, não estando presentes nenhuma das hipóteses do artigo 302, incisos I,
II, III e IV do Código de Processo Penal, a prisão em flagrante é ilegal, devendo
ser relaxada, com base no artigo 310, inciso I, do Código de Processo Penal e
artigo 5º, inciso LXV, da Constituição Federal/88, com expedição de alvará de
soltura.
Questão 03
A) Deverá ser alegada nulidade em face do não oferecimento da proposta de
suspensão condicional do processo. Isso porque, nos termos do artigo 89 da Lei
9.099/95, é possível a concessão da suspensão condicional do processo quando a
pena mínima cominada ao delito for igual ou inferior a 01 ano, desde que o
acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro
crime, presentes os demais requisitos da suspensão condicional da pena.
Considerando que no caso concreto o delito imputado tem pena mínima inferior a
um ano e presente os demais requisitos, o réu faz jus a benesse.

B) Wilson foi denunciado por homicídio culposo em relação ao filho Flávio.


Todavia, no momento dos fatos, Wilson estava prestando assistência ao seu outro
filho, que havia se lesionado no parque localizado no outro lado do clube, razão
pela qual não poderia agir para evitar o resultado. Logo, o argumento a ser
alegado é de que naquelas circunstâncias a omissão de Wilson não foi penalmente
relevante para a produção do resultado, conforme previsão do artigo 13, § 2º,
alínea “a”, do Código Penal.
Questão 04

A) Não foi correta a argumentação da autoridade policial, uma vez que


o artigo 44 da Lei 11.343/2006, na parte que veda a concessão da
liberdade provisória, foi declarado inconstitucional pelo Supremo
Tribunal Federal, porque viola o princípio da presunção da inocência,
previsto no artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal/88, bem como
o princípio do devido processo legal, previsto no artigo 5º, inciso LIV,
da Constituição Federal/88. Além disso, estão ausentes os fundamentos
da preventiva, previstos no artigo 312 do Código de Processo Penal,
uma vez que a acusada é primária e possui bons antecedentes,
havendo, ainda, a possibilidade, se eventualmente condenada, ser
considerada a prática de tráfico privilegiado, previsto no artigo 33, § 4º,
da Lei 11.343/2006.

B) Sim, no caso, seria possível a substituição da prisão preventiva pela


prisão domiciliar, nos termos do artigo 318-A do Código de Processo
Penal e/ou artigo 318, inciso IV, do Código de Processo Penal, já que
Mariana é gestante, não cometeu crime com violência ou grave ameaça
à pessoa, nem contra seu filho ou dependente. Além disso, não
integrava nenhuma organização criminosa e que nunca havia se
envolvido em prática ilícita anteriormente, sendo, portanto, primária.
Logo, é possível substituir a preventiva pela prisão domiciliar.

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