Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
NFPSS
NFPSS
aviso importante
Este material está protegido por direitos autorais (Lei nº 9.610/98), sendo
vedada a reprodução, distribuição ou comercialização de qualquer informação
ou conteúdo dele obtido, em qualquer hipótese, sem a autorização expressa
de seus idealizadores. O compartilhamento, a título gratuito ou oneroso, leva
à responsabilização civil e criminal dos envolvidos. Todos os direitos estão
reservados.
NFPSS
PARTE 1:
- CONSTITUCIONAL
- ADMINISTRATIVO
- TRIBUTÁRIO
- PENAL
DIREITO CONSTITUCIONAL1
Conceito de Constitucionalismo
3 ideias principais:
• Movimento político-social com origens históricas bastante remotas que pretende, em especial, limitar
o poder arbitrário;
• Propósitos mais latentes e atuais da função e posição das constituições nas diversas sociedades;
MOMENTO HISTÓRICO
Documentos marcantes:
O Petition of Rights, de 1628
O Habeas Corpus Act, de 1679
IDADE MODERNA O Bill of Rights, de 1689
O Act of Settlement, de 1701
Pactos, forais ou cartas de franquia (buscavam resguardar direitos
individuais).
2 No constitucionalismo moderno a diferença entre normas constitucionais e infraconstitucionais era apenas de grau, no
neoconstitucionalismo a diferença é também axiológica.
»» Marco Histórico: documentos a partir da Segunda Guerra Mundial, como as Constituições da Itália
(1947), da Alemanha (1949), de Portugal (1976), da Espanha (1978) e Brasil (1988). Redemocratização
»» Marco Filosófico: pós-positivismo - filosofia que busca ir além da legalidade estrita, mas não
despreza o direito posto; procura empreender uma leitura moral do Direito, mas sem recorrer a
categorias metafísicas.
Características do Neoconstitucionalismo
3 SARMENTO, Daniel. Direito Constitucional. Teoria, história e métodos de trabalho. Editora fórum: 2012, pág. 153.
• Constituição de 1824: foi outorgada. Marcada pelo centralismo administrativo e político, tendo em
vista a figura do Poder Moderador, e também unitarismo e absolutismo. Por influência das Revoluções
Americana (1776) e Francesa (1789), pautado na ideia de constitucionalismo liberal, a constituição de
1824continha um importante rol de Direitos civis e políticos.
• Constituição de 1891:foi promulgada, foi a primeira da República e teve por relator Rui Barbosa. Sistema
presidencialista e a forma federativa de estado. Foi adotada a tripartição do poder, de Montesquieu.
Pela primeira vez houve a previsão do habeas corpus.
• Constituição de 1937: foi outorgada. Influenciada por ideais autoritários e fascistas, tendo sido instalada
a ditadura. Foi apelidada de “Carta Polaca”. Houve o enfraquecimento dos direitos fundamentais.
Buscando atrair o apoio popular, sua política foi intitulada de “populista”, tendo sido elaborada a CLT
e importantes direitos sociais como o salário mínimo. Não houve previsão do mandado de segurança,
nem da ação popular. O direito de manifestação do pensamento foi restrito. A greve e o lock-out foram
proibidos.
• Constituição de 1967: foi outorgada, com a concentração do poder no âmbito federal, esvaziando
os Estados e Municípios.
• Constituição de 1988: foi promulgada. Constituição rígida. Houve a consagração dos direitos
fundamentais. Os direitos dos trabalhadores foram ampliados. Pela primeira vez se estabeleceu o
controle de constitucionalidade por omissão (mandado de injunção e ADO). Foi introduzida a ADPF.
Pela primeira vez foi previsto do mandado de segurança coletivo e o habeas data. Foi previsto de
forma específica, pela primeira vez, um capítulo sobre o meio ambiente. Importante previsão da
Defensoria Pública como instituição essencial à função jurisdicional do Estado.
plurinacional)”.5
• Real ou efetiva É a soma dos fatores reais de poder que regem uma determinada nação. O
poder era o que eles determinavam, e não o que estava no texto constitucional (ex: aristocracia, os
banqueiros, a burguesia).
A Constituição real andaria ao lado da Constituição jurídica (que todos os Estados possuem), sendo
que, na concepção de Lassale, havendo um conflito entre a Constituição escrita e a real, a constituição
escrita sempre irá sucumbir face à realidade7. Prevalece a concepção sociológica, real.
Justamente porque defendia a prevalência da Constituição real sobre a escrita, Lassalle a denominava
de constituição de “folha de papel”. A Constituição não era vista como um documento jurídico, mas
como uma tentativa que necessariamente fracassava diante dos fatores reais de poder, por ser incapaz
de alterar a realidade vigente.
• SENTIDO MATERIAL: está relacionada ao conteúdo (trata-se do que Schimitt chamou de Constituição).
Por esse critério é possível encontrarmos normas constitucionais fora do texto constitucional. Exemplo:
art. 5, § 3º, da CF/88.
• SENTIDO FORMAL: é o que Schimitt chamou de lei constitucional. o que interessa para definir se uma
norma é constituição é a forma como ela foi introduzida no ordenamento jurídico. É necessário
um processo legislativo mais dificultoso, diferenciado e mais solene. Assim, qualquer norma
introduzida por meio de um procedimento mais dificultoso do que o utilizado para a feitura das leis
infraconstitucionais, terá natureza constitucional, não importando seu conteúdo.
Para essa concepção, o fundamento da Constituição não está na sociologia, na política ou na história,
mas sim no próprio direito. A Constituição está no mundo do “dever ser’ É fruto da vontade racional do
homem, sem qualquer pretensão a fundamentação sociológica, política ou filosófica. O jurista de Viena
aponta dois planos distintos no direito: a) jurídico-positivo – normas positivadas; b) lógico-jurídico
– situado no nível do suposto/hipotético. Há no direito um escalonamento normativo, sendo que
uma norma constitui fundamento de validade de outra, de forma a criar um verdadeiro escalonamento
normativo. A Constituição, porém, tem fundamento de validade na norma hipotética fundamental, situada
no plano lógico.
7 “Se constituição escrita não corresponde à realidade, ela não passa de uma folha de papel” (Lassale), pois ela não teria
capacidade de alterar a realidade.
Conceito Culturalista
Não foi Meireles Teixeira quem criou essa teoria, mas como ele trata dessa concepção em seu
livro, é mencionado em concursos. José Afonso da Silva também defende essa concepção.
A Constituição é produto de um fato cultural, produzido pela sociedade e nela podendo influir.
Trata-se de uma formação objetiva da cultura e leva em consideração elementos históricos, sociais e
racionais (fatores reais), bem como espirituais (sentimentos, ideais morais, religião e valores) e elementos
voluntarias (vontade humana). Esse conceito conduz à ideia de Constituição total.
Constituição Total
8 As diversas concepções são, na verdade, diferentes formas de se enxergar a Constituição, que possuiria todas as dimensões,
já que a formação objetiva de CULTURA encerra fatores reais (natureza humana, necessidades, tradições, economia),
espirituais (ideais morais, éticos, religiosos e políticos), racionais (técnicas jurídicas, conceitos) e voluntaristas (vontade de
adesão humana).
Centralidade do Direito, como um pano de fundo para todos os atores sociais, responsável pela
sensação de segurança e previsibilidade.
A Constituição, como cerne do Direito, é condição recíproca para o exercício da soberania popular e
dos direitos fundamentais, no momento em que passa a institucionalizar o Sistema de Direitos (conjunto
de D. Fundamentais que os membros de uma comunidade se atribuem reciprocamente quando decidem
regulamentar legitimamente sua convivência por meio do Direito Positivo).
Constituição Para Uadi Bulos, é a Constituição que apresenta mobilidade que lhe permite
plástica projetar sua força normativa nos vários setores da realidade estatal.
Constitucionalização do Direito
#SELIGUE #CONCEITO
estes problemas deixam de ser tratados apenas no âmbito dos respectivos Estados e passam
a ser discutidos entre diversas ordens jurídicas, inclusive não estatais, que muitas vezes são
chamadas a oferecer respostas para a sua solução.
Isso implica, como propõe, com muita propriedade, Marcelo Neves, uma “relação transversal
permanente” entre as distintas ordens jurídicas em torno de problemas constitucionais comuns.
O Direito Constitucional, portanto, afasta-se de sua base originária, que sempre foi o Estado, para se
dedicar às questões transconstitucionais, que são aquelas, segundo Neves, que perpassam os
diversos tipos de ordens jurídicas e que podem envolver tribunais estatais e internacionais
na busca de sua solução.
Neves explica que o conceito de transconstitucionalismo não tem nada a ver com o conceito de
constitucionalismo internacional ou transnacional. O conceito está relacionado à existência
de problemas jurídico-constitucionais que perpassam às distintas ordens jurídicas, sendo
comuns a todas elas, como, por exemplo, os problemas associados aos direitos humanos.
Neste caso, impõe-se um diálogo entre estas distintas ordens jurídicas a fim de que os problemas
que lhes são comuns tenham um tratamento harmonioso e reciprocamente adequado. Essa
interlocução pode ocorrer das mais variadas formas.
É possível que ela decorra da vinculação das ordens jurídicas estatais às decisões das ordens jurídicas
internacionais, como, por exemplo, a sujeição do Brasil às decisões emanadas da Corte Interamericana
de Direitos Humanos (CIDH), em razão da adesão do Estado brasileiro às disposições da Convenção
Americana de Direitos Humanos (CADH); é possível, outrossim, que essa conversação se desenvolva
a partir do respeito e consideração espontânea e mútua entre as diversas ordens jurídicas (estatais
e internacionais), como pode se verificar, por exemplo, quando um Tribunal estatal considera, sem
estar obrigado a tanto, a decisão de outro Tribunal estatal ou internacional, e vice versa.” 9
#APOSTACICLOS #SELIGUE Segundo Bernardo Gonçalves, o julgamento da ADPF n.º 153 pelo
STF sobre a constitucionalidade da Lei de Anistia, em contraposição à decisão da CIDH no caso
Gomes Lund, “é um caso de transconstitucionalismo, nos moldes defendidos por Marcelo
Neves”10. Propõe a solução do conflito por meio de um “diálogo constitucional”, estabelecendo-
se entre as diversas ordens jurídicas a construção de “pontes de transição” e “conversações
10 Fernandes, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 9. Ed. Salvador: JusPodivm, 2017. p. 97.
constitucionais”.
• Princípios constitucionais extensíveis: são aqueles que integram a estrutura da federação brasileira.
Ex.: forma de investidura em cargos eletivos, processo legislativo, preceitos ligados à Administração
Pública. Destaque para o princípio da simetria11.
11 Princípio da simetria: impõe que as constituições estaduais observem determinados modelos estabelecidos pela
Constituição Federal. Essas normas são chamadas de normas de observância obrigatória.
»» Formais objetivas: processo de discussão e aprovação (quórum de 3/5, dois turnos de votação, não
existe sanção ou veto do Presidente, promulgação e publicação pelas mesas da CD e do SF). Outra
limitação formal objetiva diz respeito à promulgação. No caso de emendas, não existe sanção ou
veto pelo Presidente da República. Também não é ele quem promulga ou manda publicar. Quem
promulga a EC são as mesas da Câmara dos Deputados E do Senado Federal. Além dessas, há
outra limitação formal objetiva: a matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por
prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa (#OLHAOGANCHO:
Sessão legislativa: de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro).
#ATENÇÃO para o estudo das normas constitucionais no tempo: o STF não admite a teoria da
inconstitucionalidade superveniente. Nesse caso, há recepção ou não recepção. Nesse sentido, há
recente julgado do STF:
PRINCÍPIOS CARACTERÍSTICAS
• Princípios: São normas que estabelecem determinados fins a serem buscados (ex. art. 3º da CF).
• Postulados normativos: São normas de segundo grau (ou metanormas) que impõem um dever
consistente em estabelecer a estrutura de aplicação e prescrever modos de raciocínio ou argumentação
em relação a outras normas. Não são aplicadas ao caso concreto.
• Princípios: são mandamentos de otimização, ou seja, são normas que devem ser cumpridas na maior
medida possível de acordo com as possibilidades fáticas (circunstâncias do caso concreto) e jurídicas
existentes (deve levar em consideração as normas que atuam em sentido contrário). De acordo com
esse conceito os princípios não são aplicados de maneira exata, mas sim pela lógica do “mais ou
menos”. Os princípios impõem deveres prima facie, ou seja, provisório, o que significa dizer que você
não sabe com antecedência se o dever irá prevalecer no caso concreto, quando comparado com os
demais princípios. Essa teoria diz que os princípios são aplicados através da ponderação.
• Regras: são mandamentos definitivos, ou seja, normas que devem ser cumpridas na exata medida de
suas prescrições. As regras seguem o sistema do “tudo ou nada” ou da subsunção.
pode ser percebida por meio dos usos dos argumentos e razões no âmbito de cada caso concreto.
a) Regras: Lógica do Tudo ou Nada b) Princípios: são dimensões de peso. Utiliza-se da lógica da
Ponderação.
MÉTODOS CARACTERÍSTICAS
MÉTODO JURÍDICO Considera que a Constituição é uma lei como qualquer outra,
devendo ser interpretada usando as regras da Hermenêutica tradicional,
(HERMENÊUTICO
ou seja, os elementos literais (textual), lógico (sistemático), histórico,
CLÁSSICO) teleológico e genético.
MÉTODO NORMATIVO-
A norma seria o resultado da interpretação do texto aliado ao contexto.
ESTRUTURANTE
São aquelas normas que, de imediato, não têm o condão de produzir todos
os seus efeitos, precisando de lei integrativa infraconstitucional. São, portanto,
de aplicabilidade mediata, ou, segundo alguns autores, aplicabilidade diferida.
José Afonso observa que tais normas têm, ao menos, eficácia jurídica imediata,
direta e vinculante, já que: a) estabelecem um dever para o legislador
NORMAS DE ordinário; b) condicionam a legislação futura, com a consequência de serem
EFICÁCIA LIMITADA inconstitucionais as leis ou atos que a ferirem; c) informam a concepção do
Estado e da sociedade e inspiram sua ordenação jurídica; d) constituem sentido
teleológico para a interpretação, integração e aplicação das normas jurídicas;
e) condicionam a atividade discricionária da Administração e do Judiciário; f )
criam situações jurídicas subjetivas, de vantagem ou desvantagem; g) possuem
eficácia ab-rogativa da legislação precedente incompatível.
#SELIGUE #CONCEITO Ativismo Judicial: o Min. Luís Roberto Barroso afirma que, enquanto a
judicialização é um fato (uma questão com repercussão política/social que chega no STF para ser
julgada), o ativismo é uma atitude. É a escolha de um modo específico e proativo de interpretar
a Constituição, expandindo o seu sentido e alcance. A postura ativista se manifesta por meio de
diferentes condutas, que incluem:
Na lição do professor e Ministro do STF Luís Roberto Barroso, o ativismo judicial deriva do
alargamento do escopo jurisdicional para causas relacionadas a políticas públicas e cidadania.
Nessas lides, não raro envolvendo discussões acerca do alcance e das restrições a direitos sociais, o
judiciário toma papel ativo, determinando medidas concretas a serem observadas pelos agentes públicos
e pela sociedade, em um juízo substancialmente político, mas juridicamente fundamentado.
Dentre os famosos casos paradigma de ativismo judicial no Brasil, pode-se citar o exemplo
da descriminalização do aborto de fetos anencéfalos e a declaração de constitucionalidade das
uniões homoafetivas. #TESESDADEFENSORIA
CONTROLE CONCENTRADO
ADI
12 Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade:
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
V o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
• NÃO POSSUEM CAPACIDADE POSTULATÓRIA (PRECISAM DE ADVOGADO): VIII e IX
• PRECISAM COMPROVAR PERTINÊNCIA TEMÁTICA: IV, V e IX.
ADC
Cautelar Suspensão dos processos nos quais se discute o tema pelo prazo de 180 dias.
ADPF
ADO
Legitimidade Autoridade ou órgão responsável pela medida para tornar efetiva a norma
passiva constitucional.
COMPETÊNCIA TJ
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo
órgão especial poderão os TRIBUNAIS declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do
Poder Público.
#SELIGUE Somente se aplica a cláusula de reserva de plenário se a decisão for pela inconstitucionalidade.
Assim, NÃO é preciso respeita-la em caso de:
13 Art. 134 da CE da Bahia- São partes legítimas para propor ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo
Estadual ou Municipal em face desta Constituição:
I - o Governador;
II - a Mesa da Assembleia Legislativa;
III - o Procurador Geral da Justiça;
IV - o Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil;
V - partido político com representação na Assembleia Legislativa;
VI - federação sindical e entidade de classe de âmbito estadual;
VII - Prefeito ou Mesa de Câmara Municipal;
§ 1º - O Procurador Geral de Justiça será sempre ouvido nas ações diretas de inconstitucionalidade.
Também NÃO se aplica para (i) Juiz de 1ª instância; (ii) Juizados ou Turma Recursal.
#ATENÇÃO: Além dessas duas exceções, há julgados do STF no sentido de que seus órgãos
fracionários não se submeteriam à reserva de plenário, em caso de julgamento de recursos
extraordinários. (STF, RE 361829 - 2010).
• Se desrespeitada, haverá nulidade absoluta, por violar norma de repartição de competência funcional.
• A decisão do plenário VINCULA todos os órgãos fracionários daquele Tribunal, e não apenas aquele
que suscitou o incidente. No entanto, NÃO vincula o Juiz de 1º grau. EXCEÇÕES: (a) Se o Tribunal já
tiver decidido o tema; (b) Se o STF já tiver reconhecido a inconstitucionalidade, ainda que em controle
difuso;
#SÚMULASALVA
SV 10-STF: VIOLA a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a decisão de órgão fracionário de
Tribunal que embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do
poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.
Súmula 513-STF: A decisão que enseja a interposição de recurso ordinário ou extraordinário NÃO é
a do plenário, que resolve o incidente de inconstitucionalidade, mas a do órgão (câmara, grupos ou
turmas) que completa o julgado.
#DEOLHONAJURIS
STF (929) Não se conta em dobro o prazo recursal para a Fazenda Pública em processo objetivo,
mesmo que seja para interposição de recurso extraordinário em processo de fiscalização normativa
abstrata.
STF (927) Coexistindo duas ADIs, uma ajuizada perante o tribunal de justiça local e outra perante
o STF, o julgamento da primeira – estadual – somente prejudica o da segunda – do STF – se
STF (926) NÃO VIOLA a SV 10 a decisão de Turma do TRT que determina nomeação dos aprovados
no concurso em razão de preterição e diz que não se aplica, ao caso, o art. 25, § 1º, da Lei 8.987/95
STF (919 – tese de Repercussão Geral) É nula a decisão de órgão fracionário que se recusa a aplicar
o art. 94, II, da Lei nº 9.472/97, sem observar a cláusula de reserva de plenário (art. 97, da CF/88),
observado o art. 949 do CPC/2015.
STF (927) A alteração do parâmetro constitucional, quando o processo ainda está em curso, não
prejudica o conhecimento da ADI. Isso para evitar situações em que uma lei que nasceu claramente
inconstitucional volte a produzir, em tese, seus efeitos.
STF (918) Possibilidade de decretação, de ofício, da modulação dos efeitos da decisão proferida em
ADI
STF (915) CNJ não pode fazer controle de constitucionalidade de lei ou ato normativo de forma a
substituir a competência do STF. Contudo, o CNJ pode determinar a correção de ato do Tribunal
local que, embora respaldado por legislação estadual, se distancie do entendimento do STF.
STF (905) Não cabe ADI contra decreto regulamentar de lei estadual
A Resolução do CNMP consiste em ato normativo de caráter geral e abstrato, editado pelo Conselho
no exercício de sua competência constitucional, razão pela qual constitui ato normativo primário,
sujeito a controle de constitucionalidade, por ação direta, no Supremo Tribunal Federal.
STF (892) É possível que seja celebrado um acordo no bojo de uma arguição de descumprimento
STF (887) O STF não admite a teoria da transcendência dos motivos determinantes
Se uma lei ou ato normativo é declarado inconstitucional pelo STF, incidentalmente, essa decisão,
assim como acontece no controle abstrato, também produz eficácia erga omnes e efeitos vinculantes.
Houve mutação constitucional do art. 52, X, da CF/88. A nova interpretação deve ser a seguinte:
quando o STF declara uma lei inconstitucional, a decisão já tem efeito vinculante e erga omnes e o
STF apenas comunica ao Senado com o objetivo de que a referida Casa Legislativa dê publicidade
daquilo que foi decidido.
STF (857) É possível a modulação dos efeitos da decisão proferida em sede de controle incidental
de constitucionalidade.
STF (852): Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de leis
municipais utilizando como parâmetro normas da Constituição Federal, desde que se trate de
normas de reprodução obrigatória pelos estados.
STF (872) Não se admite ADI contra lei que teria violado tratado internacional não incorporado
ao ordenamento brasileiro na forma do art. 5º, § 3º da CF/88
O que acontece caso o ato normativo que estava sendo impugnado na ADI seja revogado
antes do julgamento da ação?
Regra: haverá perda superveniente do objeto e a ADI não deverá ser conhecida (STF ADI
1203).
Exceção 1: não haverá perda do objeto e a ADI deverá ser conhecida e julgada caso fique demonstrado
que houve “fraude processual”, ou seja, que a norma foi revogada de forma proposital a fim de
evitar que o STF a declarasse inconstitucional e anulasse os efeitos por ela produzidos (STF ADI
3306).
Exceção 2: não haverá perda do objeto se ficar demonstrado que o conteúdo do ato impugnado
foi repetido, em sua essência, em outro diploma normativo. Neste caso, como não houve
desatualização significativa no conteúdo do instituto, não há obstáculo para o conhecimento da
ação.
(STF, ADI 2418/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 4/5/2016. Info 824).
Exceção 3: caso o STF tenha julgado o mérito da ação sem ter sido comunicado previamente
que houve a revogação da norma atacada. Nesta hipótese, não será possível reconhecer, após o
julgamento, a prejudicialidade da ADI já apreciada.
STF. Plenário. ADI 951 ED/SC, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 27/10/2016. Info 845
STF (848): NÃO VIOLA a SV 10, nem a regra do art. 97 da CF/88, a decisão do órgão fracionário do
Tribunal que deixa de aplicar a norma infraconstitucional por entender não haver subsunção aos
fatos.
STF (844): NÃO VIOLA o art. 97 da CF/88 nem a SV 10 a decisão de órgão fracionário do Tribunal
que declara inconstitucional decreto legislativo que se refira a uma situação individual e concreta.
Isso porque o que se sujeita ao princípio da reserva de plenário é a lei ou o ato normativo. Se o DL
tinha um destinatário específico e referia-se a uma dada situação individual e concreta, exaurindo-
se no momento de sua promulgação, ele não pode ser considerado como ato normativo, mas sim
como ato de efeitos concretos.
STJ (546): NÃO há ofensa à cláusula da reserva de plenário quando o órgão fracionário do Tribunal
reconhece a nulidade de um ato administrativo fundado em lei estadual, ainda que esse órgão
julgador tenha feito menção, mas apenas como reforço de argumentação, à inconstitucionalidade
da lei estadual.
#SELIGUE Preâmbulo e seu caráter não normativo, mas interpretativo: O STF já abordou o
tema e concluiu que o preâmbulo NÃO se situa no âmbito do direito, mas somente no âmbito da
política, transparecendo a ideologia do constituinte. Foi adotada, portanto, a Teoria da Irrelevância
-Teoria da Plena Eficácia (tem a mesma eficácia das demais normas constitucionais)
-Teoria da Relevância Jurídica Indireta (tem natureza jurídica, mas difere das demais normas
constitucionais), não adotadas, no entanto, pelo STF.
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos
I - construir uma sociedade humanos;
livre, justa e solidária; III - autodeterminação dos
II - garantir o desenvolvimento povos;
I - a soberania;
nacional; IV - não-intervenção;
II - a cidadania
III - erradicar a pobreza e V - igualdade entre os Estados;
III - a dignidade da pessoa a marginalização e reduzir
humana; VI - defesa da paz;
as desigualdades sociais e
IV - os valores sociais do regionais; VII - solução pacífica dos
trabalho e da livre iniciativa; conflitos;
IV - promover o bem de
V - o pluralismo político. todos, sem preconceitos de VIII - repúdio ao terrorismo e
origem, raça, sexo, cor, idade ao racismo;
e quaisquer outras formas de IX - cooperação entre os
discriminação. povos para o progresso da
humanidade;
X - concessão de asilo político.
Princípio da Igualdade
Nações Unidas, ratificada pelo Brasil em 1968). O conceito é trazido também pelo art. 1º, VI, do
Estatuto da Igualdade Racial (Lei n.º 12.288/2010).
As políticas de ações afirmativas acabam por discriminar, direta ou indiretamente, os grupos que
não foram por elas protegidos. Em outros termos, se são estabelecidas cotas para cargos públicos,
consequentemente, pela ótica inversa, haverá discriminação aos candidatos da ampla concorrência. Para
que não haja distorções, é preciso balizar as ações afirmativas pelo viés do princípio da proporcionalidade.
“(...) o mandado de injunção dar interpretação conforme à Constituição, em face dos mandados
constitucionais de incriminação inscritos nos incisos XLI e XLII do art. 5º da CF, para enquadrar
a homofobia e a transfobia, qualquer que seja a forma de sua manifestação, nos diversos
tipos penais da Lei 7.716/1989, até que sobrevenha legislação autônoma editada pelo Congresso,
seja por considerar-se, nos termos de seu voto, que as práticas homotransfóbicas se qualificam
como espécies do gênero racismo, na dimensão de racismo social consagrada pelo Supremo
Tribunal Federal (STF) no julgamento do HC 82.424/RS (caso Ellwanger), na medida em
que tais condutas importam em atos de segregação que inferiorizam os integrantes do grupo
LGBT, em razão de sua orientação sexual ou de sua identidade de gênero, seja, ainda, porque tais
comportamentos de homotransfobia ajustam-se ao conceito de atos de discriminação e de
ofensa aos seus direitos e suas liberdades fundamentais.”
STF, Plenário, ADO 26/DF, rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 20 e 21.2.2019. (ADO-26) MI
4733/DF, rel. Min. Edson Fachin, julgamento em 20 e 21.2.2019. (MI-4733) (Info 931)
STF. 1ª Turma. Inq 3590/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 12/8/2014 (Info 754).
Palestra proferida por Bolsonaro com críticas aos quilombolas e estrangeiros não configurou
racismo
O então Deputado Federal Jair Bolsonaro proferiu palestra no auditório de determinado clube e
ali fez críticas e comentários negativos a respeito dos quilombolas e também de povos estrangeiros. No
trecho mais questionado de sua palestra, ele afirmou: “Eu fui em um quilombola em El Dourado Paulista.
Olha, o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para
procriador eles servem mais. Mais de um bilhão de reais por ano gastado com eles. Recebem cesta básica
e mais material em implementos agrícolas. Você vai em El Dourado Paulista, você compra arame farpado,
você compra enxada, pá, picareta por metade do preço vendido em outra cidade vizinha. Por que?
Porque eles revendem tudo baratinho lá. Não querem nada com nada.” O STF entendeu que a conduta
de Bolsonaro não configurou o crime de racismo (art. 20 da Lei nº 7.716/89). As palavras por
ele proferidas estão dentro da liberdade de expressão prevista no art. 5º, IV, da CF/88, além de
também estarem cobertas pela imunidade parlamentar (art. 53 da CF/88). O objetivo de seu discurso
não foi o de repressão, dominação, supressão ou eliminação dos quilombolas ou dos estrangeiros. O
pronunciamento do parlamentar estava vinculado ao contexto de demarcação e proveito econômico das
terras e configuram manifestação política que não extrapola os limites da liberdade de expressão. Além
disso, as manifestações de Bolsonaro estavam relacionadas com a sua função de parlamentar. Inclusive,
o convite para a palestra se deu em razão do exercício do cargo de Deputado Federal a fim de dar a
sua visão geopolítica e econômica do País. Assim, havia uma vinculação das manifestações apresentadas
na palestra com os pronunciamentos do parlamentar na Câmara dos Deputados, de sorte que incide a
imunidade parlamentar.
STF. 1ª Turma. Inq 4694/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11/9/2018 (Info 915).
A incitação de ódio público feita por líder religioso contra outras religiões pode configurar
o crime de racismo
A incitação ao ódio público contra quaisquer denominações religiosas e seus seguidores não
está protegida pela cláusula constitucional que assegura a liberdade de expressão. Assim, é possível, a
depender do caso concreto, que um líder religioso seja condenado pelo crime de racismo (art. 20, §2º,
da Lei nº 7.716/89) por ter proferido discursos de ódio público contra outras denominações religiosas e
seus seguidores.
STF. 2ª Turma. RHC 146303/RJ, rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em
6/3/2018 (Info 893).
#DIFERENCIE Caso Jonas Habib Determinado padre escreveu um livro, voltado ao público da
Igreja Católica, no qual ele faz críticas ao espiritismo e a religiões de matriz africana, como a umbanda
e o candomblé. O Ministério Público da Bahia ofereceu denúncia contra ele pela prática do art. 20, §
2º da Lei nº 7.716/89 (Lei do racismo). No caso concreto, o STF entendeu que não houve o crime.
A CF/88 garante o direito à liberdade religiosa. Um dos aspectos da liberdade religiosa é o direito que
o indivíduo possui de não apenas escolher qual religião irá seguir, mas também o de fazer proselitismo
religioso. Proselitismo religioso significa empreender esforços para convencer outras pessoas a
também se converterem à sua religião. Desse modo, a prática do proselitismo, ainda que feita por
meio de comparações entre as religiões (dizendo que uma é melhor que a outra) não configura,
por si só, crime de racismo. Só haverá racismo se o discurso dessa religião supostamente superior for
de dominação, opressão, restrição de direitos ou violação da dignidade humana das pessoas integrantes
dos demais grupos. Por outro lado, se essa religião supostamente superior pregar que tem o dever de
ajudar os “inferiores” para que estes alcancem um nível mais alto de bem-estar e de salvação espiritual
e, neste caso não haverá conduta criminosa. Na situação concreta, o STF entendeu que o réu apenas fez
comparações entre as religiões, procurando demonstrar que a sua deveria prevalecer e que não houve
tentativa de subjugar os adeptos do espiritismo. Pregar um discurso de que as religiões são desiguais e
de que uma é inferior à outra não configura, por si, o elemento típico do art. 20 da Lei nº 7.716/89. Para
haver o crime, seria indispensável que tivesse ficado demonstrado o especial fim de supressão ou redução
da dignidade do diferente, elemento que confere sentido à discriminação que atua como verbo núcleo do
tipo. STF. 1ª Turma. RHC 134682/BA, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 29/11/2016 (Info 849).14
debate público informado e pressupõe a livre troca de ideias e não apenas a divulgação de informações.
STF. Plenário. ADI 2566/DF, rel. orig. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin,
julgado em 16/5/2018 (Info 902).
A CF/88 prevê que “o ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários
normais das escolas públicas de ensino fundamental.” (art. 210, § 1º). O PGR ajuizou ADI pedindo que fosse
conferida interpretação conforme a Constituição ao art. 33, §§ 1º e 2º da LDB e ao art. 11, § 1º do acordo
Brasil-Santa Sé. O STF julgou improcedente a ADI e decidiu que o ensino religioso nas escolas públicas
brasileiras pode ter natureza confessional, ou seja, pode sim ser vinculado a religiões específicas.
A partir da conjugação do binômio Laicidade do Estado (art. 19, I) e Liberdade religiosa (art. 5º, VI), o
Estado deverá assegurar o cumprimento do art. 210, § 1º da CF/88, autorizando na rede pública, em
igualdade de condições o oferecimento de ensino confessional das diversas crenças, mediante requisitos
formais previamente fixados pelo Ministério da Educação. Assim, deve ser permitido aos alunos, que
expressa e voluntariamente se matricularem, o pleno exercício de seu direito subjetivo ao ensino religioso
como disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, ministrada de acordo
com os princípios de sua confissão religiosa, por integrantes da mesma, devidamente credenciados a
partir de chamamento público e, preferencialmente, sem qualquer ônus para o Poder Público. Dessa
forma, o STF entendeu que a CF/88 não proíbe que sejam oferecidas aulas de uma religião específica, que
ensine os dogmas ou valores daquela religião. Não há qualquer problema nisso, desde que se garanta
oportunidade a todas as doutrinas religiosas. STF. Plenário. ADI 4439/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso,
red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 27/9/2017 (Info 879).
STF. Plenário. ADPF 186/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 25 e 26/4/2012 (Info 663).
É também constitucional fixar cotas para alunos que sejam egressos de escolas públicas. STF. Plenário.
RE 597285/RS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 9/5/2012 (repercussão geral) (Info 665).
É constitucional a reserva de 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento
de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública direta e indireta. É possível
também que a Administração Pública adote um controle heterônomo, sobretudo quando existirem
fundadas razões para acreditar que houve abuso na auto declaração. Assim, é legítima a utilização de
critérios subsidiários de heteroidentificação dos candidatos que se declararam pretos ou pardos.
STF. Plenário. ADC 41/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 8/6/2017 (Info 868).
Vale ressaltar as Forças Armadas integram a Administração Pública Federal, de modo que a vagas
oferecidas nos concursos por elas promovidos sujeitam-se à política de cotas prevista na Lei 12.990/2014.
STF.
Idosos que gozam de gratuidade no transporte coletivo, além de não pagarem a passagem,
também são isentos das tarifas de pedágio e de utilização dos terminais
A reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com renda igual ou inferior a 2
(dois) salários-mínimos, prevista no art. 40, I, do Estatuto do Idoso, não se limita ao valor das passagens,
abrangendo eventuais custos relacionados diretamente com o transporte, em que se incluem as tarifas
de pedágio e de utilização dos terminais.
STJ. 1ª Turma. REsp 1.543.465-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 13/12/2018 (Info
641).
10. Direitos e garantias fundamentais: teoria geral dos direitos fundamentais, conceito, evolução,
características, classificações, titularidade e destinatários, eficácia, restrições, conflitos, colisões e
interpretação. 10.1.Direitos e deveres individuais e coletivos em espécie. 10.2. Proteção judicial dos
direitos fundamentais: as ações constitucionais. 10.3. Proteção não judicial dos direitos fundamentais:
direito de resistência, desobediência civil e direito de petição a quaisquer órgãos públicos. 10.4.
Direitos sociais. 10.5.Direito de nacionalidade. Condição jurídica do estrangeiro no Brasil. Condição
jurídica dos migrantes no Brasil. 10.6. Direitos políticos. Democracia: democracia antiga e moderna,
democracia direta, indireta ou representativa e democracia participativa. Mecanismos constitucionais
de participação popular: plebiscito, referendo e iniciativa popular e demais formas de participação
popular nos demais Poderes. 10.7. Partidos políticos.
Direito fundamental como norma cogente e Direito fundamental dentro de uma relação
irradiante, como norte e limite considerando-se jurídica, considerando-se um titular e um
o direito de forma abstrata. destinatário, de forma concreta.
Conteúdo e limites para o exercício do direito se Não há confusão entre o conteúdo do direito e
confundem. os limites para seu exercício.
E o limite dos limites (limites imanentes)? Embora se admita a restrição de direitos fundamentais, há
um conteúdo mínimo que não pode ser atacado. Assim, há limite para a limitação de direitos, que não
podem ser descaracterizados. Requisitos para restringir um direito fundamental: a) respeitar o núcleo
essencial; b) previsão em texto infraconstitucional; c) restrição de caráter geral e abstrato; d) proporcional.
Inviolabilidade domiciliar
O ingresso regular da polícia no domicílio, sem autorização judicial, em caso de flagrante delito,
para que seja válido, necessita que haja fundadas razões ( justa causa) que sinalizem a ocorrência
de crime no interior da residência. A mera intuição acerca de eventual traficância praticada pelo
agente, embora pudesse autorizar abordagem policial, em via pública, para averiguação, não
configura, por si só, justa causa a autorizar o ingresso em seu domicílio, sem o seu consentimento
e sem determinação judicial.
STJ. 6ª Turma. REsp 1574681-RS, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 20/4/2017 (Info 606).
A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno,
quando amparada em fundadas razões, devidamente justificadas “a posteriori”, que indiquem que dentro
da casa ocorre situação de flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do
agente ou da autoridade, e de nulidade dos atos praticados.
STF. Plenário. RE 603616/RO, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4 e 5/11/2015 (repercussão geral)
(Info 806).
Os dados obtidos por meio da quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal devem ser
mantidos sob reserva. Assim, a página do Senado Federal na internet não pode divulgar os dados
obtidos por meio da quebra de sigilo determinada por comissão parlamentar de inquérito (CPI).
STF. Plenário. MS 25940, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/4/2018 (Info 899).
Liberdade de expressão
Para que seja publicada uma biografia NÃO é necessária autorização prévia do indivíduo
biografado, das demais pessoas retratadas, nem de seus familiares.
STF. Plenário. ADI 4815/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 10/6/2015 (Info 789).
Cabe reclamação contra decisão judicial que determina retirada de matéria jornalística de
site
O STF tem sido mais flexível na admissão de reclamação em matéria de liberdade de expressão,
em razão da persistente vulneração desse direito na cultura brasileira, inclusive por via judicial. No
julgamento da ADPF 130, o STF proibiu enfaticamente a censura de publicações jornalísticas, bem como
tornou excepcional qualquer tipo de intervenção estatal na divulgação de notícias e de opiniões. A
liberdade de expressão desfruta de uma posição preferencial no Estado democrático brasileiro, por ser
uma pré-condição para o exercício esclarecido dos demais direitos e liberdades. A retirada de matéria
de circulação configura censura em qualquer hipótese, o que se admite apenas em situações
extremas. Assim, em regra, a colisão da liberdade de expressão com os direitos da personalidade deve
ser resolvida pela retificação, pelo direito de resposta ou pela reparação civil. Diante disso, se uma decisão
judicial determina que se retire do site de uma revista determinada matéria jornalística, esta decisão viola
a orientação do STF, cabendo reclamação.
STF. 1ª Turma. Rcl 22328/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 6/3/2018 (Info 893).
Ações constitucionais
Habeas corpus
- Quem pode usar: qualquer pessoa; o habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa,
em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público (ART. 654 DO CPP).
- Quem pode sofrer a ação: qualquer um que use de ilegalidade ou abuso de poder.
- Modos de HC: Preventivo: Caso haja ameaça de sofrer a coação; Repressivo: Caso esteja sofrendo
a coação.
#SELIGANASSÚMULAS
STF – Súmula nº 693: Não cabe HC contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a
processo em que a pena pecuniária seja a única cominada. (Isso porque Habeas Corpus é para
discutir a liberdade de alguém. Não serve para discutir multa e penas em dinheiro).
STF – Súmula nº 695: Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade.
(Se a pena que privava a pessoa da liberdade já foi extinta. Para que se quer um habeas corpus?).
STF - Súmula nº 606: Não cabe impetração de “habeas corpus” para o plenário contra decisão
colegiada de qualquer das Turmas (ou do próprio Pleno) do STF, ainda que resultante do julgamento
de outros processos de “habeas corpus” ou proferida em sede de recursos em geral, inclusive
aqueles de natureza penal.
- CF, Art. 142 § 2º: Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares. Embora
a CF expresse que não cabe HC contra punições disciplinares, o STF tem flexibilizado a situação
quando a punição privativa de liberdade foi imposta de forma ilegal.
- É cabível habeas corpus inclusive quando a liberdade de locomoção puder ser afetada indiretamente,
por exemplo, contra a quebra de sigilo bancário, caso dela possa resultar processo penal que leve
à sentença de prisão.
- Diferentemente do Mandado de Segurança que só pode ser impetrado quando alguém estiver
se valendo de sua prerrogativa de “direito público”, o habeas corpus pode ser impetrado contra
qualquer pessoa que estiver coagindo alguém de sua liberdade de locomoção.
Mandado de segurança
- Quem pode usar: qualquer pessoa (PF, PJ ou até mesmo órgão público – independente ou
autônomo) seja na forma preventiva ou repressiva.
- Modos de MS: Individual: impetrado em nome de uma única pessoa; Coletivo: impetrado por:
a) partido político com representação no CN; b) organização sindical; c) entidade de classe; ou d)
associação, desde que esta esteja legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um
ano.
- Prazo: O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 dias (prazo
decadencial) contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. Obs.: Este prazo de 120 dias
não se aplica, obviamente, ao MS preventivo, pois a lesão ainda nem ocorreu.
- Ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução;
#SELIGANASSÚMULAS
STF – Súmula nº 625: Controvérsia sobre matéria de direito não impede a concessão de mandado
de segurança (veja que a matéria de fato alegada deve ser incontroversa, líquida e certa. Porém,
nada impede que o direito em que este fato esteja se baseando seja controverso, complexo, por
exemplo, uma lei que esteja sendo objeto de impugnação).
STF – Súmula nº 429: A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o
uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade.
STF – Súmula nº 266: Não cabe mandado de segurança contra lei em tese. (Não se pode usar o MS
para impugnar diretamente uma lei, pois isto é privativo da ação direta de inconstitucionalidade).
STF – Súmula nº 267: Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recursos ou
correição.
STF - Súmula nº 268: Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em
julgado.
STF - Súmula nº 629: A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe
em favor dos associados independe da autorização destes (veja que diferentemente do que
ocorre na representação processual, em se tratando de MS coletivo - substituição processual - basta
autorização genérica, o que se dá com o simples ato de filiação, prescindindo-se que a entidade
STF - Súmula nº 630: A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda
quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.
STF – Súmula nº 430: Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para
o mandado de segurança.
STF – Súmula nº 623: É constitucional a lei que fixa o prazo de decadência para a impetração de
mandado de segurança (120 dias).
- Competências: STF – Súmula nº 624: Não compete ao STF conhecer originariamente o mandado
de segurança contra atos de outros tribunais (a competência para apreciar o mandado de segurança
contra atos e omissões de tribunais é do próprio tribunal).
O STF deferiu mandado de segurança impetrado por pesquisador que queria ter acesso aos áudios
das sessões de julgamento do STM ocorridas na década de 1970, época do regime militar. A recusa do
STM está em descompasso com a ordem constitucional vigente, que garante o acesso à informação
como direito fundamental. (Info 857).
É possível que o STF, ao julgar MS impetrado por parlamentar, exerça controle de constitucionalidade
de projeto que tramita no Congresso Nacional e o declare inconstitucional, determinando seu
arquivamento? Em regra, não. Existem, contudo, duas exceções nas quais o STF pode determinar
o arquivamento da propositura: a) proposta de emenda constitucional que viole cláusula pétrea; b)
proposta de emenda constitucional ou projeto de lei cuja tramitação esteja ocorrendo com violação
às regras constitucionais sobre o processo legislativo. (Info 711).
Não cabe mandado de segurança contra ato de deliberação negativa do Conselho Nacional de
Justiça, por não se tratar de ato que importe a substituição ou a revisão do ato praticado por outro
órgão do Judiciário. (Info 840)
O habeas data é a garantia constitucional adequada para a obtenção dos dados concernentes ao
pagamento de tributos do próprio contribuinte constantes dos sistemas informatizados de apoio à
arrecadação dos órgãos da administração fazendária dos entes estatais. (Info 790).
134.904/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 13/9/2016 (Info 839). #VAICAIR
Não é cabível ação de exibição de documentos que tenha por objeto a obtenção de informações
detidas pela Administração Pública que não foram materializadas em documentos (eletrônicos ou
não), ainda que se alegue demora na prestação dessas informações pela via administrativa. (Info
575).
Não se admite habeas corpus para se questionar nulidade cujo tema não foi trazido antes do
trânsito em julgado da ação originária e tampouco antes do trânsito em julgado da revisão criminal.
A nulidade não suscitada no momento oportuno é impassível de ser arguida através de habeas
corpus, no afã de superar a preclusão, sob pena de transformar o writ em sucedâneo da revisão
criminal. (Info 837).
Em outubro/2004, a parte impetrou mandado de segurança no STF. O writ foi proposto depois que
já havia se passado mais de 120 dias da publicação do ato impugnado. Dessa forma, o Ministro
Relator deveria ter extinguido o mandado de segurança sem resolução do mérito pela decadência.
Ocorre que o Ministro não se atentou para esse fato e concedeu a liminar pleiteada. Em março/2017,
a 1ª Turma do STF apreciou o mandado de segurança. O que fez o Colegiado? Extinguiu o MS sem
resolução do mérito em virtude da decadência? NÃO. A 1ª Turma do STF reconheceu que o MS
foi impetrado fora do prazo, no entanto, como foi concedida liminar que perdurou por mais de 12
anos, os Ministros entenderam que deveria ser apreciado o mérito da ação, em nome da segurança
jurídica. (Info 859).
Não é cabível a interposição de recurso ordinário contra decisão monocrática do relator no Tribunal
que denegou o MS.
MANDADO DE INJUNÇÃO
- Serve para tutelar a falta, total ou parcial, de norma regulamentadora, tornando inviável o exercício
de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, soberania e
cidadania.
- Embora o STF estivesse adotando a TEORIA CONCRETISTA DIRETA E GERAL, a lei do mandado
de injunção adotou a TEORIA CONCRETISTA INTERMEDIÁRIA INDIVIDUAL, exceto quando se
comprova que o impetrado deixou de atender, em MI anterior, ao prazo estabelecido (nesse caso,
adota-se a decisão concretista direta). Além disso, poderá ser conferida eficácia ULTRA PARTES
ou ERGA OMNES quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, liberdade ou
prerrogativa objeto do mandado de injunção.
Natureza e finalidade
Natureza e finalidade
A finalidade é declarar que há uma omissão, já
Trata-se de processo no qual é discutido um
que não existe determinada medida necessária
direito subjetivo. A finalidade é viabilizar o
para tornar efetiva uma norma constitucional.
exercício de um direito. Há, portanto, controle
Temos, portanto, processo objetivo, em que há
concreto de constitucionalidade.
controle abstrato de constitucionalidade.
Cabimento
Cabimento
Cabível quando faltar norma regulamentadora
Cabível quando faltar norma regulamentadora
de direitos e liberdades constitucionais e das
relacionada com qualquer norma constitucional
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
de eficácia limitada.
soberania e à cidadania.
Legitimados ativos
MI individual: pessoas naturais ou jurídicas que Legitimados ativos
se afirmam titulares dos direitos, das liberdades Os legitimados da ADI por omissão estão
ou das prerrogativas. descritos no art. 103 da CF/88.
MI coletivo: art. 12 da Lei nº 13.300/16.
Competência Competência
A competência para julgar a ação dependerá da Se relacionada com norma da CF/88: STF.
autoridade que figura no polo passivo e que
possui atribuição para editar a norma. Se relacionada com norma da CE: TJ.
Efeitos da decisão
Reconhecido o estado de mora legislativa, será
deferida a injunção para:
I - Determinar prazo razoável para que o
impetrado promova a edição da norma
regulamentadora; Efeitos da decisão
II - Estabelecer as condições em que se dará o Declarada a inconstitucionalidade por omissão, o
exercício dos direitos, das liberdades ou das Judiciário dará ciência ao Poder competente para
prerrogativas reclamados ou, se for o caso, que este adote as providências necessárias.
as condições em que poderá o interessado Se for órgão administrativo, este terá um prazo
promover ação própria visando a exercê-los, de 30 dias para adotar a medida necessária.
caso não seja suprida a mora legislativa no prazo
determinado. Se for o Poder Legislativo, não há prazo.
Obs.: será dispensada a determinação a que
se refere o inciso I quando comprovado que o
impetrado deixou de atender, em mandado de
injunção anterior, ao prazo estabelecido para a
edição da norma.
#DEOLHONASSÚMULAS
Súmula 403-STJ: Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada
de imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais.
Súmula 444-STJ: É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar
a pena-base.
Súmula 654-STF: A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5°, XXXVI, da Constituição da
República, não é invocável pela entidade estatal que a tenha editado.
Súmula 280-STJ: O art. 35 do Decreto-Lei nº 7.661, de 1945, que estabelece a prisão administrativa,
foi revogado pelos incisos LXI e LXVII do art. 5º da Constituição Federal de 1988.
Súmula vinculante 25-STF: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade
do depósito.
Súmula 2-STJ: Não cabe o habeas data (CF, art. 5°, LXXII, letra “a”) se não houve recusa de
informações por parte da autoridade administrativa.
Desobediência Civil
#CONCEITO Desobediência civil é um conceito voltado aos movimentos sociais que Paulo
Bonavides chama de grupos de pressão, que é um dos elementos da democracia. Assim, é
um conceito da democracia. Não é um conceito antidemocrático e não é um conceito de revolução.
Segundo John Rawls, é um ato político, público, não violento e consciente contra a lei
realizado com o fim de provocar mudanças nas leis ou nas políticas do governo. Percebe-se
que é uma forma de constatação que fica no limite da fidelidade a lei.
A desobediência civil direta se relaciona com o próprio ato contra o qual se insurge, exemplo:
no referente aos protestos de junho de 2013 percebeu-se que tudo começou em São Paulo, local
onde houve movimento dos estudantes contrário ao aumento da passagem dos ônibus. É possível
considerar esse momento como exemplo de desobediência civil direta, ou seja, relacionada àquele fato,
àquela obrigação; desobedecia-se ao dever de pagar a passagem, pois se era contra aquela gestão do
aumento das passagens.
#SÚMULASALVA #SELIGANASÚMULA
Súmula 280 STJ: O art. 35 do Decreto-Lei n° 7.661, de 1945, que estabelece a prisão administrativa,
foi revogado pelos incisos LXI e LXVII do art. 5° da Constituição Federal de 1988.
Súmula vinculante 25: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do
depósito.
Súmula 654 STF: A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5º, XXXVI, da Constituição da
República, não é invocável pela entidade estatal que a tenha editado.
#CONCEITO Refugiado: pessoa que sofre ou teme sofrer, em seu Estado de origem, perseguição
por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas e que, por esses
motivos, deixa esse Estado e procura proteção em outro, não podendo ou não devendo voltar ao
#SELIGUENAJURIS O STF (RE 587.970, com repercussão geral) fixou a tese de que os estrangeiros
residentes no País são beneficiários da assistência social prevista no artigo 203, inciso V, da
Constituição Federal, uma vez atendidos os requisitos constitucionais e legais.
Ministro da Justiça não tem competência para rever ato de naturalização. (STF. Info 694).
Se um brasileiro nato que mora nos EUA e possui o greencard decidir adquirir a nacionalidade
norte-americana, ele irá perder a nacionalidade brasileira e poderá ser extraditado pelo Brasil. (STF.
Info 822 e 859)
CONARE
No Brasil, a Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados foi aprovada pelo Decreto Legislativo n.
11 de 1960, com exclusão de seus arts. 15 (direito de associação) e 17 (exercício de atividade profissional
assalariada). Pelo Decreto n. 99.757, de 1990, o Governo Brasileiro retirou as reservas aos arts. 15 e 17 da
Convenção.
A decisão que concede o refúgio, apesar de competir a órgão vinculado ao Poder Executivo
(CONARE), está sujeita a controle jurisdicional (info. 558 do STF).
No mesmo sentido, o STJ reafirmou a possibilidade de controle judicial dos atos do CONARE que
concederam refúgio no Brasil. Entretanto, o STJ destaca que o Poder Judiciário deve limitar-se a analisar
as questões de legalidade do procedimento de concessão do refúgio, sem apreciar o acerto ou desacerto
da decisão do CONARE, incumbido legalmente de tal mister, sob pena de invadir o mérito da decisão
administrativa.
Com a nova Lei de Migrações, o estrangeiro passa a ter garantido expressamente o direito de
reunião para fins
pacíficos (art. 4º, VI) e direito de associação, inclusive sindical, para fins lícitos (art. 4º, VII)
Art. 30. A residência poderá ser autorizada, mediante registro, ao imigrante, ao residente fronteiriço
ou ao visitante que se enquadre em uma das seguintes hipóteses: (...) § 3 o Nos procedimentos
conducentes ao cancelamento de autorização de residência e no recurso contra a negativa de
concessão de autorização de residência devem ser respeitados o contraditório e a ampla defesa.
Art. 48. Nos casos de deportação ou expulsão, o chefe da unidade da Polícia Federal poderá representar
perante o juízo federal, respeitados, nos procedimentos judiciais, os direitos à ampla defesa e ao
devido processo legal.
Federação Brasileira
Nosso federalismo surge através de uma origem denominada de centrífuga (ou federalismo por
segregação). Inicialmente, o Brasil era um Estado unitário que se segregou criando unidades
menores.
Repartição de competência:
• VERTICAL– Técnica na qual dois ou mais entes vão atuar conjuntamente ou concorrentemente para
uma mesma matéria. A repartição vertical surge na Constituição Alemã de Weimar de 1919. No Brasil,
aparece pela primeira vez na Constituição de 1934. Atualmente, ela existe na Constituição de 1988.
Essa técnica advém do modelo de federalismo cooperativo ou de integração. A repartição vertical,
é bom que se diga, pode ser desenvolvida de duas formas ou espécies. São elas, a repartição vertical
cumulativa e repartição vertical não cumulativa.
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS
Da União (artigo 22 e parágrafo único). Pode ser delegada aos Estados para
PRIVATIVAS
legislarem sobre determinada matéria, por meio de Lei Complementar.
Súmula Vinculante 39: Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros
das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal.
Súmula 637 do STF: não cabe recurso extraordinário contra acórdão de tribunal de justiça que
defere pedido de intervenção estadual em município.
#DEOLHONAJURIS
É concorrente a competência para lei que obriga as empresas prestadoras de serviços de televisão
a cabo, por satélite ou digital, a fornecerem previamente ao consumidor informações sobre
a identificação dos profissionais que prestarão serviços na sua residência. Trata-se de matéria
de segurança do consumidor e não de telecomunicações, por isso a lei é constitucional
Lei estadual que disponha sobre bloqueadores de sinal de celular em presídio invade a
STF. Plenário. ADI 3835/MS, Rel. Min. Marco Aurélio, ADI 5356/MS, red. p/ o acórdão Min. Marco
Aurélio,
ADI 5253/BA, Rel. Min. Dias Toffoli, ADI 5327/PR, Rel. Min Dias Toffoli, ADI 4861/SC, Rel. Min. Gilmar
Mendes,
Viola a competência privativa da União lei estadual que exija nova certidão negativa não
prevista na Lei 8.666/93
É inconstitucional lei estadual que exija Certidão negativa de Violação aos Direitos do Consumidor
dos interessados em participar de licitações e em celebrar contratos com órgãos e entidades
estaduais. Esta lei é inconstitucional porque compete privativamente à União legislar sobre normas
gerais de licitação e contratos (art. 22, XXVII, da CF/88).
STF. Plenário. ADI 3.735/MS, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 8/9/2016 (Info 838)
Lei estadual pode fixar número máximo de alunos por sala de aula
A competência para legislar sobre educação e ensino é concorrente (art. 24, IX, da CF/88). No
âmbito da legislação concorrente, a União tem competência apenas para estabelecer as normas
gerais (§ 1º) e os Estados podem suplementar (complementar, detalhar) a legislação federal (§ 2º).
As normas gerais sobre educação foram editadas pela União na Lei 9.394/96 (LDB).
Determinado Estado-membro editou uma lei prevendo o número máximo de alunos que poderiam
estudar nas salas de aula das escolas, públicas ou particulares, ali existentes. O STF entendeu que
essa lei é constitucional e que não usurpa a competência da União para legislar sobre normas gerais
de educação.
STF. Plenário. ADI 4060/SC, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25/2/2015 (Info 775).
Os Municípios detêm competência para legislar sobre assuntos de interesse local, ainda que,
de modo reflexo, tratem de direito comercial ou do consumidor.
A Lei prevê que, após o cliente efetuar o pagamento nas caixas registradoras da empresa instaladas,
não é possível nova conferência na saída. Os Municípios detêm competência para legislar sobre
assuntos de interesse local (art. 30, I, da CF/88), ainda que, de modo reflexo, tratem de direito
comercial ou do consumidor.
STF. 2ª Turma. RE 1.052.719 AgR/PB, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 25/9/2018 (Info 917).
Viola a Constituição Federal lei municipal que proíbe o trânsito de veículos, sejam eles
motorizados ou não, transportando cargas vivas nas áreas urbanas e de expansão urbana
do Município.
Além disso, sob a justificativa de criar mecanismo legislativo de proteção aos animais, o legislador
municipal impôs restrição desproporcional.
Esta desproporcionalidade fica evidente quando se verifica que a legislação federal já prevê uma
série de instrumentos para garantir, de um lado, a qualidade dos produtos destinados ao consumo
pela população e, de outro, a existência digna e a ausência de sofrimento dos animais, tanto no
transporte quanto no seu abate.
STF. Plenário. ADPF 514 e ADPF 516 MC-REF/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 11/10/2018 (Info
919)
União é ré em ação proposta por Policial Civil do DF buscando gratificação. (Info 748)
Deve ser deferido pedido de intervenção federal quando verificado o descumprimento pelo Estado,
sem justificativa plausível e por prazo desarrazoado, de ordem judicial que tenha requisitado força
policial para promover reintegração de posse em imóvel rural ocupado pelo MST, mesmo que, no
caso, tenha se consolidado a invasão por um grande número de famílias e exista, sem previsão de
conclusão, procedimento administrativo de aquisição da referida propriedade pelo INCRA para fins
de reforma agrária. (Info 550 STJ)
Para que seja decretada a intervenção federal em um Estado-membro que tenha deixado de pagar
precatórios é necessário que fique comprovado que esse descumprimento é voluntário e intencional.
Se ficar demonstrado que o ente não pagou por dificuldades financeiras não há intervenção. STF.
Plenário.
É necessária a edição de LC federal para que possam ser criados novos municípios. (Info 758).
Intervenção
13. Organização funcional do Estado: a) princípio da separação dos poderes: essência, evolução,
significado e atualidade; b) controles interorgânicos e funções típicas e atípicas de cada poder.
13.1. Poder Legislativo: a) funções, organização e funcionamento; b) atos parlamentares; c) espécies
normativas; d) processo legislativo; e) estatuto dos congressistas; f ) regimentos parlamentares; g)
Tribunal de Contas. 13.2. Poder Executivo: a) sistemas de governo: presidencialismo e parlamentarismo
e suas características; b) Presidente da República, Governadores e Prefeitos: eleição, reeleição, perda
do mandato, impedimento, substituição, sucessão, vacância, responsabilidade e atribuições; c)
Ministros de Estado, Conselho da República e Conselho de Defesa Nacional. d) Edição de medidas
provisórias e poder regulamentar. 13.3. Poder Judiciário: a) funções, organização, competências e
funcionamento; b) estatuto da magistratura e seus princípios informativos; c) garantias institucionais
da função judicial; d) jurisdição constitucional do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal de Justiça
do Estado de São Paulo; d) súmula vinculante; e) repercussão geral e f ) Conselho Nacional de
Justiça.
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões,
palavras e votos. IMUNIDADE MATERIAL.
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional NÃO poderão ser presos,
SALVO em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de 24 horas
à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o
STF dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto
da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de 45 dias do
seu recebimento pela Mesa Diretora.
Súmula 397-STF: O poder de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em caso de
crime cometido nas suas dependências, compreende, consoante o regimento, a prisão em flagrante
do acusado e a realização do inquérito.
Súmula 653-STF: No Tribunal de Contas estadual, composto por sete conselheiros, quatro devem
ser escolhidos pela Assembleia Legislativa e três pelo Chefe do Poder Executivo estadual, cabendo
a este indicar um dentre auditores e outro dentre membros do Ministério Público, e um terceiro à
sua livre escolha.
Súmula vinculante 3-STF: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se
o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de
ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de
concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
Súmula 6-STF: A revogação ou anulação, pelo Poder Executivo, de aposentadoria, ou qual- quer
outro ato aprovado pelo Tribunal de Contas, não produz efeitos antes de aprovada por aquele
tribunal, ressalvada a competência revisora do judiciário.
#DEOLHONAJURIS: O Poder Judiciário possui competência para impor aos parlamentares, por
autoridade própria, as medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP, seja em substituição de
prisão em flagrante delito por crime inafiançável, por constituírem medidas individuais e específicas
menos gravosas; seja autonomamente, em circunstâncias de excepcional gravidade. Obs.: no caso
de Deputados Federais e Senadores, a competência para impor tais medidas cautelares é do STF
(art. 102, I, “b”, da CF/88). Importante, contudo, fazer uma ressalva: se a medida cautelar imposta
pelo STF impossibilitar, direta ou indiretamente, que o Deputado Federal ou Senador exerça o seu
mandato, então, neste caso, o Supremo deverá encaminhar a sua decisão, no prazo de 24 horas,
à Câmara dos Deputados ou ao Senado Federal para que a respectiva Casa delibere se a medida
cautelar imposta pela Corte deverá ou não ser mantida. Assim, o STF pode impor a Deputado
Federal ou Senador qualquer das medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP. No entanto, se
a medida imposta impedir, direta ou indiretamente, que esse Deputado ou Senador exerça seu
mandato, então, neste caso, a Câmara ou o Senado poderá rejeitar (“derrubar”) a medida cautelar
que havia sido determinada pelo Judiciário. Aplica-se, por analogia, a regra do §2º do art. 53 da
CF/88 também para as medidas cautelares diversas da prisão. STF. Plenário. ADI 5526/DF, rel. orig.
Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 11/10/2017 (Info 881).
Poder Executivo
Réu em processo criminal NÃO pode assumir, como substituto, o cargo de Presidente da República,
embora possa continuar na chefia do Poder por eles titularizados. STF (2016 – 850
Mandato-Tampão
INDIRETA
DIRETA
ELEIÇÃO (votam apenas os Deputados e
(feita pelo povo)
Senadores)
- Vale ressaltar que o STF tem entendimento sedimentado de que o art. 81, §1º, da CF (regramento da
sucessão presidencial no caso de dupla vacância) NÃO é uma norma de reprodução obrigatória
pelos Estados e Municípios em suas respectivas Constituições/Leis Orgânicas.
- Para a Corte, compete aos entes federados, como decorrência do princípio federativo, o exercício
da autonomia política administrativa para estabelecerem as regras da sucessão na hipótese da
dupla vacância na chefia do Poder Executivo.
- Sabe-se que é da competência privativa da União a legislação sobre direito eleitoral, todavia, o STF
diz que o procedimento de sucessão NÃO é materialmente eleitoral.
Poder Judiciário
PODER JUDICIÁRIO
14. Funções essenciais à Justiça: a) Ministério Público, Defensoria Pública e Advocacia: regime
jurídico; b) Defensoria Pública: enquadramento constitucional, autonomia, princípios, garantias
institucionais e funcionais.
15. Defesa do Estado e das Instituições Democráticas: a) estado de defesa; b) estado de sítio; c)
forças armadas; d) segurança pública.
O tempo necessário da
Máximo de 30 dias, Máximo de 30 dias,
guerra ou para repelir
PRAZO prorrogável por mais prorrogado por mais
a agressão armada
30 dias uma única vez. 30 dias, de cada vez.
estrangeira.
Âmbito nacional. Após
IDEM AO
o Decreto, o Presidente
Âmbito regional. PROCEDIMENTO DE
especificará as medidas
ÁREAS ABRANGIDAS Locais restritos e DECRETAÇÃO DE
específicas e as áreas
determinados (art. 136). ESTADO DE SÍTIO
abrangidas (art. 138,
ANTERIOR.
caput)
Poderão ser Poderão ser
restringidos do art. atingidos, em tese,
5º, XI (inviolabilidade todas as garantias
domiciliar), XII (sigilo constitucionais,
Poderão ser de correspondência desde que presentes
restringidos os direitos e de comunicações três requisitos
do art. 5º, XII (sigilo telegráficas e constitucionais:
de correspondência telefônicas), XVI
e de comunicações (direito de reunião), 1- Necessidade de
RESTRIÇÕES efetivação da medida;
telegráficas e XXV (direito de
A DIREITOS E
telefônicas), XVI (direito propriedade) LXI 2- Tenham sido objeto
GARANTIAS de reunião) e LXI (exigibilidade de prisão de deliberação por
INDIVIDUAIS (exigibilidade de prisão somente em flagrante parte do Congresso
somente em flagrante delito ou por ordem Nacional no momento
delito ou por ordem da autoridade judicial de autorização da
da autoridade judicial competente) e também medida;
competente) o art. 220 (liberdade
de manifestação 3- Devem estar
do pensamento, a expressamente
criação, a expressão e a previstos no Decreto
informação) presidencial.
Posterior. Decretado
o Estado de Defesa
ou sua prorrogação,
o Presidente da
República, dentro de
24 horas, submeterá o Prévio. O controle do
CONTROLE ato com a respectiva Congresso Nacional
justificativa ao é prévio, vez que IDEM AO ESTADO DE
POLÍTICO SOBRE A
Congresso Nacional, há necessidade de SÍTIO ANTERIOR.
DECRETAÇÃO que somente aprovará autorização para que o
a decretação por Presidente o decrete.
maioria absoluta
de ambas as Casas
Legislativas editando
o respectivo Decreto
Legislativo.
A mesa do Congresso
Nacional, ouvidos os
líderes partidários,
designará Comissão
FISCALIZAÇÃO composta de cinco
POLÍTICA SOBRE AS de seus membros IDEM IDEM
MEDIDAS para acompanhar e
fiscalizar a execução
das medidas referentes
ao Estado de Defesa e
ao Estado de Sítio.
IDEM. Além disso,
O Congresso Nacional
no Estado de Sítio
permanecerá em
não se incluirá a
funcionamento até o
possibilidade de
término das medidas
restrição à liberdade de
coercitivas. Em hipótese
ATIVIDADE informação, a difusão IDEM AO ESTADO DE
alguma permite-se
PARLAMENTAR de pronunciamentos SÍTO ANTERIOR.
o constrangimento
de parlamentares
do Poder Legislativo,
efetuados em suas
sob pena de crime de
Casas Legislativas,
responsabilidade (art.
desde que liberada
85, III)
pela respectiva mesa.
Cessado o Estado de
Defesa ou o Estado
de Sítio, cessarão
também seus efeitos,
RESPONSABILIDADE sem prejuízo da IDEM IDEM
responsabilidade pelos
ilícitos cometidos por
seus executores ou
agentes.
Cessada a situação
excepcional, as
medidas aplicadas
em sua vigência
serão relatadas
pelo Presidente
da República, em
PRESTAÇÃO DE mensagem ao
IDEM IDEM
CONTAS Congresso Nacional,
com especificação
e justificação das
providências adotadas,
com relação nominal
dos atingidos, bem
como a indicação das
restrições aplicadas.
DESRESPEITO OS
REQUISITOS E Crime de
PRESSUPOSTOS responsabilidade
CONSITUCIONAIS sem prejuízo das IDEM IDEM
POR PARTE DO responsabilidades civis
PRESIDENTE DA e criminais.
REPÚBLICA
INTERVENÇÃO:
Súmula 637 STF: Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que defere
pedido de intervenção estadual em Município.
ESPÉCIES DE
REQUISITOS
USUCAPIÃO
a) sem oposição
b) há mais de cinco anos
c) área total dividida pelo número de possuidores seja inferior a duzentos e
cinquenta metros quadrados
d) desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel
6. Coletiva urbano ou rural.
#ATENÇÃO! Não se aplicam mais os requisitos: ocupado por POPULAÇÃO
DE BAIXA RENDA para sua moradia e onde NÃO for possível identificar os
terrenos ocupados por possuidor. Redação dada pela lei nº 13.465, de 2017.
#NOVIDADELEGISLATIVA
#ATENÇÃO! Nota-se, assim, que esta espécie de usucapião dispensa
inclusive o JUSTO TÍTULO e a BOA-FÉ do possuidor.
DA EDUCAÇÃO
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira,
com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas;
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos
de lei federal.
(...)
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: #FICALIGADO
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade,
assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade
própria; #COLANARETINA
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade
de cada um;
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas
suplementares de material didáticoescolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa
responsabilidade da autoridade competente.
Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar
formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais.
§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das
escolas públicas de ensino fundamental.
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração
seus sistemas de ensino.
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.
(...)
(...)
Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas
comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que:
§ 1º - Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de estudo para o ensino
fundamental e médio, na forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos, quando
houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública na localidade da residência do educando,
ficando o Poder Público obrigado a investir prioritariamente na expansão de sua rede na localidade.
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo
de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos,
metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino
em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das
diferentes esferas federativas que conduzam a:
I - erradicação do analfabetismo;
Seção II
DA CULTURA
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes
da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.
III formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas múltiplas dimensões;
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial,
tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória
dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
II - serviço da dívida;
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados.
§ 1º O Sistema Nacional de Cultura fundamenta-se na política nacional de cultura e nas suas diretrizes,
estabelecidas no Plano Nacional de Cultura, e rege-se pelos seguintes princípios:
IV - cooperação entre os entes federados, os agentes públicos e privados atuantes na área cultural
XII - ampliação progressiva dos recursos contidos nos orçamentos públicos para a cultura.
(...)
20. Das disposições constitucionais gerais. 21. Ato das disposições constitucionais transitórias.
Art. 68. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é
reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.
Art. 98. O número de defensores públicos na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva
demanda pelo serviço da Defensoria Pública e à respectiva população. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 80, de 2014)
§1º No prazo de 8 (oito) anos, a União, os Estados e o Distrito Federal deverão contar com defensores
§2º Durante o decurso do prazo previsto no §1º deste artigo, a lotação dos defensores públicos
ocorrerá, prioritariamente, atendendo as regiões com maiores índices de exclusão social e adensamento
populacional
E não se esqueça da natureza do ADCT de norma constitucional, tal como as demais do texto da CF.
DIREITO ADMINISTRATIVO
»» FONTES
- A doutrina costuma apontar a existência de cinco fontes principais deste ramo do Direito, quais
sejam: a lei, a jurisprudência, a doutrina, os princípios gerais e os costumes.
b) Doutrina.
d) Costumes: prática habitual, acreditando ser ela obrigatória. O costume não cria nem exime
obrigação.
De acordo com Matheus Carvalho, “os costumes Na dicção de Matheus Carvalho: “o costume
sociais se apresentam como um conjunto de administrativo é caracterizado como prática
regras não escritas, que são, todavia, observadas reiteradamente observada pelos agentes
de modo uniforme por determinada sociedade, administrativos diante de determinada situação
que as considera obrigatórias. Ainda considera-se concreta. A prática comum na Administração
fonte relevante do Direito Administrativo, tendo Pública é admitida em casos de lacuna normativa
em vista a deficiência legislativa na matéria”. e funciona como fonte secundária de Direito
e) Princípios Gerais do Direito: estão na base da disciplina/alicerce. Ex.: Ninguém pode causar
dano a outrem. É vedado o enriquecimento ilícito. Ninguém pode se beneficiar da própria torpeza.
Administração Pública corresponde a todo o aparelhamento do Estado. A máquina estatal. Ela pode
ser analisada sob dois enfoques diferentes:
Aqui há possibilidade de controle pelo Poder Judiciário. De acordo com Matheus Carvalho, “a
adoção do sistema de jurisdição única não implica a vedação à existência de solução de litígios na esfera
administrativa. Ao contrário, a Administração Pública tem poder para efetivar a revisão acerca dos seus
atos, independentemente de provocação de qualquer interessado. Ocorre que a decisão administrativa
não impede que a matéria seja levada à apreciação do Poder Judiciário”.
O Brasil acolheu o sistema de jurisdição única. Nós tivemos um momento em que se tentou
introduzir o sistema do contencioso administrativo, mas isso não saiu do papel. Desde sempre, o
Brasil adota a jurisdição única. Mas fiquem atentos à pegadinha: os dois sistemas, em verdade, são
mistos, já que os dois incluem o controle pela Administração e pelo Judiciário. O que os diferencia
é a predominância de controle.
contrarie SÚMULA VINCULANTE só pode ser alvo de reclamação constitucional quando esgotada a
via administrativa (art. 7º, § 1º da Lei 11.417/06); e, (iv) concessão de benefícios previdenciários (isso
não se confunde com o exaurimento das vias administrativa).
- É o conjunto de normas que norteiam a atuação da Administração Pública. A lista de princípios não
está totalmente definida, mas todos guardam com os demais uma relação lógica de coerência (sistema
unidade). Por essa razão, compõe-se como conjunto harmônico de princípios e regras.
- Não existe um princípio que se sobreponha aos outros ou que seja absoluto. Assim, deve-se
utilizar o critério de ponderação dos interesses na situação concreta (não há nulidade nem exclusão na
hipótese de conflito).
»» Supremacia do interesse público: Visa satisfazer o interesse público propriamente dito, concedendo
à Administração Pública algumas prerrogativas. Não está expresso na CF. Exemplos de aplicação:
atributos dos atos administrativos (presunção de legitimidade, autoexecutoriedade e imperatividade),
poderes da Administração (poder de polícia), contratos administrativos (cláusulas exorbitantes, art. 58
da Lei nº 8.666/93), intervenção na propriedade (requisição, art. 5º, XXV, CF, desapropriação, art. 5º,
XXIV, CF).
»» PODERES DA ADMINISTRAÇÃO
- O excesso de poder ocorre em casos nos quais a autoridade pública atua fora dos limites de sua
competência, ou seja, exorbita ou extrapola a competência que lhe foi atribuída, praticando atos que não
estão previamente estipulados por lei.
- O desvio de poder estará presente sempre que o agente do Estado praticar o ato, até mesmo
dentro dos limites da competência a ele conferida, mas visando a alcançar outra finalidade que não
aquela prevista em lei.
»» PODER VINCULADO
»» PODER DISCRICIONÁRIO
De acordo com Matheus Carvalho, o Poder Judiciário não pode e não deve substituir a decisão
do administrador, não pode fazer análise de interesse público, não pode, enfim, julgar o mérito de um
ato administrativo discricionário. Isso porque, o mérito é a área que coincide com o campo opinativo do
administrador público, extrapolando aquela de atuação do Poder Judiciário.
Contudo, ainda que o ato administrativo seja discricionário, ele fica sujeito a controle jurisdicional no
que diz respeito à sua adequação com a lei, mas nunca na análise meritória.
PODER HIERÁRQUICO
PODER DISCIPLINAR
Prerrogativa para aplicar sanções àqueles que, submetidos à disciplina interna da Administração,
cometem infrações (servidores e particulares com vínculo contratual).
Não se confunde com o poder punitivo do Estado (exercido pelo Poder Judiciário para punir infrações
de natureza civil e penal. Ex.: atos de improbidade).
Admite discricionariedade (gradação e escolha da penalidade).
PODER NORMATIVO
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de
interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e
do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder
Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
a) norma de polícia (legislação): estabelece os limites do exercício dos direitos individuais. Pode ser
constitucional, legal ou regulamentar;
#NÃOCONFUNDA:
- Polícia judiciária: caráter repressivo; exercida por corporações especializadas (polícias civil,
federal e militar); prepara a função jurisdicional; incide sobre pessoas.
Havendo omissão do órgão estadual na fiscalização, mesmo que outorgante da licença ambiental,
o IBAMA pode exercer o seu poder de polícia administrativa, porque não se pode confundir
competência para licenciar com competência para fiscalizar. STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp
1484933/CE, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 21/03/2017.
A legislação de cada ente deverá prever o prazo prescricional da sanção de polícia. No âmbito
federal o prazo é de 5 anos, com fundamento na Lei n.º 9.873/99. Caso não haja lei estadual ou
municipal sobre o assunto, deverá ser aplicado o prazo prescricional de 5 anos por força, não da Lei
n. 9.873/99, mas sim do art. 1º do Decreto 20.910/32. STJ. 2ª Turma. AgInt no REsp 1409267/PR, Rel.
Min. Assusete Magalhães, julgado em 16/03/2017.
A atividade fiscalizatória das atividades nocivas ao meio ambiente concede ao IBAMA interesse
jurídico suficiente para exercer seu poder de polícia administrativa, ainda que o bem esteja situado
em área cuja competência para o licenciamento seja do Município ou do Estado. Nos termos da
legislação federal de regência, a competência concorrente não inibe a atuação do IBAMA, ainda
mais não tendo havido a interferência de órgão ambiental local. STJ. 2ª Turma. REsp 1560916/AL, Rel.
Min. Francisco Falcão, julgado em 06/10/2016.
O PROCON detém poder de polícia para impor multas (art. 57 do CDC) decorrentes de
transgressão às regras ditadas pela Lei n.º 8.078/90. Assim, a sanção administrativa aplicada pelo
PROCON reveste-se de legitimidade, em virtude de seu poder de polícia (atividade administrativa
de ordenação) para cominar multas relacionadas à transgressão do CDC. STJ. 1ª Turma. AgInt no
REsp 1594667/MG, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 04/08/2016.
regulamentar, controlar e fiscalizar os produtos e serviços que envolvam risco à saúde pública (art.
8º da Lei nº 9.782/99). Assim, é da Agência a atribuição de definir o que é medicamento e o que
é cosmético. STJ. 1ª Turma. REsp 1.555.004-SC, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em
16/2/2016 (Info 577).
As guardas municipais, desde que autorizadas por lei municipal, têm competência para fiscalizar
o trânsito, lavrar auto de infração de trânsito e impor multas. O STF definiu a tese de que
é constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício do poder de polícia de trânsito,
inclusive para a imposição de sanções administrativas legalmente previstas (ex: multas de trânsito).
STF. Plenário. RE 658570/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso,
julgado em 6/8/2015 (repercussão geral) (Info 793).
A atividade fiscalizatória exercida pelos conselhos profissionais não pode ser incluída entre
as competências estabelecidas no art. 114 da Constituição Federal, uma vez que não há relação
de trabalho entre o Conselho de Fiscalização Profissional e os profissionais perante ele registrados.
O que há entre eles é uma relação de natureza estatutária (isto é, regrada por atos normativos, e
não por contrato), pertencente ao domínio do Direito Administrativo. Desse modo, se o profissional
(ex: médico) não concorda com uma determinação do respectivo Conselho (ex: CRM) e decide
ingressar com ação judicial questionando a medida, tal demanda não é de competência da Justiça
do Trabalho, mas sim da Justiça Federal comum. STJ. 1ª Seção. CC 127.761/DF, Rel. Min. Mauro
Campbell Marques, julgado em 28/08/2013.
#DEOLHONASÚMULA
Súmula 467 STJ: Prescreve em cinco anos, contados do término do processo administrativo, a
pretensão da Administração Pública de promover a execução da multa por infração ambiental.
»» PRINCÍPIOS
#ATENÇÃO: Hoje em dia, a doutrina mais moderna entende que o princípio da legalidade foi
substituído pelo PRINCÍPIO DA JURIDICIDADE, segundo o qual a Administração se vincula não
apenas à lei, mas também a todo o ordenamento jurídico, especialmente à Constituição Federal.
»» ISONOMIA
Súmula 683 STF: O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do
art. 7º, XXX, da CF, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.
»» RAZOABILIDADE/PROPORCIONALIDADE
»» AUTOTUTELA
Súmula 346 STF: A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
Súmula 473 STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que
os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
»» SEGURANÇA JURÍDICA
OBJETIVO: refere-se à irretroatividade das normas e à proteção dos atos perfeitamente realizados,
em relação a modificações legislativas posteriores.
»» CONTRADITÓRIO/AMPLA DEFESA
Em auditoria realizada pelo TCU para apurar a gestão administrativa do órgão, os terceiros
indiretamente afetados pelas determinações do Tribunal (ex: pensionistas) não possuem direito de
serem ouvidos no processo fiscalizatório. Não existe, no caso, desrespeito ao devido processo legal.
Nessa espécie de atuação administrativa, a relação processual envolve apenas o órgão fiscalizador
e o fiscalizado, sendo dispensável a participação dos interessados. O contraditório pressupõe a
existência de litigantes ou acusados, o que não ocorre quando o Tribunal de Contas atua no campo
da fiscalização de órgãos e entes administrativos. O contraditório deve ser garantido pelo órgão de
origem, a quem cabe o cumprimento da determinação do Tribunal de Contas. Não aplicação do
art. 54 da Lei nº 9.784/99 para as fiscalizações realizadas pelo TC na forma do art. 71, IV, da CF/88.
Em casos de “fiscalização linear exercida pelo Tribunal de Contas”, nos termos do art. 71, IV, da
CF/88, não se aplica o prazo de decadência previsto no art. 54 da Lei nº 9.784/99. Isso porque em
processos de “controle abstrato”, o Tribunal de Contas não faz o exame de ato específico do qual
decorre efeito favorável ao administrado. A Corte está examinando a regularidade das contas do
órgão e a repercussão sobre eventual direito individual é apenas indireta. STF. 1ª Turma. MS 34224/
DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 15/8/2017 (Info 873).
independentes. Entretanto, devem ser atendidos alguns requisitos como: não incidir em
um campo de reserva legal; buscar atender aos objetivos do Estado, ao interesse público ou
tutelar direitos; ser editado de acordo com os princípios de direito administrativo, etc.
a) GERAL, que se fundamenta no princípio da separação dos poderes e significa que a atuação
de cada órgão estatal não pode invadir ou cercear o núcleo essencial da competência dos outros
órgãos; e
Súmula Vinculante nº 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral
ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma
pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em
comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta
em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido
o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
- O exercício das atividades administrativas pode se dar tanto de forma centralizada quanto de
forma descentralizada:
»» Centralizada: prestada pela Administração direta, composta pelos entes políticos e seus respectivos
órgãos. É o núcleo da Administração.
»» Política: é aquela que existe numa Federação, onde há uma repartição originária de competências.
#ATENÇÃO: Art. 37, XIX, CF. Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
- Para a criação de subsidiárias, também há a exigência de lei, mas esta não precisa ser específica.
A própria lei que institui a entidade pode autorizar a criação de suas subsidiárias. Em razão do princípio
da especialidade, essa lei deve ser minuciosa, trazendo todas as áreas de atuação da entidade de forma
específica. Por outro lado, a organização interna da entidade pode ficar a cargo da edição de atos
administrativos.
»» Paralelismo das formas: se lei cria, lei extingue. Se lei autoriza a criação, autoriza a extinção da
entidade.
Dentre as entidades criadas pela Administração Pública, reputamos mais importante saber os temas
gerais sobre as Autarquias:
São pessoas jurídicas de direito público que desenvolvem atividades típicas, próprias do
Estado. Possui regime muito semelhante aos dos entes da Administração Direta (exemplos: INSS, INCRA,
conselhos de classe, IBAMA).
• Seus contratos também são contratos administrativos, de forma que também devem observar as
regras de licitação e podem se valer das cláusulas exorbitantes.
• São fiscalizadas pelo Tribunal de Contas e devem observar a Lei de Responsabilidade Fiscal.
»» Impenhoráveis.
»» Imprescritíveis.
- Empresa Pública: pessoa jurídica de direito privado, integrante da Administração Indireta, criada
por autorização legal, sob qualquer forma societária admitida em direito, cujo capital é formado por bens
e valores oriundos de pessoas administrativas, que prestam serviços públicos ou executam atividades
econômicas. De acordo com o art. 3º, parágrafo único, da Lei 13.303/2016, ainda que as pessoas de direito
público ou de direito privado da Administração Indireta possam ser acionistas das empresas públicas, o
controle societário deve permanecer com o Ente federado (União, Estado, DF ou Município). Apenas
pessoas administrativas participam do capital.
Indireta, criada por autorização legal, sob a forma societária de sociedade anônima, cujo capital é formado
por bens e valores oriundos de pessoas administrativas e de particulares, com controle acionário do
Estado, que prestam serviços públicos ou executam atividades econômicas. Ainda que seja possível a
participação societária de pessoas da iniciativa privada, o controle societário deve permanecer com os
Entes federados ou com entidades da Administração Pública Indireta. Formada por capital público e
privado.
#SELIGA: As empresas públicas e as sociedades de economia mista podem desempenhar dois tipos
de atividades: atividades econômicas e serviços públicos. A distinção relativa ao objeto da estatal
influencia, decisivamente, no respectivo regime jurídico: enquanto a atividade econômica encontra-
se submetida ao princípio da livre-iniciativa, a prestação do serviço público é de titularidade estatal.
Isso porque o desempenho de atividades econômicas por estatais não pode significar prejuízo para
os particulares que atuam no setor econômico e que são os seus verdadeiros protagonistas. Por
essa razão, o art. 173, § 1º, II, da CF, estabelece a sujeição das estatais “ao regime jurídico próprio
das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e
tributários”
d) considerados agentes públicos para fins penais (art. 327, caput e § 1º, do CP) e submissão à Lei de
Improbidade Administrativa (art. 2º da Lei 8.429/1992).
- Seu patrimônio é constituído por bens privados, na forma do art. 98 do CC, mas seu regime
jurídico sofre modulações de direito público, especialmente no tocante à sua alienação, que depende do
cumprimento das exigências legais (arts. 49 e 50 da Lei 13.303/2016), e, no caso das estatais prestadoras
de serviços públicos, à vedação de penhora de bens necessários à continuidade dos serviços. Não estando
utilizado em finalidade pública, poderá ser usucapido.
- A natureza da responsabilidade civil varia de acordo com a atividade desenvolvida por essas
empresas. Em relação às empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviços
públicos, a responsabilidade civil será objetiva, com fundamento no art. 37, § 6º, da CRFB. Por outro lado,
as empresas públicas e sociedades de economia mista econômicas respondem, em regra, de maneira
subjetiva, como as demais pessoas privadas, ressalvada previsão de responsabilidade objetiva na forma
da legislação infraconstitucional especial (ex.: relação de consumo).
- O STF tem reconhecido a imunidade tributária do art. 150, VI, “a”, da CRFB às estatais de serviços
públicos e às estatais que exercem atividades monopolizadas, uma vez que não se aplica, nessas hipóteses,
o art. 173 da CRFB. Todavia, a referida imunidade não se aplica às estatais econômicas que atuam no
mercado concorrencial, nem aos serviços públicos remunerados por preços ou tarifas pelo usuário, tendo
em vista o art. 150, § 3º, da CRFB.
#FOCANATABELA
Capital exclusivamente público (porém, pode ser Capital misto. Contudo, a maioria votante deve
de mais de um ente). estar nas mãos do poder público.
#SELIGANASÚMULA
Súmula 517, STF: As sociedades de economia mista só têm foro na justiça federal, quando a
união intervém como assistente ou opoente.
Súmula 556, STF: É competente a justiça comum para julgar as causas em que é parte
sociedade de economia mista.
#ISSOÉUMPLUS: Empresas semiestatais são aquelas cuja MINORIA do capital votante pertence ao
Poder Público. Não chegam a ser empresas públicas (o capital pertence totalmente ao Poder Público)
nem sociedades de economia mista (a maioria do capital votante pertence ao Poder Público), nos
termos da Lei 13.303/16. Nesse sentido, não integram a Administração Pública, mas o seu controle
(necessidade ou não de licitação, fiscalização pelos Tribunais de Contas etc.) é discutido na doutrina.
- Fundações: as fundações estatais podem ser de direito público ou de direito privado, a depender
da opção legislativa e da presença (ou não) das prerrogativas públicas (poder de império). No primeiro
caso, será submetida às regras das autarquias, e no segundo, das empresas estatais.
- Consórcios públicos: são ajustes celebrados entre os entes federados para gestão associada
de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens
essenciais à continuidade dos serviços transferidos. Os arts. 1º, §1º, e 6º da Lei 11.107/2005 exigem a
instituição de pessoa jurídica de direito público (associação pública) ou de direito privado para execução
do contrato de consórcio.
»» ÓRGÃOS PÚBLICOS
ÓRGÃOS PÚBLICOS
a. Órgãos independentes;
Quanto à posição
que ocupa na escala b. Órgãos autônomos;
CLASSIFICAÇÃO
governamental ou c. Órgãos superiores;
administrativa
d. Órgãos subalternos.
a. Órgãos federais;
Em relação ao b. Órgãos estaduais;
enquadramento
federativo c. Órgãos distritais;
d. Órgãos municipais.
»» ATO ADMINISTRATIVO
- Atos da Administração, por seu turno, são todos os atos praticados pela Administração Pública.
Desse modo, não se pode afirmar que todo ato administrativo é ato da Administração, eis que atos
administrativos podem ser praticados por particulares, como concessionárias e permissionárias.
• Atos políticos ou de governo: são os atos praticados no exercício de funções tipicamente políticas.
Exemplo: sanção ou veto presidencial.
• Atos de gestão: são atos que, embora praticados pela Administração, regem-se pelo Direito Privado.
A Administração, nesse caso, atua em condições de igualdade com o particular. Exemplo: doação sem
encargos legais.
• Atos materiais ou fatos administrativos: são realizações materiais que não expressam uma
manifestação de vontade, mas que podem produzir efeitos jurídicos. Exemplo: morte de um servidor
público; silêncio administrativo.
• Atos administrativos.
#TABELASALVANDOVIDAS:
ATO ADMINISTRATIVO
LICENÇA PERMISSÃO
• Ordinatórios: expedidos pela autoridade administrativa de hierarquia superior para seus subordinados.
Exemplos: ordens de serviço e circulares.
assistência judiciária complementar no Estado de São Paulo, conforme o Termo de Convênio vigente
firmado entre a Defensoria Pública do Estado de São Paulo e a seção paulista da Ordem dos
Advogados do Brasil (https:// www.defensoria.sp.def.br/dpesp/Default.aspx?idPagina=5859?).
»» PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO
Art. 37, XXI, CF. Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras
e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade
de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações.
• Isonomia: princípio que garante a igualdade material de participação entre os licitantes, sem
preferências, salvo aquelas estabelecidas pela própria lei.
• Seleção da proposta mais vantajosa para a Administração: isso não significa que deve sempre ser
escolhida a proposta que apresente o menor preço (um tipo de licitação), mas sua incidência requer a
análise d diversos outros fatores que, em conjunto, apontem para a melhor escolha pelo Poder Público,
a luz dos critérios da economicidade, eficiência, técnica, custo-benefício para o erário, e outros.
- Não confundir tipo de licitação, que representa o critério de julgamento das propostas (ex.:
preço, técnica, técnica + preço, dentre outras previstas na legislação especial) com modalidade de
licitação, que representa o rito a ser seguido (concorrência, tomada de preços, etc.).
»» - Competência: União competência privativa para normas gerais (nacionais). Todos os entes
competência autônoma para normas específicas, com o objetivo de atenderem às peculiaridades
socioeconômicas, respeitadas as normas gerais.
- A anulação da licitação deve ser promovida pela autoridade responsável pelo certame, de ofício,
ou por provocação, ou ainda, pode ser determinada pelo Poder Judiciário, se proposta a ação judicial
pertinente, sempre que for constatada ilegalidade no procedimento, e somente acarreta o dever de
indenizar o contratado por aquilo que tiver executado até a data da anulação, ou outro dano havido e
devidamente comprovado, por força da vedação ao enriquecimento ilícito.
- A revogação – que somente pode ser levada a efeito pela Administração – não constitui dever
da autoridade, mas decorre do poder discricionário e pode se dar na hipótese de um fato novo, de
uma circunstância inexistente quando da edição do certame, superveniente, devidamente comprovada,
e diretamente relacionada à licitação, ocasionar alteração no interesse público, sem que haja vício na
licitação. nesse caso, cabe indenizar todo e qualquer dano havido do qual existir prova e nexo causal.
Pode acontecer a qualquer tempo, ainda que o certame já tenha se encerrado e o objeto já esteja
adjudicado ao vencedor (Marçal Justen Filho).
§ 1º A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera obrigação de
indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos atos do procedimento de dispensa e de
inexigibilidade de licitação.
• No art. 24 da Lei nº 8.666/93 existem diversos incisos que espelham situações nas quais o administrador
pode ou não realizar a licitação.
• Esse rol de situações do art. 24 é taxativo (exaustivo), ou seja, somente são dispensáveis as hipóteses
expressamente previstas ali.
• A Lei nº 13.500/2017 acrescentou mais um inciso ao art. 24, criando uma nova hipótese de licitação
dispensável. Veja:
(...)
Como foi acrescentada uma nova hipótese de licitação dispensável, a Lei nº 13.500/2017 também
precisou alterar a redação do inciso I do parágrafo único do art. 26 da Lei nº 8.666/93 exigindo que
o processo formal de dispensa demonstre qual é o “grave e iminente risco à segurança pública” que
autoriza a contratação direta.
#VEMDETABELINHA:
CONTRATAÇÃO DIRETA
a. Dação em pagamento;
b. Doação;
c. Permuta;
1. Rol taxativo d. Investidura;
2. Objeto do contrato e. Venda para outros órgãos ou entidades
é restrito = alienação de administrativas;
bens f. Programas habitacionais;
LICITAÇÃO 3. Ausência de g. Venda de ações, que poderão ser
DISPENSADA comercializadas em bolsa;
discricionariedade do
administrador, pois h. Venda de bens quando a entidade
o próprio legislador administrativa possui essa finalidade;
dispensou previamente a i. Procedimentos de legitimação de posse de
licitação. que trata o art. 29 da Lei 6.383;
j. Alienação gratuita ou onerosa, aforamento,
concessão de direito real de uso, locação ou
permissão de uso de bens imóveis de uso
comercial de âmbito local com área até 250m².
a. Valor reduzido;
b. Situações emergenciais;
c. Licitação deserta;
d. Intervenção no domínio econômico;
e. Licitação frustrada;
f. Contratação de entidades administrativas;
g. Segurança nacional;
1. Rol taxativo; h. Compra e locação de imóveis;
LICITAÇÃO
2. Discricionariedade do i. Complementação do objeto contratual;
DISPENSÁVEL
administrador; j. Gêneros perecíveis;
k. Entidades sem fins lucrativos;
l. Negócios internacionais;
m. Obras de arte;
n. Necessidade de manutenção de garantias;
o. Forças armadas;
p. Bens destinados à pesquisa;
q. Serviços públicos concedidos;
Exemplos:
1. Rol exemplificativo;
INEXIGIBILIDADE - fornecedor exclusivo;
DE LICITAÇÃO 2. Vinculação do
- serviços técnicos especializados;
administrador.
- artistas consagrados.
Art. 1º Os valores estabelecidos nos incisos I e II do caput do art. 23 da Lei nº 8.666, de 21 de junho
de 1993, ficam atualizados nos seguintes termos:
b) na modalidade tomada de preços - até R$ 3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais); e
b) na modalidade tomada de preços - até R$ 1.430.000,00 (um milhão, quatrocentos e trinta mil
reais); e
#ÉPRECISOIRALÉM: Licitação carona. Sempre que a Administração Pública costuma contratar, com
frequência considerável, determinados bens ou serviços, surge o interesse em manter registros de
possíveis fornecedores e respectivos preços. Nesse caso, é possível a realização de licitação apenas
para o registro de preços, no intuito de facilitar eventual contratação futura, conforme prevê o
artigo 15, da Lei n. 8.666/93 e o art. 3º do Decreto 7.892/2010. Conforme Marçal Justen Filho: “A
licitação carona consiste na contratação fundada num sistema de registro de preços em vigor, mas
envolvendo uma entidade estatal dele não participante originalmente...”
»» CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
»» Formalismo moderado
»» Bilateralidade
»» Comutatividade
»» Desequilíbrio
»» Instabilidade
»» Onerosidade
CONTRATOS CONVÊNIOS
Cláusulas exorbitantes:
»» Alteração unilateral
»» Rescisão unilateral
»» Fiscalização
»» Aplicação de sanções
»» Ocupação provisória
Hipóteses de inexecução:
1. INEXECUÇÃO CULPOSA:
C. CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR: Os artigos 78, XVII, e 79, §2º, impõe à Administração o
dever de indenizar o contratado em virtude da ocorrência de caso fortuito ou força maior.
#NÃOCONFUNDA: resilição (extinção pela vontade das partes) x resolução (extinção sem culpa
das partes) x rescisão (extinção pelo inadimplemento de uma das partes. Pode ser unilateral, amigável
ou judicial).
Sanções aplicáveis:
(iv) Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto
perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a
própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a
Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo de 02 anos (infrações gravíssimas).
- Restrita: atividade prestada pelo Estado, de forma individualizada e com fruição qualificada.
- Prevalece a concepção ampla, de modo que o serviço público é conceituado como a “atividade
prestacional, titularizada, com ou sem exclusividade, pelo Estado, criada por lei, com o objetivo de atender
as necessidades coletivas, submetida ao regime predominantemente público”.
»» ELEMENTOS
- NÃO são serviços públicos: atividades judiciais, legislativas e de governo (políticas); fomento;
poder de polícia; intervenção na propriedade privada; obras públicas.
- Ordem social (saúde e educação): podem ser prestados pelos particulares independentemente
de delegação. São atividades privadas, sujeitas ao poder de polícia do Estado. Apenas quando
»» FORMAS DE PRESTAÇÃO:
- Indireta: o serviço é prestado por particulares, aos quais, mediante delegação do Poder Público,
é atribuída a sua mera execução.
- Originário: só pode ser prestado pelo Estado; poder de império; indelegável. Ex.: segurança
nacional.
- Derivado: pode ser prestado por particulares; delegável. Ex.: energia, telefonia.
- Não exclusivo: Estado não é titular; podem ser prestados por particulares sem delegação. Ex.:
saúde, educação.
- Próprio: prestado pelo Estado, direta ou indiretamente. Ex.: energia, escola pública.
- Facultativo: usuário pode optar por recebê-lo ou não; remunerado por tarifas.
• Motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações (ex.: manutenção periódica
e reparos preventivos); e
E. Modicidade: O valor cobrado do usuário deve ser proporcional ao custo do respectivo serviço.
(b) Por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações, desde que o usuário seja
previamente avisado;
(c) Por causa de inadimplemento do usuário, desde que ele seja previamente avisado.
Apenas PJ ou consórcio de
PF ou PJ PF ou PJ
empresas
Mediante licitação
Qualquer modalidade
na modalidade Não precisa licitar
licitatória
CONCORRÊNCIA
»» BENS PÚBLICOS
Interesse do particular e do
Interesse do particular Interesse público
poder público em igualdade
Eventos ocasionais e
Situação mais permanente Situação permanente
temporários
AFETAÇÃO DESAFETAÇÃO
»» AGENTES PÚBLICOS
- Dois são os requisitos para a caracterização do agente público: um, de ordem objetiva, isto é,
a natureza estatal da atividade desempenhada; outro, de ordem subjetiva: a investidura nela. AGENTE
PÚBLICO é aquele que exerce função pública, seja de forma temporária ou permanente, com ou sem
remuneração, independentemente do tipo de vínculo.
»» Agentes políticos: representam a vontade do Estado, comandam cada um dos Poderes. Estão
sujeitos a regime legal (regime jurídico-administrativo), exemplo: chefe do Poder Executivo (Presidente,
Governador e Prefeito), auxiliar imediato do Poder Executivo (Ministros, Secretários), membros do
Poder Legislativo, magistrados, membros do Ministério Público, Conselheiros dos Tribunais de Contas.
Não se submetem à Lei nº 8.112/90.
»» Servidor estatal: é todo aquele que atua na Administração Direta ou Indireta. Subdivide-se em
servidor público (atua em pessoa jurídica de direito público. pode ser estatutário ou celetista) e
servidor de ente governamental de direito privado (atua em pessoa jurídica de direito privado – são
titulares de emprego, com regime trabalhista, CLT). O empregado público está excluído da incidência
da Lei nº 8.112/90.
»» Servidores Públicos: O servidor público trabalha na pessoa jurídica de direito público, especificamente,
na Administração Direta, autarquias e fundações públicas de direito público. Compreendem as
seguintes espécies:
»» Temporários.
Servidores públicos comuns são aqueles a quem incumbe o exercício das funções administrativas
em geral e o desempenho das atividades de apoio aos objetivos básicos do Estado. Formam a grande
massa dos servidores, podendo ser estatutários ou trabalhistas. Os estatutários podem ser divididos em
duas subcategorias: (1) servidores de regime geral, aqueles que se submetem ao regime geral contido
no estatuto funcional básico; (2) servidores de regime especial, aqueles em que o estatuto funcional
disciplinador se encontra em lei específica.
Servidores públicos especiais são aqueles que executam certas funções de especial relevância
no contexto geral das funções do Estado, sendo, por isso mesmo, sujeitos a regime jurídico funcional
diferenciado, sempre estatutário e instituído por diploma normativo específico, organizador de seu
estatuto. Pela inegável importância de que se reveste sua atuação, a Constituição contempla regras
específicas que compõem seu regime jurídico supralegal. Nessa categoria é que nos parece coerente
incluir Magistrados, os membros do Ministério Público, os Defensores Públicos, os membros dos Tribunais
de Contas e os membros da Advocacia Pública (Procuradores da União e dos Estados-Membros).
Funcionário de fato é aquele cuja investidura foi irregular, mas cuja situação tem aparência de
legalidade. Em nome do princípio da aparência, da boa-fé dos administrados, da segurança jurídica e
do princípio da presunção de legalidade dos atos administrativos reputam-se válidos os atos por ele
praticados, se por outra razão não forem viciados.
»» Agentes necessários são aqueles que praticam atos e executam atividades em situações excepcionais,
como, por exemplo, as de emergência, em colaboração com o Poder Público e como se fossem
agentes de direito.
»» Agentes putativos são que desempenham uma atividade pública na presunção de que há legitimidade,
embora não tenha havido investidura dentro do procedimento legalmente exigido. “Tem ele direito
à percepção da remuneração, mesmo se ilegítima a investidura, não estando obrigado a devolver os
respectivos valores”.
- FORMAS DE PROVIMENTO:
»» Promoção: sai de uma classe para outra no âmbito da sua carreira. Ascensão – servidor vai da maior
classe de sua carreia para a menor de carreira diversa. Transferência – servidor vai para classe de
mesmo nível em carreira diversa. NÃO é mais possível ocorrer a transferência nem a ascensão.
»» Recondução: acontece quando ocorrer a reintegração do antigo ocupante do cargo ou quando for
inabilitado no estágio probatório de outro cargo. O servidor retornará ao cargo anterior (de origem)
se estiver vago, caso esteja ocupado retornará para cargo equivalente vago. Não havendo cargo
equivalente vago, ele ficará em disponibilidade e será remunerado proporcionalmente ao tempo de
serviço (art. 29, da Lei nº 8.112/90); a reintegração e a recondução são garantias do servidor estável,
OU SEJA, não sendo estável ele pode ser exonerado caso o servidor volte por meio da reintegração
»» Reversão: acontece quando insubsistentes os motivos da aposentadoria por invalidez, declarado por
junta médica. A última forma de provimento por reingresso é a reversão. Esse tipo de reingresso é
específico para o servidor inativo e se consuma mediante a ocorrência de duas situações funcionais:
»» Readaptação: servidor ocupa cargo diverso que se compatibiliza com a limitação ocorrida em sua
capacidade física ou psíquica.
- Previsto no art. 37, VII, da CF/88. Ocorre que até hoje não foi editada lei específica que regulamente
esse direito. Por essa razão, o STF decidiu que, mesmo sem ter sido ainda editada a lei de que trata
o art. 37, VII, da CF/88, os servidores públicos podem fazer greve, devendo ser aplicadas as leis que
regulamentam a greve para os trabalhadores da iniciativa privada (Lei nº 7.701/88 e Lei nº 7.783/89).
Nesse sentido: MI 708 e 712 do STF.
#AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO:
- Regra: SIM. Em regra, a Administração Pública deve fazer o desconto dos dias de paralisação
decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos.
- Exceção: não poderá ser feito o desconto se ficar demonstrado que a greve foi provocada por
conduta ilícita do Poder Público. STF. Plenário. RE 693456/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 27/10/2016
(repercussão geral) (Info 845).
Entretanto, existem determinadas categorias para quem a greve é proibida. É o caso dos Policiais
Militares, Bombeiros Militares e militares das Forças Armadas façam greve (art. 142, 3º, IV c/c art. 42, § 1º).
Nesse sentido, o Supremo foi além e afirmou que nenhum servidor público que trabalhe diretamente na
área da segurança pública pode fazer greve:
O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e
a todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública. STF. Plenário.
ARE 654432/GO, Rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
5/4/2017 (repercussão geral) (Info 860).
Segundo o STF, não é possível compatibilizar que o braço armado do Estado faça greve porque isso colocaria
em risco a segurança pública, a ordem e a paz social. Não há possibilidade de nenhum outro órgão da iniciativa
privada suprir a atividade policial, de forma que, se esta entra em greve, não há como sua função ser substituída.
Além disso, a greve não é um direito absoluto e, neste caso, deverá ser feito um balanceamento entre o
direito de greve e o direito de toda a sociedade à segurança pública e à manutenção da ordem pública
e paz social. Neste caso, há a prevalência do interesse público e do interesse social sobre o interesse
individual de uma categoria. Por essa razão, em nome da segurança pública, os policiais não podem fazer
greve.
Importante destacar que a ponderação de interesses aqui não envolve direito de greve X continuidade
do serviço público. A greve dos policiais é proibida não por causa do princípio da continuidade do serviço
público (o que seria muito pouco), mas sim por conta do direito de toda a sociedade à garantia da
segurança pública, à garantia da ordem pública e da paz social. Acrescente-se que não se trata de aplicar
por analogia o art. 142, § 3º, IV: a greve é proibida por força dos princípios constitucionais que regem os
órgãos de segurança pública.
Apesar de os policiais não poderem exercer o direito de greve, é indispensável que essa categoria
possa vocalizar (expressar) as suas reivindicações de alguma forma. Pensando nisso, o STF afirmou, como
alternativa, que o sindicato dos policiais possa acionar o Poder Judiciário para que seja feita mediação com
o Poder Público, nos termos do art. 165 do CPC: Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução
consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e
pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição.
São inconstitucionais, por violarem o art. 37, IX, da CF/88, a autorização legislativa genérica para
contratação temporária e a permissão de prorrogação indefinida do prazo de contratações
temporárias. STF. Plenário. ADI 3662/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 23/3/2017 (Info 858).
Não se aplica a aposentadoria compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da CF aos titulares de serventias
judiciais não estatizadas, desde que não sejam ocupantes de cargo público efetivo e não recebam
remuneração proveniente dos cofres públicos. STF. Plenário. RE 647827/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 15/2/2017 (repercussão geral) (Info 854).
A “teoria do fato consumado” não pode ser aplicada para consolidar remoção de servidor público
destinada a acompanhamento de cônjuge, em hipótese que não se adequa à legalidade estrita,
ainda que tal situação haja perdurado por vários anos em virtude de decisão liminar não confirmada
por ocasião do julgamento de mérito. Em outras palavras, se a pessoa consegue uma decisão
provisória garantindo a ela a remoção e, posteriormente, esta decisão é revogada, esta remoção
terá que ser desfeita mesmo que já tenha se passado muitos anos. Não se aplica a “Teoria do Fato
Consumado” em relação a atos praticados sob contestação das pessoas envolvidas, que o reputam
irregular e manifestam a existência da irregularidade nas vias adequadas, ainda que, pela demora
no transcurso do procedimento destinado à apuração da legalidade do ato, este gere efeitos no
mundo concreto. Verificada ou confirmada a ilegalidade, o ato deve ser desfeito, preservando-se
apenas aquilo que, pela consolidação fática irreversível, não puder ser restituído ao status quo ante.
Se a Administração Pública, mesmo após a decisão liminar, continuou questionando no processo a
legalidade da remoção do servidor/autor, não se pode aplicar a teoria do fato consumado, devendo
o ato ser desfeito, salvo se tivesse havido uma consolidação fática irreversível (ou seja, se não fosse
mais possível voltar ao “status quo ante”). STJ. Corte Especial. EREsp 1157628-RJ, Rel. Min. Raul
Araújo, julgado em 7/12/2016 (Info 598).
servidor público dos dias parados e não compensados provenientes do exercício do direito de
greve. STJ. 2ª Turma. RMS 49339-SP, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 6/10/2016 (Info 592).
Servidor que recebeu auxílio-moradia apresentando declaração falsa de que havia se mudado para
outra cidade terá que ressarcir o erário e devolver os valores recebidos mesmo que já se tenha
passado mais de 5 anos desde a data em que o pagamento foi autorizado. STF. 1ª Turma. MS 32569/
DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, rel. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 13/09/2016 (Info 839).
#NÃOSABOTEASSÚMULAS:
Súmula vinculante 33: Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do Regime Geral
de Previdência Social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, parágrafo 4º, inciso III,
da Constituição Federal, até edição de lei complementar específica.
Súmula 378 STJ: Reconhecido o desvio de função, o servidor faz jus às diferenças salariais
decorrentes.
Súmula 36 STF: Servidor vitalício está sujeito à aposentadoria compulsória, em razão da idade.
Súmula 39 STF: À falta de lei, funcionário em disponibilidade não pode exigir, judicialmente, o seu
aproveitamento, que fica subordinado ao critério de conveniência da administração.
Súmula vinculante 37: Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar
Súmula vinculante 55: O direito ao auxílio-alimentação não se estende aos servidores inativos.
#ATENÇÃO:
- A Lei 9.784/1999 é aplicável à Administração FEDERAL direta e indireta; aos órgãos dos Poderes
Legislativo e Judiciário, ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas, quanto exerçam funções
administrativas (atípicas).
- A Lei 9.784/1999 tem aplicação SUBSIDIÁRIA aos Estados, Distrito Federal e Municípios, segundo
o STJ, que não possuem leis próprias sobre processo administrativo.
#SELIGA
INDEPENDÊNCIA COMUNICAÇÃO
PRINCÍPIOS APLICÁVEIS
INFORMALISMO
OU FORMALISMO São obrigatórias as formalidades indispensáveis à segurança jurídica
do cidadão que devem ser observadas pela Administração Pública
NECESSÁRIO OU
na condução do feito, mas, em contrapartida, não se exigem tantas
FORMALISMO formalidades ao particular interessado no procedimento.
MODERADO
• Princípio do devido processo legal (due processo of law): trata-se de uma garantia do servidor
público, prevista expressamente no art. 5º, LIV, CF: “Ninguém será privado de sua liberdade ou de seus
bens sem o devido processo legal”. Significa dizer que o Estado, quando da apuração de eventuais
infrações na esfera administrativa, deverá observar rigorosamente as regras legais que ele mesmo
criou;
• Princípio do contraditório e da ampla defesa: trata-se de previsão constitucional no art. 5º, LV:
“aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”. Tal garantia se aplica tanto
aos processos judiciais como os processos administrativos. No PAD, o servidor poderá atuar por si
mesmo, elaborando sua própria defesa, mas também poderá se fazer representar por um advogado
(devidamente habilitado). A defesa por um advogado é mera faculdade.
#SELIGA:
Atestar o efetivo fornecimento dos serviços e entrega dos produtos contratados, nas formas e prazos
estabelecidos pela Coordenadoria Geral de Administração;
Elaborar escala de férias, licenças e plantões, e agenda de audiências e triagens para serem efetivados
pelos recursos humanos, nos moldes estabelecidos no plano de atuação da Regional e normas de
atendimento implementadas pelos órgãos superiores;
Gerenciar e controlar as atividades dos recursos humanos e utilização dos recursos materiais necessários
para o funcionamento da unidade de atendimento a que está vinculado, atentando para o plano de
atuação aprovado pelo Subdefensor Público-Geral do Estado;
Atestar, manifestar e encaminhar requerimentos relativos a recursos humanos, nos moldes e prazos
estabelecidos por portaria da Coordenadoria Geral de Administração;
Decidir de acordo com as diretrizes dos órgãos da administração superior sobre a nomeação de
advogados e peritos pelos sistemas de informática, cuidando para que todos os procedimentos sejam
observados, e procedendo às indicações quando devidas;
Coordenar os serviços prestados pela Defensoria Pública Regional, organizando os recursos materiais
e humanos, fazendo cumprir os programas de padronização, o planejamento estratégico da instituição
e as orientações dos órgãos da administração superior;
Auxiliar o Conselho Superior da Defensoria Pública na organização das conferências para elaboração
do plano anual de atuação da Defensoria Pública do Estado;
Elaborar relatórios periódicos para comprovar o eficiente e eficaz desenvolvimento das atividades
administrativas, nos moldes das orientações do Subdefensor Público-Geral do Estado ao qual estão
vinculados.
Art. 37, § 6º CF. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de
serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
- A regra da ordem jurídica é que aquele que causa dano indeniza. A ordem jurídica é una, de forma
que com o Estado não será diferente. A ideia da responsabilidade do Estado é uma consequência lógica
inevitável da noção de Estado de Direito. Porém, nem sempre foi assim.
- O Monarca não errava. ‘The king can not be wrong’. Esse pensamento se repetiu com o Estado
Liberal – Estado não intervia em nada. Não se responsabilizava. A responsabilidade do Estado vai nascer
quando ele passa de Estado Liberal para Estado de Direito.
- Essas assertivas, contudo, não representavam completa desproteção dos administrados perante
comportamentos unilaterais do Estado. Isto porque, de um lado, admitia-se responsabilização quando
leis específicas a previssem explicitamente. De outro lado, também se admitia responsabilidade por danos
resultantes da gestão do domínio privado do Estado, bem como os causados pelas coletividades públicas
locais.
- A evolução foi gradativa. Incialmente o Estado respondia apenas quando a lei previsse a
responsabilidade. Eram situações pontuais. O reconhecimento da responsabilidade do Estado, à margem
de qualquer texto legislativo e segundo princípios de Direito Público, como se sabe, teve por marco
relevante o famoso aresto Blanc17, do Tribunal de Conflitos, proferido em 1º. de fevereiro de 1873. Ainda
17 A menina Agnès Blanco, ao atravessar uma rua em Bordeaux, foi colhida por uma vagonete da Cia. Nacional
de Manufatura do Fumo; seu pai promoveu ação civil de indenização, com base no princípio de que o Estado
é civilmente responsável por prejuízos causados a terceiros, em decorrência de ação danosa de seus agentes.
Suscitado conflito de atribuições entre a jurisdição comum e o contencioso administrativo, o Tribunal de Conflitos decidiu
que nele se fixasse que a responsabilidade do Estado ‘não é nem geral nem absoluta’ e que se regula
por regras específicas, desempenhou a importante função de reconhecê-la como um princípio aplicável
mesmo à falta de lei.
- Procurava distinguir dois tipos de atitude estatal: os atos de império e os atos de gestão.
Aqueles seriam coercitivos porque decorrem do poder soberano do Estado, ao passo que estes mais
se aproximariam com os atos de Direito Privado. Se o Estado produzisse um ato de gestão, poderia ser
civilmente responsabilizado, mas se fosse a hipótese de ato de império não haveria responsabilização,
pois que o fato seria regido pelas normas tradicionais de direito público, sempre protetivas da figura
estatal.
Crítica: Critério confuso. Difícil distinguir os atos de império e gestão na prática. Difícil dissociar as
faltas do agente relacionadas à função pública daquelas não ligadas com as suas atividades.
- Basta que a vítima prove que o serviço não foi prestado, não foi prestado de forma eficiente ou foi
prestado de forma atrasada. Essa responsabilidade surgiu entre os franceses e foi denominada “faute du
service”. Não preciso mais achar a pessoa culpada. Foi chamada também de culpa anônima.
e) Responsabilidade objetiva
- Além do risco decorrente das atividades estatais em geral [risco administrativo], também constituiu
fundamento da responsabilidade objetiva do Estado o princípio da repartição dos encargos sociais.
STF: NÃO
que a controvérsia deveria ser solucionada pelo tribunal administrativo, porque se tratava de apreciar a responsabilidade
decorrente de funcionamento do serviço público. Entendeu-se que a responsabilidade do Estado não pode reger-se
pelos princípios do Código Civil, porque se sujeita a regras especiais que variam conforme as necessidades do serviço
e a imposição de conciliar os direitos do Estado com os diretos privados.
#ATENÇÃO: Lei 13.286, que alterou a disciplina da responsabilidade civil dos notários e registradores.
diversa daquela declarada no decreto expropriatório, mas dentro do interesse público (exemplo,
desapropria para construção de uma escola pública e constrói um hospital público). Não há, aqui, um
desvio de finalidade que mereça uma sanção, não ensejando retrocessão.
»» De outro lado, acaso o desvio de finalidade consista no não atendimento do interesse público,
atendendo, em verdade, a um interesse particular, estaremos diante da tredestinação ilícita,
ensejando a retrocessão.
#TABELASALVANDOVIDAS:
#MAISTABELASALVANDOVIDAS:
LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA
Por ser unilateral, DEVE DECORRER DE LEI (Ex.: PDU – plano diretor urbano). José
INSTITUIÇÃO
dos Santos Carvalho Filho fala também em atos administrativos normativos.
OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA
Recai sobre o bem imóvel, embora haja discussão sobre a possibilidade de atingir
Objeto
bens móveis e serviços.
Em regra, é perpétua.
Porém, é possível apontar algumas
hipóteses de extinção: Enquanto perdurar o perigo iminente,
Desaparecimento do bem gravado; a requisição permanecerá válida.
EXTINÇÃO Incorporação do bem serviente ao Considera-se, portanto, extinta a
patrimônio público; requisição quando desaparecer a
situação de perigo.
Desafetação do bem dominante
(ex.: desafetação do imóvel que era
utilizado como hospital público).
DESAPROPRIAÇÃO
POR UTILIDADE
Desapropriação Indenização PRÉVIA, Todos os entes
OU NECESSIDADE
ordinária. JUSTA e em dinheiro. federados.
PÚBLICA OU
INTERESSE SOCIAL
Refere-se ao imóvel
localizado na área Indenização em títulos
urbana que não da dívida pública,
DESAPROPRIAÇÃO atende a respectiva resgatáveis em até 10 Municípios e DF.
URBANÍSTICA função social. anos – autorização do
Possui caráter Senado.
subsidiário.
Indenização em títulos
Imóvel rural que União (objetivo único
DESAPROPRIAÇÃO da dívida agrária,
não atende a função de implementar a
RURAL resgatáveis em até 20
social. reforma agrária).
anos.
Expropriação das
glebas onde forem
localizadas culturas
ilegais de plantas
psicotrópicas.
EXPROPRIAÇÃO
(Serão destinadas ao NÃO há indenização. União
CONFISCATÓRIA
assento de colonos,
para o cultivo de
produtos alimentícios
e medicamentos).
TODA A ÁREA.
#ATENÇÃO #JULGADOIMPORTANTE:18
O DL 3.365/41 dispõe sobre desapropriações por utilidade pública. Veja o que diz o art. 15-A, que foi
incluído pela MP 2.183-56/2001: “Art. 15-A No caso de imissão prévia na posse, na desapropriação por
necessidade ou utilidade pública e interesse social, inclusive para fins de reforma agrária, havendo
divergência entre o preço ofertado em juízo e o valor do bem, fixado na sentença, expressos em
termos reais, incidirão juros compensatórios de até seis por cento ao ano sobre o valor da diferença
eventualmente apurada, a contar da imissão na posse, vedado o cálculo de juros compostos. § 1º
Os juros compensatórios destinam-se, apenas, a compensar a perda de renda comprovadamente
sofrida pelo proprietário. § 2º Não serão devidos juros compensatórios quando o imóvel possuir
graus de utilização da terra e de eficiência na exploração iguais a zero. § 3º O disposto no caput
deste artigo aplica-se também às ações ordinárias de indenização por apossamento administrativo
ou desapropriação indireta, bem assim às ações que visem a indenização por restrições decorrentes
de atos do Poder Público, em especial aqueles destinados à proteção ambiental, incidindo os juros
sobre o valor fixado na sentença. § 4º Nas ações referidas no § 3º, não será o Poder Público onerado
por juros compensatórios relativos a período anterior à aquisição da propriedade ou posse titulada
pelo autor da ação.” O STF analisou a constitucionalidade do art. 15-A do DL 3.365/41 e chegou
às seguintes conclusões: 1) em relação ao “caput” do art. 15-A do DL 3.365/41: 1.a) reconheceu a
constitucionalidade do percentual de juros compensatórios no patamar fixo de 6% ao ano para
remuneração do proprietário pela imissão provisória do ente público na posse de seu bem; 1.b)
declarou a inconstitucionalidade do vocábulo “até”; 1.c) deu interpretação conforme a Constituição
ao “caput” do art. 15-A, de maneira a incidir juros compensatórios sobre a diferença entre 80%
do preço ofertado em juízo pelo ente público e o valor do bem fixado na sentença; 2) declarou a
constitucionalidade do § 1º do art. 15-A, que condiciona o pagamento dos juros compensatórios
à comprovação da “perda da renda comprovadamente sofrida pelo proprietário”; 3) declarou
a constitucionalidade do § 2º do art. 15-A, afastando o pagamento de juros compensatórios
quando o imóvel possuir graus de utilização da terra e de eficiência iguais a zero; 4) declarou a
constitucionalidade do § 3º do art. 15-A, estendendo as regras e restrições de pagamento dos juros
compensatórios à desapropriação indireta. 5) declarou a inconstitucionalidade do § 4º do art. 15-A;
6) declarou a constitucionalidade da estipulação de parâmetros mínimo (0,5%) e máximo (5%) para
a concessão de honorários advocatícios e a inconstitucionalidade da expressão “não podendo os
honorários ultrapassar R$ 151.000,00 (cento e cinquenta e um mil reais)” prevista no § 1º do art. 27.
STF. Plenário. ADI 2332/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 17/5/2018 (Info 902).
a) Direta
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica
pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante
interesse coletivo, conforme definidos em lei.
b) Indireta
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma
da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e
indicativo para o setor privado.
- Meios de intervenção:
• Planejamento e disciplina;
• Regulação;
• Fomentos;
• Exploração direta da atividade econômica (“Os monopólios estatais são aqueles elencados taxativamente
na Constituição – art. 176, 177, I a IV e outros –, sendo admissível a instituição de novos monopólios
apenas por emenda constitucional, mas não por lei, tendo em vista os princípios constitucionais da
livre-iniciativa e da livre concorrência, bem como a ausência de delegação constitucional ao legislador
ordinário para eventual criação de novos monopólios” (como o permitia a EC 1/69, em seu art. 163;
Rafael Carvalho Rezende Oliveira).
Esse controle consiste no poder de verificação e correção dos atos da Administração Pública exercido
pelos Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo, visando aferir a observância das regras e princípios que
disciplinam o regime jurídico administrativo. É importante observar que não só o Poder Executivo, mas
também o Legislativo e Judiciário exercem atividade administrativa em caráter atípico, sendo certo que,
quando o fazem, também se submetem ao controle em estudo.
O autor ainda aponta algumas tendências para o controle judicial da atividade administrativa:
No desempenho de sua função, a Administração Pública deve se guiar pelos princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência, etc., submetendo-se à sua fiscalização interna e à
fiscalização dos Poderes Legislativo e Judiciário.
»» Formas de controle:
• Controle hierárquico: É aquele que resulta naturalmente do escalonamento vertical dos órgãos e
agentes públicos integrantes da Administração, em que os inferiores estão subordinados aos superiores.
Essa subordinação ocorre de forma ampla, envolvendo tanto um controle de legalidade quanto o
controle relacionado à conveniência e oportunidade do ato sujeito ao controle hierárquico.
Cumpre esclarecer que do controle hierárquico decorre o poder de dar ordens, fiscalizar e rever a
atuação dos subordinados, além de delegar e avocar competências.
• Controle finalístico, tutela ou supervisão ministerial: Trata-se do controle exercido pela administração
direta sobre as pessoas integrantes da administração indireta. Enquanto o controle hierárquico envolve
uma relação de subordinação, dentro de uma mesma pessoa, o controle finalístico implica no controle
exercido por uma pessoa sobre outra (Ex. a União realiza controle de legalidade sobre um ato de uma
autarquia federal).
Outra diferença importante a ser mencionada é que no controle finalístico há apenas o controle
de legalidade, e jamais controle sobre conveniência e oportunidade do ato ( juízo discricionário).
Diferentemente, no controle hierárquico admite-se tanto o controle de legalidade quanto sobre a
conveniência e oportunidade do ato em exame.
• O controle externo exercido pelo Poder Legislativo pode ser direto, quando realizado pelo próprio
Parlamento através de seus representantes (ex. quando há sustação, pelo Congresso Nacional, dos
atos normativos do Executivo que exorbitam o seu poder regulamentar); pode ser também indireto,
quando exercido pelo Tribunal de Contas, que é órgão auxiliar do Poder Legislativo (p.ex. apreciação
das contas do Executivo, Judiciário a até mesmo do próprio Poder Legislativo pelo Tribunal de Contas).
#ISSOÉUMPLUS: Coisa julgada administrativa. Segundo José dos Santos Carvalho Filho,
“essa figura ocorre comumente em processos administrativos onde de um lado está o Estado e
de outro o administrado, ambos com interesses contrapostos. Suponha--se que o administrado,
inconformado com certo ato administrativo, interponha recurso para uma autoridade superior. Esta
confirma o ato, e o interessado utiliza novo recurso, agora para a autoridade mais elevada, que
também nega provimento ao recurso e confirma o ato. Essa decisão faz coisa julgada administrativa,
porque dentro da Administração será ela irretratável, já que nenhum outro caminho existe para o
administrado insistir na sua pretensão. Mas a definitividade do decisório administrativo é relativa,
porque o administrado, ainda inconformado, poderá oferecer sua pretensão ao Judiciário, e este
poderá amanhã decidir em sentido contrário ao que foi decidido pela Administração. Essa decisão
judicial, sim, terá definitividade absoluta ao momento em que o interessado não mais tiver qualquer
mecanismo jurídico que possa ensejar sua modificação.”
#DEOLHONASSÚMULAS:
Súmula 346 STF: A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
Súmula 473 STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação
judicial.
- A Lei 8.429/1992 trata sobre as sanções aplicáveis ao agente público, servidor ou não, em razão
de atos de improbidade praticados contra a Administração Pública, e decorre de norma constitucional
que prevê a punição desses atos:
Art. 37. §4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos,
a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação
previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
- Nem toda conduta ilegal configura ato de improbidade administrativa. O STJ já se deparou com
essa questão, e o Ministro Napoleão Nunes Maia Filho teve a oportunidade de traçar as distinções entre
esses conceitos.
#ATENÇÃO: A Lei nº 8.429/92 pode ser aplicada a fatos ocorridos antes de sua entrada em vigor?
NÃO. É pacífico o entendimento do STJ no sentido de que a Lei nº 8.429/92 não pode ser aplicada
retroativamente para alcançar fatos anteriores a sua vigência, ainda que ocorridos após a
edição da Constituição Federal de 1988. STJ. REsp 1129121/GO, Rel. p/ Acórdão Min. Castro Meira,
julgado em 03/05/2012.
#OLHAOGANCHO: nem todas as medidas estabelecidas pela Lei 8.429/1992 são penalidades. Por
exemplo, a indisponibilidade de bens é uma medida de natureza cautelar cuja finalidade não
é punir alguém, e sim evitar que a pessoa se desfaça de seus bens a fim de frustrar uma
eventual execução judicial. Embora o ato de improbidade seja considerado um ilícito de ordem
civil (e não de ordem penal), as sanções previstas na Lei 8.429/92 para penalizar a sua prática são
de natureza administrativa, civil e política.
#SELIGA: A Lei de Improbidade não institui sanções penais. O ato de improbidade, em si, não
constitui crime. Contudo, pode corresponder também, mas não necessariamente, a um crime definido
em lei. Nesse caso, além das penalidades previstas na Lei 8.429/92, o agente também responderá na esfera
penal, estando sujeito às penas nela cominadas. Além disso, um ato de improbidade pode corresponder,
igualmente, a uma infração disciplinar administrativa, hipótese na qual os respectivos processos (o de
improbidade, o disciplinar e o penal, se for o caso), correrão independentemente uns dos outros.
#OLHAAEXCEÇÃO:
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou
terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado
pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.
- A Lei 8.429/1992 alcança a Administração direta e indireta de qualquer dos Poderes, em todos os
entes da Federação (União, Estados, Municípios). Por isso, fala-se que é uma lei de caráter nacional.
- E quem são os sujeitos ativos e passivos previstos nessa lei? Primeiro, sujeito ativo é o agente
público que pratica os atos de improbidade. A própria lei traz a definição de agente público:
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
mencionadas no artigo anterior.
- Para os fins da Lei de Improbidade, “agente público” é gênero no qual se encontram as seguintes
espécies:
• Agentes políticos: são os titulares de cargos estruturais organização política do país; o vínculo
que mantém com o Estado é de natureza política; submetem-se ao regime estatutário definido
primordialmente pela própria Constituição. São exemplos: Chefes do Executivo, Ministros e Secretários,
Senadores, Deputados e Vereadores.
• Particulares em colaboração com o Poder Público: são todos os que firmam com o Estado um
vínculo jurídico, seja por breve tempo ou em situação de estabilidade. São exemplos os requisitados a
exercerem alguma atividade pública, tal como os mesários e os convocados ao serviço militar, além de
notários, tabeliães e registradores.
Não comete ato de improbidade administrativa o médico que cobra honorários por
procedimento realizado em hospital privado que também seja conveniado à rede pública de
saúde, desde que o atendimento não seja custeado pelo próprio sistema público de saúde.
STJ. 1ª Turma. REsp 1414669-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 20/2/2014 (Info
537).
#SELIGA: Os notários e registradores podem ser considerados agentes públicos para fins de
improbidade administrativa. STJ. 1ª Turma. REsp 1186787/MG, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em
24/04/2014.
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma
direta ou indireta.
- O terceiro não precisa necessariamente obter vantagem pessoal para estar sujeito à Lei: basta que
induza ou concorra para a prática de ato de improbidade.
#ATENÇÃO: o terceiro apenas se submete à Lei de Improbidade se algum agente público também
estiver envolvido no ato, vale dizer, a pessoa sem vínculo com o Poder Público jamais pode praticar
um ato de improbidade isoladamente (STJ, Info 535). Se o terceiro prejudicar o patrimônio público
isoladamente, estará sujeito às sanções civis e penais cabíveis, mas não poderá ser penalizado com
base na Lei de Improbidade Administrativa.
#RESUMEAÍ
Em relação ao duplo regime sancionatório, a Corte concluiu que não há qualquer impedimento à
concorrência de esferas de responsabilização distintas. Assim, carece de fundamento constitucional a
tentativa de imunizar os agentes políticos das sanções relativas à ação de improbidade administrativa
a pretexto de que essas seriam absorvidas pelo crime de responsabilidade. Em realidade, a única
exceção ao referido regime sancionatório em matéria de improbidade se refere aos atos praticados
pelo Presidente da República, conforme previsão expressa do art. 85, V (1), da CF.
Já no concernente à extensão do foro especial, o Tribunal afirmou que o foro privilegiado é destinado
a abarcar apenas as ações penais. A suposta gravidade das sanções previstas no art. 37, § 4º (2), da
CF, não reveste a ação de improbidade administrativa de natureza penal.
O foro especial por prerrogativa de função submete-se a regime de direito estrito, já que representa
exceção aos princípios estruturantes da igualdade e da República. Não comporta, portanto, ampliação
a hipóteses não expressamente previstas no texto constitucional. Isso especialmente porque, na
hipótese, não há lacuna constitucional, mas legítima opção do poder constituinte originário em não
instituir foro privilegiado para o processo e o julgamento de agentes políticos pela prática de atos
de improbidade na esfera civil.
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para
cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do
patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados
contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão
público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos
de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção
patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
#SELIGA
Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para conceder,
aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A
da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
#ATENÇÃO: o rol de condutas é EXEMPLIFICATIVO! O mesmo ato pode, inclusive, ser enquadrado
em mais de uma das hipóteses apresentadas. Nesse caso, aplicam-se as sanções previstas
para a infração mais grave. Observem que as sanções utilizadas para punir atos que importam
enriquecimento ilícito são mais rígidas que as aplicáveis aos atos que causam prejuízo ao erário,
as quais, por sua vez, são mais rígidas que as aplicáveis aos atos que atentam contra os princípios
da Administração Pública. Assim, a Lei estabelece uma hierarquia entre os atos de improbidade,
punindo com mais rigor aqueles que considera mais graves.
Art. 52. Sem prejuízo da punição de outros agentes públicos envolvidos e da aplicação de
outras sanções cabíveis, o Prefeito incorre em improbidade administrativa, nos termos da Lei
no 8.429, de 2 de junho de 1992, quando:
I – (VETADO)
III – utilizar áreas obtidas por meio do direito de preempção em desacordo com o disposto no
art. 26 desta Lei;
VI – impedir ou deixar de garantir os requisitos contidos nos incisos I a III do § 4º do art. 40
desta Lei;
VIII – adquirir imóvel objeto de direito de preempção, nos termos dos arts. 25 a 27 desta Lei,
pelo valor da proposta apresentada, se este for, comprovadamente, superior ao de mercado.
A Lei 10.257/2001 pretendeu tutelar a ordem urbanística, direito difuso também protegido pela
ação civil pública (Lei 7.347/1985). Segundo a doutrina, o art. 52 do Estatuto da Cidade enumera
condutas que são classificadas como ímprobas, mas não define as respectivas sanções. Por essa
razão, defende-se que a aplicação dessa norma depende da interpretação conjugada com a Lei
8.429/1992. Nesse caso, é preciso analisar se a ação ou omissão do Prefeito acarretou enriquecimento
ilícito, lesão ao erário ou violação aos princípios da Administração Pública para aplicar as respectivas
sanções.
Seção I
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer
tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem
econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem
tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão
decorrente das atribuições do agente público;
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação
de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço
superior ao valor de mercado;
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação
de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração
ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer
outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração
falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade,
peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades
mencionadas no art. 1º desta lei;
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública,
bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do
agente público;
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa
física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão
decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade;
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de
ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do
acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das
entidades mencionadas no art. 1° desta lei.
Seção II
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou
omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou
dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa
física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades
mencionadas no art. 1º desta lei;
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou
valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos
ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas
no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de
mercado;
VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar
garantia insuficiente ou inidônea;
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie;
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com
entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente;
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à
conservação do patrimônio público;
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer
forma para a sua aplicação irregular;
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou
material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas
no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados
por essas entidades.
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos
por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação orçamentária,
ou sem observar as formalidades previstas na lei.
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular de
pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração
pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades
legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou
valores públicos transferidos pela administração pública a entidade privada mediante celebração de
parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
XIX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de contas de parcerias
firmadas pela administração pública com entidades privadas;
XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem
a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação
irregular.
XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem
a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação
irregular.
Seção III
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios da
Administração Pública
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração
pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e
lealdade às instituições, e notadamente:
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de
competência;
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer
em segredo;
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação
oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
Para a configuração dos atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios
da administração pública (art. 11 da Lei 8.429/1992), é DISPENSÁVEL a comprovação de efetivo
prejuízo aos cofres públicos. STJ. 1ª Turma. REsp 1192758-MG, Rel. originário Min. Napoleão Nunes
Maia Filho, Rel. para acórdão Min. Sérgio Kukina, julgado em 4/9/2014 (Info 547).
O assédio moral, mais do que provocações no local de trabalho — sarcasmo, crítica, zombaria e
trote —, é campanha de terror psicológico pela rejeição. A prática de assédio moral enquadra-se na
conduta prevista no art. 11, caput, da Lei nº 8.429/92, em razão do evidente abuso de poder,
desvio de finalidade e malferimento à impessoalidade, ao agir deliberadamente em prejuízo
de alguém. STJ. 2ª Turma. REsp 1286466/RS, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 03/09/2013.
#SELIGA: Apesar da lei mencionar expressamente apenas os citados princípios, constitui ato de
improbidade a violação a qualquer princípio da Administração Pública, como eficiência, motivação,
publicidade, interesse público, razoabilidade etc.
#ATENÇÃO
CONCESSÃO/
(a) perda da função pública;
APLICAÇÃO
INDEVIDA DE (b) suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos;
BENEFÍCIO
(c) multa civil de até 3 vezes o valor do benefício financeiro ou tributário
FINANCEIRO/
concedido.
TRIBUTÁRIO
• Da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal de Contas.
- A Lei 8.429/92 permite que qualquer pessoa represente à autoridade administrativa competente
para que seja instaurado procedimento destinado a apurar prática de ato de improbidade. Caso a
autoridade administrativa competente rejeite a representação, não há impedimento para que a pessoa
represente diretamente ao Ministério Público.
- Além do sequestro dos bens, o pedido cautelar poderá incluir a investigação, o exame e o bloqueio
de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei
e dos tratados internacionais. A indisponibilidade deve recair sobre bens que assegurem o integral
ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério Público
ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do sequestro dos bens do
agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.
§ 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código
de Processo Civil.
§ 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas
bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados
internacionais.
- Caso tenha sido efetivada medida cautelar, o prazo para ajuizamento da ação principal é de 30
dias, contados da efetivação da medida cautelar. No âmbito da ação de improbidade administrativa
é vedada a transação, acordo ou conciliação. E, quando for o caso, a Fazenda Pública promoverá as
ações civis necessárias à complementação do ressarcimento do patrimônio público. Se não intervir no
processo como parte, o Ministério Público deve atuar, obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de
nulidade.
Nas ações civis por ato de improbidade administrativa, o prazo prescricional é interrompido com o
mero ajuizamento da ação de improbidade dentro do prazo de 5 anos contado a partir do término
do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança, ainda que a citação do
réu seja efetivada após esse prazo. Assim, se a ação de improbidade foi ajuizada dentro do prazo
prescricional, eventual demora na citação do réu não prejudica a pretensão condenatória da parte
autora. STJ. 2ª Turma. REsp 1391212-PE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 2/9/2014 (Info 546).
se, depois de ajuizada a ação, a sentença demorar mais que 5 anos para ser prolatada, poderemos
considerar que houve prescrição? NÃO. O art. 23 da Lei nº 8.429/92 regula o prazo prescricional
para a propositura da ação de improbidade administrativa. Logo, não haverá prescrição se a ação
foi ajuizada no prazo, tendo demorado, contudo, mais que 5 anos do ajuizamento para ser julgada.
STJ. 2ª Turma. REsp 1289993/RO, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 19/09/2013.
DIREITO TRIBUTÁRIO
»» TRIBUTOS
Art. 3º CTN. Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
- Tributo é uma prestação pecuniária compulsória. Essa prestação pecuniária não é decorrente
de um ato de vontade do cidadão, e sim decorre de um poder de imposição do Estado em face
do particular – sujeição, hierarquia. O tributo resulta numa relação vertical entre Estado e cidadão.
Não deriva da sanção por ato ilícito. Paga-se tributo porque o contribuinte manifestou uma capacidade
econômica, um poder de contribuir. O tributo deverá ser instituído e cobrado nos termos da lei. O princípio
da legalidade permeia todo o Direito Tributário, seja na criação do tributo ou na forma de cobrança.
CARACTERÍSTICAS:
- Em moeda ou cujo valor nela possa se exprimir: o tributo não pode ser em algo que não seja
economicamente apreciável ou que não possa ser transformado em pecúnia. Não se permite concluir
pela existência de tributos in natura ou in labore. Entende-se que a expressão “cujo valor nela se possa
exprimir” possui a utilidade de permitir a utilização de indexadores (ex. UFIR). A Lei Complementar
104/2001 acrescentou o inciso XI ao art. 156 do CTN, permitindo a dação em pagamento de bens imóveis
como forma de extinção do crédito tributário. Tal fato não habilita a conclusão de que a expressão acima
referida teria possibilitado a instituição de tributos in natura (bens) ou in labore (em serviços), uma vez
que não se pode tomar a autorização da dação como regra geral. E a dação em pagamento de bens
móveis? É possível que lei local estabeleça? A jurisprudência do STF oscilava. O último posicionamento
é no sentido que somente lei ordinária nacional pode estabelecer essa hipótese, em razão de ser de
competência de lei nacional dispor sobre regras gerais de licitação.
- O fato gerador do tributo é sempre lícito, embora possa derivar de uma causa ilícita (princípio
do “pecunia non olet”).
Art. 4º CTN. A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva
obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: I - a denominação e demais características formais adotadas
pela lei; II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.
»» LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
a) Os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas: são normas editadas pelos
servidores da administração tributária e visam a detalhar a aplicação das normas que complementam.
»» LEI COMPLEMENTAR
- São vários assuntos no nosso Direito Tributário que apenas podem ser tratados por meio de Lei
Complementar.
a) Empréstimo Compulsório;
c) Impostos Residuais;
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios;
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta
Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime
único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, observado que:
• No ITCMD, em casos relacionados ao exterior (art. 155, §1º, III, “a” e “b”);
• No ICMS, em temas que possam gerar conflitos entre os Estados, há necessidade de Lei Complementar
para regular situações peculiares ao imposto, base de cálculo e contribuintes (art. 155, §2º, XII, “a” e “i”);
• No ISS, a LC é responsável por definir os serviços que são tributáveis, por fixar alíquotas mínimas e
máximas, por excluir sua incidência sobre as exportações de serviços e por regular a forma como os
benefícios fiscais são concedidos (art. 156, III c/c art. 156, §3º, I, II e III);
- Já para as algumas Contribuições Sociais, é Lei Complementar quem fixa limites para a concessão
de isenção ou anistia (art. 195, §11).
#DEOLHONASÚMULAS
Súmula vinculante 50: Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária não
se sujeita ao princípio da anterioridade.
Súmula vinculante 52: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel
pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da CF/88, desde que o valor dos aluguéis
seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas.
»» ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
- A denominação não só não define, mas também é irrelevante para saber sua natureza. A
lei pode dar o nome que bem entender. Não é porque um tributo é chamado de imposto que vai
ser de fato imposto.
1º) Deve-se perguntar sobre o Fato Gerador, se é vinculado (taxas e contribuições de melhoria) ou
não vinculado (impostos, empréstimos compulsórios, contribuições especiais);
2º) Deve-se perguntar se entre os três tributos não vinculados, a arrecadação pode (empréstimo
compulsório ou contribuição especial) ou não pode (impostos) ter destinação específica.
3º) Deve-se perguntar se entre os dois tributos que podem (ou melhor, devem) ter destinação
específica, existe (empréstimos compulsórios) ou não existe (contribuições especiais) a promessa de
restituição.
Art. 145: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços
públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à
despesa que fundamentou sua instituição.
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio
econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação
nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art.
195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
1. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
- Criação por meio de LEI COMPLEMENTAR (não pode ser criada por Medida Provisória – art. 62,
parágrafo 1º, III, CF);
- É tributo autônomo, não se confundindo com as demais espécies tributárias (há posicionamento
minoritário que vê no empréstimo compulsório a figura de “imposto restituível”);
2. IMPOSTOS
- São tributos não vinculados (o Estado não precisa realizar nenhuma atividade para legitimar a
sua cobrança) e de arrecadação não vinculada. Serviços universais, sem referibilidade (divisibilidade e
especificidade).
3. TAXAS
- São instituídas pela União, Estados, DF e Municípios por lei ordinária (art. 145, II, CF e arts. 77 a
79, CTN). São classificadas como tributo vinculado de arrecadação não vinculada (Geraldo Ataliba), cujo
fato gerador relaciona-se com uma atuação estatal. A taxa é paga como uma contraprestação a atuação
estatal. O Estado pode cobrar taxa em vista da prestação de um serviço público ou em virtude do
exercício do poder de polícia.
4. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
- Tem que haver a valorização imobiliária (se ocorrer desvalorização não haverá o tributo),
decorrente de uma obra pública (Art. 2º do Dec-Lei nº 195/67 trata do rol de obras que podem ensejar
a contribuição de melhoria). Há um nexo de causalidade, a valorização tem que ser decorrente da obra
pública. Paga-se apenas uma vez o tributo. Não tem relação com o IPTU pago anualmente (a base de
cálculo inflou).
- A base de cálculo não é o valor da obra pública, nem mesmo o custo dela, é o quantum de
valorização do imóvel – o valor final do imóvel menos o valor inicial. A base de cálculo está regida
por um sistema de cobrança balizado em dois limites no Brasil: o limite individual (partir da valorização
individualmente detectada), limite global ou total (respeito ao teto do valor gasto com a obra). Não pode
ultrapassar esses dois limites, sob pena de locupletamento estatal. Esses limites não estão na CF e sim na
legislação infraconstitucional.
5. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS
- Essas contribuições sociais podem ser definidas como tributos incidentes sobre manifestações de
riqueza, cujas arrecadações serão destinadas a finalidades específicas previstas na própria Constituição ou
na lei instituidora. São tributos que tomam como fato gerador uma conduta economicamente apreciável.
Assemelham-se aos impostos nesse sentido, mas existe uma diferença fundamental. Nas contribuições, a
arrecadação será destinada a uma finalidade específica e a arrecadação é vinculada. Já os impostos
servem para o custeio de despesas gerais e, como regra, a arrecadação não é vinculada, prevalecendo a
não afetação da riqueza.
- As contribuições são criadas exclusivamente pela União, através de lei ordinária, podendo criar
uma contribuição social, CIDE (contribuição de intervenção no domínio econômico) e contribuições
de interesse de categorias profissionais ou econômicas. A finalidade é direcionar dinheiro para as
respectivas áreas: ordem social, ordem econômica ou para as categoriais.
#CASCADEBANANA! A Constituição Federal não cria tributos, apenas outorga competência para
que os entes políticos o façam por meio de leis próprias! Nessa pegadinha o aluno ciclos NÃO CAI!
Apesar de não criar tributos, o constituinte optou por repartir a competência tributária de maneira
distinta, em se tratando de tributos vinculados ou não vinculados.
- Nos tributos vinculados, a regra foi atribuir a competência ao ente que realizar a atividade com
base na qual o fato gerador é definido, o que dá os contornos da definição de competência comum,
como estudado adiante.
- Nos tributos não vinculados, a ausência de atividade estatal na definição do fato gerador
importou a necessidade de a Constituição escolher o ente a quem seria deferida a competência, o que
traz as linhas básicas da chamada competência privativa.
I - mediante LEI COMPLEMENTAR, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam
não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta
Constituição;
#NÃOSABOTEASSÚMULAS:
Súmula Vinculante 12: A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto
no art. 206, IV, da Constituição Federal.
Súmula Vinculante 19: A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta,
remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o art.
145, II, da Constituição Federal.
Súmula 545-STF: Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente
daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária,
em relação à lei que as instituiu.
Súmula 667-STF: Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada
sem limite sobre o valor da causa.
Súmula 670-STF: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.
»» PRINCÍPIOS
- A Constituição Federal reservou um capítulo para discorrer sobre o Direito Tributário, capítulo
denominado de Sistema Tributário Nacional (do art. 145 ao art. 162). A grande maioria dos princípios
tributários encontram-se inseridos no art. 150, da CF/88.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
- No direito brasileiro, aparece no art. 150 da CF, inciso I, mais ligado ao aspecto formal, no sentido
de que precisa de uma lei em sentido formal (tirando as exceções legais) para que haja instituição ou
aumento de tributos. Tal lei seria resultado da aprovação/consentimento do cidadão com a tributação.
- Para a maioria da doutrina, “exigir” significa criar tributo. E como lei é necessária para exigir ou
aumentar, a lei é necessária para extinguir ou minorar.
- A lei deve tratar de todos os elementos necessários para que o tributo possa incidir e ser cobrado
(elementos ou aspectos essenciais da hipótese de incidência tributária). A regra geral é que basta Lei
Ordinária (LO) para a criação de um tributo. Sendo criável por meio de LO, podem também serem
instituídos via MP, mas, no caso dos impostos, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se
houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada – exceto II, IE, IPI, IOF e IEG
(art. 62, §2º, CF).
Art. 62. § 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos
nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida
em lei até o último dia daquele em que foi editada.
União
*Estados, DF
União, Estados, União, Estados, União, Estados, e Municípios
União podem instituir
DF e Municípios DF e Municípios. DF e Municípios.
contribuição
previdenciária de
seus servidores
Lei
Lei ordinária Lei ordinária Lei ordinária Lei ordinária
Complementar
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida
qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
- Trata-se da vedação ao tratamento desigual entre contribuintes que estão em situação equivalente.
A lei complementar estadual que isenta os membros do Ministério Público do pagamento de custas
judiciais, notariais, cartorárias e quaisquer taxas ou emolumentos fere o disposto no art. 150, II, d
Constituição do Brasil. O texto constitucional consagra o princípio da igualdade de tratamento aos
contribuintes. Precedentes. Ação direta julgada procedente para declarar a inconstitucionalidade do
art. 271 da Lei Orgânica e Estatuto do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte – LC
141/1996.” (ADI 3.260, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 29-3-2007, Plenário, DJ de 29-6-2007.)
No mesmo sentido: ADI 3.334, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 17-3-2011, Plenário,
DJE de 5-4-2011.
Lei que restringe os contribuintes da Cosip aos consumidores de energia elétrica do município
não ofende o princípio da isonomia, ante a impossibilidade de se identificar e tributar todos os
beneficiários do serviço de iluminação pública. A progressividade da alíquota, que resulta do
rateio do custo da iluminação pública entre os consumidores de energia elétrica, não afronta o
princípio da capacidade contributiva. Tributo de caráter sui generis, que não se confunde com um
imposto, porque sua receita se destina a finalidade específica, nem com uma taxa, por não exigir a
contraprestação individualizada de um serviço ao contribuinte. Exação que, ademais, se amolda aos
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.” (RE 573.675, Rel. Min. Ricardo Lewandowski,
julgamento em 25-3-2009, Plenário, DJE de 22-5- 2009, com repercussão geral.) No mesmo sentido:
RE 642.938-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgamento em 29-5-2012, Primeira Turma, DJE de 21-6-2012;
AC 3.087-MC-QO, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 27-3-2012, Segunda Turma, DJE de 21-6-
2012; RE 635.001, Rel. Min. Joaquim Barbosa, decisão monocrática, julgamento em 23-3-2012, DJE
de 3-4-2012.
- O princípio da isonomia guarda relação com a capacidade contributiva. Na verdade, não pode ser
analisado fora da capacidade contributiva, pois cada um vai contribuir conforme sua condição de pagar,
isso para que se atenda à justiça distributiva. Mas, cuidado, galera: isso não significa que todos serão
tratados da mesma forma. A capacidade contributiva deve ser analisada no seu aspecto objetivo e
subjetivo.
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído
ou aumentado.
- O marco temporal significativo é a entrada em vigor da lei que majora ou cria um tributo. A
nova lei não pode alcançar fatos ocorridos no passado, antes da sua entrada em vigor. O princípio da
irretroatividade se aplica para a instituição ou majoração de tributos, não havendo exceção.
#OLHAOGANCHO:
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não
tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
#OPROBLEMÁTICO
- Lembre-se de que o marco inicial é a data da publicação da lei (e não da vigência). Enquanto
o princípio da irretroatividade representa uma proteção a fatos ocorridos antes da vigência da lei
(passado), o princípio da anterioridade protege fatos futuros. É um princípio que se fundamenta no
valor segurança jurídica.
ITR IR IPI
IGF
IMPOSTO RESIDUAL
ICMS
ISS
TAXAS
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
#SELIGA: a anterioridade nonagesimal do IPI deve ser observada tanto nas alterações materializadas
por lei quanto nas alterações de alíquotas materializadas por decreto do Poder Executivo.
Empréstimo compulsório
decorrente de GUERRA ou
CALAMIDADE PÚBLICA.
#CUIDADO: não se aplica a Imposto sobre Produtos
exceção para o empréstimo Industrializados - IPI
compulsório no caso de
investimento público de A observância de 90 dias se Imposto de Renda - IR
caráter urgente e de relevante justifica pelo simples fato de a
interesse nacional. indústria brasileira precisar se
adequar às novas regras.
#ATENÇÃO: nesse caso,
deve-se aplicar o princípio da
anterioridade de exercício E
nonagesimal.
Redução e restabelecimento
da CIDE Combustível
Imposto de Exportação – IE #CUIDADO: a majoração -
deve observar a
anterioridade de exercício
também.
Redução e restabelecimento
do ICMS Combustível
IOF #CUIDADO: a majoração -
deve observar a
anterioridade de exercício
também.
Imposto Extraordinário de
- -
Guerra – IEG
- É possível que a análise do caráter confiscatório ou não seja feita com base em um único tributo (e
não em relação à carga tributária como um todo). Em que pese a dificuldade prática, também é possível a
análise da vedação ao confisco levando-se em conta dois ou mais tributos que incidam sobre uma mesma
base econômica.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
- O objeto é coibir tributos que contenham como hipótese de incidência a transposição de fronteira
interestadual ou intermunicipal. Em que pese esta regra, não há óbice à cobrança dos tributos que incidam
sobre a circulação, como é o caso do ICMS. De acordo com a doutrina, o referido princípio protegeria a
liberdade de locomoção prevista no art. 5º, XV da CR.
- Para o STF, o pedágio cobrado pela efetiva utilização de rodovias conservadas pelo poder
público não tem natureza jurídica de taxa, mas sim de preço público, não estando a sua instituição,
consequentemente, sujeita ao princípio da legalidade estrita.
- As imunidades podem ser vistas como regras negativas de competência tributária, pois afastam a
tributação de determinadas pessoas ou bases econômicas. Estabelecem uma regra de incompetência das
pessoas políticas de direito constitucional interno.
#NÃOCONFUNDA:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais
dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei;
- Esse é o principal artigo das imunidades, que afasta apenas um tipo de tributo, o imposto, e atinge
todas as pessoas políticas (União, Estados, Municípios e DF). Então, por exemplo, a igreja paga taxa; o
sindicato de empregado paga contribuição de melhoria.
- Imunidade de custas judiciais, na ação popular, salvo comprovada má-fé (art. 5º, LXXIII) -
Imunidade de emolumentos referentes ao registro civil de nascimento e certidão de óbito, para os
reconhecidamente pobres (art. 5º LXXVI, CF).
- Sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis
líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica (art. 155, § 2º, X, “b). O STF decidiu que a
não-incidência se destina a beneficiar o Estado destinatário da mercadoria, a quem cabe todo
o ICMS e não ao consumidor, o que faz com que a empresa que adquire combustível em outro
Estado, para uso próprio, se sujeite ao ICMS (RE198088).
- Nenhum outro imposto (exceto ICMS, II e IE) poderá incidir sobre operações relativas à energia
elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis minerais do País, não
havendo qualquer restrição para a incidência de contribuições sociais e de intervenção no domínio
econômico, nos termos do art. 155, § 3º c/c 149, § 2º, II da CF.
#DEOLHONATABELA #DIZERODIREITO20:
#VEMDETABELINHA:
IMUNIDADE ISENÇÃO
Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
- Os entes federados não podem cobrar impostos sobre patrimônio, renda ou serviços uns dos
outros (IPVA, IPTU, IR, ISS, etc.). O objetivo é proteger as pessoas de direito público umas contra as outras.
Nesse sentido, é visto como garantia da Federação, motivo pelo qual é entendida pelo STF como cláusula
pétrea.
Essa tributação mútua é vedada porque há o respeito ao pacto federativo – esse é o vetor axiológico
que justifica essa norma imunizante – as entendidas políticas não são hierarquizadas.
• A cobrança de impostos indica um poder de sujeição entre aquele que os cobra e o ente do qual se
cobram. Não existe hierarquia entre os entes. Cláusula pétrea (federalismo).
Pode-se também falar da ausência da capacidade contributiva das pessoas políticas, no sentido
de que o patrimônio das pessoas políticas não pertence a elas próprias, mas sim à coletividade, não
podendo ser atingido por impostos (podendo ser atingido por taxa, contribuições por outros motivos).
• Dois vetores axiológicos que justificam essa imunidade: federação e ausência da capacidade contributiva
das pessoas políticas.
• Ex.: IPVA – pode o Estado de Mato Grosso exigir o IPVA dos veículos que pertencem à Cuiabá? NÃO,
porque o Município é imune.
• Ex.2: IPTU – é municipal – pode o Município X exigir IPTU do prédio que pertence à União? NÃO –
porque a União é imune ao tributo.
ROL DE IMPOSTOS: impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços – impostos que seriam
afastados.
- O dispositivo fala em patrimônio, renda e serviço como rol classificatório, que é uma forma que foi
retirada do CTN e trazida para a CF (art. 19 a 73). Esse rol não aparece só na alínea “a”, mas também na
“c”, nos parágrafos 2º, 3º e 4º. Tudo que se falar aqui aplicar nos dispositivos citados. O STF afirmou que,
em homenagem ao vetor axiológico da norma, estende-se a imunidade para qualquer imposto, embora
o dispositivo fale apenas dessas três espécies.
• Segundo o STF, esse rol deve ter uma interpretação ampla, extensiva, porque imposto sobre patrimônio
é o IPTU, IPVA (não há grandes problemas), imposto sobre renda é o IR, sobre serviços é o ISS, ICMS.
Mas a questão é o imposto que não estaria nesse rol, e o STF já disse que a interpretação desse rol
deve ser ampla, em homenagem ao vetor axiológico.
• Nessa linha, não incide IOF (imposto federal) no Município, mesmo que esse imposto não faça parte
do rol, segundo entendimento do STF.
• Mesmo que o imposto não faça parte do rol, a interpretação que o STF dá é ampla.
Art. 150, parágrafo 2º: A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas
e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas
finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
- Esse comando proíbe que governo cobre imposto de governo, porque está se falando de uma
intributabilidade da personalidade de direito público dessas entidades, porque todas têm personalidade
de direito público.
• Entretanto, há outras entidades que possuem personalidade de direito público, devendo essas também
receber o mesmo tratamento.
A alínea “a” se estende às Autarquias e Fundações públicas, que possuem personalidade jurídica
de direito público, que enseja a imunidade das personalidades políticas.
• Ex.: não pode um Município cobrar imposto de uma Autarquia Federal, por exemplo.
• O patrimônio da Autarquia, entretanto, só vai ser imune se houve vinculação com o patrimônio
autárquico.
Segundo a jurisprudência do STF, o patrimônio da Autarquia que não estiver vinculado, ele vai ser
tributado. Ex.: terreno baldio de uma Autarquia – na visão do STF, recebeu tributação normal.
Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista: embora não haja previsão expressa no
texto constitucional, o STF estende também as imunidades para as empresas públicas e sociedades de
economia mista, desde que observados os requisitos elencados.
• As empresas públicas devem ser prestadoras de serviços públicos ou atuarem em atividades econômicas
em regime de privilégio.
• Eros Grau: Monopólio é de atividade econômica em sentido estrito, empreendida por agentes
econômicos privados. A exclusividade da prestação dos serviços públicos é expressão de uma situação
de privilégio.
• Ex.: ECT (Info. 696) – atua no regime de privilégio. O STF estendeu a imunidade da ECT inclusive nos
serviços que não tipicamente postais, fora do privilégio da União.
• Sociedade economia mista: caso essa sociedade tenha roupagem de economia mista, mas exerça
serviço público, haverá imunidade. Cite-se um caso ocorrido com um hospital particular que fora
desapropriado e passou a ser do ente político - foi desapropriado 99,9 % do hospital - passando a ter
roupagem de sociedade de economia mista, mas prestando serviço público.
- Em relação às fundações, o artigo 150, §2º CF dispõe que a imunidade tributária relativa aos
impostos sobre a renda, o patrimônio e os serviços federais, estaduais e municipais é extensiva às
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, não diferenciando qual tipo de fundação pública. Ou
seja, ambas as modalidades de fundações públicas fazem jus à referida imunidade, desde que a atividade
#DEOLHONAJURIS:
A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal, não abarca o
maquinário utilizado no processo de produção de livros, jornais e periódicos. A imunidade
tributária visa à garantia e efetivação da livre manifestação do pensamento, da cultura e da
produção cultural, científica e artística. Assim, é extensível a qualquer material assimilável a
papel utilizado no processo de impressão e à própria tinta especial para jornal, mas não é aplicável
aos equipamentos do parque gráfico, que não são assimiláveis ao papel de impressão, por não
guardarem relação direta com a finalidade constitucional do art. 150, VI, “d”, da CF/88. STF. 1ª
Turma. ARE 1100204/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado
em 29/5/2018 (Info 904).
A INFRAERO (empresa pública federal) celebrou contrato de concessão de uso de imóvel com
uma empresa privada por meio da qual esta última poderia explorar comercialmente um imóvel
pertencente à INFRAERO. Vale ressaltar que esta empresa é uma concessionária de automóveis.
A empresa privada queria deixar de pagar IPTU alegando que o imóvel gozaria de imunidade
tributária. O STF não aceitou a tese e afirmou que não incide a imunidade neste caso. A atividade
desenvolvida pela empresa tem por finalidade gerar lucro. Se fosse reconhecida a imunidade neste
caso, isso geraria, como efeito colateral, uma vantagem competitiva artificial em favor da empresa,
que teria um ganho em relação aos seus concorrentes. Afinal, a retirada de um custo permite o
aumento do lucro ou a formação de preços menores, o que provoca desequilíbrio das relações de
mercado. Não se pode aplicar a imunidade tributária recíproca se o bem está desvinculado
de finalidade estatal. STF. Plenário. RE 434251/RJ, rel. orig. Min. Joaquim Barbosa, red. p/ o ac. Min.
Cármen Lúcia, julgado em 19/4/2017 (Info 861).
Incide o IPTU, considerado imóvel de pessoa jurídica de direito público cedido a pessoa
jurídica de direito privado, devedora do tributo. Ex: a União celebrou contrato de concessão
de uso de imóvel com uma empresa privada por meio da qual esta última poderia explorar
comercialmente determinado imóvel pertencente ao patrimônio público federal. A empresa privada
queria deixar de pagar IPTU alegando que o imóvel gozaria de imunidade tributária. O STF não
aceitou a tese e afirmou que não incide a imunidade neste caso. STF. Plenário. RE 601720/RJ, rel.
orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgado em 6/4/2017 (repercussão geral)
(Infos 860 e 861).
A imunidade recíproca, prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição Federal, não se estende a
empresa privada arrendatária de imóvel público, quando seja ela exploradora de atividade
econômica com fins lucrativos. Nessa hipótese é constitucional a cobrança do IPTU pelo
Município. Ex: a União, proprietária de um grande terreno localizado no Porto de Santos, arrendou
este imóvel para a Petrobrás (sociedade de economia mista), que utiliza o local para armazenar
combustíveis. Antes do arrendamento, a União não pagava IPTU com relação a este imóvel em
virtude da imunidade tributária recíproca. Depois que houve o arrendamento, a Petrobrás passa a
ter que pagar o imposto. STF. Plenário. RE 594015/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 6/4/2017
(repercussão geral) (Info 860).
Os Correios gozam de imunidade tributária recíproca, razão pela qual os Municípios não
podem cobrar ISS sobre a prestação dos serviços postais. Ocorre que, durante muitos anos,
alguns Municípios cobravam o imposto porque ainda não se tinha uma certeza, na jurisprudência,
acerca da imunidade dos Correios. A ECT pode pleitear à repetição do indébito relativo ao ISS
cobrado sobre os serviços postais. Para isso, os Correios não precisam provar que assumiram o
encargo pelo tributo nem precisam estar expressamente autorizados pelos tomadores dos serviços.
Presume-se que os Correios não repassaram o custo do ISS nas tarifas postais cobradas
dos tomadores dos serviços. Isso porque a empresa pública sempre entendeu e defendeu que
não estava sujeita ao pagamento desse imposto. Não havendo repasse do custo do ISS ao
consumidor final, os Correios podem pleitear a restituição sem necessidade de autorização
do tomador dos serviços. STJ. 2ª Turma.REsp 1.642.250-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
16/3/2017 (Info 602).
A imunidade da alínea “d” do inciso VI do art. 150 da CF/88 alcança componentes eletrônicos
destinados, exclusivamente, a integrar unidade didática com fascículos. STF. Plenário. RE
595676/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/3/2017 (repercussão geral) (Info 856).
A imunidade tributária constante do art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal (CF), aplica-se ao
livro eletrônico (“e-book”), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo. STF.
Plenário. RE 330817/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 8/3/2017 (repercussão geral) (Info 856).
Os requisitos para o gozo de imunidade hão de estar previstos em lei complementar. STF.
Plenário. ADI 2028/DF, ADI 2036/DF, ADI 2228/DF, rel. orig. Min. Joaquim Barbosa, red. p/ o ac. Min.
Rosa Weber, julgados em 23/2 e 2/3/2017 (Info 855). STF. Plenário. RE 566622/RS, Rel. Min. Marco
O art. 150, VI, “c” da CF/88 prevê que as “instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos” gozam de imunidade tributária quanto aos impostos, desde que atendidos os requisitos
previstos na lei. A instituição de ensino continuará com a imunidade do imposto sobre o imóvel
caso ele esteja alugado a terceiros? SIM. Súmula vinculante 52-STF: Ainda quando alugado a
terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas
pelo art. 150, VI, c, da CF, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as
quais tais entidades foram constituídas. STF. Plenário. Aprovada em 17/06/2015.
Os veículos automotores pertencentes aos Correios são imunes à incidência do IPVA por
força da imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, “a”, da CF/88). STF. Plenário. ACO 879/PB,
Rel. Min. Marco Aurélio, Red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, 26/11/2014 (Info 769).
Os Correios gozam de imunidade tributária porque são uma empresa pública que
desempenha serviços públicos. Ocorre que os Correios, além das atividades que desenvolvem
de forma exclusiva, como é o caso da entrega de cartas, também realizam alguns serviços em
concorrência com a iniciativa privada (ex.: entrega de encomendas). Mesmo quando os Correios
realizam o serviço de transporte de bens e mercadorias, concorrendo, portanto, com a
iniciativa privada, ainda assim gozam de imunidade e ficam livres de pagar ICMS. Assim, o
STF decidiu que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos — ECT goza de imunidade tributária
recíproca mesmo quando realiza o transporte de bens e mercadorias. STF. Plenário. RE 627051/PE,
Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 12/11/2014 (repercussão geral)(Info 767).
Determinada entidade de assistência social sem fins lucrativos que atende pessoas com deficiência
explora uma agência franqueada dos Correios. Em outras palavras, ela é proprietária de uma
agência franqueada dos Correios. A renda obtida com essa atividade é revertida integralmente aos
fins institucionais dessa entidade. A venda das mercadorias nessa agência franqueada será imune de
ICMS? NÃO. O STJ decidiu que não há imunidade nesse caso. Isso porque a atividade econômica
fraqueada dos Correios não está relacionada com as finalidades institucionais da entidade
de assistência social, ou seja, o serviço prestado não possui relação com seus trabalhos na
área de assistência social, ainda que o resultado das vendas seja revertido em prol das suas
atividades essenciais. Logo, não se pode conceder a imunidade porque não está preenchido o
requisito exposto no ar. 150, § 4º da CF/88 e art. 14, § 2º do CTN. STJ. 2ª Turma. RMS 46170-MS, Rel.
Min. Humberto Martins, julgado em 23/10/2014 (Info 551).
LANÇAMENTO De ofício
Súmula 135, STJ:O ICMS não incide na gravação e distribuição de filmes e videoteipes.
#AJUDAMARCINHO: As duas súmulas são válidas, devendo ser interpretadas da seguinte forma:
• Venda de fitas de vídeo produzidas por encomenda deforma personalizada para um cliente: incide
• Venda de fitas de vídeo produzidas em série e ofertadas ao público em geral: incide ICMS (trata-se
de comercialização de mercadoria}.
Súmula 334, STJ: O ICMS não incide no serviço dos provedores de acesso à Internet.
Súmula 350, STJ: O ICMS não incide sobre o serviço de habilitação de telefone celular.
Súmula 395, STJ: O ICMS incide sobre o valor da venda a prazo constante da nota fiscal.
Súmula 431, STJ: É ilegal a cobrança de ICMS com base no valor da mercadoria submetido ao
regime de pauta fiscal.
Súmula 457, STJ: Os descontos incondicionais nas operações mercantis não se incluem na base de
cálculo do ICMS.
Súmula 509, STJ: É lícito ao comerciante de boa-fé aproveitar os créditos de ICMS decorrentes
de nota fiscal posteriormente declarada inidônea, quando demonstrada a veracidade da compra e
venda.
»» OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Segundo o § 2.º do art. 113 do CTN, a obrigação acessória tem por objeto as
prestações, positivas ou negativas, previstas no interesse da arrecadação ou
da fiscalização dos tributos.
»» FATO GERADOR
- Classificação doutrinária/jurisprudencial
- É aquele que faz surgir uma obrigação tributária a cada fato gerador praticado.
- É aquele que se perpetua ao longo do tempo, exigindo da lei a definição de uma data para a sua
ocorrência.
- Corresponde a uma sucessão de fatos que são reunidos num determinado período de tempo.
- Ex.: IR.
Art. 114 CTN. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e
suficiente à sua ocorrência.
- O fato gerador da situação principal deve ser previsto em lei – é o fato gerador em abstrato
– a hipótese de incidência.
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que na forma da legislação aplicável,
impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
Art. 116, CTN. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador existentes os
seus efeitos:
II – tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos
termos de direito aplicável.
»» SUJEITO PASSIVO
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária.
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato
gerador;
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição
expressa de lei.
- Sujeito passivo: pode ser o contribuinte ou o responsável. Ambos estão ligados ao fato gerador.
A) Contribuinte: está direta e pessoalmente ligado ao fato gerador – pratica o fato gerador.
B) Responsável: está ligado de forma indireta ao fato gerador – não pratica o fato gerador. É
obrigado a pagar o tributo por força de lei.
»» ASPECTO QUANTITATIVO
- Alíquota e base de cálculo são, por regra, informações do tributo que devem ser definidas em lei.
IV – a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21,
26, 39, 57 e 65.
- Sobre esses impostos, a CF diz que suas alíquotas podem ser alteradas por atos do poder executivo.
A CF não fala em base de cálculo – a CF limitou essas hipóteses excepcionais à apenas as alíquotas –
mesmo o CTN falando em base de cálculo.
- Base de cálculo de qualquer tributo sempre será dependente de lei (não há exceções). As alíquotas
de alguns impostos é que podem ser alteradas por atos do Poder Executivo.
• Podemos identificar que o lançamento possui natureza jurídica declaratória, no sentido que declara a
existência da obrigação tributária, bem como constitutiva, pois constitui o crédito tributário.
»» Lançamento de Ofício: a autoridade fiscal, valendo-se do poder-dever imposto por seu ofício,
diretamente procede ao lançamento do tributo, não havendo colaboração relevante do devedor.
»» Lançamento por declaração: o sujeito passivo oferece declaração acessória à autoridade fiscal que,
com base nela, constituirá o crédito tributário.
»» Lançamento por homologação: “Art. 150 (CTN). O lançamento por homologação, que ocorre
quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem
prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando
conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa”.
I - moratória;
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo;
VI – o parcelamento.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações assessórios
dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela consequentes.
- Essa relação é composta por um tripé: de um lado o dever do sujeito passivo; do outro, o direito
do sujeito ativo. Tanto o direito quanto o dever olham para o mesmo objeto, que podem ser o tributo
ou a penalidade. Ex.: Na decadência, desaparece o direito. No pagamento, desaparece o objeto. E na
remissão desaparece o dever.
- Conversão do depósito em
- Pagamento; - Compensação; renda;
- Homologação do pagamento - Transação; - Consignação em pagamento;
Antecipado; - Remissão; - Decisão Administrativa
- Decadência; - Dação em pagamento em irreformável;
- Prescrição. bens imóveis. - Decisão judicial passada em
julgado.
A) Do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento deveria ter sido efetuado.
B) Caso a lei atribua ao sujeito passivo a obrigação de recolher antecipadamente o tributo (lançamento
por homologação), a contagem do prazo inicia-se a partir do próprio dia da ocorrência do fato
gerador.
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito
pelo devedor.
1) Anistia
2) Isenção
- Ambos os institutos devem ser sempre interpretados de maneira literal – conforme previsão legal,
só alcançam os tributos ou as multas previstas na lei.
1) Isenção
#SELIGA: Existe uma diferença prática nesses conceitos – há reflexos jurídicos quanto a esses
conceitos:
Se utilizado o conceito disposto no CTN, acompanhado pela jurisprudência, diz-se que na isenção,
como dispensa legal para o pagamento do tributo, existe o fato gerador, mas a obrigação
principal é dispensada.
Se adotado o conceito da doutrina, como regra de não incidência legalmente qualificada, aqui não
há o fato gerador, sequer o fato gerador é praticado, porque a lei ordinária, a própria lei específica,
não permite que isso aconteça.
- Tipos de isenção
• Isenção Condicional: é o tipo de benefício que é concedido sob prazo certo e segundo determinadas
condições – não pode ser revogada a qualquer tempo.
• Isenção Incondicional: não vai ter prazo e não é especificado nenhum tipo de condição – pode ser
revogada a qualquer tempo.
- Isenção e anterioridade
• 1a Premissa: a anterioridade deve ser observada sempre que um tributo for instituído ou majorado.
- Revogação de isenções
- Elas podem ser revogadas? Sim, desde que não sejam concedias sob condição onerosa e por
prazo certo, pois, nesse caso, haverá direito de adquirido. Ex. lei municipal que concede dez anos de
isenção de IPTU para montadora de veículos, desde que invista 20 milhões – prazo certo e condição
onerosa. Tem que preencher as duas condições. Esse é o entendimento do STF e no CTN art. 178.
Súmula 544 STF: Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser livremente
suprimidas.
2) Anistia
- Anistia é a dispensa legal do pagamento da multa ou, em outras palavras, é o perdão legal da
multa.
- Alcance do benefício
A anistia só pode alcançar as infrações cometidas antes da lei que conferir o benefício.
- Às infrações resultantes de conluio (trata-se do ajuste doloso entre duas ou mais pessoas físicas
ou jurídicas com o objetivo de fraude ou sonegação – Lei 4.502/64, art. 71 a 73, que enquadra o
conluio como crime).
- Tipos de anistia
#SELIGA: A anistia não depende de despacho, precisa ser feita por lei. Se for individual, a e a lei vai
especificar os requisitos, que precisam ser comprovados pela autoridade administrativa, por meio
de despacho. O despacho administrativo é meramente declaratório e não constitutivo do benefício.
DIREITO PENAL
1. Teoria da lei penal: conceito, fontes, objetivos. Princípios de direito penal. Validade da lei penal
no espaço e no tempo. Interpretação da lei penal. Direito penal e poder punitivo. As escolas penais.
Modernas tendências do pensamento penal. Evolução histórica do direito penal.
»» PRINCÍPIOS
- PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL OU ESTRITA LEGALIDADE: Art. 1º, CP: “Não há crime sem lei
anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal”.
#CUIDADO: É possível a edição de Medida Provisória que verse sobre direito penal não incriminador?!
Apesar de a CF vedar expressamente a edição de MP sobre Direito Penal (art. 62, §1º), o STF já
admitiu MP na seara penal, desde que para favorecer o réu (RE 254.818, rel. Min. Sepúlveda
Pertence, julgamento em 8-11-2000, Plenário, DJ de 19-12-2002).
Princípio da legalidade = reserva legal (não há crime sem lei) + princípio da anterioridade
(exige lei anterior).
- PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE: A lei penal deve ser anterior ao fato cuja punição se pretende.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
»» SISTEMAS PENAIS
- percebeu-se que nem o injusto poderia ser explicado unicamente com base
em elementos objetivos, e nem a culpabilidade se constituiria somente de
elementos subjetivos.
- sendo normativa, a teoria do delito não poderia prescindir (dispensar) de
uma valoração mínimas nas suas principais categorias.
- o injusto (a ação típica e ilícita) deixa de ser a descrição do comportamento
SISTEMA
proibido, passando a ser compreendido a partir de sua danosidade social.
NEOCLÁSSICO
- a culpabilidade, que antes era unicamente psicológica, passa a ser também
normativa, porque compreende a censurabilidade ou a reprovação jurídica
do comportamento pessoal do agente.
- permanece com a mesma designação do causalismo, já que dolo e culpa
continuavam na culpabilidade, mas a culpabilidade se enriquece com um
elemento normativo: a exigibilidade de conduta diversa.
#VAMOSALÉM:
- FUNCIONALISO TELEOLÓGICO DE ROXIN: o direito penal teria por missão, primeiro, a proteção
de bens jurídicos, e, com a pena pública, a prevenção de novos crimes. Amplia a categoria da
culpabilidade, que passa a se designar por responsabilidade, exigindo não só a imputabilidade do
agente e os demais elementos, mas também o atendimento às finalidades preventivas da pena.
- O MODELO SISTÊMICO DE JAKOBS: aqui, a pena viria para confirmar a validade da norma
violada, na perspectiva daquela identidade normativa. O crime implicaria uma perturbação no
sistema social. Apresenta essa proposta uma característica essencialmente sistêmica, sem uma
finalidade de política criminal específica que não seja a de manter a sua configuração. É voltado
unicamente para a manutenção do sistema jurídico.
O direito penal é ciência normativa, pautada no método dedutivo, visualizando o crime como
conduta anormal para a qual fixa uma punição. O direito penal conceitua crime como conduta (ação
ou omissão) típica, antijurídica e culpável. Por seu turno, a criminologia vê o crime como um problema
social, um verdadeiro fenômeno comunitário, abrangendo o estudo do desvio, do desviante, da vítima e
do controle social.
#VAICAIR:
Vitimização primária – Se relaciona à pessoa que sofre a ação delituosa, ou seja, o sujeito passivo
do crime.
- CRIMINALIZAÇÃO PRIMÁRIA
Transformação de um fato em crime. Em essência não há nenhuma diferença entre um fato criminoso
e um fato normal, exceto pelo fato criminoso ter o rótulo de crime. Quem? Poder Legislativo.
- CRIMINALIZAÇÃO SECUNDÁRIA
Transformação de uma pessoa em criminoso, qual seria a diferença entre uma pessoa “normal” e
uma pessoa criminosa? Não há, em essência, diferença, não é tanto o que o sujeito faz, mas sim quem
ele é (teoria do etiquetamento). Quem? Judiciário, MP e Polícia.
Assimilação Prisionização
»» ESCOLAS CRIMINOLÓGICAS
»» Teorias do Consenso: “os objetivos da sociedade são atingidos quando há o funcionamento perfeito
de suas instituições, com os indivíduos convivendo e compartilhando as metas sociais comuns”.
»» Teorias do Conflito: “a harmonia social decorre da força e da coerção, em que há uma relação entre
dominantes e dominados”.
ESCOLA CLÁSSICA
A pena é um mal imposto ao indivíduo que merece um castigo em vista de uma falta considerado
crime, que cometeu de forma voluntária e consciente.
*Críticas: homogeneidade absoluta de todos os homens em relação aos processos pessoais
de motivação da ação; não teve êxito em conter a criminalidade com seu suposto efeito
dissuasório da pena.
ESCOLA POSITIVA
TEORIA DA ANOMIA
Baseado nas metas culturais: interesses, valores, propósitos de todos os membros da sociedade. Ex.:
vencer na vida, ter roupas de marca, um bom emprego, etc. A sociedade impõe objetivos e metas
inalcançáveis e por serem inatingíveis para a maioria dos indivíduos, a dissociação entre os objetivos
e os instrumentos para o seu alcance gera a anomia;
A sociedade é falsamente meritocrática: para alcançar as metas culturais é preciso de ajuda dos meios
institucionais (aparato cultural, familiar, econômico e social);
O desajuste entre os meios institucionais e as metas culturais propicia o surgimento de condutas
de indiferença perante as normas e tentativa de atingir tais metas por meios diversos, proibidos na
sociedade;
Posturas diante da anomia, segundo Merton:
(a) conformista – aceita os meios e os fins, submetendo-se aos meios disponíveis para alcançar os
fins, ainda que o não alcance, naturalizando a desigualdade;
(b) inovadora – aceita os fins, mas não se adapta aos meios legitimamente disponíveis, de modo que
se utiliza de meios ilegítimos para alcançar as finalidades;
(c) ritualista – aceita os meios, mas desiste dos fins;
(d) apática – renuncia aos meios e aos fins.
Cultura: são os valores dominantes em certa sociedade, que são passados de geração para geração;
Subculturas: cultura dentro da cultura, mas com valores opostos ou divergentes e que não pretende
substituir a cultura dominante;
Contracultura: é espécie de subcultura que presente substituir a cultura dominante;
Esta teoria estuda as causas dos crimes cometidos no âmbito das subculturas, principalmente nos
grupos de jovens;
Se na cultura o cometimento de crimes significa o fracasso, na subcultura representa o sucesso (valores
opostos);
Os crimes praticados pelos integrantes da subcultura não visam a um fim útil, mas apenas chocar;
Subcultura delinquente: comportamento de transgressão determinado por um subsistema de
conhecimento, crenças e atitudes que permitem formas particulares de comportamento transgressor
em situações específicas;
Estuda apenas determinado tipo de criminalidade e não todas;
Limitada a um registro meramente descritivo das condições econômicas e sociais das subculturas,
sendo, portanto, uma teoria acrítica;
Defende que a conduta delitiva não seria reflexo negativo da desorganização social e outras mazelas
da sociedade. Todo agrupamento humano é dotado de subculturas, com regras e vida própria (valores
distintos da cultura dominante) e o crime seria reflexo dessas diferentes culturas.
CRIMINOLOGIA CRÍTICA
O sistema penal não é estático (complexo de normas), mas um meio de criminalização, que vai desde
o legislador até a execução penal e de mecanismos informais de reação social;
Ocorre uma dupla seleção: os bens protegidos penalmente são os da classe dominante e estigmatização
dos indivíduos da classe dominada.
DUAS VERTENTES:
Neorrealismo de esquerda; a solução para o crime consistiria na transformação revolucionária e
na eliminação da exploração do homem pelo homem. São propostas: a) criminalização dos atos que
proliferam a exploração; b) minimalização da repressão penal sobre as classes exploradas; c) criação
de uma nova criminalidade e diminuição da velha criminalidade de massa. Juarez Cirino dos Santos.
Abolicionismo; o Direito Penal não é compatível com a justiça social e a diminuição das desigualdades.
Thomas Mathiesen e Louk Hulsman
3. Constituição e Direito Penal. O Direito Penal e o Estado Democrático de Direito. Direito Penal e
Direitos Humanos. Direitos humanos e processo de criminalização. Aplicação e interpretação da lei
penal a luz dos direitos humanos.
#VAICAIR: Convenção Interamericana de Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica)21
- O termo “qualquer outra condição social” deve ser interpretado segundo o princípio pro homine.
- O art. 1.1 protege grupos em situação de vulnerabilidade, condição reconhecida como categoria
de proteção especial.
21 Galera, igual em Processo Penal, aqui vamos ver alguns dos artigos mais importantes da Convenção Interamericana de Direitos Humanos, bem como julgados
da Corte IDH em matéria penal.
“A jurisdição dos Estados, em relação à proteção dos direitos humanos estabelecidos na Convenção
Americana, não se limita ao seu território. O termo “jurisdição” previsto na Convenção Americana
é mais amplo que o território de um Estado e inclui situações além de seus limites territoriais. Os
Estados devem respeitar e garantir os direitos de todas as pessoas sujeitas à sua jurisdição, mesmo
que não estejam dentro de seu território. d. O exercício da jurisdição de acordo com o art. 1 (1) da
Convenção Americana fora do território de um Estado é uma situação excepcional que deve ser
examinada restritivamente em cada caso específico. e. O conceito de jurisdição, nos termos do art.
1 (1) da Convenção Americana, engloba qualquer situação em que um Estado exerce autoridade ou
controle efetivos sobre um indivíduo ou indivíduos, dentro ou fora de seu território. [Corte IDH. OC
23/2017, Parecer consultivo sobre meio ambiente e direitos humanos, de 15-11-2017, solicitado pela
República da Colômbia. Tradução livre.] [Inteiro teor.]”
“Em conformidade com o exposto, como já mencionado (...), a Corte recorda que os tratados de
direitos humanos são instrumentos vivos, cuja interpretação tem que acompanhar a evolução dos
tempos e as condições de vida atuais. (...) 70. Nesse sentido, ao interpretar a expressão “qualquer
outra condição social” do art. 1.1 da Convenção, deve-se sempre eleger a alternativa mais favorável
para a tutela dos direitos protegidos pelo tratado, segundo o princípio pro homine. Dessa forma,
esse Tribunal reitera que os critérios específicos em virtude dos quais é proibido discriminar, segundo
o art. 1.1 da Convenção Americana, não constituem um rol taxativo ou limitado, mas meramente
enunciativo. Nesse sentido, a redação desse artigo deixa em aberto os critérios, com a inclusão
da expressão “outra condição social”, para incorporar outras categorias que não tenham sido
explicitamente mencionadas. A expressão “qualquer outra condição social” do art. 1.1. da Convenção
deve ser interpretada pela Corte, por conseguinte, buscando a opção mais favorável à pessoa
e à evolução dos direitos fundamentais no Direito Internacional contemporâneo. [Corte IDH. OC
24/2017, Parecer consultivo sobre identidade de gênero, igualdade e não discriminação entre casais
do mesmo sexo, de 24-11-2017, solicitado pela República da Costa Rica. Tradução livre.] [Resumo
oficial.]”
“Como se tratou de expor no presente voto, diferentemente dos Sistemas Europeu e Africano de
Direitos Humanos, os Sistemas Universal e Interamericano mostram uma tendência a considerar
que as pessoas que se encontram em situação de pobreza constituem um grupo em situação
de vulnerabilidade diferenciado dos grupos tradicionalmente identificados; essa condição é
reconhecida como categoria de proteção especial e é parte da proibição de discriminação por
“posição econômica” contemplada de maneira expressa no art. 1.1 da Convenção Americana. [Corte
IDH. Caso Trabalhadores da Fazenda Brasil Verde vs. Brasil. Exceções preliminares, mérito, reparações
e custas. Sentença de 20-10-2016.] [Resumo oficial.]”
2. Se o exercício dos direitos e liberdades mencionados no artigo 1 ainda não estiver garantido por
disposições legislativas ou de outra natureza, os Estados-Partes comprometem-se a adotar, de acordo
com as suas normas constitucionais e com as disposições desta Convenção, as medidas legislativas
ou de outra natureza que forem necessárias para tornar efetivos tais direitos e liberdades.
“A esse respeito, este Tribunal estabeleceu que o art. 2 (...) da Convenção prevê o dever geral de
Estados-Partes de adaptar sua legislação interna às disposições dessa norma para garantir os direitos nela
consagrados. Esse dever implica a adoção de medidas em duas direções. Por um lado, a supressão das
regras e práticas de qualquer natureza que impliquem violação às garantias previstas na Convenção. Por
outro lado, a edição de normas e o desenvolvimento de práticas conducentes à aplicação efetiva de tais
garantias. [Corte IDH. Caso Amrhein e outros vs. Costa Rica. Exceções preliminares, mérito, reparações e
custas. Sentença de 25-4-2018.] [Resumo oficial.]”
“Com base nas considerações acima, a Corte Interamericana conclui que, devido à interpretação e
à aplicação conferidas à Lei de Anistia, a qual carece de efeitos jurídicos a respeito de graves violações de
direitos humanos, nos termos antes indicados (particularmente, par. 171 a 175 supra), o Brasil descumpriu
sua obrigação de adequar seu Direito interno à Convenção, contida em seu art. 2, em relação aos arts.
8.1, 25 e 1.1 do mesmo tratado. [Corte IDH. Caso Gomes Lund e outros vs. Brasil. Exceções preliminares,
mérito, reparações e custas. Sentença de 24-11-2010.] [Resumo oficial.] [Ficha técnica.]”
4.1 Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em
geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente.
- A fertilização in vitro não viola o direito à vida, previsto no art. 4.1 da Convenção Americana de
Direitos Humanos.
- A pesquisa com células-tronco embrionárias para fins terapêuticos não viola o direito à vida nem
a dignidade da pessoa humana.
- Deve-se interpretar o tipo penal do aborto conforme a Constituição para excluir do seu
âmbito de incidência a interrupção voluntária da gestação no primeiro trimestre.
se implanta no útero, razão pela qual antes desse evento não procederia a aplicação do art. 4 da
Convenção. Além disso, é possível concluir das palavras “em geral” que a proteção do direito à
vida em conformidade com essa disposição não é absoluta, mas é gradual e incremental segundo
seu desenvolvimento, em razão de que não constitui um dever absoluto e incondicional, mas
implica entender a procedência de exceções à regra geral. [Corte IDH. Caso Artavia Murillo e outros
(Fecundação in vitro) vs. Costa Rica. Exceções preliminares, mérito, reparações e custas. Sentença de
28-11-2012.] [Resumo oficial.]”
“Torna-se importante aqui uma breve anotação sobre o status jurídico do embrião durante fase inicial
da gestação. Há duas posições antagônicas em relação ao ponto. De um lado, os que sustentam
que existe vida desde a concepção, desde que o espermatozoide fecundou o óvulo, dando origem à
multiplicação das células. De outro lado, estão os que sustentam que antes da formação do sistema
nervoso central e da presença de rudimentos de consciência – o que geralmente se dá após o
terceiro mês da gestação – não é possível ainda falar-se em vida em sentido pleno. Não há solução
jurídica para esta controvérsia. Ela dependerá sempre de uma escolha religiosa ou filosófica de cada
um a respeito da vida. Porém, exista ou não vida a ser protegida, o que é fora de dúvida é que não há
qualquer possibilidade de o embrião subsistir fora do útero materno nesta fase de sua formação. Ou
seja: ele dependerá integralmente do corpo da mulher. Essa premissa, factualmente incontestável,
está subjacente às ideias que se seguem. (...) na linha do que se sustentou no presente capítulo, a
criminalização da interrupção da gestação no primeiro trimestre vulnera o núcleo essencial de um
conjunto de direitos fundamentais da mulher. [STF. HC 124.306, rel. min. Marco Aurélio, red. p/ o ac.
min. Roberto Barroso, 1ª T, j. 9-8-2016, DJE de 17-3-2017.]”
4.2 Nos países que não houverem abolido a pena de morte, esta só poderá ser imposta pelos delitos
mais graves, em cumprimento de sentença final de tribunal competente e em conformidade com lei
que estabeleça tal pena, promulgada antes de haver o delito sido cometido. Tampouco se estenderá
sua aplicação a delitos aos quais não se aplique atualmente.
4.3 Não se pode restabelecer a pena de morte nos Estados que a hajam abolido.
4.4. Em nenhum caso pode a pena de morte ser aplicada por delitos políticos, nem por delitos comuns
conexos com delitos políticos. 4.5. Não se deve impor a pena de morte a pessoa que, no momento
da perpetração do delito, for menor de dezoito anos, ou maior de setenta, nem aplicá-la a mulher
em estado de gravidez. 4.6. Toda pessoa condenada à morte tem direito a solicitar anistia, indulto ou
comutação da pena, os quais podem ser concedidos em todos os casos. Não se pode executar a pena
6.1 Ninguém pode ser submetido a escravidão ou a servidão, e tanto estas como o tráfico de mulheres
são proibidos em todas as suas formas.
identificados a seguir. 270. O primeiro elemento (estado ou condição) se refere tanto à situação de jure
como de facto, isto é, não é essencial a existência de um documento formal ou de uma norma jurídica para
a caracterização desse fenômeno, como no caso da escravidão chattel ou tradicional. 271. Com respeito
ao elemento de “propriedade”, este deve ser entendido no fenômeno de escravidão como “posse”, isto é,
a demonstração de controle de uma pessoa sobre outra. Portanto, “no momento de determinar o nível
de controle requerido para considerar um ato como escravidão, (…) poder-se-ia equipará-lo à perda da
própria vontade ou a uma diminuição considerável da autonomia pessoal”. Nesse sentido, o chamado
“exercício de atributos da propriedade” deve ser entendido nos dias atuais como o controle exercido
sobre uma pessoa que lhe restrinja ou prive significativamente de sua liberdade individual, com intenção
de exploração mediante o uso, a gestão, o benefício, a transferência ou o despojamento de uma pessoa.
Em geral, esse exercício se apoiará e será obtido através de meios tais como a violência, fraude e/ou
coação. [Corte IDH. Caso Trabalhadores da Fazenda Brasil Verde vs. Brasil. Exceções preliminares, mérito,
reparações e custas. Sentença de 20-10-2016.] [Resumo oficial.]”
6.2 Ninguém deve ser constrangido a executar trabalho forçado ou obrigatório. Nos países em que se
prescreve, para certos delitos, pena privativa da liberdade acompanhada de trabalhos forçados, esta
disposição não pode ser interpretada no sentido de que proíbe o cumprimento da dita pena, imposta
por juiz ou tribunal competente. O trabalho forçado não deve afetar a dignidade nem a capacidade
física e intelectual do recluso.
6.3 Não constituem trabalhos forçados ou obrigatórios para os efeitos deste artigo: 6.3.a. os trabalhos
ou serviços normalmente exigidos de pessoa reclusa em cumprimento de sentença ou resolução formal
expedida pela autoridade judiciária competente. Tais trabalhos ou serviços devem ser executados sob
a vigilância e controle das autoridades públicas, e os indivíduos que os executarem não devem ser
postos à disposição de particulares, companhias ou pessoas jurídicas de caráter privado;
6.3.b. o serviço militar e, nos países onde se admite a isenção por motivos de consciência, o serviço
nacional que a lei estabelecer em lugar daquele; 6.3.c. o serviço imposto em casos de perigo ou
calamidade que ameace a existência ou o bem-estar da comunidade; 6.3.d. o trabalho ou serviço que
faça parte das obrigações cívicas normais.
“A jurisprudência desta Corte tem sido constante sobre os limites da competência da jurisdição
militar para conhecer de fatos que constituam violações de direitos humanos, no sentido de afirmar que
em um Estado Democrático de Direito a jurisdição penal militar terá um alcance restrito e excepcional, e se
destinará à proteção de interesses jurídicos especiais, vinculados às funções próprias das forças militares.
Por conseguinte, a Corte apontou que, no foro militar, só se devem julgar militares ativos pela prática de
crimes ou faltas que, por sua própria natureza, atentem contra bens jurídicos próprios da ordem militar
e da esfera castrense. A jurisdição militar se estabelece para manter a ordem nas Forças Armadas. Por
esse motivo, sua aplicação se reserva aos militares que tenham incorrido em crime ou falta no exercício
de suas funções e em certas circunstâncias. Portanto, levando em conta a natureza do crime e o bem
jurídico lesado, a jurisdição penal militar não é o foro competente para investigar e, caso seja pertinente,
julgar e punir os autores de violações de direitos humanos, cabendo sempre à Justiça ordinária ou comum
processar os responsáveis. 149. O fato de os sujeitos envolvidos pertencerem às forças armadas ou de os
acontecimentos terem ocorrido durante uma prática militar em um estabelecimento militar não significa
em si que a Justiça Militar deva intervir. O que precede se aplica mesmo no caso de crimes nos quais o
acusado é um membro das Forças Armadas e não seja um civil o sujeito passivo do delito ou titular do
bem jurídico protegido, uma vez que todas as violações de direitos humanos devem ser conhecidas na
jurisdição ordinária, que inclui aquelas cometidas por militares contra militares. [Corte IDH. Caso Ortiz
Hernández e outros vs. Venezuela. Mérito, reparações e custas. Sentença de 22-8-2017. Tradução livre.]
[Resumo oficial.]”
A Corte estabeleceu que toda pessoa tem o direito de ser julgada por um juiz ou tribunal competente,
independente e imparcial. Em um Estado constitucional democrático, a jurisdição penal militar deve ter
um âmbito restrito e excepcional e deve visar a proteção de interesses jurídicos especiais relacionados
aos deveres que a lei atribui aos militares. Portanto, apenas membros militares devem ser julgados pelo
cometimento de infrações penais ou violações que, devido à sua própria natureza, constituem um ataque
aos interesses legais militares. [Corte IDH. Caso Palamara-Iribarne vs. Chile. Mérito, reparações e custas.
Sentença de 22-11-2005. Tradução livre.] [Ficha Técnica.]”
“Dada sua manifesta incompatibilidade com a Convenção Americana, as disposições da Lei de Anistia
brasileira que impedem a investigação e sanção de graves violações de direitos humanos carecem de
efeitos jurídicos. Em consequência, não podem continuar a representar um obstáculo para a investigação
dos fatos do presente caso, nem para a identificação e punição dos responsáveis, nem podem ter
igual ou similar impacto sobre outros casos de graves violações de direitos humanos consagrados na
Convenção Americana ocorridos no Brasil. 175. Quanto à alegação das partes a respeito de que se tratou
de uma anistia, uma autoanistia ou um “acordo político”, a Corte observa, como se depreende do critério
reiterado no presente caso (...) que a incompatibilidade em relação à Convenção inclui as anistias de
graves violações de direitos humanos e não se restringe somente às denominadas “autoanistias”. Além
disso, como foi destacado anteriormente, o Tribunal, mais que ao processo de adoção e à autoridade que
emitiu a Lei de Anistia, se atém à sua ratio legis: deixar impunes graves violações ao Direito Internacional
cometidas pelo regime militar. A incompatibilidade das leis de anistia com a Convenção Americana nos
casos de graves violações de direitos humanos não deriva de uma questão formal, como sua origem, mas
sim do aspecto material na medida em que violam direitos consagrados nos arts. 8 e 25, em relação com
os arts. 1.1. e 2 da Convenção. [Corte IDH. Caso Gomes Lund e outros vs. Brasil. Exceções preliminares,
mérito, reparações e custas. Sentença de 24-11-2010.] [Resumo oficial.] [Ficha técnica.]”
»» TEORIA DO DELITO
Conduta:
• Teoria Clássica ou Causalista: conduta é comportamento humano voluntário que modifica o mundo
exterior. O dolo (normativo) e culpa não fazem parte da conduta, pois estão inseridos na culpabilidade
(teoria psicológica). Assim, essa teoria só pode ser aplicada ao conceito tripartite de crime.
Resultado:
»» Crime de Mera Conduta – a norma penal não prevê um resultado naturalístico (ex. porte de arma).
• Resultado Normativo ou Jurídico. É a lesão ou o perigo de lesão ao bem jurídico. Todos os crimes
possuem. A partir dessa ideia podemos classificar os crimes como:
»» Crime de Perigo Abstrato – resultado normativo é presumido pela norma (ex. tráfico de drogas);
»» Crimes de Perigo Concreto - deve ser demostrado risco de lesão a pessoa certa (ex. perigo de
contágio de moléstia venérea);
• Teoria da Equivalência dos Antecedentes - É a regra no Código Penal (art.13). É causa todo fato que
concorre para o resultado. Para evitar o regresso ao infinito deve-se utilizar o processo hipotético de
eliminação.
• Teoria da Causalidade Adequada - Prevista no art. 13, §1º, do Código Penal, como exceção. Causa é
todo fato necessário e adequado ao resultado.
• Teoria da Imputação Objetiva - Busca limitar a responsabilidade penal pelo fato. Exige, além do
vínculo entre a conduta e o resultado (causalidade/nexo físico), o nexo causal normativo. A causalidade
normativa é formada pelos seguintes elementos:
• Concausas - É a convergência de uma causa externa à vontade do autor, que modifica o resultado. A
concausas absolutamente independentes (preexistentes, concomitantes e supervenientes) rompem o
nexo de causalidade. As concausas relativamente independentes não rompem o nexo causal, regra,
respondendo ao agente pelo resultado. Há uma exceção, a concausa superveniente que por si só
produziu o resultado rompe a relação de causalidade (aplicação da causalidade adequada).
Tipicidade:
• Teoria indiciária. A tipicidade acarreta a presunção relativa de ilicitude. Assim, as excludentes de ilicitude
devem ser demostradas pela defesa.
• Teoria dos elementos negativos do tipo. Não foi adotada pelo Código Penal. Prevê o tipo total de
injusto, formado pela tipicidade e pela ilicitude. A análise das excludentes de ilicitude deve ser feita
pela acusação.
• Teoria da tipicidade conglobante (Zaffaroni). Não foi adotada pelo Código Penal. Deve haver a
violação de todo o ordenamento jurídico (antinormatividade) e não apenas da lei penal. Assim, por
exemplo, estrito cumprimento do dever legal seria excludente de tipicidade. Criação da tipicidade
objetiva, formada pela tipicidade formal e conglobante.
Ilicitude:
• Legítima defesa: agressão injusta, atual ou iminente a direito próprio ou alheio, de forma moderada.
Não exige fuga.
• Estado de necessidade: perigo atual não causado pelo agente para salvar direito próprio ou alheio. Há
doutrina afirmando que o perigo pode ser iminente (cuidado com a redação da questão). Adoção da
teoria unitária. Pode ser recíproco. Há casos previstos na parte especial do Código Penal (ex. aborto
terapêutico).
• Estrito cumprimento do dever legal. A princípio seria aplicável apenas aos agentes públicos, porém a
doutrina majoritária estende ao partícipe.
Crime doloso: Dolo é elemento subjetivo do tipo, formado pela consciência e vontade.
• Teoria da vontade: Dolo é a vontade da conduta e do resultado. É o dolo direito = Adotada pelo
Código Penal.
• Teoria do consentimento ou assentimento: Dolo ocorre quando ao agente tem vontade da conduta,
mas apenas assume o risco do resultado. É o dolo eventual. Também é adotada pelo Código Penal.
• Dolo direto: configura-se quando o agente prevê um resultado, dirigindo sua conduta na busca de
realizar esse evento.
• Dolo alternativo: O agente prevê pluralidade de resultados, dirigindo a sua conduta para realizar
qualquer deles. Tem a mesma intensidade de vontade de realizar os resultados previstos
• Dolo eventual: O agente prevê pluralidade de resultados, dirigindo a sua conduta para realizar um
deles, assumindo o risco de realizar o outro. A intensidade da vontade em relação aos resulta dos
previstos é diferente.
• Dolo de primeiro grau: É o dolo direto. Formado pela vontade consciente dirigida a realização de
determinado resultado.
• Dolo de segundo grau: também é dolo direito, atinge as consequências necessárias da conduta.
• Dolo específico: o agente atua com vontade de realizar a conduta descrita no tipo penal com um fim
específico,
Crime culposo: Culpa é a violação do dever de cuidado. Formada por uma conduta voluntária, um
resultado involuntário, a violação do dever de cuidado e o nexo causal.
• Culpa própria: É a conduta voluntária que gera um resultado involuntário pela violação do dever de
cuidado.
• Culpa imprópria: É o erro inescusável quanto à existência de uma excludente de ilicitude (descriminantes
putativas). É dolo tratado pelo legislador como culpa, por isso admite tentativa.
• Elementos: início da execução, não consumação por circunstâncias alheias a vontade do agente e dolo
de consumação.
É causa de diminuição de pena (1/3 a 2/3). Deve-se observar o iter criminis percorrido para a fixação
do quantum de diminuição.
• Teoria subjetiva. Não distingue a pena da tentativa da pena do delito consumado, pois leva em
consideração a intenção do agente. Aplicada nos crimes de atentado ou empreendimento (exs. crime
de evasão mediante violência e terrorismo). Não confundir com crime obstáculo, que pune atos
preparatórios.
• Teoria objetiva. Observa a lesão ao bem jurídico, punindo de formas diversas o crime tentado e o crime
consumado. É a regra no Código Penal.
• Não admitem tentativa: crime culposo (salvo culpa imprópria), contravenção penal, crime habitual,
unissubsistente, preterdoloso e omissivo (salvo omissão imprópria).
Crime impossível:
• Exclui a tipicidade.
• Teoria objetiva temperada. Adotada pelo Código Penal. O crime é impossível diante da absoluta
impropriedade do meio.
Há o início da execução.
O agente abandona o dolo antes de esgotar os O agente abandona o dolo após esgotar os
atos executórios. atos executórios, impedindo a consumação.
Arrependimento posterior:
d) ato voluntário do agente: basta a voluntariedade, que não se confunde com espontaneidade.
#DEOLHONATABELA:
ARREPENDIMENTO
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA ARREPENDIMENTO EFICAZ
POSTERIOR
#SELIGANOSINÔNIMO:
»» CULPABILIDADE
- É elemento do crime para a teoria tripartida e pressuposto de aplicação da pena para a teoria
bipartida.
- Teoria Psicológica - A culpabilidade é formada pela imputabilidade e dolo normativo (dolo com
consciência da ilicitude) ou culpa. Relaciona-se com a teoria causalista da conduta.
Coculpabilidade às avessas - Reprovação mais severa de condutas praticadas por pessoas com
elevado poder econômico, que se valem dessa condição para praticar crimes. É observada na pena-base.
#DEOLHONATABELA:
SEMI-IMPUTÁVEL
INIMPUTÁVEL IMPUTÁVEL
(FRONTEIRIÇO)
Sentença absolutória
Sentença condenatória Sentença condenatória
imprópria
Erro de Tipo:
• Erro de tipo vencível ou inescusável exclui o dolo, sendo o agente punido na modalidade culposa, caso
exista previsão.
- erro sobre o nexo causal (aberratio causae, dolo geral ou erro sucessivo);
- erro sobre a execução ou aberratio ictus (atinge pessoa diversa, mas a vítima virtual corre perigo);
Erro de Proibição:
Descriminantes Putativas:
• Teoria limitada da culpabilidade (prevalece). O erro sobre a existência dos pressupostos fáticos é erro
de tipo permissivo. Se o erro for sobre os aos limites das excludentes de ilicitude será erro de proibição
indireto
• Teoria normativa pura da culpabilidade. O erro quanto à existência de excludentes de ilicitude será
sempre erro de proibição.
»» CONCURSO DE AGENTES
Requisitos:
• Pluralidade de agentes;
• Identidade de infração.
Art. 29, caput, CP. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade.
TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO: autor é quem executa uma tarefa essencial para a ocorrência
do delito. Se deixar de praticar sua conduta, o delito não acontece da forma planejada. É quem controla
finalisticamente o fato, ou seja, quem decide a sua forma de execução, seu início, cessação e demais
condições. Partícipe é quem executa tarefa não essencial (secundária, acessória). Será aquele que, embora
colabore dolosamente para o alcance do resultado, não exerce domínio sobre a ação. Podemos afirmar
que tem o controle final do fato:
a) Aquele que por sua vontade executa o núcleo do tipo (autor propriamente dito).
b) Aquele que planeja o crime para ser executado por outras pessoas (autor intelectual).
c) Aquele que se vale de um não culpável ou de pessoa que age sem dolo ou culpa para executar
o tipo (autor mediato).
#DEOLHONAJURIS:
A teoria do domínio do fato não permite que a mera posição de um agente na escala
hierárquica sirva para demonstrar ou reforçar o dolo da conduta. Do mesmo modo, também
não permite a condenação de um agente com base em conjecturas. Assim, não é porque houve
irregularidade em uma licitação estadual que o Governador tenha que ser condenado criminalmente
por isso. STF. 2ª Turma. AP 975/AL, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 3/10/2017 (Info 880).
»» CONCURSO DE CRIMES
- CONCURSO MATERIAL (ou REAL): concorrem uma pluralidade de ações, correspondendo cada
uma delas a diferentes modalidades delituosas. O que enseja a pluralidade de sanções, segundo os tipos
penais realizados. O princípio, então, será o da CUMULAÇÃO das penas. Aplicam-se as penas privativas
de liberdade cumulativamente. Pode ser homogêneo ou heterogêneo, a depender dos crimes serem
iguais ou não.
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No
caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela.
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade,
não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste
Código.
#DEOLHONAJURIS: O sujeito entra no ônibus e, com arma de fogo em punho, exige que oito
passageiros entreguem seus pertences (dois desses passageiros eram marido e mulher). O agente
irá responder por oito roubos majorados (art. 157, § 2º-A, I, do CP) em concurso formal (art. 70).
Atenção: não se trata, portanto, de crime único. Ocorre concurso formal quando o agente, mediante
uma só ação, pratica crimes de roubo contra vítimas diferentes, ainda que da mesma família, eis
que caracterizada a violação a patrimônios distintos. STJ. 5ª Turma. HC 207.543/SP , Rel. Min. Gilson
Dipp, julgado em 17/04/2012. Nesse caso, o concurso formal é próprio ou impróprio? Concurso
formal PRÓPRIO. Praticado o crime de roubo mediante uma só ação contra vítimas distintas, no
mesmo contexto fático, resta configurado o concurso formal próprio, e não a hipótese de crime
único, visto que violados patrimônios distintos. STJ. 6ª Turma. HC 197684/RJ , Rel. Min. Sebastião Reis
Júnior, julgado em 18/06/2012. STJ. 5ª Turma. HC 455.975/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em
02/08/2018.
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos
ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada,
em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a
ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o
disposto no artigo anterior.
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código.
- CONCURSO FORMAL IMPRÓPRIO: o agente atua com desígnios autônomos (autonomia dos
resultados desejados, produzindo-se segundo a vontade previa e deliberada do agente). Aplica-se a
regra do cúmulo material. Isso porque a conduta, embora única, é dirigida finalisticamente a mais de um
resultado.
- CRIME CONTINUADO:
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes
da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes,
devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
#DEOLHONAJURIS: Não há continuidade delitiva entre os crimes de roubo e extorsão, ainda que
praticados em conjunto. Isso porque, os referidos crimes, apesar de serem da mesma natureza, são
de espécies diversas. STJ. 5ª Turma. HC 435.792/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/05/2018.
STF. 1ª Turma. HC 114667/SP, rel. org. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado
em 24/4/2018 (Info 899). Não há como reconhecer a continuidade delitiva entre os crimes de roubo
e o de latrocínio porquanto são delitos de espécies diversas, já que tutelam bens jurídicos diferentes.
STJ. 5ª Turma. AgInt no AREsp 908.786/PB, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 06/12/2016.
- O Código Penal adotou a teoria da ficção jurídica para definer a natureza jurídica do crime
continuado, Segundo a qual as várias ações (que individualmente são crimes), são reunidas e consideradas
como um delito único.
- A doutrina majoritária defende que a aferição do crime continuidade segue a teoria objetiva
(apenas se verificam se presentes as circunstâncias objetivas de tempo, lugar e modo de execução). Mas
para o STF, deve haver também o nexo subjetivo entre os crimes, do que se conclui que aquele tribunal
adota a teoria objetivo-subjetiva para a configuração da continuidade delitiva.
#DEOLHONAJURIS: De acordo com a Teoria Mista, adotada pelo Código Penal, mostra-se
imprescindível, para a aplicação da regra do crime continuado, o preenchimento de requisitos não
apenas de ordem objetiva — mesmas condições de tempo, lugar e forma de execução — como
também de ordem subjetiva — unidade de desígnios ou vínculo subjetivo entre os eventos. STJ. 6ª
Turma. HC 245156/ES, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 15/10/2015.
Art. 71. Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência
ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social
e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único
do art. 70 e do art. 75 deste Código.
Se reconhecida a continuidade delitiva específica entre estupros praticados contra vítimas diferentes,
deve ser aplicada exclusivamente a regra do art. 71, parágrafo único, do Código Penal, mesmo que,
em relação a cada uma das vítimas, especificamente, também tenha ocorrido a prática de crime
continuado. STJ. 6ª Turma. REsp 1471651-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 13/10/2015
(Info 573).
#NÃOSABOTEASSÚMULAS:
Súmula 243 STJ: O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às infrações
penais cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena
mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de
um (1) ano.
Súmula 497 STJ: Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta
na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação.
Súmula 711 STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se
a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
9. Pena: evolução histórica, espécies, aplicação. Teorias da pena. Modernas tendências das teorias
da pena. Circunstâncias Judiciais. Agravantes e Atenuantes. Causas de Aumento e de Diminuição.
Cálculo da Pena. Extinção da punibilidade. Suspensão condicional da pena. Reabilitação. 10.
Execução penal: evolução histórica, crise e alternativas. Lei de Execução Penal (Lei 7.210/84). Regras
mínimas para o tratamento de pessoas presas: plano nacional e internacional de proteção. Indulto
e comutação (Decreto 8.380/14).
»» TEORIAS DA PENA
Teorias Absolutas
POSITIVA
Teoria da Prevenção
Teorias Geral
NEGATIVA
Legitimadoras Teorias Relativas
POSITIVA
Teoria da Prevenção
Especial
NEGATIVA
Teorias deslegitimadoras
- A Teoria da Prevenção Geral afirma que se realiza a prevenção com o uso da pena na medida em
que um indivíduo serve de exemplo para a sociedade, evitando que se cometam novos crimes.
- Por sua vez, a Teoria da Prevenção Especial foca no próprio indivíduo que cometeu o crime, uma
vez que está preocupada com a retirada do autor da sociedade para sua posterior reintegração.
- Para as teorias absolutas, a pena representa como um fim em si mesma, isto é, o autor do crime
deverá pagar pelo mal cometido. Ou seja, a pena tem caráter retributivo. Muito associado à formação do
direito penal clássico enquanto matriz canônica, associa a ideia do crime a de pecado, e, portanto, a pena
tem função expiatória e penitencial. A ideia da justiça é secundária, uma vez que a finalidade principal
da pena é a retribuição do mal causado. Formada sob uma filosofia Kantiana, a pena não tem qualquer
função preventiva. Punir o indivíduo para servir de exemplo aos demais é um absurdo, uma vez que não
é possível instrumentalizar o homem para servir à sociedade (“fórmula kantiana”), pois desta forma o
homem seria um mero objeto a serviço do poder punitivo e perderia toda a sua identidade.
#OLHAOGANCHO: Por sua vez, para Hegel, a pena não é útil para fazer justiça. Em sua concepção
dialética, a pena serviria, em suma, como uma reafirmação do direito. O crime é a negação do
direito, ou seja, o delito fere o ordenamento jurídico. Portanto, seria necessário reafirmar o direito, e
isso é feito pela aplicação da pena. A pena serve como instrumento para a manifestação do direito.
- As teorias relativas, ao contrário das absolutas, reconhecem que a pena não possui uma finalidade
em si mesma. Cria-se uma finalidade para a pena: a prevenção e a ressocialização.
- As teorias da prevenção geral, genericamente falando, têm como objeto a sociedade em geral,
isto é, a pena é aplicada em função de toda uma sociedade para que esta presencie o sofrimento e dor
daquele cidadão e se intimide para que não cometa crimes. A utilização do indivíduo como exemplo para
moldar as condutas dos demais é a base dessa teoria. Esta teoria possui a vertente positiva e negativa. A
prevenção geral negativa busca causar um temor na sociedade para que, com medo das consequências
do crime, deixe de cometer condutas ilícitas. A prevenção é geral por não ser direcionada a nenhuma
pessoa ou grupo específico, mas sim à sociedade em geral.
- Por sua vez, para a teoria da prevenção geral positiva a pena é um instrumento de estabilização,
ou seja, a pena restabelece a ordem social que fora abalado pelo sujeito criminoso.
- Ainda na divisão das teorias relativas, chegamos à concepção das teorias da prevenção especial,
que possui uma mudança de enfoque da sociedade para o indivíduo. A pena atua sobre um indivíduo (ou
grupo) para evitar que este volte a delinquir. Pessoaliza-se a ameaça à sociedade. Por isso, ganha reforço
a concepção da ressocialização através da pena.
- A prevenção especial negativa tem como foco a proteção da sociedade através da neutralização
do indivíduo, ou seja, a exclusão do criminoso da sociedade em razão do mal que cometeu. Isolado do
convívio social, o agente criminoso estaria impossibilitado de cometer crimes.
- As Teorias Deslegitimadoras da pena, ou seja, aquelas que não conferem qualquer legitimidade
e demonstram que se a pena possui uma função, esta não corresponde à função manifesta pelo direito
penal. De modo geral, as teorias deslegitimadoras abominam a intervenção do Estado sob o manto do
direito de punir. Desacredita-se a suposta eficiência do sistema penal como legitimante do controle social.
Entre essas teorias, destaque para o Abolicionismo Penal e o Minimalismo Radical.
- O Abolicionismo Penal tem como eixo a reclamação por uma extinção de todo sistema penal e
tudo que é associado a ele. O sistema penal não é uma solução, mas, ao contrário, um problema não só
associado às suas precariedades e ineficiência, mas também por ser servil à outras funções escusas.
- Por sua vez, o Minimalismo Radical enquanto teoria deslegitimadora da pena parte dos mesmos
pressupostos de desconstrução da função manifesta da pena e esclarecimento da existência de uma
outra função não manifesta e nada nobre. Contudo, o ponto de partida é o mesmo, mas o de chegada
é diverso em relação ao abolicionismo. Não defende a supressão total e imediata do sistema penal.
Esta teoria defende a abolição a longo prazo, de forma mediata. Assim como o abolicionismo penal, o
minimalismo prega a abolição do direito penal, mas de maneira graduada. Isso seria fruto de um contexto
de mudanças e transformações sociais, sobretudo com base na melhoria de direitos fundamentais básicos
como saúde, educação, lazer, moradia, emprego, enfim uma evolução no padrão de vida da população.
O Direito Penal se manteria existente, mas somente para agir no interesse de alguns bens sociais.
- As chamadas Regras de Mandela são preceitos mínimos da Organização das Nações Unidas (ONU)
para o tratamento de presos. O documento oferece balizas para a estruturação dos sistemas penais nos
diferentes países e preveem as “Regras Mínimas para o Tratamento de Presos” aprovadas em 1955.
- Buscam estabelecer bons princípios e sugerir boas práticas no tratamento de presos e para a
gestão prisional, assegurando a dignidade e respeito não só às pessoas privadas de liberdade, como
também a seus familiares.
- O documento está dividido em regras de aplicação geral, direcionadas a toda categoria de presos,
e regras aplicáveis a categorias especiais, como presos sentenciados, presos com transtornos mentais ou
problemas de saúde, entre outros tipos.
- Entre as regras de aplicação geral, está previsto que “nenhum preso deverá ser submetido à tortura
ou tratamentos cruéis e desumanos”, e que “não haverá discriminação baseada em raça, cor, sexo, idioma,
religião, opinião política ou qualquer outra opinião”. O documento também enfatiza a necessidade da
separação de presos homens de mulheres, bem como dos jovens de adultos.
- As regras deixam claro que revistas íntimas e inspeções não serão utilizadas para assediar, intimidar
ou invadir desnecessariamente a privacidade do preso. As revistas das partes íntimas de pessoas serão
conduzidas apenas por profissionais de saúde qualificados. Onde forem permitidas visitas conjugais, as
22 E se você foi aluno da Turma de Reta Final, corre lá no Ponto Espinhoso que temos mais dicas sobre o assunto!
Regras de Mandela estabelecem que este direito deverá ser garantido sem discriminação, e as mulheres
presas exercerão este direito nas mesmas bases que os homens.
- De acordo com as regras, os instrumentos de restrição, como é o caso das algemas, não devem
ser utilizados em mulheres em trabalho de parto, nem durante nem imediatamente após o parto.
- Em relação aos presos com transtorno mental ou problemas de saúde, o documento prevê que
os indivíduos considerados inimputáveis, ou que posteriormente forem diagnosticados com deficiência
mental ou problemas de saúde severos, não devem ser detidos em unidades prisionais, a eles reservando-
se instituições para doentes mentais assim que possível. As regras estabelecem, ainda, que os serviços de
saúde das instituições penais devem proporcionar tratamento psiquiátrico a todos os outros prisioneiros
que necessitarem.
11. Direito Penal e saúde mental. Medidas de segurança: evolução histórica, conceito, espécies,
execução. Lei 10.216/01. Reforma psiquiátrica. A antipsiquiatria.
»» MEDIDAS DE SEGURANÇA
- Medida de Segurança é o instrumento utilizado pelo Estado na resposta à violação a norma penal
#SELIGA:
Tríplice finalidade:
- prevenção Essencialmente preventiva (contudo, não se pode
- retribuição negar, em menor grau, o seu caráter aflitivo
- ressocialização
Volta-se ao passado (fato concreto cometido Volta-se ao futuro (fato que o agente pode
pelo agente) cometer)
indivíduos portadores de moléstia mental, congênita ou adquirida, que ameaçassem a ordem pública ou
a segurança da população.
- O Código de 40, ao adotar o sistema duplo binário, posicionou a medida de segurança de forma
paralela à pena, ora complementando-a, ora a substituindo. Eram necessários à aplicação das medidas de
segurança dois requisitos simultâneos: a prática de fato previsto como crime e a periculosidade de quem
o praticava. Todavia, essa combinação era flexibilizada nos casos de periculosidade social, admitindo-se a
aplicação da sanção mesmo quando não cometido qualquer delito, nos termos dos artigos 76, parágrafo
único, e 80, sendo relativizado, portanto, o princípio da legalidade.
- A reforma da parte geral do Código Penal de 1984 estabeleceu que as medidas de segurança
são aplicáveis somente aos agentes inimputáveis e semi-imputáveis, conceituados pelo artigo 26, caput
e parágrafo único, respectivamente. O diploma penal em exercício encerrou o sistema duplo binário,
aderindo definitivamente ao sistema vicariante: ou pena ou medida de segurança. Houve a simplificação
a duas espécies de medidas: a internação e o tratamento ambulatorial.
- De outra banda, o artigo 175 da LEP rege a averiguação da cessação de periculosidade ao término
do prazo mínimo de duração da sanção, enquanto o artigo 176 possibilita tal verificação prematuramente.
Novamente houve uma omissão quanto ao limite máximo de duração de sanção, que é adstrita à
periculosidade do agente.
Súmula 527-STJ: O tempo de duração da medida O STF possui julgados afirmando que a medida
de segurança não deve ultrapassar o limite de segurança deverá obedecer a um prazo
máximo da pena abstratamente cominada ao máximo de 30 anos, fazendo uma analogia ao
delito praticado. A conclusão do STJ é baseada art. 75 do CP, e considerando que a CF/88 veda as
nos princípios da isonomia e proporcionalidade penas de caráter perpétuo. Art. 75. O tempo de
(proibição de excesso). Não se pode tratar de cumprimento das penas privativas de liberdade
forma mais gravosa o infrator inimputável quando não pode ser superior a 30 (trinta) anos. (...) Esta
comparado ao imputável. Ora, se o imputável Corte já firmou entendimento no sentido de que
somente poderia ficar cumprindo a pena até o o prazo máximo de duração da
#NÃOCONFUNDA:
- No artigo 101 da LEP, o legislador definiu que o tratamento ambulatorial deve ser realizado no
hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, permitindo apenas de forma subsidiária o tratamento em
outro local, que tenha dependência médica adequada. Nega-se, assim, o caráter restritivo da sanção.
médico que, visando a uma melhor compreensão do fenômeno, valeu-se do método epistêmico
então vigente: isolar, separar, classificar e agrupar de acordo com as características observadas. A
hospitalização assume um papel central, vista até mesmo como útil para entender o fenômeno.
- Esse o paradigma na eclosão dos hospitais psiquiátricos no Brasil como a única proposta de tratar
as pessoas com transtorno mental pela internação, muitas vezes, ad eternum (modelo hospitalocêntrico
e higienista).
- O Movimento Nacional de Luta Antimanicomial tinha como lema “por uma sociedade sem
manicômios”, tendo como objetivos, sobretudo, a desconstrução do manicômio e a implantação de serviços
- Intensamente influenciada por tal movimento, surge a Lei da Reforma Psiquiátrica (Lei n° 10.216/01),
dispondo, como pontos principais:
Art. 1º Os direitos e a proteção das pessoas acometidas de transtorno mental, de que trata esta Lei,
são assegurados sem qualquer forma de discriminação quanto à raça, cor, sexo, orientação sexual, religião,
opção política, nacionalidade, idade, família, recursos econômicos e ao grau de gravidade ou tempo de
evolução de seu transtorno, ou qualquer outra.
Art. 2º Nos atendimentos em saúde mental, de qualquer natureza, a pessoa e seus familiares ou
responsáveis serão formalmente cientificados dos direitos enumerados no parágrafo único deste artigo.
II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, visando
alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade;
V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou não de sua
hospitalização involuntária;
VII - receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu tratamento;
VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis;
sociedade e da família, a qual será prestada em estabelecimento de saúde mental, assim entendidas as
instituições ou unidades que ofereçam assistência em saúde aos portadores de transtornos mentais.
Art. 4º A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os recursos extra
hospitalares se mostrarem insuficientes.
#ATENÇÃO: Além de ser a última opção, de acordo com o disposto nos arts, 4º c/c 6º da
Lei da Reforma Psiquiátrica, a internação psiquiátrica só poderá ocorrer se existente laudo
médico que justifique suas razões, e que não se confunde com o laudo pericial, previsto no
Código Penal, que somente atesta a inimputabilidade do delinquente.
- No sistema da Lei n. 12.016/2001, o fluxo da internação psiquiátrica no Brasil, voluntária ou não, não é
judicializado, ou seja, em qualquer situação ele sempre se opera de forma administrativa, não demandando
intervenção judicial. Ou seja, o sistema de saúde, desde que haja laudo médico circunstanciado, tem
poder para promover a internação do paciente mesmo contra a vontade deste.
- Não há necessidade de intervenção da Justiça, nem para determinar, nem para autorizar, nem para
ratificar a internação. Como a internação impõe severa restrição a um direito fundamental do cidadão,
à liberdade de ir e vir, a lei estabelece alguns mecanismos para controle do abuso na utilização dessa
providência, tais como:
1) necessidade de ser prescrita em laudo motivado por médico com registro no Conselho de
Medicina do
3) necessidade de que um terceiro (que não médico) peça a internação involuntária (art. 6º,
#OLHAOGANCHO: O art. 112, § 3º, do ECA também não dá ao juiz liberdade para determinar
a internação compulsória de adolescentes com doença ou deficiência mental que praticarem
ato infracional. Trata-se de mera enunciação de um direito de todos os adolescentes: receberem
tratamento em local adequado. Assim, apenas o médico, como sempre, pode dizer se é adequada
a internação hospitalar de um adolescente e, neste caso, não há necessidade de ordem judicial para
interná-lo. A propósito, o art. 64 da Lei n. 12.594/2012 reconhece a possibilidade de adolescentes
com transtorno mental cumprirem medidas socioeducativas em razão do ato infracional por eles
praticado, sendo que apenas em situações excepcionais a medida será suspensa enquanto durar
o tratamento, que deverá observar o disposto na Lei n. 10.216/2001. O atendimento de crianças
e adolescentes em questões de saúde mental, conforme política hoje vigente no Sistema Único
de Saúde, deve se dar prioritariamente nos Centros de Atenção Psicossocial Infantis (CAPS i) de
referência para seu território de moradia. O CAPS avalia e oferece atendimento, redirecionando o
caso para outros componentes da rede de atenção, quando elegíveis.
12. Crimes contra a pessoa. Crimes contra o patrimônio. Crimes contra a propriedade imaterial.
Crimes contra a organização do trabalho. Crimes contra o sentimento religioso e contra o respeito
aos mortos. Crimes contra a dignidade sexual. Crimes contra a família. Crimes contra a incolumidade
pública. Crimes contra a paz pública. Crimes contra a fé pública. Crimes contra a administração
pública.
MOTIVO TORPE = motivo vil, repugnante. Ex.: matar um parente para ficar
com sua herança.
MOTIVO FÚTIL = insignificante, desproporcional à natureza do crime
praticado. Ex.: Concurseiro mata dono da salinha de estudo porque fechou
o estabelecimento mais cedo do que o previsto. #NãoFaçaIssoJamais
#VaiReprovarNoPsicotécnico #EAindaVaiPraCadeia (Rsrsrs).
Obs.: a ausência de motivo não se equipara a motivo fútil.
MEIO INSIDIOSO: agente usa de fraude para cometer crime sem que a
vítima perceba. Ex.: agente retira óleo do carro da vítima para lhe causar
acidente fatal.
MEIO CRUEL: é aquele que proporciona à vítima um intenso (e desnecessário)
sofrimento físico ou mental quando a morte poderia ser ocasionada de forma
menos dolorosa.
TORTURA: o agente usa da tortura como meio para conseguir a morte
HOMICÍDIO
da vítima, ou seja, trata-se de morte dolosa. Vai responder por crime de
QUALIFICADO homicídio qualificado.
OBS: TORTURA COM RESULTADO MORTE (art. 1º, §3º, Lei nº 9.455/97):
crime essencialmente preterdoloso. O agente tem o dolo de torturar a vítima
e, por excesso, finda por causar-lhe a morte, culposamente23.
TRAIÇÃO: é o ataque desleal, repentino e inesperado. Ex.: atirar na vítima
pelas costas.
EMBOSCADA: pressupõe o ocultamento do agente, que ataca a vítima com
surpresa. Ex.: o agente, escondido no jardim de entrada da casa da vítima, a
ataca quando esta chegava do serviço.
DISSIMULAÇÃO: fingimento, disfarçando o agente a sua intenção criminosa.
Ex.: o agente convida a vítima para jantar, levando-a para lugar ermo onde
ocorre o ataque fatal.
OUTRO RECURSO QUE DIFICULTE OU TORNE IMPOSSÍVEL A DEFESA
DO OFENDIDO: trata-se de caso clássico de interpretação analógica.
A Lei nº 13.142/2015 alterou o Código Penal com escopo de criar uma nova
qualificadora ao crime de homicídio.
Considera-se homicídio funcional quando o agente passivo for autoridade
ou agente descrito nos artigos 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes
HOMICÍDIO
do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício
FUNCIONAL da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro
ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição.
#SELIGA: houve também alteração na Lei nº 8.072/ 1990, tornando o
homicídio funcional espécie de crime hediondo.
• REPOUSO NOTURNO: a causa de aumento de pena do repouso noturno pode ser aplicada tanto
para o furto simples como para o furto qualificado.
#DEOLHONASSÚMULAS:
Súmula 567-STJ (idoneidade relativa do meio – não se aplica o crime impossível): Sistema
de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no interior de
estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração do crime de furto.
• CONSUMAÇÃO DO FURTO: Consuma-se o crime de furto com a inversão da posse do bem, ainda
que por breve tempo, seguida de perseguição imediata do agente ou recuperação da coisa roubada,
sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada (STF e STJ). TEORIA DA AMOTIO ou
APPREHENSIO.
• FURTO QUALIFICADO: as qualificadoras do art. 155, §4º, CP dizem respeito ao modo de execução
do agente.
Mediante concurso de
- Partícipes são computados, inclusive o inimputável.
duas ou mais pessoas.
#DEOLHONASÚMULA:
SÚMULA 442, STJ: É inadmissível aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de agentes, a majorante
do roubo.
#NOVIDADESSLEGISLATIVAS:
§ 7º. A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a subtração for de substâncias
explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem
ou emprego. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
#DEOLHONASÚMULA:
Súmula 582-STJ: Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem, mediante emprego
de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida a perseguição imediata ao agente
e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.
#NOVIDADESSLEGISLATIVAS #AJUDAMARCINHO:
- A Lei nº 13.654/2018 acrescentou uma nova hipótese de roubo majorado no inciso VI.
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: (Redação dada pela Lei nº 13.654, de
2018)
(...)
- A mesma lei acrescentou um novo parágrafo ao art. 157 prevendo duas novas hipóteses de roubo
circunstanciado, com pena maior.
§ 2º-A. A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; (Incluído pela Lei nº
13.654, de 2018)
- Além disso, foi alterada a redação do § 3º do art. 157 do Código Penal. Duas mudanças foram
verificadas:
2) aumentou a pena do roubo com resultado lesão corporal grave. Antes era de 7 a 15 anos. Agora
é de 7 a 18 anos. Neste ponto, a Lei nº 13.654/2018 é mais gravosa e, portanto, irretroativa.
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; (Incluído
pela Lei nº 13.654, de 2018)
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº
13.654, de 2018)
Arma de Era causa de aumento de pena Continua sendo causa de aumento de pena.
FOGO A pena aumentava de 1/3 a 1/2. Mas agora a pena aumenta 2/3.
#DEOLHONAJURIS:
O emprego de arma branca deixou de ser majorante do crime de roubo, com a modificação
operada pela Lei nº 13.654/2018, que revogou o inciso I do § 2º do art. 157 do Código Penal.
Diante disso, constata-se que houve abolitio criminis devendo a Lei nº 13.654/2018 ser aplicada
retroativamente para excluir a referida causa de aumento da pena imposto aos réus condenados
por roubo majorado pelo emprego de arma branca. Trata-se da aplicação da novatio legis in mellius
prevista no art. 5º, XL, da Constituição Federal. STJ. 5ª Turma. REsp 1519860/RJ, Rel. Min. Jorge Mussi,
julgado em 17/05/2018.
Não há continuidade delitiva entre os crimes de roubo e extorsão, ainda que praticados em
conjunto. Isso porque, os referidos crimes, apesar de serem da mesma natureza, são de espécies
diversas. STJ. 5ª Turma. HC 435.792/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/05/2018. STF. 1ª
Turma. HC 114667/SP, rel. org. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em
24/4/2018 (Info 899).
#DEOLHONASÚMULA:
Consumado (Súmula
Tentada Consumada
610-STF)
EXTORSÃO ROUBO
O agente faz com que a vítima entregue a coisa. O agente subtrai a coisa pretendida. Subtrair.
Constranger #OLHEOVERBO. #OLHEOVERBO.
Vantagem econômica indevida: bem móvel ou Vantagem econômica indevida: somente bem
imóvel. móvel.
DANO (ART. 163, CP) e RECEPTAÇÃO (ART. 180, CP): A Lei nº 13.531/2017 promove alteração
nas qualificadoras dos crimes de dano (art. 163 do CP) e receptação (art. 180) envolvendo bens públicos.
Corrigiu essas duas falhas e incluiu o “Distrito Federal”, as “autarquias”, as “fundações” e as “empresas
públicas” no rol do inciso III do parágrafo único do art. 163 do CP. Compare:
#APOSTASCICLOS:
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL (Lei 13.718/2018 que introduziu muitas alterações!)
#VAICAIR #AJUDAMARCINHO24
A conduta não precisa ter sido praticada em Para que o crime se configure, é indispensável
lugar público, ou aberto ou exposto a público. que o ato obsceno tenha sido praticado em lugar
Ex: pode ser praticado no interior de uma casa. público, ou aberto ou exposto ao público.
Código Penal
Lei de Contravenções Penais (DL 3.688/41)
Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a
Art. 61. Importunar alguém, em lugar público ou
sua anuência ato libidinoso com o objetivo de
acessível ao público, de modo ofensivo ao pudor:
satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro:
Pena - multa, de duzentos mil réis a dois contos
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o
de réis.
ato não constitui crime mais grave.
24 Extraído do site Dizer o Direito. Para ver os comentários completos, clica aqui: https://www.dizerodireito.com.br/2018/10/
ola-amigos-do-dizer-o-direito-lei-n-13.html
Ex: agente divulga na deep web vídeo no qual um Ex: Isabela e Ricardo são namorados e costumam
homem mantém relação sexual com uma mulher filmar alguns atos sexuais que praticam. Isabela
que, por estar completamente embriagada, não termina o relacionamento e Ricardo, como
tinha o necessário discernimento para a prática forma de vingança, divulga os vídeos em um site
do ato nem podia oferecer resistência. pornográfico na internet.
• Se a cena de sexo explícito ou pornográfica envolver adulto: o crime será o do art. 218-C do CP.
Explicando melhor. O estupro de vulnerável consiste na prática de conjunção carnal ou ato libidinoso
contra:
a) menor de 14 anos;
b) pessoa que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a
prática do ato sexual;
c) pessoa que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.
• Se a cena envolve vulnerável que seja criança ou adolescente, a situação se enquadrará nos arts.
241 e 241-A do ECA.
• Se a cena envolve vulnerável que não seja criança ou adolescente, o crime será o do art. 218-C
do CP.
Esta primeira situação é objetiva no sentido de Esta segunda situação é subjetiva, aqui entendida
que não envolve a intenção do agente. Se o como algo que envolve a intenção do agente.
sujeito mantém ou manteve relação íntima de
afeto com a vítima, ele já receberá o aumento da Na prática, esta segunda hipótese servirá para
pena mesmo que não haja provas que revelem punir os casos de sujeitos que não mantinham
qual foi a sua intenção ao divulgar o vídeo ou relação íntima de afeto com a vítima.
a fotografia. Agiu bem o legislador ao prever Ex: Pedro trabalha com Lúcia na mesma empresa.
assim porque evita uma difícil discussão sobre a Ambos disputaram uma promoção. Pedro divulga
intenção do agente. na lista de e-mail do trabalho fotografias de Lúcia
Ex: ex-namorado que divulga fotografias eróticas nua como forma de vingança por ter perdido a
de sua ex-namorada. promoção para ela.
2) Pessoa que, por apresentar alguma enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato;
3) Pessoa que, por qualquer causa, não pode oferecer resistência. Ex: em estado de coma.
Toda pessoa com enfermidade ou deficiência mental será considerada vulnerável, para os
fins do art. 217-A do CP?
NÃO. Pela leitura do § 1º do art. 217-A do CP, pode-se concluir que a pessoa com enfermidade ou
deficiência mental somente será considerada vulnerável para fins de estupro de vulnerável se ela
não tiver “o necessário discernimento para a prática do ato”.
Súmula 593-STJ: O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção carnal ou prática
de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual consentimento da vítima para
a prática do ato, sua experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o
agente.
Se você observar a Súmula 593 do STJ verá que ela tratou apenas de uma das hipóteses de pessoa
vulnerável, qual seja, a pessoa menor de 14 anos.
O novo § 5º, por sua vez, levou o entendimento exposto na súmula para as outras duas situações
de vulnerabilidade previstas no § 1º do art. 217-A:
• Pessoa que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a
prática do ato;
Deve-se ter muito cuidado com a aplicação deste § 5º para as pessoas com deficiência. Isso porque
em regra, a pessoa com deficiência possui os mesmos direitos de que dispõe uma pessoa sem
deficiência.
O estupro coletivo (inciso IV, “a”) é cometido necessariamente com o concurso de 2 pessoas.
Como compatibilizá-lo com o inciso I do art. 226? Quando se aplica um ou o outro?
• Inciso IV, “a”: aplicado apenas para os casos de estupro (arts. 213 e 217-A do CP). Isso porque o
nomen iuris da causa de aumento fala em “estupro coletivo” e “estupro corretivo”.
Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título
(crimes contra a dignidade sexual) a pena é (crimes contra a dignidade sexual) a pena é
aumentada: aumentada:
(...) (...)
III - de metade, se do crime resultar gravidez; e III - de metade a 2/3 (dois terços), se do crime
resulta gravidez;
IV - de um sexto até a metade, se o agente IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o
transmite à vítima doença sexualmente agente transmite à vítima doença sexualmente
transmissível de que sabe ou deveria saber ser transmissível de que sabe ou deveria saber ser
portador. portador, ou se a vítima é idosa ou pessoa com
deficiência.
Súmula 73, STJ: A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de
estelionato, da competência da Justiça Estadual.
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no
país ou no estrangeiro:
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta,
adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa.
»» O crime de petrechos para falsificação de moeda é SUBSIDIÁRIO, ficando absorvido quando o
agente, fazendo uso do maquinismo, efetivamente falsifica a moeda.
Prefeito que assina documentos previdenciários com conteúdo parcialmente falso não deve ser
condenado por falsidade ideológica se não foram produzidas provas de que ele tinha ciência
inequívoca do conteúdo inverídico da declaração. Neste caso, ele deverá ser absolvido, nos
termos do art. 386, III, do CPP, por ausência de dolo, o que exclui o crime. STF. 1ª Turma. AP 931/AL,
Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 6/6/2017 (Info 868).
A Lei nº 12.737/2012 acrescentou o parágrafo único ao art. 298 do CP prevendo o seguinte: Art. 298.
Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro:
(...) Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o cartão
de crédito ou débito. Ocorre que mesmo antes da edição da Lei nº 12.737/2012 a jurisprudência
do STJ já considerava que cartão bancário poderia se amoldar ao conceito de “documento”. Assim,
a inserção do parágrafo único no art. 298 do Código Penal apenas confirmou que cartão
de crédito/débito é considerado documento, sendo a Lei nº 12.737/2012 considerada como
lei interpretativa exemplificativa. Logo, ainda que praticada antes da Lei nº 12.737/2012, a
conduta de falsificar, no todo ou em parte, cartão de crédito ou débito é considerada como
crime de falsificação de documento particular (art. 298 do CP). STJ. 6ª Turma. REsp 1578479-SC,
Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, Rel. para acórdão Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em
2/8/2016 (Info 591).
#DEOLHONASSÚMULAS
Súmula 522, STJ: A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda
Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é
firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não importando a
qualificação do órgão expedidor.
13. Legislação penal especial: crime organizado (Lei 12.850/13), crimes de trânsito (Lei 9.503/97),
crimes ambientais (Lei 9.605/98), Estatuto do desarmamento (Lei 10.826/03 e Decreto 5.123/04),
crimes hediondos (Lei 8.072/90), crimes falenciais (Lei 11. 101/05), lei de tortura (Lei 9.455/97), lei
de drogas (Lei 11.343/06), crimes contra o consumidor (Lei 8.078/90), crimes contra a economia
popular (Lei 1.521/51), crimes contra a ordem tributária (Leis nºs 8.137/90, 9249/95, 9.430/96 e
10.684/03), lavagem de dinheiro (Lei 9.613/98), crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor
(Lei 7.716/89), abuso de autoridade (Lei 4.898/65), crimes de licitação (Lei 8.666/93), estatuto do
idoso (Lei 10.741/03), crimes contra o parcelamento do solo urbano (Leis nºs 6.766/79 e 10.932/04),
violência doméstica (Lei 11.340/06), crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei
8069/90), lei das contravenções penais (Decreto-Lei 3688/41).
»» CRIMES AMBIENTAIS
Art. 225 CR: § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da
obrigação de reparar os danos causados.
- Em regra, a competência é da Justiça Estadual. Porém, se o crime ambiental foi cometido em
unidade de conservação criada por decreto federal, evidencia-se o interesse federal na manutenção e
preservação da região, ante a possível lesão a bens, serviços ou interesses da União, nos termos do artigo
109, inciso IV, da Constituição Federal.
#ATENÇÃO:
Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da pena pode ser aplicada
nos casos de condenação a pena privativa de liberdade não superior a três anos.
Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação imediata de
pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, somente
poderá ser formulada desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de que trata o art.
74 da mesma lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade.
- O crime de edificação proibida (art. 64 da Lei 9.605/98) absorve o crime de destruição de vegetação
(art. 48 da mesma lei) quando a conduta do agente se realiza com o único intento de construir em local
não edificável.
O delito previsto na primeira parte do art. 54 da Lei nº 9.605/98 possui natureza formal, sendo
suficiente a potencialidade de dano à saúde humana para configuração da conduta delitiva, não se
exigindo, portanto, a realização de perícia. Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis
tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade
de animais ou a destruição significativa da flora. Pena — reclusão, de um a quatro anos, e multa. STJ.
3ª Seção. EREsp 1417279-SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 11/04/2018 (Info 624).
O crime previsto no art. 56, caput, da Lei nº 9.605/98 é de perigo abstrato, sendo dispensável a
produção de prova pericial para atestar a nocividade ou a periculosidade dos produtos transportados,
bastando que estes estejam elencados na Resolução nº 420/2004 da ANTT. Art. 56.Produzir,
processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter
em depósito ou usar produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio
ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus regulamentos: Pena
- reclusão, de um a quatro anos, e multa. STJ. 6ª Turma.REsp 1439150-RS, Rel. Min. Rogério Schietti
Cruz, julgado em 05/10/2017 (Info 613).
Não se configura o crime previsto no art. 34 da Lei nº 9.605/98 na hipótese em que há a devolução
do único peixe – ainda vivo – ao rio em que foi pescado. STJ. 6ª Turma. REsp 1.409.051-SC, Rel. Min.
Nefi Cordeiro, julgado em 20/4/2017 (Info 602).
#ATENÇÃO: No caso do delito do art. 18 (tráfico internacional de arma de fogo), verifica-se lesão à
interesse da União, por conta do exercício de fiscalização sobre zona alfandegária.
- Norma penal em branco: os tipos penais, ao fazerem menção a arma de fogo, acessório
ou munição de uso permitido ou restrito, devem ser complementados pelos Decretos 3.665/2000 e
5.123/2004.
- Diferença entre posse e porte: Posse consiste em manter a arma intra muros, no interior da
residência ou local de trabalho. Porte é extra muros, isso é, fora da residência ou local de trabalho.
- Posse irregular de arma em residência de terceiro: trata-se de fato atípico em relação ao delito
de posse, configurando, contudo, o delito de porte previsto no art. 14 da lei.
- Concurso de crimes: se o agente tem a posse ilegal da arma e a deixa ao alcance de um menor,
responde pelos delitos do art. 12 e do art. 13 em concurso material de crimes (art. 69, do CP).
- Prazo de 24 horas: segundo a doutrina, o prazo previsto no parágrafo único do art. 13 deve ser
contado a partir do momento em que o agente tiver ciência da perda, furto, extravio da arma de fogo,
acessório ou munição.
- Diferença entre porte e transporte: Transportar significa levar a arma de um lugar para outro,
por meio de locomoção, como automóvel, barco etc. Portar significa carregar consigo.
- Transporte de arma de fogo no interior de veículo: configura o delito de porte (art. 14), e não
o de posse (art. 12).
#OLHAOGANCHO:
- Arma de brinquedo, simulacros ou réplicas: trata-se de fato atípico, pois não é arma de fogo.
Para que haja condenação pelo crime de posse ou porte NÃO é necessário que a arma de
fogo tenha sido apreendida e periciada. Assim, é irrelevante a realização de exame pericial
para a comprovação da potencialidade lesiva do artefato. Isso porque os crimes previstos no
arts. 12, 14 e 16 da Lei 10.826/2003 são de mera conduta ou de perigo abstrato, cujo objeto
jurídico imediato é a segurança coletiva. No entanto, se a perícia for realizada na arma e o laudo
constatar que a arma não tem nenhuma condição de efetuar disparos não haverá crime.
Para o STJ, não está caracterizado o crime de porte ilegal de arma de fogo quando o instrumento
apreendido sequer pode ser enquadrado no conceito técnico de arma de fogo, por estar quebrado
e, de acordo com laudo pericial, totalmente inapto para realizar disparos. Assim, demonstrada
por laudo pericial a total ineficácia da arma de fogo e das munições apreendidas, deve
ser reconhecida a ATIPICIDADE da conduta do agente que detinha a posse do referido
artefato e das aludidas munições de uso proibido, sem autorização e em desacordo com
a determinação legal/regulamentar. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 397473/DF, Rel. Min. Marco
Aurélio Bellizze, julgado em 19/08/2014 (Info 544). STJ. 6ª Turma. REsp 1451397-MG, Rel. Min. Maria
Thereza de Assis Moura, julgado em 15/9/2015 (Info 570).
- Crime hediondo: A Lei nº 13.497/2017 alterou a redação do parágrafo único do art. 1º da Lei nº
8.072/90 prevendo que também é considerado como crime hediondo o delito de posse ou porte
- Causa de aumento para os crimes de comércio ilegal (art. 17) e tráfico internacional (art.
18): a pena é aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso
proibido ou restrito.
- Causa de aumento para os crimes de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido (art.
14), disparo de arma de fogo (art. 15), posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito
(art. 16), comércio ilegal (art. 17) e tráfico internacional (art. 18): a pena é aumentada de
metade se for praticado por pessoas com autorização para uso de armas. Em geral, dividem-se em
servidores públicos, pessoas que trabalhavam com segurança privada e desportistas do tiro.
- HOMICÍDIO SIMPLES: em regra, não é crime hediondo, salvo quando praticado em atividade de
grupo de extermínio, ainda que por só 1 agente (art. 1º, I, 1ª parte, Lei nº 8.072/90);
- LIVRAMENTO CONDICIONAL: para ser beneficiado pelo livramento condicional, o réu deverá
25 Quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição.
cumprir 2/3 da pena, desde que não seja reincidente específico em crimes hediondos (art. 83, V, CP);
- PROGRESSÃO DE REGIME: a) deverá cumprir 1/6 da pena (para os crimes cometidos antes da
Lei 11.464/07 - Súmula 471 STJ); b) cumprir 2/5 da pena, se réu primário, ou 3/5, se reincidente (crimes
cometidos após a Lei 11.464/07);
- ANISTIA, GRAÇA, INDULTO: são insuscetíveis de concessão quando praticados delitos revestidos
de hediondez, dada a vedação expressa no art. 5º, XLIII, CF;
- PRISÃO TEMPORÁRIA: a) Regra: 5 dias + 5 dias; b) para crimes hediondos: 30 dias + 30 dias;
Os crimes de estupro e atentado violento ao pudor, mesmo que cometidos antes da edição da Lei
nº 12.015/2009, são considerados hediondos, ainda que praticados na forma simples. Em outras
palavras, seja antes ou depois da Lei nº 12.015/2009, toda e qualquer forma de estupro (ou atentado
violento ao pudor) é considerada crime hediondo, sendo irrelevante que a prática de qualquer
deles tenha causado, ou não, lesões corporais de natureza grave ou morte. STJ. 3ª Seção. REsp
1110.520-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 26/9/2012 (Info 505). STF. 1ª Turma.
HC 100612/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em
16/8/2016 (Info 835).
A hediondez ou a gravidade abstrata do delito não obriga, por si só, o regime prisional mais
gravoso, pois o juízo, em atenção aos princípios constitucionais da individualização da pena e
da obrigatoriedade de fundamentação das decisões judiciais, deve motivar o regime imposto
observando a singularidade do caso concreto. Assim, é inconstitucional a fixação de regime inicial
fechado com base unicamente na hediondez do delito. STF. 1ª Turma. ARE 935967 AgR, Rel. Min.
Edson Fachin, julgado em 15/03/2016. STF. 2ª Turma. HC 133617, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado
em 10/05/2016. É inconstitucional a fixação ex lege, com base no art. 2º, § 1º, da Lei 8.072/1990,
do regime inicial fechado, devendo o julgador, quando da condenação, ater-se aos parâmetros
previstos no artigo 33 do Código Penal. STF. Plenário. ARE 1052700 RG, Rel. Min. Edson Fachin,
julgado em 02/11/2017.
- A tortura não é crime próprio, em regra (mas prevê algumas modalidades de crime próprio).
- O crime de tortura é previsto em tratado internacional. Isso significa que o Brasil pode perseguir o
crime mesmo no caso de extraterritorialidade, ou seja, mesmo no caso de ter sido praticado fora do país,
a depender das condições do art. 7º do Código Penal. Nesse caso, a competência poderá ser da Justiça
Federal se presente alguma das hipóteses do art. 109, da CF. Em regra, será de competência de Justiça
Estadual.
- É crime material, que deixa resultado de modificação do mundo exterior, sendo passível de perícia
para essa comprovação. Mas, segundo o STJ, em se tratando de tortura cometida com sofrimento de
ordem psicológica e agressões à vítima que não deixaram vestígios, é suficiente para a comprovação a
prova testemunhal e eventualmente depoimento firme (típica hipótese de crime às escuras).
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico
ou mental:
- O sofrimento deve ser causado com o objetivo de obter informação ou declaração, o que não
quer dizer confissão que seja direcionada ao processo criminal, bastando que seja informação que se
esgote no contexto da atuação do agressor.
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter
preventivo.
- O castigo pessoal imposto no inciso II é feito por alguém que detém qualidades especiais (alguém
que mantenha guarda, poder ou autoridade).
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las,
incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
O crime de maus tratos é delito de perigo, ou seja, a mera exposição da vítima àquelas condições
viola o bem jurídico e configura crime consumado. Nos maus tratos, o agente tem elemento
subjetivo especial: pratica maus tratos com a finalidade de correção, o que não existe no crime de
tortura (que possui uma pluralidade de finalidades). Portanto, no crime de tortura, o sujeito ativo
quer causar sofrimento ou dor para obter algum fim específico, enquanto que no crime de maus
tratos, a finalidade é a de correção da vítima.
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez
anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
#NÃOCONFUNDA: tortura com resultado morte (crime preterdoloso) versus homicídio qualificado
pelo emprego de tortura. A distinção é a tipicidade subjetiva, o elemento anímico. No primeiro, a
vontade/dolo é causar intenso sofrimento físico ou psicológico. No segundo, o elemento subjetivo
é o animus necandi, que não existe na tortura. A morte na tortura resulta de culpa.
»» LEI DE DROGAS
#ATENÇÃO
O porte de droga para consumo próprio, previsto no art. 28 da Lei nº 11.343/2006, possui
natureza jurídica de crime. O porte de droga para consumo próprio foi somente despenalizado
pela Lei nº 11.343/2006, mas não descriminalizado. Obs: despenalizar é a medida que tem por
objetivo afastar a pena como tradicionalmente conhecemos, em especial a privativa de liberdade.
Descriminalizar significa deixar de considerar uma conduta como crime. Mesmo sendo crime, o
STJ entende que a condenação anterior pelo art. 28 da Lei nº 11.343/2006 (porte de droga
para uso próprio) NÃO configura reincidência. Argumento principal: se a contravenção penal,
que é punível com pena de prisão simples, não configura reincidência, mostra-se desproporcional
utilizar o art. 28 da LD para fins de reincidência considerando que este delito é punida apenas com
“advertência”, “prestação de serviços à comunidade” e “medida educativa”, ou, seja, sanções menos
graves e nas quais não há qualquer possibilidade de conversão em pena privativa de liberdade
pelo descumprimento. Há de se considerar, ainda, que a própria constitucionalidade do art. 28 da
LD está sendo fortemente questionada. STJ. 5ª Turma. HC 453.437/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca, julgado em 04/10/2018. STJ. 6ª Turma. REsp 1672654/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis
Moura, julgado em 21/08/2018.
PRIMÁRIO
BONS ANTECEDENTES
É possível a utilização de inquéritos policiais e/ou ações penais em curso para formação da convicção
de que o réu se dedica a atividades criminosas, de modo a afastar o benefício legal previsto no art.
33, § 4º, da Lei n.º 11.343/2006. STJ. 3ª Seção. EREsp 1431091-SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em
14/12/2016 (Info 596).
Ainda que o réu comprove o exercício de atividade profissional lícita, se, de forma concomitante,
ele se dedicava a atividades criminosas, não terá direito à causa especial de diminuição de pena
prevista no art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas). O tráfico de drogas praticado por
intermédio de adolescente que, em troca da mercancia, recebia comissão, evidencia (demonstra)
que o acusado se dedicava a atividades criminosas, circunstância apta a afastar a incidência da
causa especial de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006. STJ. 6ª Turma.
REsp 1380741-MG, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 12/4/2016 (Info 582).
#NÃOCONFUNDA:
FINANCIAR
ASSOCIAÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DO
EVENTUALMENTE O
FINANCIAMENTO TRÁFICO
TRÁFICO
#NÃOSABOTEASSÚMULAS:
Súmula 607-STJ: A majorante do tráfico transnacional de drogas (art. 40, I, da Lei nº 11.343/2006)
configura-se com a prova da destinação internacional das drogas, ainda que não consumada a transposição
de fronteiras.
Súmula 587-STJ: Para a incidência da majorante prevista no artigo 40, V, da Lei 11.343/06, é desnecessária
a efetiva transposição de fronteiras entre estados da federação, sendo suficiente a demonstração inequívoca
da intenção de realizar o tráfico interestadual.
#ATENÇÃO:
Fiança
Liberdade provisória Graça
Conversão da pena privativa de liberdade Anistia
em restritiva de direitos Indulto
Suspensão condicional da pena
PRESO 30 + 30 PRESO 10
SOLTO 90 + 90 SOLTO 30
#OLHAOGANCHO:
AÇÃO CONTROLADA
Súmula vinculante 24: Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no
art. 1º, I a IV, da Lei 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo.
- Essa súmula aplica-se também aos artigos 168-A (apropriação indébita previdenciária) e 337-A
(supressão de contribuição previdenciária).
- Competência territorial: local onde houve a constituição definitiva do crédito tributário, sendo
irrelevante a modificação do domicílio fiscal do contribuinte.
- O expressivo valor do tributo sonegado pode ser considerado fundamento idôneo para amparar
a majoração da pena prevista no inciso I do art.12 da Lei n. 8.137/90.
- O tipo penal do art. 1º da Lei n. 8.137/90 prescinde de dolo específico, sendo suficiente a presença
do dolo genérico para sua caracterização.
#ATENÇÃO: O delito do art. 1º, inciso V, da Lei n. 8.137/90 é formal e prescinde do processo
administrativo-fiscal para o desencadeamento da persecução penal, não se sujeitando aos termos
da súmula vinculante n. 24 do STF.
- O parcelamento integral dos débitos tributários decorrentes dos crimes previstos na Lei n. 8.137/90,
em data posterior à sentença condenatória, mas antes do seu trânsito em julgado, suspende a pretensão
punitiva estatal até o integral pagamento da dívida.
art. 5º, XLII, CF - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei.
#ATENÇÃO: Não é crime hediondo, nem equiparado a hediondo. É suscetível de graça, indulto e
anistia.
O racismo resulta de discriminação, preconceito racial. A injúria racial é um crime contra a honra.
A diferença entre eles está no elemento subjetivo. A utilização de palavras depreciativas referente
a raça, cor, religião ou origem, com o intuito de ofender a honra subjetiva de determinada pessoa,
caracteriza a injúria qualificada, e não o racismo.
- O art. 1º da lei fala em discriminação em razão de procedência nacional, mas segundo a doutrina,
pode ser também discriminação por procedência regional.
- É crime comum, ou seja, pode ser praticado por qualquer pessoa. No entanto, é firme a doutrina
no sentido de que não se configura racismo por discriminação contra pessoas de pele branca. Isso porque
essa discriminação específica não decorre de uma relação histórica de subversão de uma característica
somática de certas pessoas em relação a outras. Nesse sentido, a doutrina fala em “racismo social”, já que
não se pode afirmar, cientificamente, que existem raças diferentes umas das outras (essa é uma conclusão,
inclusive, do Projeto Genoma).
#ATENÇÃO:
#SELIGA: os efeitos da condenação (perda do cargo ou função pública, para o servidor público, e
a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a três meses),
NÃO SÃO AUTOMÁTICOS.
- A Lei nº 4.898/1965 não é especificamente de direito penal, vez que traz a possibilidade de sanções
de caráter administrativo, civil e penal.
- Para praticar abuso de autoridade a pessoa precisa ter uma investidura funcional que possa,
- O conceito de autoridade não é restrito àquelas pessoas que têm poder de polícia. Um jurado de
um Tribunal do Júri ou ainda um Presidente da Mesa Eleitoral, por exemplo, podem ser sujeitos ativos do
crime de abuso de autoridade.
- São crimes de menor potencial ofensivo, que podem estar sujeitos ao rito da Lei 9.099/95.
- São crimes de atentado, isto é, a pena da tentativa é igual à pena do crime consumado.
- Os crimes de abuso de autoridade são crimes próprios, podendo o particular responder, se atuar
em conjunto com uma autoridade, sabendo das qualidades dessa pessoa.
- São crimes de ação penal pública incondicionada (art. 100). Admite-se ação penal privada
subsidiária da pública, expressamente (art. 103);
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
Não comete o crime do art. 89 da Lei nº 8.666/93 Secretária de Educação que faz contratação
direta, com base em inexigibilidade de licitação (art. 25, I), de livros didáticos para a rede pública de
ensino, livros esses que foram escolhidos por equipe técnica formada por pedagogos, sem a sua
interferência. Vale ressaltar que havia comprovação, por meio de carta de exclusividade emitida por
entidade do setor, de que a empresa contratada era a única fornecedora dos livros na região. Além
disso, não houve demonstração de sobrepreço. Diante dessas circunstâncias, o STF absolveu a ré
por ausência de “dolo específico” (elemento subjetivo especial). STF. Plenário. AP 946/DF, Rel. Min.
Ricardo Lewandowski, julgado em 30/8/2018 (Info 913).
Para a configuração da tipicidade subjetiva do crime previsto no art. 89 da Lei 8.666/93, exige-
se o especial fim de agir, consistente na intenção específica de lesar o erário ou obter vantagem
indevida. Exige-se descumprimento de formalidades mais violação aos princípios da Administração
Pública O tipo penal previsto no art. 89 não criminaliza o mero fato de o administrador público ter
descumprido formalidades. Para que haja o crime, é necessário que, além do descumprimento das
formalidades, também se verifique que ocorreu, no caso concreto, a violação de princípios cardeais
(fundamentais) da Administração Pública. Se houve apenas irregularidades pontuais relacionadas
com a burocracia estatal, isso não deve, por si só, gerar a criminalização da conduta. Assim, para que
ocorra o crime, é necessária uma ofensa ao bem jurídico tutelado, que é o procedimento licitatório.
Sem isso, não há tipicidade material. Decisão amparada em pareceres técnicos e jurídicos Não
haverá crime se a decisão do administrador de deixar de instaurar licitação para a contratação de
determinado serviço foi amparada por argumentos previstos em pareceres (técnicos e jurídicos) que
atenderam aos requisitos legais, fornecendo justificativas plausíveis sobre a escolha do executante e
do preço cobrado e não houver indícios de conluio entre o gestor e os pareceristas com o objetivo
de fraudar o procedimento de contratação direta. STF. 1ª Turma.Inq 3962/DF, Rel. Min Rosa Weber,
julgado em 20/2/2018 (Info 891).
O objetivo do art. 89 não é punir o administrador público despreparado, inábil, mas sim o desonesto,
que tinha a intenção de causar dano ao erário ou obter vantagem indevida. Por essa razão, é
necessário sempre analisar se a conduta do agente foi apenas um ilícito civil e administrativo ou
se chegou a configurar realmente crime. Deverão ser analisados três critérios para se verificar se
o ilícito administrativo configurou também o crime do art. 89: 1º) existência ou não de parecer
jurídico autorizando a dispensa ou a inexigibilidade. A existência de parecer jurídico é um indicativo
da ausência de dolo do agente, salvo se houver circunstâncias que demonstrem o contrário. 2º)
a denúncia deverá indicar a existência de especial finalidade do agente de lesar o erário ou de
promover enriquecimento ilícito. 3º) a denúncia deverá descrever o vínculo subjetivo entre os
agentes. STF. 1ª Turma. Inq 3674/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 7/3/2017 (Info 856).
A conduta de quem frauda licitação destinada à contratação de serviços não se enquadra no art. 96
da Lei nº 8.666/93, pois esse tipo penal contempla apenas licitação que tenha por objeto aquisição
ou venda de bens e mercadorias. Para que a punição da contratação de serviços fraudulentos fosse
possível, seria necessário que esta conduta estivesse expressamente prevista na redação do tipo,
uma vez que o Direito Penal deve obediência ao princípio da taxatividade, não podendo haver
interpretação extensiva em prejuízo do réu. STF. 1ª Turma. Inq 3331, Rel. Min. Edson Fachin, julgado
em 01/12/2015. STJ. 6ª Turma. REsp 1571527-RS, Rel. Min. Sebastião Reis, julgado em 16/10/2016 (Info
592).
#ATENÇÃO: O Estatuto do Idoso, ao considerar pessoa idosa aquela que tenha 60 anos ou mais
de idade não alterou o art. 115 do Código Penal que prevê a redução do prazo prescricional apenas
quando o causado é maior de 70 anos na data da sentença penal condenatória (aquela que impôs
a primeira condenação ao réu).
- Segundo o STJ (Info 547), incorre no tipo penal do art. 102 do Estatuto do Idoso (apropriação
indébita), e não no crime de furto, em razão do princípio da especialidade, o estagiário de instituição
financeira que se utiliza de cartão magnético e senha de acesso à conta de depósito de pessoa idosa para
realizar transferências para a sua conta pessoal.
»» VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
#SELIGA #VAICAIR26:
Antes da alteração, o STJ entendia que o Foi inserido novo tipo penal na Lei Maria da
descumprimento de medida protetiva de urgência Penha prevendo como crime essa conduta:
prevista na Lei Maria da Penha (art. 22 da Lei Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere
1.340/2006) não configurava infração penal. medidas protetivas de urgência previstas nesta
O agente não respondia nem mesmo por crime Lei:
de desobediência (art. 330 do CP). Pena – detenção, de 2 (três) meses a 2 (dois) anos.
#VEMDETABELINHA
Pode ocorrer na unidade espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo
doméstica familiar, inclusive as esporadicamente agregadas.
Pode ocorrer em qualquer na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida,
relação íntima de afeto independentemente de coabitação.
VIOLÊNCIA FÍSICA qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal.
#NÃOCONFUNDA:
Violência contra a MULHER especificamente. Ou Independe da condição da vítima, que pode ser
seja, a vítima deve ser necessariamente do sexo ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou
feminino. companheiro. Pode ser inclusive o HOMEM.
#NÃOSABOTEASSÚMULAS:
Súmula 600-STJ: Para a configuração da violência doméstica e familiar prevista no artigo 5º da Lei nº
11.340/2006 (Lei Maria da Penha) não se exige a coabitação entre autor e vítima.
Súmula 542-STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica
contra a mulher é pública incondicionada.
Súmula 588-STJ: A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência ou grave
ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de
direitos.
Súmula 536-STJ: A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese
de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.
14. Direito penal militar: Aplicação da lei penal militar. Imputabilidade penal militar. Concurso de
agentes no direito penal militar. Penas no direito penal militar: penas principais; aplicação da pena;
suspensão condicional da pena; livramento condicional; penas acessórias; efeitos da condenação;
medidas de segurança. Ação penal no direito penal militar. Extinção da punibilidade no direito penal
militar. Crimes militares em tempo de paz.
- O Código Penal Militar não prevê infrações disciplinares militares e nem contravenções militares.
- O Direito Penal Militar, além de não permitir a combinação de leis no tempo (Lex tertia), também
veda a mistura com o sistema penal comum.
- O defeito do ato de incorporação não exclui a aplicação da lei penal militar, salvo se alegado ou
conhecido antes da prática do crime.
#ATENÇÃO: Na lesão levíssima (art. 209, §6º) e no furto atenuado (artigo 240, § 1º) o próprio CPM
prevê a possibilidade de o juiz considerar o ato como infração disciplinar em vez de crime.
- Atenção especial ao art. 3º, que segundo a doutrina não foi recepcionado pela CF:
Art. 3º As medidas de segurança regem-se pela lei vigente ao tempo da sentença, prevalecendo,
entretanto, se diversa, a lei vigente ao tempo da execução.
- Atenção também com a situação especial com a Lei Penal no Espaço, pois o CPM adota tanto a
teoria da territorialidade temperada, quanto a da extraterritorialidade incondicionada como regra.
Art. 7º Aplica-se a lei penal militar, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito
internacional, ao crime cometido, no todo ou em parte no território nacional (territorialidade temperada),
ou fora dele, ainda que, neste caso, o agente esteja sendo processado ou tenha sido julgado pela
justiça estrangeira. (extraterritorialidade incondicionada).
#SELIGA:
Julga crimes militares previstos no CPM (próprios Julga crimes militares previstos no CPM (próprios
e impróprios). e impróprios).
#NÃOCONFUNDA:
CP CPM
Inimputabilidade Inimputabilidade
Isenta de pena
Isenta de pena
“Não é igualmente imputável”
Semi-imputabilidade Semi-imputabilidade
Embriaguez involuntária
Embriaguez involuntária completa
completa
Isenta de pena
Isenta de pena
“Não é igualmente imputável”
Embriaguez involuntária
Embriaguez involuntária incompleta
incompleta
»» CONCURSO DE AGENTES
#IMPORTANTE Nos crimes de concurso necessário (ex: motim ou revolta), o cabeça é aquele que
exerce a função de liderança. O §5º estabelece que, em qualquer hipótese, o cabeça será o oficial
quando delinquir juntamente com inferiores. Os inferiores serão considerados cabeças quando
exercem função de oficial (exemplo: um sargento comandando o pelotão, pela falta de oficiais).
- Alguns crimes (Tentativa contra a soberania do Brasil, Motim, Revolta e Amotinamento) possuem
um aumento de pena especial quando os agentes forem cabeças. Nos demais crimes, aplica-se o quantum
de aumento genérico do CPM (1/5 a 1/3).
- Em tempo de guerra, os cabeças dos crimes de motim, revolta ou conspiração podem ser punidos
com morte (art. 368, CPM).
- No Direito Penal Militar as penas acessórias dependem da imposição de uma pena principal, dessa
forma, sua aplicação é cumulativa.
O Código Penal Militar não prevê a substituição das penas privativas de liberdade por penas
restritivas de direitos.
- O Código Penal Militar não faz distinção substancial entre as penas de reclusão e detenção. A
diferença é meramente formal e revela-se nos limites genéricos estabelecidos no art. 58 do CPM.
RECLUSÃO DETENÇÃO
PENAS ACESSÓRIAS
Perda de posto e Exclusão das forças Perda da função Poder familiar, tutela
patente armadas pública ou curatela
Inabilitação para o
Indignidade para o
exercício de função Direitos Políticos
oficialato
pública
Incompatibilidade
com o oficialato
REABILITAÇÃO
CP CPM
#VAICAIR A atenuante da confissão tratada no art. 72, III, “d”, do Código Penal Militar está vinculada
à revelação da autoria criminosa ignorada ou imputada a outrem. Dessa forma, a atenuante da
confissão espontânea do CP não pode ser aplicada aos crimes militares, por conta do critério da
especialidade. STF. 1ª Turma. HC 115189/AM, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 3/5/2016 (Info 824).
- O art. 81 do CPM aponta os limites da pena unificada no concurso de crimes. A pena unificada não
pode ultrapassar de trinta anos, se é de reclusão, ou de quinze anos, se é de detenção.
- Quando cominada a pena de morte como grau máximo e a de reclusão como grau mínimo,
aquela (pena de morte) corresponde, para o efeito de graduação, à de reclusão por trinta anos.
- O Código Penal Militar prevê o instituto do sursis no artigo 84. Trata-se da suspensão condicional
da pena privativa de liberdade não superior a 2 anos, sendo uma das poucas medidas descarcerizadoras
do CPM. Na esfera militar, o prazo de suspensão é de 2 anos a 6 anos. No Código Penal comum, é
entre 2 e 4 anos.
- Nos termos do art. 89 do Código Penal Militar, o livramento condicional é aplicável somente ao
militar condenado à pena de reclusão ou de detenção por tempo igual ou superior a dois anos executada
em estabelecimento militar.
- Assim como o sursis, o livramento condicional não se aplica aos crimes cometidos em tempo de
guerra.
CP CPM
Réu Primário:
1/3 da pena cumprida 1/2 da pena cumprida
Se não for reincidente em crimes dolosos e tiver OU
bons antecedentes 1/3 da pena cumprida se for menor de 21 ou
maior de 70 anos.
»» Além dos requisitos acima elencados, o condenado deve ainda ter reparado o dano, salvo
impossibilidade de fazê-lo e apresentado boa conduta durante a execução da pena. Também
é necessário que seja atestada sua boa conduta durante a execução da pena, sua adaptação ao
trabalho e às circunstâncias atinentes a sua personalidade, ao meio social e a sua vida pregressa, para
que se permita supor que não voltará a delinquir. Essas informações constarão de minucioso relatório
elaborado pelo diretor do estabelecimento penal onde se encontra recolhido.