Resumo
A educação nas últimas décadas passou por profundas transformações. Participando deste
momento a Educação Especial e Inclusiva tiveram e tem os seus papeis de destaque
colaborando neste cenário com uma proposta de atendimento aos alunos com deficiências em
unidades escolares onde este alunado possam desenvolver suas potencialidades. O estudo do
tema Educação Especial e Educação Inclusiva: dicotomia de ensino dentro de um mesmo
processo educativo tem como objetivos discutir e traçar o papel que cada um destes processos
educativos tem na educação de alunos com deficiências. Diversos autores, com MANTOAN
(2003, 2006, 2008, 2010), MAZZOTA (1996), CARVALHO (2005), GLAT & NOGUEIRA
(2002), PEREIRA (2007) e SASSAKI (1997, 1998), dentre outros, discutem esta temática
com convicção de que indivíduos deficientes devem estar inseridos num contexto escolar e
aponta vantagens quando isso acontece. Discutimos os papeis de cada uma das modalidades
de educação: especial e inclusiva traçando parâmetros da atuação no que tange o atendimento
as pessoas com deficiências e pontuamos os pontos de destaque no que tange a escolarização
desta parcela do alunado. Percebemos que embora todas as modalidades de ensino tenham um
objetivo comum que é o atendimento e uma possível escolarização de indivíduos com
deficiências, a Educação Inclusiva se apresenta de forma incisiva a mais viável para atender
estes alunos.
Introdução
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Mestre em Educação. Professora do Curso de Licenciatura em Computação do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro. E-mail: ana_abadia@yahoo.com.br.
educacionais e legislações que avançaram no propósito de alcançar alunos nos diversos
lugares que ele esteja e também as pessoas com deficiências.
No Brasil, as transformações que ocorreram mais especificamente estão no âmbito da
escola especial e inclusiva. Estas estão envolvidas em um significado maior que é o
atendimento do aluno com deficiência. A Educação Especial e Inclusiva está ancorada em
documentos internacionais e em diversas legislações brasileiras que norteiam sobremaneira os
aspectos pedagógicos envolvidos neste contexto educacional (MRENCH, 2000).
Quando as pessoas sofrem de algum tipo de incapacidade intelectual ou física, as suas
necessidades podem não ser satisfeitas pelo sistema educativo tradicional. É neste caso que
entra o conceito de educação especial, que, como o seu nome indica, apresenta características
diferenciadas (isto é, especiais).
Educação Especial
A Educação Especial é um tema polemico e tem sido um terreno fértil para o
aparecimento de polemicas, modismos e inovações na escola, com propostas pedagógicas
motivando melhoria da qualidade de vida escolar e social das pessoas com deficiência. Neste
envolvimento, estão educadores comprometidos com a causa da educação especial e inclusiva
e pessoas diretamente ligadas às pessoas com deficiências.
Quando as pessoas sofrem de algum tipo de incapacidade intelectual ou física, as suas
necessidades podem não ser satisfeitas pelo sistema educativo tradicional. É neste caso que
entra o conceito de educação especial, que, como o seu nome indica, apresenta características
diferenciadas.
Educação Especial que por muito tempo configurou-se como um sistema paralelo de
ensino, vem redimensionando o seu papel, antes restrito ao atendimento direto dos educandos
com necessidades especiais, para atuar, prioritariamente como suporte à escola regular no
recebimento deste alunado (SASSAKI, 1997).
A educação especial é uma modalidade de ensino destinada a educandos com
deficiências no campo da aprendizagem, originadas quer de deficiência física, sensorial,
mental ou múltipla, quer de características como altas habilidades, superdotação ou talentos.
Ela é o ramo da Educação que se ocupa do atendimento e da educação de pessoas com
deficiência em instituições especializadas, tais como escolas para surdos, escolas para cegos
ou escolas para atender pessoas com deficiência intelectual.
A educação especial faculta meios técnicos e humanos de modo a compensar as
deficiências de que sofrem os alunos. Desta forma, os estudantes podem completar o processo
de aprendizagem num ambiente e a um ritmo que vão ao encontro das suas capacidades.
A educação especial remonta ao século XVI, na época em que os surdos passaram a
ter acesso a aulas diferenciadas. Com o passar do tempo, a educação especial foi-se
institucionalizando e orientando-se a todo o tipo de capacidades diferentes. Aliás, existe a
educação especial para as crianças superdotadas, cujas capacidades são mais avançadas
relativamente às dos restantes alunos da sua idade
A educação especial, no Brasil, instituiu-se e expandiu-se por meio de instituições
privadas de caráter filantrópico, através da iniciativa de familiares onde havia membros
deficientes. Teve seu inıcio no período Colonial em 1600, com a criação de uma instituição
particular especializada na área de deficiência física, junto à Santa Casa de Misericórdia em
São Paulo (MENDES, 2006).
A Secretaria de Educação Especial do MEC (SEESP), através do documento Política
Nacional de Educação Especial que rege oficialmente os serviços públicos nesta área,
considera a Educação Especial como sendo:
Para este autor, o mínimo ao que os educandos especiais teriam direito seria ao
conjunto de serviços de educação comum, podendo este ser apoiado, suplementado ou
substituído por um conjunto de recursos e serviços organizados visando garantir a
apropriação dos conteúdos escolares formais.
Os estudos de Mazzota apontam três atitudes sociais que marcaram a história da
Educação Especial no tratamento dado às pessoas com deficiência: “marginalização,
assistencialismo e educação/reabilitação” (MAZZOTA, 1996, p.14).
- A marginalização é caracterizada como uma atitude de descrença na possibilidade de
mudança das pessoas com deficiência, o que leva à completa omissão da sociedade em
relação à organização de serviços para essa população;
- O assistencialismo é uma atitude marcada por um sentido filantrópico, paternalista e
humanitário, porque permanece a descrença na capacidade de mudança do indivíduo,
acompanhada pelo principio cristão de solidariedade humana, que busca apenas dar proteção
às pessoas com deficiência;
- A educação/reabilitação apresenta-se como uma atitude de crença na possibilidade de
mudança das pessoas com deficiência e as ações resultantes dessa atitude são voltadas para a
organização de serviços educacionais que os beneficiassem.
O fato de uma concepção ou atitude social predominar em determinado período não
significa que as concepções e atitudes não convivam juntas em um mesmo contexto.
Posto isto, o objetivo da educação especial consiste em proporcionar as ferramentas e
os recursos educativos necessários para aqueles que têm necessidades diferentes da média.
Desta maneira, as crianças que sofrem de algum tipo de incapacidade têm acesso à formação e
o direito de desabrocharem, de modo a puderem ser inseridas na vida adulta com maior
facilidade. Procura-se, portanto ajudar as crianças a tornarem-se adultos independentes,
podendo valer-se sozinhos graças à educação recebida.
Educação Inclusiva
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BATISTA, Marcus Welby; ENUMO, Sônia Regina Fiorim. Inclusão escolar e deficiência
mental: análise da interação social entre companheiros. Estudos de Psicologia. Vitória, v. 9,
n. 1, abr 2004, p.101-111.
CARVALHO Rosita Edler. Educação Inclusiva: com os pingos nos is. 3. ed. Porto Alegre:
Mediação, 2005.
MANTOAN, Maria Teresa Égler; SANTOS, Maria Terezinha Teixeira dos. Atendimento
educacional especializado: políticas públicas e gestão nos municípios. São Paulo: Moderna,
2010.
__________. Inclusão escolar: o que é? Por quê? Como fazer? São Paulo: Moderna, 2003,
64p.
MAZZOTTA, Marcos. José Silveira. Educação especial no Brasil: história e políticas
públicas. São Paulo: Cortez, 1996. 208 p.
_________. Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro; WVA, Revista Nova
Escola, 1997.
STAINBACK Susan. Inclusão: Um guia para Educadores: Tradução- Magda França Lopes.
Porto Alegre: Artes Médicas. 2004.