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APOSTILA

FÍSICA BÁSICA - 2FIS018

DISCIPLINA DOS CURSOS DE LICENCIATURA E


BACHARELADO EM FÍSICA

Profs responsáveis:
Prof. Dr. Marcelo Alves de Carvalho
Prof. Dr. Alexandre Urbano

2014
Apostila de Física Básica - Informativo Geral

Informativo geral sobre Física Básica

1. Histórico:

A disciplina de Física Básica (2FIS018), que consta do currículo do Curso de Física da


Universidade Estadual de Londrina, é dirigida a futuros profissionais em Física
(licenciados e bacharéis). Ela foi idealizada e inicialmente ministrada há 30 anos pelos
professores Isaac de Queiroz Júnior (falecido) e Roberto de Andrade Martins
(atualmente professor de Física da UNICAMP), para alunos de Licenciatura em Física e
química nos anos de 1974, 75 e 76. Já naquela época, se tinha ciência de que uma grande
parte dos alunos que entra no Curso de licenciatura em Física da UEL apresentava sérios
problemas de leitura, interpretação de textos, falta de traquejo com operações
matemáticas simples, falta de familiaridade no manuseio e interpretação de gráficos, e
principalmente, falta de método na resolução de problemas. Essas dificuldades se faziam
refletir no elevado índice de reprovação (e desistência) nos dois primeiros anos do curso.
O departamento de Física percebeu, ao longo do tempo, que os problemas
enfrentados por considerável parte dos nossos calouros são idênticos àqueles
apresentados há três décadas e, por isso mesmo, decidiu a re-oferta da disciplina na
tentativa de sanar tais deficiências.

2. Objetivos Gerais e Específicos:

Ao longo dos anos temos constatado que os alunos não enfrentam grandes
dificuldades quando se deparam com leis e conceitos físicos tais como força, carga
elétrica, leis da óptica geométrica, etc. Não teremos, portanto, nessa disciplina, a
preocupação de ensinar toda a física aprendida no ensino médio, e nem mesmo uma
parte dela, mas de estimular e desenvolver certas capacidades e hábitos nos alunos,
especificamente no que concerne a:
- capacidade de compreensão de textos;
- costume em planificar o trabalho a ser executado;
- compreensão das relações lógicas em um enunciado;
- capacidade de elaborar e interpretar gráficos;
- compreensão de métodos úteis na solução de problemas simples, etc.

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Apostila de Física Básica - Informativo Geral

É claro que a lista das capacidades a serem desenvolvidas é imensa.


Dessa maneira, o principal objetivo da Física Básica é a criação de atitudes e o
desenvolvimento de métodos de trabalho e não o de fornecer aos estudantes certa
quantidade de informações específicas.

3. Conteúdo:

Estando claro que o principal objetivo em Física Básica não é o de fornecer


informações específicas, mas criar certas atitudes e desenvolver métodos de trabalho, o
assunto que iremos estudar é secundário; a escolha recaiu sobre textos originais de
radioatividade, de H. Becquerel. Pode parecer absurdo que, estudando sobre esse
assunto, o aluno possa se preparar para as demais disciplinas básicas do currículo de
Física. É justamente esse ponto que torna importante a presente iniciativa. Não há
qualquer livro texto (nacional ou estrangeiro) que possa ser adotado em Física Básica -
tanto pelo conteúdo e nível, quanto pelo tipo de abordagem escolhido. Assim sendo,
todo o material necessário ao desenvolvimento da disciplina será distribuído na forma de
textos que se baseiam em artigos (originais) escritos por cientistas que realizaram as
principais descobertas sobre a radioatividade: Becquerel, Curie, Rutherford, etc. A
elaboração desses textos exigiu o esforço de pesquisa histórica e bibliográfica de grande
extensão, por parte dos docentes que idealizaram a disciplina.

4. Atividades didáticas, Procedimentos e Avaliação

A disciplina foi dividida em um determinado número de etapas a serem


cumpridas que exigirão, acreditamos, de duas a duas semanas e meia de dedicação. Em
cada uma dessas etapas serão introduzidas novas informações, técnicas e atitudes. Ao
término de cada etapa deverá haver uma avaliação. Esse procedimento evita o acúmulo
de trabalho e estimula o aluno a um estudo de modo continuado da disciplina. Estima-se
que o aluno deva se dedicar, no mínimo, 6 horas extraclasse para alcançar um bom
aproveitamento. Haverá, também, alguns questionários individuais aos quais não se
atribuirá notas. Eles serão muito importantes para os docentes que ministram a disciplina
uma vez que darão informações importantes como: evolução da disciplina, evolução do
aluno na disciplina, etc.

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Apostila de Física Básica - Informativo Geral

Os estudantes que, a cada avaliação, obtiverem nota igual ou superior a 6,0 (o


que corresponde a 60% de aproveitamento), passarão a se preparar para a avaliação da
etapa seguinte da disciplina. Em caso contrário, se o rendimento obtido estiver entre
40% e 60%, o estudante poderá preparar-se para duas avaliações de duas etapas, uma a
cumprir e a próxima. Estudantes que obtiverem rendimento menor que 40% deverão
preparar-se exclusivamente para a avaliação da etapa em atraso. A nenhum estudante
está permitido participar da avaliação de uma dada etapa se o mesmo tiver duas
anteriores com rendimento inferior ao mínimo exigido (60%).
A disciplina é organizada de maneira a que os estudantes que obtiverem
rendimento adequado nas avaliações possam cumprir suas tarefas didáticas até o mês de
julho do ano letivo. Para estes estudantes restara cumprir o que denominamos prática
vivenciada ao longo do curso, cuja atividade principal constará de auxiliar os estudantes
com etapas em atraso. Aos estudantes com etapas a cumprir a partir de julho do ano
letivo serão propiciados o atendimento fora do horário normal de aulas. A partir de
julho, cada avaliação de uma dada etapa só poderá ser feita pelo aluno no máximo duas
vezes, sendo atribuída ao aluno a maior nota obtida. A média final será obtida pela soma
das notas referente às sete etapas divididas por sete.

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Apostila de Física Básica - Teste preliminar de compreensão de textos

Teste preliminar de compreensão de textos

Nome: ______________________________________ Turma: _______

Este teste destina-se a verificar a sua capacidade de compreender aquilo que lê, e a
compreensão de relações lógicas entre sentenças. Coloque à frente de cada afirmação
abaixo uma letra, conforme a seguinte convenção:
C – se a afirmação estiver correta de acordo com o “Informativo Geral” de
Física Básica, distribuído.
E – se a afirmação estiver seguramente incorreta; ou seja, se ela contraria o
“Informativo”.
X – se ela puder estar correta ou incorreta, mas não for possível afirmar uma
coisa ou outra a partir do “Informativo”.

1) A disciplina “Física Básica” começou a ser ministrada em 1973.

2) Neste semestre, pela primeira vez, o departamento de Física começou a preocupar-se


com as deficiências de seus alunos.

3) O departamento de Física preocupa-se com as deficiências dos “calouros” do curso.

4) Segundo os comentários gerais, os alunos que entraram na UEL este ano são mais
fracos que aqueles que entraram no ano passado.

5) Há um elevado número de reprovação de alunos no curso de Física.

6) Não é válido reprovar os alunos que atingiram o nível desejado.

7) Não se observou, nos alunos, deficiências relacionadas ao conhecimento de leis e


conceitos físicos.

8) As disciplinas mais importantes, no primeiro ano, em Física são Física Básica e


Estrutura da Matéria.

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Apostila de Física Básica - Teste preliminar de compreensão de textos

9) A “Física Básica” só poderia ser um “cursinho” ou “colegial intensivo”.

10) Não é útil em Física a capacidade de compreender textos.

11) As deficiências realmente graves encontradas nos alunos são a falta de certas
atitudes e capacidades.

12) O objetivo de “Física Básica” é a aquisição de algumas atitudes e técnicas.

13) A “Física Básica” foi idealizada pelos professores Isaac de Queiroz Júnior e Roberto
de Andrade Martins, há cerca de 30 anos atrás.

14) Nenhum livro texto existente poderá ser utilizado em “Física Básica”.

15) Não há livros textos sobre “radioatividade”.

16) Becquerel, Curie, Rutherford e outros pesquisadores escreveram artigos científicos.

17) “Física Básica” foi dividida em sete etapas didáticas.

18) Na primeira etapa de “Física Básica” serão introduzidas novas informações, técnicas
e atitudes.

19) O resultado de “Física Básica” não depende do esforço do professor.

20) Os alunos deverão se dedicar a, no mínimo, 6 horas de estudos diários para ter um
bom aproveitamento nessa disciplina.

21) Não é necessário obter aprovação em “Física Básica”.

22) No próximo ano letivo os professores de “Física Básica” serão Gilberto, Sandra e
Veríssimo.

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Apostila de Física Básica - Teste de Resolução de Problemas

Teste de Resolução de Problemas

O presente teste não se destina a fornecer uma nota; ele se destina a verificar a
capacidade preliminar que você tem de resolver problemas complexos. Será realizado
outro teste semelhante ao final do semestre a fim de verificar se sua capacidade de
resolução de problemas desse tipo aumentou. Isto mostrará se a disciplina funcionou (ou
não).

1) Quatro meninas, Alice, Marta, Lúcia e Sílvia, competiram por uma bolsa de estudos.
Alguém lhes perguntou qual tinha sido o resultado. Uma disse: “Lúcia ganhou, Marta foi
a segunda”. Outra disse: “não, Lúcia foi a segunda, e Sílvia foi a terceira”. Outra disse:
“Silvia foi a última, Alice foi a segunda”. Sabe-se que cada uma delas deu uma
informação correta e outra incorreta. Quem ganhou a bolsa de estudos?

2) Dois baldes cilíndricos e iguais são colocados, vazios, e ao mesmo tempo, sob
torneiras diferentes. Quando a altura da água no primeiro é de 10 cm, a altura no
segundo é 15 cm. Quando a água no primeiro atingiu a metade da altura, ela está a 10
cm da borda do segundo. Foram necessários 6 minutos para que o segundo balde se
enchesse. Quanto tempo foi gasto até que a água atingisse uma altura de 20 cm do
primeiro balde?

3) Um urso caminha 2 km para o Sul, 2 km para Leste e, andando mais 2 km para o


Norte, ele torna ao ponto de partida. Qual é a cor do urso?

4) Um homem enche um celeiro de palha em 3 dias. Dois homens esvaziam o celeiro em


um dia. Se, ao mesmo tempo, 7 homens estiverem enchendo o celeiro, e 3 esvaziando,
em quanto tempo o celeiro estará cheiro?

5) Um mendigo é capaz de fazer um cigarro a partir de cada 5 tocos de cigarro. Ele


possui 16 tocos que encontrou no chão; quantos cigarros ele poderá fumar?

6) Um rei possui 15 guardas e quer que 5 deles fiquem em cada lado do castelo, que é de
forma triangular. Todas as noites ele percorre o castelo, e olha para fora através de três
janelas situadas no centro das paredes do castelo, a fim de contar o número de guardas
em cada lado. Se, de alguma as janelas, não avistar 5 guardas, ele mandará decapitar a

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Apostila de Física Básica - Teste de Resolução de Problemas

todos eles. Os guardas não vêem o rei, e não podem correr de um


lado para o outro durante a contagem. Qual é o número máximo
de guardas que podem escapar para tomar cerveja de cada vez,
sabendo-se que o rei enxerga bem mas é muito burro?

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Apostila de Física Básica - Primeira Etapa

FÍSICA BÁSICA – PRIMEIRA ETAPA

Este é o primeiro material de estudo de Física Básica. Consiste de um artigo curto


e uma série de questões sobre o mesmo. O texto é de autoria de Henri Becquerel,
considerado o descobridor da radioatividade. Na época em que o artigo foi escrito,
ninguém ainda tinha ouvido falar em radiações alfa, beta e gama; o nome “radiação” era
aplicado apenas à luz, às ondas de rádio, à radiação infravermelha e ultra-violeta; e aos
raios X, que tinham sido descobertos no mês anterior ao da apresentação deste trabalho
de Becquerel. Foi justamente a descoberta dessa radiação que motivou a pesquisa
exposta neste artigo. Becquerel acreditava que as substâncias fosforescentes emitiam
raios X, devido a alguns estudos anteriores de outros cientistas; e resolveu pesquisar o
assunto.

Após ler o artigo, você deve responder às questões apresentadas. Após as


questões, são fornecidas as respostas consideradas corretas. O método de estudo consiste
em ler a questão, respondê-la, e só depois conferir sua resposta com a que é fornecida.
Alguém pode ser tentado a ler a pergunta e imediatamente consultar a resposta. Isso é
permitido, mas não lhe ensinará muito. Os testes de avaliação conterão questões
diferentes, mas do mesmo tipo. Se você não se esforçar para resolver estas, não poderá
ter sucesso na avaliação.

Procure compreender bem as questões (tanto no caso de ter acertado como no caso
de ter errado). Para isso, discuta as respostas com seus colegas e, se isso não levar a um
esclarecimento completo, consulte o professor.

Após as questões, há uma espécie de “dicionário” que explica os termos


científicos menos comuns do texto.

Além desse trabalho em classe, há trabalhos a serem realizados fora da classe,


individualmente. Eles não serão recolhidos, e não será atribuída nota ou conceito a quem
os realizar. O interesse em aprender deve ser seu, e não nosso. É importante que esses
trabalhos sejam efetuados individualmente pois, nos testes de avaliação, o trabalho
também será individual. Quem só for capaz de resolver as questões em conjunto com

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Apostila de Física Básica - Primeira Etapa

outras pessoas não estará preparado para o teste. Esperamos que você atinja os objetivos
propostos para a disciplina. Bom estudo!

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Apostila de Física Básica - Primeiro Texto

PRIMEIRO TEXTO:

Primeiro Texto: “Sobre a radiação emitida na fosforescência”


Autor: Henri Becquerel
(tradução de “Sur les radiations émises par phosphorescence”; revista Comptes
Rendus de l´Academie des Sciences, Paris, 1896, volume 122:páginas 420-421;
24/02/1896)

Em uma reunião precedente da Academia Francesa de Ciências, Charles Henry


notificou que, ao se colocar sulfeto de zinco fosforescente no caminho dos raios que
saem de um tubo de Crookes, aumentava a intensidade das radiações que penetram o
alumínio.

Além disso, Niewenglowski descobriu que o sulfeto de cálcio fosforescente,


comercial, emite radiações que penetram em substâncias opacas.

Esse comportamento se extende a várias substâncias fosforescentes e, em


particular, aos sais de urânio, cuja fosforescência tem uma duração muito curta.

Com o sulfato duplo de urânio e potássio, de que possuo alguns cristais sob a
forma de uma crosta transparente, fina, realizei a seguinte experiência:

Envolve-se uma chapa fotográfica de Lumière em duas folhas de papel negro


muito espesso de tal forma que a chapa não se escureça mesmo quando exposta ao sol
durante um dia. Coloca-se uma placa da substância fosforescente sobre o papel, do
lado de fora, e o conjunto é exposto ao Sol durante várias horas. Quando se revela a
chapa fotográfica, surge a silhueta da substância fosforescente, que aparece negra no
negativo. Se for colocada uma moeda ou uma chapa metálica perfurada entre a
substância fosforescente e o papel, a imagem desses objetos poderá ser vista no
negativo.

As mesmas experiências podem ser repetidas colocando-se uma chapa fina de


vidro entre a substância fosforescente e o papel, e isso exclui a possibilidade de

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Apostila de Física Básica - Primeiro Texto

qualquer ação química por vapores que pudessem sair da substância ao ser aquecida
pelos raios do Sol.

Pode-se concluir dessas experiências que a substância fosforescente em questão


emite radiações que penetram um papel opaco à luz e reduzem sais de prata.

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Apostila de Física Básica - Primeiro Texto

QUESTÕES DO PRIMEIRO TEXTO:

(1) Qual das afirmações a seguir melhor define o objetivo do


autor do artigo?
(a) Apresentar as idéias de Charles Henry e Niewenglowski.
(b) Comunicar um novo fenômeno observado nas chapas fotográficas de Lumière.
(c) Demonstrar a existência de uma radiação penetrante emitida pelo sulfato duplo de
urânio e potássio.
(d) Explicar o fenômeno da fosforescência em vários materiais.

2) Qual das alternativas abaixo melhor representa o assunto do artigo?


(a) Emissão de radiações por substâncias fosforescentes.
(b) Escurecimento de chapas fotográficas.
(c) Penetração de radiações através de várias substâncias.
(d) Diferenças entre substâncias fosforescentes.

3) Qual das alternativas abaixo representa adequadamente o método empregado pelo


autor do artigo?
(a) Teórico (partindo de idéias bem conhecidas, o autor deduz novas conclusões).
(b) Empírico (o autor do texto cita dados experimentais mas não tira conclusões a
respeito).
(c) Demonstrativo (o autor do texto cita fatos e argumentos para demonstrar uma idéia).
(d) Dogmático (o autor cita muitas idéias, sem justificá-las, e nada de novo tira delas).

4) A principal conclusão do autor está melhor expressa em:


(a) As substâncias fosforescentes emitem radiações que penetram em substâncias opacas
à luz.
(b) As substâncias fosforescentes emitem algo que é capaz de atravessar um papel opaco
e sensibilizar chapas fotográficas.
(c) As substâncias fosforescentes emitem radiações que penetram em substâncias
transparentes à luz.
(d) O sulfato duplo de urânio e potássio fosforescente emite radiações que penetram em
substâncias opacas e que são iguais às do sulfeto de cálcio fosforescente, comercial.
(e) O sulfato duplo de urânio e potássio fosforescente emite radiações que impressionam
chapas fotográficas.
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Apostila de Física Básica - Primeiro Texto

(f) O sulfato duplo de urânio e potássio é capaz de produzir o escurecimento de chapas


fotográficas, através de um papel opaco, por meio de radiações que emite.
(g) Uma placa fotográfica pode escurecer-se, pela redução dos sais de prata que contém,
mesmo que esteja envolvida em papel preto.
(h) O sulfato duplo de urânio e potássio, fosforescente, é a substância em questão.

5) Quais são as limitações ou particularidades importantes do trabalho de Becquerel?


(a) Só estudou uma substância.
(b) Não usou papel de outras cores.
(c) Só usou um tipo de chapa fotográfica.
(d) Não estudou radiações que não penetram no papel.
(e) Só estudou substâncias fosforescentes.

6) O artigo permite concluir que as conclusões do autor são válidas:


(a) Para várias substâncias fosforescentes.
(b) Para todos os sais de urânio.
(c) Para todo tipo de radiação emitido na fosforescência.
(e) Apenas para o sulfeto de zinco fosforescente.
(f) Apenas para o sulfeto de cálcio fosforescente.
(g) Apenas para o sulfato duplo de urânio e potássio fosforescente.
(h) Apenas para as radiações luminosas.

7) Escreva um resumo do texto em que constem (não necessariamente nessa ordem):


(a) Objetivos do autor.
(b) O assunto do texto.
(c) O método de trabalho.
(d) As conclusões.
(e) Os limites das conclusões.

8) Risque do texto (sem tornar ilegível, no entanto) as frases e palavras que não são
necessárias para que o artigo comunique o objetivo do autor (ver objetivo na questão 1).

9) Escreva à frente de cada uma das afirmações abaixo o nome que melhor a caracterize,
de acordo com a seguinte convenção:

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Apostila de Física Básica - Primeiro Texto

- descrição (de aparelhagem ou procedimento de trabalho).


- observação (descrição de fenômenos ou medidas).
- conclusão (qualquer coisa que tenha sido concluída).
- tese (aquilo que se queria demonstrar).

(a) As chapas fotográficas eram envolvidas em duas folhas de papel negro.


(b) No negativo revelado aparecia uma silhueta negra da substância fosforescente.
(c) A substância fosforescente era colocada sobre o papel, do lado de fora.
(d) O sulfeto de cálcio fosforescente, comercial, emite radiações que penetram em
substâncias opacas.
(e) Não são vapores do sulfato de urânio e potássio que produzem o escurecimento da
chapa fotográfica.
(f) O sulfato duplo de urânio e potássio se comporta de forma semelhante ao sulfeto de
cálcio fosforescente, comercial.
(g) O sulfato de urânio e potássio emite radiações que penetram em substâncias opacas e
reduzem os sais de prata.
(h) A placa fotográfica e a substância fosforescente eram colocadas, juntas, ao Sol
durante várias horas.
(i) Uma chapa fina de vidro colocada entre a substância fosforescente e a placa
fotográfica não afetou os efeitos.

10) Utilizando diagramas, desenhos e outras formas pictóricas de representação, mostre


a experiência de Charles Henry. Verifique se os seguintes aspectos estão contemplados
nas suas representações:
(a) A forma dos objetos visíveis.
(b) Nome dos objetos visíveis.
(c) Grandezas abstratas ou objetos invisíveis.
(d) Nomes ou símbolos dessas grandezas ou objetos invisíveis.
(e) Variação de algum ente ou grandeza durante a experiência.
(f) Relações ou ligações entre as grandezas ou entre objetos.
(g) Valores de grandezas ou dimensões dos objetos.

11) Faça um diagrama ilustrando a experiência de Becquerel em que era colocada a


chapa metálica perfurada; mostre também a aparência da chapa fotográfica após a
revelação. Indique o maior número de aspectos possíveis dentre aqueles da lista da
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Apostila de Física Básica - Primeiro Texto

questão anterior. Pode exagerar algumas distâncias para melhor mostrar o que está
acontecendo.

12) Indicar se, de acordo com o texto, pode-se seguramente concluir que as afirmações
abaixo estão corretas (C) ou erradas (E), ou outros casos que não se incluam nesses (X):
(a) Se colocarmos sulfeto de zinco fosforescente no caminho dos raios que saem do tubo
de Crookes, a intensidade das radiações emitidas pelo sulfeto de zinco aumenta.
(b) Se colocarmos sufeto de zinco fosforescente no caminho dos raios que saem do tubo
de Crookes a intensidade das radiações que penetram o alumínio aumenta.
(c) Se colocarmos sulfeto de zinco fosforescente no caminho dos raios que saem do tubo
de Crookes a intensidade das radiações emitidas pelo tubo aumenta.
(d) Todas as radiações emitidas pelos sais de urânio têm duração muito curta.
(e) As substâncias fosforescentes emitem radiações que penetram em papel opaco mas
não afetam os sais de prata.
(f) As experiências provaram que o sulfeto duplo de urânio e potássio é uma substância
fosforescente.
(g) Uma substância fosforescente, quando aquecida pelos raios solares, liberta vapores
que impressionam chapas fotográficas.
(h) Uma substância fosforescente, quando aquecida pelos raios solares, liberta vapores
que impressionam chapas fotográficas mas não atravessam o vidro.
(i) Uma substância fosforescente, quando aquecida pelos raios solares, não liberta
vapores.
(j) Se as radiações atravessassem o papel e a moeda com a mesma facilidade, a imagem
da moeda não apareceria na chapa fotográfica.
(k) É indispensável a exposição do conjunto ao Sol, para que surjam os efeitos
observados por Becquerel.

Procure entender bem a questão anterior; a questão seguinte é do mesmo tipo.

13) Indicar se, de acordo com o texto, pode-se seguramente concluir que as afirmações
abaixo estão corretas (C) ou erradas (E), ou outros casos que não se incluam nesses (X):
(a) Becquerel foi o primeiro a observar que certas substâncias fosforescentes emitem
radiações penetrantes.
(b) Todos os sais de urânio são fosforescentes e emitem radiações que atravessam o
papel.
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Apostila de Física Básica - Primeiro Texto

(c) Saem radiações do tubo de Crookes que são capazes de atravessar o alumínio.
(d) Todas as radiações do tubo de Crookes penetram o alumínio.
(e) O sulfeto de zinco e o sulfeto de cálcio emitem espontaneamente radiações que
penetram em substâncias opacas.
(f) Existem substâncias fosforescentes que têm fosforescência muito curta.
(g) Se uma chapa fotográfica, em envoltório for colocada ao Sol, ela ficará escura.
(h) Na experiência descrita, a chapa fotográfica ficou escura porque foi atingida pelos
raios solares.
(i) Vapores não atravessam o vidro.

14) Por quê motivo o autor: (assinalar o motivo correspondente)


(a) Colocava o conjunto no Sol?
(b) Envolvia a chapa em papel negro?
(c) Revelava a chapa fotográfica?
(d) Cita as experiências da moeda e da chapa metálica?
(e) Afirma que a silhueta aparece negra no negativo?
(f) Cita as experiências de Charles Henry e Niewenglowski?

( ) Se não fizesse isso, não poderia saber se tinha realmente ocorrido a sensibilização.
( ) Foi isso que o levou a imaginar que o sulfeto duplo de urânio e potássio,
fosforescente, também emitia radiações penetrantes.
( ) Porque imaginava que era pela fosforescência que o sal emitia radiação, e sendo a
fosforescência curta, só poderia ser observada com uma iluminação constante.
( ) Porque uma das propriedades das radiações então conhecidas era serem interceptadas
por metais, que produzem, portanto, uma “sombra” .
( ) Para evitar que a luz do sol ou a luz emitida pela fosforescência do sulfato de urânio e
potássio atingissem a placa – o que não permitiria observar outros efeitos.
( ) Para mostrar a semelhança entre a radiação e a luz que atinge um genativo e fica
escuro.

15) Supondo-se verdadeiro (mesmo que contrarie o texto) cada um dos fatos abaixo (a,
b, c, d), assinalar a conclusão que poderia ser efetuada a partir de cada um deles:
(a) Colocando-se um objeto metálico entre a substância e a placa, não se observa
modificação alguma na mancha da placa.

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Apostila de Física Básica - Primeiro Texto

(b) Colocando-se uma placa de vidro entre a substância fosforescente e a placa, já não se
observa mais efeito algum na placa.
(c) A substância fosforescente era colocada em contato com a chapa fotográfica, e o
papel negro envolvia o conjunto.
(d) Mesmo quando não se expunha o conjunto (placa, papel negro, sulfato) ao sol,
observava-se o escurecimento da chapa.

( ) Nada se poderia concluir, pois os efeitos sobre a chapa fotográfica poderiam ser
causados pela própria luz emitida na fosforescência.
( ) A radiação emitida pelo sulfato duplo de urânio e potássio nada tem a ver com sua
fosforescência, pois esta é de curta duração, e desapareceria na ausência de iluminação.
( ) A radiação emitida pelo sulfato duplo atravessa os metais sem ser absorvida e sem
aumentar de intensidade.
( ) Ou o efeito observado se deve a um vapor, ou as radiações do sulfato duplo de urânio
e potássio atravessam o vidro.

16) Uma grandeza física é algo que pode ser medido ou calculado. Quais das grandezas
abaixo foram citadas no texto?
(a) Massa dos cristais fosforescentes.
(b) Espessura dos cristais fosforescentes.
(c) Escurecimento das placas fotográficas.
(d) Aquecimento dos cristais.
(e) Intensidade de radiação.
(f) Intensidade da fosforescência.
(g) Duração da fosforescência.
(h) Espessura da placa fotográfica.
(i) Espessura do papel.
(j) Duração da experiência.

17) Quais dos seguintes fatores foram variados por Becquerel durante suas experiências?
(a) Tamanho da chapa fotográfica.
(b) Distância dos cristais à chapa fotográfica.
(c) Duração da experiência.
(d) Espessura da placa fotográfica.
(e) Espessura da placa metálica.
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Apostila de Física Básica - Primeiro Texto

(f) Tamanho (área) do cristal fosforescente.


(g) Temperatura dos cristais.
(h) Espessura do papel negro.

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Apostila de Física Básica - Primeiro Texto

ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES:

FOSFORESCÊNCIA: Fenômeno pelo qual uma substância (“substância


fosforescente”) emite luz ou outras radiações durante algum tempo, após ter sido
iluminada ou após receber alguma radiação. A luz ou radiação emitida vai se tornando
mais “fraca” com o passar do tempo até tornar-se imperceptível, mas pode ser
“reavivada” fazendo-se com que a substância receba novamente as radiações que a
tornam fosforescentes (“radiações excitadoras”). A fluorescência é um fenômeno
semelhante, mas que só ocorre durante o tempo em que a radiação excitadora está
atingindo a substância. Nas lâmpadas fluorescentes, a radiação excitadora é ultra-violeta,
produzida dentro da lâmpada, e a emitida é a luz comum.

TUBO DE CROOKES: Aparelho de vidro, soldado, arredondado, com uns 10 a 20 cm


de comprimento, contendo ar ou gases rarefeitos em seu interior, cujas paredes são
atravessadas for dois fios metálicos, presos à placas metálicas no interior do tubo.
Estabelecendo-se uma alta voltagem entre esses dois terminais, sai da placa negativa
(“cátodo”) uma radiação (“raios catódicos”) que torna luminosa a região da parede de
vidro que atinge. Dessa região saem outras radiações muito penetrantes, descobertas por
Röntgen e atualmente conhecidas como “raios X”.

OPACO: Material ou objeto que não se deixa atravessar por luz ou outra radiação. Um
material pode ser opaco à luz e transparente à radiação ultra-violeta ou aos raios X, e
vice-versa. Não confundir com “fosco”, propriedade de superfícies que espalham para
todos os lados a luz que sobre elas incide (difundem a luz, não refletem a luz). Uma
parede pode ser fosca ou “brilhante” mas, em qualquer dos dois casos, costuma ser
opaca à luz.

CHAPA (OU PLACA) FOTOGRÁFICA DE LUMIÈRE: Antigas placas


fotográficas, correspondentes aos atuais negativos, que consistiam em uma placa coberta
por uma película de gelatina que contém a substância sensível à luz (algum sal de prata).
Quando a luz atinge essa placa, ocorre na parte iluminada uma reação química que
“liberta” a prata de seus compostos (“reduz” a prata). Após a revelação da chapa, a prata
“reduzida” permanece na placa, tornando escuras as regiões que foram atingidas pela
luz.

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Apostila de Física Básica - Primeiro Texto

RESPOSTAS DAS QUESTÕES DO PRIMEIRO TEXTO:

1) c; 2) a; 3) c; 4) f; 5) a; 6) g

7) Um exemplo de resposta: Neste artigo referente às radiações emitidas por substâncias


fosforescentes, Becquerel cita várias experiências para mostrar a existência de uma
radiação emitida pelo sulfato duplo de urânio e potássio fosforescente, capaz de
atravessar papel opaco à luz, e conclui favoravelmente à tese. Não foi estudada pelo
autor nenhuma outra substância.

8) Podem ser cortados os três primeiros parágrafos inteiros.

9) a) descrição b) observação c) descrição d) conclusão (de Niewenglowski) e)


conclusão f) tese (pois não tinha sido citado nenhum fato que permitisse concluir isso) g)
conclusão h) descrição i) observação.

12) a) X (o texto não afirma que o sulfeto de zinco emite radiações) b) C c) X (a


afirmação deve estar errada) d) X (o texto afirma que as radiações luminosas –
fosforescência – têm duração muito curta) e) E (as radiações afetam os sais de prata,
segundo o texto) f) E (não foram as experiências que provaram isso; o autor afirmou isso
antes de descrever as experiências; as experiências provaram a conclusão do texto) g) X
(as experiências provaram que não era um vapor que estava produzindo o fenômeno;
mas não provaram a inexistência de um vapor, nem que esse vapor não impressiona
chapas fotográficas) h) X (com uma observação: se isso de fato ocorrer, o efeito do
vapor deve ser muito fraco, pois não se notou efeito algum pela colocação do vidro) i) X
j) X (essa afirmação deve, de fato, ser verdadeira mas o texto não afirma isso) k) X (para
provar-se isso, seria necessário repetir as experiências fora do alcance do sol).

13) a)E; b)X; c)C; d)X; e)X; f)C; g)X; h)E; i)X

14) c f a d b e

15) c d a b

16) b c d e g i j
20
Apostila de Física Básica - Primeiro Texto

17) Somente b (quando colocava a placa metálica)

21
Apostila de Física Básica - Segundo Texto

SEGUNDO TEXTO:

Segundo Texto: “Sobre as radiações invisíveis emitidas por substâncias


fosforescentes”
Autor: Henry Becquerel
(tradução de “Sur les radiations émises per les corps phosphorescents” , Comptes
Rendus ..., 1896, 122: 501-503) – reprodução parcial.

Na última reunião, descrevi brevemente as experiências a que fui levado a


realizar a fim de demonstrar as radiações invisíveis emitidas por certas substâncias
fosforescentes; radiações que penetram em várias substâncias opacas à luz.

Surgiram os mesmos fenômenos quando a fosforescência não era excitada por


raios solares diretos, mas por radiações solares refletidas no espelho metálico de um
heliostato, e refratadas por um prisma e lente de quartzo.

Insistirei particularmente no seguinte fato que me parece muito importante e


bastante alheio ao domínio dos fenômenos que se poderia observar: as mesmas lamelas
cristalinas, colocadas junto à chapas fotográficas, nas mesmas condições, isoladas
pelos mesmos anteparos, mas sem receber excitação por incidência de radiação e
guardadas no escuro, ainda produzem as mesmas impressões fotográficas. Eis de que
maneira fui levado a fazer essa observação: dentre as experiências precedentes,
algumas foram preparadas na quarta-feira, 26, e na quinta-feira, 27 de fevereiro; e
como, nesses dias o sol apareceu apenas de modo intermitente, conservei as
experiências que havia preparado e coloquei as placas com seus envoltórios na
obscuridade da gaveta de um móvel, deixando as lâminas do sal de urânio em seu lugar.
Como o Sol não apareceu também nos dias seguintes, revelei as placas fotográficas a 1 o
de março, esperando encontrar imagens muito fracas. Pensei logo que a ação deveria
ter continuado no escuro, e preparei a experiência seguinte: No fundo de uma caixa de
cartão opaco coloquei uma placa fotográfica; depois, sobre o lado sensível, coloquei
uma lamela do sal de urânio, lamela convexa (com a parte central mais alta) e que
tocava a gelatina apenas em poucos pontos; então, ao lado, na mesma placa, coloquei
outra lâmina do mesmo sal, separada da gelatina por uma fina lâmina de vidro. Após
realizar essa operação, na sala escura, a caixa foi fechada, então colocada dentro de
outra caixa de papelão e, por fim, dentro de uma gaveta.
22
Apostila de Física Básica - Segundo Texto

Repeti o processo com um receptáculo fechado por uma folha de alumínio em que
coloquei uma chapa fotográfica e, do lado de fora, uma lamela do sal de urânio. O
conjunto foi fechado em uma caixa de papelão opaco e, depois, em uma gaveta. Após
cinco horas, revelei as placas e as silhuetas das lâminas cristalinas apareceram em
negro, como nas experiências precedentes, como se tivessem se tornado fosforescentes
pela luz. Em relação à lamela colocada diretamente sobre a gelatina, praticamente não
havia diferença entre os efeitos nos pontos de contato e das partes da lamela que
estavam separadas da gelatina por cerca de um milímetro; a diferença pode ser
atribuída às diferentes distâncias das fontes das radiações ativas. A ação da lamela
colocada sobre o vidro estava um pouco enfraquecida, mas a forma da lamela foi muito
bem reproduzida. Finalmente, através da folha de alumínio, a ação foi
consideravelmente enfraquecida mas, apesar disso, era muito nítida.

É importante notar que este fenômeno não parece ser atribuído à radiações
luminosas emitidas por fosforescência, já que após 1/100 de segundo estas radiações se
tornam tão fracas que são quase imperceptíveis.

Uma hipótese que surge muito naturalmente ao espírito seria a suposição de que
essas radiações, cujos efeitos possuem uma forte analogia com os efeitos produzidos
pelas radiações estudadas por Lenard e Röntgen, poderiam ser radiações emitidas por
fosforescência, cuja duração de persistência fosse infinitamente maior do que a das
radiações emitidas por essas substâncias. No entanto, as experiências presentes, sem
serem contrárias a essa hipótese, não permitem formulá-la. As experiências que estou
desenvolvendo agora poderão, espero, contribuir com algum esclarecimento sobre esse
novo tipo de fenômeno.”

QUESTÕES SOBRE O SEGUNDO TEXTO:

1) Escreva, resumidamente:
(a) Quais são os objetivos do autor no texto? Ele pretende demonstrar alguma coisa?
(b) Qual é o assunto do texto?
(c) Quantas experiências o autor faz? O que existe de comum nessas experiências? Qual
é o método de trabalho?
23
Apostila de Física Básica - Segundo Texto

(d) O autor tira conclusões? Quais?


(e) As conclusões do autor (se existirem) são gerais (aplicáveis a qualquer caso) ou são
limitadas? Quais são os limites das conclusões?

2) Elabore um resumo do texto, procurando colocar nesse resumo as idéias de suas


respostas à questão anterior (objetivos, assunto, método, conclusões e limitações).

3) Risque no texto as palavras, frases ou fatos que não são importantes para que o artigo
comunique os objetivos do autor.

4) (a) Qual era a tese do autor, no texto?


(b) Ele faz alguma hipótese? Qual?
(c) Grife, no texto, com linha cheia, as descrições de aparelhagens e procedimentos.
(d) Grife, no texto, com linha ondulada, as descrições de observações ou medidas.

5) Cite diferenças e semelhanças entre esse texto e o texto anterior.

6) Quais as condições ou grandezas que foram variadas durante a experiência? Quais as


influências observadas?

7) Faça um diagrama das experiências.

8) Que conclusão poderia ser obtida das experiências, se seu resultado fosse negativo?

9) Assinale, segundo o código abaixo, se, de acordo com o texto, pode-se concluir com
segurança que as afirmações a seguir são corretas (C), erradas (E) ou outros casos (X):

(a) Mesmo sem receber excitação, as substâncias fosforescentes emitem radiações


luminosas.
(b) As substâncias estudadas por Becquerel são capazes de emitir radiações penetrantes
mesmo que nunca tenham recebido qualquer radiação excitadora.
(c) A radiação estudada é capaz de atravessar o alumínio, porém torna-se enfraquecida.
(d) Nas substâncias que têm esse tipo de “fosforescência invisível”, o fenômeno tem
uma duração infinita, como provam as experiências.

24
Apostila de Física Básica - Segundo Texto

(e) O material colocado entre a lamela e a chapa fotográfica pode alterar


consideravelmente o enegrecimento da chapa fotográfica.
(f) As placas citadas no parágrafo 3 do texto não receberam iluminação alguma durante
a experiência.
(g) Becquerel não esperava que os sais de urânio emitissem radiações na obscuridade.
(h) Becquerel esperava que as radiações estudadas atravessassem o alumínio.

25
Apostila de Física Básica - Terceiro Texto

TERCEIRO TEXTO:

Terceiro Texto: “Sobre as radiações invisíveis emitidas por substâncias


fosforescentes”
Autor: Henry Becquerel
(tradução de “Sur les radiations émises per les corps phosphorescents” , Comptes
Rendus ..., 1896, 122: 501-503) – reprodução parcial.

2. Emissão por vários sais do urânio. Persistência. Excitação.

Se o fenômeno de emissão de radiações invisíveis que estamos estudando é um


fenômeno de fosforescência, deveria ser possível demonstrar sua excitação por
radiações específicas. Este estudo é dificultado pela prodigiosa persistência da emissão,
quando as substâncias são mantidas no escuro, isoladas de radiações luminosas ou das
radiações invisíveis de natureza conhecida. Ao fim de mais de quinze dias, os sais de
urânio ainda emitem radiações que são quase tão intensas quanto no primeiro dia.
Quando, sobre a mesma placa fotográfica, acima do papel negro, colocamos uma
lamela mantida por longo tempo no escuro, e outra que acabou de ser exposta à luz
solar, a impressão da silhueta da segunda é um pouco mais forte do que a da primeira.
A luz de magnésio, sob as mesmas condições, produziu apenas um efeito imperceptível.
Se as lamelas do sulfato duplo de urânio e potássio são iluminadas vigorosamente pelo
arco elétrico ou por faíscas brilhantes da descarga de uma garrafa de Leyden, as
impressões são consideravelmente mais escuras. O fenômeno, portanto, parece
realmente ser um fenômeno de fosforescência invisível, mas não parece estar
intimamente ligado com fosforescência ou fluorescência visível. Realmente, embora os
sais do sesquióxido de urânio sejam muito fluorescentes, sabemos que os sais uranosos
verdes, cujas curiosas propriedades de absorção tive a oportunidade de estudar, não
são fosforescentes nem fluorescentes. Mas o sulfato uranoso se comporta como o sulfato
urânico, e emite radiações invisíveis que são igualmente intensas.

Comunicarei ainda outra experiência interessante: Sabe-se que o nitrato de


urânio deixa de ser fosforescente ou fluorescente quando dissolvido ou fundido em sua
água de cristalização. Portanto, tomei um cristal desse sal e, após colocá-lo em um
pequeno tubo fechado por uma fina placa de vidro, aqueci-o no escuro, procurando
evitar mesmo as radiações da lâmpada de álcool que o aquecia. O sal fundiu-se; deixei-
26
Apostila de Física Básica - Terceiro Texto

o cristalizar-se no escuro, e então coloquei-o sobre uma placa fotográfica envolvida em


papel preto, sempre protegendo o sal da ação da luz. Esperar-se-ia que não seria
observado efeito algum, já que tinha sido evitada toda excitação luminosa desde o
momento em que a substância cessara de ser fosforescente. No entanto, a impressão foi
tão forte quanto para sais expostos à luz e, nos pontos em que o sal aderiu à placa de
vidro, a impressão era mais forte do que a de um fragmento de sulfato urânico colocado
para comparação sobre a mesma placa.

Sobre esta mesma placa fotográfica havia outros cristais de nitrato de urânio,
colocados com diferentes faces repousando sobre o vidro, para os quais os efeitos foram
substancialmente os mesmos.

Também obtive algumas superfícies contínuas, cobertas com sulfato urânico e


também com sulfato duplo de urânio e potássio, e projetei sobre essas superfícies o
espectro do arco elétrico, através de um aparelho de quartzo. As faixas de excitação
ultra-violeta foram marcadas nitidamente pela fluorescência mas, quando reproduzi a
silhueta dessas superfícies sobre uma chapa fotográfica, a silhueta tornou-se quase
uniformemente escura, indicando ou que a emissão característica da substância
encobria as fracas diferenças que deveriam ser observadas para as diferentes regiões
de excitação, ou que a excitação não ocorreu na região do espectro projetada sobre a
superfície estudada.

QUESTÕES SOBRE O TERCEIRO TEXTO:

1) Qual é o objetivo do autor do texto?

2) Qual é o assunto do texto?

3) Qual é o método empregado pelo autor?

4) Quais são as conclusões?

5) Quais são as limitações ou particularidades das conclusões?


27
Apostila de Física Básica - Terceiro Texto

6) Escreva um resumo do texto:

7) Indique, no texto:
a) Sublinhando com linha cheia, as descrições de aparelhagens e procedimentos;
b) Sublinhando com linha ondulada, as descrições de observações e medidas;
c) Com linha tracejada as hipóteses;
d) Com linha contínua, dupla, as conclusões.

8) Indicar, baseando-se no texto, se seguramente pode-se concluir que as afirmações


abaixo estão corretas (C) ou erradas (E) ou outros casos que não esses (X):

(a) A emissão de radiações invisíveis é um fenômeno de fosforescência.


(b) Todos os corpos fosforescentes emitem radiações invisíveis.
(c) Apenas os corpos fosforescentes emitem radiações invisíveis.
(d) Após excitado, o sulfato duplo de urânio e potássio emite radiações invisíveis por
muito tempo, mesmo sendo mantido no escuro.
(e) As radiações invisíveis estudadas diminuem muito pouco, mesmo quando as
substâncias são guardadas muito tempo ao abrigo de todas as radiações conhecidas.
(f) A luz de magnésio não produz excitação que conduza à emissão de radiações
invisíveis, ou produz muito pouco.

8) Continuação
(g) O arco elétrico e as faíscas da garrafa de Leyden impressionam a chapa fotográfica
mais fortemente do que a luz de magnésio.
(h) O arco elétrico e as faíscas da garrafa de Leyden excitam a emissão da radiação
invisível mais fortemente do que a luz de magnésio.
(i) Fosforescência invisível é a emissão de radiação invisível quando ocorre após uma
excitação inicial da substância.
(j) A fosforescência invisível e a fosforescência visível não ocorrem simultaneamente.
(k) Sais verdes não são fluorescentes nem fosforescentes.
(l) Existem sais uranosos que são fosforescentes.

8) Continuação
(m) Em condições normais, o nitrato de urânio é fosforescente ou fluorescente.
28
Apostila de Física Básica - Terceiro Texto

(n) A dissolução em água elimina a fosforescência e fluorescência.


(o) A fosforescência e a fluorescência não dependem apenas da composição química da
substância.
(p) Mesmo enquanto dissolvido, o nitrato de urânio continua a emitir radiações
invisíveis.
(q) O nitrato de urânio foi aquecido com uma lâmpada de álcool.
(r) O tubo de vidro que continha o nitrato foi envolvido em uma folha metálica opaca, a
fim de evitar as radiações da lâmpada de álcool.
(s) O nitrato só foi observado depois que tinha se cristalizado de novo.

8) Continuação
(t) O nitrato de urânio, após perder a fosforescência e mantido no escuro, produzia
efeitos iguais aos dos sais expostos à luz.
(u) Só é possível projetar o espectro do arco elétrico através de um aparelho de quartzo.
(v) A radiação ultra-violeta produziu fluorescência no sulfato urânico e no sulfato duplo
de urânio e potássio.
(w) As superfícies sobre as quais foi projetado o espectro não emitiram radiações
invisíveis.
(x) A região do espectro projetada sobre as superfícies estudadas por Becquerel não
excita a emissão de radiação invisível; ou excita muito pouco.

9) Descreva que conclusões novas poderiam ser deduzidas, supondo-se que Becquerel
tivesse observado cada um dos fatos abaixo; ou se esses fatos reforçam alguma das
conclusões de Becquerel:
(a) Quanto maior o tempo durante o qual são conservadas as substâncias no escuro, mais
fraca se torna a emissão de radiação invisível.
(b) Somente os sais de urânio que apresentam fosforescência ou fluorescência visível
emitem radiações invisíveis.
(c) Projetando-se apenas uma faixa estreita do espectro sobre as superfícies estudadas,
observou-se que na chapa fotográfica aparecia, no lugar correspondente, uma faixa mais
escura.

Nem sempre se pode confiar na intuição para se julgar se uma afirmação é


dedutível de um texto, contraria o texto, ou relaciona-se com o texto de
alguma outra forma. Além disso, essa terceira possibilidade (“relaciona-se
29
Apostila de Física Básica - Terceiro Texto

com o texto de alguma outra forma”) é muito vaga, e pode ser subdividida. O
objetivo do material subseqüente será analisar mais profundamente a
comparação de afirmações com um texto, a fim de tornar mais claro o
procedimento a ser usado e a fim de mostrar diferentes tipos de afirmações
que nem são dedutíveis do texto nem o contrariam.
Há dois casos possíveis de comparações lógicas:
1) A afirmação dada é comparada com uma só afirmação que pode ser isolada
do texto;
2) A afirmação dada é comparada com um encadeamento de afirmações do
texto, que não podem ser destacadas uma da outra.

Exemplos:
item m da questão 8: “Em condições normais, o nitrato de urânio é fosforescente ou
fluorescente”. Esta afirmação está correta e, para verificá-la, basta compará-la com uma
afirmação do texto: “Sabe-se que o nitrato de urânio deixa de ser fosforescente ou
fluorescente quando dissolvido ou fundido em sua água de cristalização”.

item j da questão 8: “A fosforescência invisível e a fosforescência visível não ocorrem


simultaneamente”. Esta afirmação está errada mas, para verificar isso, é preciso associar
entre si várias afirmações do texto pois nenhuma, isoladamente, afirma o contrário disto.

10) Procure, na questão 8, um exemplo de cada tipo de comparação.

Para se comparar duas afirmações entre si, sugere-se a seguinte sucessão de


indagações (nessa ordem):
a) Elas têm alguma relação? Têm algo em comum?
não - “afirmações independentes”
sim – passar para b

b) Elas se contradizem? Elas se excluem mutuamente?


sim - “afirmações mutuamente exclusivas”
não - passar para c
30
Apostila de Física Básica - Terceiro Texto

c) Elas são equivalentes? Dizem a mesma coisa?


sim - “afirmações equivalentes”
não - passar para d

d) Uma delas é mais geral do que a outra? Contém a outra?


sim - “afirmações subalternas” (especificar a mais geral)
não – “afirmações fracamente relacionadas”

11) Utilize o esquema acima para identificar a relação entre a afirmação “Algumas
substâncias fosforescentes emitem radiações sem ter recebido excitação” e as afirmações
abaixo:
a) Existem substâncias que emitem radiações sem ter recebido excitação.
b) O sulfato duplo de urânio e potássio é uma substância fosforescente.
c) Todas as substâncias fosforescentes emitem radiações, em qualquer situação.
d) Existem substâncias que emitem radiações sem ter recebido excitação e que são
fosforescentes.
e) Nenhuma das substâncias que emite radiações sem ter recebido excitação é
fosforescente.

12) Suponhamos que a afirmação dada no enunciado do exercício anterior pertencesse a


um texto. Assinale se cada uma das outras (a, b, c, d, e) seguramente está de acordo com
o texto (C), ou errada (E), ou outros casos (X).

Ao se efetuar comparações lógicas, é útil distinguir em cada afirmação:


a) O tipo de sujeitos da afirmação.
b) Os predicados (propriedades do sujeito).
c) As condições explícitas.

Exemplo: “Após excitado, o sulfato duplo de urânio e potássio emite radiações”.


a) tipo de sujeitos: “sulfato duplo de urânio e potássio”
b) predicado: “emite radiações”.
c) condições explícitas: “após excitado”.

31
Apostila de Física Básica - Terceiro Texto

13) Identificar, na afirmação do enunciado da questão 11, o sujeito, predicado e


condição.

É importante, também, notar a extensão de cada classe de coisas que


aparece em uma afirmação. Podem aparecer termos como:
(A) “todos”, “sempre”, “os”, etc
que significam que a afirmação é universal
(E) “nenhum”, “todos ... não são...”, etc
que significam que a afirmação é universal negativa
(I) “alguns”, “há casos em que”, “pelo menos um”, etc
que significam que a afirmação é parcial
(O) “nem todos”, “alguns ...não são...”, etc
significam que a afirmação é uma negação parcial
(U) “o”, “aquele”, etc
significam que a afirmação é singular (refere-se a um só caso).

14) Analisar a extensão do sujeito em cada uma das afirmações da questão 11 (a, b, c, d,
e).

15) Construa afirmações dos tipos A, E, I, O, U, tomando por base a afirmação “O


sulfato e o nitrato de urânio emitem radiações invisíveis”.

Utilizando-se a nomenclatura introduzida, pode-se esclarecer melhor o


modo como se pode verificar a relação lógica entre duas afirmações, seguindo
o esquema já exposto:

(a) Duas afirmações têm alguma relação se possuem o mesmo tipo de


sujeitos, ou mesmas condições, ou mesmo predicado; e não há relação
entre elas se não possuem o mesmo tipo de sujeitos, nem as mesmas
condições, nem o mesmo predicado.

(b) Duas afirmações se contradizem se os sujeitos e condições forem iguais,


mas os predicados forem opostos (incompatíveis); ou se o tipo de
32
Apostila de Física Básica - Terceiro Texto

sujeito, as condições e os predicados forem iguais, mas as extensões


forem, respectivamente, A e E; ou A e C; ou E e I (U pode contradizer
A ou E).

(c) Duas afirmações são equivalentes se e somente se os sujeitos,


predicados e extensão forem iguais.

(d) Uma afirmação q é subalterna a uma afirmação p se elas não são


equivalentes e, além disso, satisfazerem às condições:

1) suas extensões são iguais; ou


p é do tipo E e q é do tipo O
p é do tipo A e q é do tipo I
p é do tipo U e q é do tipo O ou I(depende do caso)
2) a classe de sujeitos é igual; ou
o tipo de sujeitos de p está incluído no tipo de sujeitos de q (para
afirmações I ou O)
o oposto, no caso de afirmações A ou E
3) as condições das afirmações são iguais; ou as condições de q são
mais restritivas do que as de p (para afirmações A e E)
o oposto, no caso de afirmações I e O
4) Os predicados são iguais; ou afirma-se mais predicados em p do
que em q.

16) Dada a afirmação “Todas as substâncias fosforescentes emitem radiações visíveis e


invisíveis, penetrantes”, dizer sua relação lógica com cada uma das afirmações abaixo
(sem usar as informações do quadro acima)
(a) Todas as substâncias emitem radiações visíveis e invisíveis.
(b) As substâncias fosforescentes não emitem radiações.
(c) Os raios ultra-violetas não são radiações visíveis.
(d) Existem substâncias fosforescentes que emitem radiações visíveis e invisíveis,
penetrantes.
(e) São emitidas radiações visíveis e invisíveis, penetrantes, por todas as substâncias
fosforescentes.
33
Apostila de Física Básica - Terceiro Texto

(f) O sulfeto de cálcio fosforescente emite radiações visíveis e invisíveis, penetrantes.


(g) Todas as substâncias fosforescentes azuis emitem radiações visíveis e invisíveis,
penetrantes.
(h) Todas as substâncias fosforescentes emitem radiações visíveis.
(i) Há substâncias fosforescentes que não emitem radiações invisíveis.
(j) Algumas substâncias que não são fosforescentes emitem radiações visíveis.

17) Explique, usando o quadro anterior, as respostas da questão 16.

Algumas vezes duas afirmações parecem diferentes pela simples


ordenação de seus termos, ou pela troca de sujeito e predicado. Observe-se as
seguintes regras:
* Pode-se trocar a ordem do sujeito e predicado, sem alterar o significado,
em afirmações do tipo I e E:
Exemplos:
“alguns sais de urânio são corpos fosforescentes”; “alguns corpos
fosforescentes são sais de urânio”; “nenhum sal de urânio é
fosforescente”;
“nenhum material fosforescente é sal de urânio”
* Não se pode trocar a ordem do sujeito e predicado em afirmações dos
tipos A e O:
Exemplos:
“todos os sais de urânio são corpos fosforescentes”, não é
equivalente a
“todos os corpos fosforescentes são sais de urânio” (poder-se-ia
apenas deduzir que alguns corpos fosforescentes são sais de urânio)
“alguns corpos fosforescentes não são sais de urânio”, não é
equivalente a
“alguns sais de urânio não são fosforescentes” (poder-se-ia apenas
deduzir que existem coisas que não são sais de urânio e que não são
fosforescentes).

18) Dizer se os seguintes pares de afirmações são equivalentes ou não; ou se uma delas é
subalterna à outra (pode ser deduzida da outra):
(a) Alguns sais uranosos são verdes.
34
Apostila de Física Básica - Terceiro Texto

Existem coisas verdes que são sais uranosos.


(b) Nenhum sal uranoso é fosforescente.
Nenhuma substância fosforescente é sal uranoso.
(c) Todos os sais de urânio emitem radiações.
Todas as radiações são emitidas por sais de urânio.
(d) Sempre que as radiações atingem chapas fotográficas, estas escurecem.
Sempre que as chapas fotográficas escurecem, foram atingidas por radiações.
(e) Nem todo emissor de radiação é fosforescente.
Nem toda substância fosforescente emite radiação.

A comparação lógica de uma afirmação com um texto inteiro é muito


mais complicada. Deve-se, primeiramente, procurar no texto alguma frase ou
todas as frases que tenham relação com a afirmação dada; isto é, que tenham o
mesmo tipo de sujeitos, ou condições, ou predicado. Se não encontrar, então
não há relação entre o texto e a afirmação.

Se houver, no texto, afirmações relacionadas à afirmação dada, deve-se


procurar as mais parecidas com ela e procurar se, entre elas, há alguma
equivalente ou que a contradiga. Se não houver, deve-se tentar unir algumas
das afirmações e obter, a partir delas, uma nova afirmação (uma conclusão)
que seja equivalente ou contradiga a afirmação analisada. Se isso também não
for possível, passa-se à tentativa seguinte:

Procure-se no texto alguma afirmação mais geral; isto é, alguma a que a


afirmação dada esteja subordinada. Esgotadas as possibilidades, verifica-se se
alguma afirmação do texto, ou dedutível do texto, é subordinada à afirmação
dada.

Se nenhuma dessas alternativas for verificada, a relação lógica entre o


texto e a afirmação dada é fraca.

19) Determinar a relação lógica com o terceiro texto:


(a) Todo fenômeno de fosforescência tem sua intensidade aumentada quando o objeto é
exposto à radiação ultra-violeta.

35
Apostila de Física Básica - Terceiro Texto

(b) Se alguma parte do espectro projetado sobre as superfícies de sais de urânio tivesse
sido excitada, a silhueta da superfície na chapa fotográfica não teria sido uniforme.
(c) Durante uma das experiências, o nitrato de urânio foi colocado sobre uma placa
fotográfica envolvida em papel preto.
(d) Todos os sais de urânio emitem radiações invisíveis.

ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES

LUZ DE MAGNÉSIO: Luz emitida na queima de um fio ou fita do metal magnésio,


em presença de ar; o magnésio produz luz branca, intensa, que pode ser utilizada para
fins fotográficos (lâmpadas de “flash” de magnésio).

ARCO ELÉTRICO: Fonte luminosa em que a corrente elétrica atravessa, no ar ou


outro gás, uma distância de alguns milímetros, entre dois carvões ou dois bastões
metálicos. È uma fonte luminosa de grande brilho, utilizada em projetores de cinema e
outras aplicações que exigem luz muito intensa.

GARRAFA DE LEYDEN: Tipo de acumulador de eletricidade capaz de armazenar


grandes quantidades de carga elétrica e capaz, portanto, de produzir grandes faíscas.

ÁGUA DE CRISTALIZAÇÃO: Muitas substâncias cristalinas (sal de cozinha, salitre,


sulfato de cobre azul, etc) contém água em seu estado normal. Se são aquecidas,
algumas perdem esta água diretamente, sob a forma de vapor; outras parecem se derreter
mas, se forem fortemente aquecidas também perdem a água de cristalização e tornam-se
novamente sólidas.

ESPECTRO LUMINOSO: Quando se faz passar um feixe estreito de luz branca


através de um prisma de vidro ou outro material transparente, o feixe se alarga e
apresenta uma série de cores; o feixe colorido é denominado “espectro luminoso”. A luz
pode também conter outras radiações, invisíveis, que formam então um “espectro
invisível”, situado nos dois lados do espectro colorido (radiações ultra-violeta e
infravermelha).

36
Apostila de Física Básica - Terceiro Texto

APARELHO DE QUARTZO: O quartzo (ou cristal de rocha) tem, sobre o vidro, a


vantagem de permitir a passagem de radiação ultra-violeta, que é absorvida por vidros
comuns. Becquerel utilizou uma aparelhagem de quartzo justamente porque é a radiação
ultra-violeta que produz, normalmente, os fenômenos de fluorescência que ele julgava
estarem relacionados à emissão da radiação penetrante que estava estudando.

RESPOSTAS ÀS QUESTÕES DO TERCEIRO TEXTO:

1) Verificar se a emissão de radiações invisíveis pelos sais de urânio pode ser


considerada um fenômeno de fosforescência.

2) Efeito da luz e da radiação ultra-violeta na emissão de radiações invisíveis pelos sais


de urânio.

3) Ele formula hipóteses e verifica experimentalmente se suas hipóteses são válidas ou


não (método demonstrativo).

4) A incidência de vários tipos de luz aumenta a emissão de radiação invisível do sal de


urânio. Esse aumento é pequeno. Mesmo substâncias que não são fosforescentes nem
fluorescentes, ou que deixaram de ser fosforescentes ou fluorescentes por dissolução,
continuam a emitir as radiações invisíveis, com igual intensidade. Todas as regiões de
uma placa coberta com sais de urânio, embora iluminadas por diferentes regiões do
espectro, emitem radiações invisíveis de iguais intensidades. Becquerel não consegue
concluir se de fato há aí um fenômeno de fosforescência ou não, pois alguns efeitos
parecem indicar que sim, e outros efeitos parecem indicar o oposto.

5) Para a primeira e segunda conclusões, as experiências foram feitas com o sulfato


duplo de urânio e potássio observando-se a radiação com placas fotográficas e
iluminando-se as lamelas com luz solar, luz de magnésio, arco elétrico e faíscas de uma
garrafa de Leyden. No caso da terceira conclusão, o sal que não era fosforescente nem
fluorescente era o sulfato uranoso, e o que foi dissolvido (em sua própria água de
cristalização) foi o nitrato de urânio, aquecido no escuro por uma lâmpada de álcool e
estudado com chapas fotográficas. No caso da quarta conclusão, utilizou-se sulfato

37
Apostila de Física Básica - Terceiro Texto

urânico e sulfato duplo de urânio e potássio, iluminados com a luz de um arco elétrico
através de um aparelho de quartzo e sendo a radiação estudada com placas fotográficas.

6) Becquerel cita várias experiências destinadas a verificar se a radiação emitida pelos


sais de urânio é um fenômeno de fosforescência. O aumento de radiação quando o
sulfato duplo de urânio e potássio é excitado por certas radiações parece indicar uma
fosforescência, mas há a ocorrência de emissão mesmo em casos em que não há
fosforescência e fluorescência visíveis, e a impossibilidade de detecção da região de
excitação para outros casos não favorece essa idéia.
7) “Se o fenômeno ... radiações específicas.” – hipótese
“ ... prodigiosa persistência da emissão, “ – conclusão
“ ... as substâncias são ... conhecemos. Ao fim de mais de quinze dias, “ – descrição de
procedimento
“ ... os sais de urânio ... primeiro dia.” – observação
“ ... sobre a mesma placa fotográfica ... à luz solar,” - procedimento
“ ... a impressão ... que a da primeira” – observação
“A luz ... condições” – procedimento
“ ... produziu apenas um efeito imperceptível.” – observação
“ ... as lamelas ... garrafa de Leyden” – procedimento
“ ... as impressões ... escuras.” – observação
“O fenômeno ... fluorescência visível”. – conclusão
“ ... os sais do ... muito fluorescentes” – hipótese
“ ... os sais uranosos verdes não são fosforescentes nem fluorescentes” - hipótese
“ ... o sulfato uranoso ... igualmente intensas”. – observação
“ ... o nitrato de urânio ... água de cristalização” – hipótese
“ ... tomei um cristal ... protegendo o sal da ação da luz.” – procedimento
“ ... não seria observado efeito algum” – hipótese
“ ... tinha sido evitada ... ser fosforescente.” – procedimento
“ ... a impressão foi ... fragmento de sulfato urânico” – observação
“ ... colocado para comparação sobre a mesma placa” – procedimento
“Sobre esta ... sobre o vidro” – procedimento
“ ... os efeitos foram substancialmente os mesmos.” – observação
“ ...obtive algumas superfícies ... aparelho de quartzo.” – procedimento
“As faixas ... pela fluorescência” – observação
“ ... reproduzi a ... placa fotográfica” – procedimento
38
Apostila de Física Básica - Terceiro Texto

“ ... a silhueta tornou-se quase uniformemente escura” – observação


“ ... ou que a emissão ... a superfície estudada.” – conclusão.

8) a) X (o texto diz que parece ser); b) X; c) E (ver o caso do sulfato uranoso); d) C;


e) C; f) C.

8) Continuação g)X (o texto não diz qual é o efeito desses tipos de luz sobre a chapa
fotográfica, e sim sobre os sais de urânio); h)C; i)X; j)E (o texto cita o nitrato de
urânio, que tem os dois tipos); k)X; l)X.

8) Continuação m) C (pois ele deixa de ser quando dissolvido); n) X(o texto não faz
uma afirmação tão geral); o) C (pois podem desaparecer pelo simples aquecimento); p)
X (Becquerel não verificou isso); q) C; r) X; s) X (é provável que sim, mas o texto não
afirma isso claramente).

8) Continuação t)C; u)X; v)C; w)E (continuaram a emitir como antes); x)C.

9) a) Se isso fosse observado, o fenômeno seria ainda mais semelhante à fosforescência


(embora isso não provasse que é um tipo de fosforescência, pois seria ainda necessário
que o fenômeno fosse alterado pelos fatores que normalmente alteram a fosforescência).
b) Esse fato, sozinho, se fosse observado, provaria que a emissão de radiações invisíveis
sempre acompanha a fosforescência ou fluorescência, mas não provaria que são a
mesma coisa (assim como a chuva é sempre acompanhada por nuvens, e chuva e nuvens
são coisas diferentes).
c) A luz excita a emissão de radiação invisível; mas Becquerel não tinha notado nada em
sua experiência porque toda a superfície era atingida pelo espectro, e em toda ela
aumentava a emissão de radiação (isto poderia também ser uma explicação da
experiência de Becquerel).

11) a) A afirmação é subalterna à do anunciado, pois a partir da afirmação dada é


possível deduzir-se a, e o contrário não é possível.
b) Esta afirmação está fracamente relacionada à do enunciado.
c) Esta afirmação é mais geral do que a do enunciado; a do enunciado é subalterna a
esta.

39
Apostila de Física Básica - Terceiro Texto

d) Esta afirmação é equivalente à do enunciado (há simplesmente uma mudança na


ordem dos termos).
e) Esta afirmação contradiz à do enunciado (são mutuamente exclusivas).

12) a)C; b)X; c)X; d)C; e)E

13) tipo de sujeitos: substâncias fosforescentes


predicado: emitem radiações
condição: sem ter recebido excitação.

14) a)parcial; b)singular; c)universal; d)parcial; e)negação universal.


15) Exemplo de possível resposta:
(A)“Todos os sais de urânio emitem radiações invisíveis”
(E)“Nenhum sal que contenha urânio emite radiações invisíveis”
(I)“Alguns sais de urânio emitem radiações invisíveis”
(O)“Alguns sais de urânio não emitem radiações invisíveis”
(U)“O sulfeto de urânio emite radiações invisíveis”.

(poderia também ser usada, no caso E, a afirmação “Nenhum sal de urânio emite
radiações invisíveis”)

16) (a)mais geral; (b)mutuamente exclusiva; (c)fracamente relacionadas;


(d)subalterna; (e)equivalente; (f)subalterna; (g)subalterna; (h)subalterna;
(i)mutuamente exclusivas; (j)fracamente relacionadas.

18) (a)equivalentes; (b)equivalentes; (c), (d) e (e):nem equivalentes nem subalternas.


Conferir com as regras do quadro proposto para o exercício.
(a) – tipo I; (b) – tipo E; (c) – tipo A; (d) – tipo A; (e) – tipo O.

19) (a) mais geral do que o texto (o texto cita apenas um caso particular, subordinado a
essa afirmação); (b) essa afirmação é dedutível do texto; (c) essa afirmação é dedutível
do texto; (d) mais geral do que o texto.

40
Apostila de Física Básica - 2º Questionário Individual

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA


CCE – DEPARTAMENTO DE FÍSICA
2FIS018 - FÍSICA BÁSICA – Turmas 1000/2000.

2o QUESTIONÁRIO INDIVIDUAL
Nome:________________________________________________________

1) Você estudou o material já fornecido de Física Básica:


a) em classe ? tudo ( ) parte ( ) nada ( )
b) em casa ? tudo ( ) parte ( ) nada ( )

2) Você considera o material utilizado


a) incompreensível, para você
b) muito difícil
c) difícil, mas compreensível
d) tem nível adequado
e) muito fácil

3) Em que aspectos tem sentido maiores dificuldades:


a) ler o texto (vocabulário, etc)
b) identificar objetivos, método, etc, e fazer resumo
c) questões tipo C, E, X
d) identificar descrições, hipóteses, conclusões, etc
e) fazer diagramas
f) outros(especificar)_____________________________________________

4) Ao estudar o material, você


a) consegue concentrar-se ? _______________
b) gasta um tempo excessivo ? ______________
c) responde antes de olhar a resposta ? ______________

5) Quando sente dificuldades ou em caso de dúvida, você costuma


a)consultar os colegas? ( )nunca ( )poucas vezes ( )sim
b)consultar o professor? ( )nunca ( )poucas vezes ( )sim
41
Apostila de Física Básica - 2º Questionário Individual

6) Se não consulta ou consulta pouco aos colegas e professor, isto se deve a:


a) falta de interesse
b) não quer amolar
c) acha que não adianta
d) timidez

7) Gostaria de estudar em grupos, em classe? ( )sim ( )não


Você já estudou em grupos? ( )nunca ( )poucas vezes ( )muitas vezes
Sente dificuldades em formar grupos? ( )não ( )um pouco ( )sim

8) Acredita que o estudo em grupos


a)é lento demais ? ______________
b)é mais eficiente do que estudos individuais ? _____________

Observações:

Não devolva agora o questionário ao professor. Quando os colegas que estiverem


à sua volta tiverem também terminado de responder às questões, agrupe-se a eles (3 ou 4
pessoas por grupo) e, para cada uma das perguntas do questionário, cada um deve ler as
próprias respostas. Se houver grandes diferenças entre vocês, procure explicar aos outros
sua opinião. Não é necessário chegar-se a conclusão alguma. Queremos apenas que
vocês troquem idéias entre si.

Após terminarem a troca de idéias, podem anotar em suas folhas alguma alteração
de opinião que tenha ocorrido. Depois entregue os questionários ao professor.

Se quiserem, podem continuar reunidos para estudar o material distribuído ou, se


preferirem, estudem separadamente. Caso escolham estudar em grupo, discutam qual o
método a ser utilizado – por exemplo, cada um tenta responder a uma ou algumas
questões separadamente, depois discutem; ou a questão é lida em conjunto, e cada um dá
a sua opinião; ou fazem as questões isoladamente e só discutem as dificuldades que
surgirem; ou outro processo qualquer. É importante planejar o trabalho. Lembrem-se

42
Apostila de Física Básica - 2º Questionário Individual

também que não é necessário criar um grupo fixo. É interessante variar de grupo, de vez
em quando.

43
Apostila de Física Básica - OBJETIVOS

Nesta primeira etapa de Física Básica, foram estabelecidos vários objetivos. Ao


longo dessas primeiras aulas, e também por meio do material para trabalho em casa,
procuramos ensinar e exercitar esses objetivos. Mesmo que ainda não tenha dominado as
técnicas ensinadas, você já sabe o que elas significam e, pelo exercício repetido, deve
aperfeiçoar essas capacidades e acostumar-se a utilizá-las.

Sempre que você tiver que estudar um texto, estará diante de um problema:
entendê-lo. Mas o que significa entender um texto? Certamente não significa que você
deva ser capaz de repetí-lo de cor e, sim, que deve ser capaz de realizar certos tipos de
operações com aquilo que leu. Por exemplo: produzir um resumo; fazer um diagrama,
etc. Portanto, ao ler um texto procure pensar: “o que eu quero obter?” Lembre-se de que
não é importante memorizar o texto, e pense “o que preciso fazer” para entendê-lo. Você
pode, inicialmente, consultar a lista de objetivos da primeira etapa e verificar o que é útil
fazer no sentido de compreender melhor o texto. Pode, também, procurar estabelecer,
utilizando as técnicas estudadas, um esquema a ser usado sempre que estudar um texto;
“qual seria o melhor meio” para estudar um artigo? “Como começar?”

Recorde-se do objetivo da disciplina: não basta que você aprenda a usar as


técnicas ensinadas apenas quando pedimos que as aplique; é importante que você se
acostume a usá-las. Este é outro problema. Pense nisso: “o que eu quero obter” nesta
disciplina? Simplesmente passar? Não. Preparar-se para seus estudos futuros e, mesmo,
para sua vida. “O que eu preciso fazer” para me acostumar a usar essas técnicas
ensinadas? Isso depende de você, e não de nós. Ninguém pode forçá-lo a acostumar-se a
utilizar isso. E você se conhece melhor do que nós o conhecemos. Só você sabe que tipo
de resoluções é capaz de cumprir. Não se prometa algo que seja incapaz de fazer.

44
Apostila de Física Básica - OBJETIVOS

OBJETIVOS DA 1a ETAPA DE FÍSICA BÁSICA:

Ao final da 1a etapa, você deve ser capaz de:

1.1. Escrever o resumo de um texto dado. Nele devem constar: objetivo do texto,
assunto, método utilizado, conclusões, limitações ou condições.

1.2. Citar semelhanças e diferenças entre um texto dado e textos já estudados.

1.3. Assinalar, em um texto as frases ou palavras que possam ser retiradas sem
prejuízo para a seqüência geral.

1.4. Identificar em um texto: tese, hipóteses, descrições de aparelhagem ou


procedimento, observações, conclusões.

1.5. Descrever a relação lógica entre duas afirmações: não estão relacionadas, são
mutuamente exclusivas, uma é subalterna à outra, estão fracamente
correlacionadas.

1.6. Descrever a relação lógica entre uma afirmação e um texto dado.

1.7. Dada uma alteração das condições de um texto, dizer como se alteram as
conclusões.

1.8. Dada a descrição de uma situação, fazer um diagrama que indique: forma e nome
dos objetos, entes invisíveis, símbolos e valores de grandezas, relações ou
ligações entre os objetos e/ou grandezas, variações.

1.9. Identificar as grandezas físicas contidas num dado texto, dizendo quais delas são
variáveis e quais são constantes.

1.10. Estabelecer as relações e dependências entre as grandezas identificadas em um


dado texto.

45
Apostila de Física Básica - OBJETIVOS

1.11. Identificar se a relação entre duas grandezas é monótona e, se for, se é crescente


ou decrescente.

1.12. Verificar se um modelo fornecido se comporta como um dado fenômeno. Idem,


para uma analogia.

46
Apostila de Física Básica - Quarto Texto

QUARTO TEXTO:

Quarto Texto: “Sobre algumas propriedades novas das radiações invisíveis


emitidas por diversos corpos fosforescentes”
Autor: Henry Becquerel
(traduzido de “Sur quelques propriétés nouvelles des radiations invisibles émises
per divers corps phosphorescents”, Comptes Rendus ..., 1896: 559-564) –
reprodução parcial.

1.- Ação sobre os corpos eletrizados

Na última reunião, comuniquei à Academia as observações que fui conduzido a


fazer com diversos sais de urânio e, em particular, com o sulfato duplo de urânio e
potássio; mostrei que esse corpo emite radiações que atravessam diversos corpos
opacos à luz, tais como o papel negro, o alumínio e o cobre, e que essa emissão se
produzia tanto sob a influência de raios que excitam a fosforescência quanto na
obscuridade, muito tempo após a substância ter cessado de ser excitada pela luz.
Lembro, igualmente, que esse corpo não emite mais radiações luminosas perceptíveis
cerca de 1/100 de segundo após o momento em que cessa sua excitação pela luz.
Observei recentemente que as radiações invisíveis emitidas nessas condições têm a
propriedade de descarregar os corpos eletrizados a elas submetidos.

A experiência é realizada simplesmente substituindo-se o tubo de Crookes


empregado na experiência de Benoist e Hurmuzescu por uma lamela de sulfato duplo de
urânio e potássio.

Sabe-se que o eletroscópio de Hurmuzescu, protegido contra as influências


elétricas exteriores por um envoltório metálico e contra as radiações ultra-violetas por
vidros amarelos, permanece carregado por vários meses. Se substituirmos um dos
vidros amarelos por uma lâmina de alumínio de 0,12 mm de espessura e, se aplicarmos
contra essa folha, do exterior, uma lâmina da substância fosforescente, vê-se que as
folhas do eletroscópio se aproximam pouco a pouco, indicando uma descarga lenta do
aparelho. Medindo a separação entre as folhas de ouro em instantes suficientemente
próximos, pode-se traçar as curvas dos desvios em função do tempo e determinar ou a

47
Apostila de Física Básica - Quarto Texto

rapidez de descarga em cada instante ou a duração da perda de eletricidade do


aparelho – recarregado a cada vez ao mesmo potencial.

Sem fornecer aqui todos os dados obtidos, indicarei somente que, nas condições
que acabei de descrever, uma carga que fazia as folhas de ouro divergirem por cerca de
18o foi dissipada em duas horas e cinqüenta e seis minutos.

Obtém-se resultados mais rápidos colocando as substâncias diretamente abaixo


das folhas de ouro, no interior da caixa. Uma lamela de sulfato duplo urânico-potássico
foi assim disposta abaixo das folhas de ouro; ela media 45 mm de comprimento e 25 mm
de largura, e havia sido protegida da luz durante cinco dias.

As distâncias variavam entre 1 cm e 3 cm, aproximadamente. As folhas de ouro


divergiam de 12o, e a duração da descarga variou entre 21 e 25 minutos para uma
carga negativa, e foi de 23 minutos para uma carga positiva que produzia a mesma
divergência das folhas de ouro. Essa mesma carga foi dissipada em uma hora e
quarenta e oito minutos pela mesma lamela, quando colocada no exterior, atrás da
folha de alumínio.

Quando os corpos estavam colocados abaixo das folhas de ouro, interpôs-se uma
placa de alumínio de 2 mm de espessura; a descarga tornou-se, então, muito mais lenta
e, a partir do momento em que as folhas de ouro divergiam de 12 o até se tocarem,
passaram-se uma hora e 52 minutos.

QUESTÕES SOBRE O QUARTO TEXTO:

1) Verifique, na lista de objetivos da 1a etapa, quais os que podem ser utilizados para
ajudá-lo a compreender o texto.

2) Escolha algumas das atividades representadas pelos objetivos acima, e trabalhe sobre
o texto, utilizando-as. Utilize, para isso, 30 minutos mais ou menos. Escolha
previamente a ordem de trabalho, colocando de início aquilo que achar mais importante
afim de que depois, ao fim dos 30 minutos, não verifique que deixou de fazer algo

48
Apostila de Física Básica - Quarto Texto

essencial. Se resolver escrever um resumo do texto verifique se, de fato, aquilo que você
colocar no resumo está de acordo com o texto.

3) Quais das grandezas abaixo são mencionadas no texto?


(a) Intensidade da luz emitida na fosforescência.
(b) Espessura de placas metálicas.
(c) Tamanho do eletroscópio.
(d) Tempo de descarga do eletroscópio.
(e) Ângulo de separação das folhas do eletroscópio.
(f) Carga elétrica do eletroscópio.
(g) Tamanho das folhas de ouro.
(h) Carga elétrica da placa fosforescente.

4) Cite outras grandezas mencionadas no texto (coisas que possam ser medidas, mesmo
que não tenham sido medidas durante a experiência, e que sejam citadas no texto).

5) Nas experiências descritas no texto qual era o efeito que o autor observava? (nos
artigos anteriores, era o escurecimento de chapas fotográficas).

6) Quais as grandezas (por exemplo: temperatura da sala) ou condições (por exemplo:


cor do eletroscópio) que eram mantidas constantes em todas as experiências; e o que
variava? (citar apenas coisas contidas no texto; os exemplos que fornecemos servem
apenas para mostrar a diferença entre uma grandeza e uma condição).

7) Das grandezas citadas no texto, qual a relação entre elas e o tempo de descarga do
eletroscópio (relação direta ou crescente: quando um aumenta, o outro também aumenta;
relação inversa ou decrescente: quando um aumenta, o outro diminui).

8) Existem relações que são “monótonas” e outras que não são. Um exemplo de relação
monótona é a que existe entre o volume de um objeto e sua massa (se a densidade for
constante, o aumento de volume sempre corresponde a um aumento de massa). Um
exemplo de relação que não é monótona é a que existe entre a reatividade do ácido
sulfúrico e sua concentração: o ácido sulfúrico muito diluído reage fracamente com o
ferro; à medida que aumenta sua concentração, vai aumentando sua reatividade; mas, se

49
Apostila de Física Básica - Quarto Texto

o ácido se torna praticamente puro, ele deixa de reagir com o ferro. Existe alguma das
relações citadas na questão 7 que parece não ser monótona ?

9) Existe alguma relação entre as grandezas citadas na resposta da questão 7 (deixando


de lado o tempo de descarga e a rapidez de descarga)?

10) Foram realizadas duas experiências colocando-se a lamela fora do eletroscópio.


Numa delas, a separação entre as folhas de ouro era, inicialmente, de 18 o; na outra, era
de 12o. Na primeira, o tempo de descarga foi de duas horas e cinqüenta e seis minutos.
Se o tempo de descarga for proporcional ao ângulo inicial, calcule qual deveria ser o
tempo de descarga da segunda experiência. Depois, confira o resultado com o texto.

11) A placa que recobria a abertura do eletroscópio tinha apenas 0,12 mm; e a placa
utilizada ao final da experiência, colocada entre a lamela e as folhas de ouro, tinha uma
espessura de 2 mm (16 vezes maior). O efeito dessas duas lâminas era muito diferente,
de acordo com o texto? Deveria ser muito diferente?

Muitas vezes, no estudo de um fenômeno, surgem fatos interessantes que


se deseja explicar: por quê a radiação descarrega o eletroscópio? Por quê uma
placa grossa de alumínio absorve mais ou menos a mesma quantidade de
radiação que uma placa fina?
Existem explicações de vários tipos. No material seguinte, serão explicados
dois desses tipos: os modelos e as analogias.

ANALOGIA: É um tipo de comparação entre dois fenômenos que parecem


semelhantes, sob pelo menos alguns aspectos. Suponhamos que alguém esteja
interessado em saber como as formigas descobrem o caminho de volta para o
formigueiro. Ele pode pensar: elas se orientam como os cegos. Quais são as
semelhanças: os dois tipos de animais (cegos e formigas) conseguem voltar
para casa; e nenhum dos dois utiliza a visão (a visão das formigas é muito
confusa, não produz imagens nítidas). Isso é um tipo de analogia. Observe-se,
no entanto, que isso não é uma explicação satisfatória pois, em primeiro lugar,
não ficamos sabendo nem como os cegos se orientam, nem como as formigas
50
Apostila de Física Básica - Quarto Texto

se orientam (só sabemos que são coisas semelhantes, externamente). Além


disso, é claro que os processos de orientação, em si, são muito diferentes.

MODELO FÍSICO: É a descrição de alguma coisa que não é observável num


dado fenômeno, mas que se supõe existir nele, embora sendo invisível; e que
produziria os efeitos observados. Voltemos ao caso das formigas. Um biólogo
pode sugerir que as formigas deixem no chão um rastro invisível, com algum
líquido, e que, pelo olfato, descobrem o caminho de volta. Os modelos podem
ser testados a fim de verificar se podem ser considerados verdadeiros e são um
dos mais importantes tipos de explicação científica.

12) Sem se preocupar com a validade ou não das afirmações abaixo, indique quais delas
são modelos e quais delas são analogias para explicar a descarga de eletroscópios na
experiência de Becquerel:
(a) O eletroscópio se descarrega como se passasse uma carga elétrica do material
fosforescente para as lâminas de ouro.
(b) O eletroscópio se descarrega como se houvesse um aparelho de raios x nas suas
proximidades.
(c) O eletroscópio se descarrega como se alguém lhe tivesse encostado o dedo.

Os modelos não são coisas novas. Desde a antiguidade, nossos antepassados


criavam modelos para explicar fenômenos naturais. Em geral eram modelos
“antropomórficos”, nos quais se incluíam deuses, espíritos e coisas
semelhantes, mas que não deixam de ser parecidos aos nossos modelos atuais.
Suponhamos as seguintes observações: durante uma tempestade surgem fortes
barulhos (trovões); e uma pessoa ou animal violento e raivoso emite sons
fortes e graves. Uma analogia simples seria: o som dos trovões é como o som
de pessoas com raiva. Embora, para nós, isso seja uma semelhança superficial,
os primitivos elaboravam, a partir dessa analogia, um modelo: alguém,
chamado Deus Trovão, emite rugidos durante a tempestade.

Este é, evidentemente, um modelo bem rústico, mas acessível e suficiente para


o Brucutu. No entanto, com o passar do tempo, com o desenvolvimento da
mente humana e de novas observações, os modelos foram sendo melhorados,
a partir de novas observações. Por exemplo: observa-se que os trovões estão
51
Apostila de Física Básica - Quarto Texto

relacionados a relâmpagos; os relâmpagos assemelham-se a faíscas emitidas


quando o ferreiro martela um pedaço de ferro na bigorna. Daí um novo
modelo: o Deus Thor possui um martelo e, batendo com ele nas nuvens,
produz barulhos e faíscas.

É nítido o progresso. O modelo agora é mais detalhado e inclui novas


semelhanças (como entre relâmpagos e as fagulhas do ferreiro). No entanto,
existem muitos pontos obscuros: como Thor vai até as nuvens? Naturalmente,
pelo melhor meio de locomoção da época: uma biga. Mas como pode uma
biga ir até as nuvens? Puxada por cavalos alados. Assim, o modelo pode ir-se
complicando. Aqui, surgiu a vantagem adicional de que os trovões contínuos,
que parecem “rolar pelas nuvens”, assemelham-se ao barulho das rodas da
biga.

Poderíamos continuar por aí. No entanto, não é nossa intenção estudar


mitologia. Passemos a alguns modelos mais próximos dos utilizados em
Física. Admita que lhe fosse entregue um tubo do tipo abaixo, e uma bola. A
boca do tubo é vedada em A de tal modo que você não pode ver o seu interior.

Você observa que, colocando-se uma bola na boca do canudo e apertando o


botão, a bola é lançada velozmente para fora.

Podemos agora imaginar um mecanismo para explicar como isso ocorre. Por
exemplo: podemos supor que exista uma mola dentro do tubo. Ao se colocar a
bola, a mola é comprimida. Apertando-se o botão, solta-se a mola e a bola é
lançada para fora. Ou então, pode-se imaginar que exista um dispositivo de ar

52
Apostila de Física Básica - Quarto Texto

comprimido dentro do tubo. Apertando-se o botão, liberta-se o ar e a bola é


lançada para fora. Poderia haver ainda outros modelos.
Como selecionar o melhor deles? Uma maneira de se conseguir isso é fazer
mais observações. Por exemplo: se, para colocar a bola você precisa fazer
muita força, é provável que esteja comprimindo uma mola. Nesse caso, você
pode optar pelo primeiro modelo. Se, sem colocar a bola e apertando o botão,
você sempre observar a saída de ar, o segundo modelo será mais satisfatório.
No entanto, a menos que você abra o tubo e veja o que existe dentro dele, você
nunca terá certeza de que seu modelo é o verdadeiro. Realmente, não importa
que ele seja verdadeiro. O que interessa é que ele sirva para descrever ou
explicar aquilo que você quer estudar, que ele cubra a verdade até onde você a
conhece. Se, em determinado momento, o modelo falhar, você pode
reformulá-lo ou simplesmente criar outro novo.

Consideremos agora aquilo que Becquerel observava, e como se pode tentar


explicá-lo. Os fatos brutos eram os seguintes: ao se colocar certo material
próximo a um eletroscópio, as folhas de ouro se aproximavam até se tocarem.
Supõe-se, além disso, que existem nas folhas de ouro alguma coisa invisível
chamada “carga elétrica” e que é essa carga elétrica que faz com que as folhas
de ouro se separem. Essa aproximação das folhas só pode ser devida a dois
motivos: ou as cargas elétricas continuam a existir nas folhas, mas perdem o
seu poder de repulsão (talvez por serem neutralizadas por outras forças), ou as
folhas perderam sua carga elétrica.

13) Suponhamos que, ao retirar a lamela de sulfato urânico-potássico de perto do


eletroscópio, Becquerel observa que, mesmo esperando várias horas, as folhas de ouro
não tornam a se separar. Esse fato favoreceria qual das duas hipóteses acima?

14) Se as folhas do eletroscópio perderam a carga que possuíam, isso pode ter ocorrido
ou porque saíram das folhas as cargas que lá estavam, ou porque as folhas receberam
uma carga de sinal oposto, que as neutralizou. Diga o que se poderia concluir em cada
um dos casos abaixo:
(a) Toca-se com o dedo uma lamela; em seguida, coloca-se a lamela sobre uma
superfície metálica isolada; a superfície, depois de algum tempo encontra-se carregada
eletricamente.
53
Apostila de Física Básica - Quarto Texto

(b) Mesmo deixando-se a lamela sob as folhas do eletroscópio durante muito tempo, as
folhas não se separam, se estiverem inicialmente encostadas uma à outra (obs.: isso
ocorre, de fato).
(c) Retirando-se o ar do interior do eletroscópio, ele já não se descarrega mais em
presença da lamela (obs.: isso realmente ocorre).

15) Suponhamos que desejássemos explicar o fenômeno pelo seguinte modelo: o sulfato
duplo de uranila e potássio emite partículas muito pequenas, de carga elétrica negativa
que, ao atingirem as folhas de ouro, neutralizam suas cargas. Quais os fatos que não
estão de acordo com esse modelo?

16) Verifique se o seguinte modelo é capaz de explicar o fenômeno: as radiações do


sulfato duplo de urânio e potássio, embora não possuam cargas elétricas, tornam o ar
condutor de eletricidade; a carga elétrica das placas é conduzida ao cilindro metálico, e
por isso, as folhas se aproximam.

17) Verifique se o seguinte modelo é satisfatório: as radiações invisíveis não possuem


carga elétrica; mas, ao atingirem as folhas de ouro do eletroscópio, jogam para fora as
cargas elétricas que elas possuem.

RESPOSTAS ÀS QUESTÕES DO QUARTO TEXTO:

1) 1.1; 1.2; 1.3; 1.4; 1.8; 1.9; 1.10; 1.11 (os demais exigem que, além do texto, seja
fornecida alguma outra coisa).

3) b, d, e, f

4) Duração da fosforescência; rapidez de descarga do aparelho em cada instante


(expressa em o/min, por exemplo, é diferente do tempo total de descarga); tamanho da
lamela de sulfato duplo urânico-potássico; tempo durante o qual a lamela foi mantida no
escuro; distância entre a lamela e as folhas de ouro.

5) O movimento das lâminas de ouro de um eletroscópio ou, mais exatamente, a duração


de descarga do eletroscópio.
54
Apostila de Física Básica - Quarto Texto

6) Espessura das placas – variou, mas não de modo sistemático (não se repetiu a
experiência exatamente da mesma maneira, variando apenas a espessura); tempo de
descarga – variou; ângulo de separação – variou, mas também não foi de modo
sistemático; carga elétrica – variou, já que as divergências das folhas variaram; o
tamanho da lamela foi mantido constante; a distância entre a lamela e as folhas de ouro
também variou. Além disso, Becquerel variou a posição da lamela de material
fosforescente: fora e dentro do eletroscópio.

7) Espessura das placas – crescente.


Ângulo de separação – crescente
Carga elétrica – crescente.
Rapidez de descarga – decrescente.
Tamanho da lamela – crescente.
Distância entre as lamelas e as folhas de ouro – decrescente.

8) Não. Todas as relações parecem ser monótonas.

9) A carga elétrica e o ângulo de separação estão relacionados (relação crescente); não


há relação entre as outras grandezas (qualquer uma delas pode variar e as outras
permanecerem constantes).

10) 18o/12o = 176 min/t. Assim, t = 118 min = 1hora e 58 minutos. (Este resultado
corresponde exatamente ao que o texto afirma no penúltimo parágrafo. Pelo menos
nesse caso, portanto, o tempo de descarga é diretamente proporcional ao ângulo inicial).

11) Os dados citados nos dois últimos parágrafos mostram que os tempos de descarga
nos dois casos (lamela colocada fora do eletroscópio, ou dentro, mas com a folha de
2mm cobrindo-a) eram praticamente iguais. Logo, pelo menos nesse caso, a espessura
da lâmina de alumínio não influi muito na absorção da radiação. Note-se, no entanto, a
grande diferença entre o tempo de descarga sem a colocação do alumínio e com o
alumínio. Este é um fato realmente estranho.

12) a é modelo enquanto que b e c são analogias.

55
Apostila de Física Básica - Quarto Texto

13) A segunda, pois se as cargas estavam nas folhas, a retirada de material deveria
permitir que elas se repelissem novamente, e que as folhas se separassem. De fato,
embora Becquerel não cite o fato, as folhas não se separam novamente.

14) a) Pode-se concluir que a lamela é capaz de passar cargas elétricas para suas
vizinhanças e que deve ter sido assim que ela neutralizou as cargas das folhas de ouro.
(Obs.: isso não ocorre, na verdade).
b) Pode-se concluir que não passam cargas elétricas da lamela para as folhas de ouro,
pelo menos quando elas estão descarregadas.
c) Não é a radiação, diretamente, que retira as cargas ou fornece cargas às folhas de ouro
pois a radiação atravessa o vácuo. O ar deve ter algum efeito no fenômeno.

15) Daquilo que foi citado por Becquerel há o importante fato de que o tempo de
descarga é o mesmo para cargas positivas e negativas e, se o eletroscópio estivesse
sempre recebendo uma carga negativa da lamela, as folhas só se aproximariam se sua
carga inicial fosse positiva. Além disso, há os fatos de que a lamela não carrega um
eletroscópio inicialmente descarregado, nem atua no vácuo.

16) Isso explica o efeito do ar; o fato de que a lamela é incapaz de carregar o
eletroscópio, e a igualdade de efeitos para cargas positivas e negativas. Em relação a
esses efeitos é, portanto, um modelo satisfatório.

17) Isso explicaria a igualdade de efeitos para cargas positivas e negativas e a


incapacidade das radiações em carregar o eletroscópio; mas não explica o efeito do ar.

56
Apostila de Física Básica - Quinto Texto

QUINTO TEXTO:

Texto 5: “Emissão das novas radiações pelo urânio metálico”


Autor: Henry Becquerel
(traduzido de “Émission dês radiations nouvelles par l´uranium metallique”,
Comptes Rendus ..., Paris, 1896, 122: 1086-1088 – 18 de Maio) – reprodução
parcial.

Alguns meses atrás, mostrei que sais de urânio emitem radiações cuja existência
não tinha sido reconhecida e que estas radiações desfrutavam de interessantes
propriedades, algumas das quais são comparáveis às propriedades da radiação
estudada por Röntgen. As radiações dos sais de urânio são emitidas não só quando as
substâncias são expostas à luz, mas também quando são mantidas na obscuridade; e
alguns fragmentos de vários sais isolados durante mais de dois meses de toda radiação
excitante conhecida, continuaram a emitir os novos raios quase sem enfraquecimento
perceptível. Desde 3 de Março até 3 de Maio, essas substâncias foram guardadas em
uma caixa opaca de papelão. Desde 3 de Maio foram colocadas em uma caixa dupla de
chumbo, que nunca abandona a sala escura. Um arranjo muito simples permite que
uma placa fotográfica deslize sobre um papel negro esticado, paralelo ao fundo da
caixa em que estão as substâncias testadas, sem que essas substâncias sejam expostas a
qualquer radiação que não penetre o chumbo.

Sob essas condições, as substâncias estudadas continuavam a emitir radiações


ativas.

Se um fragmento de um dos sais guardados na obscuridade é exposto ao sol ou,


melhor, ao arco elétrico ou à faísca da descarga de uma garrafa de Leyden, ele recebe
uma leve excitação na emissão das radiações que estamos estudando, mas essa
excitação cai em poucas horas e a substância retorna a seu estado de diminuição muito
lenta.

Também mostrei que estas radiações são refletidas e refratadas como a luz;
decompõem os sais de prata de uma placa fotográfica e o iodeto de prata depositado
sobre uma placa.

57
Apostila de Física Básica - Quinto Texto

Eles descarregam corpos eletrizados e penetram em substâncias opacas à luz, tais


como papelão, alumínio, cobre e platina. O enfraquecimento dessas radiações por
anteparos das substâncias que mencionamos é inferior ao enfraquecimento das
radiações que emanaram da parede anticatódica de um tubo de Crookes, com os
mesmos anteparos.

Todos os sais de urânio que estudei, fossem eles fosforescentes em relação à luz
ou não, cristalizados, fundidos, ou em solução, deram resultados, comparáveis. Por isso
fui levado a pensar que o efeito era devido à presença do elemento urânio nesses sais, e
que o metal daria efeitos mais intensos do que seus compostos.

Algumas semanas atrás, uma experiência com um pó comercial de urânio, que há


muito estava em meu laboratório, confirmou esta previsão: o efeito é notavelmente mais
forte do que a impressão produzida pelos sais de urânio, em particular pelo sulfeto de
urânio e potássio.

Antes de publicar este resultado, desejei esperar até que nosso colega Moissan,
cujas belas investigações sobre o urânio estão sendo divulgadas hoje, pudesse colocar à
minha disposição um pouco dos produtos que preparou. Os resultados foram ainda
mais claros, e as impressões obtidas sobre uma placa fotográfica através de papel
negro com urânio cristalizado, fundido e com o carbeto, foram muito mais intensas do
que com o sulfato duplo colocado, para comparação, sobre a mesma placa.

...

Embora esteja continuando o estudo desses novos fenômenos, pensei que não
deixaria de interessar a indicação da emissão produzida pelo urânio que, creio, é o
primeiro exemplo de um metal que exibe um fenômeno do tipo de uma fosforescência
invisível.

58
Apostila de Física Básica - Quinto Texto

ALGUMAS QUESTÕES SOBRE O QUINTO TEXTO:

1) Faça um resumo do texto (no máximo seis linhas) no qual seja possível perceber o
objetivo do autor do texto, a metodologia empregada, resultados e conclusões.

2) Quantos e quais experimentos aparecem citados no texto? Qual o propósito de cada


um deles?

3) Quais são as características da “fosforescência invisível” que o autor se refere no


texto?

4) Que argumentos você pensa que o autor poderia utilizar para dizer que a tal radiação
ativa ou fosforescência invisível é idêntica aos raios x?

5) Que argumentos você pensa que o autor poderia utilizar para dizer que a tal radiação
ativa ou fosforescência invisível é uma radiação diferente dos raios x?

RESPOSTAS SUGERIDAS AO QUESTIONÁRIO DO QUINTO TEXTO:

1) O autor tem o objetivo de relatar uma série de experiências que demonstram a


existência de uma radiação invisível. Utilizou amostras de substâncias fosforescentes
que foram mantidas no escuro por muito tempo e que, ainda assim, emitiam estas
radiações com intensidade praticamente constante. Seus registros foram a impressão de
chapas fotográficas e a descarga de eletroscópios. Concluiu que esta radiação invisível é
devida ao urânio e que é mais intensa quando se utiliza urânio puro ao invés de algum de
seus sais.

2) Tipo de experimento: Impressionar chapas fotográficas pela ação de sais de urânio


que foram guardados no escuro por muito tempo. Objetivo do experimento: Mostrar que
a radiação invisível não dependia da excitação dos sais de urânio por luz visível.

Tipo de experimento: Exposição dos sais de urânio à luz do Sol, de arco elétrico ou da
faísca de descarga da Garrafa de Leyden. Objetivo do experimento: Demonstrar o efeito
visível da fosforescência dos sais e contrapô-lo à radiação visível.
59
Apostila de Física Básica - Quinto Texto

Tipo de experimento: Estudo sobre o comportamento dos raios invisíveis. Objetivo do


experimento: Demonstrar que, embora invisível, esta radiação tem comportamentos que
a luz visível também têm: refração, reflexão, decomposição dos sais de prata de uma
chapa fotográfica.

Tipo de experimento: Descarga de corpos eletrizados. Objetivo do experimento:


Demonstrar que a radiação invisível descarrega lâminas eletricamente carregadas de
eletroscópios.

Tipo de experimento: Experimentos envolvendo a transposição de obstáculos pela


radiação invisível. Objetivo do experimento: Comparar a radiação invisível com a
radiação-X.

Tipo de experimento: Emissão da radiação invisível por sais de urânio fundidos.


Objetivo do experimento: Comparação de intensidade destes com as dos sais de urânio
cristalizados.

Tipo de experimento: Emissão de radiação invisível por sais de urânio diluídos. Objetivo
do experimento: Comparação de intensidade destes com as dos sais de urânio
cristalizados.

Tipo de experimento: Emissão de radiação invisível por urânio puro. Objetivo do


experimento: Comparação de intensidade destes com as dos sais de urânio cristalizados.

3) a) Penetra em corpos opacos à luz visível; b) sofre refração; c) sofre reflexão; d)


interage com a matéria; e) intensidade depende da “pureza” da fonte.

4) Poderia pensar que a radiação invisível era raios X porque atravessa corpos opacos.
Poderia pensar que, quando emanada de urânio puro, a radiação invisível era, na
verdade, raios X mais intensos do que aqueles obtidos nos tubos de Crookes. Poderia
pensar que se tratava de uma radiação X tão energética que descarregava corpos
eletrizados.

60
Apostila de Física Básica - Quinto Texto

5) Poderia pensar que não se tratava de raios X porque Röntgen havia descoberto que os
raios x eram originados na interação entre os raios catódicos e o vidro do tubo de
Crookes. (As radiações invisíveis não necessitavam de nenhuma interação com a matéria
para serem criadas, elas simplesmente eram emanadas dos sais de urânio e, também, do
pó de urânio puro).

61
Apostila de Física Básica - Sexto Texto

SEXTO TEXTO:

Sexto texto: “Raios emitidos pelos compostos de urânio e do tório”


Autor: S. Curie
(traduzido de “Rayons émis par lês composés de l´uranium et du thorium”,
Comptes Rendus ..., Paris, 1898, 125: 1101-1103)

Estudei a condutibilidade do ar sob a influência dos raios do urânio, descobertos


por Becquerel, e investiguei se corpos diferentes do urânio eram susceptíveis de tornar
o ar condutor de eletricidade. Empreguei para este estudo um condensador de placas;
uma das placas era recoberta por uma camada uniforme de urânio ou de uma outra
substância finamente pulverizada (diâmetro das placas: 8 cm; distância: 3 cm).
Estabelecia-se entre as placas uma diferença de potencial de 100 Volts. Media-se a
corrente que atravessava o condensador por meio de um eletrômetro e um quartzo
piezo-elétrico.

Examinei um grande número de metais, sais, óxidos e minerais. A tabela abaixo


fornecida indica, para cada substância, a intensidade da corrente i em Ampères (ordem
de grandeza: 10-11). As substâncias que estudei e que não figuram na tabela são pelo
menos 100 vezes menos ativas do que o urânio.

Material Corrente (x10-12 A)

Urânio levemente carbonado ................................24


Óxido negro de urânio, U2O5 ................................27
Óxido verde de urânio, U3O8 ................................18
Uranatos de amônio, de potássio e sódio ...................12
Ácido urânico hidratado ................................ 6
Azotato de uranil, sulfato uranoso, sulfato de uranila e de potássio...(aproximadamente)
7
Chalcolita artificial (fosfato de cobre e uranila)......... 9
Óxido de tório em camada de 0,25 mm .......................22
Óxido de tório em camada de 6 mm ..........................53
Sulfato de tório........................................... 8
Fluoxitantalato de potássio ............................... 2
Fluoxiniobato de potássio e óxido de césio ...............0,3
62
Apostila de Física Básica - Sexto Texto

Pichblenda de Johanngeorgenstadt ........... ..............83


Pichblenda de Cornwallis .................... .............16
Pichblenda de Joachimsthal e de pzibram ..... .............67
Chalcolita natural ........................ ...............52
Autunita.................................... ..............27
Diversas toritas ...................................... 2 a 4
Orangita ..................................................20
Samarskita ................................................11
Fergusonita, monazita, xenotime, niobita, esquinita. 3 a 7
Cleveita .........................................muito ativa

Todos os compostos do urânio estudados são ativos e, em geral, os que contém


mais urânio são mais ativos. Os compostos do tório são muito ativos. A atividade do
óxido de tório até mesmo ultrapassa a do urânio metálico.

Deve-se lembrar que os dois elementos mais ativos, o urânio e o tório, são os que
possuem peso atômicos mais elevados.
O césio, o mióbio e o tântalo parecem ligeiramente ativos.
...
Dois minerais de urânio: a pichblenda (ácido de urânio) e a chalcolita (fosfato de
cobre e uranila) são mais ativos do que o próprio urânio. Esse fato é importante e leva
a crer que esses minerais podem conter um elemento muito mais ativo do que o urânio.
...
A chalcolita artificial não é mais ativa do que outros sais do urânio.
Os efeitos produzidos pelas substâncias ativas aumentam com a espessura da
camada empregada.
Esse aumento é muito pequeno para os compostos do urânio. Entretanto, é
considerável para o óxido de tório, que parece, assim, particularmente transparente aos
raios que emite.

63
Apostila de Física Básica - Sexto Texto

QUESTÕES RELATIVAS AO SEXTO TEXTO:

1) Qual é a hipótese que o autor do texto parece ter?

2) O que o autor pretendeu demonstrar no estudo relatado no texto?

3) Em quê o procedimento experimental do autor difere do que você já viu nos trabalhos
de Becquerel?

4) Que tipo de resultado o autor apresenta no texto?

5) Que particularidades dos resultados obtidos chamaram a atenção do autor?

6) O autor apresenta conclusões? Se sim, qual (ou quais)

64
Apostila de Física Básica - Segunda ETAPA

SEGUNDA ETAPA

Iniciaremos, a partir de agora, a segunda etapa da disciplina Física Básica. Você


deve ter observado que não utilizamos cálculos matemáticos na primeira etapa (os
poucos números que apareciam nos textos estudados eram quase dispensáveis). A partir
de agora, a situação começará a mudar.

Serão utilizados, nessa segunda etapa, alguns conceitos sobre progressões


aritméticas e geométricas, funções do primeiro grau e do tipo y = a.xn, exponenciais e
logaritmos, e, naturalmente, gráficos. De tudo isso, a única parte que consideramos
nosso encargo rever será a parte de gráficos. Quanto ao restante, é sua tarefa estudar
aquilo que não souber na medida em que for encontrando dificuldades. Quando algum
problema surgir, tente planejar seu trabalho. Se, em alguma questão lhe pedirmos que
faça algo, pode ter certeza que: ou já houve alguma questão anterior semelhante, a partir
da qual você pode fazer a nova, ou estamos supondo que você já deveria saber fazer
aquilo. Assim, quando não souber por onde começar, pense: “sei fazer isso ou algo
semelhante?”. Se necessário for, dê uma olhada no material anterior. Se não encontrar
nada mesmo, então talvez você devesse saber aquilo do tempo do 2 o Grau. Pergunte a
algum colega ou pesquise em algum livro.

No material aqui apresentado, você tem inicialmente um texto de autoria de Ernest


Rutherford. Leia-o com atenção, sem se preocupar muito com as tabelas de dados
experimentais e nem com os raciocínios mais complicados sobre a penetração da
radiação nos metais. Inicialmente, prenda-se mais aos resultados obtidos, se o raciocínio
lhe escapar. As questões propostas examinam, primeiramente, a parte do texto. Em
seguida será feito um estudo de gráficos e dos detalhes mais complicados do artigo de
Rutherford.

65
Apostila de Física Básica - Sétimo texto

SÉTIMO TEXTO:

Sétimo Texto: ”Radiação de urânio e a condução elétrica produzida por esta”


Autor: Ernest Rutherford
(traduzido de “Uranium radiation and the electrical conduction produced by it”,
Philosophical Magazine, Janeiro de 1899: XLVII, 109-163). – (reprodução parcial).
...

§4. Natureza complexa da radiação do urânio

Antes de tratar dos fenômenos gerais da condução produzida pela radiação do


urânio, daremos uma visão de algumas experiências que procuram verificar se a
radiação é homogênea. Röntgen e outros observaram que os raios X são, em geral, de
natureza complexa, incluindo raios com vastas diferenças em suas capacidades de
penetrar corpos sólidos. O poder de penetração também depende bastante do grau de
evacuação do tubo de Crookes.
A fim de testar a complexidade da radiação, foi empregado um método elétrico. O
arranjo geral é mostrado na figura abaixo:

O urânio metálico (ou composto de urânio) a ser empregado era pulverizado e


espalhado uniformemente sobre o centro de uma placa horizontal de zinco, A, de 20
centímetros quadrados. Uma placa de zinco, B, de 20 centímetros quadrados, foi fixada
paralelamente a A e a 4 cm dela. Ambas as placas eram isoladas. A foi ligada a um pólo

66
Apostila de Física Básica - Sétimo texto

de uma bateria de 50 volts, cujo outro pólo estava ligado à Terra; B foi ligado a um par
de quadrantes de um eletrômetro, cujo outro par foi ligado à Terra.
Sob a influência da radiação do urânio, havia uma condução entre as duas placas
A e B. A rapidez do movimento da agulha do eletrômetro, quando o movimento era
constante, foi tomado como sendo uma medida da corrente através do gás.
Foram então colocadas sucessivas camadas de folha metálica fina sobre o
composto de urânio e determinou-se a rapidez de escoamento para cada folha
adicional. A tabela a seguir mostra os resultados obtidos para uma fina placa de uma
liga de cobre:

Espessura da folha de metal: 0,00008 cm (camada de óxido de urânio sobre a placa)


Condução
Razão para cada
Número de camadas (em divisões de
camada
escala/min)
0 91
1 77 0,85
2 60 0,78
3 49 0,82
4 42 0,86
5 33 0,79
6 24,7 0,75
8 15,4 0,79
10 9,1 0,77
13 5,8 0,86
Na terceira coluna é dada a razão entre a rapidez de condução inicial e final
para cada espessura de folha metálica adicional. Quando duas espessuras eram
adicionadas de uma vez, foi tomada a raiz quadrada da razão observada; para três
placas, a raiz cúbica. A tabela mostra que, para as dez primeiras lâminas do metal, a
rapidez de condução diminui aproximadamente em uma progressão geométrica,
enquanto que a espessura do metal cresce em progressão aritmética.
Mostraremos mais tarde (§8) que a rapidez de condução entre duas placas ... é
proporcional à intensidade da radiação que atravessa o metal.
... Como a condução diminui em progressão geométrica com a espessura do
metal, vemos, pela afirmação acima, que a intensidade da radiação decresce em uma

67
Apostila de Física Básica - Sétimo texto

progressão geométrica; isto é, de acordo com uma lei ordinária de absorção. Isto
mostra que a parte da radiação considerada é aproximadamente homogênea.
Com o aumento do número de folhas, a absorção começa a diminuir. Isto é
demonstrado mais claramente utilizando-se óxido de urânio com camadas de folha de
alumínio fina (ver tabela)

Espessura da folha de alumínio: 0,0005 cm


Número de camadas de Condução (em divisões
Razão
folha de alumínio de escala por minuto)
0 182 0,42
1 77 0,43
2 33 0,44
3 14,6 0,65
4 9,4
12 7
Observe-se que, para as três primeiras camadas de folha de alumínio, a
intensidade da radiação cai de acordo com a lei ordinária de absorção e que, após a
quarta camada, a intensidade da radiação só é ligeiramente diminuída pela adição de
outras oito camadas ... A intensidade é, no entanto, reduzida a cerca da metade de seu
valor após passar por uma espessura adicional de 0,05 cm, que corresponde a 100
camadas de folha de alumínio.
Essas experiências mostram que a radiação do urânio é complexa, e que existem
pelo menos dois tipos de radiação – um que é rapidamente absorvido, que será
chamado por conveniência de radiação α (alfa), e o outro, de um caráter mais
penetrante, que será denominado radiação  (beta).
O caráter da radiação  parece ser independente da natureza do filtro através do
qual ela passou. Observou-se que se obtinha radiação de mesma intensidade e poder de
penetração eliminando-se a radiação α por finas folhas de alumínio, de estanho ou
papel. A radiação  passa através de todas as substâncias testadas com muito maior
facilidade do que a radiação α. Por exemplo, uma placa fina de vidro colocada sobre o
urânio reduz a rapidez de condução a um trigésimo de seu valor; a radiação , no
entanto, a atravessa praticamente sem perda de intensidade.
Algumas experiências com diferentes espessuras de alumínio parecem mostrar,
até onde vão os resultados, que a radiação  tem um caráter aproximadamente

68
Apostila de Física Básica - Sétimo texto

homogêneo. A tabela seguinte mostra alguns resultados obtidos para a radiação  do


óxido de urânio:
Radiação 
Espessura de alumínio Rapidez de condução
0,005 1
0,028 0,68
0,051 0,48
0,09 0,25
A rapidez de condução é considerada unitária depois que a radiação α foi
absorvida pela passagem através de dez camadas de folhas de alumínio. A intensidade
da radiação diminui com a espessura do metal atravessado de acordo com a lei
ordinária de absorção... Tanto quanto as experiências permitem concluir, os resultados
parecem indicar que a radiação  é aproximadamente homogênea, embora seja possível
que outros tipos de radiação de intensidade muito pequena ou poder de penetração
muito grande possam estar presentes.

69
Apostila de Física Básica - Questões do Sétimo texto

QUESTÕES SOBRE O SÉTIMO TEXTO:

1) Qual era o objetivo do texto?

2) Qual é a conclusão geral do texto?

3) Cite algumas semelhanças entre as experiências de Rutherford e outras experiências


estudadas nos textos anteriores

4) Cite algumas diferenças entre as experiências descritas no texto e outras experiências


anteriormente estudadas.

5) O diagrama do artigo está muito simplificado; nele não aparecem muitas coisas que
poderiam ter sido colocadas. Faça uma lista de coisas que poderiam ser adicionadas ao
diagrama.

6) Faça um novo diagrama, maior, e coloque nele tudo o que estava faltando no
diagrama do artigo. Lembre-se de representar o que ocorre com a radiação ao atravessar
as folhas metálicas e represente os dois tipos de radiação descobertos por Rutherford.

7) Diga o que estava variando durante as experiências de Rutherford e indique qual


dessas coisas que estavam variando era o efeito observado.

8) De acordo com as tabelas, qual é o tipo de relação entre o número de camadas de


folhas metálicas e a condução elétrica do ar entre as placas: crescente ou decrescente? E
entre o número de camadas e a intensidade de radiação entre as placas; qual deve ser o
tipo de relação?

9) Muitas vezes utiliza-se gráficos para representar dados obtidos em experiências. Em


seqüência está construído um gráfico que representa os primeiros dados obtidos por
Rutherford (ver a primeira tabela do texto). A linha horizontal representa o número de
camadas metálicas; e a altura de cada coluna representa a condução elétrica observada.
A reta vertical serve para se medir a altura das colunas. Complete o gráfico,
acrescentando as colunas que estão faltando.
70
Apostila de Física Básica - Questões do Sétimo texto

100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

10) O gráfico abaixo é, ao mesmo tempo, a resposta da questão 9, e servirá para um


novo exercício. Olhando apenas para o gráfico, procure re-construir a tabela a partir da
qual o gráfico foi construído, medindo a altura das colunas correspondentes a cada
número de folhas (observação: as alturas só podem ser medidas aproximadamente; não
se preocupe com pequenas diferenças). Após terminar, compare com a tabela do texto,
para verificar a sua resposta.

100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

11) Faça um novo gráfico, do mesmo tipo, que represente os dados da segunda tabela do
artigo. Considere apenas até a quarta folha de alumínio; isto é, não coloque no gráfico o
dado referente a 12 camadas.

71
Apostila de Física Básica - Questões do Sétimo texto

200

150

100

50

0
0 1 2 3 4

12) Ao invés de desenhar colunas no gráfico, pode-se apenas marcar um ponto em cada
lugar indicando, em cada ponto, a altura de uma das colunas. O gráfico abaixo, que
aparece à esquerda, representa por meio de pontos o mesmo gráfico que você construiu
na questão 11. O espaço da direita destina-se a um exercício: refaça o gráfico da
primeira tabela do texto, marcando apenas um ponto no lugar correspondente a cada
coluna.
100

200 90

80

70
150

60

50
100
40

30

50 20

10

0 0
0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

13) Tabelas e gráficos são métodos diferentes para se representar relações entre
variáveis (nos casos estudados, entre o número de folhas metálicas e a condução
elétrica). Mas os gráficos têm uma vantage m sobre as tabelas: eles nos permitem obter
valores novos, permitem-nos descobrir novos valores das variáveis. Na primeira tabela,
por exemplo, Rutherford não mediu a condução elétrica com 7, 8, 11 ou 12 folhas. Mas
se ligarmos por uma curva suave os pontos conhecidos do gráfico, conseguiremos
72
Apostila de Física Básica - Questões do Sétimo texto

descobrir o valor mais provável da condução elétrica para esses outros pontos. Abaixo,
representamos bem ampliado o gráfico da primeira tabela, com uma curva suave ligando
os pontos conhecidos. A partir do gráfico, procure determinar os valores que não
constavam da tabela.

100

90

rapidez de conduçao elétrica 80

70

60

50

40

30

20

10

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
numero de folhas

14) Embora seja absurdo falar em “meia folha”, suponha que temos uma placa metálica
do mesmo material utilizado na experiência da primeira tabela, e que a espessura dessa
placa seja equivalente à espessura de 3,5 folhas das que foram utilizadas na experiência.
Se colocássemos essa placa sobre o urânio, qual seria a condução elétrica observada?
(utilize o gráfico acima).

15) Observe que a curva traçada no gráfico da questão 13 não passa sobre todos os
pontos (passa acima de alguns e abaixo de outros) e que não é constituída por segmentos
de reta. O importante é traçar uma curva suave (isto é, sem pontos) e que passe próxima
aos pontos experimentais. Procure traçar curvas suaves nos gráficos mostrados até aqui
para treinamento.

16) Faça, a seguir, um gráfico representando os dados da última tabela do texto (marque
primeiramente os pontos; depois ligue os pontos por uma curva suave, sem traçar os
segmentos de reta entre os pontos). A partir de sua curva, determine qual seria a rapidez
de condução para uma espessura de alumínio igual a 0,010 cm e para uma espessura de
0,040 cm.

73
Apostila de Física Básica - Questões do Sétimo texto

1.0

0.8

rapidez de conducao
0.6

0.4

0.2

0.0
0.00 0.02 0.04 0.06 0.08 0.10
espessura de aluminio (cm)

17) A partir do gráfico da questão anterior, determine para que espessura de alumínio, a
rapidez de condução caiu à metade (0,5)?

18) Observe que, de 0,005 cm até 0,048 cm, a intensidade da radiação  (que era a que
estava sendo estudado na experiência correspondente ao gráfico) diminuiu à metade. De
0,048 até 0,09 cm, a intensidade caiu novamente à metade (a intensidade correspondente
a 0,09 é de 0,25; ou seja, representa a metade da metade). Nos dois casos, portanto, uma
espessura de alumínio de aproximadamente 0,043 cm reduziu à metade a intensidade da
radiação . Supondo-se esta regra constante, qual seria a espessura total de alumínio
para a qual a intensidade cairia a 0,125?

19) Para as radiações aproximadamente puras, costuma-se observar sempre o tipo de


efeito mostrado na questão acima. Verifique, no gráfico grande da página anterior, qual
é o valor inicial da condução elétrica :_____________ . A metade desse valor
corresponde a ___________. Pelo gráfico, o número de folhas necessário para reduzir a
rapidez de condução elétrica à metade seria _______ folhas. O dobro desse número de
folhas corresponderia a ________ folhas. Com esta espessura, a rapidez de condução
elétrica teria o valor de __________, que deve ser um quarto do valor inicial, se essa
radiação é aproximadamente pura. O que se deve concluir sobre a pureza
(homogeneidade) dessa radiação?

74
Apostila de Física Básica - Questões do Sétimo texto

20) Na verdade, não é preciso verificar qual a espessura que reduz a radiação à metade
para verificar se ela é homogênea. Normalmente, se a radiação for homogênea, iguais
espessuras de um mesmo material produzem a mesma redução relativa da radiação. Se
uma placa reduz a radiação a 1/3 de sua intensidade inicial, uma outra placa igual
produzirá nova redução igual, isto é, a intensidade final será 1/3 de 1/3; ou seja, 1/9 da
intensidade final. Com mais outra placa igual, a intensidade se reduzirá a _________ da
intensidade inicial.

ALGUMAS RESPOSTAS PARA O SÉTIMO TEXTO:

1) Verificar se as radiações invisíveis emitidas pelos sais de urânio são puras (de um só
tipo) ou uma mistura de radiações diferentes.

2) Rutherford mostrou que havia pelo menos dois tipos bem distintos de radiações, às
quais deu os nomes α e . Sugeriu, também, que talvez houvesse mais de dois tipos (ver
o último parágrafo do texto).

3) Becquerel já estudara a radiação por meios elétricos; havia mostrado que a radiação
atravessa placas metálicas finas, e que a espessura influía na passagem da radiação; e a
radiação que está sendo estudada é a mesma que Becquerel estudou em textos anteriores.

4) Becquerel estudava o efeito da radiação sobre o próprio medidor (sobre o


eletroscópio); Rutherford fez medidas sistemáticas, o que não havia nos artigos de
Becquerel.

5) Não se indicou a posição das placas metálicas; não foi colocado o nome do
eletrômetro; não se indicou as cargas elétricas, nem a radiação, nem a passagem da
corrente elétrica; não foram indicadas as áreas das placas, a distância entre elas nem a
palavra “voltagem” da bateria; nem o que ocorria à medida que se colocava mais placas
metálicas.

7) Variavam: o material das placas metálicas; a rapidez da agulha do eletrômetro; a


condução elétrica do ar entre as placas; a espessura das folhas metálicas; o número de
folhas metálicas; a intensidade da radiação entre as placas; de tudo isso, o efeito
observado era a variação da rapidez da agulha do eletrômetro (que era uma medida
75
Apostila de Física Básica - Questões do Sétimo texto

indireta da condução elétrica do ar que, por sua vez, era proporcional à intensidade da
radiação entre as placas).

8) As duas relações são decrescentes uma vez que, aumentando-se o número de placas,
deve diminuir a quantidade de radiação que atravessa o metal e, portanto, deve diminuir
a condução elétrica do ar.

13) Medindo-se a altura da curva, nos pontos correspondentes a 7 folhas, 9 folhas, 11


folhas e 12 folhas obtém-se os valores 20; 12; 8, e 7, respectivamente.

14) 45.

16) Para a espessura de 0,010, a rapidez de condução elétrica seria aproximadamente


igual a 0,91; e, para 0,40, o valor seria de 0,57 (se você obteve 0,9 e 0,6, o resultado está
bom).

17) Basta ver qual o ponto do gráfico cuja altura corresponde a 0,5. Tal ponto deverá
corresponder uma espessura de 0,048 cm, aproximadamente.

18) Seria preciso adicionar mais 0,043 cm; portanto, a espessura total seria de 0,133 cm.

19) Condução inicial: 93; metade da condução inicial: 46; o número de folhas
necessárias para reduzir a condução a 46 seria aproximadamente, 3,5 folhas; o dobro
desse número é 7,0.
Com 7,0 folhas, a rapidez de condução elétrica é de, aproximadamente, 21, o que não é
muito diferente de 23 (23=1/4 de 93). Portanto, a cada aumento de 3,5 folhas, a
intensidade de radiação cai à metade; a radiação é aproximadamente homogênea.

20) 1/27 da intensidade inicial.

76
Apostila de Física Básica - Outros exercícios com enfoque em gráficos

OUTROS EXERCÍCIOS COM ENFOQUE EM GRÁFICOS

O material seguinte destina-se a exercitar a utilização de gráficos. Em cada


caso, é fornecido um gráfico ou uma tabela, com uma breve explicação do seu
significado, e solicita-se que seja feita uma tabela, ou um gráfico, ou que se
responda a alguma pergunta tendo por base o gráfico. Sugere-se que os
gráficos sejam feitos em papel milimetrado. Habitue-se a traçá-los com
cuidado. Lembre-se de representar o efeito observado no eixo vertical, e a
grandeza que produz o efeito no eixo horizontal. Escolha as divisões de cada
eixo de tal forma que o gráfico inteiro não fique muito pequeno e nem muito
grande. Não se esqueça, também, de anotar em todos os gráficos que for
construir quais as grandezas representadas em cada eixo, e também as suas
unidades.

1) O gráfico a seguir representa os resultados de uma experiência em que Rutherford


variava a pressão atmosférica entre as placas A e B da aparelhagem descrita no sétimo
texto, e observava a variação da rapidez de condução elétrica entre as placas. O efeito
observado era a corrente elétrica, e era a variação da pressão que produzia o efeito. Faça
uma tabela representando a corrente para pressões de 75, 150, 225, etc mm de mercúrio.

100

90

80
corrente eletrica (divisoes/min)

70

60

50

40

30

20

10

0
0 150 300 450 600 750
Pressao do ar (mm de Hg)

2) Repetindo o mesmo tipo de experiência descrita na questão anterior, porém utilizando


o gás carbônico ao invés de ar, entre as placas, Rutherford obteve a tabela a seguir:

77
Apostila de Física Básica - Outros exercícios com enfoque em gráficos

Pressão Corrente
(mm de Hg)
760 1,0
420 0,92
220 0,67
200 0,61
125 0,39
70 0,17

Faça, em papel milimetrado, um gráfico que represente esses dados. Verifique que,
para os quatro últimos pontos da tabela, o gráfico é aproximadamente retilíneo.
Verifique que, no gráfico da questão 1, e na parte retilínea do gráfico desta segunda
questão, a corrente é aproximadamente proporcional à pressão do gás.

3) Se for efetuada uma medida da corrente elétrica produzida numa aparelhagem


semelhante à de Rutherford em função da espessura da camada de composto de urânio
utilizado (sem utilizar placas metálicas), o resultado poderá ser como o da tabela fictícia
abaixo:

Espessura de óxido Corrente entre as


de urânio (em mm) Placas (div/min)
0,001 69
0,002 73
0,005 84
0,010 101
0,015 114
0,020 125
0,025 132
0,040 140

Faça um gráfico, em papel milimetrado, que represente esses dados.

4) Suponhamos que se mergulhe um pedaço de papel em uma solução de nitrato de


urânio, retire-se o papel e deixe-se que ele seque, de modo a ficar recoberto por uma fina

78
Apostila de Física Básica - Outros exercícios com enfoque em gráficos

película de nitrato de urânio. Em seguida corta-se, do papel, pequenos quadrados e


coloca-se, cada um deles, separadamente, numa aparelhagem semelhante à utilizada por
Rutherford, e se mede a corrente elétrica. Os resultados poderão ser como os mostrados
abaixo:

Corrente elétrica Lado do


entre as placas quadrado
(em div/min) (cm)
18 0,7
47 1,2
130 2,0
210 2,5
390 3,4
530 4,0

Faça um gráfico, em papel milimetrado, que represente esses dados.

5) Pode-se avaliar a condução de eletricidade através de um gás ou observando-se o


tempo total que um eletroscópio demora para se descarregar, sendo carregado sempre de
uma mesma maneira; ou medindo-se o número de divisões ou o ângulo percorrido pelas
folhas do eletroscópio num tempo fixo (também sendo o eletroscópio carregado sempre
da mesma maneira). A tabela fictícia abaixo representa uma comparação entre os dois
métodos efetuada do seguinte modo: carregava-se um eletroscópio até que suas folhas se
separassem de 30o; media-se o tempo total de descarga, e a variação de ângulo no
primeiro minuto, variando-se a radiação que atingia o eletroscópio. Observe alguns
resultados apresentados na tabela a seguir:

Tempo total de Ângulo percorrido


descarga pelas folhas
(em min) (em o/min )
68 0,44
51 0,59
47 0,64
21 1,4

79
Apostila de Física Básica - Outros exercícios com enfoque em gráficos

17 1,6
10 3,0
7 4,3

Faça um gráfico, em papel milimetrado, que represente esses dados.


Que valores você esperaria observar para o ângulo percorrido pelas folhas em um
minuto, se o tempo total de descarga fosse muito grande ou muito pequeno?

80
Apostila de Física Básica - 3º questionário individual

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA


CCE – DEPTO DE FÍSICA
6FIS05 - FÍSICA BÁSICA – Turmas 1000/2000

3O QUESTIONÁRIO INDIVIDUAL

Nome: _______________________________________ Turma: ________

1) Durante a 1a Etapa da disciplina (antes da primeira prova), como você estudou:


a) Constantemente, conforme foi pedido; e uma revisão antes da prova.
b) Constantemente, sem fazer uma revisão antes da prova.
c) Mais ou menos constantemente (uma parte do que era pedido); e uma revisão
antes da prova.
d) Mais ou menos constantemente, sem a revisão.
e) Quase unicamente antes da prova
f) Não estudou, praticamente.

2) Você acha que o seu resultado na primeira prova:


a) Foi muito superior ao que esperaria, pelo seu estudo.
b) Foi um pouco superior ao que se poderia esperar, pelo que estudou.
c) Representou bem o seu esforço.
d) Foi um pouco inferior ao que poderia esperar, pelo que estudou.
e) Foi muito inferior ao que esperava, pelo seu estudo.

3) Quanto tempo acha que está se dedicando fora de sala, semanalmente, para o estudo
de Física Básica? _______________

Quanto tempo acha que precisaria dedicar, semanalmente, para ter um rendimento que
você considerasse satisfatório? __________

4) Você acha que está “se virando bem” em Física Básica, ou ela constitui um problema
para você? _____________________________________________________________

81
Apostila de Física Básica - 3º questionário individual

5) Se ela é um problema, você já pensou em resolver esse problema? Já tentou planificar


seu estudo, ou verificar como poderia fazer com que seu tempo rendesse mais? Já tentou
pensar qual o melhor meio para estudar?

6) Depois da primeira prova de Física Básica, sua atitude em relação à disciplina


mudou? Se mudou, qual foi a mudança? Por exemplo: resolveu estudar mais; ou desistiu
de estudar; ou nada mudou.

7) Se você está tendo dificuldades com Física Básica, qual é o aspecto que lhe parece de
maior importância: o tempo (a quantidade de trabalho) exigido pela disciplina; ou o
nível (grau de dificuldade) do assunto?

8) Pelo que você já sabe sobre a disciplina e, com base em suas experiências e
sentimentos até agora, você acha:
a) Que a disciplina é muito chata
b) Que a disciplina é suportável
c) Que a disciplina é agravável

E, além disso,
d) Inútil
e) De pequena utilidade
f) Bastante útil.

82
Apostila de Física Básica - Oitavo texto

OITAVO TEXTO:

Oitavo Texto: ”Uma substância radioativa emitida pelos compostos de tório”


Autor: Ernest Rutherford
(traduzido de “A radioactive substance emited from thorium compounds”, The
London, Edinburgh and Dublin Philosophical Magazine and Journal of Science (5),
1900, 49:1-14) – (reprodução parcial).

Schmidt mostrou que os compostos de tório emitem um tipo de radiação


semelhante aos raios Röntgen e do urânio, em seus efeitos fotográficos e elétricos. Além
dessa radiação ordinária, eu descobri que os compostos do tório ejetam continuamente
algum tipo de partículas radioativas, que conservam seu poder radioativo por vários
minutos. Esta “emanação”, como será designada com finalidade de concisão, tem o
poder de ionizar o gás em suas vizinhanças, atravessar camadas finas de metal e, com
grande facilidade, passar por espessuras consideráveis de papel.

A fim de tornar clara a evidência de uma “emanação” radioativa, descreveremos


primeiramente o comportamento dos compostos de tório, que é irregular quando
comparado ao do urânio. Empregou-se óxido de tório na maioria das experiências, por
exibir a propriedade da “emanação” em um grau mais elevado do que outros
compostos; mas o que ocorre com o óxido é também observado, embora com menor
intensidade, em outros compostos de tório que foram examinados (a saber: nitrato,
sulfato, acetato e oxilato).

Observa-se que a intensidade da radiação do tório, quando examinada por meio


da descarga elétrica que produz, é muito variável; e esta inconstância é devida à fracas
correntes de ar produzidas em uma sala aberta. Quando a aparelhagem é colocada em
um recipiente fechado, a fim de eliminar as correntes de ar, encontra-se uma
intensidade praticamente constante. A sensibilidade do óxido de tório à leves correntes
de ar é extraordinária. O movimento de ar causado pela abertura ou fechamento de
uma porta no lado oposto da sala em que está o aparelho é geralmente suficiente para
diminuir a rapidez de descarga. Neste aspecto os compostos de tório diferem dos de
urânio, que não são afetados em grau apreciável por correntes de ar. Outra anomalia
exibida pelos compostos de tório é a facilidade com que a radiação aparentemente
passa através do papel. A tabela seguinte é um exemplo de como a rapidez de condução
83
Apostila de Física Básica - Oitavo texto

elétrica entre duas placas metálicas paralelas (uma das quais é coberta por uma grossa
camada de óxido de tório com aproximadamente um milímetro de espessura) varia com
o número de camadas de papel almaço comum colocado sobre a substância radioativa.

Tabela I
Espessura de cada camada de papel = 0,008 cm
50 volts entre cada placa

Número de camadas Rapidez de


de papel descarga
0 1
1 0,74
2 0,74
5 0,73
10 0.67
20 0,55

Na tabela acima toma-se como unidade a rapidez de passagem de eletricidade


quando o óxido de tório está descoberto. Observa-se que a primeira camada reduz a
rapidez a 0,74, e as quatro folhas sucessivas produzem muito pouco efeito.

A ação, no entanto, é bastante diferente se usarmos uma camada fina de óxido de


tório. Com uma camada de papel, a rapidez de descarga se reduz a menos de 1/16 de
seu valor inicial. Á primeira vista, parece que o óxido de tório emite dois tipos de
radiações, um dos quais é absorvido facilmente pelo papel, e o outro apenas
fracamente. Se examinarmos a radiação ejetada por uma camada fina de óxido de tório,
colocando camadas sucessivas de papel fino sobre ela, descobrimos que a radiação é
aproximadamente homogênea, como mostra a tabela seguinte:

Tabela II
Espessura de cada camada de papel = 0,0027 cm

Número de camadas Rapidez de


de papel fino Descarga

84
Apostila de Física Básica - Oitavo texto

0 1
1 0,37
2 0,16
3 0,08

A rapidez de descarga do sal descoberto é tomada como unitária. Se a radiação é


de um só tipo, deveríamos esperar que a rapidez de descarga (que é proporcional à
intensidade da radiação) diminua em progressão geométrica com a adição de iguais
espessuras de papel. Os números acima mostram que isso é aproximadamente
verdadeiro. Com uma grossa camada de óxido de tório, adicionando-se camadas
sucessivas de papel fino, observa-se que a rapidez de descarga diminui gradualmente,
até atingir um valor constante após algumas camadas. A quantidade que é cortada pela
primeira camada de papel almaço (ver tabela I) é de mesmo tipo que a radiação emitida
por uma camada fina de óxido.

Passando-se uma leve corrente de ar entre as placas de teste, a rapidez de


descarga devida a uma camada grossa de óxido de tório diminui gradualmente. O valor
dessa redução é, em grande parte, independente da força eletromotriz que age entre as
placas. Com urânio, em condições semelhantes, a rapidez de descarga não é
apreciavelmente afetada. Com uma camada fina de óxido, a diminuição da rapidez de
condução é pequena; mas com uma grossa camada de óxido, a rapidez de condução
pode cair a menos de 1/3 de seu valor prévio. Se colocarmos duas espessuras de papel
almaço sobre o óxido de tório, a condução elétrica entre as placas pode ser reduzida a
menos de 1/20 de seu valor, quando se faz passar um leve sopro contínuo de ar de um
gasômetro ou fole.

Os fenômenos exibidos pelos compostos de tório são explicados completamente se


supomos que, além da radiação ordinária, um grande número de partículas radioativas
é libertado do cerne da substância ativa. Esta “emanação” pode passar através de
espessuras de papel consideráveis. As partículas radioativas emitidas pelos compostos
de tório se difundem gradualmente através do gás em suas vizinhanças, e tornam-se
centros de ionização em todo o gás. O fato de que o efeito de correntes de ar só é
fracamente observado com camadas finas do óxido de tório é devido à preponderância,
naquele caso, da descarga devida à radiação ordinária, em relação à da “emanação”.
Com uma camada grossa de óxido de tório, a condução devida à radiação ordinária é
85
Apostila de Física Básica - Oitavo texto

praticamente igual à de uma camada fina, pois a radiação não atravessa uma grande
espessura do sal. Por outro lado, a “emanação” é capaz de difundir-se de uma
substância de vários milímetros abaixo da superfície do composto, e a rapidez de
descarga devida à “emanação” torna-se muito maior do que a devida à radiação,
apenas.

A explicação do efeito de leves correntes de ar torna-se clara com base na teoria


da “emanação”. Como as partículas radioativas não são afetadas por um campo
elétrico, mesmo movimentos de ar fracos (desde que contínuos) removem muitos centros
radioativos do espaço entre as placas. Mostraremos rapidamente que a “emanação”
continua a ionizar o ar em suas proximidades por vários minutos; por isso a remoção
das partículas do intervalo entre as placas reduz a rapidez de descarga.

Duração da radioatividade da “emanação”:

A “emanação” perde gradualmente seu poder radioativo. Adotou-se o modelo


seguinte para determinar a rapidez de enfraquecimento da intensidade da radiação das
partículas radioativas emitidas pelo óxido de tório:

Colocou-se uma grossa camada de óxido em um pequeno envelope retangular


duplo de papel almaço. O papel elimina quase completamente a radiação regular, mas
permite a passagem da “emanação”. O tório assim envolvido foi colocado dentro de um
tubo metálico. Uma extremidade do tubo foi ligada a um grande recipiente cilíndrico
isolado, que possuía um certo número de pequenos orifícios no outro lado, para a
passagem de ar. Dentro desse cilindro havia uma haste metálica isolada (no centro do
cilindro), ligada a um par de quadrantes de um eletrômetro de Thomson. O cilindro era
ligado a um terminal de uma bateria de 100 volts, cujo outro terminal estava ligado à
Terra.

Uma lenta corrente de ar, de um aspirador ou gasômetro, livre de poeira, pois


tinha passado através de algodão, atravessava o aparelho. A corrente de ar, em sua
passagem pelo óxido de tório, carregava consigo as partículas radioativas, e as
transportava após algum tempo, para o cilindro grande. A agulha do eletrômetro não se
movia até que as partículas radioativas eram transportadas para o cilindro. Em
conseqüência da ionização do gás no cilindro pelas partículas radioativas, passava uma
86
Apostila de Física Básica - Oitavo texto

corrente elétrica entre a haste e o cilindro. O valor da corrente era sempre o mesmo,
estivesse o cilindro ligado ao pólo positivo ou negativo da bateria. Depois que a
corrente de ar fluía por alguns minutos, a corrente elétrica entre o cilindro e a haste
alcançava um valor constante. O fluxo de ar era então interrompido e observava-se a
rapidez da condução elétrica de tempos em tempos iguais. Verificou-se que a corrente
persistia por aproximadamente dez minutos. A tabela a seguir é uma série de medidas:

Tabela III
Diferença de potencial = 100 volts
Tempo em segundos Corrente
0 1
28 0,69
62 0,51
118 0,23
155 0.14
272 0,041
360 0,018

...
A corrente medida antes da interrupção do fluxo de ar é tomada como unidade.
Observe-se que a corrente através do gás diminui em uma progressão geométrica com o
tempo. Pode-se mostrar facilmente, pela teoria da ionização, que a corrente através do
gás é proporcional à intensidade da radiação emitida pelas partículas radioativas.
Vemos, portanto, que a intensidade da radiação libertada pelas partículas radioativas
diminui com o tempo segundo uma progressão geométrica.
...
A condução elétrica, após dez minutos, era muito pequena para ser medida.
Se o gás ionizado tivesse sido produzido a partir de um composto de urânio, a
duração da condutividade, para voltagens semelhantes às utilizadas, seria de apenas
uma fração de segundo.

87
Apostila de Física Básica - Oitavo texto

ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES:

IONIZAÇÃO: Fenômeno pelo qual se criam “íons” numa substância. Os íons são
átomos ou moléculas dotados de carga elétrica positiva ou negativa, que possam se
mover pela substância (comumente um gás ou um líquido). O íon pode transportar
cargas elétricas; portanto, uma substância ionizada pode conduzir uma corrente elétrica.
Exemplos: água salgada, chamas, gases atravessados por radiações (raios X, radiação
alfa e beta, etc). As radiações que produzem íons são chamadas “radiações ionizantes”.
A luz comum não é uma radiação ionizante, e não torna o ar condutor de eletricidade.

DIFERENÇA DE POTENCIAL E FORÇA ELETROMOTRIZ: Embora não sejam


conceitos idênticos, são bastante semelhantes, e não faremos distinção entre eles. São
aquilo que se chama comumente de “voltagem”.

DIFUSÃO: Fenômeno em que uma substância se espalha em meio a outra, aos poucos
(por exemplo: tinta espalhando-se em água parada; perfume espalhando-se no ar). Não
se associa esse nome a casos em que o meio esteja agitado, como no caso em que se
dissolve sal na água agitando-a com uma colher. Seria um movimento devido à própria
velocidade que os átomos e moléculas têm, e que aumenta com a temperatura. O
conceito também não se aplica ao caso de uma coisa que atravesse diretamente uma
outra (por exemplo: a luz não se difunde através do vidro – passa diretamente; mas
pode-se dizer que ela se difunde através de um papel branco). Também pode ocorrer
difusão em sólidos.

RADIAÇÃO HOMOGÊNEA: Radiação de um só tipo, radiação “pura”. Pode-se


reconhecer se uma radiação é homogênea ou não fazendo com que ela atravesse algum
material. Se camadas iguais da mesma substância sempre produzirem reduções da
radiação na mesma proporção (por exemplo, sempre reduzindo à metade a radiação), ela
é considerada homogênea.

88
Apostila de Física Básica - Questões do Oitavo texto

QUESTÕES RELATIVAS AO OITAVO TEXTO:

1) Qual (ou quais) são os objetivos deste artigo de Rutherford?

2) Faça uma lista das propriedades que Rutherford atribui à “emanação”

3) Na margem do texto indique, por meio de linhas verticais cheias, os parágrafos ou


trechos de parágrafos em que Rutherford descreve as suas experiências (descrições e
observações)

4) Na primeira parte do artigo, Rutherford descreve experiências realizadas com a


mesma aparelhagem descrita no sétimo texto. Diga se há alguma diferença na
aparelhagem, nos dois casos, que esteja descrita no texto (compare a partir dos dois
artigos). Se for preciso, desenhe um diagrama.

5) Faça um diagrama da aparelhagem utilizada por Rutherford na segunda parte do seu


trabalho. Coloque o maior número de detalhes que observar no texto. Indique, também,
por uma série de diagramas simplificados, o que ocorre com a “emanação”, desde que
ela sai do composto de tório, até parar de emitir radiações, praticamente.

6) Não estará Rutherford complicando tudo, sem necessidade? Não será essa
“emanação” simplesmente a radiação  descrita no texto anterior? Cite semelhanças e
diferenças entre a “emanação” e a radiação  (sugestão: compare a lista de propriedades
da “emanação” com o texto anterior).

7) Em uma parte do artigo que não foi reproduzida, Rutherford cita várias outras
observações, e sugere alguns modelos para explicar os fenômenos da “emanação”.
Considere a seguinte lista de modelos:
a) A “emanação” é uma simples evaporação do próprio óxido de tório; são moléculas de
óxido de tório que se espalham pelo ar e que, com o próprio óxido em estado sólido,
possuem radioatividade.
b) A “emanação” é o resultado de uma reação química entre o ar e o óxido de tório; isso
produz uma nova substância, gasosa, radioativa.

89
Apostila de Física Básica - Questões do Oitavo texto

c) Todas as radiações invisíveis tornam radioativas as substâncias que atingem, durante


um certo tempo.
d) A “emanação” é um gás, mas não é constituída por tório; é uma nova substância
radioativa.
e) Não existe “emanação” alguma; simplesmente o ar conserva sua condutividade
elétrica durante algum tempo, mesmo depois que as radiações cessarem de agir sobre
ele.

Cite qual ou quais dos modelos acima são contrariados pelos fatos abaixo:
- A radioatividade do tório e seus compostos parece não diminuir com o passar do
tempo.
- Quando se produz a ionização do ar por raios X ou pelas radiações do urânio, a
condutividade elétrica cessa em menos de um segundo; se as radiações são
interrompidas.
- Os efeitos observados por Rutherford ocorrem tanto no ar quanto no oxigênio,
hidrogênio e gás carbônico.
- A quantidade de “emanação” produzida não depende da temperatura nem da pressão
do gás entre as placas.

8) Faça, em papel milimetrado, gráficos que representem as tabelas fornecidas no texto.

9) Verifique, no segundo gráfico (tabela II) se a diminuição da radiação realmente


diminui em progressão geométrica, da seguinte maneira: verifique se as espessuras que
reduzem a descarga à metade, a um quarto, e a um oitavo da intensidade inicial estão em
P.A. (em caso de dificuldade, consulte o texto anterior).

10) Verifique, igualmente, se a radioatividade da “emanação” diminui realmente em


progressão geométrica, como afirma Rutherford; e determine, a partir do gráfico, qual é
o tempo necessário para que a radioatividade caia à metade de seu valor inicial.

11) Qual é o tipo de equação que mais provavelmente descreve a diminuição da


radioatividade da “emanação” em função do tempo?

12) Faça um esboço de um gráfico que mostre quais seriam os resultados de medidas da
radiação de uma camada grossa de tório, descoberta em um aparelho aberto, supondo-se
90
Apostila de Física Básica - Questões do Oitavo texto

que, de vez em quando, alguém abre a porta da sala ou, de algum modo, produz
deslocamentos de ar.

13) O primeiro gráfico que você construiu se referia a uma camada grossa de óxido de
tório, e folhas de papel também grossas. Se utilizássemos o mesmo papel mas uma
camada fina de óxido de tório, como seria o novo gráfico? Consulte o texto para
verificar o que pode se alterar.

14) Esboce igualmente um gráfico que mostre como seria o gráfico para uma camada
grossa de óxido de tório, sobre a qual se colocasse várias camadas de papel fino
(espessura = 0,0027 cm)

15) Esboce um gráfico que mostre como varia a descarga elétrica produzida: 1 o) pelo
urânio, 2o) pelo tório; quando se faz passar entre as placas uma corrente de ar cada vez
mais rápida.

16) Faça um gráfico que represente aproximadamente o tipo de relação que deve existir
entre a corrente elétrica conduzida pelo gás e a intensidade da radiação no gás, nessas
experiências de Rutherford.

17) Faça um gráfico que represente aproximadamente como deve variar a intensidade da
radiação de uma camada de óxido de tório, em função da espessura do óxido.

18) Colocando-se em um tubo fino uma certa quantidade de óxido de tório, e fazendo-se
passar através do óxido uma corrente de ar, verificou-se que a relação entre a
condutividade do ar e a massa de óxido de tório no tubo era representada pelo gráfico
abaixo. Que tipo de equação pode representar a relação essas duas grandezas? Como se
poderia descrever, em palavras, a relação entre elas?
condutividade

massa

91
Apostila de Física Básica - Questões do Oitavo texto

19) Toma-se um envelope de papel grosso, cheio de óxido de tório, e coloca-se esse
envelope dentro de um recipiente fechado. A condutividade elétrica, dentro do
recipiente, começa a aumentar, de acordo com uma curva como aquela mostrada logo
abaixo. Diga que tipo de equação poderia descrever essa relação.

condutividade

tempo

20) Variando-se a velocidade do ar que passa nas proximidades do óxido de tório, na


experiência descrita no texto (terceira página), obtém-se um gráfico como o abaixo para
representar a relação entre a velocidade do ar e a condutividade elétrica do ar (medida
logo após a sua passagem pelo óxido de tório). Determine o tipo de equação que poderia
descrever essa relação entre as duas grandezas.
condutividade

velocidade
Ao esboçar um gráfico aproximado, deve-se tentar obter uma indicação das
seguintes propriedades:
a) A variável independente assume somente valores positivos, ou também
negativos? Se puder assumir valores negativos, construa com cuidado
cada lado da curva.
b) Qual é o valor que a variável dependente assume quando a variável
independente é nula? É zero? É infinito? Algum valor qualquer? É

92
Apostila de Física Básica - Questões do Oitavo texto

positivo ou negativo?
c) A relação é crescente ou decrescente no início? Ou constante? Ou varia
(não é monótona)? Ela é realmente sempre crescente ou decrescente?
d) O crescimento ou decréscimo da relação é constante, pode ser
representado por uma reta? Ou vai se tornando mais lento ou mais
rápido?
e) Quando a variável independente aumentar muito, a relação pode se
alterar? O que deve acontecer quando a variável independente tender a
um valor infinito?
f) A variável dependente se anula em algum ponto? Pode tornar-se
negativa? Pode tornar-se infinita? Ou ela é limitada (não pode ser nem
muito grande nem muito pequena)?

93
Apostila de Física Básica - Respostas das Questões do Oitavo texto

RESPOSTAS DE ALGUMAS DAS QUESTÕES DO OITAVO TEXTO:

1) Provar a existência de uma “emanação” de tório, que seria algo que sai do tório e que
possui, também, radioatividade; e descrever algumas das propriedades da “emanação”.

2) a)A “emanação” é emitida por vários compostos de tório; b) A “emanação” possui


radioatividade; c) A radioatividade da “emanação” diminui durando, no entanto, alguns
minutos; d) A “emanação” torna condutora (“ioniza”) o ar em sua proximidade; e) A
“emanação” atravessa camadas finas de metal e grandes espessuras de papel; f) A
“emanação” pode se espalhar pelos gases, aos poucos; g) Camadas grossas de óxido de
tório emitem mais “emanação” do que camadas finas; h) para camadas de óxido de tório,
o efeito da “emanação” é maior do que o da radiação comum (quando estudados
eletricamente); i) A “emanação” não é afetada por um campo elétrico, e pode ser
removida mesmo por fracas correntes de ar; j) A intensidade da radiação libertada pela
“emanação” diminui em progressão geométrica com o tempo.

3) 2o parágrafo (segunda frase). Daí até o terceiro parágrafo (antes de “Os fenômenos
...”), quase tudo são descrições de procedimentos e aparelhagem, ou observações. Na 3 a
página, os 2o e 3o parágrafos também são, quase totalmente, desse tipo.

4) Foi variada a substância estudada; a aparelhagem foi, no oitavo texto, colocada em


um recipiente fechado; testou-se a passagem da radiação pelo papel (na outra
experiência, através de folhas metálicas); em uma parte da experiência, fazia-se passar
um sopro de ar entre as placas.

5) Primeiro fato: a; Segundo fato: c, e; Terceiro fato: b; Quarto fato: a, b, c, e.


A partir desse exame, pode-se verificar que, a partir desses fatos, o melhor dos modelos
apresentados é o d.

94
Apostila de Física Básica - Objetivos da 2a ETAPA

Nesta etapa, uma das principais preocupações foi o estudo de gráficos. Mais
adiante, nós descreveremos os objetivos dessa segunda etapa. Isso não significa que os
objetivos elencados para a primeira etapa foram ultrapassados e não interessam mais.
Para poder esboçar um gráfico, por exemplo, você deve conhecer fatos que se
relacionam às grandezas representadas no gráfico. Esses fatos serão transmitidos por
meio de textos, e você deve estudá-los cuidadosamente utilizando as técnicas que
aprendeu na primeira etapa. Ao ler os textos, verifique se tudo está claro neles ou se algo
parece sem sentido, ou muito complicado, ou parece não ter relação alguma com o resto.
Pare e pense sobre essas partes! Se você não entender o assunto dos textos – algo sobre a
radioatividade – não poderá ter bons resultados na parte de gráficos, também – uma
coisa pressupõe a outra. Isso você poderá também notar ao se defrontar com alguma
questão. À priori, ela lhe poderá parecer muito difícil, ou impossível. O que fazer? O
que seria preciso conhecer para resolver aquela questão? Talvez algo que estava em um
dos textos anteriormente distribuídos!

Se alguma questão lhe parece realmente problemática, o que fazer? Olhar a


resposta? Passar à frente e protelar o problema? Lembre-se que você não poderá fazer
nenhuma dessas duas coisas em uma prova. As questões podem envolver conhecimentos
anteriores, ou conhecimento exterior à disciplina que são supostos conhecidos. Por
enquanto, pressupõe-se muito pouca coisa externa a esta disciplina. A parte de funções
simples e gráficos pode ser recordada por meio de livros de Matemática em nível
colegial, e alguns livros de Física, em pouco tempo. É mais provável que, se surgir
alguma dificuldade, ela seja devida a alguma coisa anteriormente mostrada em Física
Básica. Se você não resolve a questão, é provável que tenha deixado de estudar algo, ou
que não tenha estudado direito uma parte do material (pois se esqueceu dessa parte).
Procure algo relacionado ao problema do material anterior. O mais importante de tudo é
que você não vá deixando os problemas se acumularem!

95
Apostila de Física Básica - Objetivos da 2a ETAPA

OBJETIVOS DA SEGUNDA ETAPA:

Ao final dessa segunda etapa de Física Básica, você deve ser capaz de:

2.1.- A partir de um gráfico dado, obter valores das variáveis.

2.2.- Dada uma tabela, construir um gráfico suave correspondente, escolhendo


adequadamente a escala e os eixos das variáveis dependente e independente.

2.3.- Dada uma tabela, ou gráficos, obter graficamente valores que não estejam contidos
na tabela ou gráficos (usando interpolação e extrapolação)

2.4.- Dado um gráfico, identificar a sua equação compatível, a partir de um dos tipos
seguintes:
y=b y = a/x2 y = ax
2
y = a/x + b y = ax + b y = a.kx
y = ax2 y = a.kx + b y = ax2 – b
y = a/x y = a/x + b

2.5.- Dado um gráfico, e um dos tipos de relação citados no item anterior, determinar os
sinais das constantes a e b; e determinar se k é maior de que 1 ou menor de que 1.

2.6.- Dada uma relação matemática entre duas grandezas (sendo essa relação de um dos
tipos acima), esboçar o gráfico correspondente.

2.7.- A partir da descrição de uma situação ou fenômeno envolvendo informações já


estudadas, esboçar um gráfico que represente a relação entre duas grandezas dadas.

2.8.- A partir de um gráfico entre duas grandezas, construir um novo gráfico que
represente como varia a inclinação da curva em função da variável independente e vice-
versa.

96
Apostila de Física Básica - Questões Complementares do Oitavo Texto

QUESTÕES COMPLEMENTARES DO OITAVO TEXTO

1) Abaixo estão esboçados vários gráficos simples. Escreva ao lado de cada um


deles o tipo de equação mais simples que pode representá-los.
Y Z W

X W X
(a) (b) (c)
Z Y K

X R X
(d) (e) (f)

2) Em todos esses gráficos, as constantes (a, b, k) são positivas; além disso, k é


menor do que 1 (função exponencial decrescente). Se, nessas mesmas equações,
alterarmos os sinais de a e b, os valores da variável dependente passam a ser
negativos (mudam de sinal); o que significa que os gráficos ficarão invertidos (de
cabeça para baixo). Tente esboçar cada um dos gráficos acima, de cabeça para baixo.

3) Nas funções do tipo y = a.kx, quando k é maior do que 1, a função é crescente, e


pode ser representada como no esboço mostrado a seguir (supõe-se que a é positivo).
Desenhe ao lado um gráfico semelhante, mas invertido (de cabeça para baixo):

97
Apostila de Física Básica - Questões Complementares do Oitavo Texto

4) Nos gráficos da questão 1 só está representada, na verdade, a metade dos gráficos.


Se a variável independente puder assumir também valores negativos, será preciso
estender os gráficos para a esquerda. Tente esboçar a outra metade dos gráficos da
questão 1.

5) Pode-se adicionar uma constante (positiva ou negativa) a cada uma das equações
da questão 1. Adicionar uma constante positiva significa aumentar todos os valores
da variável dependente. Como a variável dependente corresponde às alturas dos
pontos de um gráfico, a colocação dessa constante irá acarretar em um deslocamento
de todo o gráfico para cima; e a adição de uma constante negativa faria com que todo
o gráfico se deslocasse para baixo. Considerando tudo isso, faça um esboço que
possa representar as seguintes relações:
a) y = 4 + 3x
b) y = 1/x + 2
c) y = x2 – 5
d) y = (1/x2) – 4
(observação: não é necessário fazer contas)

6) Identifique, para cada um dos gráficos esboçados abaixo, que tipo de equação pode
representá-los e, abaixo da equação, indique o sinal das constantes (a, b) e, se for uma
exponencial, indicar se k é maior ou menor do que 1.

98
Apostila de Física Básica - Questões Complementares do Oitavo Texto

(a) (b) (c)

(d) (e) (f)

7) As quatro curvas do gráfico abaixo (fictícias) mostram as variações da intensidade de


radiação de quatro camadas de óxido de urânio com as espessuras de, respectivamente,
0,1 mm, 0,3 mm, 0,6 mm e 0,9 mm. Sobre as camadas de óxido eram colocadas folhas
metálicas de alumínio, e media-se, em cada um dos casos, a intensidade de radiação que
atravessava as folhas. Temos, na verdade, três variáveis, e não duas. Pode-se construir
um novo gráfico em que a variável independente seja a espessura de óxido de urânio, a
variável dependente seja a intensidade de radiação, e o número de folhas de alumínio
seja considerado constante (ou sejam construídas várias curvas, uma para cada número
de folhas).
a) Faça uma tabela que relacione a espessura de óxido de urânio com a intensidade de
radiação, considerando-se o óxido de urânio descoberto (nenhuma folha de alumínio).
b) Faça um gráfico que represente essa tabela.

99
Apostila de Física Básica - Questões Complementares do Oitavo Texto

100

90

80
Intensidade de Radiacao 70

60

50

40

30

20

10

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
numero de folhas de aluminio

8) Faça a mesma coisa (uma tabela e um gráfico), novamente, mas agora para a
intensidade de radiação que atravessa uma folha de alumínio. Trace a nova curva no
mesmo gráfico da questão anterior.

9) Repita o procedimento anterior, para os casos em que as camadas de óxido estejam


cobertas com 3 folhas de alumínio; depois, com 6 folhas; e por fim, com 11 folhas.

10) Nos gráficos iniciais (questão 7), nenhuma das curvas se referia a uma camada de
óxido de 5 décimos de milímetro de espessura mas, a partir dos novos gráficos, é
possível descobrir que valor teria a intensidade de radiação para uma camada de óxido
de urânio com essa espessura. Na primeira das curvas que você traçou (camadas de
óxidos descobertas) determine qual seria a intensidade de radiação para uma camada de
5 décimos de milímetro de espessura.

11) Por meio das outras curvas, determine quais seriam as intensidades de radiação para
uma camada de 5 décimos de milímetro, supondo-se que em cima do óxido haja,
respectivamente, 1 folha, 6 folhas e 11 folhas de alumínio.

100
Apostila de Física Básica - Questões Complementares do Oitavo Texto

12) Utilizando as respostas das duas questões anteriores, trace, no gráfico de enunciado
da questão 7, um novo gráfico, que represente uma camada de óxido de 0,5 mm de
espessura.

13) O gráfico a seguir (fictício) indica a variação da corrente elétrica em função da


distância entre duas placas metálicas, colocadas no ar. Entre que distâncias a corrente
elétrica é uma função crescente da distância?

50

40

30
i

20

10

0
0 2 4 6 8 10
distância

14) No gráfico da questão anterior, em qual dos seguintes pontos a corrente elétrica
varia mais rapidamente, quando se altera a distância: Para uma distância de 1 cm ou para
uma distância de 4 cm?

15) Na parte decrescente do gráfico da questão 13, em que ponto, aproximadamente, a


corrente elétrica varia mais rapidamente com variações da distância?

16) No gráfico da resposta da questão 7, em que ponto a variação da intensidade de


radiação é mais rápida?

17) Pode-se construir um gráfico para representar a variação da inclinação da curva de


outro gráfico. Nos trechos em que a curva é crescente, considera-se a inclinação como
positiva; quando a curva é decrescente, considera-se a inclinação negativa; e nos trechos
em que a tangente à curva é horizontal, a inclinação é nula. Qual das curvas abaixo
melhor representa a variação da inclinação da curva da questão 13?

101
Apostila de Física Básica - Questões Complementares do Oitavo Texto

0 0
5 10 5 10

(a) (b)

0 0
5 10 5 10

(c) (d)

18) Invente um gráfico cuja variação da inclinação pudesse ser representada por cada
um dos gráficos a, b e d da questão 17 (suponha que os gráficos partem da origem).

19) Invente um gráfico que possa representar a rapidez de variação da intensidade de


radiação em função do número de folhas de alumínio (a partir do gráfico da questão 7).
Note-se que esse gráfico pode ser interpretado como um gráfico da intensidade de
radiação absorvida por cada folha de alumínio.

102
Apostila de Física Básica - Questões Complementares do Oitavo Texto

ALGUMAS RESPOSTAS:

1) a) y = a.x2 b) y = b c) x = a/y2 d) z = a/w


e) w = a.kx f) y = a.w

4)

6) a) y = a.x2; a<0 b) y = ax+b; a>0 b<0


2
c) y = a/x +b; a>0 b>0 d) y = b; b<0
e) y = a/x+b; a>0 b<0 f) y = a.kx; a>0 k>1
(observ.: é fácil confundir a/x com a/x2; e ax2+b com a.kx)

7) Respostas:

0,1 50
0,3 60
0,6 75
0,9 90

10) 70

103
Apostila de Física Básica - Questões Complementares do Oitavo Texto

12) Se você fez tudo corretamente, a nova curva estará entre as de 0,3 e 0,6 mm (mais
próximo da de 0,6 mm).

13) Entre 0 e 4,5 cm, a corrente elétrica aumenta à medida que aumenta a distância
entre as placas.

14) Para uma distância de 1 cm, as variações de corrente elétrica são mais rápidas (o
gráfico tem maior inclinação).

15) Para uma distância de, aproximadamente, 6 cm.

16) Quando o número de folhas de alumínio é nulo (no início das curvas, já que, lá, a
curva é mais inclinada).

17) Como o gráfico é uma reta, todos os pontos têm a mesma inclinação; em todos os
pontos, a variação da intensidade de radiação tem a mesma rapidez.

18) O gráfico c é o melhor deles.

104
Apostila de Física Básica - Nono Texto

NONO TEXTO:

Nono Texto: ”Sobre a passagem da eletricidade através de gases expostos aos raios
Röntgen”
Autores: J. J. Thomson e E. Rutherford
(traduzido de “On the passage of electricity through gases exposed to Röntgen
rays”, Philosophical Magazine (5), 1896, XLII: 392-407) – (reprodução parcial).

A facilidade com que um gás, pela aplicação e remoção dos raios de Röntgen,
pode ser transformado de condutor em isolante torna o uso desses raios um valioso
meio de estudo da condução da eletricidade através dos gases, e o estudo das
propriedades dos gases nesse estado em que são colocados pelos raios promete levar a
resultados valiosos em relação a esse assunto. Nos últimos meses, realizamos uma série
de experiências sobre a passagem da eletricidade através de gases expostos aos raios,
cujos resultados estão contidos neste artigo.

Um gás mantém sua propriedade condutora durante um tempo curto depois que
os raios cessarem de atravessá-lo. Isto pode ser mostrado facilmente pela experiência
seguinte: os raios do tubo passam através de uma janela no alumínio em uma caixa
coberta de chumbo, uma placa-metálica carregada está próxima à janela, mas isolada
da ação direta desses raios; então, embora não haja perda de eletricidade quando o ar
na proximidade da placa está parado, ela começa imediatamente a perder sua carga
quando se sopra o ar da proximidade da janela de alumínio para o eletrodo.

Para examinar mais detalhadamente este ponto, usamos o aparelho descrito a


seguir: Um recipiente fechado de alumínio é colocado defronte à janela através da qual
passam os raios. A este recipiente está ligado um tubo através do qual se pode soprar ar
por meio de um par de foles. A rapidez de passagem do ar através desse tubo era
medida por um medidor de gás colocado em série com o tubo. Uma bucha de lã de vidro
era colocada no tubo que levava o ar ao recipiente, para eliminar a poeira. O ar saia
do recipiente através de outro tubo, em cuja extremidade era colocado o dispositivo
para medir a rapidez de perda de eletricidade (usualmente um fio carregado a um alto
potencial, colocado no eixo de um tubo metálico ligado à Terra, através do qual
passava a corrente de ar; o fio era ligado a um par de quadrantes de um eletrômetro).
105
Apostila de Física Básica - Nono Texto

Este arranjo era cuidadosamente isolado do efeito direto dos raios, e não havia
corrente elétrica a menos que o ar passasse através do aparelho; quando a corrente de
ar estava fluindo, havia uma perda de eletricidade considerável, mostrando que o ar,
após sua exposição aos raios, retinha suas propriedades condutoras durante o tempo
que gastava para ir do recipiente de alumínio até o eletrodo carregado (cerca de meio
segundo).

Verificamos se a condutividade do gás seria destruída pelo seu aquecimento


durante o tempo em que ia do lugar em que era exposto aos raios até o lugar em que
sua condutividade era testada. Para fazer isto, introduzimos um tubo de porcelana que
era aquecido até emitir luz branca; o gás, após atravessar esse tubo, era tão quente que
dificilmente podia ser suportado na mão; a condutividade, no entanto, não pareceu ser
afetada.

Um resultado muito sugestivo é observado quando se passa uma corrente elétrica


através do gás enquanto ela vai do recipiente de alumínio em que foi exposto aos raios
Röntgen até o lugar onde sua condutividade é examinada. Testamos isso inserindo um
tubo metálico no aparelho; em seu eixo havia um fio isolado a um terminal de uma
bateria, cujo outro terminal era ligado ao tubo metálico; assim, enquanto o gás passava
através do tubo, ele era atravessado por uma corrente elétrica. A passagem de uma
pequena corrente era suficiente para diminuir grandemente a condutividade de gás que
atravessava o tubo, e aumentando a corrente, a condutividade do ar podia ser
completamente destruída. Portanto, o estado especial criado no gás pelos raios Röntgen
é destruído quando o gás é percorrido por uma corrente elétrica.

A destruição da condutividade de um gás pela passagem de uma corrente elétrica


através dele explica uma propriedade muito característica da condução de eletricidade
dos gases expostos aos raios Röntgen: para uma dada intensidade de radiação, a
corrente através do gás não exerce um certo valor máximo, seja qual for a força
eletromotriz; a corrente se torna, por assim dizer, “saturada”. A relação entre a força
eletromotriz e a corrente é mostrada na curva abaixo, onde as ordenadas representam a
corrente e as abscissas a força eletromotriz. É evidente que esta saturação tem que
ocorrer, se a corrente destrói o poder condutor do gás; a corrente máxima será a
corrente que destrói a condutividade com a mesma rapidez com que ela é produzida
pelos raios Röntgen.
106
Apostila de Física Básica - Nono Texto

Quando a corrente é pequena, ela é proporcional à força eletromotriz. Isto


corresponde à parte retilínea da curva.

corrente
Força eletromotriz

A corrente limite é proporcional à distância entre os eletrodos; portanto, quando


nos aproximamos da saturação, a corrente aumentará à medida que aumente a
distância entre os eletrodos, e assim obtemos o resultado à primeira vista paradoxal de
que uma fina camada de ar oferece maior resistência à passagem de uma corrente do
que uma camada mais grossa. Isso é, no entanto, facilmente explicado se recordarmos
que a corrente destrói a capacidade de conduzir; e que em uma camada grossa há mais
partículas condutoras do que em uma camada fina; logo, a corrente necessária para
destruí-las será maior.

A experiência mostra que o efeito da distância sobre a corrente é notável. A


tabela seguinte mostra o resultado de algumas experiências a respeito desse ponto
(duas placas paralelas):

Diferença de potencial entre eletrodos = 60 volts

Distância entre as Corrente


placas (em mm) (escala arbitrária)
0,1 9
0,12 15
0,25 21
0,5 37
1 50
1,5 62
3 91

107
Apostila de Física Básica - Nono Texto

Com essa grande diferença de potencial, a corrente estava saturada em todas as


experiências.

Observamos a relação entre a corrente e a força eletromotriz para vários gases e


para diferentes intensidades de raios Röntgen:

Cloro (radiação forte) Cloro (radiação fraca)


Força Corrente Força Corrente
Eletromotriz Eletromotriz
5 53 5 10
10 100 8,5 16
21 189 17 26
35 275 35 32
70 355 105 34
140 380

Gás de carvão (radiação fraca) Hidrogênio


Força Corrente Força Corrente
Eletromotriz Eletromotriz
1,4 3,6 3,4 5
2,8 8 5,1 7,5
4,2 11 8,5 10
5,6 14,7 15,6 15
8,4 21,7 34 16,6
12,6 32
16,8 38

108
Apostila de Física Básica - Nono Texto

ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES:

ELETRODO: Qualquer placa, fio ou objeto metálico (ou, mesmo que não seja
metálico, desde que seja condutor de eletricidade) que seja carregado eletricamente, com
carga positiva ou negativa. Por exemplo: nos dois textos anteriores de Rutherford,
media-se a corrente elétrica entre duas placas metálicas paralelas; essas duas placas são
eletrodos. Só se dá o nome de eletrodo quando a placa ou o fio está numa extremidade
de um aparelho (por exemplo: um fio que esteja ligando dois aparelhos entre si nunca é
chamado de eletrodo).

SATURAÇÃO: Fenômeno no qual certas grandezas não podem aumentar além de um


determinado limite. Exemplo: não se pode dissolver uma quantidade qualquer de açúcar
em um litro de água; se a quantidade de açúcar for muito grande, a água ficará
“saturada”, e não haverá mais a dissolução.

A primeira coisa a fazer é entender o artigo. Se você conseguir estudá-lo


corretamente, poderá compreender muita coisa sobre o que ocorre no ar (e nos
gases, em geral) quando eles são atravessados pela radiação. Você pode
estudar o artigo como quiser; se não tiver um plano, sugerimos que
experimente fazer diagramas das experiências descritas, para começar (ao
tentar fazê-los, você terá que entender todos os detalhes das experiências).
Depois, discute-os com os colegas ou com o professor. Coloque o maior
número de detalhes que conseguir. Só o tempo lhe conseguirá dizer que esse
procedimento não é perda de tempo.

109
Apostila de Física Básica - Questões relativas ao Nono Texto

QUESTÕES RELATIVAS AO NONO TEXTO:

1) Na relação abaixo, risque tudo o que não seja grandeza; depois indique quais das
grandezas são citadas no texto de Thomson e Rutherford:
a) Condutor.
b) Pressão atmosférica.
c) Gases.
d) Duração da condutividade do ar.
e) Rapidez de movimento do ar.
f) Comprimento do tubo.
g) Rapidez de perda de eletricidade do eletrodo.
h) Rapidez de movimento da agulha do eletrodo.
i) Tempo gasto pelo ar para ir até o eletrodo.
j) Corrente elétrica.
k) Raios Röntgen.
l) Intensidade de radiação.
m) Força eletromotriz.
n) Saturação.
o) Distância entre os eletrodos.
p) Espessura da camada de ar.

2) A partir das informações do texto, tente estabelecer quais das grandezas da questão
anterior influem umas nas outras:

3) Quais as relações entre grandezas que foram estudadas detalhadamente no artigo de


Rutherford e Thomson?

4) Quando se passa uma radiação (por exemplo: raios X) entre duas placas metálicas
com cargas elétricas opostas e colocadas no ar, surge uma corrente elétrica entre as
placas. Abaixo são fornecidos modelos para explicar esse fenômeno:
a) A radiação, ao atingir as placas, lança as cargas elétricas da placa em direção à outra
placa.
b) A radiação cria no ar cargas elétricas, que são atraídas para as placas de sinais
opostos, e criam uma corrente elétrica.

110
Apostila de Física Básica - Questões relativas ao Nono Texto

c) A radiação possui uma certa carga elétrica, que é atraída por uma das placas, e que
produz uma corrente elétrica.

Diga qual (ou quais) dos modelos explica cada um dos fatos abaixo:

I) Quando não há ar entre as placas, não surge uma corrente elétrica.


II) O ar, depois de ser atravessado pela radiação, conserva durante algum tempo a
capacidade de criar as correntes elétricas.

III) Mesmo que a radiação não atinja nenhuma das placas; isto é, passando bem no
meio das placas, surge uma corrente elétrica.

5) Faça um diagrama para representar o modelo b da questão anterior (desenhe as


placas, a radiação, as cargas elétricas, os movimentos, etc).

6) Esboce um gráfico que mostre como deve ser a relação entre a corrente elétrica
saturada e a distância entre os eletrodos, na experiência de Thomson e Rutherford.

7) A partir dos dados fornecidos no texto, faça um gráfico que mostre a relação
realmente observada entre a distância entre as placas e a corrente elétrica.

8) De acordo com o texto, a corrente elétrica é proporcional à força eletromotriz, quando


a corrente é pequena. Utilize a tabela do gás de carvão, contida no texto, para fazer um
gráfico e verificar se isso é verdade.

Em trabalhos científicos, muitas vezes é necessário verificar se os


resultados de uma experiência estão de acordo com as previsões de uma
teoria. A previsão, muitas vezes, toma a forma de “a grandeza y é
proporcional à grandeza x”, ou “a grandeza y é inversamente proporcional à
grandeza x”. Essas frases têm um significado bem específico. “Diretamente
proporcional” não é sinônimo de “relação crescente”. Nem sempre que uma
grandeza aumenta quando uma outra aumenta elas são realmente diretamente
proporcionais. Define-se grandezas diretamente proporcionais como aquelas
que estão relacionadas por uma equação do tipo y = a.x; e grandezas
inversamente proporcionais são as que estão relacionadas por uma equação do
111
Apostila de Física Básica - Questões relativas ao Nono Texto

tipo y = a/x. Já estudamos, aproximadamente, como são as formas dos


gráficos de algumas funções simples, como essas. Mas é importante saber
provar, com segurança, se um gráfico corresponde realmente a uma certa
equação, ou não.

Suponhamos que temos uma tabela ou um gráfico e desejamos verificar,


matematicamente, se os dados da experiência correspondem à equação do tipo
y = a.x. Essa equação também pode ser escrita como y/x = a. Como a é uma
constante, isso significa que, para todos os pontos, a razão y/x deve ter sempre
o mesmo valor. Pode-se, portanto, verificar se duas grandezas são diretamente
proporcionais verificando se a razão entre elas é constante.

Da mesma forma, se duas grandezas são inversamente proporcionais, elas


estão ligadas pela equação y = a/x, que também pode ser escrita sob a forma
y.x = a. Como a é constante isso significa que, para todos os pontos, o produto
entre as duas variáveis deve ter sempre o mesmo valor. Logo, se o produto das
duas variáveis for constante, para todos os pontos, elas são inversamente
proporcionais, e a equação que as relaciona é do tipo y = a/x.

9) Esboce um gráfico de grandezas diretamente proporcionais, e outro de grandezas


inversamente proporcionais. Essas relações são crescentes, decrescentes, ou oscilantes?

10) Esboce um gráfico de uma relação crescente em que as grandezas não sejam
diretamente proporcionais; e um gráfico de uma relação decrescente em que as
grandezas não sejam inversamente proporcionais.

11) A tabela a seguir representa uma relação crescente ou decrescente? Verifique se as


duas grandezas z e w são diretamente proporcionais, de acordo com as indicações
descritas no quadro anterior. Considere z como sendo a variável independente.

z w
3 11,1
5 18,5
8 29,6

112
Apostila de Física Básica - Questões relativas ao Nono Texto

11 40,7
13 48,1

12) Faça um gráfico com os dados da tabela da questão anterior e verifique se é, de fato,
uma reta que passa pela origem.

13) Vimos que o gráfico da corrente em função da força eletromotriz, para o gás de
carvão, era aproximadamente uma reta que passava pela origem. Verifique agora, pelo
mesmo processo utilizado na questão 11, se as duas grandezas são diretamente
proporcionais.

14) Verifique se a corrente elétrica é diretamente proporcional à força eletromotriz no


caso do hidrogênio (tabela ao lado da do gás de carvão).

15) Na questão 7, foi traçado um gráfico da corrente elétrica entre as placas em função
da distância entre elas, e não se obteve uma reta. No entanto, o texto de Thomson e
Rutherford diz que essas duas grandezas são diretamente proporcionais. Verifique,
numericamente, se elas são numericamente proporcionais.

16) Verifique se as duas grandezas da tabela a seguir são inversamente proporcionais,


utilizando as regras descritas no quadro colocado entre as questões 8 e 9.

x y
4,1 32
4,6 29
5,4 24
6,1 22
6,9 19

17) Suponhamos que as grandezas x e y da questão anterior são inversamente


proporcionais. Já que o produto x.y é constante, qual terá que ser o valor de y quando x
tiver o valor 8,0? E quando o valor de x for 2,0?

113
Apostila de Física Básica - Questões relativas ao Nono Texto

18) Faça um gráfico para representar os dados da tabela da questão 16 e os valores da


resposta da questão 17; e verifique se obtém uma hipérbole eqüilátera.

19) Considere as grandezas da tabela da questão 11. Elas são diretamente proporcionais.
Qual deverá ser o valor de w, quando z tiver o valor 20?

20) No gráfico traçado na questão 12, adicione os valores da questão acima (z = 20; w =
74). Verifique se este ponto também está sobre a reta que foi traçada.

O método empregado para verificar se duas variáveis são diretamente


proporcionais ou inversamente proporcionais pode ser generalizado a outros
tipos de equações, facilmente. Consideremos uma relação qualquer, entre duas
variáveis, em que só apareça uma constante (exemplo: y = a.x3, ou y = x /a).
Modifica-se a equação, de forma a isolar a constante (por exemplo, a = y/x3,
ou a = x /y). Agora, torna-se claro como se verifica se duas grandezas
obedecem a essas relações: se y/x3 for uma constante; isto é, se o valor de y
dividido pelo cubo de x tiver sempre o mesmo valor, então a relação entre as
duas variáveis será y = a.x3. Se a raiz quadrada de x dividida por y for
constante, então a relação entre as variáveis será y = x /a.

A fim de verificar se as duas grandezas estão relacionadas de acordo com a


equação y = a.x2, por exemplo, deve-se verificar se y/x2 é um número
constante.

É fácil estender o método a outras funções simples que tenham uma só


constante. Para equações que tenham duas ou mais constantes, o problema se
torna um pouco mais complexo.

114
Apostila de Física Básica - Repostas das questões do Nono Texto

RESPOSTAS DE ALGUMAS DAS QUESTÕES DO NONO TEXTO:

1) Não são grandezas; a, c, k, n. São grandezas citadas no texto: d, e, g, i, j, l, m, o, p.

2) d) Duração da condutividade do ar: Depende da corrente elétrica que atravessa o ar


(j), e, conseqüentemente, também da força eletromotriz (m); além disso, deve depender
da intensidade de radiação (l).
e) Rapidez do movimento do ar: Só está relacionado ao tempo gasto pelo ar para ir até o
eletrodo (i).
g) Rapidez de perda de eletricidade do eletrodo: Depende de todos os outros seguintes (e
é praticamente sinônimo de j).
l) Não depende de nenhum dos outros, embora possa influir em outros.
o) e p): São iguais.

3) Foram estudados sistematicamente: relação entre corrente elétrica e força


eletromotriz; e relação entre corrente elétrica e distância entre as placas.

4) Os três fatos só podem ser explicados pelo segundo modelo.

6) De acordo com o texto, as duas grandezas são proporcionais; logo, o gráfico seria
uma reta passando pela origem.

7) Não se obtém uma reta; o gráfico tem uma aparência semelhante àquele desenhado no
próprio texto.

8) O gráfico é, aproximadamente, uma reta. Só o último ponto se afasta, claramente, da


reta.

9) Diretamente proporcionais: reta que passa pela origem (pode ser crescente ou
decrescente, conforme a reta seja para cima ou para baixo; mas usualmente é crescente)
Inversamente proporcionais: hipérbole eqüilátera (normalmente é decrescente; será
crescente se a constante for negativa).

115
Apostila de Física Básica - Repostas das questões do Nono Texto

11) A relação é crescente (quando a aumenta, w também aumenta). As variáveis serão


diretamente proporcionais se w/z for constante. E, de fato, verifica-se que w/z tem
sempre o mesmo valor: 3,7. Portanto, as duas grandezas são diretamente proporcionais.

12) É.
13) Dividindo-se os valores da corrente elétrica pelos valores correspondentes da força
eletromotriz obtém-se, com exceção do segundo e último pontos da tabela, o valor 2,6,
aproximadamente. Portanto, com essas exceções, pode-se considerar as duas grandezas
aproximadamente proporcionais. Observe-se que, em Física, nunca se exige uma relação
exata. E não se preocupe, também, em efetuar as contas com muitos algarismos. Em
geral, bastam valores aproximados, com uns dois algarismos (além dos zeros).

14) Dividindo-se a corrente pela força eletromotriz tem-se os valores 1,5, 1,5, 1,2, 1,0, e
0,5 (aproximadamente). Portanto, não se pode dizer que as duas grandezas sejam
diretamente proporcionais. Somente para os dois primeiros valores a razão teve o
mesmo valor.

15) As razões entre corrente e distância são, respectivamente, 90, 125, 84, 74, 50, 41 e
30. A razão não é aproximadamente constante e, portanto, as duas grandezas não são
diretamente proporcionais. Rutherford e Thomson se enganaram em sua previsão.

16) As duas grandezas serão inversamente proporcionais se o produto dos valores


correspondentes de x e y for constante. Multiplicando-se os valores de x e y obtém-se,
aproximadamente, os produtos 131, 133, 130, 134 e 131. Portanto, se não formos muito
rigorosos, podemos dizer que as duas variáveis são aproximadamente inversamente
proporcionais, e a equação que as relaciona será do tipo y = a/x.

17) O produto x.y é constante e vale, aproximadamente, 132 (ver resposta anterior, onde
132 é a média dos valores obtidos). Portanto, y = 132/x. Para x = 8,0, teremos y = 16,5;
e, para x = 2,0, o valor de y será 61.
18) Sim.
19) A razão w/z é constante e igual a 3,7. Logo, w = 3,7.z. Para z = 20, teremos w = 74.
20) Está.

116
Apostila de Física Básica - Terceira ETAPA - 3o Questionário Individual

FÍSICA BÁSICA - TERCEIRA ETAPA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA


DEPARTAMENTO DE FÍSICA – CCE
6FIS005 – FÍSICA BÁSICA – Turmas 1000/2000
Nome:________________________________________________________

Questionário Individual
1) Durante a segunda etapa de Física Básica, antes da segunda prova, como você
estudou a matéria, em casa:
a) Constantemente, conforme era pedido; e uma revisão antes da prova.
b) Constantemente, sem fazer revisão antes da prova.
c) Mais ou menos constantemente (uma parte do que era pedido); e uma revisão antes da
prova.
d) Mais ou menos constantemente, sem revisão antes da prova.
e) Quase unicamente antes da prova.
f) Não estudou, praticamente.

2) Atualmente, nesta terceira etapa, você considera que o material de Física Básica é:
a) Incompreensível.
b) Muito difícil.
c) Difícil, mas compreensível.
d) Adequado.
e) Muito fácil.

3) Qual é o principal tipo de dificuldades que você tem tido, na disciplina:


a) Falta de tempo para estudar.
b) Dificuldade do assunto.
c) Falta de vontade de estudar.
d) Falta de alguns conhecimentos anteriores.
e) Outro tipo de dificuldades.
f) Não há dificuldades.

4) Durante as aulas, você tem estudado:


a) Sempre sozinho.
117
Apostila de Física Básica - Terceira ETAPA - 3o Questionário Individual

b) Principalmente sozinho, mas às vezes com outras pessoas.


c) Principalmente com outras pessoas.
d) Sempre discutindo as questões com outras pessoas.

5) Comparando a segunda etapa de Física Básica com a primeira, você acha que:
a) Agora ficou mais fácil que antes.
b) O nível de dificuldades foi semelhante.
c) Ficou muito mais difícil do que antes.

6) Ao estudar o material de Física Básica, você tenta resolver:


a) Todas as questões.
b) A maior parte das questões.
c) Apenas uma parte das questões.
d) Apenas uma parte muito pequena das questões.
e) Nada.

7) Você costuma ler as respostas das questões apenas depois de ter tentado resolvê-las,
sozinho?
a) Sempre leio a resposta apenas depois de tentar fazer a questão.
b) Em geral tento resolver a questão e só depois leio a resposta.
c) Em geral leio a resposta sem tentar resolver.
d) Nunca tento resolver.

8) Depois de ter estudado um determinado material, você seria capaz de refazer as


questões corretamente, e explicá-las a uma outra pessoa?
a) Sim.
b) Sim, para a maior parte das questões, mas não para todas.
c) Sim, mas para apenas uma pequena parte das questões.
d) Não.

As questões seguintes procuram verificar sua atitude frente a situações


problemáticas. Procure responder com o máximo de honestidade, mesmo que você saiba
que sua resposta é insatisfatória, e que poderia ser criticada por outras pessoas.

118
Apostila de Física Básica - Terceira ETAPA - 3o Questionário Individual

9) Admitamos que, em uma prova, você se vê frente a um problema que parece novo.
Você:
a) Pára e pensa sobre o que fazer.
b) Deixa de lado o problema.
c) Faz uma série de tentativas, ao acaso.

10) Durante a resolução de um problema, que lhe parecia fácil, parece-lhe que ele está
ficando por demais complicado. Qual dessas atitudes você tomaria:
a) Abandonaria o problema.
b) Continuaria a fazer o problema do mesmo modo.
c) Procura pensar sobre o que está fazendo.

11) Em uma prova, é pedida a resolução de um problema, no qual você conhece várias
maneiras de resolver. Você:
a) Utiliza um processo qualquer, e resolve o problema.
b) Antes de começar, pensa sobre qual é o melhor método para resolvê-lo.
c) Utiliza todos os processos, e resolve o problema de várias maneiras.

12) Ao ler o enunciado de um certo problema, você vê que é capaz de aplicar uma certa
equação ao problema, e calcular uma certa grandeza (que não é a incógnita do
problema). Você:
a) Deixa a equação de lado, pois ela não leva à solução do problema.
b) Usa a equação e faz os cálculos para ver se chega a alguma coisa.
c) Pensa se aquela grandeza pode ter alguma utilidade para se chegar à incógnita.

13) Ao estudar um texto, você encontra uma certa frase que não compreende. O que
você faz:
a) Passa para a frente, sem se importar com isso.
b) Pergunta a outra pessoa o significado daquilo.
c) Procura entender a frase, relacionando-a a outras coisas conhecidas.

14) Você conseguiu resolver um problema mas demorou um tempo enorme para isso e
teve muito trabalho. Após isso, você:
a) Pensa se existe um outro modo de resolvê-lo.
b) Considera o problema difícil, e dá-se por satisfeito com a solução.
119
Apostila de Física Básica - Terceira ETAPA - 3o Questionário Individual

c) Está cansado, e não quer pensar mais no assunto.

15) Durante a solução de um problema, você:


a) Pergunta-se, às vezes, se vai mesmo conseguir o que quer, do modo como está
resolvendo o problema.
b) Não se pergunta nada.
c) Pensa apenas no que está fazendo no momento, sem se preocupar com onde vai
chegar.

16) Ao se defrontar com um problema desconhecido, você:


a) Fica sem saber o que fazer.
b) Planeja seu trabalho, antes de começar a fazer contas.
c) Começa a trabalhar no problema, sem fazer planos.

120
Apostila de Física Básica - Décimo TEXTO

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