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ESTUDOS BIBLICOS
PARA
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O ADOLESCENTE CRISTÃO
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Conjunto
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Lírios
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Cruzeiro Celeste/JM/MG
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2020
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1

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Índice
1. O adolescente cristão e sua postura no Culto

2. O adolescente cristão e o arrebatamento da Igreja

3. O adolescente cristão e o batismo em águas

4. O adolescente cristão e a obediência aos pais

5. O adolescente cristão e o conhecimento de Deus

6. O adolescente cristão e a vida acadêmica

7. O adolescente cristão e o uso da tecnologia

8. O adolescente cristão e o culto ao corpo

9. O adolescente cristão e a sexualidade

10.O adolescente cristão e a frutificação

11.O adolescente cristão e a influência da pós-modernidade

12.O adolescente cristão e os perigos da Pós-modernidade

13.O adolescente cristão e suas amizades

1. Como escolher suas amizades

2. Quais as características de um verdadeiro amigo?

3. O perigo da aliança com o ímpio

4. Tenha Deus como seu amigo!

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O adolescente cristão e sua postura no
Culto
Quando vamos ao templo temos como objetivo principal a
adoração, louvor e glorificação ao Senhor. Infelizmente, muitos
vão ao culto, cantam e até oram, mas não adoram ao Senhor
verdadeiramente, pois o seu coração acha-se distante de sua
presença (Is 29.13).
Devemos estar no culto com toda a nossa atenção voltada para
o Senhor. A nossa atenção geralmente está presa à importância
que damos às coisas e por isso valorizamos. O fato de muitos
estarem desatentos na igreja é um sinal que não valorizam a
Deus (At 10.33). Consideramos a presença de Deus em nossos
cultos? Estamos conscientes que estamos diante de Deus? Às
vezes a presença do convidado principal da noite é ignorada.
Em muitas ocasiões, participamos dos cultos apenas "de corpo
presente".
I – DEFINIÇÃO DAS PALAVRAS REVERÊNCIA E ADORAÇÃO
Quando vamos ao templo temos como objetivo principal a
adoração, louvor e glorificação ao Senhor. A igreja não é local
para se fazer negociações, mastigar chicletes, balas, etc e ficar
brincando. O profeta reconheceu suas imperfeições de caráter,
e elas se tornaram mais evidentes, diante da contemplação de
um Deus santo (Is 6.1-5). Quando estamos na presença de um
Deus Santo, nós, pecadores, devemos temer e tremer (Lc 5.8; Jó
42.5,6; 1Sm 6.20; Mt 17.6).
1.1 Definição de Reverência. O dicionário Aurélio define
reverência como: “respeito marcado pelo amor as coisas
sagradas” (FERREIRA, 2004, p. 1755). Existem pessoas que
ficam fora do templo conversando, em vez de cultuarem a

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Deus. Há pessoas que vão ao bebedouro ou banheiro sem uma
real necessidade inúmeras vezes durante o momento do culto e
ficam transitando dentro da Igreja atrapalhando. Existem
pessoas que não tem respeito as autoridades espirituais
constituídas por Deus sobre a Igreja (Ec 5.1), e não obedecem
aos obreiros quando estes pedem que entrem para o templo.
Devemos ser reverentes diante de Deus porque somos
criaturas e Ele é o Criador (Sl 33.6-9; 96.4,5; Jo 1.9).
1.2 Definição de Adoração. O dicionário Aurélio define
adoração como: “Ato de adorar, reverência, veneração a uma
divindade” (FERREIRA, 2004, p. 54). A palavra hebraica “sâhâ”
e a grega “proskyneo” enfatizam o ato de “prostração e
reverência” (ANDRADE, 2006, p. 33). O termo “proskyneo”,
originalmente significava "beijar". Entre os gregos era um
termo técnico que significava "adorar os deuses", dobrando os
joelhos ou prostrando-se e colocar-se nessa posição
comunicava a ideia básica de submissão. O gesto de curvar-se
diante de uma pessoa e ir até o ponto de beijar seus pés, quer
dizer: “Reconheço a minha inferioridade e a sua superioridade;
coloco-me à sua inteira disposição” (SHEDD, 1991, p. 17).
1.3 Definição de Culto. Do Latim “cultus”, significa:
“veneração, admiração, tributação voluntária de louvores e
honra ao criador”. Homenagem, de caráter religioso, ao que se
considera divino ou sagrado (ANDRADE, 2006, p. 127).
II - ADORAÇÃO E REVERÊNCIA NO CULTO
A principal característica da essência de Deus é a sua santidade
(Hb 3.3), pois a santidade é o atributo de Deus, enquanto
separado e elevado acima de tudo o que é criado (Is 40.25). A
casa de Deus é santa (Sl 93.5); o lugar onde Deus está se torna
santo (Êx 3.5; Js 5.15). Muitos estão agindo como Jacó,
ignorando a presença divina onde estão (Gn 28.16,17). Sempre

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que formos ao culto na congregação, devemos imaginar a
grandeza e a majestade de Deus, e com certeza a nossa
adoração será diferente. Quando mostramos reverência, o
inimigo é envergonhado (Tt 2.7,8); mas quando não,
envergonhamos a igreja (1Co 11.22; 1Co 14.40).
2.1 O verdadeiro culto com reverência. Será que realmente
cultuamos a Deus como a Bíblia o requer. Qual deve ser nosso
comportamento na Casa de Deus? (Êx 3.5; Ec 5.1; Hc 2.20). O
próprio significado da palavra “culto” já sugere, em si mesmo, o
ato de adoração que, por sua vez, implica na reverência que
todos devemos prestar ao Todo-Poderoso (Sl 29.2). Cultuar a
Deus significa adorá-lo, exaltá-lo, prestar-lhe a devida
reverência com todo temor e tremor (Sl 96.9). Infelizmente,
muitos vão ao culto, cantam e até oram, mas não adoram ao
Senhor verdadeiramente, pois o seu coração acha-se distante
de sua presença (Is 29.13). O culto para tais pessoas é apenas
um ponto de encontro na igreja, um momento de interatividade
social, de conversa e as vezes até momento de mastigar
chicletes e usar o Smartphones e Tablets. Deus se compraz
naqueles que o buscam com um coração puro e sincero, e
alegra-se naqueles que o adoram “em espírito e em verdade”
(Sl 15.1-5; Jr 29.13; Jo 4.23,24). Há muitos que, desprezando a
soberania divina, passam o culto inteiro brincando e
conversando, e isso é falta de reverência e temor diante
daquele a quem devemos adorar (Ap 4.10,11).
2.2 O verdadeiro culto com adoração. O ato de adorar a Deus
constrange-nos a submeter-nos incondicionalmente à sua
vontade (Mt 6.10) e a nos humilharmos até ao pó diante de sua
presença (Gn 18.27). A mulher pecadora, que ungiu a Jesus com
fino unguento, “beijava-lhe os pés” em santa adoração (Lc
7.38). Se adorar é um ato de rendição, gratidão, exaltação e
respeito ao Deus que nos criou (Sl 95.6), cheguemo-nos, pois,
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diante do Todo-Poderoso com temor e tremor, reconhecendo-
lhe o senhorio sobre nossas vidas (Sl 2.11). Os judeus dos
tempos de Isaías e Miqueias não sabiam fazer tal distinção, por
isso o Senhor repreendeu-os energicamente (Is 1.11-17; Mq
6.3-8). A vida do crente deve ser um contínuo ato de adoração e
louvor a Deus (Sl 146.1,2; Ec 5.2).
III - COMPOSIÇÃO DO CULTO BÍBLICO
O livro de Eclesiastes demonstra como agirmos no culto com
clareza (Ec 5.1), pois Deus não se interessa na observância do
sacrifício em si, e sim na obediência aos princípios que
regulamentam a sua prática. Foi exatamente isso que o profeta
Samuel ensinou a Saul (1Sm 15.22). Vivemos em um tempo que
as pessoas procuram lazer, entretenimento e irreverência para
se distrair. Mas quanto ao culto, até que ponto pode ser
descontraído? O culto deve ser espontâneo e alegre sem perder
o respeito que lhe é devido. Quando se comparece diante de
uma autoridade, se preocupa em como se comportar, não se
atrasando, vestindo-se adequadamente, escolhendo palavras e
cuidando do tom de voz. Será que diante do Rei dos reis não
deveríamos ter ainda maior respeito? A Bíblia nos ordena que
sirvamos ao Senhor em reverência (Hb 12.18-29; At 9.31).
Vejamos, a seguirmos elementos que, de acordo com a palavra
devem compor o verdadeiro culto cristão:
3.1 Leitura da Palavra. No AT a leitura e a dissertação das
Sagradas Escrituras tinham um sentido especial no serviço de
adoração a Deus (Ed 8.1-12). Na Igreja Primitiva, quando o NT
ainda não havia sido escrito, os crentes utilizavam as Escrituras
do Antigo Testamento em suas reuniões (At 2.42; 17.11). Por
conseguinte, o verdadeiro culto de adoração a Deus não pode
ficar sem o ensino ou a pregação bíblica. O culto sem a leitura e
a explanação das Sagradas Escrituras é incompleto. A leitura da
Bíblia é indispensável em um culto cristão e deve ser um
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momento de profunda reverência e respeito, onde os
verdadeiros adoradores deverão acompanhar a leitura do
texto. A leitura bíblica é como uma chave que abre as nossas
mentes e prepara o nosso coração e nosso espírito para adorar
a Deus (Nm 24.7; Dt 31.26; Ne 8.8; 9.3; Js 8.34,35; 2Cr 34.14-
21; Lc 4.14-21; At 17.11).
3.2 Pregação. A pregação é a parte central do culto cristão,
pois sem ela o culto fica sem brilho e objetivo, pois é através
dela que a fé é gerada (Rm 10:14-17; Gl 3:2). É a vontade de
Deus, que todos se arrependam e cheguem ao pleno
conhecimento da verdade (Ez 18:23; At 17:30; I Tm 2:4). A
pregação não pode ser desprezada pois ela faz parte integral do
culto. Ela não é matéria para ser apenas descrita ou comentada,
mas deve ser explicada (Ne 8.3, 7- 8, 12). Deus fala, o homem se
cala, medita e responde. Com a pregação fiel e revestida de
autoridade da Palavra, Deus é honrado e glorificado, os
descrentes são desafiados, os crentes são edificados e a igreja é
fortalecida.
3.3 Oração. “A minha casa será chamada Casa de Oração” (Mt
21.13). Uma das coisas mais importante num culto também é a
oração. A oração invoca a presença de Deus no culto e leva as
pessoas se sentirem perto de Deus. O propósito do culto é falar
com Deus e ouvir sua voz. Quando outras atividades como
brincadeiras e piadinhas começam a ocupar o tempo do culto,
em detrimento ao tempo necessário de oração, o culto começa
a perder seu propósito. A oração é atividade básica da igreja
(Mt 21.13).
3.4 Concentração e silêncio. “O SENHOR, porém, está no seu
santo templo; cale-se diante dele toda a terra” (Hc 2.20). Outra
coisa importante no culto é o silêncio, pois ficar conversando
com quem está ao lado é uma das piores atitudes de um
adorador. A palavra de Deus diz que há: “tempo de estar calado
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e tempo de falar” (Ec 3.7). Durante o culto é desnecessário
conversar com qualquer outra pessoa se não Aquele a quem
estamos orando que é Deus. O único barulho deve ser de
glórias e aleluias a Deus. Evitemos conversas durante o culto,
desliguemos o celular ou qualquer outro meio de comunicação.
Para melhor aproveitamento do culto é preciso que todos
estejam atentos num foco para a mensagem. Cada um deve
esquecer um pouco as coisas que estão lá fora para sentir a
presença de Deus. O ambiente da Igreja deve ser tal que
evitemos distrações, assim a presença de Deus deve preencher
totalmente nossa atenção. É imprescindível que haja um clima
de adoração.
3.5 Reflexão. “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de
Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12.1). Além
da oração, do silêncio e da concentração também é importante
a reflexão durante o culto. Quando vamos ao culto, devemos
aprender alguma coisa útil para a vida. Muitas pessoas não
conseguem lembrar o que o pregador falou mesmo após o
culto. Isso é porque deixam sua mente adormecer durante a
mensagem. Se os crentes, ao entrarem na casa de oração, o
fizessem com a devida reverência, lembrando-se de que se
acham ali na presença do Senhor, seu silêncio redundaria num
testemunho eloquente. Os cochichos, risos e conversas
desnecessárias, que se poderiam admitir em qualquer outro
lugar, não devem existir na casa em que Deus é adorado.
3.6 Cânticos na adoração. Uma das formas mais expressivas
da adoração cristã é manifestada através de hinos e cânticos
(Ef 5.18-21). Infelizmente, essa área da liturgia cristã muito
tem sofrido com a proliferação de músicas que, sublimando o
homem, minimizam o Senhor. Por outro lado, glorificamos a
Deus porque nosso hinário oficial, a Harpa Cristã, tem como o
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seu primeiro compromisso exaltar o Senhor além de cantar as
doutrinas da Bíblia Sagrada. A palavra “louvor” deriva-se do
latim “laudare” e significa: “Serviço de adoração prestado
voluntariamente a Deus”. Em sua essência, louvar significa
também: “voluntariedade de espírito em adorar e servir ao
Supremo Deus. O louvor brota do coração que sente gratidão,
ação de graças ou admiração (Nm 10:1-10; Jz 7:22; Jó 38:7; Ef.
5:19; 1Tm 3:16; At 16:25).

IV - O ADOLESCENTE CRISTÃO E A ADORAÇÃO


A essência da adoração é quando nosso coração e alma e todo o
nosso ser estão ligados e adoram a Deus. Adorar é um ato de
rendição a Deus (Sl 95.6; 2Cr 29.30); é reverenciá-lo com
sinceridade e dedicação (Hb 12.28,29); é uma experiência
interior (Sl 95.6,7). Adorar a Deus é estar unido a Cristo (Lc
22.14-20; Jo 15.1-10); é um ato de obediência do coração; é
uma resposta que exige a plenitude de tudo o que somos, por
amor ao Senhor pelo que Ele é, não apenas pelo que Ele faz.
Adoração vai além do nosso sentimento, ou das circunstâncias
que estamos vivendo. Leva-nos a magnificente presença de
Deus (1Cr 16.29); é alguma coisa que é vista pelos nosso atos e
não apenas pelas palavras que falamos ou cantamos. Envolve o
nosso coração, mente e vontade, é se dar totalmente, em toda
verdade e honestidade, envolvendo e refletindo o amor e
generosidade de Cristo.
4.1 Os verdadeiros adoradores. Jesus disse que Deus
procura: "verdadeiros adoradores que adoram o Pai em
espírito e em verdade" (Jo 4.23). Quem são os verdadeiros
adoradores? Paulo afirmou que a verdadeira adoração é aquela
que se oferece a Deus pelo Espírito, não confiando na carne
mas gloriando-se em Cristo Jesus (Fp 3.3). Jesus citando Isaías

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29.13, que menciona que os judeus religiosos ofereciam ao
Senhor culto que não O agradava disse: “Este povo honra-me
com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão
me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens”
(Mc 7.6,7). Percebe-se então que adorar a Deus requer que,
aquele que se aproxima do Senhor para adorá-lo, guarde-se de
uma vida pecaminosa, indiferente aos Seus mandamentos,
porquanto sua adoração será sem sentido; será uma falsa
adoração, mesmo que os atos sejam perfeitos (Hb 10.22).
CONCLUSÃO
Um dos maiores privilégios do cristão é poder cultuar a Deus.
Enquanto muitos estão cultuando a imagens, anjos, demônios
e ao próprio Diabo, nós temos o privilégio de cultuar e adorar
ao Único e Verdadeiro Deus, o Criador de Todas as coisas. No
entanto, devemos entender que o nosso culto, quer seja
individual ou coletivo, deve ser oferecido a Ele com decência e
ordem (Rm 12.1; 1Co 14.40). Que possamos, então, com todo
fervor, devoção e reverência, oferecermos a Ele o nosso culto
racional, quer seja individual ou coletivo, na certeza que, o
desejo de Deus é que em nosso culto estejam presentes não
apenas os elementos essenciais, tais como: oração, louvor,
leitura bíblica, oferta e pregação, mas também, as
manifestações sobrenaturais do Espírito Santo, através dos
dons espirituais.
REFERÊNCIAS
KLAUBER, M. O Caminho do Adorador. RJ: CPAD, 2005.
GILBERTO, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. RJ: CPAD, 2010.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995.
SHEDD, Russel P. Adoração Víblica. SP: Edições Vida Nova, 1991.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio da Língua
portuguesa. CR, 2004.

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O adolescente cristão e o arrebatamento
da Igreja
Quando pensamos na vinda de Cristo é inevitável refletir sobre
o Arrebatamento.
A Bíblia descreve esse evento surpreendente, que acontecerá
num futuro incerto e impossível de precisar sua data (Mt
24.36). Somos conclamados a vigilância e santa expectativa
para o grande dia, onde a igreja em forma de Noiva terá seu
maravilhoso encontro com a pessoa de Nosso Senhor Jesus
Cristo, seu Noivo.
I - O QUE É O ARREBATAMENTO?
A palavra arrebatamento deriva da palavra no grego “harpazo”,
significa: “raptar”, “levar com ímpeto”, “arrancar”, “resgatar”,
“tirar”. “retirar um objeto com força e rapidez inesperada”. O
Arrebatamento será a retirada da Igreja, de modo brusco,
sobrenatural e sem prévias. Escrevendo aos Tessalonicenses
(4.13-18), o apóstolo Paulo apresenta a sequência do
arrebatamento: 1) O Senhor descerá do céu; 2) Os que
morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; e 3) Os vivos no
Senhor serão arrebatados. Portanto, o arrebatamento da igreja
é o momento glorioso em que Jesus irá levar a Sua Igreja para
junto de Si (At 1.11; Hb 9.28; 1Co 15.51,52; 1Ts 4.13-17).
II – SINAIS DA VINDA DE CRISTO
Muitos duvidam das promessas imaginado que Jesus demorará
muito para voltar, ou ignoram mesmo tudo sobre o
arrebatamento. Dizem eles: "Há paz e segurança" (1Ts 5.3).
Mas a Palavra de Deus é clara e inconfundível. O Senhor Jesus
virá para "arrancar" sua Igreja do caos deste mundo. As
Escrituras nos adverte que devemos estar preparados pois não

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sabemos quando será aquele Grande Dia: "Por isso, estai vós
apercebidos também, porque o Filho do Homem há de vir à
hora em que não penseis" (Mt 24.44). Vejamos alguns sinais
que antecedem a volta de Jesus: Falsos “Cristos” (Mt 24.5; Mc
13.6; Lc 21.8); guerras e rumores de guerras (Mt 24.6; Mc 13.7;
Lc 21.9); nação contra nação (Mt 24.7; Mc 13.8; Lc 21.10);
terremotos (Mt 24.7; Mc 13.8; Lc 21.11); fomes (Mt 24.7; Mc
13.8; Lc 21.11); epidemias; coisas Espantosas e sinais nos céus
(Lc 21.11).
III - QUANDO SERÁ O ARREBATAMENTO?
Ninguém sabe, só é possível saber que o evento é iminente,
pois os sinais se identificam no decorrer da história.
Lembremos sempre das palavras de Jesus: “Não vos pertence
saber os tempos ou épocas que o Pai estabeleceu pelo seu
próprio poder” (At 1.7). A palavra arrebatamento no grego
“harpazo” dá a ideia de rapto, ou de remoção repentina, de
modo súbito. O arrebatamento da Igreja reunirá os que
morreram em Cristo, isto é, confessaram a Jesus como seu
Salvador e permaneceram fiéis até a morte (Ap 2.10; 1Ts 5.23),
e os que estiverem vivos, aguardando o glorioso evento (1Ts
4.13). A Palavra de Deus alerta que no grande dia do Senhor os
ímpios “ficarão de fora” (Ap 22.15), mas os que permaneceram
no Senhor serão transformados e subirão para se encontrar
com Deus. A promessa do arrebatamento e do céu é para quem
vencer (Ap 3.12). Não desista!
IV - A VINDA DE JESUS NÃO PODE SER MARCADA
Várias foram às tentativas para marcarem a vinda de Cristo, ou
seja, a data do Arrebatamento. Muitos ignoraram a advertência
de Cristo quando disse: “daquele Dia e hora ninguém sabe” (Mt
24.36). Alguns exemplos podem ser citados: a) Guilherme
Miller. O fundador do Adventismo marcou a vinda de Cristo

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para os dias 21 de março de 1843 e 21 de março de 1844. b)
Charles Taze Russell. O fundador da seita “Testemunhas de
Jeová” marcou eventos apocalípticos para os anos de 1909,
1914 e 1915. Seus seguidores ainda marcaram a volta de Cristo
para 1984. c) Bang-Ik Há. O coreano fundador da seita “Missão
Taberá”, marcou a vinda de Jesus para 1992. d) John Hinkle.
Um pastor de Los Angeles, que marcou a vinda de Cristo para o
dia 9 de Julho de 1994. e) Valnice Milhomens. A “apóstola” da
Confissão Positiva marcou a vinda de Cristo para um sábado de
2007.
V - QUEM PARTICIPARÁ DO ARREBATAMENTO?
Os salvos que estiverem vivos na volta de Jesus serão
arrebatados e transformados (1Ts 4.17). A transformação dos
vivos é um mistério: “Eis aqui vos digo um mistério: [...] nós
seremos transformados. Porque convém que isto que é
corruptível se revista da incorruptibilidade, e isto que é mortal
se revista da imortalidade” (1Co 15.51-53). Pela
transformação, o corpo se tornará espiritual e glorificado. A
Bíblia descreve alguns personagens desse evento,
especialmente em dois textos que dão destaque ao
Arrebatamento, que é (1Co 15.51-54 e I Ts 4.13-18). Esses
personagens são: Jesus Cristo. Como disse Paulo: “o mesmo
Senhor... descerá do céu” (1Ts 4.16).É certamente o
cumprimento da promessa que o Senhor nunca nos deixará
sós, mas que virá em breve nos buscar. (Mt 28.20; At 1.11).
O arcanjo. Certamente Miguel participará desse evento, pois é
o único arcanjo mencionado nas Sagradas Escrituras. Logo,
arcanjo só existe um, pois a palavra grega archangelos significa
“anjo principal”. Assim como o nascimento de Cristo foi
anunciado por anjos, assim será também sua segunda vinda. Os
mortos em Cristo tanto do AT como do NT. Os mortos em
Cristo de todas as épocas ressuscitarão em corpos gloriosos,
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semelhantes ao de Cristo quando ressuscitou. Os vivos em
Cristo. “Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos
arrebatados” (1Ts 4.17). “Nem todos dormiremos (ou seja,
morreremos), mas todos seremos transformados” (1Co 15.51).
VI - ELEMENTOS ATRELADOS AO ARREBATAMENTO
Jesus, a expressão máxima do amor de Deus, voltará para
buscar a sua amada Igreja (Jo 14.3). A Igreja, a “Noiva do
Cordeiro”, há de se encontrar com seu “Noivo”, nas nuvens, e
viverão felizes por toda a eternidade. Vejamos:
 Surpresa. Textos como Mt 24.36, 42-44; 25.13 e Tt 2.13
mostram que esse evento será uma surpresa. As
exortações para com a vigilância não fariam sentido sem o
elemento “surpresa”.
 Velocidade. No texto de 1Co 15.52, Paulo usa a palavra
grega átomos, que foi traduzida por Almeida como “num
momento”. Na química antiga o átomo era considerado o
último elemento da matéria, portanto indivisível, ou seja,
impossível de ser cotado. A palavra grega átomo mostra
como a velocidade do arrebatamento é enorme. Outras
expressões bíblicas como: “o abrir e fechar dos olhos” (1Co
15.52) mostram a velocidade desse acontecimento (Mt
24.27).
 Invisibilidade. As expressões gregas para definir esse
evento, como a própria palavra arrebatamento, dão a
entender que teremos o elemento da invisibilidade.
VII – QUAIS OS FUNDAMENTOS BÍBLICOS PARA A
PROMESSA DA 2ª VINDA DE CRISTO?
Ao lermos a Bíblia, nós vamos encontrar, tanto no AT como no
NT bases para fundamentar esta doutrina. No entanto, é no NT.
Que esta doutrina é mais difundida e explicada. Vejamos: Em

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tom profético, o AT descreve esta promessa (Zc.14.3-4). O
próprio Senhor Jesus fez esta promessa (Jo.14.2-3). Os anjos
falaram acerca desta promessa (At 1.11). Os apóstolos
escreveram acerca desta promessa (Tg 5.7; 1Pe 1.7,13; 1Ts
4.13-18; Hb 9.28). As Escrituras afirmam ainda que:
Será repentino "num abrir e fechar de olhos" (1Co
15.51,52): Isto significa que não haverá tempo para
preparativos de ultima hora (Mt 25.6-10);
Será “em dia e hora que não sabemos” (Mt 24.36,44): Todos
que se atreveram determinar o dia do Arrebatamento da igreja
se decepcionaram. Esperaram e Cristo não veio! Portanto,
melhor do que prever ou datar este dia, é estar preparado;
Será “como nos dias de Noé” (Mt 24.37-39): Ou seja, um dia
como outro qualquer, em que as pessoas estarão em suas
atividades normais: comendo, trabalhando, casando etc. (Mt
24.40-42);
Será pessoal (At 1.11; Ap 22.12): Assim como em um
casamento, Cristo virá pessoalmente buscar a sua noiva;
Será em duas fases: A Segunda Vinda de Cristo dar-se-á em
duas fases distintas, uma antes, e outra depois da Grande
Tribulação. As duas fases da vinda de Cristo marcam o início e
fim da Grande Tribulação. A primeira fase é o Arrebatamento
da Igreja, sendo que Jesus virá sobre até as nuvens (1Co 15.52;
I Ts 4.16,17). A segunda fase da vinda de Cristo será sua
descida sobre o Monte das Oliveiras, juntamente com a igreja,
para livrar Israel das garras do anticristo. Nesse momento
julgará as nações e implantará o Milênio (Zc 14.4; Mt 24.30; Ap
1.7; 19.11-21 e 20.1-6).
A Primeira Fase: Esta fase destina-se à Igreja, e é chamada de
“encontro” (1Ts 4.17). Nesta ocasião:

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Ocorrerá a ressurreição dos que morreram em Cristo (1Ts
4.16);
Os crentes vivos serão transformados. Seus corpos se
revestirão de imortalidade (1Co 15.51,53);
Tanto os crentes ressurreto como os que foram transformados,
serão arrebatados para encontrar-se com Cristo nos ares (I Ts
4.17).
A Segunda Fase: Esta fase acontecerá sete anos depois, ou seja,
após a Grande Tribulação. Como será?
O regresso de Cristo será visível e glorioso. De acordo com as
Escrituras, todos verão Jesus (Mt 24.30; 26.64; Ap 1.7);
Seu primeiro toque a este mundo será no Monte das Oliveiras,
como está escrito pelo profeta Zacarias (14.14);
Cristo virá acompanhado com os seus santos (os que foram
arrebatados) e com os santos anjos (Mt 25.31).

PRIMEIRA FASE SEGUNDA FASE


Será antes da Grande Será depois da Grande Tribulação
Tribulação
Será invisível Será visível. “Todo olho o verá”
Virá buscar os santos Virá com os santos
Cristo não virá à terra. Ficará Cristo virá à terra, e pisará no Monte
nas nuvens das Oliveiras

Diferença entre as duas fases da Segunda Vinda de Cristo:


COMO ESPERAR ESTA PROMESSA?
As Escrituras descrevem, não apenas a promessa, mas também
nos ensina como devemos esperar esta promessa. Vejamos:
Devemos esperar com vigilância: Diversas parábolas foram
proferidas pelo Senhor Jesus, com o intuito de nos ensinar
16
acerca da vigilância, tais como : (Mt 24.32,33; Mt 25.1-13; Mt
24.45-47; Mt 24.37-39; Mt 24.43,44).
Devemos esperar com santidade: Somente aqueles que
estiverem vigilantes e em santidade poderão desfrutar das
bênçãos advindas da Segunda Vinda de Cristo (I Ts 5.23; Hb
12.14).
CONCLUSÃO
Como já é do seu conhecimento, todo crente deve estar
preparado a cada dia, a cada instante para o arrebatamento. Ao
deitar e ao levantar, o crente precisa estar preparado
espiritualmente, pois, quando “a trombeta de Deus” tocar,
anunciando a volta de Cristo, não haverá mais tempo, um
segundo sequer, para alguém se preparar. Os pais não poderão
avisar aos filhos; os esposos não poderão avisar às esposas e
vice-versa. Todos esses alertas devem ser dados agora, no dia
que se chama hoje. Porque, no arrebatamento, os eventos finais
serão de uma rapidez surpreendente, “num abrir e fechar de
olhos” (1Co 15.52). Diante dessa gloriosa promessa, devemos
estar vigilantes, vivendo em santidade, esperando este dia em
que estaremos definitivamente livres de todo sofrimento e
estaremos para sempre com o Senhor. Que fiquemos com as
palavras do apóstolo Paulo: “Desde agora, a coroa da justiça me
está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia;
e não somente a mim, mas também a todos os que amarem sua
vinda” (2Tm 4.9).
REFERÊNCIAS
GILBERTO, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. RJ: CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD.
ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática. CPAD.
VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
17
O adolescente cristão e o batismo em
águas
Um dos momentos mais marcantes na vida terrena de Jesus foi
o seu batismo. Sua importância dá-se pelo fato de este evento
ser registrado pelos quatro evangelistas.
Para constituir o seu povo na Terra, o Senhor Jesus estabeleceu
a Igreja, o seu corpo místico (Ef 1.22,23), e o sinal visível de
ingresso e identificação do novo crente na igreja local é a sua
obediência às ordenanças de Jesus à igreja: o batismo em águas
e a Santa Ceia (Mc 16.15,16; At 2.38,39,41,42; Rm 6.3,4).
Veremos o que é o batismo nas águas? Por que o fazemos?
Como deve ser ministrado, quando e para quem?

I - O QUE É BATISMO
Um dos momentos mais marcantes na vida terrena de Jesus foi
o seu batismo. Sua importância dá-se pelo fato de este evento
ser registrado pelos quatro evangelistas (Mt 3.13-17; Mc 1.9-
11; Lc 3.21,22; Jo 1.32-34). Além disso, o batismo de Jesus
revela-nos sua filiação com o Pai.

1.1 Sentido literal. Na língua original do NT, o grego, a palavra


batismo “baptizo” significa: “imergir, mergulhar, afundar,
colocar para dentro de”. Vários textos do NT mostram que o
batismo era efetuado em águas abundantes de rios, lagos ou
mares, ou em algum outro local com água suficiente para
mergulhar completamente a pessoa que desejasse ser batizada
(Mt 3.13-17; Mc 1.9-11; Lc 3.21,22; Jo 1.32-34; 3.23; At 2.41; At
8.36-39; 9.18). Podemos citar quando Paulo batizou o
carcereiro (At 16.33).

18
1.2 O sentido litúrgico. O NT estabelece apenas duas
ordenanças que, embora não salvem, testemunham de forma
visível da graciosa salvação mediante a fé em Cristo Jesus.
Essas ordenanças são também símbolos que expressam a nossa
fé e comunhão com Cristo, a saber: o batismo em águas por
imersão e a Santa Ceia. Essas duas instituições são chamadas
pela igreja de ordenanças, porque foram ordenadas por Jesus
(Mt 28.19; 26.26-28; Mc 16.16; Mc 16.20; At 2.41; 8.12,13,36-
39; 10.47). O batismo em águas como um ato litúrgico
representa os símbolos que expressam a nossa fé e comunhão
com Cristo (Cl 2.12; Rm 6.4).

II - O BATISMO POR IMERSÃO E SUA IMPORTÂNCIA


BÍBLICA
O batismo em águas é na verdade um ato de obediência ao
comando de: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja
batizado...” (At 2.38). No entanto, o batismo em água por
imersão é um testemunho público da nova vida em Cristo
assumida pelo batizando.

2.1 A forma do batismo. Ao tratar do batismo, a Bíblia é


incisiva ao demonstrar que somente o convertido deve ser
imerso totalmente na água (At 8.36,38) como um sinal físico e
visível de sua fé e arrependimento (Jo 3.23). A linguagem
bíblica empregada na simbologia do batismo implica imersão
total (Rm 6.4; Cl 2.12). Paulo compara o batismo a um
sepultamento (Cl 2.12, Rm 6.3-6), não sepultamos um corpo
atirando apenas uma pá de terra.

2.2 A autoridade e a fórmula do batismo. Muitos não


percebem estes dois fatos da doutrina do batismo e trabalham
de forma errada. a) Autoridade. A ordem divina para batizar,

19
bem como a fórmula do batismo, temo-as a partir de Mateus
28.19: “Batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito
Santo”. “Em nome” fala-nos do direito concedido por Jesus aos
seus ministros para efetuarem o batismo de acordo com a
ordenança divina (At 2.38; 8.16; 10.48; 19.5). b) A fórmula.
Ainda em Mateus 28.19, encontramos a fórmula do batismo na
expressão: “do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”, pois a
salvação procede do Pai que a planejou; do Filho, que a
consumou; e do Espírito Santo que a efetuou.

III - JESUS E O BATISMO EM ÁGUAS


Se o batismo era uma confissão pública de arrependimento de
pecados, e o Senhor Jesus não tinha pecados para confessar, é
de se deduzir que Ele não precisava se batizar. Eis aí a razão
pela qual João quis se recusar (Jo 1.14). Por qual razão, então,
Jesus se submeteu ao batismo em águas? Vejamos:

3.1. Para cumprir toda a justiça. Como Jesus viera sob a Lei
(Gl 4.4), teria de dar exemplo de plena obediência à Lei diante
da nação israelita. Por esta razão, Ele foi circuncidado (Lc
2.21); foi apresentado no Templo e consagrado ao Senhor (Lc
2.22,23); aos doze anos, foi à Jerusalém para participar da
Páscoa (Lc 2.41,42), e também se submeteu ao batismo em
águas (Mt 3.13-17; Mc 1.9-11; Lc 3.21,22; Jo 1.32-34).
3.2 Para se identificar com os pecadores. Embora Jesus não
precisasse do arrependimento de pecado (1Pe 2.24), foi
batizado como nosso representante, assim também como
nosso representante seria crucificado (Lc 3.21; 2 Co 5.21). O
batismo ilustra a identificação do crente com a morte,
sepultamento e ressurreição de Jesus (Rm 6.3-4). A ação de ser
imerso em águas retrata sendo sepultado com Cristo. A ação de
sair da água retrata a ressurreição de Cristo.
20
3.3. Para confirmar e anunciar seu ministério. Assim como
o batismo representa o fim de uma velha para uma nova vida, o
batismo de Jesus também representa o fim de uma vida normal
de um simples carpinteiro (Mt 13.55; Mc 6.3), para tornar-se
um homem público, e dar início ao seu ministério, com uma
missão específica, sob o poder do Espírito Santo (Mt 4.23;
9.35). Ao ser batizado por João, Jesus queria endossar também
o ministério de João (Mt 21.25).
IV O BATISMO NA VIDA DA IGREJA
O batismo em águas não é (como alguns acreditam) um pré-
requisito para salvação, pois batismo não salva ninguém. Jesus
disse que quem crer (e for batizado por crer) será salvo e quem
não crer será condenado; notemos que ele não disse “quem não
for batizado será condenado”, mas sim “quem não crer”. O
batismo segue a fé que nos leva à salvação, mas ele em si não é
um meio de salvação. Que o diga aquele ladrão que foi
crucificado com Cristo e a quem Jesus disse que estaria com ele
ainda aquele dia no paraíso (Lc 23.39 a 43); ele somente creu e
nem pôde ser batizado, mas não deixou de ser salvo por isto. O
batismo, portanto, não salva, mas nem por isso deixa de ser
importante e necessário. Podemos dizer que o batismo é parte
do processo de salvação, mas não que ele em si salve (1Pe
3.21).

4.1 A prática do batismo no início da igreja. O dia de


Pentecostes, com o derramamento inicial do Espírito Santo na
vida dos discípulos de Jesus, assinalou também a inauguração
da Igreja quando, naquele mesmo dia, foram batizadas quase
três mil pessoas que se agregaram a igreja (At 2.37-41). No
entanto, o batismo em águas não é pré-requisito para receber o
batismo com o Espírito Santo. Na casa de Cornélio, toda a sua
família foi cheia do Espírito Santo e falou em outras línguas e, a
21
seguir, foi batizada em água (At 10.44-48). Naturalmente, uma
pessoa que aceita a Cristo como seu Salvador e Senhor não
deve ficar alheia à vida da igreja e ao batismo em água (At
2.41).

4.2 As realidades espirituais figuradas no batismo. O


batismo em águas é uma identificação pública do crente com
Cristo, o seu Salvador, em que: a) A descida do candidato às
águas fala da nossa morte com Cristo; b) A imersão nas águas
está relacionada com o nosso sepultamento com Cristo; e c) O
levantamento das águas representa a nossa ressurreição com
Cristo em novidade de vida (Rm 6.3,4). Um dos propósitos do
batismo em águas é simbolizar a morte, sepultamento e
ressurreição do novo crente e sua nova vida em Cristo.

V – A CIRCUNCISÃO E O BATISMO EM ÁGUAS


O batismo em águas através do arrependimento substituiu na
Nova Aliança em Cristo, o sinal de pacto com Deus que a
circuncisão representou no AT (Cl 2.11-12). Para o povo judeu
a circuncisão era a forma de “inserção” do indivíduo na
comunidade judaica. Da mesma forma, o batismo em águas é o
meio de “inserção” do cristão na Igreja como instituição. A
comunidade cristã adotou o batismo com água em lugar da
circuncisão, por vários motivos. Dentre eles, podemos destacar:

O uso da água fazia parte da tradição de purificação dos judeus.


E, uma vez que a Igreja entendia que Cristo veio para nos
purificar de todo pecado e injustiça, nada melhor do que o uso
da água para a inserção nesta nova realidade de vida e fé (Nm
19.9; Ez 36,25); A circuncisão excluía a mulher, uma vez que a
mesma era um sinal no órgão genital masculino, o batismo com
água passou a incluí-la e colocá-la em termos de igualdade no

22
Reino de Deus; A circuncisão exigia o legalismo (observância
irrestrita da lei) como meio de salvação. A ênfase da
circuncisão era a prática de obras para a justificação. O batismo
com água exige simplesmente a fé, confiança na graça de Deus.
Nele, os méritos humanos para a justificação são excluídos
diante de Deus (Ef 2.8-9); A circuncisão limitava o direito dos
gentios (pessoas fora da cultura judaica) em relação ao pacto
com Deus. O batismo com água nivela a todos, deixando-os
iguais e com o mesmo direito diante de Deus (Gl 3.27-29).

CONCLUSÃO
O batismo em água é a porta de entrada para agregar-se à
igreja visível, terrena e local. Portanto, é indispensável que
todo convertido a Cristo seja assim batizado e integrado à vida
da igreja cristã local. O batismo não salva, no entanto, todos os
que creem em Jesus para sua salvação pessoal desejam descer
às águas batismais em cumprimento ao mandato de Jesus (Mc
16.16).
REFERÊNCIAS
MENZIES, W. W.; HORTON, S. M. Doutrinas bíblicas: os fundamentos da nossa fé. RJ:
CPAD.
ADEYEMO, Tokunboh. Comentário Bíblico Africano. Mundo Cristão.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 4.HAGNOS.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo.
HAGNOS.
Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em
Constante Mudança. CPAD.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora
CPAD.
RADMACHER, Earl D. O Novo Comentário Bíblico Novo Testamento. Editora Central
Gospel Ltda. RICHARDS.
Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por
capítulo. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
Pb. Alessandro Barreto – IEADPE
23
O adolescente cristão e a obediência aos
pais
O quinto mandamento do Decálogo: “Honra teu pai e tua mãe”
(Êx 20.12) visa preservar a família, que é uma instituição
divina onde toda a estrutura da sociedade está baseada.
Honrar os pais se constitui num princípio moral tanto para o
AT quanto para o NT. Que obedecê-lo resulta em muitos
benefícios e infringi-lo resulta em grandes prejuízos. Oito dos
dez mandamentos do Decálogo são proibições e dois são
positivos, o quarto e o quinto. Temos aqui o segundo
mandamento apresentado em fórmula positiva. A honra aos
pais, diante de Deus, garante sucesso e vida longa (Dt 5.16; 6.6-
9, Pv 22.6). A desonra aos pais é um mal que assola as nações, o
que resulta em uma maldição nacional (Ml 4.6).
I - UMA DEFINIÇÃO DE HONRA
A palavra honra se deriva do latim “honor”, que significa:
respeitar, decorar ou ornamento. De acordo com o dicionário, a
palavra honra tem os seguintes significados: grande respeito e
estima dada a outrem; nobreza de mente, retidão; dignidade,
especialmente a que se outorga a altas posições; cortesia social.
No hebraico é “hadar”, e sempre indica sinais de respeito,
obediência a pessoa e leis (Pv 21.21). A honra é o resultado da
soma de todas as virtudes. É o justo sentimento de
reconhecimento, não somente de uma posição em si, mas de
alegria em dar a outrem aquilo que é por si mesmo ou
conquistou (Rm 12.10; 13.7). A honra, além de ser uma
qualidade moral que leva o indivíduo a cumprir os deveres
para com os outros e consigo mesmo, é um mandamento divino
que redunda em felicidade e vida prolongada (Êx 20.12;

24
Ef 6.2, 3). Isso não é mágica ou milagre, é uma realidade social
(Pv. 1.8; 3.1,2; 6.20; 23.22).
II – O QUINTO MANDAMENTO DO DECÁLOGO
Os pais são representantes de Deus na família; honrá-los e
temê-los significa fazer o mesmo em relação a Deus. São eles
que geram os filhos e são responsáveis pelo bem-estar deles,
pelo seu sustento, alimentação, vestes, saúde e educação. Não
existe na vida alguém mais importante para o filho do que o pai
e a mãe, pois eles são seus heróis. Esse relacionamento é
semelhante ao de Javé com o seu povo Israel (Dt 1.31; Ml 1.6).
A expressão “o teu pai e a tua mãe” se aplica também aos pais
espirituais, que devem ser honrados e respeitados pelos filhos
na fé. Isso é visto na lei (2Rs 2.12; 13.14) e na graça (1Tm 1.2;
2Tm 1.2; 2.1; Tt 1.4). A figura do governante também se
assemelha à dos pais; veja como Débora se considera mãe de
Israel (Jz 5.7). Assim, o mandamento abrange as autoridades
espirituais que devemos respeitar.
2.1 Honrar os pais é um mandamento (Êx 20.12-a). Honrar
não é somente obedecer; Esaú obedecia a seu pai, agradava-o,
mas tomou atitudes que vieram a desonra-lo gravemente (Gn
25.34,35). A expressão mandamento no hebraico é “mitswãh”.
Este substantivo ocorre 181 vezes no AT. Sua primeira
ocorrência é em Gn 26.5, onde “mitswãh” é sinônimo de “hõq”
“estatuto, ordenança, prescrição, regra, lei, regulamento”.
Honrar os pais é um imperativo, ou seja, uma ordem, pois se
constitui numa obrigação moral imposta por Deus (Êx 20.12;
Dt 5.16). O verbo honrar segundo o Aurélio significa: “conferir
honras a; dar crédito ou merecimento a; dignificar, enobrecer,
estimar” (FERREIRA, 2004, p. 1055). Logo, honrar implica em
mais que submeter-se e obedecer as orientações dos pais, é
também tê-los em grande estima pelo que são e pelo

25
investimento que fazem na vida dos filhos (HAMILTON, 2006,
p. 223).
2.2 Honrar os pais contém uma rica promessa (Êx 20.12-
b). Todo mandamento tem um benefício implícito (Lv 18.5; Dt
28; Is 1.19). Todavia, a ordem de honrar pai e mãe tem um
benefício explícito: “para que se prolonguem os teus dias na
terra que o Senhor teu Deus te dá”. Este expressão pode ser
entendida como referindo-se tanto à estada de Israel na terra
prometida, quanto à vida do indivíduo. Portanto, os indivíduos
infiéis a Deus que desrespeitavam seus pais não teriam vida
longa na Terra Prometida (MOODY, sd, pp. 48,49). Em oposição
a filosofia pós-moderna, a Palavra de Deus nos instrui à
obediência, a considerar aquilo que os pais dizem. Muitos filhos
estão pagando alto preço por causa da desatenção que deram
às palavras dos seus pais. Essa mensagem deve ser reafirmada
nos dias atuais, os filhos precisam saber que poderão colher
frutos amargos se decidirem contrariar a orientação de seus
pais.
2.3 Honrar os pais e obedecer ao próprio
Deus. Desobedecer aos pais é desobedecer a Deus, pois estão
investidos de autoridade divina sobre a vida dos filhos e
receberam de Deus a responsabilidade pelo bem-estar deles. A
observação “porque isto é justo” (Ef 6.1) ou “porque isto é
correto”, significa tratar-se de uma lei natural que existe desde
o princípio do mundo. Deus já havia colocado a sua lei no
coração de todos os homens, mesmo antes de se revelar a
Moisés no Sinai (Rm 1.19; 2.14,15). A promessa aos filhos que
honram e obedecem aos pais, descrita no Decálogo, é a
longevidade: “para que se prolonguem os teus dias na terra que
o SENHOR, teu Deus, te dá” (Êx 20.12). A passagem paralela de
Deuteronômio acrescenta o sucesso econômico: “para que te vá
bem” (Dt 5.16). O apóstolo Paulo deliberadamente combina as
26
palavras do quinto mandamento em ambos os textos do
Decálogo, Êxodo e Deuteronômio: “Honra a teu pai e a tua mãe,
que é o primeiro mandamento com promessa, para que te vá
bem, e vivas muito tempo sobre a terra” (Ef 6.2,3).
III – O PRINCÍPIO DO RESPEITO AOS REPRESENTANTES DE
DEUS NO LAR
Honrar aos progenitores não somente é uma forma de piedade
elevada, como também é uma regra social de suprema
importância, pois os conflitos domésticos naturalmente têm
reflexos sobre a sociedade como um todo. Visto que os pais
atuam como representantes de Deus no seio da família, este
quinto mandamento, na realidade, é uma aplicação dos dois
primeiros mandamentos. Assim, honrar a Deus implica em
honrar aos pais. A solidariedade familiar jamais poderá tornar-
se um fato nos lugares onde houver filhos desobedientes, que
tentem escusar sua voluntariedade às custas dos pais
(CHAMPLIN, 2006, vol 1, p. 392). Aos filhos que estão na igreja,
a admoestação bíblica é a de que honrem seus pais, a menos
que esses se interponham ao discipulado de Cristo (Mt. 10.37).
3.1 Antigo Testamento. Dentro do contexto hebreu, honrar os
próprios pais era uma parte vital da existência. O cuidado com
os pais era um elemento básico da responsabilidade em
sociedade e da divina misericórdia para com Israel. Um filho
que ousasse ferir seus pais sofria a pena de morte (Êx 21.15).
Idêntico castigo cabia a quem amaldiçoasse qualquer de seus
pais (Êx 21.17; Lv 20.9). A infâmia desse pecado foi claramente
estabelecida na lei registrada em Deuteronômio 21.18-21. Os
provérbios de Israel ampliaram devidamente a magnitude
desse crime (Pv 19.26; 20.20; 30.11,17). Temos alguns
exemplos bíblicos de filhos que desonraram seus pais e se
prejudicaram por isso (Gn 49.3,4; Jz 14.1-3); seu casamento foi
um fracasso (Jz 14.18-20; 1Sm 2.22-25; 2Sm 13.23-32).
27
3.2 Novo Testamento. O Senhor Jesus enfatizou o quinto
mandamento, exortando a honrar pai e mãe (Mt 15.3-6; Mc
7.10-13). Desde muito pequeno mostrou sujeição completa aos
seus pais terrenos (Lc 2.50,51). Como honrar os pais é um
mandamento moral, o NT o preserva e incentiva o
relacionamento respeitoso entre filhos e os pais (Ef 6.2).
Abaixo veremos as duas recomendações do apóstolo Paulo
quanto a observação deste mandamento: “Vós, filhos, sede
obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo” (Ef
6.1). A palavra “obedecei” no original grego quer dizer: “seguir,
estar sujeito a”. Fica subentendido que aos filhos é ordenado,
que sejam justos e estejam sujeitos aos pais (CHAMPLIN, 2006,
vol. 4, p. 634). A expressão justo no grego “dikaios” por sua vez,
significa “costume, regra, direito”. Este é o padrão de santidade
que deve permear a vida de todo aquele que serve a Deus (1Jo
2.29; 3.7,10).
IV – REBELDIA CONTRA OS PAIS UMA CARACTERÍSTICA
DOS ÚLTIMOS DIAS
“Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos
trabalhosos” (2Tm 3.1-a). O presente texto nos mostra Paulo
profetizando que os últimos dias da Igreja na terra seriam
marcados uma onda esmagadora de dificuldades, conforme a
expressão “tempos trabalhosos” no grego “chapelos” que quer
dizer: “duro; difícil; custoso”. O apóstolo elenca as
características maldosas dos homens com a proliferação do
pecado e entre elas destaca que eles serão “desobediente a pais
e mães” (2Tm 3.2). “Temos aqui um pecado tão moderno e
comum em nossos dias, que nem choca mais os nossos ouvidos.
No entanto, tal pecado era extremamente chocante para os
antigos judeus, com seu código moral muito estrito em certos
particulares, o que fazia com que esse pecado fosse
considerado por eles como uma falta gravíssima”. Literalmente
28
traduzida, essa palavra grega significa “incapazes de serem
persuadidos pelos pais”. Esse pecado é uma maldição para o
desenvolvimento harmonioso da família, estendendo-se a
comunidade inteira dos homens, servindo de verdadeira praga
da sociedade” (CHAMPLIN, 2006, vol 4, p. 585 – acréscimo
nosso).
V – ATITUDES QUE OS FILHOS DEVEM TER PARA COM OS
PAIS
Honrar pai e mãe é mandamento divino, e não sugestão
humana (Êx 20.12; Dt 5.16; Mt 15.4). O verbo honrar é um
imperativo intensivo (Nm 22.15). É usado no AT com vários
significados e um deles diz respeito ao temor, ao
reconhecimento de autoridade; em nosso contexto, refere-se a
alguém merecedor de respeito, atenção e obediência (Lv 19.3).
A Bíblia Sagrada, nossa única regra de fé e prática nos orienta
quanto ao procedimento que devemos ter para os nossos pais,
tais como: (a) honrá-los (Êx 20.12; Ef 6.2); (b) obedecê-los (Ef
6.1; Cl 3.20); (c) amá-los (Mt 10.37; Mt 22.39); e (d) assisti-los
em suas necessidades (Mt 15.3-6; Mc 7.10-13).
O sentido de deixar pai e mãe quando se casa (Gn 2.24) é a
construção de um novo lar, e não o abandono dos pais. Deus é
justo e retribuirá tudo o que o filho fizer com o pai e com a mãe.
Quem age dessa forma está semeando para o seu próprio
futuro, pois colherá isso na velhice. Há inúmeros exemplos no
AT da responsabilidade do filho em cuidar do sustento dos pais
(Gn 47.12; Js 2.13,18; 6.23; 1Sm 22.3). O Senhor Jesus citou e
viveu este mandamento (Mt 15.4, 5; 19.19; Mc 7.10-12; Lc
2.51). Quem cuida do pai e da mãe já está fazendo a obra de
Deus; o cuidado da família deve ser prioritário, só depois é que
vem a Igreja (1Tm 5.8). Esse é o pensamento cristão, que
muitas vezes, infelizmente, é invertido entre nós.

29
CONCLUSÃO
Vivemos dias difíceis onde o maligno tem tentado destruir a
honra que os filhos devem dar aos pais, desconstruindo o
princípio de autoridade estabelecido pelo próprio Deus.
Todavia, devemos entender que honrar pai e mãe é uma
obrigação moral que deve ser cumprida com amor, alegria e
voluntariedade.
REFERÊNCIAS
ADEYEMO, Tokunboh. Comentário Bíblico Africano. Mundo Cristão.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol.
4.HAGNOS.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por
versículo. HAGNOS.
COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas. Vencendo as Aflições da Vida. CPAD.
Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em
Constante Mudança. CPAD.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester.
Editora CPAD.
PFEIFFER, Charles F. Comentário Bíblico Moody: Daniel. Editora Batista Regular.
RADMACHER, Earl D. O Novo Comentário Bíblico Novo Testamento. Editora
Central Gospel Ltda. RICHARDS. Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. Uma
análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.

30
O adolescente cristão e o conhecimento
de Deus
Deus é o Ser Supremo, o Criador. Ele é perfeito e poderoso. É
importante que a medida que buscarmos conhecer Deus,
alcancemos o entendimento necessário.
Como conhecer Deus é algo que conseguimos através da
intimidade contínua com a Sua Palavra, e a Sua existência é
notada através de Seus feitos, e por Suas Obras reconhecemos a
Sua natureza e Seu caráter. Deus é o Ser Supremo, o Criador.
Ele é perfeito e poderoso. É importante que a medida que
buscarmos conhecer Deus, alcancemos o entendimento
necessário para termos ciência da Sua grandiosidade e de Sua
santidade.

I – DEFINIÇÃO E TIPOS DE CONHECIMENTO


O termo hebraico geralmente utilizado no AT para
“conhecimento” é “yada”. Quando a expressão “yada” se refere
a Deus significa um “envolvimento intenso” que vai além de
um mero relacionamento cognitivo (Jr 22.16). Já no NT temos
a palavra grega “ginosko”. Tanto uma, como a outra, podem ser
traduzidas dependendo do contexto, por: “notar, perceber,
entender, compreender, distinguir, saber, conhecer, ter
sensação de pertencimento” (HARRIS, et al, 1998, p. 597 –
acréscimo nosso). A necessidade de conhecermos a Deus
segundo as Santas Escrituras é algo perceptível. O
conhecimento pode ser dividido em uma série de categorias.
Vejamos algumas:

Conhecimento sensorial: Aquele que é comum entre seres


humanos e animais;

31
Conhecimento intelectual: Aquele que é o raciocínio, o
pensamento do ser humano;
Conhecimento popular: É a forma de conhecimento de uma
determinada cultura;
Conhecimento empírico: É adquirido em nossas interações com
o meio ambiente e social;
Conhecimento científico: É adquirido através da investigação
metódica e mais profunda das coisas, dos fatos e dos
fenômenos;
Conhecimento filosófico: Adquirido através do contínuo
questionamento de si mesmo, da realidade, da razão última, da
existência e dos propósitos das coisas;
Conhecimento teológico: Adquirido através do estudo
sistemático e metódico da Bíblia Sagrada;
Conhecimento pessoal: Conhecer em termos bíblicos significa
conhecer de modo pessoal, através um relacionamento de
confiança entre duas ou mais pessoas, um relacionamento de
amizade e um relacionamento de intimidade e fidelidade.

II – DEUS PODE SER CONHECIDO


Na concepção bíblica, o conhecimento não está essencialmente,
nem mesmo primariamente, enraizado no intelecto e na
atividade mental. Em vez disso, é mais experimental e está
embutido nas emoções, de modo que possa abranger
qualidades tais como: contato, intimidade, preocupação,
parentesco e reciprocidade. A Bíblia mostra Deus como um ser
incognoscível e cognoscível, como veremos a seguir:

2.1 Incognoscibilidade (aquilo que não se pode


conhecer). A incognoscibilidade divina é oriunda da limitação
do entendimento humano e dos atributos divinos que são
incomunicáveis como a eternidade, infinitude e a imensidão (Sl

32
145.3; 147.5). Deus revelou-se parcialmente a si mesmo na
Bíblia, mas mesmo assim é considerado incognoscível quando
se trata do conhecimento pleno do seu Ser e de sua essência.
Como Ele é infinitamente incomparável, o homem jamais
poderá esquadrinhá-lo e compreendê-lo plenamente como Ele
é em essência e glória. A grandeza de Deus ultrapassa os limites
do raciocínio humano (Jó 26.14; 36.26; 37.5; 139.6; Is 40.28;
46.5; Rm 11.33).

2.2 Cognoscibilidade (aquilo que se pode conhecer). O Deus


verdadeiro revelou-se parcialmente a si mesmo. Assim, o
homem pode conhecê-lo em parte, haja vista ser Ele também
imanente, o suficiente para que exista um relacionamento
entre ambos. Em virtude da infinita grandeza do Criador, esse
conhecimento acerca dEle é comparável ao reflexo de um
espelho, como um enigma (1Co 13.12), pois “em parte,
conhecemos...” (1Co 13.9). Nesse sentido, Deus é cognoscível
(pode ser conhecido), conquanto esse conhecimento não
signifique simplesmente o fato de alguém possuir informações
sobre Ele, mas também de possuir um relacionamento
experimental e contínuo da Sua Pessoa (1Sm 3.1; 7-10; Jó 42.5).

III – O DEUS QUE SE DÁ A CONHECER


A Bíblia nos mostra que Deus é um ser que se dá a conhecer e
se comunica com o homem (Gn 1.29; 3.3; 6.13; 12.1-3; Êx 3.14).
O Deus verdadeiro sempre quis, e quer ser conhecido do ser
humano, de forma pessoal, para demonstrar seu amor, cuidado
e salvação. Eis algumas razões porque Deus se revela e se dá a
conhecer ao homem:

3.1 Deus se dá a conhecer porque é vivo. Diferente dos


ídolos mudos que muitos de nós antes reverenciávamos, agora

33
servimos ao Deus que fala (Gn 12.1; Êx 3.4; Lv 1.1; Dt 34.4; 1Ts
1.9). Ele é um Deus vivo (1Sm 17.36; Is 37.17; Jr 10.10; Dn
6.26). É deste Deus que a alma humana tem sede (Sl 42.2;
84.2).
3.2 Deus se dá a conhecer porque deseja se revelar. A
palavra revelar segundo o Aurélio quer dizer: “tirar o véu;
descobrir; desvelar”. A vida espiritual não é estática, mas
dinâmica. Pela aplicação da razão humana santificada ao
estudo da Palavra de Deus, o homem pode, sob a direção do
Espírito Santo, obter um sempre crescente conhecimento de
Deus. Devemos prosseguir no conhecimento de Deus. Ele tem
muito mais coisas para nos mostrar (Os 6.3; 2Pe 3.18).

3.3 Deus se dá a conhecer porque quer ter comunhão com


o homem. Uma pessoa só pode ter comunhão com a outra por
meio da comunicação, do diálogo. A expressão comunicar
significa: “Transmitir informação, dar conhecimento de; fazer
saber”. Deus deseja se comunicar com o ser humano, para que
ambos possam desfrutar de uma perene comunhão (Jr 29.13;
33.3; Mt 6.6; Tg 4.8). Por isso, diversos textos das Sagradas
Escrituras incentivam o crente a orar (1Cr 16.11; Sl 105.4; Is
55.6; Am 5.4,6; Mt 26.41; Lc 18.1; Jo 16.24; Ef 6.17,18; Cl 4.2;
1Ts 5.17).

IV – COMO PODEMOS CONHECER A DEUS


Conhecer Deus é ter um relacionamento vital com ele,
caracterizado por fidelidade e enraizado em amor, confiança e
profunda e constante consideração. Confiança e conhecimento
são aspectos essenciais e inseparáveis dessa relação. Conhecer
a Deus em todos os aspectos é a pessoa agir de uma maneira
que enobrece esse relacionamento, que a solidifica, que
promove seu bem-estar e mostra que essa pessoa a valoriza
34
acima de tudo o mais (1Cr 28.9). É confiar em Deus, confiar na
retidão de seus caminhos e procurar ser guiado por eles em
qualquer circunstância. Desse modo, “conhecer a Deus” agrada
a ele (Jr 9.24; 22.16; Os 6.6, Sl 36.10). Conhecer a Deus é estar
num relacionamento correto com ele, com características de
amor, confiança, respeito e comunicação aberta. Notemos:

4.1 Podemos conhecer a Deus através de Cristo. Ninguém


jamais viu a Deus, no entanto o Seu Filho Unigênito o revelou
(Mt 11.27; Jo 1.18). Entre as coisas que Jesus revelou a respeito
do Pai, destacam-se: seu grande amor (Jo 3.16); seu caráter (Mt
5.48); sua vontade (Lc 10.21); sua espiritualidade (Jo 4.24); sua
bondade (Mt 7.11); seu cuidado para com a criação e com os
homens (Mt 6.25-32). Portanto, Jesus Cristo é a maior
expressão da revelação de Deus. Ele é o Emanuel, o Deus
conosco (Is 7.14; Mt 1.23). Nele habita corporalmente toda a
plenitude da divindade (Cl 2.9). Quem vê Cristo vê o Pai,
porque ambos são um em essência (Jo 10.30; 14.9).

4.2 Podemos conhecer a Deus através da Bíblia. Desde a


criação do homem que Deus tem promovido meios de se
comunicar com ele, revelando-se de diversas maneiras: através
da natureza (Sl 19.1-3; Rm 1.19,20); oralmente (Gn 3.8; 4.9;
6.13); através dos profetas (Hb 1.1). Sua revelação perfeita
deu-se através de Jesus - a Palavra Viva (Jo 14.6-9) e através da
Bíblia - a Palavra Escrita (2Pe 1.20,21). A Bíblia é a revelação
escrita de Deus ao homem, pois através dela Deus se fez
conhecido. Disse o Pastor Antônio Gilberto: “Pela Bíblia, Deus
fala em linguagem humana, para que o homem possa entendê-
lo” (2004, p. 6). Portanto, se quisermos conhecer a Deus
devemos ler e meditar na Palavra de Deus (Js 1.8; Sl 1.2;
119.15; Lc 24.27,44; Jo 5.39).

35
4.3 Podemos conhecer a Deus através da experiência
pessoal. A experiência, embora considerada como subjetiva, é
um fato impactante para quem a teve (Lc 1.1-2; At 5.32).
Portanto, esta é muito válida quando respaldada pela Palavra
de Deus (1Jo 4.1). “A experiência cristã é mais que um
sentimento intelectual; é plena vivência dos mistérios do Reino
de Deus. É a vida de Deus reinando na vida do crente”. A Bíblia
está repleta de histórias de pessoas que tiveram experiências
marcantes com Deus. No AT podemos citar alguns casos tais
como: Abraão (Gn 12.1,7); Jacó (Gn 28.10-22); Moisés (Êx 3.1-
5); Samuel (I Sm 3.1-10); Jeremias (Jr 1.1-12). No NT temos:
Pedro (Lc 5.1-10; At 4.20); João (Jo 1.14; 1Jo 1.1-3); Tomé (Jo
20.24-28); Tiago (1Co 15.7); Paulo (At 9.1-6). Não podemos ser
cristãos superficiais, ou seja, sem profundidade (Is 1.3; Mt
15.8). O desejo de Deus é que cada crente mergulhe profundo
nas experiências com Ele a fim de que possa adquirir mais
conhecimento de Sua Pessoa (Ez 47.1-5). Um crente que tem
experiência contínua com Deus, dificilmente se deixará
enganar por alguém que questiona a sua fé com argumentos
falaciosos (Jó 19.25; 2Tm 1.12).

V – A BÍBLIA E O CONHECIMENTO A DEUS


O conhecimento de Deus inclui necessariamente dados factuais
e objetivos. Uma pessoa pode possuir o conhecimento
intelectual sobre Deus e seus caminhos, e ainda assim não o
conhecer (Jr 2.8; 4.22; 9.3-6, 23; Os 5.4-5; 8.1-3; Jo 7.28, 29;
8.15, 19). O termo “conhecer” nas Escrituras muitas vezes tem
um sentido que vai além do entendimento básico de
simplesmente ter conhecimento intelectual de algo ou de
alguém. Assim, refere-se a ocasiões em que: "... expressa uma
relação pessoal entre o que conhece e o que é conhecido... " O
desejo de Deus é que o conheçamos cada vez mais. Vejamos:

36
“Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria,
nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas
riquezas. Mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer
e saber que eu sou o SENHOR, que faço misericórdia, juízo e
justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o
SENHOR” (Jr 9.23,24).
“E dize-lhes: Assim diz o Senhor DEUS: No dia em que escolhi a
Israel, levantei a minha mão para a descendência da casa de
Jacó, e me dei a conhecer a eles na terra do Egito, e levantei a
minha mão para eles, dizendo: Eu sou o SENHOR vosso Deus”
(Ez 20.5).
“Assim eu me engrandecerei e me santificarei, e me darei a
conhecer aos olhos de muitas nações; e saberão que eu sou o
SENHOR” (Ez 38.23).
“E desposar-te-ei comigo em fidelidade, e conhecerás ao
SENHOR” (Os 2.20).
“E tu, meu filho Salomão, conhece o Deus de teu pai, e serve-o
com um coração perfeito e com uma alma voluntária...” (1Cr
28.9).
“Antes, crescei na graça no conhecimento de nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo...” (2 Pe 3.18-a).
“Conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR” (Os 6.3-
a).
“E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, como o único Deus
verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que tu enviaste” (Jo 17.3).

CONCLUSÃO
A Bíblia diz que há um ser pessoal auto consciente, auto
existente, que é a origem de todas as coisas e que está acima da
criação inteira, mas ao mesmo tempo está em cada parte da
criação. Dentre muitas coisas que podemos conhecer a respeito

37
de Deus, a mais excelente delas é saber que Ele fala com o
homem e que o homem pode falar com Ele. Esta verdade deve
nos impulsionar a buscá-lo fervorosamente através da
Escritura e da oração, a fim de que possamos progredir nesse
conhecimento infindo.

REFERÊNCIAS
COLSON, C.; PEARCEY, N. O cristão na cultura de hoje. RJ: CPAD, 2006.
KLAUBER, M. O Caminho do Adorador. RJ: CPAD, 2005.
RICHARDS, L. O. Guia do Leitor da Bíblia. RJ: CPAD, 2005.
COLSON, Charles; PEARCY, Nancy. E agora, como viveremos? RJ: CPAD, 2009.
GILBERTO, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. RJ: CPAD, 2010.
PALMER, M. D. (ed.) Panorama do pensamento cristão. RJ: CPAD, 2001.
RENOVATO, Elinaldo. Perigos da Pós-Modernidade. RJ: CPAD, 2010.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995.
PEARCEY, N. Verdade absoluta. RJ: CPAD, 2006.

38
O adolescente cristão e a vida acadêmica
As estatísticas são sombrias e alguns chegam a afirmar que em
média 60% dos jovens evangélicos que adentram a
universidade se afastam da comunhão da igreja.
O cristão, como “sal da terra” e “luz do mundo”, precisa fazer-se
presente em todos os lugares onde se faça necessário o seu
testemunho como servo de Deus. A universidade tem sido lugar
de desafio para muitos que, não sabendo ali entrar como
verdadeiros cristãos, saem de lá derrotados em sua vida
espiritual. Contudo, com base na Palavra de Deus, no exemplo
de muitos homens e mulheres crentes em Jesus, cremos que é
possível viver na universidade sem perder a identidade cristã.
Quando falamos em um jovem cristão ir para a universidade,
logo nos atentamos para que ele não seja influenciado por
ensinos anti-bíblicos e não se desviem do caminho de Deus. Há
jovens que são até orientados a se dedicarem apenas às “coisas
de Deus” e não darem prosseguimento aos estudos, mas, na
verdade, o Senhor quer que sejamos “luz e sal da terra” (Mt
5.13-16).
I - A UNIVERSIDADE NA BÍBLIA
Pode parecer sem sentido falar-se em universidade na Bíblia.
Mas, no nosso entender, há referências que indicam a
existência de pessoas que tinham estudos de nível superior
para sua época, mesmo que não houvessem instituições
formais de ensino universitário nos moldes que a conhecemos.
1.1. Moisés. O líder do êxodo “foi instruído em toda a ciência
dos egípcios, era poderoso em palavras e obras” (At 7.22).
Certamente, Moisés tinha obtido instrução de nível superior no
Egito, conhecendo as letras, as artes, as ciências agrárias, a
astronomia, a matemática e tudo o que era necessário para
39
uma pessoa que, segundo historiadores, poderia ter sido
ocupante do trono egípcio, como “filho da filha de Faraó” (Hb
11.24).
1.2. Os jovens hebreus. Daniel, Hananias, Misael e Azarias,
levados à Babilônia, foram selecionados criteriosamente em
um verdadeiro “vestibular” (Dn 1.4). Após passarem pela prova
de sua fé, não se contaminando com o manjar do rei, os moços
hebreus receberam de Deus “conhecimento e inteligência em
toda a cultura e sabedoria” (Dn 1.17). Mesmo admitindo a mão
de Deus na vida daqueles servos do Senhor, vemos que eles
receberam instrução Superior dos céus e também da
“universidade da Babilônia” e souberam manter-se fiéis,
mesmo que fossem lançados no fogo ou na cova dos leões.
1.3. Jesus entre os doutores de Israel. O adolescente Jesus,
aos 12 anos de idade, teve a oportunidade singular de, com a
sabedoria divina, confundir os doutores e sábios de Israel (Lc
2.46-47). Os doutores de Israel eram, sem dúvida, pessoas de
nível “universitário” para a sua época. O menino Jesus os
sobrepujou em tudo, pois crescia “em sabedoria, em estatura e
em graça para com Deus e os homens” (Lc 2.52).
1.4 O apóstolo Paulo. Devemos, também, considerar a
ascendência “universitária” judaica de Paulo (Fp 3.5). Na escola
da sinagoga o menino começava a ler as Escrituras com apenas
cinco anos de idade, aos dez anos, estaria estudando a Mishna
com suas interpretações emaranhadas da Lei. Assim, ele se
aprofundou na história, nos costumes, nas Escrituras e na
língua do seu povo (falava hebraico, grego, aramaico e latim).
Saulo de Tarso passou em Jerusalém sua virilidade “aos pés de
Gamaliel”, onde foi instruído “segundo a exatidão da lei...” (At
22.3). Gamaliel era neto de Hillel, um dos maiores rabinos
judeus.

40
II - O ADOLESCENTE CRISTÃO E A UNIVERSIDADE
Para muitos jovens o primeiro contato com a universidade é
conflituoso e um dos grandes sonhos quando somos jovens é
passar no vestibular. É muito comum, em cursos de graduação,
mestrado ou doutorado alunos cristãos ouvirem gracejos,
ironias, comentários preconceituosos a respeito do
cristianismo e verberações contra Deus. Alguns universitários
cristãos, diante das perseguições, costumam reagir, às vezes de
modo hostil. Por isso devemos estar prontos para defender
nossa fé (1Pd 3.15). Vejamos alguns conselhos:
2.1 Não se indispor com os professores ou
colegas. Conscientize-se de que você ingressou na vida
acadêmica, sobretudo, para aprender o que é ensinado,
edificando sobre o inabalável fundamento da fé cristã (1Co
3.10-15). Devemos Lembrar que o apóstolo Paulo, conquanto
tenha tido contato com muitos filósofos, ao passar por
importantes centros do saber, como Atenas (de Platão, dos
epicureus, estóicos etc.) e Mileto (berço da filosofia pré-
socrática), manteve a serenidade e não se deixou influenciar
por eles (At 17-20).
2.2 Procurar apreender o que é bom. Muitos educadores, a
despeito de serem ateus ou agnósticos, são grandes mestres,
com os quais podemos aprender valiosas lições. Ao estudar as
principais ciências, eles que são homens naturais, sem a
iluminação do Espírito (1Co 2.14-16) passam a considerar a fé
cristã e a Bíblia como seus inimigos. E se sentem no dever de
negar veementemente qualquer possibilidade da união entre fé
e ciência (2Co 4.4).
2.3 Levar em consideração que os professores não
respeitam a cosmovisão bíblica. Eles estão presos à sua
ideologia; não devemos vê-los como inimigos, mas ore por eles

41
(Mt 5.43,44). Boa parte dos professores de Direito, Ciência
Política, Filosofia, Sociologia, Antropologia, Psicologia, História,
Linguística, Teoria da Literatura e disciplinas afins emprega
ferramentas epistemológicas e metodológicas contrárias à
Palavra de Deus. Eles têm como fonte o conhecimento, além da
sua própria razão, os filósofos, sociólogos etc.; e não a Bíblia, e
as ciências derivadas dela.
2.4 Expor sem medo as suas convicções se tiver
oportunidade. Não devemos ter medo de falar da Palavra de
Deus; estejamos preparado; demonstremos nossos
conhecimentos segundo a graça do Senhor; e lembremo-nos do
que disse o Senhor aos seus discípulos: “não vos dê cuidado
como ou o que haveis de falar, porque, naquela mesma hora,
vos será ministrado o que haveis de dizer” (Mt 10.39). Os
jovens têm a missão de serem transformadores de uma
sociedade corrompida, portanto, não devem se alienar a ela
(Rn 12.2; Fl 2.15).
III - O ADOLESCENTE CRISTÃO E SEU TESTEMUNHO NO
MUNDO ACADÊMICO
O Servo de Deus, e em especial o adolescente e jovem cristão,
precisa saber viver em qualquer lugar ou ambiente, e dar
testemunho eloquente da sua fé em Jesus Cristo, mesmo que
esteja sozinho, longe do pastor, dos pais ou dos irmãos em
Cristo. Muitos, mesmo tendo nascido num lar cristão, só
conseguem manter-se firmes enquanto são crianças levadas à
Igreja pelos pais. Quando se tornam adolescentes, já começam
a se sentir inseguros e chegam a desviar-se, quando se tornam
jovens. É preciso saber conduzir-se em qualquer lugar, diante
de quem quer que seja, sem envergonhar-se do maravilhoso
nome de Jesus. Meditaremos em alguns aspectos que precisam
ser considerados nesse assunto.

42
3.1 Tomar posição na identificação com Cristo. Como salvo
nascido de novo (Jo 3.33-5); regenerado em nova maneira de
viver (2Co 5.17); em nova maneira de pensar (Rm 12.2); temos
que preservar a posição de crente. Daniel e seus companheiros,
no meio de muitos estranhos, num palácio real, não negou sua
fé nem a seu Deus (Dn 1.8; 3.1-26). O adolescente cristão deve
guardar a fé (1Tm 6.20; 2Tm 4.7) para combater o bom
combate durante os quatro ou mais anos de estudos intensos,
pois, isso é o primeiro passo para nunca se desviar.
3.2 Tomar posição como servos do Senhor. Somos
discípulos de Jesus, e o discípulo de Jesus tem características
especiais (Jo 13.34,35). Daniel é um modelo de fidelidade,
integridade e de oração para os jovens: “Deus lhes deu o
conhecimento e a inteligência em todas as letras e sabedoria...”
(Dn 1.17), como também foram outros jovens na história
bíblica como Samuel (1Sm 3.1-11), José (Gn 39.2), Davi (1Sm
16.12),Timóteo (2Tm 3.15).
3.3 Tomar posição no testemunho. Como luz do mundo
devemos ter testemunho a fim de sermos visto pelos homens
(Mt 5.14-16). É o testemunho em posição elevada, nós temos a
luz da vida (Jo 8.12).
3.4 Tomar posição de falar de Cristo sempre que tiver
oportunidade (At 4.18-20). Falar a tempo e fora de tempo
(com sabedoria). É preciso ter sabedoria no falar, não lançar
pérolas aos porcos (Mt 7.6); não perder tempo com o herege
(Tt 3.10); estar preparado para responder com mansidão (1Pe
3.l5). Há cristãos que não gostam de falar de Cristo, pois, êm
vergonha (Lc 9.26; Jd 3).
IV – A VIDA CRISTÃ NA UNIVERSIDADE
Mas será que fé e educação são coisas contraditórias? Por que
muitos adolescentes e jovens entram em crise espiritual
43
quando entram nas universidades? Para ilustrar a importância
do testemunho cristão, o Senhor Jesus utilizou-se de dois
elementos comuns aos ouvintes: o sal e a luz. “A ilustração do
sal fala do nosso caráter (aquilo qu é interno); a luz fala do
nosso testemunho (aquilo que é externo)”. Observe que Cristo
falou primeiro do sal da terra e depois da luz do mundo, assim
o caráter precede o testemunho. Vejamos algumas lições
práticas que podemos extrair desses dois elementos na nossa
vida acadêmica:
4.1 O adolescente cristão como sal da terra (Mt
5.13). Trata-se do testemunho real, positivo, que não se vê a
princípio, mas se sente. É o testemunho silencioso com a vida,
com os gestos e as atitudes no dia a dia, na convivência com as
demais pessoas. É muito eficaz no ambiente universitário. Ele
se torna mais poderoso ainda, quando o jovem cristão leva a
sério a vida de oração pelos colegas, pelos professores,
dirigentes (Tg 5.16).
4.2 O adolescente cristão como luz do mundo (Mt 5.14). É o
testemunho para ser visto mesmo, dado de modo eloquente,
que não pode ser ocultado, através da pregação, do testemunho
falado, da conversa com os colegas e professores. Muitas vezes,
o adolescente cristão é desafiado, e tem que se pronunciar, em
classe, rebatendo ensinos heréticos, dados por professores
materialistas, isso é a luz brilhando nas trevas (Ec 11.9-10). A
universidade da Babilônia queria tirar a convicção de Deus da
mente de Daniel e de seus amigos e implantar neles novas
convicções, novas crenças, novos valores, por isso mudaram
seus nomes. A Babilônia mudou os nomes deles, porém, não
mudou seus corações. Daniel e seus amigos não permitiram
que o ambiente, as circunstâncias e as pressões externas
ditassem sua conduta.

44
V - COMO SAIR-SE BEM NA UNIVERSIDADE
Dentro deste estado laico em que vivemos, cada vez mais as
universidades se limitam à mera transmissão dos
conhecimentos, relegando ou criticando tudo aquilo que se
refere à religião e à fé. Consequentemente, para muitos
adolescentes e jovens, os anos de estudo na academia são
fortes períodos de tentações em relegar a fé a um terceiro
plano ou até ao total abandono. Notemos o que fazer para
permanecermos fiéis ao Senhor:
5.1 Não se descuidar da oração. Ela (a oração) é a “arma
secreta” do cristão. Todos os que foram vitoriosos, na Bíblia e
na história, foram homens e mulheres de oração (Mt 7.7-11; Lc
11.5-13; 18.1-8). O apóstolo Paulo diz: “Orai sem cessar” (I Ts
5.17); “Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no
Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança...” (Ef 6.18).
5.2 Ser cheio do Espírito Santo. De que adianta ao
adolescente ser um bacharel em tantas áreas do conhecimento
humano se ele ainda é um analfabeto em termos de fé? De que
adianta ao adolescente ter tantos conhecimentos sobre a
história e a evolução do ser humano se ele ainda não aprendeu
o valor de ser cheio do Espírito Santo sendo testemunha de
poder (At 1.8), possuindo os Dons do Espírito (1Co 12), e tendo
o Fruto do Espírito (Gl 5.22,23).
5.3 Não se descuidar da leitura da Bíblia. Lendo a Bíblia e
orando, o cristão cresce: “...na graça e no conhecimento de
Nosso Senhor Jesus Cristo” (2Pe 3.18) “... e sabe responder a
cada um que lhe pedir a razão de sua fé” (1Pe 1.21). O jovem
Timóteo foi exortado pelo apóstolo Paulo a se portar “como
obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a
Palavra da Verdade” (2Tm 2.15).

45
5.4 Não se ocultar como crente em Jesus. Ter sabedoria para
ser “luz do mundo” ao mesmo tempo que é “sal da terra”: Levar
literaturas para distribuir na ocasião propícia; evitar conturbar
as aulas com nossas convicções, mas falar se for necessário.
Nos intervalos de aula falar aos colegas isoladamente ou em
grupo sobre o amor de Deus, a Salvação, sobre Jesus, mas com
prudência e sem se exceder. Dizer aos colegas o que Deus tem
feito em nossa vida e convidar os colegas e professores para
irem à igreja para que possam ouvir a Palavra de Deus (1Jo
2.14).
5.5 Não se irritar se for criticado (1Pe 3.l5). Uma das armas
do inimigo é provocar o cristão, para que ele se irrite e perca a
ocasião de demonstrar sua fé, seu amor e humildade diante dos
descrentes. Procurar não só estudar a Bíblia, mas conhecer os
falsos ensinos religiosos que se contrapõem à Palavra de Deus.
É importante ser assíduo, estudioso, dedicado e honesto nos
estudos ou no trabalho para que: “vejam as vossas boas obras e
glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.16).
CONCLUSÃO
Ao ingressar em uma Universidade e nos anos que se seguem,
os jovens não podem e não devem descuidar da vida espiritual,
alegando que as inúmeras disciplinas preenchem todas as
horas do seu dia, pois se na Universidade os jovens são mais
questionados sobre as razões da fé, maior deve ser o tempo
dedicado ao estudo da doutrina e das verdades cristãs.
Devemos ter cuidado pois, a universidade é um lugar de
debates, de pluralidade de ideias que convergem para o ser
humano. Mas, muitas vezes, as Universidades relegam a
religiosidade e a vida espiritual a uma mera superficialidade,
não reconhecendo o ser de Deus e conduzindo estratégias
acadêmicas que conduzem ao desprezo da fé e de tudo aquilo
que se refere à religião
46
REFERÊNCIAS
CRAIG, William Lane. A veracidade da fé cristã: uma apologética contemporânea.
SP: Vida Nova.2010.
JOHNSON, Phillip. Ciência, intolerância e fé. Viçosa, MG: Editora Ultimato, 2004.
JOHNSON, Phillip. As perguntas certas. SP: Cultura Cristã, 2004.
LARSEN, Dale e Sandy. Sete mitos sobre o cristianismo. SP: Vida.
MacARTHUR, JR., John. Criação ou evolução: a luta pela verdade sobre o princípio
do universo. SP: Cultura Cristã, 2004.
SCHAEFFER, Francis. A morte da razão: a desintegração da vida e da cultura
moderna. SP: Cultura Cristã, 2002.
SCHAEFFER, Francis. O Deus que intervém: o abandono da verdade e as trágicas
consequências para a nossa cultura – a única esperança na verdade histórica do
cristianismo. SP: Cultura Cristã, 2002.
STOTT, John. Por que sou cristão. Viçosa, MG: Editora Ultimato.
STROBEL, Lee. Em defesa da fé. SP: Vida, 2002.

47
O adolescente cristão e o uso da
tecnologia
Qual o risco dessa crescente exposição aos dispositivos de
mídia?
Um teclado, um monitor e o mundo, assim é a Web. As Mídias
Sociais “new media” (novas mídias) são as plataformas que
utilizamos para nos comunicarmos; como o Facebook,
WhatsApp, MySpace, Twitter, Blogger,Wordpress, Sónico,
Youtube, Google Plus, Instagram, Askme, SnapChate, MSN etc...
Resumindo: Rede Social é o relacionamento de pessoas através
de um grupo de amigos e Mídias Sociais para nos
comunicarmos, passando informações para as pessoas. Qual o
risco dessa crescente exposição aos dispositivos de mídia?.
Tablets, Smartphones, Notebooks, TVs, celulares, enfim, todos
esses equipamentos são parte da nossa vida hoje, mas podem e
precisam ser melhor utilizados por nossos adolescentes.
I - A TECNOLOGIA E SEUS PROGRAMAS PERNICIOSOS
A internet trouxe novos nomes e novos conceitos para a vida
de todos que usam um computador. Ela pode ser uma ótima
ferramenta de informação, estudo, entretenimento, procurar
emprego e amizade, mas também um grande perigo. A
tecnologia é indispensável no mundo globalizado,
definitivamente. Como um cumprimento profético (Dn 12.4), o
saber tem-se multiplicado e avançado na mesma velocidade. O
devemos é saber usar a tecnologia para a glória de Deus (1Co
10.31), sabendo que o coração do sábio procura e deve adquirir
o conhecimento (Pv 18.15). Vejamos alguns problemas
relacionados ao mal uso da internet:
1.1 O mal uso da internet estimula o pecado. É comum cenas
de insinuação sexual virtual na internet, ensinando e
48
estimulando a prostituição, o adultério, a fornicação e o
homossexualismo. A Bíblia afirma que não devemos pôr coisa
má diante de nós (Sl 101.2-4). Temos de nos posicionar como o
salmista: “Não porei coisa má diante de meus olhos” (Sl 101.3).
Esse critério orienta o adolescente a que não faça as coisas
porque são lícitas, mas porque são lícitas e convêm, à luz do
referencial ético da Palavra de Deus (Sl 119.105).
1.2 O mal uso da internet modifica a visão das
coisas. Aquilo que é certo, como o amor conjugal verdadeiro e
a pureza sexual, são vistos como algo ultrapassado em muitos
sites na internet hoje em dia (Is 5.20,21). Muitos sites
tornaram-se uma escola de crimes, imoralidade, desrespeito,
prostituição, rebelião e vício. As Escrituras sustentam: “Não
meterás, pois, abominação em tua casa...” (Dt 7.26). Tudo o que
o adolescente fizer deve objetivar a glória de Deus, pois para
isto é que fomos criados (Ef 1.12).
II - ENTÃO É PECADO USAR A INTERNET?
Paulo nos responde essa pergunta com grande ênfase em
1Coríntios 6. 12 quando diz: “Todas as coisas me são lícitas,
mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são
lícitas; mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas”. O
maior problema encontrado pelo adolescente cristão hoje é
não ter mais força para dizer “NÃO”! Tornaram-se “netólatras”
(viciados em internet) e se arrastam pelas vias virtuais que
levam a destruição, vergonha e morte, pois cometem pecado ao
não selecionarem os caminhos pelos quais seguirão, indo por
qualquer um, inclusive navegando pela pornografia, pedofilia,
zoofilia, jogos de azar, sítios de encontros devassos e outros.
Isso, sim é pecado! (Rm 6.23). Tudo começa com o desejo,
depois dar-se um jeitinho de fazer o desejo acontecer e quando
ele acontece comete-se pecado contra o Senhor, ai certamente
virá o castigo por aquele ato (Tg 1 15). Salomão escreveu: em
49
Eclesiastes 12.14 “Porque Deus há de trazer a juízo toda obra, e
até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau”.
2.1 Fazendo aliança com os olhos. Um dos motivos pelos
quais Jó foi descrito como um homem íntegro, reto, temente a
Deus e que se desvia do mal (Jó 1.1) é porque ele fez uma
aliança com seus olhos para manter sua pureza (Jó 31.1). Os
olhos tiveram um papel fundamental nos pecados de Eva e de
Davi (Gn 3.6; 2Sm 11.2). O salmista decidiu não por coisa
injusta diante de seus olhos (Sl 101.3) e orou a Deus para
desviar seus olhos de coisas vãs (Sl 119.37). Jesus afirmou: “Se
o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois
te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo
o teu corpo lançado no inferno.” (Mt 5.28-29). Isso porque se os
olhos forem bons, todo o corpo será puro (Mt 6.22-23).
III - VENCENDO O MAU USO DA TECNOLOGIA
A vida moderna está vinculada à informação e à imagem. A
cultura secular tornou-se mais visual do que dialógica, e a
internet é uma das grandes representantes dessa nova cultura
que une comunicação, tecnologia e representação gráfica. A
tecnologia da informação, por exemplo, tomou conta de todas
as áreas da vida moderna. Em certo sentido, trata-se do
cumprimento da profecia de Daniel 12.4: “... e a ciência se
multiplicará”. Portanto, é um grande desafio para a família
saber usar e controlar os meios de comunicação, a partir do lar,
nesses tempos difíceis e trabalhosos. A capacidade de se
comunicar com palavras é um presente que Deus deu aos
homens desde a criação do primeiro casal. Tudo que a Bíblia
fala sobre o uso da língua deve ser aplicado à comunicação pela
Internet (Ef 4.25,29; Tg 1.19,26). Como evitar a má utilização
da tecnologia? Vejamos:

50
3.1 Tendo autocontrole que é parte do fruto do Espírito (Gl
5.22-24). O apóstolo Pedro também recomenda aos cristãos
que acrescentem domínio próprio ao conhecimento (2Pe 1.3-
11) e o autor de Provérbios afirma que um homem sem
domínio próprio é tão vulnerável como uma cidade derrubada
e sem muros (Pv 25.28). O apóstolo Paulo usou a imagem de
um atleta para ilustrar o estilo de vida que deve caracterizar o
cristão (1Co 9.24-27).
3.2 Examinando tudo, mas só retendo o bem (1 Ts
5.21). Aqui, o adolescente é convocado a discernir a cultura de
seu tempo, e reter somente aquilo que é bom, santo, agradável,
justo e útil (1Co 6.12; 10.23; Mt 5.13-16) ), pois a Bíblia é nossa
regra de fé e prática (2Tm 3.14-17).
3.3 Valorizando o que é correto (Dn 1.8). Nem tudo é
imundície ou trevas nos meios de comunicação. Há muita coisa
útil, até mesmo para a vida cristã. Na internet, por exemplo, há
estudos bíblicos e mensagens que, antes, ficavam ao alcance
apenas dos eruditos. Todavia, precisamos examinar todas as
coisas com muito cuidado e discernimento. (Pv 15.3; 1Co 2.15).
Tudo o que o adolescente fizer, deve ter como objetivo a
edificação (Sl 103.1).
3.4 Avaliando aquilo que deve ocupar a nossa mente (Fp
4.8). Paulo, em sua carta aos Filipenses, dá-nos uma sábia
orientação quanto ao que devemos acolher em nosso coração,
ou em nossa mente. Por isso, é necessário reconhecer que o
celular pode “obstacularizar” a adoração quando: a) Se torna
um instrumento de ansiedade; b) Se torna um instrumento de
tentação; c) Se torna um instrumento de pecado. Nunca
devemos esquecer o que nos diz a Bíblia (Ec 5.1; Pv 21.2; Sl 7.9;
17.3; 139.1; Ap 2.23), pois, quem ama a Jesus obedece os seus
mandamentos (Jo 14:21; 15:14; Mc 8:34; Lc 9:23).

51
3.5 Fugindo da aparência do mal (1Ts 5.22). É importante
perceber que se somos dominados por algo que não vem de
Deus, este algo se transformou num ídolo para nós.
Evidentemente a Bíblia condena idolatria (Êx 20.3; 1Jo 5.21). O
livro de Ezequiel ensina que existe um tipo de idolatria sem
imagens, que acontece no coração (Ez 14.1-11). Davi olhou do
terraço e viu Bate-Seba tomando banho e caiu em pecado
(2Sml 11.1). Saul se expôs, desobedecendo ao Senhor e perdeu
o seu reinado (1Sm 13.8-14). Não esqueçamos que as más
ações, mesmo que virtuais são pecado e como tal, passíveis de
condenação eterna (Rm 2.16; 1Co 6.12; 1Tm 3.7; Cl 3.5).
IV - SUGESTÕES PARA O BOM USO DA TECNOLOGIA
A melhor sugestão sobre o uso da Internet foi feita mais de
1900 anos antes dela existir! Paulo, um dos apóstolos do
Senhor, disse: "Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro,
tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro,
tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma
virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o
vosso pensamento" (Fp 4.8). Seria bom se tivesse como colar
este versículo do lado do monitor de cada computador no
mundo. Este mandamento de Deus exige uma preocupação da
nossa parte quando usamos a tecnologia. Vejamos algumas
sugestões:
4.1 Controle seu tempo na rede, nunca deixando de fazer
as coisas mais importantes. Enquanto a Internet oferece
coisas que podem ajudar no estudo da Bíblia, ninguém deve se
enganar pensando que tempo navegando de um site para outro
é tempo investido no estudo das Escrituras. O melhor é clicar
em "desconectar" e abrir a Bíblia! "Portanto, vede
prudentemente como andais, não como néscios e sim como
sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus" (Ef 5.15-
16).
52
4.2 Mantenha o computador num lugar aberto e
acessível. Sigamos o conselho do apóstolo Paulo: "E não sejais
cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém,
reprovai-as. Porque o que eles fazem em oculto, o só referir é
vergonha. Mas todas as coisas, quando reprovadas pela luz, se
tornam manifestas, porque tudo que se manifesta é luz" (Ef
5.11-13).
4.3 Continue se comunicando com sua família. Não devemos
deixar que as maravilhas da tecnologia como o Facebook,
WhatsApp e outros roubarem de nossa família o precioso dom
de comunicação que Deus deu para todos nós. Desligar o
Smartphone e falar com a família pessoalmente é a melhor
escolha. Orar com sua família; estudar a Bíblia juntos. 3500
anos atrás, Deus pediu que os pais falassem com os filhos sobre
a Palavra dele "assentado em tua casa, e andando pelo
caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te" (Dt 6.7). Este conselho
é bom para hoje, também.
4.4 Desenvolva a mente de Cristo a fim de que não sejas
presa dos rudimentos mundanos (1Co 2.16). Sigamos o
conselho paulino: “Tende cuidado, para que ninguém vos faça
presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a
tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não
segundo Cristo” (Cl 2.8). Antes levemos cativo todo
pensamento à obediência de Cristo (2Co 10.5). Em relação à
tecnologia, não devemos pender ao extremismo, mas, por outro
lado, devemos examiná-la à luz do Evangelho (1Ts 5.21),
retendo o que for proveitoso. É interessante, também, que não
desprezemos as coisas simples da vida, abrindo mão de
algumas regalias tecnológicas, para estarmos ao lado da
família, das pessoas que amamos. Além disso, as inúmeras
facilidades tecnológicas não podem nos distanciar da
intimidade com Deus e com o próximo. Nada substitui,
53
também, os momentos de oração e leitura da Bíblia, a qual,
mesmo com tanta tecnologia, continua sendo lâmpada para
os nossos pés e luz para os nossos caminhos (Sl 119.105).
V - FERRAMENTAS PARA VENCERMOS OS EFEITOS DA
TECNOLOGIA
Satanás lança mão de todos os meios possíveis para induzir ao
erro o povo de Deus. Como igreja do Senhor, estejamos
devidamente preparados, alicerçados na Palavra de Deus, para
detectar e combater suas muitas sutilezas. A Bíblia adverte-
nos: “Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por
meio de filosofias e vãs sutilezas [...]” (Cl 2.8). Um dos maiores
desafios da igreja nestes últimos dias é lutar contra os enganos
e os ardis do Inimigo. Mas, como podemos vencer as influências
no aml uso da tecnologia?
Através da Palavra de Deus (Ef 6.17; Hb 4.12);
Através da Oração a Deus (1Ts 5.17; Is 65.24);
Ser fortes na Comunhão com Cristo (1 Co 1.9; At 2.42);
Ser fortes na participação (Mc 16.15; At 5.32);
Ser fortes na identidade cristã (At 5.28,29);
Fugir do pecado, como José (Gn 39.12; Is 59.2);
Guardar - nos da contaminação, como Daniel (Dn 1.8);
Ouvir a voz de Deus, como Samuel (1Sm 3.1-10);
Pelo poder do Espírito de Deus (1Tm 1.7; Lc 24.49).
A tecnologia não é um fim, mas um meio a serviço do homem.
Cabe aos cristãos discernir entre o bem e o mal. Tudo o que é
útil e proveitoso, o Diabo tenta destruir, inclusive vidas. Porém,
com o poder de Deus, podemos vencer os desafios do mal (Fp
4.13). Amados do Senhor estejam atentos e não se deixem

54
enganar pela obra sutil do diabo. Lembre-se, ele anda ao nosso
lado à procura de uma brecha, e encontrando-a entra e destrói
a vida. Vamos fazer uso da Internet de uma forma santa e
edificante! “Sede santos, porque eu sou santo” 1Pe 1.16
REFERÊNCIAS
COLSON, C.; PEARCEY, N. O cristão na cultura de hoje. RJ: CPAD, 2006.
COLSON, Charles; PEARCY, Nancy. E agora, como viveremos? RJ: CPAD, 2009.
GILBERTO, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. RJ: CPAD, 2010.
PALMER, M. D. (ed.) Panorama do pensamento cristão. RJ: CPAD, 2001.
RENOVATO, Elinaldo. Perigos da Pós-Modernidade. RJ: CPAD, 2010.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995.

55
O adolescente cristão e o culto ao corpo
O culto ao corpo tornou-se, nos dias atuais, cada vez mais
frequente na adolescência e na juventude, constituindo uma
verdadeira obsessão principalmente em adolescentes e jovens.
A definição básica de corpo é: “estrutura física e material que,
juntamente com a alma e o espírito, compõe o homem”. Como
servos de Deus, temos a obrigação de cuidar muito bem do
nosso corpo, pois ele é o templo do Espírito Santo. E, além
disso, é desejo do Pai que desfrutemos de boa saúde física,
mental e espiritual. O que não podemos concordar é com os
exageros cometidos pela sociedade pós-moderna que cultua o
"corpo" em busca de um ideal de beleza imposto pela mídia. O
Soberano Criador fez o corpo (Do grego soma; do latim corpus)
para ser o invólucro da alma e do espírito, que são imateriais.
Nosso corpo deve ser o templo de Deus e para sua glória (1Co
6.19). A mordomia do corpo implica reconhecer que o mesmo é
de Deus, e deve ser conservado santo e agradável a Ele (Rm
12.1).
I – A AUTOLATRIA E O CULTO AO CORPO
O Aurélio define idolatria como: “culto prestado a ídolos”
(FERREIRA, 2004, p. 1067). Teologicamente “a idolatria pode
ser considerada também o amor excessivo por alguma pessoa,
ou objeto. Amor este que suplanta o amor que se deve devotar,
voluntária, incondicional e amorosamente, ao único e
verdadeiro Deus” (ANDRADE, 2006, p. 220). Esse termo refere-
se à adoração ou veneração a ídolos ou imagens, quando usado
em seu sentido primário. Porém, em um sentido mais lato,
pode indicar a veneração ou adoração a qualquer objeto,
pessoa, etc., que tome o lugar de Deus, ou que lhe diminua a
honra que lhe devemos” (CHAMPLIN, 2004, p. 206). A palavra

56
autolatria é formada por dois vocábulos gregos: autos, que
significa “a si mesmo” e latria, que quer dizer “adoração”. Logo,
autolatria significa “adoração a si próprio”. Esse tipo de
idolatria também é conhecida como egolatria. Encontramos
alguns exemplos na Bíblia, tais como: Lúcifer (Ez 28.11-19; Is
14.12-14) e o rei Nabucodonosor (Dn 4.29,30; 5.5.18-21).
Portanto, qualquer pessoa que use o seu próprio corpo como
alvo de “culto” comete a auto-idolatria.
II - A NATUREZA MATERIAL DO CORPO
2.1 A estrutura do corpo humano. A Bíblia declara que Deus
fez o homem do pó da terra (Gn 2.7; 1Co 15.47-49). A ciência
afirma que o corpo é constituído de vários elementos químicos
terrígenos (cálcio, carbono, cloro, flúor, hidrogênio, iodo, ferro,
magnésio, manganês, nitrogênio, oxigênio, fósforo, potássio,
silicone, sódio e súlfur), juntos eles não ultrapassam 6% de
todo o corpo e o restante é composto de água, carbono e gases,
concordando assim, com o relato bíblico quanto a constituição
do corpo humano.
2.2 Ilustrações tipológicas da natureza material do
corpo. Podemos de maneira metafórica dizer com o corpo é
comparado na Bíblia aos seguintes tipos: a) Tabernáculo ou
tenda (2Co 5.1; 2Pe 1.13). Esses textos referem-se ao corpo
como algo provisório, assim como o Tabernáculo o era para
Israel, em sua peregrinação pelo deserto; b) Templo de Deus
(1Co 6.19), aqui o termo “templo” faz alusão à adoração e que
devemos prestar a Deus por intermédio do nosso corpo uma
adoração (Sl 103.1), e, c) Vaso de Barro (Lm 4.2; 2Co 4.7; 2Tm
2.20,21), essa designação tem o objetivo de mostrar a
fragilidade do nosso corpo e, também, destacar a importância e
utilidade desses vasos para a obra de Deus.

57
III - SAÚDE OU CULTO AO CORPO
Hoje em dia, a preocupação de muitos jovens e adolescentes é
com a aparência física, influenciados pela mídia que lança
comerciais dizendo, mesmo que indiretamente, que para se ter
uma vida boa obtendo sucesso no amor e na vida profissional, é
preciso ter um corpo esbelto com formas perfeitas (um corpo
igual ao do modelo, ou da modelo). Uma das preocupações
mais comuns entre os jovens é estar na moda, ter aquele tênis
famoso, aquela camisa, aquela bolsa, e para poder estar em um
determinado grupo ou para impressionar alguém.
3.1 Culto ao corpo. É óbvio que devemos cuidar do corpo,
todavia, a sociedade moderna, influenciada pela mídia, vem
cometendo excessos nessa área. O que temos visto é um
verdadeiro "culto à boa forma física", onde os padrões estéticos
ditados pelos meios de comunicação são cada vez mais altos e
inatingíveis, levando milhares de adolescentes e jovens às
academias de ginásticas e às clínicas de cirurgias plásticas.
Muitos, até mesmo crentes, na busca do corpo perfeito, deixam
de comer ou se submetem às dietas da moda, sem orientação
médica, prejudicando a saúde. Precisamos vigiar, pois sabemos
que " o mundo jaz do maligno" (1Jo 5.19).
3.2 O dever de cuidar do corpo. Fomos criados para a glória
de Deus (Is 43.7). Portanto, toda nossa essência deve ser
conservada pura, santa e agradável a Deus (Rm 12.1,2).
Controlar o estresse, fazer uma caminhada, manter uma dieta
equilibrada é essencial para a saúde física e mental de qualquer
ser humano. De acordo com os especialistas, a melhor maneira
de prevenir as doenças do coração é reduzir a exposição aos
fatores de risco: obesidade, diabetes, hipertensão, níveis altos
de colesterol e vida sedentária. Cuidar do corpo é questão de
bom senso, no entanto, sem os exageros ao ponto de cultuar o

58
próprio corpo com o intuito de ficar “em dias com a moda
atual”.
3.3 Buscando o equilíbrio. O cuidado excessivo com o físico
faz com que muitos crentes negligenciem a vida espiritual (Mc
8.36,37). Jesus afirmou que somos o sal da terra, e o sal
representa equilíbrio, harmonia, moderação. É claro que
precisamos cuidar do corpo e da nossa aparência, mas, sem
exageros cometendo a “auto-idolatria”. Não podemos nos
deixar levar pelos padrões impostos pelo mundo. Devemos,
sim, nos adequar aos modelos divinos a fim de que em tudo o
Senhor seja glorificado (1Pe 4.11).
IV – MEU CORPO O TEMPLO DE DEUS
A imagem corporal é uma construção multidimensional que
representa como os indivíduos pensam, sentem e se
comportam a respeito de seus atributos físicos. A imagem
corporal exerce papel mediador em todas as coisas, desde a
escolha de vestimentas, passando por preferências estéticas,
até a habilidade de simpatizar com as emoções dos outros.
Pode-se dizer que a identidade humana é inseparável de seu
substrato somático. Agora, o que deve ficar muito claro é que
ninguém terá sua salvação por conta de sua beleza, mas se
estiver andando nos caminhos do Senhor. Não é que, por
sermos cristãos, não devemos cuidar do nosso corpo, pelo
contrário, devemos nos cuidar, pois, nosso corpo é templo e
morada do Espírito Santo de Deus (1Co 3.16,16). Só não
devemos ter obsessão pela beleza, a ponto de colocar o seu
corpo e, a sua vaidade, em primeiro lugar, em tudo que se faça
(Mt 6.33).
4.1 Nosso corpo é santuário de Deus. A mordomia do corpo
implica em reconhecer que o mesmo pertence ao Senhor, e,
portanto, deve ser santo e agradável a Deus (Rm 12.1; 1Co

59
6.20). Quando recebemos a Jesus Cristo como Salvador,
mediante a fé, nosso corpo, outrora dominado pelo pecado,
torna-se um santuário ou morada do Espírito Santo. Temos,
então, a responsabilidade de mantermos esse santuário sempre
arrumado, limpo e santo, mas, não idolatrá-lo.
4.2 Nosso corpo pertence a Deus. Muitos acham que têm o
direito de fazer o que quiserem com seu corpo. Esses tais
imaginam que isso é liberdade. Porém, na realidade, não
passam de escravos de seus próprios desejos. Nosso corpo não
nos pertence, pois fomos comprados por bom preço (1Co
6.19,20). Nosso corpo é propriedade do Senhor, por isso não
podemos violar os padrões de vida estabelecidos por Ele.
Exercícios físicos são saudáveis e fazem bem. Cuidar do corpo é
mais do que obrigação do cristão, entretanto, se a motivação do
que se exercita não é glorificar ao Senhor através de uma saúde
perfeita, peca contra o Eterno, fazendo do corpo, um
instrumento de idolatria (1Tm 4.8).
V – MEU CORPO E O CULTO RACIONAL
O culto ao corpo é uma triste realidade no meio “evangélico”
hoje em dia. Lamentavelmente milhares de moças e rapazes
lotam as academias com o objetivo único de “endeusarem a sim
mesmos”. Com a pressão dos ideais de beleza impostos pela
indústria da moda e alimentados pela mídia, a valorização do
corpo perfeito tornou-se uma obsessão. Hoje cada vez mais
pessoas buscam formas de transformar o físico, em busca da
perfeição de acordo com os padrões mundanos. Doenças como
anorexia, bulimia e vigorexia [transtorno caracterizado pela
prática de exercícios físicos em excesso] tomaram um vulto
assustador. Muitos colocam suas vidas em risco, consumindo
remédios para emagrecer e anabolizantes ou até mesmo
fazendo cirurgias desnecessárias. O que fazer então?

60
5.1 Consagrar o corpo como sacrifício vivo. No Antigo
Testamento, a liturgia tinha como uma das práticas principais o
sacrifício de animais. Estes rituais serviram para apontar para
Cristo e encobrir os pecados, mas não eram eficazes para
removê-los (Hb 10.3,4). As pessoas justificadas passam a ter
acesso ao sacrifício único e perfeito realizado por meio de
Cristo, porém, isso não elimina a liturgia e a consagração a
Deus, pelo contrário, exige-se uma consagração autêntica e não
simplesmente algo mecânico e repetitivo. Paulo esclarece como
entrar em comunhão com Deus, uma vez que os antigos rituais
não eram mais necessários. O culto agora deveria ser
realmente espiritual, onde o adorador entrega sua própria vida,
seguindo o exemplo de Jesus, o corpo do crente passa a ser o
lugar de encontro e da comunhão, lugar privilegiado na
adoração, o templo do Espírito Santo (1Co 3.16; 6.19).
5.2 Consagrar o corpo em santidade. O apóstolo orienta o
crente a oferecer o corpo como sacrifício vivo, mas ele
acrescenta que deve ser um corpo santo. No AT a santidade era
preocupação dos sacerdotes. O povo era responsável por levar
o sacrifício a ser oferecido, mas era o sacerdote que o oferecia,
ele que deveria tomar as precauções previstas na lei mosaica,
tanto para quem oferecia como para o sacrifício em si (Êx 28.1-
4; Lv 4.3; 21; 23.12; Hb 8.7,8). Devido à sua limitação, o
sacrifício deveria ser repetido várias vezes (Hb 10.3). Na nova
aliança, o crente não precisa mais de intermediário, pois cada
crente possui um sacerdócio santo para oferecer o sacrifício
espiritual e agradável a Deus (1Pe 2.5). O crente passa a adorar
a Deus por meio de seu próprio corpo, de forma integral (corpo
e alma). Oferecer um corpo santo é oferecer corpo e alma de
forma exclusiva (separada) para Deus, o culto espiritual.
5.3 Consagrar o corpo de forma agradável a Deus. Deus se
interessa pelo interior das pessoas, onde está o verdadeiro eu,
61
mas é inegável que o interior reflete no exterior. Desse modo,
como devemos cuidar do templo do Espírito Santo? É um bom
momento para refletirmos sobre a mordomia do corpo, para
que possamos consagrá-lo a Deus de forma agradável. Dentre
vários cuidados, pode ser citada a alimentação saudável (Pv
23.2; Gl 5.22,23). Alguns crentes levam uma vida desregrada e
quando as consequências deflagram no corpo eles correm para
Deus, como se Ele tivesse obrigação de curar. No entanto,
devemos oferecer o melhor ao nosso corpo para que estejamos
prontos para o serviço do Mestre. Isso é agradável a Deus.
CONCLUSÃO
Na Bíblia encontramos várias mensagens que nos orientam a
manter-nos puros e saudáveis. Então, cuidemos do nosso corpo
objetivando a glória de Deus: “Portanto, quer comais, quer
bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória
de Deus” (1Co 10.31).
REFERÊNCIAS
CABRAL, E. Mordomia cristã. RJ: CPAD, 2003.
HOLLOMAN, H. O poder da santificação. RJ: CPAD, 2003.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995.
COLSON, C.; PEARCEY, N. O cristão na cultura de hoje. RJ: CPAD, 2006.
COLSON, Charles; PEARCY, Nancy. E agora, como viveremos? RJ: CPAD, 2009.
GILBERTO, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. RJ: CPAD, 2010.
RENOVATO, Elinaldo. Perigos da Pós-Modernidade. RJ: CPAD, 2010.
CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. SP: HAGNOS, 2009.
ANDRADE, Claudionor Correa de. Dicionário Teológico. RJ: CPAD, 2010.

62
O adolescente cristão e a sexualidade
Por muito tempo era tabu falar sobre a sexualidade na igreja
evangélica. Muito se avançou neste sentido, mas sabemos que o
assunto ainda é necessário e precisa ser desenvolvido com
propriedade e seriedade
Pessoas mal resolvidas na sua sexualidade podem ter sérios
problemas conjugais. É importante desconstruir a ideia de que
o sexo é pecaminoso. Uma das características do presente
século é a promiscuidade e a perversão sexual. Diariamente, as
famílias são bombardeadas por orientações sexuais ilícitas e
estímulos à práticas sexuais antibíblicas, principalmente
através da mídia. Por isso, faz-se necessário estudarmos sobre
a sexualidade à luz da Bíblia.
I - DEFINIÇÃO DA PALAVRA “SEXUALIDADE” E “SEXO”
O Aurélio define a palavra sexualidade como: “qualidade de
sexual. O conjunto dos fenômenos da vida sexual. Sexo”. Já o
termo “sexo” por sua vez, significa:“conformação particular que
distingue o macho da fêmea, nos animais e nos vegetais,
atribuindo-lhes um papel determinado na geração e
conferindo-lhes certas características distintivas”. À luz da
Bíblia, sexo são “as características internas e externas, que
identificam e diferenciam o homem da mulher”.
II – O SEXO FOI CRIADO POR DEUS
Quando criou o ser humano, a Bíblia revela que Deus os fez
sexuados: “homem e mulher os criou” (Gn 1.27). A benção do
Senhor estava sobre aquele casal heterossexual e Deus lhes deu
a seguinte ordem: “Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra”
(Gn 1.28). O sexo dentro do casamento não se constitui pecado,
pois este e outros textos nos revelam que foi Deus quem o criou
(Ec 9.9; Pv 5.15-19; Hb 13.4). Logo, a natureza do sexo em si
63
não é pecaminosa nem má, como acreditam e defendem alguns
de forma equivocada (I Tm 4.1-3). O sexo fez parte da
constituição física e emocional do ser humano, no momento da
sua criação (Gn 1.27). Assim, à luz da Sagrada Escritura não é
correto ver o sexo como coisa imoral, feia ou suja, pois Deus
não fez nada ruim: “e viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que
era muito bom” (Gn 1.31).
III - QUESTÕES SOBRE A SEXUALIDADE
3.1 Fornicação é pecado. Não querendo Deus que o
homem vivesse só, deu-lhe uma esposa (Gn 2.18). Por isso,
o Cântico dos Cânticos de Salomão exalta o relacionamento
sexual não entre solteiros, mas entre um homem e uma mulher
devidamente casados (Ct 4.1-12; Ef 5.22-25). Isso significa que
o sexo antes ou fora do casamento desagrada a Deus. E quem
vive na prática deste pecado não herdará o Reino de Deus (Ef
5.5). Deus criou o sexo para ser feito apenas entre um homem e
uma mulher se forem casados (Gn 1.27, 28; Lv 18.22; Pv
5.18,19). A Bíblia condena a fornicação (sexo antes do
casamento), quer entre pessoas do mesmo sexo quer entre
pessoas de sexos diferentes (1Co 6.18). Isso inclui a inclinação
à tolerância quanto a paixões pecaminosas ou ao seu estímulo,
e deste modo a pessoa torna-se partícipe de uma conduta
antibíblica (Gl 5.19; Ef 4.19; 1Pe 2.2,18).
3.2 A intimidade e interação sexual é privativa dos
casados. Muita gente acha que o relacionamento sexual entre
marido e mulher tem como único objetivo a procriação. Isso é
um erro. Na Bíblia, encontramos vários textos que incentivam o
casal a desfrutar das alegrias conjugais. Em Provérbios 5.18-23,
os cônjuges são exortados a usufruírem da intimidade
matrimonial. Por outro lado, o homem é advertido contra “a
mulher estranha”, a adúltera. Em seguida, é incentivado a
valorizar a união matrimonial e santa, exaltando sempre a
64
monogamia, a fidelidade e o amor (Ec 9.9; Ct 4.1-12; 7.1-9). A
relação sexual está destinada a ser desfrutada apenas entre
pessoas devidamente casadas e nunca a solteiros (Hb 13.4; Gn
2.24; Cantares de Salomão 4.12; 1Ts 4.3-5; Cl 3.5-6; 1Co 6.15-
20; 1Tm 5.22; 2Tm 2.22).
IV - O VALOR DA PUREZA SEXUAL ANTES DO CASAMENTO
4.1 Pureza sexual no Antigo Testamento. A Bíblia exalta a
pureza na vida de um jovem e adolescente (Sl 119.9-11). Aliás,
esse texto é indispensável a todo servo de Deus. As leis sobre a
castidade eram rigorosas no AT. Se uma jovem, por exemplo,
tivesse relações sexuais antes do casamento era apedrejada até
à morte (Dt 22.20,21), e o sacerdote só poderia se casar com
uma jovem virgem (Lv 21.13,14), demostrando que em Israel, a
virgindade era necessária e valorizada por todos (Gn 34.7). No
plano original divino, a ordem de crescer e multiplicar-se foi
dada a um casal casados (Gn 1.28). As páginas
veterotestamentárias nos mostram claramente que somente
nesta condição o ato conjugal é aceito e aprovado por Deus (Gn
2.24); pois, é por meio do casamento que marido e mulher
tornam-se “uma só carne” (Gn 2.24), segundo a vontade de
Deus. Em Cantares de Salomão, vemos a exaltação do amor
conjugal entre os casados, e não entre solteiros (Ct 4.1-12).
Portanto, os prazeres físicos e emocionais normais,
decorrentes do relacionamento conjugal fiel, são ordenados
por Deus e por Ele honrados (Pv 5.15-19: Hb 13.4).
4.2 Pureza sexual no Novo Testamento. Doutrinando os
coríntios sobre a fidelidade a Cristo, Paulo faz alusão ao valor
da virgindade: “Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus;
porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma
virgem pura a um marido, a saber, a Cristo” (2Co 11.2). Por
conseguinte, a pureza sexual em o NT é tanto para o rapaz
quanto para a moça. Ambos devem manter-se castos e virgens
65
até o casamento. O fornicário não entrará no céu (Ap 21.8; Gl
5.19 e 1 Co 6.18). Relação sexual com pessoas que não são seus
cônjuges (Mt 5.27; Mc 10.9 e Rm 13.9), é grave e desastroso
pecado (Pv 5.1-5). O NT preservou as atitudes judaicas do AT
quanto ao sexo. Jesus condenou não só as práticas sexuais fora
do casamento, como também o “simples” olhar com intenção
impura para uma mulher (Mt 5.2-32).
V - O SEXO QUE A BÍBLIA CONDENA
5.1 A prática do homossexualismo. A Bíblia condena, pois é
abominação ao Senhor (Lv 20.13; 18.22; Dt 23.17,18). Deus
destruiu cidades por causa disso (Dt 23.17). Não entram no
Reino de Deus os que praticam tais atos (1Co 6.9,10). No
princípio, o Criador não uniu dois “machos” nem duas “fêmeas”
(Gn 1.27; Gn 2.18). Tais passagens mostram que Deus criou
apenas dois gêneros bem distintos: homem e mulher. Isto
significa que o homossexualismo é pecado. Não resta dúvida! É
um pecado de tal forma abominável que até mesmo o dinheiro
proveniente de tal prática não deve ser introduzido na Casa de
Deus (Dt 23.18). Cumpre ressaltar, aqui, que não se admite
qualquer tipo de violência contra os homossexuais, mesmo
porque, cumpre-nos ganhá-los para Jesus (1Co 6.11). Embora a
Bíblia desaprove as práticas homossexuais, ela não apoia a
homofobia ou o ódio aos homossexuais.
5.2 A prática do a prostituição. Muitos, erroneamente,
acreditam que prostituição ocorre somente quando uma
pessoa paga ou recebe dinheiro para fazer sexo. Porém, aos
olhos de Deus, quando um jovem solteiro mantém um
relacionamento sexual, está se prostituindo e seu
relacionamento está manchado (1Ts 4.3; 2Tm 2.22). O sexo
entre pessoas solteiras é chamado fornicação e na Bíblia, tal
prática é tida como uma impureza sexual. Quem se entrega a tal
prática não herdará a vida eterna (Ap 21.8). O adultério, a
66
fornicação, o homossexualismo, os desejos impuros e as
paixões degradantes são pecados graves aos olhos de DEUS por
serem transgressões da lei do amor (Êx 20.14). Tais pecados
são severamente condenados nas Escrituras (Pv 5.3) e colocam
o culpado fora do reino de DEUS (Rm 1.24-32; 1Co 6.9,10; Gl
5.19-21).
5.3 A prática da imoralidade e da impureza sexual. Há
quem ensine, em nossos dias, que qualquer intimidade sexual
entre jovens solteiros, tendo eles mútuo “compromisso”, é
aceitável, uma vez que não haja ato sexual completo. Tal ensino
peca contra a santidade de DEUS e o padrão bíblico da pureza.
DEUS proíbe, explicitamente, “descobrir a nudez” ou “ver a
nudez” de qualquer pessoa a não ser entre marido e mulher
legalmente casados (Lv 18.6-30; 20.11, 17, 19-21; 8.6). Tudo
que significa intimidade e carícia mundanas fora do casamento
é claramente transgressão dos padrões morais de DEUS para
seu povo (Lv 18.6-30; 20.11,12, 17, 19-21; 1Co 6.18; 1Ts 4.3).
VI - O QUE FAZER QUANDO SE TOMAM DECISÕES
PRECIPITADAS
6.1 Arrependa-se. O pecado sexual traz graves
consequências, mesmo que não sejam sentidas de imediato.
Alguém sempre sai ferido quando há uma relação sexual ilícita
ou fora do casamento (Mt 5.28; 1Jo 1.9; 1Jo 1.7). Deus valoriza
a castidade e quando. Ele nos diz que devemos nos resguardar
sexualmente até o casamento, ele não planeja nos punir ou
castigar. Na verdade, Ele (Deus) está nos poupando de
problemas físicos e emocionais advindos de uma sexualidade
precoce. A ordem divina não apenas nos poupa desses
problemas, mas igualmente de doenças sexualmente
transmissíveis e de planos frustrados, como deixar de concluir
os estudos por força de uma gravidez fora de hora e as
responsabilidades da maternidade e paternidade não
67
planejados. Portanto, vale a pena esperar em Deus e ter uma
vida casta (Dn 1.8).
6.2 Afaste-se do pecado. Sejamos vigilante, resistamos à
tentação sexual. Deus perdoa os nossos pecados por causa de
sua fidelidade, mas o pecado sexual tem a tendência de
perseguir aqueles que uma vez já cederam aos seus desejos
(1Jo 1.9). Por isso é tão importante que corte os vínculos com
qualquer situação que o exponha a essa prática, ou certamente
entraremos em um círculo vicioso de pecado, arrependimento
e busca pelo perdão divino. É importante, na busca do perdão
de Deus, confessar o pecado e abandoná-lo (Pv 28.13).
6.3 Obedeça a Deus. Quando nos guardamos sexualmente até
o casamento, estamos obedecendo a Deus no tocante à pureza
do nosso corpo. O que recebemos em troca por manter nosso
corpo e mente puros? Somos honrados por Deus. O Senhor tem
um compromisso com aqueles que o honram e obedecem aos
seus mandamentos. Mais que apenas conhecer a Deus, Ele
valoriza a obediência aos seus preceitos. Não adianta conhecer
a Deus e desprezar suas orientações (1Sm 2.22; 1Sm 2.30). O
adolescente cristão deve rejeitar o descompromisso ou "ficar"
(Pv 5.18; Ml 2.1-14); evitar intimidades físicas resultantes de
tentações, supostas provas de amor ou prova de virilidade,
imprudência, carnalidade, etc. (1Ts 4.3-7), e fugir do sexo pré-
conjugal (Gn 2.24; 1Co 7.9; 2Co 11.2).
6.4 Mantenha a castidade sexual. Uma pessoa casta policia
seus pensamentos, a forma como se veste, como fala e como se
relaciona com o próximo, para não despertar desejos sexuais
indevidos em outras pessoas. O jovem e a jovem que temem a
Deus não devem despertar desejos sexuais que não poderão
ser satisfeitos fora do casamento. Castidade é mais que
abstinência do sexo; é um estilo de vida que demonstra
respeito não apenas a Deus, mas também por si mesmo, para
68
que seu corpo não seja visto como um objeto a ser descartado
depois de ter dado prazer a alguém. Intimidade sexual é
limitada ao matrimônio. Somente nesta condição ela é aceita e
abençoada por DEUS (Gn 2.24; Ct 2.7; 4.12). Muitos descobrem
tarde demais o valor real da castidade. A perda dela muitas
vezes é trágica. Como a Bíblia declara, as consequências da
imoralidade podem ser como um veneno, “tão amargo como o
absinto” (Pv 5.3, 4)
6.5 Não cedamos à cultura do mundo. A cultura de nossos
dias ensina que a vida sexual antes do casamento é benéfica, e
que se uma pessoa não está satisfeita com seu namorado, pode
buscar o prazer com outra pessoa, mas, não é isso que a Bíblia
ensina (2Co 11.2; Tt 2.5; 1Ts 4.4; 1Pe 3.2). Esse é um
pensamento satânico e fere o princípio dado por Deus por meio
do casamento (1Co 6.16). Seja solteiro(a), seja casado(a), se
uma(a) adolescente busca o prazer sexual fora dos limites
ordenados por Deus, não pode esperar ser abençoado(a) por
Ele nessa área. A chave para se manter a castidade é
resguardar o coração (Pv 4.23; Dt 6.5; Mc 12.29,30).
CONCLUSÃO
Já vimos que o sexo foi criado por Deus com propósitos
elevados, saudáveis e benéficos para o ser humano. No entanto,
desde a Queda, o sexo e a sexualidade têm sido deturpados de
modo irresponsável (Rm 1.24-27). O adolescente crente, antes
de mais nada, precisa ser moral e sexualmente puro (2Co 11.2;
Tt 2.5; 1Pe 3.2), pois a intimidade sexual é limitada ao
matrimônio e somente nesta condição ela é aceita e abençoada
por DEUS (Gn 2.24; Ct 2.7; 4.12).

69
REFERÊNCIAS
COLSON, C.; PEARCEY, N. O cristão na cultura de hoje. RJ: CPAD, 2006.
COLSON, Charles; PEARCY, Nancy. E agora, como viveremos? RJ: CPAD, 2009.
GILBERTO, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. RJ: CPAD, 2010.
PALMER, M. D. (ed.) Panorama do pensamento cristão. RJ: CPAD, 2001.
RENOVATO, Elinaldo. Perigos da Pós-Modernidade. RJ: CPAD, 2010.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995.

70
O adolescente cristão e a frutificação
Num de seus últimos ensinamentos aos discípulos, Jesus
discorreu sobre a importância da frutificação espiritual (Jo
15.1-5).
O Mestre fez uma analogia da videira e seus ramos com Ele e o
crente, para ensinar que esta precisa daquEle, a fim de tornar-
se semelhante a Cristo. É o Espírito Santo que produz o fruto
em nós à proporção que lhe entregamos a vida. Para que o
fruto seja gerado, é necessário que haja uma relação de
interdependência entre o tronco e seus ramos. A alegoria da
videira no capítulo 15 do Evangelho de João é uma das páginas
sagradas mais contundentes sobre o relacionamento e a
intimidade de Jesus com seus discípulos.
I - DEFINIÇÃO DE FRUTO
O termo fruto no NT é a tradução do original “karpos”, que
tanto pode significar “dar fruto, frutificar” ou ser “frutífero” (Mt
12.33; 13.23; At 14.17). Na Bíblia, também é empregado em
sentido figurado para indicar o resultado de algo, por exemplo:
o produto do ventre e dos homens e animais (Dt 28.11); o
caráter do justo (Sl 1.3; Pv 11.30); a índole do ímpio e as
atitudes dos homens (Pv 1.29-32; Jr 32.19); a mentira (Os
10.13); a santificação (Rm 6.22); a justiça (Fp 1.11), o
arrependimento (Lc 3.8).
II – A METÁFORA DA VIDEIRA
O princípio da frutificação encontra-se em Gênesis 1.11 onde
cada planta e árvore devia produzir fruto segundo a sua
espécie. A frutificação espiritual segue a mesma regra.
Portanto, a qualidade do fruto aponta para o caráter de sua
árvore (Gn 1.12; Mt 7.16-20). O crente regenerado pelo

71
Espírito Santo deve originar fruto reflita o caráter moral de
Cristo (Mt 3.8).
2.1 Cristo é a videira. Jesus identifica-se nesta metáfora como
a videira: “Eu sou a videira [...]” (Jo 15.1-a). Esta é uma planta
cultivada no mundo inteiro por seus deliciosos frutos, as uvas.
Talvez Ele tenha proferido este sermão logo após a
comemoração da Páscoa e instituição da Ceia, onde junto com
os seus discípulos haviam tomado “o fruto da vide” – o vinho
(Mt 26.27-29; Mc 14.25; Lc 22.18). Sobre essa ilustração
Champlin (2004, p. 652) diz: “a videira é um organismo vivo,
que supre vida a outros organismos vivos. Assim também
sucede no caso de Cristo, que vive mas também outorga vida a
outros”. Wycliffe (2007, p. 722), por sua vez acrescenta
dizendo: “como a videira verdadeira”, Ele provê a vitalidade
necessária para a frutificação”. Quando Jesus usa a expressão
“videira verdadeira” faz também alusão a “videira falsa”.
2.2 O Pai é o lavrador. Os lavradores compreendem a
importância de ter uma abundante fonte de vida fluindo da
videira até ao fruto. O lavrador ou agricultor dessa ilustração é
uma figura do Pai: “[...] meu Pai é o lavrador” (Jo 15.1-b). A
expressão “lavrador” segundo Aurélio (2004, p. 1189) significa:
“aquele que trabalha na lavoura”. Champlin (2004, p. 539) diz
que “Deus Pai é comparado aqui ao proprietário da vinha, que
pessoalmente pode ocupar-se em podar as videiras”. Para se
cultivar uma vinha era necessário bastante esforço, o profeta
Isaías fez uma descrição vívida do trabalho no preparo, plantio
e cultivo de uma vinha (Is 5.1-7). Henry (2008, p. 988) diz que:
“Deus tem não somente a propriedade da videira e de todos os
ramos, mas também o cuidado deles. Ele cuidou de Cristo, a
raiz, e o sustentou, e o fez florescer em uma terra seca (Is 53.2).
Ele cuida de todos os ramos, e os vigias, para que nada os
danifique”.
72
2.3 Os crentes são os ramos. Aqueles que nasceram de novo
são comparados aos ramos ou galhos desta videira: “Eu sou a
videira, vós as varas [...]” (Jo 15.5-a). A princípio não estávamos
enxertados em Cristo, mas quando recebemos a Cristo como
nosso Salvador fomos enxertados pelo Espírito Santo em
Cristo. Paulo usando outra metáfora tratou desta verdade
dizendo: “e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado […], e feito
participante da raiz e da seiva da oliveira” (Rm 11.17).
2.4 O Espírito Santo é a seiva. Embora não encontremos
diretamente a citação da participação do Espírito na metáfora
da videira verdadeira proferida por Jesus, por inferência,
vemos a sua atuação na figura da seiva que corre por dentro da
árvore espalhando-se para os ramos. Paulo nos diz que fomos
feitos participantes da seiva (Rm 11.17). A palavra “seiva”
segundo Aurélio (2004, p. 1823) é: “um líquido que circula no
organismo vegetal”. A função da seiva é transmitir a vida da
árvore para os ramos a fim de que possam produzir frutos.
Semelhantemente o Espírito Santo em nós comunica-nos a vida
de Cristo, habitando em nós (Jo 3.6-8; Jo 14.17; I Co 6.19), nos
levando a produzir frutos (Gl 5.22).
III – AS ATITUDES DO AGRICULTOR EM RELAÇÃO A
VIDEIRA
Além de plantar a videira, é responsabilidade do agricultor
cuidar dela, a fim de que seus ramos possam atingir o objetivo
da frutificação. Vejamos quais as atitudes do agricultor que
ilustram o cuidado de Deus em relação à sua igreja:
3.1 Corta o ramo que não dá fruto. O propósito do ramo é
produzir fruto, se isto não ocorre, o ramo perde sua valia, por
isso o lavrador o tira. Se o ramo não produz fruto, não tem
valor tornando-se inútil: “toda a vara em mim, que não dá
fruto, a tira” (Jo 15.2-a). Diversas vezes a Bíblia exorta quanto a

73
possibilidade de Deus cortar pessoas que não dão fruto.
Vejamos: (a) João Batista afirmou que o machado está posto a
raiz das árvores que não produzem bons frutos (Mt 3.10); (b)
Jesus também exortou aos falsos profetas sobre isso (Mt
7.19,20); (c) O Mestre exortou aos judeus, comparando-os
como uma figueira que não dava frutos (Lc 13.1-9); e, (d)
Paulo, por sua vez, disse que embora os judeus fossem ramos
naturais, por causa da incredulidade foram cortados da oliveira
(Rm 11.7-a; 11.20-a; Ef 2.10; 2Pe 1.8).
3.2 Limpa o ramo que dá fruto. Além de cortar os ramos que
não dão frutos, é responsabilidade do agricultor limpar os
ramos que dão fruto: “e limpa toda aquela que dá fruto” (Jo
15.2-b). Esse processo é chamado de poda. O Aurélio (2004, p.
1584) diz que “podar” significa: “cortar ramos ou folhas de
plantas”. Esse processo pode ser chamado de santificação
progressiva, onde Deus retira dia a dia da nossa vida, algumas
coisas que não se coadunam com a conduta de um cristão
verdadeiro. E isto, é claro exige a nossa participação (Lv 11.45;
1Pe 1.15-16; 2Tm 2.21; Hb 12.14; Ap 22.11). Jesus deixou claro
que a poda com o ramo frutífero tem um objetivo definido:
“para que dê mais fruto” (Jo 15.2-c). Jesus disse que somos
limpos pela palavra “vós já estais limpos, pela palavra que vos
tenho falado” (Jo 15.3). A palavra é como a tesoura do
agricultor que remove áreas infrutíferas da nossa vida (Hb
4.12; Ef 6.17). Champlin, (2004, p. 654) diz: “não pode haver
frutificação sem a poda, isto é, a disciplina” (Hb 12.5-7). A
podadura do ramo é um processo indispensável porque
objetiva produzir maior quantidade e melhor qualidade de
fruto. A frase “limpa toda vara que dá fruto” se refere à
santificação (2Ts 2.13), iniciada após o novo nascimento, e
baseada na Palavra de Deus.

74
3.3 Lança no fogo os ramos que não permanecem ligados à
videira. O ramo, ao ser arrancado do tronco: “Se alguém não
estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os
colhem e lançam no fogo, e ardem” (Jo 15.6), começa a secar e a
morrer, porquanto, ao afastá-lo da videira, o fluxo da seiva é
imediatamente interrompido, ou seja, a ligação vital entre eles
cessa, ocasionando a morte do ramo, recolhido e queimado
depois. Através da salvação, somos ligados a Jesus Cristo; isto
abrange um compromisso pessoal e um relacionamento
contínuo com aquele que é a videira, e nós, os ramos (Jo 15.5).
Estar em Cristo é comprometer-se com Ele e transformar-se
em Sua imagem mediante a ação do Espírito Santo.
IV – CONDIÇÕES PARA FRUTIFICAÇÃO
Já vimos que o agricultor proporciona todas as condições
necessárias para que o ramo produza frutos, no entanto ele
pode ainda assim não produzir. Este portanto, é um problema
do ramo (Jo 15.2). De igual forma, o Pai, nos dá todas as
condições para que possamos produzir o fruto do Espírito. Ele
nos ligou a Cristo, nos fazendo participantes da raiz e da seiva
(Rm 11.17). Todavia, se faz necessário a nossa colaboração (Gl
5.16). A produção espiritual se dá pelo labor do Espírito, mas
deve contar com a cooperação da vontade humana (Gl 5.22; Fp
2.12; Tg 2.22). Vejamos alguns pré-requisitos para frutificar:
4.1 Estar enxertado na videira. Assim como os ramos não
podem frutificar se não estiverem ligados a videira, Jesus
explica que o homem por si só não pode produzir suas
características morais sem estar nele: “Estai em mim, e eu em
vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver
na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim” (Jo
15.4). Jesus usou o verbo permanecer quando descreveu a
relação entre ele e seus seguidores: “Estai [permanecei] em
mim, e eu, em vós” (Jo 15.4). A primeira parte desta frase:
75
“Estai [permanecei] em mim”, diz respeito à nossa posição em
Cristo. Permanecer em Cristo refere-se a nossa unidade e
comunhão com ele (Ef 2.6), devemos “estar em Cristo”, assim
como o ramo permanece no tronco da videira. Este enxerto ou
ligação do crente com Cristo é a base pela qual o cristão
frutifica. Isto significa dizer que um ramo separado da árvore,
seca e morre. De igual forma se não estivermos em Cristo
cultivando diariamente uma vida de comunhão nossa vida
secará e não conseguiremos produzir os devidos frutos (Jo
15.6).
4.2 Depender exclusivamente da videira. Dentre as muitas
lições que Jesus quis ensinar com esta metáfora a mais
destacável delas foi a dependência: “Eu sou a videira, vós as
varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto;
porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5). Assim como o
ramo é totalmente dependente da árvore para existir e
produzir frutos, seus discípulos também são. Sem Cristo, o que
produzimos é obra da carne (Gl 5.19-21). Somente com ele
produzimos o fruto (Gl 5.22). É necessário entender que a
parte mais importante da árvore não é o ramo para gerar o
fruto, mas a árvore e principalmente a raiz, pois a árvore
sobrevive sem ramo, mas o ramo não sobrevive sem a árvore.
Cristo é chamado de raiz devido a sua importância vital (Is
11.1; 53.2; Rm 11.18).
4.3 Permanecer constantemente na videira. Jesus disse que
era necessário o ramo permanecer na videira para poder
frutificar (Jo 15.9,10). O verbo “permanecer” segundo o Aurélio
(2004, p. 1542) significa: “persistir, perseverar, insistir”. Na
parábola do semeador Jesus disse que a semente que caiu em
boa terra “são os que, ouvindo a palavra, a conservam num
coração honesto e bom, e dão fruto com perseverança” (Lc
8.15). Se descuidarmos do nosso contato constante com Cristo,
76
deixaremos de frutificar. A segunda parte da frase: “E eu
[permanecerei] em vós” (Jo 15.4b) está relacionada a nossa
semelhança com Cristo aqui na terra, isto é, à manifestação do
perfeito caráter de Cristo em nós por intermédio do Espírito. A
qualidade do fruto é proporcional à quantidade de seiva
recebida da videira e por ele conservada. Nossa natureza é
transformada à medida que Cristo permanece em nós (2Co
3.17,18). É a seiva que conserva os ramos vivos e frutíferos. Da
mesma maneira, é Cristo que nos sustenta, mediante a
presença do Espírito Santo, e faz-nos viver de modo frutífero.
CONCLUSÃO
Estar, depender e permanecer são três atitudes que todos
aqueles que professam a sua fé em Cristo devem tomar, a fim
de que possam pelo Espírito Santo produzir os frutos que
revelam que de fato estamos nele e Ele em nós. Esta aula nos
ensinou: qual a nossa posição: “somos ramos”; condição:
“somos dependentes”; e, responsabilidade: “dar frutos”.
REFERÊNCIAS
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa.
POSITIVO.
GILBERTO, Antonio. O fruto do Espírito: a plenitude de Cristo na vida do crente.
CPAD.
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Novo Testamento. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

77
O adolescente cristão e a influência da
pós-modernidade
Hoje podemos dizer que vivemos a cibercultura, que
rapidamente altera costumes e estilos de vida do mundo
contemporâneo, especialmente no que diz respeito à educação
dos adolescentes e jovens conhecidos como infomaníacos que
passam horas conversando virtualmente “On-line” com
estranhos anônimos.
Consultar alguns livros na biblioteca pública é uma atividade
praticamente pré-histórica, pois a informação nunca foi tão
facilmente encontrada como ocorre através dos “Sites”. A época
atual é marcada por fenômenos que representam um divisor de
águas com a chamada Pós-Modernidade, pois ela é
caracterizada por mudanças significativas provocadas e vividas
pelo homem como a globalização e um novo modo de cultura.
Por conta disso, a Pós-Modernidade é traçada como a época das
incertezas, das fragmentações, da troca de valores, do vazio, do
imediatismo, da efemeridade, do hedonismo, da substituição da
ética pela estética, do narcisismo, do consumo de sensações e
do fim dos grandes discursos éticos.

I – DEFINIÇÃO DE PÓS-MODERNIDADE
Pós-Modernidade (grego “pós” = que vem depois) é o estado ou
condição de estar “após ou depois” da conhecida Era Moderna.
É o que vem depois ou em reação ao que é moderno.
Modernidade é definida como um período ou condição
identificado com a Era Progressiva, a Revolução Industrial, ou o
Iluminismo.

78
II – PERIGOS DA PÓS-MODERNIDADE NA VIDA DOS
ADOLESCENTES
Hoje devido à velocidade de informação sem fronteiras, através
da Internet no uso de meios como: WhatsApp, Instagram,
Sexting, Facebook, Twitter, MSN, Blogs, TV, como também
cinema, revistas, jornais, celular, MP3, Smartphones, Táblets,
etc. Uma enorme gama de informações (na maioria das vezes
nocivas), são despejadas sobre os adolescentes. A maioria deles
cresce com um mouse em uma mão, um controle remoto na
outra e um monitor à sua frente. Eles estão sempre conectados
e ativos no mundo cibernético “On-line”. Para eles a Web
(internet) é uma fonte primária e imprescindível de
informações. A mídia tem o poder de persuasão, e muitos
adolescentes são enredados em costumes e atos
aparentemente “inocentes”, sem se aperceber do perigo que
isso representa à vida espiritual. Vejamos alguns perigos da
chamada Pós-Modernidade face a internet:
 Qualquer pessoa pode colocar suas ideias na Internet (Is
5.20; 1Co 15.33; Mt 5.13-16; At 17.11; Rm 12.2);
 A censura da Internet é praticamente impossível (Pv 4.20-
27; 23.5; Fl 4.8; Ef 5.11-14; Hb 4.13);
 A disponibilidade de muitas informações convida o
adolescente a ficar viciado na rede (Ef 5:15-17);
 A prática da prostituição virtual é real (Pv 21.2; Sl 7.9;
17.3; 119.37; 139.1; 1Ts 4.7 ; Cl 4.6; Ap 2.23).
III – COMO O INIMIGO ATACA OS ADOLESCENTES NA ERA
PÓS-MODERNA
Desde a sua origem que a família tem sido alvo de constantes
ataques do reino das trevas. Quer seja através da inversão dos
valores (Is 5.20), da música ou dos meios de comunicação (2Co
4.4), o diabo tem investido fortemente contra a célula mãe da
79
sociedade. Vejamos, então, alguns desses ataques na vida dos
adolescentes:
3.1 Através da inversão dos valores. Nesta sociedade
corrompida e perversa (Fp 2.15) em que o “mundo jaz no
maligno” (I Jo 5.19), não é de se estranhar que a humanidade
viva no seu dia-a-dia, “uma inversão dos valores e dos padrões
morais” (Is 5.20).
3.3 Através da mídia e dos meios de comunicação. Nenhum
de nós pode negar a importância dos meios de comunicação
para a sociedade moderna. No entanto, é notório que estes
estão sendo utilizados a serviço do mal do que do bem. Através
dos meios de comunicação a família tem sido bombardeada por
uma verdadeira onda de pornografia através de estímulos às
práticas pecaminosas e diabólicas.
3.4 Através da internet. Quase tudo hoje é possível fazer
através da internet: ler, vender, comprar, pesquisar etc.
Quando bem utilizada, ela pode até servir para o crescimento e
edificação espiritual. No entanto, a grande maioria dos
internautas veem na internet a oportunidade de praticarem
atos imorais, tais como: pedofilia, sexo virtual, acessar sites
pornográficos etc.
3.5 Através da Televisão. Ninguém pode negar a eficiência da
televisão como meio de comunicação. Se usada de maneira
adequada, ela é de grande utilidade. No entanto, a programação
televisiva, em boa parte, está comprometida com o reino das
trevas. A TV modifica a visão das coisas. Sua programação
estimula a infidelidade, o homossexualismo, o divórcio, a
violência etc. Suas programações estão trazendo prejuízos
irreparáveis para a família quando não é usada
adequadamente.

80
IV - COMO OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO PREJUDICAM A
VIDA DOS ADOLESCENTES?

Hoje em dia a grande moda é a Pós-modernidade, ela está


atingindo a cultura, a arte, a sociedade, e tem chegado
infelizmente à algumas igrejas. O grande problema é que uma
das questões que a Pós-modernidade discorda é exatamente
sobre a “verdade absoluta” e esse é para nós, um ponto que não
deve ter discussão. Vejamos como isto tem acontecido:

4.1 Roubando o tempo à devoção familiar. Quantos cristãos


que “por falta de tempo” não oram, não leem a Bíblia, não
participam do culto doméstico, mas, gastam horas a fio nos
programas e entretenimento dos meios de comunicação.

4.2 Levando o “lixo” do mundo para dentro do lar. A


maioria dos programas incentiva a prática do adultério, da
prostituição, do homossexualismo, do uso de drogas etc,
destruindo os valores morais e espirituais da família.

4.3 Impedindo a família de ir à Casa de Deus. Quantas


famílias que deixam de frequentar a igreja, por causa dos meios
de comunicação. Ir à igreja, para muitos cristãos, tornou-se um
fardo pesado, pois preferem estar diante de um vídeo que estar
na presença de Deus.

V - PERIGOS TRAZIDOS PELA PÓS-MODERNIDADE NA VIDA


DOS ADOLESCENTES
Um teclado, um monitor e o mundo, literalmente um mundo
pela frente. Assim é a Web; incontestavelmente um veículo
altamente influenciado pelo maligno, e sabiamente usado por
ele; que no anonimato da virtualidade oferece aos adolescentes

81
despercebidos um campo minado e perigoso. Vejamos alguns
destes perigos:
5.1 A perda do princípio da lealdade incondicional à Cristo. Não
se pode obedecer a Cristo e ao mesmo tempo agradar ao
mundo (1 Jo 2:15-17), pois, quem ama a Jesus obedece os seus
mandamentos (Jo 14:21; 15:14; Mc 8:34; Lc 9:23).

5.2 A perda do princípio da fé. O crente que tem sua fé firme


em Cristo, não precisa recorrer a modelos humanos ou lógicos
para posicionar-se quanto ao seu comportamento ético diante
das situações (Rm 14:22,23), pois a Bíblia é nossa regra de fé e
prática (2 Tm 3:14-17).

5.3 A perda do princípio da licitude e da


conveniência. “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas
me convêm;” todas as coisas me são lícitas, mas eu não me
deixarei dominar por nenhuma (...)”(1 Co 10:12,23). Esse
critério orienta o adolescente a que não faça as coisas porque
são lícitas, mas porque são lícitas e convêm, à luz do referencial
ético da Palavra de Deus (Sl 119.105).

5.4 A perda do princípio da licitude e da edificação. “todas


as coisas me são lícitas, mas nem todas edificam” (1 Co
10:23b). Tudo o que o adolescente fizer, deve ter como objetivo
a edificação (Sl 103:1).

5.5 A perda do princípio da glorificação a Deus. “Portanto,


quer comais, quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei
tudo para a glória de Deus” ( 1 Co 10:31). Tudo o que o
adolescente fizer deve objetivar a glória de Deus, pois para isto
é que fomos criados (Ef 1:12).

82
5.6 A perda do princípio de fazer para o Senhor. “E, tudo
quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor e
não aos homens” (Cl 3:23). O nosso amor e gratidão a Deus
devem ser os princípios norteadores de nosso serviço ao
Senhor.

IV - FERRAMENTAS PARA VENCERMOS OS EFEITOS DA PÓS-


MODERNIDADE
Satanás lança mão de todos os meios possíveis para induzir ao
erro o povo de Deus. Como igreja do Senhor, estejamos
devidamente preparados, alicerçados na Palavra de Deus, para
detectar e combater suas muitas sutilezas. A Bíblia adverte-
nos: “Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por
meio de filosofias e vãs sutilezas [...]” (Cl 2.8). Um dos maiores
desafios da igreja nestes últimos dias é lutar contra os enganos
e os ardis do Inimigo. Mas, como podemos vencer as influências
da Pós-Modernidade?
 Através da Palavra de Deus (Ef 6.17; Hb 4.12);
 Através da Oração a Deus (1Ts 5.17; Is 65.24);
 Ser fortes na Comunhão com Cristo (1 Co 1.9; At 2.42);
 Ser fortes na participação (Mc 16.15; At 5.32);
 Ser fortes na identidade cristã (At 5.28,29);
 Fugir do pecado, como José (Gn 39.12; Is 59.2);
 Guardar - nos da contaminação, como Daniel (Dn 1.8);
 Ouvir a voz de Deus, como Samuel (1Sm 3.1-10);
 Pelo poder do Espírito de Deus (1Tm 1.7; Lc 24.49).

CONCLUSÃO
Neste mundo dominado pela visão pós-moderna que enfatiza o
relativismo moral, a Igreja de Cristo encontra na sociedade um
de seus maiores desafios que é o de ser “sal da terra e luz do
83
mundo”, pois mesmo sendo a comunidade dos fiéis, não está
imune aos ataques de Satanás, que como Paulo diz, só serão
neutralizados “pelo escudo da fé” (Ef 6:16).

REFERÊNCIAS
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
CHAMPLIM, R.N. Enciclopédia de Filosofia e Teologia. Hagnos.
RENOVATO, Elinaldo. Perigos da Pós-Modernidade. CPAD.
COLSON, Charles; PEARCY, Nancy. E agora, como viveremos? CPAD.

84
O adolescente cristão e os perigos da
Pós-modernidade
A época atual é marcada por fenômenos que representam um
divisor de águas com a chamada Pós-Modernidade, pois ela é
caracterizada por mudanças significativas provocadas e vividas
pelo homem.
Hoje podemos dizer que vivemos a cibercultura, que
rapidamente altera costumes e estilos de vida do mundo
contemporâneo, especialmente no que diz respeito à educação
dos adolescentes e jovens conhecidos como infomaníacos que
passam horas conversando virtualmente “On-line” com
estranhos anônimos. Consultar alguns livros na biblioteca
pública é uma atividade praticamente pré-histórica, pois a
informação nunca foi tão facilmente encontrada como ocorre
através dos “Sites”. A época atual é marcada por fenômenos
que representam um divisor de águas com a chamada Pós-
Modernidade, pois ela é caracterizada por mudanças
significativas provocadas e vividas pelo homem como a
globalização e um novo modo de cultura. Por conta disso, a
Pós-Modernidade é traçada como a época das incertezas, das
fragmentações, da troca de valores, do vazio, do imediatismo,
da efemeridade, do hedonismo, da substituição da ética pela
estética, do narcisismo, do consumo de sensações e do fim dos
grandes discursos éticos.

I – DEFINIÇÃO DE PÓS-MODERNIDADE
Pós-Modernidade (grego “pós” = que vem depois) é o estado ou
condição de estar “após ou depois” da conhecida Era Moderna.
É o que vem depois ou em reação ao que é moderno.
Modernidade é definida como um período ou condição

85
identificado com a Era Progressiva, a Revolução Industrial, ou o
Iluminismo.

II – PERIGOS DA PÓS-MODERNIDADE NA VIDA DOS


ADOLESCENTES
Hoje devido à velocidade de informação sem fronteiras, através
da Internet no uso de meios como: WhatsApp, Instagram,
Sexting, Facebook, Twitter, MSN, Blogs, TV, como também
cinema, revistas, jornais, celular, MP3, Smartphones, Táblets,
etc. Uma enorme gama de informações (na maioria das vezes
nocivas), são despejadas sobre os adolescentes. A maioria deles
cresce com um mouse em uma mão, um controle remoto na
outra e um monitor à sua frente. Eles estão sempre conectados
e ativos no mundo cibernético “On-line”. Para eles a Web
(internet) é uma fonte primária e imprescindível de
informações. A mídia tem o poder de persuasão, e muitos
adolescentes são enredados em costumes e atos
aparentemente “inocentes”, sem se aperceber do perigo que
isso representa à vida espiritual. Vejamos alguns perigos da
chamada Pós-Modernidade face a internet:
Qualquer pessoa pode colocar suas ideias na Internet (Is 5.20;
1Co 15.33; Mt 5.13-16; At 17.11; Rm 12.2);
A censura da Internet é praticamente impossível (Pv 4.20-27;
23.5; Fl 4.8; Ef 5.11-14; Hb 4.13);
A disponibilidade de muitas informações convida o adolescente
a ficar viciado na rede (Ef 5:15-17);
A prática da prostituição virtual é real (Pv 21.2; Sl 7.9; 17.3;
119.37; 139.1; 1Ts 4.7 ; Cl 4.6; Ap 2.23).

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III – COMO O INIMIGO ATACA OS ADOLESCENTES NA ERA
PÓS-MODERNA
Desde a sua origem que a família tem sido alvo de constantes
ataques do reino das trevas. Quer seja através da inversão dos
valores (Is 5.20), da música ou dos meios de comunicação (2Co
4.4), o diabo tem investido fortemente contra a célula mãe da
sociedade. Vejamos, então, alguns desses ataques na vida dos
adolescentes:
3.1 Através da inversão dos valores. Nesta sociedade
corrompida e perversa (Fp 2.15) em que o “mundo jaz no
maligno” (I Jo 5.19), não é de se estranhar que a humanidade
viva no seu dia-a-dia, “uma inversão dos valores e dos padrões
morais” (Is 5.20).
3.3 Através da mídia e dos meios de comunicação. Nenhum
de nós pode negar a importância dos meios de comunicação
para a sociedade moderna. No entanto, é notório que estes
estão sendo utilizados a serviço do mal do que do bem. Através
dos meios de comunicação a família tem sido bombardeada por
uma verdadeira onda de pornografia através de estímulos às
práticas pecaminosas e diabólicas.
3.4 Através da internet. Quase tudo hoje é possível fazer
através da internet: ler, vender, comprar, pesquisar etc.
Quando bem utilizada, ela pode até servir para o crescimento e
edificação espiritual. No entanto, a grande maioria dos
internautas veem na internet a oportunidade de praticarem
atos imorais, tais como: pedofilia, sexo virtual, acessar sites
pornográficos etc.
3.5 Através da Televisão. Ninguém pode negar a eficiência da
televisão como meio de comunicação. Se usada de maneira
adequada, ela é de grande utilidade. No entanto, a programação
87
televisiva, em boa parte, está comprometida com o reino das
trevas. A TV modifica a visão das coisas. Sua programação
estimula a infidelidade, o homossexualismo, o divórcio, a
violência etc. Suas programações estão trazendo prejuízos
irreparáveis para a família quando não é usada
adequadamente.

IV - COMO OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO PREJUDICAM A


VIDA DOS ADOLESCENTES?
Hoje em dia a grande moda é a Pós-modernidade, ela está
atingindo a cultura, a arte, a sociedade, e tem chegado
infelizmente à algumas igrejas. O grande problema é que uma
das questões que a Pós-modernidade discorda é exatamente
sobre a “verdade absoluta” e esse é para nós, um ponto que não
deve ter discussão. Vejamos como isto tem acontecido:

4.1 Roubando o tempo à devoção familiar. Quantos cristãos


que “por falta de tempo” não oram, não leem a Bíblia, não
participam do culto doméstico, mas, gastam horas a fio nos
programas e entretenimento dos meios de comunicação.

4.2 Levando o “lixo” do mundo para dentro do lar. A


maioria dos programas incentiva a prática do adultério, da
prostituição, do homossexualismo, do uso de drogas etc,
destruindo os valores morais e espirituais da família.
4.3 Impedindo a família de ir à Casa de Deus. Quantas
famílias que deixam de frequentar a igreja, por causa dos meios
de comunicação. Ir à igreja, para muitos cristãos, tornou-se um
fardo pesado, pois preferem estar diante de um vídeo que estar
na presença de Deus.

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V – PERIGOS TRAZIDOS PELA PÓS-MODERNIDADE NA VIDA
DOS ADOLESCENTES
Um teclado, um monitor e o mundo, literalmente um mundo
pela frente. Assim é a Web; incontestavelmente um veículo
altamente influenciado pelo maligno, e sabiamente usado por
ele; que no anonimato da virtualidade oferece aos adolescentes
despercebidos um campo minado e perigoso. Vejamos alguns
destes perigos:
5.1 A perda do princípio da lealdade incondicional à
Cristo. Não se pode obedecer a Cristo e ao mesmo tempo
agradar ao mundo (1 Jo 2:15-17), pois, quem ama a Jesus
obedece os seus mandamentos (Jo 14:21; 15:14; Mc 8:34; Lc
9:23).

5.2 A perda do princípio da fé. O crente que tem sua fé firme


em Cristo, não precisa recorrer a modelos humanos ou lógicos
para posicionar-se quanto ao seu comportamento ético diante
das situações (Rm 14:22,23), pois a Bíblia é nossa regra de fé e
prática (2 Tm 3:14-17).

5.3 A perda do princípio da licitude e da


conveniência. “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas
me convêm;” todas as coisas me são lícitas, mas eu não me
deixarei dominar por nenhuma (...)”(1 Co 10:12,23). Esse
critério orienta o adolescente a que não faça as coisas porque
são lícitas, mas porque são lícitas e convêm, à luz do referencial
ético da Palavra de Deus (Sl 119.105).

5.4 A perda do princípio da licitude e da edificação. “todas


as coisas me são lícitas, mas nem todas edificam”
(1 Co 10:23b). Tudo o que o adolescente fizer, deve ter como
objetivo a edificação (Sl 103:1).
89
5.5 A perda do princípio da glorificação a Deus. “Portanto,
quer comais, quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei
tudo para a glória de Deus” ( 1 Co 10:31). Tudo o que o
adolescente fizer deve objetivar a glória de Deus, pois para isto
é que fomos criados (Ef 1:12).

5.6 A perda do princípio de fazer para o Senhor. “E, tudo


quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor e
não aos homens” (Cl 3:23). O nosso amor e gratidão a Deus
devem ser os princípios norteadores de nosso serviço ao
Senhor.

IV - FERRAMENTAS PARA VENCERMOS OS EFEITOS DA PÓS-


MODERNIDADE
Satanás lança mão de todos os meios possíveis para induzir ao
erro o povo de Deus. Como igreja do Senhor, estejamos
devidamente preparados, alicerçados na Palavra de Deus, para
detectar e combater suas muitas sutilezas. A Bíblia adverte-
nos: “Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por
meio de filosofias e vãs sutilezas [...]” (Cl 2.8). Um dos maiores
desafios da igreja nestes últimos dias é lutar contra os enganos
e os ardis do Inimigo. Mas, como podemos vencer as influências
da Pós-Modernidade?
Através da Palavra de Deus (Ef 6.17; Hb 4.12);
Através da Oração a Deus (1Ts 5.17; Is 65.24);
Ser fortes na Comunhão com Cristo (1 Co 1.9; At 2.42);
Ser fortes na participação (Mc 16.15; At 5.32);
Ser fortes na identidade cristã (At 5.28,29);
Fugir do pecado, como José (Gn 39.12; Is 59.2);
Guardar - nos da contaminação, como Daniel (Dn 1.8);
Ouvir a voz de Deus, como Samuel (1Sm 3.1-10);

90
Pelo poder do Espírito de Deus (1Tm 1.7; Lc 24.49).

Neste mundo dominado pela visão pós-moderna que enfatiza o


relativismo moral, a Igreja de Cristo encontra na sociedade um
de seus maiores desafios que é o de ser “sal da terra e luz do
mundo”, pois mesmo sendo a comunidade dos fiéis, não está
imune aos ataques de Satanás, que como Paulo diz, só serão
neutralizados “pelo escudo da fé” (Ef 6:16).

REFERÊNCIAS
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
CHAMPLIM, R.N. Enciclopédia de Filosofia e Teologia. Hagnos.
RENOVATO, Elinaldo. Perigos da Pós-Modernidade. CPAD.
COLSON, Charles; PEARCY, Nancy. E agora, como viveremos? CPAD.

91
O adolescente cristão e suas amizades
No que se diz respeito a bons amigos todos devemos ter, e eles
são muito importante para o relacionamento humano.
O ser humano foi criado como um ser social, não foi projetado
por Deus para viver sozinho e alienado. Entretanto, desde o
principio Deus sempre se preocupou com o tipo de pessoas
com quem seu povo se relaciona. A Amizade é um sentimento
especial e não se compra, mas adquiri-se através de escolhas.
Por isso, faz-se necessário uma seleção preparada com
antecedência sob um olhar observatório. Em outras palavras,
escolher um bom amigo é optar por relacionamentos fieis em
todas as circunstâncias que nos influenciem positivamente e
desafiem melhoras em nosso caráter através das trocas de
conselhos sadios e puros.

I - ADOLESCENTES E AS AMEAÇAS DAS MÁS AMIZADES


No que se diz respeito a bons amigos todos devemos ter, e eles
são muito importante para o relacionamento humano. Afinal,
como reconhecer se as qualidades do meu amigo é a escolha
certa para uma verdadeira amizade? O bom amigo é alguém
que: a) encoraja (Ec 4.9-11); b) é um bom conselheiro (Pv 27.5-
6); e c) percebe o nosso potencial (Tm 4.12). E para termos
uma boa amizade precisamos ser bons amigos.“(...) Muitas
pessoas são amigas de ocasião, ficam por perto quando a
amizade os beneficia e afasta-se quando não conseguem tirar
proveito do relacionamento. Pense sobre seus amigos e avalie
sua lealdade para com eles. Seja o tipo de amigo verdadeiro que
a Bíblia nos encoraja a ser” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal,
2012, p. 854).

92
1.1 Definição da palavra amizade. Amizade do latim
“amicus”; que significa amigo, que possivelmente se derivou de
“amore”; que é amar. É uma relação afetiva entre duas ou mais
pessoas. Em sentido amplo, é um relacionamento humano que
envolve o conhecimento mútuo, afeição e lealdade. O dicionário
da língua portuguesa define como: “sentimento de grande
afeição e fidelidade, simpatia, apreço entre pessoas”
(FERREIRA, 2004, p. 121). É o relacionamento que as pessoas
têm de afeto por outra, que possuem um sentimento proteção.
Algumas bases do sentimento de amizade são a reciprocidade
do afeto, ajuda mútua, compreensão, fidelidade e confiança.

1.2 De acordo com as amizades que cultivamos, podemos


ter nossa personalidade bem formada, ou deformada (1Co
15.33; Rm 16.17; 2 Co 6.14-17). Os jovens e adolescentes
cristãos correm o risco de ser envolvidos por amizades ímpias
e muitos caem em armadilhas, envolvendo-se com drogas, sexo
ilícito, desobediência e violência. É preciso saber escolher os
amigos. Diz o salmista: “Companheiro sou de todos os que te
temem e dos que guardam os teus preceitos” (Sl 119.63).

II - INSTRUÇÕES SOBRE AS AMIZADES


Alguém disse que “nenhum homem é uma ilha isolada”. De fato,
se refletirmos nessa afirmativa a partir de um ponto de vista
social, chegaremos à conclusão de que não é possível vivermos
solitariamente. No entanto, devemos ter muito cuidado com
nossas amizades. Vejamos:

2.1 As Escrituras nos orientam sobre a escolha dos nossos


amigos. Os amigos têm muita influência em nossas vidas: "O
justo serve de guia para o seu companheiro, mas o caminho dos
perversos os faz errar" (Pv 12.26). Por este motivo, a escolha

93
de amigos é um assunto de grande importância: "Quem anda
com os sábios será sábio, mas o companheiro dos insensatos se
tornará mau" (Pv 13.20). No final de contas, nossas escolhas
não envolvem apenas pessoas, mas decidem a nossa direção na
vida e na eternidade também.

2.2 A amizade com o mundo é inimizade com Deus. Tiago


frisou bem este fato quando perguntou: "Infiéis, não
compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus?
Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se
inimigo de Deus" (Tg 4.4). O mesmo livro fala de um homem de
grande fé que rejeitou os caminhos errados de outros homens e
mostrou a sua lealdade ao Senhor: "Foi chamado amigo de
Deus" (Tg 2.23). Devemos escolher bons amigos que nos
ajudarão, especialmente em termos espirituais e morais (Dn
2.17,18).

2.3 As más influências das amizades. Devemos ter cuidado


com pessoas que não amam a Deus e não respeitam a sua
Palavra e nos oferecem a sua amizade. Temos que influenciar
tais pessoas pela nossa fé e o exemplo de uma vida reta (Jr
15.19). O próprio Jesus fez questão de ter contato com
pecadores, oferecendo-lhes a Palavra eterna de salvação (Lc
15.1; Mt 9.10-13). O perigo vem quando não confessamos a
nossa fé no meio de uma geração perversa (Mc 8.38; Fp 2.15).
Ao invés de conduzir outros a Cristo, deixamos as más
influências nos corromperem. O insensato evita pessoas que o
corrigem e o criticam, procurando aprovação acima de
sabedoria (Pv 15.12,14). Ninguém gosta de ser corrigido, mas
todos nós precisamos de amigos que nos amam ao ponto de
mostrar os nossos erros (Pv 27.5-6).

94
2.4 A As más amizades nos induzem a pecar contra
Deus. Infelizmente, observamos a tragédia espiritual na vida
de muitas pessoas hoje pelo nosso adversário. Quantos jovens
são induzidos a usar drogas, ou até de se tornar traficantes, a
desobedecerem aos pais pela influência de "amigos"? Quantos
se integram a gangues e acabam cometendo vários tipos de
crime? A Bíblia nos orienta a nos afastar deste tipo de amizade
(Pv 1.10-16). Alguns dos amigos mais perigosos são aqueles
que sempre concordam conosco, apoiando-nos mesmo nas
coisas erradas. "Melhor é ouvir a repreensão do sábio do que
ouvir a canção do insensato" (Ec 7.5). O amigo verdadeiro nos
corrige, nos ensina o caminho correto e a pessoa sábia procura
ter amigos com coragem e convicção para a repreender quando
for necessário (Pv 9.8; 15.12).

2.5 Algumas amizades precisam ser totalmente


evitadas. Nossa amizade deve ser bem escolhida (Sl 1.1).
Quando outros querem nos conduzir ao erro, precisamos sair
correndo: "Foge da presença do homem insensato, porque nele
não divisarás lábios de conhecimento. A sabedoria do prudente
é entender o seu próprio caminho, mas a estultícia dos
insensatos é enganadora. Os loucos zombam do pecado, mas
entre os retos há boa vontade" (Pv 14.7-9).

2.6 Devemos evitar amizades negativas. Infelizmente o fato


de alguém participar de uma igreja ou se dizer cristão não é
garantia de uma amizade saudável e edificante. Moisés avisou
sobre parentes e amigos que incentivam os servos de Deus a
servir outros deuses e mandou que não concordassem, nem
ouvissem, nem olhassem com piedade para aqueles falsos
amigos: “Se teu irmão, filho da tua mãe, ou teu filho, ou a tua
filha, ou a mulher do teu regaço ou o teu amigo mais íntimo, te
incitar […] não o atenderás nem os ouvirás [..]” (Dt 13.6-8).
95
Paulo diz: "Não vos enganeis: as más conversações corrompem
os bons costumes" (1Co 15.33). Alguns aproveitam a amizade
para induzir outros a serem desobedientes. Temos que julgar a
árvore pelos frutos (Mt 7.15-20), retendo o que é bom e nos
abstendo de toda forma de mal (1Ts 5.21-22).

III - A BÍBLIA E AS AMIZADES


As Escrituras nos aconselham sobre as responsabilidades de
amigos fiéis e verdadeiros (Sl 101.6). "Mais vale o vizinho perto
do que o irmão longe" (Pv 27.10). "O olhar de amigo alegra ao
coração; as boas-novas fortalecem até os ossos" (Pv 15.30).
Não devemos abusar da amizade, causando aborrecimentos:
"Não sejas frequente na casa do teu próximo, para que não se
enfade de ti e te aborreça" (Pv 25.17). Não devemos abandonar
nem trair os nossos amigos (Pv 27.10). Amigos verdadeiros
não são interesseiros, mas aqueles companheiros fiéis que
ficam nos bons tempos e nos maus: "Em todo tempo ama o
amigo, e na angústia se faz o irmão" (Pv 17.17). A amizade
verdadeira traz benefícios mútuos: "Como o ferro com o ferro
se afia, assim, o homem, ao seu amigo" (Pv 27.17). As
orientações bíblicas são valiosas para nos guiar em fazer e
manter boas amizades. Vejamos exemplos de amizades boas e
más:

3.1 Davi e Jônatas exemplo de uma boa amizade. Talvez a


mais conhecida amizade na história bíblica seja a de Davi com
Jônatas, filho do rei Saul. O ciumento rei tentou matar o jovem
Davi, escolhido por Deus como seu sucessor. Pelo mesmo
motivo, Jônatas poderia ter olhado para Davi com inveja ou
ódio. Se Deus não tivesse nomeado Davi, o próprio Jônatas
seria rei depois da morte de Saul. Mas Jônatas não mostrou tais
atitudes. Ele manteve uma amizade especial com Davi durante

96
toda a sua vida. Quando Saul tentou matar Davi, foi Jônatas
quem protegeu o seu amigo (1Sm 20). Davi lamentou
amargamente a morte deste amigo excepcional (2Sm 1.17-27).
Mesmo depois da morte de Jônatas, Davi mostrou bondade
para com seu filho aleijado, Mefibosete (2Sm 9).

3.2 Amnon e Jonadabe exemplo de uma má


amizade. Amnon, um dos filhos de Davi, não escolheu seus
amigos como o fez o seu pai. Ao invés de cultivar amizades
boas e saudáveis, ele escolheu como companheiro seu primo
Jonadabe (2Sm 13.3). A Bíblia diz que ele era sagaz, e o mesmo
se diz de Satanás (Gn 3.1). Quando Amnon falou com este
amigo sobre os seus desejos errados pela própria irmã,
Jonadabe teve uma oportunidade excelente para corrigir e
ajudar o seu primo. Infelizmente, ele fez ao contrário. Ele
"ajudou" Amnon a descobrir uma maneira de violentar a
própria irmã. Além de levar Amnon a humilhar e odiar a moça
inocente e a magoar profundamente o seu pai (2Sm 13.4-21), o
conselho de Jonadabe levou à morte do próprio Amnon (2Sm
13.22-36). Jonadabe até teve coragem de tentar confortar Davi
depois da morte de Amnon.

3.2.1 Roboão e seus amigos exemplo de uma má


amizade. Roboão, neto de Davi, se tornou rei depois da morte
de Salomão. No início do seu reinado, ele procurou conselho de
várias pessoas antes de tomar uma decisão importantíssima.
Ele valorizou a amizade com seus colegas acima da sabedoria
dos homens mais velhos e experientes (1Rs 12.7-11). A "ajuda"
destes amigos contribuiu para a divisão do reino e diminuiu
muito a influência de Roboão. Nossos amigos podem falar
coisas que nos agradam, mas devemos dar ouvidos à sabedoria
de pessoas mais idôneas.

97
3.3 De tudo que a Bíblia fala sobre amizades, devemos
aproveitar algumas lições importantes. Entre elas: a)
Escolher cuidadosamente os nossos amigos, evitando amizades
que nos levam ao pecado; b) Valorizar amigos que nos
corrigem quando erramos; c) Cortar amizades que prejudicam
a nossa vida espiritual, especialmente quando os "amigos"
incentivam o pecado e participação em religiões falsas; d) Ser
amigos fiéis e de confiança, especialmente nos momentos
difíceis quando os amigos mais precisam de nós; e) Sempre
manter nossa relação com Deus acima de qualquer amizade
humana, confessando a nossa fé no meio de uma geração
perversa. Quando se trata de amizade, devemos valorizar
qualidade, e não quantidade: "O homem que tem muitos
amigos sai perdendo, mas há amigo mais chegado do que um
irmão" (Pv 18.24).
IV - O ADOLESCENTE CRISTÃO E SUAS AMIZADES
Em todo o Antigo Testamento há advertências severas de Deus
quanto a mistura, acordos e relacionamento com povos pagãos
e idólatras. O povo de Israel não deveria fazer alianças
políticas, econômicas e nem sociais com eles. É lógico que a
razão de tal proibição não é que Deus faz algum tipo de acepção
de pessoas, como se gostasse de uns e odiasse outros. Sabendo
que Deus ama a todos, qual seria então a razão de todo este
cuidado? Por que precisamos ser seletivos e criteriosos em
relação as pessoas que entram em nosso circulo de amizade?.
Isto se dá por pelo menos três razões, notemos:

4.1 Porque em toda amizade haverá sempre uma troca de


influência. É cientificamente comprovado que somos seres
miméticos (ou seja, reproduzimos, copiamos trejeitos,
comportamentos daqueles com quem convivemos). Se
convivemos com um mentiroso em breve estaremos também
98
contando mentiras; com gente preguiçosa que não quer saber
de estudar em breve nossa paixão pelos estudos e trabalho
diminuirá; se anda com colegas violentos, imorais, que ouvem
músicas com letras profanas, sujas em pouco tempo isso se
manifestará em nossos comportamentos. A linha que divide
convivência e envolvimento é muito fina, e quase sempre é
ultrapassada, na maioria das vezes sem perceber (1Co 15.33;
Dt 13.6-8; Mt 7.15-20).

4.2 Porque nossos relacionamentos podem ser a razão de


nosso sucesso ou fracasso. Ora, se os relacionamentos tem o
poder de me influenciar e de até mesmo estragar meu caráter
eles também podem comprometer meu futuro. Devemos ter
muito cuidado com as pessoas que nos convidam a entrar em
nossa vida (amigos, namorado etc) elas podem matar nossos
sonhos, nos desanimar, nos tirar do caminho de sucesso e nos
colocar no caminho do fracasso.

4.3 Porque nossos relacionamentos podem nos aproximar


ou nos afastar de Deus. Este sempre foi o problema do povo
de Israel. Toda vez que faziam alianças ou tentavam imitar seus
vizinhos pagãos se afastavam de Deus caindo no mesmo erro
deles e sofrendo o juízo de Deus (Êx 12.38; Nm 11.4; Jz 1.1-3; Sl
106.35). Há muitos descomprometidos com Deus; que não ora,
não lê a Bíblia, não frequenta EBD, cultos de oração, de
doutrinas etc. Na Bíblia todos que andaram com grandes
homens se tornaram uma bênção como: Josué, Eliseu, Timóteo
etc. E isto acontece, porque também há influencias positivas.
Avalie e selecione melhor suas amizades; preserve as
proveitosas, que edificam, que te tornam uma pessoa melhor,
mas elimine aquelas que trazem o oposto disso.

99
CONCLUSÃO
Amigo é alguém que adquire sua confiança por causa da
convivência, alguém que sempre fala a verdade, alguém que o
ama e o respeita apesar dos seus defeitos, alguém que sente
sua falta. O amigo é alguém que nunca deixa de amar, e se faz
presente na angústia, como um irmão (Pv 17.17). É alguém que
adquire sua confiança por causa da convivência, alguém que
sempre fala a verdade pra você, alguém que o ama e o respeita
apesar dos seus defeitos, alguém que sente sua falta.

REFERÊNCIAS
COLSON, C.; PEARCEY, N. O cristão na cultura de hoje. RJ: CPAD, 2006.
COLSON, Charles; PEARCY, Nancy. E agora, como viveremos? RJ: CPAD, 2009.
GILBERTO, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. RJ: CPAD, 2010.
PALMER, M. D. (ed.) Panorama do pensamento cristão. RJ: CPAD, 2001.
RENOVATO, Elinaldo. Perigos da Pós-Modernidade. RJ: CPAD, 2010.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995.
PEARCEY, N. Verdade absoluta. RJ: CPAD, 2006.

100
Como escolher suas amizades
Amizades são muito importantes em nossa vida. Elas
contribuem grandemente em nossa formação e modo de vida.
Delas surgem os relacionamentos mais profundos que
definirão coisas importantes como com quem vamos nos casar
e que tipo de pessoas vamos ser. As amizades são
desenvolvidas primeiro em família e depois na convivência da
igreja, escola, vizinhança, etc. Mas nem todos os nossos
conhecidos serão nossos colegas ou companheiros. Da mesma
forma, nem todos os companheiros (de classe, trabalho, etc.)
serão nossos amigos de fato. Muitas vezes, aqueles que
consideramos amigos são apenas companheiros ou colegas e
muitas vezes maus companheiros.
A Bíblia nos dá muitas orientações a respeito de amizades. Ela
fala da importância dos bons amigos e nos avisa sobre os
perigos das más companhias através de várias exortações e
ricos exemplos. Somos exortados por Deus, através da Bíblia, a
ter sérios e bons cuidados com relação à escolha de nossos
amigos, pois eles têm muita influência em nossas vidas, pois
nos afirma Pv 13.20: “O que anda com os sábios ficará sábio,
mas o companheiro dos tolos será destruído”.
Na verdade, a partir do momento em que escolhemos nossas
amizades, não são apenas pessoas que estamos escolhendo,
mas o rumo que nossas vidas terão. Ao escolhermos a amizade
de pessoas que praticam coisas contrárias a Deus, estamos
escolhendo o mundo e rejeitando a Ele. Sobre isto, vejamos o
que nos afirma Tg 4.4: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós
que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto,
qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo
de Deus”.

101
Então: CUIDADO COM AS AMIZADES - A escolha de bons
amigos nos ajudará em muitos aspectos, especialmente em
termos espirituais.
É muito fácil fazer uma má escolha. Pessoas que não amam a
Deus e não respeitam a Sua Palavra costumeiramente nos
oferecem sua amizade e, muitas vezes, parecem atrativas a nós.
É certo que, se já somos crentes em Cristo, podemos e até
devemos nos relacionar com tais pessoas a fim de influenciá-las
pela nossa fé e exemplo de uma vida reta. Jesus mesmo fez
questão de ter contato com pecadores, levando a eles palavras
de salvação (Lc 15.1; Mt 9.10-13). Porém, há grande perigo
quando nos relacionamos com tais pessoas e nos envolvemos
com elas sem estarmos firmados em uma fé verdadeira. Nesses
casos, em lugar de conduzi-los a Cristo, acabamos permitindo
que as suas más influências nos corrompam. É por isso que a
Bíblia afirma:
“Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons
costumes (I Co 15.33).
“Quando te incitar teu irmão, filho da tua mãe, ou teu filho, ou
tua filha, ou a mulher do teu seio, ou teu amigo, que te é como a
tua alma, dizendo-te em segredo: Vamos, e sirvamos a outros
deuses que não conheceste, nem tu nem teus pais; dentre os
deuses dos povos que estão em redor de vós, perto ou longe de
ti, desde uma extremidade da terra até à outra extremidade;
não consentirás com ele, nem o ouvirás; nem o teu olho o
poupará, nem terás piedade dele, nem o esconderás” (Dt 13.6-
8).
Por não atentarem ao que diz a Palavra de Deus, infelizmente,
vemos até mesmo muitos filhos dos crentes caindo em grande
tragédia espiritual, sendo levados ao uso ou até ao tráfico de

102
drogas e à prática de outros crimes pela influência de "amigos".
Veja a orientação bíblica da parte de Deus sobre esta questão:
“Filho meu, se os pecadores querem seduzir-te, não o
consintas. Se disserem: Vem conosco, embosquemo-nos para
derramar sangue, espreitemos, ainda que sem motivo, os
inocentes; traguemo-los vivos, como o abismo, e inteiros, como
os que descem à cova; acharemos toda sorte de bens preciosos,
encheremos de despojos a nossa casa; lança a tua sorte entre
nós; teremos uma só bolsa. Filho meu, não te ponhas a caminho
com eles; guarda das suas veredas os pés; porque os seus pés
correm para o mal e se apressam a derramar sangue” (Pv
1.1:10-16).
Devemos ter cuidado com aquelas companhias que gostam de
confusão e que buscam a violência. Eles são perigosos até a si
mesmos. Vejamos o que nos diz a Bíblia acerca disso:
“Não sejas companheiro do homem briguento nem andes com
o colérico” (Pv 22.24).
Algumas amizades precisam ser totalmente evitadas. Devemos,
enquanto é tempo, nos afastar daqueles falsos amigos, que
querem nos incitar para desviar do Senhor e praticar o pecado.
Pois observe o que nos orienta a Palavra de Deus:
“Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho
dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se
assenta na roda dos escarnecedores” (Sl 1.1).
“Não porei coisa má diante dos meus olhos. Odeio a obra
daqueles que se desviam; não se me pegará a mim”(Sl 101.3).
Há outro tipo de falsos amigos que nos fazem mal, que são
aqueles atraídos por interesses. Podemos reconhecer esses
“amigos” por observar que o que eles querem é somente
usufruir daquilo que podemos lhes oferecer, seja material ou

103
algum outro tipo de favor. Precisamos ser sábios para enxergar
em tempo que estes não são realmente nossos amigos. Pessoas
que só estão à espera do que nós temos a lhe oferecer não são
amigas em sentido algum. Um exemplo bíblico disso é o da
parábola do filho pródigo. Lemos que ele tinha “amigos” ao seu
lado enquanto desfrutava da sua herança e ficou em abandono
total após o dinheiro acabar. Uma verdadeira amizade não é
propriamente estabelecida no interesse em “dar e receber”,
embora esse “dar e receber” seja necessário a ela como vamos
ver adiante. Por exemplo, vejamos um texto bíblico que nos
aponta sobre esta questão: “As riquezas granjeiam muitos
amigos, mas ao pobre, o seu próprio amigo o deixa” (Pv 19.4).
Devemos tomar cuidado, também, com aqueles que não
mostram lealdade a outras pessoas como colegas e familiares.
Se agem assim com eles, muito provavelmente agirão conosco
também. Pois: “O que rouba a seu próprio pai, ou a sua mãe, e
diz: Não é transgressão, companheiro é do homem destruidor”
(Pv 28.24).
Sempre corremos o risco de que nossa amizade e fidelidade
dedicadas a alguém, não sejam correspondidas. Jesus mesmo
sofreu a traição (embora ele já o soubesse desde sempre). Davi
também teve “amigos” que foram falsos com ele e o traíram
depois (Sl 35.11-16). Por que haveria de ser diferente conosco?
“Até o meu próprio amigo íntimo, em quem eu tanto confiava,
que comia do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar”
(Sl 41.9).
Alguns dos amigos mais perigosos são aqueles que sempre
concordam conosco, apoiando-nos mesmo nas coisas erradas.
Por concordarem e apoiarem nossas ideias e atitudes, eles
parecem “bons amigos”, mas poderemos observar que isso não
é verdade. Cuidado com as escolhas de amizades: “Melhor é

104
ouvir a repreensão do sábio, do que ouvir alguém a canção do
tolo” (Ec 7.5).
O amigo verdadeiro está pronto tanto para nos dar apoio e
palavras de aprovação amorosa quanto para nos repreender e
corrigir com palavras francas. A pessoa sábia procura ter
amigos com coragem e convicção para repreendê-la quando for
necessário. Por outro lado, o insensato evita pessoas que a
corrijam e critiquem, procurando aprovação em tudo que faz. É
claro que ninguém gosta de ser corrigido, mas todos nós
precisamos de amigos que nos amem tanto a ponto de ter a
coragem de apontar e nos ajudar com nossos erros.
Melhor é a repreensão franca do que o amor encoberto. Leais
são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são
enganosos. O óleo e o perfume alegram o coração; assim o faz a
doçura do amigo pelo conselho cordial (Pv 27.5, 6 e 9).
Dessa forma, devemos fazer um firme propósito como o de
Davi, de buscar cercar-nos de pessoas tementes a Deus.
“Companheiro sou de todos os que te temem e dos que
guardam os teus preceitos” (Sl 119.63).
Uma vez que escolhemos TER bons amigos, devemos buscar
SER bons amigos também! As Escrituras nos aconselham sobre
as responsabilidades de companheiros fiéis. Amigos contam
com a presença uns dos outros:
“Mais vale o vizinho perto do que o irmão longe. Como o ferro
com ferro se aguça, assim o homem afia o rosto do seu amigo”
(Pv 27.10 e 17). As orientações bíblicas são valiosas para nos
guiar em fazer e manter boas amizades.

Pb. Júlio César - IEADPE

105
Quais as características de um
verdadeiro amigo?
As orientações bíblicas são valiosas para nos guiar em fazer e manter
boas amizades.
Nesse sentido, três gerações da família de Davi nos servem de
exemplos de amizades boas e más.
Davi e Jônatas - Um exemplo maravilhoso de amizade profunda
e verdadeira é aquela mantida entre o próprio Davi e Jonatas.
Ela mostra como deve ser uma verdadeira amizade,
valorizando e amando aquela pessoa acima de nossos
interesses pessoais.
“E sucedeu que, acabando ele de falar com Saul, a alma de
Jônatas se ligou com a alma de Davi; e Jônatas o amou, como à
sua própria alma. E Jônatas e Davi fizeram aliança; porque
Jônatas o amava como à sua própria alma. E Jônatas se
despojou da capa que trazia sobre si, e a deu a Davi, como
também as suas vestes, até a sua espada, e o seu arco, e o seu
cinto” (I Sm 18.1, 3-4).
O rei Saul buscou incansavelmente matar Davi, escolhido por
Deus como seu sucessor. Jônatas, da mesma forma, poderia ter
olhado para Davi com inveja ou ódio, pois se Deus não tivesse
nomeado Davi, o próprio Jônatas seria rei depois da morte de
Saul. Jônatas não mostrou tal atitude mesquinha e mesmo
contrário a seu pai, manteve uma amizade especial com Davi
durante toda a sua vida. Quando Saul tentou matar Davi,
Jônatas protegeu seu amigo (I Sm 20). Davi lamentou
amargamente a morte desse amigo tão especial (II Sm 1.17-27).
Mesmo após a morte de Jônatas, Davi buscou exercer
benignidade para com o filho aleijado de seu amigo, Mefibosete
(II Sm 9), em cumprimento da aliança firmada por eles.
106
Amnon e Jonadabe - Amnon, um dos filhos de Davi, não
escolheu seus amigos do mesmo modo que seu pai. Em lugar de
cultivar boas amizades, escolheu como companheiro seu primo
Jonadabe (II Sm 13.3). Quando Amnon falou com este amigo
sobre os seus desejos errados pela própria irmã, Jonadabe teve
a oportunidade de corrigir e ajudar seu primo. Em lugar disso,
ele "ajudou" Amnon a arquitetar um plano para estuprar a
própria irmã. Além de levar Amnon a humilhar e odiar a moça
inocente e a magoar profundamente seu pai (II Sm 13.4-21), o
conselho de Jonadabe levou, afinal, à morte do próprio Amnon
(II Sm 13.22-36). Jonadabe ainda teve a falsidade de tentar
confortar Davi depois da morte de Amnon. Com certeza, esse
não foi um bom amigo.
Roboão e seus colegas - Roboão, neto de Davi, se tornou rei
depois da morte de Salomão. No início do seu reinado,
procurou conselho de várias pessoas antes de tomar uma
decisão importantíssima. Ele valorizou a amizade de seus
jovens colegas acima da sabedoria dos homens mais velhos e
experientes que haviam ajudado seu pai (I Rs 12.7-11). A
"ajuda" destes amigos contribuiu para a divisão do reino e
diminuiu muito a influência de Roboão. Nossos amigos podem
falar coisas que nos agradam, mas devemos dar ouvidos à
sabedoria de pessoas mais sábias.
Então, o que esperar de uma amizade?
O ideal de uma amizade é que ela possa ser vista como Davi
bem a definiu: “Uma aliança do Senhor” (I Sm 20.8). Isso
representa um pacto de fidelidade irrevogável.
É no momento de aflição e necessidade que mais precisamos
ter ou ser amigos verdadeiros. Em uma relação de amizade,
mesmo quando um se mostra fora do temor de Deus, o outro
amigo deve agir com compaixão, ajudando-o e buscando trazê-

107
lo de volta ao bom caminho e não se fazendo companheiro dele
em seus erros.
“Ao que está aflito devia o amigo mostrar compaixão, ainda ao
que deixasse o temor do Todo-Poderoso” (Jó 6.14).
Nos piores momentos é que o amigo cresce e oferece o melhor
de si. Nesse sentido é que a Escritura diz que ele se faz mais
que um amigo, tornando-se um irmão.
“Em todo o tempo ama o amigo e para a hora da angústia nasce
o irmão” (Pv 17.17).
Todos nós precisamos de amigos verdadeiros que estejam ao
nosso lado e nos auxiliem em certos momentos da vida.
“Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai
do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante”
(Ec 4.10).
Mas, como podemos conhecer um amigo verdadeiro?
1. Um amigo é alguém que está do nosso lado ainda quando
todos nos abandonam
A Bíblia diz: “Em todo tempo ama o amigo, e na angústia se faz
o irmão” (Pv 17.17). Um amigo é o primeiro a entrar, depois de
todos terem abandonado a casa. Ele se aproxima não para
tirar-lhe algo, mas para oferecer-lhe tudo, sua amizade.
2. Um amigo é alguém que não precisa usar máscaras para
desfrutar de intimidade
A Bíblia diz: “… há amigo mais chegado do que um irmão” (Pv
18.24). Um amigo verdadeiro não precisa de formalidades e
convenções para se aproximar de nós. Ele nos conhece e nos
ama não apenas por causa das nossas virtudes, mas também
apesar dos nossos defeitos. O verdadeiro amigo é aquele que
está perto nas horas de celebração e também nos tempos de
108
choro. Ele é capaz de chorar conosco na dor e cantar conosco
nos dias de festa. A verdadeira amizade derruba paredes e
constrói corredores; nivela os vales e constrói pontes. A Bíblia
destaca a amizade de Davi e Jônatas. Essa amizade foi santa,
íntegra e fiel. Esses dois jovens buscavam o bem um do outro.
Eles protegiam um ao outro. Um amigo verdadeiro não se nutre
de suspeitas nem dá ouvidos à intriga. Não há amizade sem
lealdade. A intriga é o verdugo da amizade. A amizade é
edificada sobre o fundamento da verdade e cresce com o
cultivo da intimidade.
3. Um amigo é alguém que prefere o desconforto do confronto à
comodidade da omissão
Por exemplo: A Bíblia diz: “Como o ferro com o ferro se afia,
assim o homem ao seu amigo” (Pv 27.17). Uma amizade
verdadeira não é construída sobre a cumplicidade no erro, mas
sobre o confronto da verdade. As feridas feitas pelo amigo são
melhores do que as lisonjas do bajulador. Uma amizade leal
não se acovarda na hora do confronto. Há circunstâncias em
que a maior prova de amizade está em aceitar o risco de perdê-
la, em nome da própria amizade. A Bíblia nos ensina a falar a
verdade em amor.
A Bíblia nos orienta a servir de suporte uns para os outros. A
Bíblia nos manda corrigir aos que são surpreendidos na prática
de alguma falta, e isso, com espírito de brandura. Não existe
amizade indolor. Não existe amizade omissa. Um amigo é
alguém que tem liberdade, direito e responsabilidade de
exortar, corrigir e orientar seu confrade quando vislumbra a
chegada de um perigo ameaçador. Nesse mundo timbrado pela
solidão e pelo isolamento, onde florescem as “amizades
virtuais”, precisamos cultivar amizades verdadeiras, amizades
que glorificam a Deus, edificam a igreja e abençoam a família.

109
Coloque em prática aquilo que a Bíblia ensina sobre a
verdadeira amizade, atentando ao seu ensino e exemplos.
1) Escolha seus amigos com cuidado, evitando aquelas que lhe
exerçam má influência para afastá-lo de Deus;
2) Valorize amigos sinceros que te ajudem e corrijam quando
erra;
3) Corte amizades que prejudicam sua vida espiritual;
4) Seja fiel e de confiança, especialmente nos momentos
difíceis, quando os amigos mais precisam de você; e
5) Coloque sempre a Palavra de Deus como parâmetro para
estabelecer suas amizades e relacionamentos.
Pb. Júlio César - IEADPE

110
O perigo da aliança com o ímpio
O que a Bíblia tem a nos dizer sobre a aliança do cristão com o
ímpio? Você alguma vez pensou em orar: “Senhor, o que achas
de minhas amizades? Elas te agradam – ou te desagradam?”
De fato, um amigo íntegro pode ser um vínculo para a bênção e
favor de Deus, porque o estimula para um estilo de vida cristão.
Por outro lado, um amigo ímpio pode representar uma cadeia
que o prende a todo tipo de mal e pode o conduzir a
escravidões terríveis.
Entende-se por amigo, aqui, alguém com quem você está
intimamente envolvido – alguém em quem você confia
naturalmente. Em resumo, um amigo é alguém com quem você
caminha, conversa e expõe seus sentimentos. Já uma pessoa
“ímpia” é alguém cujo coração está em rebeldia ou impureza, e
que é contra Deus ou seus caminhos.
Provavelmente você tem vários círculos de amigos. Você tem
seu “círculo de negócios” que inclui seus colegas de trabalho,
sócios ou clientes. E tem seu “círculo social”, incluindo as
pessoas com quem você se envolve num nível superficial. Pode
ser que tenha contato também com conhecidos ímpios. É
impossível evitar estes tipos de contato, caso contrário,
teríamos de sair do mundo completamente. Às vezes temos em
nossa família, ambientes de estudo ou de trabalho que conviver
com pessoas ímpias, mas não nos pactuarmos com elas nem
com suas atitudes.
O rei Josafá era um homem íntegro que reinou sobre Judá
durante o período em que o reino de Israel era dividido. O
coração deste homem era completamente alicerçado em Deus,
e era santificado e honrado acima de todos os demais em sua
geração: “E o Senhor era com Josafá, porque andou conforme
111
os primeiros caminhos de Davi , seu pai....” (2 Cr 17.3).
Entretanto, as escrituras declaram que Josafá fez uma aliança
com o ímpio rei Acabe que reinou sobre o reino norte de Israel:
“Tinha, pois, Josafá riquezas e glória em abundância, e
aparentou-se com Acabe” (18.1). A Bíblia diz de Acabe, “...fez
muito mais para provocar à ira o Senhor Deus de Israel do que
todos os reis de Israel que o antecederam” (1 Re 16.33).
Você pode perguntar: como um rei íntegro como Josafá pode se
associar com um homem ímpio? Eu acredito que só há uma
razão para esta aliança profana: Fazia parte de um enredo
maligno para destruir este homem íntegro! Veja só. Josafá
havia purificado a terra, expelindo todos os ídolos de Baal e
matando os profetas idólatras. A esposa de Acabe, Jezabel,
adorava a Baal, e ela sabia o que Josafá tinha feito aos seus
ídolos. Por isso ela se concentrou em como derrubar este
homem de Deus! Jezabel inventou um enredo com sua perversa
filha, Atalia para penetrar na esfera santificada da família de
Josafá. Logo Atalia conheceu o filho de Josafá, Jeorão e usou
todos seus charmes femininos para ganhar o coração dele.
O plano funcionou: Jeorão decidiu casar com Atalia, e logo foi
pedir a benção de seu pai impensadamente, Josafá o concedeu.
Quando a Escritura diz que Josafá aparentou-se como Acabe,
significa que eles “se uniram através de matrimônio”. O
adversário de nossa alma deve ter dado uns brados para
celebrar com alegria esta união, porque agora Josafá teria
contato constante com o ímpio Acabe e se sujeitaria aos
charmes de sua perversa filha. Em suma, o mal tinha entrado
no círculo íntimo de Josafá.
Finalmente, quando Josafá morreu, Jeorão herdou o trono e
Jezabel começou a mandar indiretamente. A nação voltou
rapidamente à idolatria. E Jeorão acabou matando seus seis
irmãos. Este era só o começo do derramamento de sangue por
112
todo o Judá. E tudo aconteceu porque Josafá não falou ao seu
filho: “Esta mulher a quem você ama está cheia de idolatria ela
está em rebelião contra o Senhor! Ela só lhe dará maus
conselhos e o levará para longe de Deus. Eu estou lhe falando,
Jeorão desista desta relação agora mesmo, antes que ela o
destrua!”
Ao invés disso, Josafá nunca disse qualquer coisa. Além disso,
Josafá tinha acesso às Escrituras, nas quais Davi declarou
claramente: “Bem aventurado o homem que não anda segundo
o conselho do ímpio, nem se detém no caminho dos pecadores,
nem se assenta na roda dos escarnecedores”(Sl 1.1). Josafá
sabia de tudo isso, contudo ele não quis tomar uma posição !
O casamento de Jeorão e Atalia produziu um filho chamado
Acazias que tomou o trono aos 42 anos. A Bíblia diz a respeito
deste homem: “Ele também andou nos caminhos da casa de
Acabe, porque sua mãe era sua conselheira para proceder
impiamente” (2Crônicas 22.2-3). De repente, Atalia era o
conselheiro da corte em Judá. E as Escrituras dizem que esta
mulher ímpia ... “destruiu toda a descendência real da casa de
Judá ”(v. 10).
Estou convencido que esse foi o plano de Satanás desde o
princípio destruir a descendência piedosa de Judá! Na verdade,
esta era a linhagem de Davi, e as Escrituras profetizaram que
era desta linhagem que o Messias viria.
É fácil determinar se suas amizades agradam a Deus, ou se
foram plantadas pelo inimigo para o destruir. Simplesmente
pense em seu melhor amigo, e então responda estas perguntas:
 Seu amigo fofoca ou fala mal de outros?
 É alguém que questiona as Escrituras, sempre debatendo,
mas que nunca alcança a verdade?

113
 Você detecta em suas palavras um espírito de
desobediência, inveja ou suspeita?
 Ele/ela consegui plantar pensamentos indelicados em sua
mente sobre outras pessoas?
Se seu amigo se encaixa nesta descrição, você estará se
deixando conduzir para longe de Jesus por causa desta
amizade. Fuja deste perigo! Possa ser que seja uma pessoa com
espírito de Acabe e ele foi enviado para destruir a obra de
Cristo em você!
Por outro lado, um verdadeiro amigo cristão sempre tomará o
lado da Palavra de Deus em qualquer assunto, e não tomará seu
lado só porque é seu amigo. Ao invés disso, ele o amará o
suficiente para contar-lhe a verdade.
A escolha sábia e cautelosa de suas amizades é uma
preocupação para a vida toda. Jovens, a Bíblia é muito clara
neste assunto: “Não faças amizade com o iracundo; nem andes
com o homem colérico; para que não aprendas as suas veredas,
e tomes um laço para a tua alma” (Provérbios 22.24-25). “Mas
aos que se desviam para os seus caminhos tortuosos, levá-los-á
o Senhor juntamente com os que praticam a maldade...”(SL
125.5).
Tome uma posição hoje. Se você tem amigos ímpios em seu
círculo íntimo de amizades, rompa com eles! Deus em sua
misericórdia o livrará dos laços do inimigo.
Ore: “Senhor, abra meus olhos a todas minhas amizades! Ajude-
me a vê-las claramente, se são boas ou más, se agradam ou não
a ti. Que todas as minhas amizades tragam glória ao teu nome!”
Amém!
Pb. Júlio césar - IEADPE

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Tenha Deus como seu amigo!
Muitos Jovens não sabem o que ganham quando tem Deus como amigo.
Um amigo íntimo guarda segredos, sabe perdoar, não julga, é sincero e
tem muito a oferecer a outra parte. O que obtemos por ser amigo de
Deus?
Como amigo de Deus nos obtemos, dentre vários benefícios:

1) Provisão e escape - Deus provê todas as coisas para a nossa vida (Sl
23)

2) Deus me Abençoa – Salmos 37

3) Deus me proporciona salvação – João 14.6

Para falar de amizade com Deus temos que mencionar o patriarca


Abraão, que é tido, pelas Escrituras Sagradas, como o amigo de Deus,
conforme Tg 2.23. Abraão, como servo de Deus, foi obediente à voz de
seu Senhor e cria nas promessas de Deus, de modo que o Pai Celestial o
honrou, mesmo que para isso tivesse que ser provado quando Deus lhe
pediu para abrir mão daquilo que mais amava e desejava: Isaque.

Hoje, infelizmente, há muitas pessoas que parecem ser amigas de tudo,


menos de Deus. Pois, a relação de amizade requerida por Deus exige
obediência irrestrita a Ele. E isso é o que muitas pessoas mais evitam
fazer. Eis um dos motivos que têm levado muitos a rejeitar a Deus
como Amigo.

A concepção de amizade deste mundo está circunscrita no indivíduo,


em si mesmo, sem querer assumir nenhum comprometimento a não
ser com o seu próprio bem estar, podendo, sob quaisquer pretextos,
romper relacionamentos.

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Os verdadeiros amigos de Deus são aqueles que, abrindo mão de suas
vontades, preferem obedecer-Lhe. Sobre esta questão, Jesus mesmo
afirmou: “Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando” (Jo
15.14).

Jesus sempre será o nosso modelo ideal de amigo. E a característica


mais peculiar dEle, como prova de amor aos seus amigos, foi a auto
renúncia. Ele mesmo declarou: “Ninguém tem maior amor do que este,
de dar alguém a própria vida pelos seus amigos” (Jo 15.13).

Cabe somente a nós nos perguntar agora: "Realmente amamos a Deus,


como nosso amigo, a ponto de disponibilizar a Ele, por completo, nossa
própria vida? Ou estamos simplesmente fazendo, de nossos prazeres,
os nossos melhores amigos? De quem temos sido mais amigos? De
Deus ou dos prazeres?”

Como amigo, Deus me dá: provisão, escape, me abençoa e o Senhor me


dá a salvação. Mas, como amigo, o que temos a oferecer a Deus? Pense
nisto! Considere isto!

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FONTE:
http://www.pastorailton.com.br/index.php/departamentos/jovens-e-adolescentes

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autorização expressa do autor ou de quem o represente é crime
contra a propriedade intelectual.

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