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Tese Corrigida Andre Frank
Tese Corrigida Andre Frank
INSTITUTO DE QUÍMICA
São Paulo
São Paulo
2016
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
INSTITUTO DE QUÍMICA
__________________________________________
Prof. Dr. Thiago Regis Longo Cesar da Paixão
(Orientador e Presidente)
__________________________________________
Prof. Dr. Ataualpa Albert Carmo Braga
IQ - USP
_________________________________________
Profa. Dra. Ivani Aparecida Carlos
UFSCar
__________________________________________
Prof. Dr. Wendel Andrade Alves
UFABC
SÃO PAULO
29 de junho de 2016
Ao professor Paulo Teng-An Sumodjo,
À minha família (Rita, Mauricio, Alice, Cléa, Calucho (in memoriam), Benê, Eliza
(i.m.), Tuti (i.m.) e Totuxa) por serem a melhor família que eu poderia desejar na minha
vida. Só cheguei aqui graças à estrutura, segurança e amor que vocês me deram.
À Fernanda, por ter transformado o pior ano da minha vida no início de uma série de
melhores anos da minha vida.
Ao Prof. Dr. Paulo Teng-An Sumodjo (i.m.), que gostaria que tivesse sabido em vida o
quanto significaram para mim todos esses anos de orientação e convivência muito
próxima. Seus muitos pequenos ensinamentos diários ajudaram ─ e ainda ajudarão ─ a
me moldar enquanto ser humano.
Ao Prof. Dr. Walther Schwarzacher, por seu caráter, o qual pude conhecer durante um
ano de convívio, e por acreditar em mim e na importância de um trabalho teórico e
fundamental para a nossa área.
Aos amigos que passaram pelo laboratório e que, mais direta ou indiretamente,
colaboraram para o desenvolvimento desta tese: a Velha Guarda (Mauro, Marcos,
Fernanda e Paula), aqueles que passaram e já saíram (CK, Nadja, Rogério, Tiago,
Sussumo, Luigi, Tomaz, Bassim e Davi ─ o único que se “arriscou” a trabalhar comigo)
e aqueles da formação mais recente do grupo (Renan, Vinícius, Conan e Thiago).
Aos amigos Carlos, Renato, Maurício, Bruno, Susan, Arnaldo, Aline, Marina, Júlio,
Paula, Thiago Correra, Marcos, Mauro, Fernanda, Renan, Vinícius Primo, Thiago
Obana, Conan, Nédher, Vinícius Gonçales, Tânia e Diego, pelo companheirismo e
amizade inestimável durante esses anos, tornando os momentos bons muito mais
numerosos que os momentos ruins.
Deus não só joga dados, como as evidências apontam para que ele seja um jogador
inveterado, que joga dados em todas as ocasiões possíveis.
Stephen Hawking (1942-), físico inglês, em debate com Roger Penrose, também físico
inglês, na Universidade de Cambridge, em 1994.
RESUMO
uma descrição teórica detalhada das interações entre os átomos no sistema, que permitiu
sobrepotencial elétrico aplicado. No caso do cobre, foi utilizada uma descrição empírica
mais simples da interação entre os átomos, o que permitiu que a quantidade de espécies
This thesis reports the computer simulation of the first stages of the
electrodeposition of cobalt onto carbon and copper onto gold, using the Kinetic Monte
Carlo method. Adsorption, desorption, deposition and surface diffusion, among other
can simulate the real evolution of a complex system during the electrodeposition.
Regarding the cobalt system, a detailed theoretical interatomic description was used,
which allowed the observance of the formation of the first nuclei, the preference of the
based interatomic description was used, allowing the simulation of a bigger number of
particles. Some features regarding the copper film growth (like the formation of voids
during the process) and some important deposition parameters (like the average size,
height and density of the nuclei) were obtained. Some experiments were held in order to
copper.
LISTA DE TABELAS
Tabela 8. Parâmetros fixos utilizados nas simulações KMC. A maioria deles é baseada
considerando-se uma superfície de Au. ..................................................................... 122
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Alguns dos tipos de eventos individuais que podem ocorrer na região do
eletrodo durante um processo de eletrodeposição (não são mostrados os eventos que
ocorrem em solução). .................................................................................................. 24
Figura 4. Transientes de corrente para o sistema C1 ([Co 2+]/[citrato] 1:1 e pH 4.8 para
vários potenciais aplicados, Vap = -1,00 V a -1,30 V. O potencial de início da deposição,
extraído do voltamograma cíclico desse sistema, é -0,93 V. ........................................ 59
Figura 7. Dez mil pares de números aleatórios (x,y) gerados consecutivamente com a
função ran2................................................................................................................. 72
Figura 10. (a) Os três tipos de sítios ativos da superfície de grafite simulada: (1) terraços
planos, (2) degraus e (3) cantos; (b) deposição metálica nos cantos, energeticamente
mais favorável; (c) deposição nos degraus; (d) deposição nos terraços, teoricamente a
etapa energeticamente menos favorável. ...................................................................... 76
Figura 11. (a) Potenciais de interação metal-metal Con, sendo que os pontos representam
as energias de ligação obtidas por cálculos de DFT e as curvas representam as funções
analíticas ajustadas de acordo com o número de átomos de Co ligados entre si nos
aglomerados; (b) Potenciais de interação metal-carbono CoCn, de acordo com o número
de átomos de carbono ligados ao metal nos aglomerados. Retirado e adaptado de [106].
................................................................................................................................... 80
Figura 12. Sítios ativos vizinhos ao sítio central considerados para o cálculo da energia
de adsorção de um átomo de Co em uma superfície de grafite. Os sítios vizinhos mais
próximos ao sítio central (cor vinho) estão marcados com cor vermelha; os segundos
vizinhos, com cor-de-rosa, em tom escuro; e os terceiros vizinhos, com cor-de-rosa, em
tom claro..................................................................................................................... 83
Figura 21. Número de sítios marcados com 0, 1 e 2 após aplicação de overpot 1,05
durante 5 s, sob diferentes valores das constantes k_ads e k_des. ............................. 103
Figura 30. Sítios ativos vizinhos ao sítio central considerados para o cálculo da energia
de adsorção de um átomo de Cu em um retículo fcc. Somente os primeiros vizinhos,
numerados de 1 a 6, são considerados nos cálculos de energia das configurações,
independentemente de serem átomos de Cu ou Au. ................................................... 124
Figura 31. Densidade de núcleos em função das barreiras de energia para a difusão
superficial de Cu em Cu (ECu-Cu) e Cu em Au (ECu-Au), para uma constante de velocidade
de deposição de Cu em Au (kCu-Au) = 0,102 m s-1, após a deposição de (a) 0,1
monocamada (ML); (b) 0,2 ML; (c) 0,3 ML; (d) 0,4 ML; e (e) 0,5 ML de Cu. .......... 127
Figura 33. (a) densidade de núcleos; (b) tamanho médio dos núcleos; (c) altura média
dos núcleos; e (d) razão altura média / largura média dos núcleos em função das
barreiras de energia para difusão superficial de Cu em Cu (ECu-Cu) e de Cu em Au (ECu-
Au), para uma constante de velocidade de deposição de Cu em Au (kCu-subs) = 0,102 m s-1
após deposição de 0,5 ML de Cu. .............................................................................. 130
Figura 34. Densidade de núcleos em função das barreiras de energia para a difusão
superficial de Cu em Cu (ECu-Cu) e Cu em Au (ECu-Au), para uma constante de velocidade
de deposição de Cu em Au (kCu-Au) = (a) 0,102 m s-1; (b) 0,143 m s-1 ; e (c) 0,184 m s-1
após deposição de 0,5 ML de Cu. .............................................................................. 131
Figura 37. (a) densidade de núcleos; (b) tamanho médio dos núcleos; (c) altura média
dos núcleos; e (d) razão altura média / largura média dos núcleos em função da barreira
de energia para a difusão superficial de Cu sobre o substrato (ECu-subs) e da constante de
velocidade de deposição de Cu sobre o substrato (kCu-subs) após deposição de 0,5 ML de
Cu. ............................................................................................................................ 136
Figura 38. Densidade de núcleos em função da razão entre as barreiras de energia para a
difusão superficial e da razão entre as constantes de velocidade de deposição, após a
deposição de (a) 0,1 monocamada (ML); (b) 0,2 ML; (c) 0,3 ML; (d) 0,4 ML; e (e) 0,5
ML de Cu.................................................................................................................. 139
Figura 39. (a) densidade de núcleos; (b) tamanho médio dos núcleos; (c) altura média
dos núcleos; e (d) razão altura média / largura média dos núcleos em função da razão
entre as barreiras de energia para a difusão superficial e da razão entre as constantes de
velocidade de deposição, após deposição de 0,5 ML de Cu. ...................................... 141
1. INTRODUÇÃO CIRCUNSTANCIADA.......................................................... 21
ciência básica e das aplicações tecnológicas. Enquanto estas têm por meta a solução de
Uma das áreas em que essa sinergia vem ocorrendo com maior velocidade é a
ambiental [3], médica [4], da construção civil [5], eletrônica [6] etc.
envolvidos.
sobre uma superfície, a chamada deposição. Recobrir substratos com uma camada
21
metálica propicia novas aplicações do material resultante, antes inviáveis pela
externo, podem ser utilizadas muitas técnicas, como a deposição química a vácuo e o
boa opção para várias aplicações. Ela envolve a redução de íons metálicos, presentes em
uma solução, para a sua forma elementar na superfície do eletrodo, o que se dá por meio
ambientais [21], entre outros [22]. Entre os materiais de interesse que podem ser
(ferro, níquel e cobalto) ou de suas ligas, que encontram aplicações em várias áreas,
22
Hoje, a maior aplicação da técnica de eletrodeposição está na micro e na
elétricas de chips [25,26]. Cabe ressaltar que muitos avanços nessa aplicação, como a
produção das interconexões de cobre nas geometrias complexas e diminutas dos chips,
eletroquímica.
de elétrons para íons em solução [27]. De acordo com Dini [28], a eletrodeposição é
alto número de etapas elementares críticas para o controle global do processo. Entre
outros no estado líquido, reações químicas heterogêneas etc. Assim, não é trivial
transferência de elétrons (Figura 1). Cada uma delas ocorre em escalas de tempo e
distância diferentes, e são fortemente afetadas por diversos parâmetros, como potencial
agitação da solução, temperatura e pH. Isso torna tais processos difíceis de serem
considerados simultaneamente.
23
Figura 1. Alguns dos tipos de eventos individuais que podem ocorrer na região do eletrodo durante
um processo de eletrodeposição (não são mostrados os eventos que ocorrem em solução).
quanto maior a velocidade de nucleação, mais finos os grãos do material. Por outro
24
crescimento paralelo ao substrato, mais nivelado será o produto final e um efeito de
deve ser minimizado. Quando há arranjos sólidos distintos, ocorre perda de informação
nas juntas entre as facetas, devido à tensão característica das fases cristalográficas
diferentes. Para atingir minimizar essas tensões na solda, deve existir um número muito
[31,32,33], sendo que a primeira deve ser mais lenta que o segundo. Dessa forma,
finais do filme. Vários fatores afetam essas etapas em nível molecular, representando
computacional da eletrodeposição.
crescimento [34]. Os modelos podem ser classificados, de acordo com suas escalas de
entre átomos e/ou moléculas), tempo de simulação não proibitivo e tamanho de sistema
25
O maior nível de detalhamento das interações entre as espécies simuladas é
modelagem apresentam limitações que impedem sua aplicação para simular a fase de
segundos, minutos ou até horas, muito mais do que nano ou microsegundos ─ o limite
máximo de domínio dos métodos quânticos. Contudo, novos modelos vão sendo criados
e já existem trabalhos que estudam o crescimento de sólidos mais simples, como cristais
corrente potenciostáticos obtidos em laboratório. Esse modelo, muito usado até hoje,
26
eletrodo, segundo o modelo de Sharifker e Hills e seus derivados. No entanto, conforme
controle cinético, isto é, na formação dos primeiros grãos metálicos após aplicação de
controlados por difusão, o uso de modelos analíticos se torna inadequado para descrever
por tais modelos e os determinados experimentalmente [37]. Além disso, esses modelos
Monte Carlo em mesoescala e de Monte Carlo Cinético. Para decidir qual método de
27
eletrodeposição e verificar se o tipo de modelo escolhido atende a essas peculiaridades.
Além disso, devem ser considerados quais os aspectos específicos do sistema estudado
resolução das equações de Newton para todas as partículas do sistema, não são capazes
Monte Carlo e, especialmente, o método de Monte Carlo Cinético, surgem como opções
durante a eletrodeposição, cada qual com uma determinada probabilidade. Dessa forma,
característicos dos métodos de Monte Carlo, são uma estratégia viável para se
28
Assim, esta tese tem o propósito de colaborar para os estudos fundamentais dos
mais rigorosas dos fenômenos que ocorrem em nível molecular, próximos à superfície
do eletrodo.
29
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
sistema real. Dependendo do problema, isso pode ser feito de uma maneira direta,
tentando simular o sistema como ele ocorre na realidade, ou, então, usando uma
nesta última classificação que se encaixam os métodos de Monte Carlo. O termo Monte
Carlo é frequentemente utilizado para descrever uma grande variedade de técnicas que
são aplicadas para resolver problemas matemáticos por meio da simulação de variáveis
aleatórias.
O conceito de uma variável aleatória, é simples: ela pode assumir um dado
valor de um conjunto, mas não se sabe de antemão qual será esse valor. Um dos
exemplos mais simples em que se pode pensar é o “cara ou coroa” ─ sabe-se que a
moeda cairá com a face “cara” ou a face “coroa” voltada para cima, mas não se sabe
antecipadamente qual das situações ocorrerá. A variável aleatória pode assumir, nesse
caso, dois valores distintos: “cara” e “coroa”. Caso o número de arremessos de uma
das vezes o resultado será “cara” e metade “coroa”. Assim, a probabilidade p de se obter
(1)
30
A variável aleatória é definida em termos dos valores que ela pode assumir e de
(2)
Essa equação mostrada acima, composta dos valores que a variável pode assumir
probabilidade somada deve ser igual à unidade. Generalizando para uma função de
(3)
em que 1, 2,..., n representam os n diferentes valores que pode assumir, e p1 , p2 ...
assume valores numéricos, o valor esperado dessa variável, ou valor médio, denotado
(4)
31
sistemas idênticos ao de interesse (ensembles)”. Para uma dada propriedade
(5)
crescimento dos núcleos etc. O método de Monte Carlo (MC) pode ser utilizado para a
ser tratados por um análogo probabilístico, que pode, por sua vez, ser resolvido por
para cada etapa. O método de MC consiste em gerar uma trajetória no espaço de fases
(o conjunto de todos os estados possíveis do sistema), que tem por objetivo mimetizar o
sistema real. As possíveis configurações do sistema são amostradas de acordo com uma
gerados nessa trajetória, pode-se calcular as médias das distintas propriedades que
(6)
32
em que ri se refere às coordenadas espaciais do i-ésimo átomo, kb é a constante de
a parte espacial da função de partição Q do sistema. Assim, o valor médio de uma dada
grandeza pode ser calculado tomando-se a média de seu valor nos respectivos ri das
configurações geradas.
para o sistema, o que quase nunca é viável, principalmente em sistemas que contêm
Esse é um dos métodos mais populares e eficientes para realizar uma simulação
possíveis para esse sistema estão distribuídos de acordo com uma densidade de
probabilidade p(X). O algoritmo de Metropolis gera uma sequência de pontos X0, X1, X2
etc., de modo aleatório, no espaço de fases. Supõe-se que a evolução do sistema possa
─ o que é verdade para vários sistemas químicos. Apesar de não haver correspondência
33
geração de configurações sucessivas, tal algoritmo permite que se obtenham os valores
aleatória (Xn). Para definir qual será a próxima configuração (Xn+1), faz-se uma
comparação com uma configuração tentativa, denominada passo de prova (Xt), também
estado anterior. Esse passo de prova (Xt) é aceito ou rejeitado de acordo com uma
(7)
em que a função p seleciona o mínimo valor dentre os termos entre vírgulas. Isso
significa que, se p(Xt) > p(Xn), o passo de prova é aceito, pois p = 1, e Xn+1 = Xt. Caso
contrário, p(Xt) ≤ p(Xn), o novo passo pode ser tanto aceito quanto rejeitado segundo
( e compara-se seu valor ao de p. Se < p, o passo também é aceito e Xn+1 = Xt.
Porém, se ≥ p, o passo é rejeitado e Xn+1 = Xn, ou seja, o sistema não muda. Esse ciclo
se repete até que algum critério de parada seja alcançado, sendo cada repetição uma
iteração no programa.
modelo contínuo (off lattice model) [41]. Um modelo reticular é aquele no qual as
34
configurações são geradas por pequenos deslocamentos das partículas no espaço de
ocupem quaisquer posições no espaço, mas têm um custo computacional elevado, o que
Mais uma consideração que merece menção é a respeito dos ensembles [39] que
de simulação. Em boa parte dos estudos realizados com o método de MC, emprega-se o
ensemble canônico (N, V, T), sendo mantidos constantes o número de partículas (N), o
T), em que a pressão (P) é constante, mas V pode variar, e o ensemble gran-canônico (,
V, T), no qual, além de V e T, o potencial químico é fixo, mas N pode variar. Este
(8)
35
em que Ec é a energia de ligação no estado sólido (ou energia de coesão) do átomo a ser
não fornece informações a respeito de sua evolução temporal. Isso ocorre porque, de
estados inicial i e final f, se Ef < Ei, a transição será aceita. No entanto, reações
químicas reais não ocorrem necessariamente apenas pelo fato de serem exergônicas. É
preciso que se supere uma barreira de energia, quase sempre positiva, denominada
energia de ativação, para que reagentes se transformem em produtos (Figura 2). Se essa
barreira de energia não for suplantada, normalmente por ativação térmica, a reação
36
Figura 2. Diagrama de energia de uma reação química, em que o sistema evolui do estado inicial i
com energia Ei para o final f com energia Ef, passando pelo complexo ativado de energia E*. A
energia de ativação do processo é denotada por .
tempo (t). Se a intenção for obter uma escala física de tempo dos processos simulados, é
necessário saber o tempo médio de um evento, o que, por muitas vezes, é uma
simultaneamente, o uso de um tempo médio único (ou uma frequência média única)
para todos os eventos é uma aproximação muito ruim. Para se contornar esse problema,
que tanto os eventos mais rápidos quanto os mais lentos possam ser considerados.
Apesar de ser intuitivamente clara, essa abordagem é muito lenta e ineficiente, uma vez
que todas as partículas são analisadas a cada passo da simulação e muitas iterações não
37
Outra solução para o problema do tempo nos métodos de MC é utilizar o
do método de MC, cada iteração corresponde a um evento, que pode ser bem ou mal
sucedido, o que elimina o problema de haver muitas iterações vazias. Contudo, a escala
tempo. Algumas equações foram propostas para descrever essa dependência temporal,
38
Resolver a Equação-Mestra significa acompanhar a evolução temporal de um
sistema fora do equilíbrio por meio das mudanças das probabilidades de transição entre
seus possíveis estados. Contudo, resolvê-la não é uma tarefa trivial, até porque a solução
recomendadas. Uma das estratégias mais populares para obter a solução da Equação-
tempo real é claramente associado ao número de passos da simulação, pois esta depende
sistema físico. Tal método pode ser utilizado quando a dinâmica de cada um dos
eventos individuais pode ser descrita por processos termicamente ativados, como, por
ao sistema, a barreira de energia pode ser suplantada e o evento pode ocorrer. Uma vez
que tais processos são particularmente bem definidos no caso dos modelos reticulares, a
39
Em essência, o método de KMC consiste em selecionar aleatoriamente uma
versa. Isso torna a rotina do método eficiente, pois cada iteração necessariamente
produz uma transição. Por aliar eficiência e escala de tempo real, esse método é muito
velocidade de cada processo pode ser descrita por uma equação de Arrhenius, do tipo:
(10)
As bases teóricas para a determinação dos parâmetros da equação (10) são dadas
identificados, cada um deles será designado com uma velocidade (vi) inversamente
40
linha reta por um segmento proporcional a vi. Se a soma de todos os segmentos é
, ou seja, quanto maior vi, maior a chance de esse evento ser sorteado.
expostos em termos de uma integral de passos de MC, uma espécie de unidade virtual
tempo virtual e o tempo real se dá de forma indireta e, na maioria das vezes, vaga. Já o
método de KMC, de acordo com a abordagem proposta por Fichthorn e Weinberg [43],
41
propõe que esses tempos possam ser relacionados de forma direta, desde que as
velocidades, com significado físico. Além disso, outros critérios devem ser seguidos
para que se possa utilizar o método de KMC, a saber: independência entre os eventos
Para achar essa relação entre os tempos real e virtual, inicialmente admite-se que
a resolução da escala de tempo seja suficiente para que dois eventos não aconteçam
evento tem um tempo diferente associado a ele. Porém, no método de KMC, essa
de KMC o conjunto de eventos e os tempos entre eles são construídos a partir de uma
densidade de probabilidade que considera todos os possíveis eventos. Cada evento tem
uma energia de ativação associada a ele e, portanto, tem sua própria constante de
de KMC advém da teoria dos processos de Poisson, os quais são processos de contagem
42
tempo, caso esses eventos ocorram com uma velocidade média conhecida e sejam
dos fenômenos propostos para serem simulados por KMC, pois as velocidades de todos
[43].
, tem-se que esta depende de , já que o objeto pode sofrer a transição nesse
(11)
O sinal negativo advém do fato da probabilidade dessa transição específica ser menor
depois que um objeto, parte de um conjunto de objetos, sofre essa transição, diminuindo
o número total de espécies que ainda podem sofrer essa transição. Integrando essa
Poisson:
(12)
43
Dessa fórmula, pode-se obter o valor médio de :
(13)
não se trata de uma simulação de Dinâmica Molecular ─, mas, sim, selecionado por
dá sobre todos os possíveis eventos Ne em uma dada iteração. Após permitir que o
ocorrer. Ou seja, dois números aleatórios distintos são gerados em cada iteração no
método de KMC: um para selecionar o processo, outro para calcular o tempo gasto.
da simulação; i, o evento que ocorrerá; Ne, o número total de eventos possíveis; vi, a
44
Tabela 1. Um algoritmo genérico do método de KMC.
* t = 0;
velocidades.
* Realizar o evento i;
atual do sistema.
Etapa 3 0 e 1;
sistema;
45
Não há uma equação única a ser resolvida pelo método KMC, ao contrário dos
eficiente. Nesse quesito, o algoritmo de KMC descrito acima tem uma eficiência da
ordem de O(Ne), uma vez que é necessário calcular a somatória para todo i desde 1
até Ne. Comparada a outros métodos, essa eficiência parece razoável, mas, ao
procura alternativos devem ser utilizados. Eventos com a mesma velocidade podem
ser agrupados e ordenados em uma mesma “caixa” (em inglês, bin). Assim, os eventos
são selecionados em duas etapas: primeiro, seleciona-se a caixa (em número bem menor
que o número total de eventos Ne) e, em seguida, dentro da caixa escolhida e ordenada,
46
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A cronologia dos estudos com o método KMC não é linear. De fato, os estudos
são frutos de iniciativas independentes, com cada grupo partindo de seu sistema de
Com isso, não há um código universal usado e/ou adaptado pelos diversos
pesquisadores da área, mas sim diversas iniciativas isoladas, pouco derivadas umas das
de deposição a partir de fase gasosa já foi estudado [46]. Há trabalhos que lidam com
1990, com o estudo de Arvia et al. [48] sobre o crescimento de ouro através de
deposição durante uma nucleação progressiva. Pela primeira vez, foram incluídas as
Cao e West [50], por meio de simulações similares, descobriram que o pico nos
47
transientes de corrente ocorre em tempos maiores à medida que a constante de
para o módulo contínuo que, por ser bem mais rápido que um módulo de KMC isolado,
fornecia ao primeiro um valor de fluxo na interface para decidir qual a ação a ser
executada (deposição, adsorção, difusão superficial etc.). O modelo acoplado foi usado
foram comparadas a deposições reais, que foram analisadas por microscopia de força
48
atômica, havendo boa concordância entre experimento e simulação. Apesar de ser um
e as simulações.
dissolução de Cu. Nele, o método de KMC, um método não contínuo, simulava apenas a
modelo elaborado por Saedi, o método de MC utilizava essa concentração para fornecer
ciclo. Isso proporcionou uma grande economia de tempo para execução do código, o
que torna o modelo propício para ser utilizado por pequenos usuários e máquinas de
(EAM, do inglês embedded atom method) para calcular as barreiras de energia dos
dos potenciais interatômicos é muito mais preciso do que aqueles usados anteriormente,
e não depende de tantos parâmetros empíricos, o que aproxima o modelo estudado por
49
ele da realidade de evolução de uma superfície de depósito. No entanto, algumas
limitações desse modelo podem ser notadas: o número de parâmetros iniciais exigido é
maior do que o de Pricer et al. [53,54]; os sobrepotenciais permitidos são muito baixos;
Timothy Drews [56,57] e outros membros do grupo de Richard Alkire, por sua
uma das reações de superfície, e não o controle difusional, como ocorre em estágios
utilizado para definir quais variáveis deveriam ser otimizadas ou determinadas mais
preferências para a deposição em função do tipo de sítio ativo, como o modelo de Pricer
et al., e do tipo de sólido sobre o qual há a deposição, isto é, metal ou substrato, com
Esse programa foi utilizado para estudar o efeito de três aditivos distintos
modelo desenvolvido por Drews et al., que, contudo, tem a desvantagem de ser limitado
externa é preferível à deposição de metal sobre metal, sem controle por transporte de
50
massa. Ademais, outra importante limitação do modelo é sua premissa equivocada de
cobre para interconexões de chip ocorrer mais rapidamente nos buracos das trincheiras
do chip (e não mais lentamente fora deles) no método damasceno [25]. Mais
menor. Apesar disso, a premissa sobre os aditivos não foi revista nesse artigo, nem em
qualquer outro.
cristal. Interessante notar que a simplicidade do sistema estudado permitiu aos autores
Além disso, a escolha de simular uma seção transversal ao invés do filme tridimensional
não permite que eventos importantes sejam capturados, nem que a comparação com
51
melhorada desse programa foi desenvolvida [62] e os resultados foram promissores,
metal estudado por Giménez et al. [64] é a Ag, diferentemente da maioria dos trabalhos
número de moléculas se manter constante, já que parte deles se torna depósito e sai da
pode ser usado para controlar o potencial químico das espécies na interface
52
al. não demanda um aparato computacional muito potente, diferentemente de muitos
dos modelos citados anteriormente. Mesmo assim, a limitação para a aplicação em altos
Em uma direção diferente de Drews et al., Giménez et al. e Saedi, Lian Guo [65]
e membros do grupo de Peter Searson na John Hopkins University ─ outro grupo que
aplicado. Nesse ponto, o modelo de Guo et al. aproxima-se da maioria dos sistemas
(como o de Sharifker e Hills [36]) são efetuadas com sucesso, dependendo da relação
Infelizmente, o artigo não especifica mais parâmetros que possam ser ajustados,
resultados mostrados, como valores das barreiras de energias dos processos, coeficientes
filme, ao mesmo tempo em que produz resultados comparáveis aos modelos analíticos
53
Por sua vez, Harinipryia e Subramanian [66] mostraram que um caminho
alternativo ao método de KMC pode ser vantajoso. Os autores propuseram uma análise
independentes. A deposição foi simulada para banhos de cloreto e de sulfato, sendo que
sobre a química das espécies em solução e de sua respectiva hidratação é muito maior
plenamente aceitável nesse caso, por se tratar apenas de um estudo termodinâmico e não
cinético.
no método de KMC aliado ao EAM para o cálculo das interações entre os átomos. Esse
expandido para a deposição policristalina desse mesmo metal [68]. Neste último caso,
inferiores a ela, algo que não pode ser acessado por meio de experimentos. Sua grande
contribuição foi aliar um método teórico de cálculo dos potenciais interatômicos (EAM)
um dos alvos preferidos dos futuros métodos de simulação computacional nesta área.
redor do mundo, uma vez que cada vez mais pesquisadores percebem a necessidade de
54
se aliar trabalho teórico e experimental para o avanço do conhecimento em seu campo
duas etapas desse metal. Isso o torna atrativo para o desenvolvimento de programas de
simulação. Estudos acerca de outros metais, como Ag, Co, Fe, Ni e Pt, por exemplo, são
campos de pesquisa ainda pouco explorados, bem como a utilização do método de KMC
recomendável para uma compreensão plena dos mecanismos envolvidos nos processos.
metálico pode ser mostrado. Porém, especial cuidado tem de ser tomado na escolha dos
valores das constantes de velocidade dos eventos individuais, a fim de se realizar uma
Dessa forma, esta tese tem o objetivo de colaborar para o estado da arte dos
mais relevantes em cada caso e propiciar análises mais rigorosas dos fenômenos que
55
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
gera transientes de corrente, que, por sua vez, permitem a comparação com modelos
literatura para diversos mecanismos de nucleação e crescimento. Boa parte deles baseia-
[71,72,73].
concentração de 0,15 mol L-1 em meio de cloreto. Foi adicionado um aditivo químico, o
quando comparado a um meio sem aditivo químico. Duas proporções molares entre
metal:aditivo foram estudadas, 1:1 e 1:2, e dois pHs foram utilizados: 4,8 e 7,0,
resultando em quatro soluções distintas (Tabela 2). O pH foi ajustado com soluções
57
concentradas de HCl(aq) ou NaOH(aq) e a força iônica foi mantida constante em 2,2 mol
Um eletrodo de carbono vítreo de área 0,0924 cm2 foi usado como substrato para
granulometrias 120, 280, 400 e 1500 e com suspensão de alumina 1 m, antes de cada
temperatura ambiente.
espécies complexas nas soluções foram realizados inicialmente para a seleção dos
provenientes das análises mecanísticas com base nas estruturas dos complexos presentes
na solução. Tais estudos não são mostrados aqui por não serem o foco desta tese, mas
estão disponíveis em [74] para os sistemas descritos e em [75] para uma comparação
58
entre a diferença no ajuste do pH com NaOH(aq) ou NH3(aq) para uma deposição
corrente, fato que ocorre em todos os sistemas estudados, indica que a reação de
transferência de carga deve controlar a cinética nos primeiros instantes após aplicação
determinante da velocidade, seria vista apenas uma queda no módulo da corrente até um
valor constante, sem a formação de pico. Portanto, deve haver uma etapa de nucleação
,
,
,
,
Figura 4. Transientes de corrente para o sistema C1 ([Co2+]/[citrato] 1:1 e pH 4.8 para vários
potenciais aplicados, Vap = -1,00 V a -1,30 V. O potencial de início da deposição, extraído do
voltamograma cíclico desse sistema, é -0,93 V.
59
O perfil de um transiente de corrente típico obtido nesses experimentos pode ser
relaxação da dupla camada elétrica (trecho inicial das cronoamperometrias da Figura 4);
unem, a área eletroativa diminui e a corrente também cai, formando o pico de nucleação
(coalescência dos núcleos, formando uma camada de depósito sobre o carbono vítreo).
Em tempos mais longos, o transporte dos íons para perto do eletrodo passa a
passa a ser totalmente controlada pela difusão dos complexos metálicos em solução à
respectivamente), podendo, então, ser comparada aos modelos teóricos que descrevem a
cinética de nucleação e crescimento por meio de um ajuste não linear. De acordo com o
modelo de Sharifker e Hills [36], a cinética de nucleação tem duas formas limitantes:
forma contínua durante o crescimento, de acordo com uma cinética de primeira ordem.
60
corresponde à ativação gradual, durante o transcorrer do processo de redução do metal,
primeiro caso ou como cones ou calotas esféricas, por exemplo, no segundo. Em geral,
para depositar um filme liso e homogêneo, é desejável que o processo ocorra por meio
imediatamente após aplicação de potencial cresçam de forma lenta nas suas posições de
normalmente o filme depositado por nucleação progressiva é rugoso, pois, assim que os
dos sistemas estudados, junto das curvas teóricas correspondentes aos dois modelos
crescimento tridimensional dos núcleos e com controle por difusão em tempos longos.
avaliar qual das curvas teóricas melhor se ajusta à experimental. Outras equações
61
Figura 5. Modelos de nucleação instantânea e progressiva e curva experimental, para (a) sistema
C1 e Vap = -1,05 V; (b) sistema C1 e Vap = -1,35 V; (c) sistema C2 e Vap = -1,50 V.
62
Tabela 3. Equações características dos modelos de nucleação instantânea e progressiva [36].
2 2 2 2
j t = 0,1629 (zFc) D j t = 0,2598 (zFc) D
pico pico pico pico
deposição com o pH ou o potencial aplicado (Vap). No entanto, isso não ocorre para os
todos os pHs analisados, desde que o sinal da corrente proveniente da reação paralela de
formação de H2(g) não seja muito pronunciado (o que ocorre com frequência maior em
bastante diferente daquele encontrado por outros autores em meios sem citrato: a
nucleação progressiva [77], a menos que a concentração de Co 2+ seja muito alta ou haja
63
NH3(aq) presente [71,78]. Assim, é possível alterar e controlar o mecanismo da
presença de moléculas de citrato deve afetar de alguma maneira as reações químicas que
citrato são grandes (estruturas disponíveis em [74]), o que dificulta a difusão superficial
forma, como descrito anteriormente [58], alguns aditivos tendem a acelerar a reação
química na superfície. Isso faz com que a nucleação ocorra imediatamente após a
de Co até que eles coalesçam, formando o filme metálico. Ao contrário, quando não há
crescimento é mais lenta e a deposição se torna mais uniforme, gerando um filme mais
homogêneo [79]. Essa é uma das principais funções dos aditivos em banhos
64
eletrolíticos, mas, na maioria dos casos reportados na literatura, há interesse muito
que nas explicações dos fenômenos químicos e eletroquímicos por detrás dos resultados
[71,78,87,88]. Outros aditivos, como glicina, polietileno glicol, cisteína etc., abordados
de interesse.
Além do ajuste das curvas, outros critérios diagnósticos podem ser aplicados
dos modelos e, portanto, deve ser independente do Vap. Dessa forma, o produto
de cada sistema, que pode ser calculado a partir das equações da segunda linha da
concentração em solução.
65
Tabela 4. Produto j2picotpico, coeficiente de difusão e número de átomos formadores do núcleo crítico
para os sistemas testados, de acordo com o modelo de nucleação instantânea e crescimento
tridimensional dos núcleos.
A partir dos dados da Tabela 4, pode-se inferir que os valores dos produtos
tendem a ser constantes em uma ampla faixa de Vap (mais de 40 mV), como
pode ser constatado pelo valor relativamente baixo do desvio padrão. Deve-se destacar
afinal as soluções contêm espécies diferentes, cada qual com seu próprio D, gerando um
valor médio distinto em cada caso. Os valores de D nos dois sistemas mostrados são
superiores, mas da mesma ordem de grandeza, a 1,1 x 10-5 cm2 s-1, correspondente ao
valor dessa grandeza para o íon metálico em uma solução de CoCl2.6H2O 0,15 mol L-1 a
298 K [89]. Mas o fato dos valores de D serem da mesma ordem de magnitude indica
extraídos. Por meio das equações da terceira linha da Tabela 3, pode-se obter o número
instantânea. Pode-se observar que o valor de Nt cresce à medida que o Vap é mais
pelo modelo, já que, quanto maior o potencial aplicado, mais energia é fornecida ao
Figura 6. Número total de núcleos na superfície para o caso da nucleação instantânea em função do
potencial aplicado.
sobrepotencial (pot, que pode ser calculado a partir da diferença entre Vap e o potencial
de início da deposição (-0,93 V), extraído por meio das voltametrias cíclicas em
velocidade de varredura baixa), pode-se usar a equação da quarta linha da Tabela 3 para
67
estimar o número de átomos necessário para compor o núcleo crítico (Ncrit), entidade
evidenciam que, para os sistemas estudados aqui, Ncrit fica entre 0,1 e 0,2 átomos,
indicando que um adátomo pode representar um núcleo estável, que pode crescer
particularmente nos casos em que Vap é mais negativo, pois assim haverá uma
supersaturação elevada que pode causar a transição de fase para formar o núcleo. Entre
daquele que está sendo depositado (nucleação heterogênea), onde há interação forte
sua aplicabilidade fica limitada em casos mais complexos. Por exemplo, nos sistemas
analítica acurada. Ademais, muitos metais têm mecanismos de deposição muito mais
complexos, como o Ni, por exemplo, em que esses modelos-limite não servem para
descrever o processo. Por fim, mesmo que um modelo analítico funcione bem para
68
4.2. Considerações gerais sobre os modelos mesoscópicos
Au. É bem estabelecido na literatura que o mecanismo pelo qual íons Cu2+ se reduzem a
da carga a ser transferida [95]. É muito mais provável que haja duas etapas
sobrepotencial for muito pequeno. Apesar de isso ser sabido apenas para o Cu
[96,97,98], embora a transferência direta possa ser preferencial com o uso de certos
aditivos no banho [99], isso foi seguido nos dois modelos criados, tanto para o Co como
superfície do eletrodo, de acordo com as reações a seguir (M2+ equivale a Co2+ ou Cu2+,
dependendo do caso):
M+2 + e- ⇌M +
(ads)
M+(ads) + e- ⇌M (s)
69
4.2.1. Hardware e software
foram utilizadas e adicionadas nas mesmas pastas dos programas. Para compilar os
códigos, foi utilizado o compilador GFortran no ambiente Scite (da Scintilla); este,
apesar de não ser essencial, foi utilizado devido a seu esquema de cores, que auxilia na
auxiliar na utilização do programa, que também possui comentários nas suas linhas de
código, o código principal do programa do Cu (no fim de 2015) contava com 3.027
dos parâmetros, geração dos números aleatórios etc., que totalizaram mais de 10.000
linhas de comando.
70
O primeiro problema enfrentado na elaboração dos códigos dos programas foi
como se gerar números aleatórios de forma adequada para o uso nas simulações. É
sabido que uma má qualidade na geração de números aleatórios pode ocasionar erros
que todo programa, por definição, dependendo da entrada de dados irá produzir uma
saída completamente previsível, portanto, não aleatória. Todavia, alguns programas são
ditos “geradores de números aleatórios”, por passarem por uma série de critérios que
b) ser eficiente: o algoritmo deve ser eficiente para gerar uma grande
computacional;
ou em inglês seed).
Entre as funções aleatórias testadas, aquela que se mostrou mais confiável para a
uma boa função geradora de números aleatórios porque corresponde a todos os critérios
deste trabalho. Tal função gerou um mesmo resultado quando utilizada nos programas
números aleatórios gerados com essa função. Nenhum padrão (linhas contínuas,
quadrados etc.) pode ser observado na figura, o que corrobora a afirmação de que se
trata de uma boa função para gerar números randômicos. A presença de alguns buracos
na figura (por exemplo, quando a abscissa vale 0,85 e a ordenada 0,70) também é um
bom indicativo de que esses números, de fato, não seguem um padrão pré-definido que
1,0
Números aleatórios no intervalo [0,1]
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
Números aleatórios no intervalo [0,1]
Figura 7. Dez mil pares de números aleatórios (x,y) gerados consecutivamente com a função ran2.
72
4.3. Cobalto em carbono
exemplo do que foi mostrado na seção anterior; portanto, a intenção inicial era simular
superfície de carbono foi considerada como uma rede (hcp), com arranjo espacial dos
esse é um dos critérios para que se possa utilizar um modelo reticular [101].
suficientemente baixa, isto é, os parâmetros reticulares dos cristais dos átomos são
próximos. Usando-se o critério proposto por Rojas [102], se a anisotropia reticular for
que os átomos ocupam posições fixas no espaço simulado, uma vez que não há perda
associado a ele.
73
A partir do momento em que a superfície é definida, deve-se relacionar o arranjo
espacial dos átomos de carbono na superfície com os sítios ativos disponíveis para o
bem definidas no espaço. Sabe-se, também, que a adsorção é uma etapa importante no
situação.
dependendo da situação. Cada configuração tem uma energia diferente associada a ela,
74
que deve ser calculada anteriormente e computada por meio de uma função a ser
Figura 9. Representação das possíveis configurações dos sítios de adsorção em uma superfície de
grafite hcp. O X vermelho representa um sítio ativo imediatamente acima de um átomo de carbono,
havendo apenas uma ligação metal-carbono; o X marrom, um sítio ativo entre dois átomos de
carbono; o X azul, um sítio ativo com interação com três; e o X verde, um sítio ativo com quatro,
sendo um deles pertencente à monocamada inferior do substrato.
de substrato, mas, sim, uma superfície defeituosa, com cantos e degraus. Assim, os
sítios ativos da superfície podem ter energias distintas entre si, como ocorre em uma
incorporar essa variável no programa, modelou-se a superfície com três tipos distintos
de defeitos, mostrados na Figura 10. As fases 0-D são associadas ao ingresso de átomos
cantos. Em termos de energia livre, essa deve ser a etapa mais favorável da deposição.
75
Por outro lado, fases unidimensionais são associadas ao depósito de átomos ao longo de
dos terraços, único caso esperado caso a superfície não apresentasse defeitos.
valores bem elevados (acima de 800 K), o que permite grande agitação dos átomos das
primeiras duas camadas, que são livres para difundir. A partir do brusco resfriamento do
sistema, os átomos de carbono têm suas posições fixadas e os defeitos são criados. A
quantidade de defeitos, bem como a distribuição de seus tipos, pode ser controlada
Figura 10. (a) Os três tipos de sítios ativos da superfície de grafite simulada: (1) terraços planos, (2)
degraus e (3) cantos; (b) deposição metálica nos cantos, energeticamente mais favorável; (c)
deposição nos degraus; (d) deposição nos terraços, teoricamente a etapa energeticamente menos
favorável.
Porém, a energia relativa dos sítios ativos depende não somente dos tipos de
depositados nas vizinhanças, que podem criar ambientes mais ou menos favoráveis
76
energeticamente para a deposição. De maneira geral, os defeitos da superfície do
adsorção ou difusão superficial das espécies: canto > degrau > terraço. Além de
intuitiva ─ pois um átomo mais coordenado tende a ser mais estável ─, essa ordem é
devem ser computadas para garantir que o comportamento real do sistema seja, de fato,
modelado. Uma das possibilidades de se alcançar isso é fazer com que a superfície de
77
Nas simulações computacionais utilizadas nesta parte do trabalho, os potenciais
os átomos foram criadas. Os parâmetros da função foram calculados caso a caso a partir
Nos cálculos de DFT, as energias de ligação foram obtidas pelos autores a partir
(15)
(16)
(17)
(18)
átomos de C, NC. Para o caso Co-Co, em vez do termo B*, calcula-se De e Re como
78
Co, NCo. Ressalta-se que NC e NCo variam dependendo do número de átomos ligados nos
desta última a partir do ajuste dos parâmetros De, Re, S, , b e de modo a minimizar o
erro quadrático total por meio de seguidas iterações ab initio a partir de valores iniciais.
A Figura 11a mostra os ajustes das funções para o caso do potencial de interação
metal-metal, Con (n = 2-4). Pode-se observar que o ajuste das curvas é muito bom (R2 >
0,99), provando que a função analítica das equações (15-18) é adequada para descrever
encontrados estão sumarizados na Tabela 5 para o caso mais simples de NCo = 2; tais
parâmetros podem ser utilizados nas simulações já com seus valores numéricos
definidos. Por sua vez, a Figura 11b mostra os pontos obtidos por DFT e as funções
4). Assim como no caso metal-metal, pode-se observar que o ajuste das curvas é bom
(R2 > 0,98), embora pior que no caso anterior, provavelmente pelos efeitos de dispersão
mais pronunciados. Dessa forma, a função clássica também se mostra adequada para
79
(b)
(a)
Figura 11. (a) Potenciais de interação metal-metal Con, sendo que os pontos representam as
energias de ligação obtidas por cálculos de DFT e as curvas representam as funções analíticas
ajustadas de acordo com o número de átomos de Co ligados entre si nos aglomerados; (b)
Potenciais de interação metal-carbono CoCn, de acordo com o número de átomos de carbono
ligados ao metal nos aglomerados. Adaptado, com permissão e licença da editora, de [106].
Tabela 5. Parâmetros da função de energia potencial para interações metal-metal. Adaptado, com
permissão e licença da editora, de [106].
isto é, com poço de potencial mais profundo ─ são as mais simples, com apenas um
átomo de C ligando-se ao átomo de Co. Isso é o contrário do que se poderia esperar para
a maior parte dos casos, afinal, teoricamente, quanto mais átomos ligados ao átomo
central, mais estável ele é. Todavia, os autores simularam aglomerados CoC2, CoC3 e
CoC4 em que todas as ligações têm sua distância alterada ao mesmo tempo, em
aglomerados com forma bastante definida e sem um átomo central fixo como referência.
80
os átomos. O mesmo fenômeno pode ser observado na Figura 11a nos aglomerados Co n.
Da forma como foi calculada pelos autores, a energia dos aglomerados CoC2, CoC3 e
depositados não se altera; a única distância que varia é entre o átomo a ser adsorvido,
Dessa forma, nas simulações aqui realizadas, optou-se por se adotar a função
sítio de adsorção com menor energia associada a ele, para definir as posições fixas do
em 0,05 Å por vez, verificou-se que a configuração mais estável é a que corresponde
aos sítios de adsorção marcados com o X verde na mesma figura, como previsto
vermelho na Figura 9), tem-se que a adsorção é 2,8 vezes mais favorável quando ocorre
em um sítio entre dois átomos de C (X marrom), 4,2 vezes quando ocorre entre três (X
azul), e 5,2 vezes no caso de quatro átomos de C (X verde). Em outras palavras, o sítio
ativo de menor energia para o sistema se localiza no centro dos hexágonos da face hcp,
e esse foi escolhido como o sítio preferencial para a ocorrência dos eventos da
simulação. Cabe ressaltar que a barreira de energia para a difusão superficial entre um
sítio e outro não foi fixada, pois depende da coordenação do átomo no sítio de partida e
81
de chegada. Em uma situação sem defeitos superficiais ou metais já adsorvidos,
muito custoso e as simulações seriam demasiado lentas. Para solucionar esse problema e
sítios vizinhos.
Com base nos cálculos de potencial interatômico da Figura 11, o sítio ativo
fornecida ao sistema for baixa (baixo sobrepotencial), tornando a adsorção nos outros
sítios pouco provável. Os sítios vizinhos ao sítio central também foram considerados
como sendo do mesmo tipo, estejam eles vazios, ocupados por átomos de C (defeitos)
12, totalizando doze sítios próximos. Como cada sítio pode ter três ocupações distintas
82
(vazio, ocupado por átomo de Co ou por átomo de C), há um total de 312 = 531.441
configurações possíveis.
é calculado como a diferença entre as energias totais do sistema com e sem o átomo
Eads são, então, armazenados em uma tabela de energias, contendo 531.441 linhas, a
Figura 12. Sítios ativos vizinhos ao sítio central considerados para o cálculo da energia de adsorção
de um átomo de Co em uma superfície de grafite. Os sítios vizinhos mais próximos ao sítio central
(cor vinho) estão marcados com cor vermelha; os segundos vizinhos, com cor-de-rosa, em tom
escuro; e os terceiros vizinhos, com cor-de-rosa, em tom claro.
83
configurações 1, 2, 3, 4 e 5, pode-se observar a influência dos primeiros vizinhos, os
diante. Isso se deve a efeitos não lineares da energia dos clusters Con.
84
Tabela 6. Energias de ingresso de um átomo de Co em diferentes configurações constituídas de
outros átomos de Co ou de átomos de C, em eV.
Conf. Eads Conf. Eads Conf. Eads Conf. Eads Conf. Eads
1 -2,580 6 -2,582 11 -2,842 16 -2,580 21 -3,250
2 -2,866 7 -2,585 12 -2,868 17 -2,840 22 -3,230
3 -3,126 8 -2,585 13 -2,825 18 -3,002 23 -3,211
4 -3,366 9 -2,588 14 -2,810 19 -2,917 24 -3,358
5 -3,591 10 -2,590 15 -3,076 20 -3,149 25 -3,731
a seguinte: a Eads é calculada a partir da diferença de energia total do sistema com e sem
o átomo central. Neste último caso, a energia de todos os outros átomos do sistema é
átomo central, o ganho energético do átomo no sítio 3 é muito grande, pois parte-se de
uma situação sem nenhum primeiro vizinho para uma situação contendo um primeiro
85
vizinho (configuração 2). Quando o átomo central é considerado e tem computado seu
próprio ganho energético por ter um primeiro vizinho, resulta um valor total de Eads
elevado. Usando o mesmo raciocínio para a configuração 11, tem-se, na situação sem o
comparado ao ganho anterior, uma vez que passar a ter dois primeiros vizinhos ao invés
de um é menos favorável do que passar a ter um quando não se tinha nenhum (vide
compensado pelo ganho de energia do átomo central, que passa a interagir com um
primeiro e um segundo vizinho. Isso resulta numa energia total inferior da configuração
considerando o baixo ganho energético ao se passar de dois para três primeiros vizinhos.
Esse efeito negativo tem maior peso na energia total do sistema do que a influência
e 17). Interessante destacar que esse comportamento tende a dar preferência à formação
eletrodeposição [77].
86
seu correspondente da configuração 2, com um átomo de Co no lugar de um átomo de
mais favorável que a 19, o que significa ser energeticamente favorável que um átomo de
maior a presença dos segundos e terceiros vizinhos, pela mesma razão explicada
anteriormente.
(configuração 20). Tal fato tem uma implicação importante quando se pensa na cinética
de ocupação dos sítios ativos disponíveis na superfície. Nesse caso, é de se esperar que
se ocupem primeiro os sítios de canto e, logo depois, os de degrau, de tal maneira que
por isso, apresenta-se em anexo uma versão simplificada do mesmo, para efeito
87
programa. A lógica por detrás dos comandos relativos aos passos do método de KMC é
constante e elevada durante todo o processo, o que ocasiona que a segunda transferência
na etapa de adsorção (Co2+ para Co+(ads)), que sempre tem material suficiente para
não há predileção por formação de defeitos dos tipos canto e degrau, o que ocorre
método de MC: por exemplo, caso lsize = 55, os sítios são descritos por uma matriz
88
programa analisa sítio por sítio, alocando o número de ocupação 0 (sítio vazio) àqueles
sítios cujo número aleatório sorteado é maior que o valor determinado por theta0 e
número de ocupação 3 àqueles cujo número aleatório é menor ou igual a theta0, criando
(linhas 84 a 92) define as velocidades que vão guiar todos os processos a partir daquele
quantidade de sítios ativos que podem sofrer uma dada transformação (Theta(i), que
e os números aleatórios sorteados que vai determinar qual fase do loop ocorrerá em cada
ocorrer (a, definida na linha 92) pode ser entendida como um vetor unidimensional
tipo de processo. O número aleatório (é essencial para a seleção de um ponto desse
vetor, que corresponderá ao evento que irá efetivamente ser processado. Tal seleção
ocorre, então, a adsorção. No entanto, esse fenômeno ocorre apenas se a condição dada
na linha 98 (if counter_ads > 0) for atendida. Se essa inequação for verdadeira, então
significa que há sítios ainda livres e que podem receber o metal. Um sítio marcado com
89
posição, existe um átomo de metal adsorvido. Atualizam-se os três counters e as
vizinhanças daquele sítio e de seus vizinhos (como indicado na linha 121). O programa
por isso, não é mostrado, preferindo-se manter o foco apenas no módulo de KMC.
deposição eletroquímica), que pode ocorrer caso as condições para a primeira fase não
tenham sido atingidas. Para que ocorra esse processo, o produto do vetor velocidade
segmento de reta corresponde ao trecho entre a_ads e “a_ads + a_ads2”. Aqui, pode-se
observar que, quanto maior for o overpot, maior é a janela de números associada a
a_ads2 e maior é a chance de que a fase de deposição ocorra. Isso já era de se esperar,
pois o overpot representa um sobrepotencial catódico aplicado e, quanto maior ele for,
sistema.
quando o produto a. se encontra entre “a_ads + a_ads2” e “a_ads + a_ads2 + a_des”.
Ao ser executada, essa fase marca um sítio de ocupação 1 com 0, indicando que o sítio
agora está desocupado e disponível para adsorção ou destino de uma difusão superficial.
90
A última fase (linhas 193 a 249), de difusão, ocorre caso o produto a. não tenha
se encaixado em nenhuma das condições anteriores. Ao ser executada, essa fase troca de
número de ocupação do sítio final (vizinho ao inicial), indicando que o átomo adsorvido
Depois que o programa roda uma vez seu loop, e em todas as iterações
subsequentes, deve-se atualizar o tempo decorrido durante o evento executado. Isso está
descrito nas linhas 252 a 254. A fórmula de tempo apresentada na linha 252 é a Equação
(14). O tempo é uma variável determinante para a continuação do loop, como visto na
linha 87.
A linha 267 soma 1 aos passos totais, variável que também define a continuação
do loop. Tais condições implicam que o programa deve continuar executando o loop
enquanto o tempo decorrido for menor que o tempo máximo estipulado (tf), e enquanto
(maxsteps). Caso qualquer uma dessas condições seja desobedecida, o loop termina e o
programa entra em sua finalização (linhas 271 a 298), fase em que se determina qual era
possibilidade de algum evento ocorrer. Sempre que, por exemplo, o counter_ads for
superfície. Esses parâmetros não devem ser confundidos com contadores do número de
91
4.3.4.2. Velocidades e KMC
podem sofrer tal processo). A qualquer momento, processos com velocidade maior têm
descrito:
Theta nas linhas 88 a 91. Ao longo desse vetor, estão distribuídos os possíveis
92
processos do sistema, de forma que seu tamanho na linha está diretamente relacionado
Se o valor estiver entre 0 e a_ads, ocorre a adsorção, entre a_ads e “a_ads + a_ads2”,
deposição eletroquímica, e assim por diante. Dessa forma, com um número grande de
tamanhos dos segmentos não condizem com aqueles calculados pelo programa, até
Apesar disso, foi efetuado outro tipo de análise com as simulações de Co para
termos da massa de Co depositada aos valores de massa (m) previstos teoricamente pela
(19)
93
em que Qe é a carga elétrica. A Figura 15 mostra o resultado dessa comparação para
uma deposição de 7 s com uma corrente de 5x10 -15 A, em função de diferentes números
94
do número de iterações. O tempo máximo das simulações foi maior que 1 dia (27 h)
Figura 16. Tempo total da simulação em função do número máximo de iterações do programa do
Co.
rotina de KMC. Sua versão completa foi utilizada para observar como a mudança de
95
superficiais que o sistema pode adotar, e a análise posterior dos dados provenientes da
simulação.
que houve deposição (fixação, marcados com 2). Os sítios ativos ocupados com 3
correspondem aos defeitos superficiais criados no início do programa, sendo que eles
não variam em número ao longo do mesmo. A Tabela 7 mostra a relação entre número
0 Sítio vazio
1 Cobalto adsorvido
2 Cobalto depositado
3 Carbono (defeito)
96
simulações dessa etapa demoraram em média de 3 a 4 horas ─ em uma superfície
uma monocamada de carbono. Observa-se que em overpot 1,00, ou seja, com potencial
absoluta em Volts ─, tem-se zero sítio ocupado por 2, ou seja, nenhum átomo de metal
foi depositado eletroquimicamente. Isso era de se esperar tanto pela teoria quanto por
par redox Co2+/Co em C, ou seja, não ocorre deposição em subpotenciais. Isso foi
se dar a segunda fase do loop em caso de overpot = 1, significando que não ocorre a
deposição.
Ocupação dos sítios em diferentes valores de
overpot após 5s
2500
2250
2000
1750
1500
1250
1000
750
500
250
0
1,00
1,01
1,02
1,03
1,04
1,05
1,06
1,07
1,08
1,09
1,10
1,11
1,12
1,13
1,14
1,15
1,16
1,17
1,18
1,19
1,20
1,25
1,30
1,35
1,50
overpot
0 1 2
Figura 17. Número de sítios marcados com 0, 1 e 2 após aplicação de diversos valores de overpot por
5 s.
97
Observa-se, também, na Figura 17 que há um aumento no número de sítios
conforme o sobrepotencial é maior. Por sua vez, o número de sítios ativos marcados
com 1 permanece constante até overpot = 1,20, quando decresce abruptamente até um
overpot maiores que 1,20, não há mais sítios ocupados com 0 ao término da simulação,
ou seja, não há mais sítios vazios. A parte final do gráfico (sobrepotenciais elevados)
depositado.
de sítios ocupados de cada tipo ao longo do tempo, após a aplicação de três valores de
overpot diferentes. Interessante ressaltar que essa contagem só pode ser feita com o uso
resolução suficiente para se visualizar esse tipo de fenômeno. É uma prova de como a
simulação pode ser uma ferramenta poderosa não só para predizer resultados finais, mas
98
Determinação por tempo em overpot 1.05
2250
2000 Overpot = 1,05
1750
1500
1250
1000
750
500
250
0
0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 6 6,5 7 7,5 8 8,5 9 9,5 10
Tempo (s)
0 1 2
Figura 18. Determinação do número de sítios ocupados em função do tempo em overpot 1,05.
2500
2250 Overpot = 1,10
2000
1750
1500
1250
1000
750
500
250
0
0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 6 6,5 7 7,5 8 8,5 9 9,5 10
Tempo (s)
0 1 2
Figura 19. Determinação do número de sítios ocupados em função do tempo em overpot 1,10.
99
Determinação por tempo em overpot 1.15
2500
2250
2000
1750 Overpot = 1,15
1500
1250
1000
750
500
250
0
0,5 1,5 2,5 3,5 4,5 5,5 6,5 7,5 8,5 9,5
Tempo (s)
0 1 2
Figura 20. Determinação do número de sítios ocupados em função do tempo em overpot 1,15.
Nas três figuras acima, observa-se o mesmo padrão encontrado na Figura 17: ao
marcados com 2.
A linha que mostra a quantidade de sítios marcados com o número 1, nos três
elevado (acima de 1,20, de acordo com a Figura 17). Enquanto isso, a deposição e a
influenciada pelo valor de overpot. Esse padrão se mantém até o momento em que o
número de sítios marcados com 0 chega próximo de zero (observado na Figura 20, entre
100
6,5 e 7 s), momento em que se observa a queda abrupta do número de sítios marcados
também aqui, a exemplo do que ocorreu na Figura 17 para sobrepotenciais altos, indica
que esse evento não está relacionado apenas ao tempo, tampouco unicamente ao
mudança ocorre. Isso porque o tempo decorrido e o potencial aplicado ditam quando os
esgotamento de sítios vazios ocorre mais cedo no tempo; no entanto, com a aplicação de
sobrepotenciais mais baixos, caso seja permitido que a deposição continue por tempo o
mecanismo mais complexo, ainda sujeito a discussão na literatura, para este trabalho
etapa lenta:
Co+2 + e- ⇌ Co+(ads)
101
deslocado para a esquerda, ou seja, os acontecimentos ocorrem mais cedo na linha do
tempo. Por não terem mais para onde se difundir, as espécies Co+(ads) podem apenas
seja, a quantidade de sítios marcados com 1 cai de forma abrupta e dá lugar a sítios
é fixo para um dado sistema (nesse caso, deposição de Co em grafite), mas, como não
resultados das simulações frente a essas mudanças. A Figura 21 mostra a ocupação final
dos 3.025 sítios após 5 s de simulação com aplicação de sobrepotencial constante, mas
com diferentes relações entre k_ads e k_des. Nota-se que as ocupações finais dos sítios
as alterações afetam mais os sítios em que não há deposição, como se observa pelo
gráfico, em que há pequenas alterações da linha que acompanha o número de sítios com
menor, há cada vez mais sítios vazios e cada vez menos espécies adsorvidas, e vice-
versa. Destaca-se o fato de que, mesmo quando são numericamente iguais à unidade, as
razões k_ads / k_des não apresentam igual distribuição do número de sítios ativos de
cada tipo. Por exemplo, quando ambas valem 6.050 (valor adimensional, relativo ao
102
número de sítios simulados), há menos sítios vazios do que quando ambas valem 3.025,
enquanto o número de sítios com depósito aumenta. Isso mostra que apenas a relação
2000
1800
1600
1400
1200
1000
800
600
400
200
0
k_des 3025 6050 9075 12100 6050 6050
k_ads 3025 3025 3025 3025 6050 9075
0 1 2
Figura 21. Número de sítios marcados com 0, 1 e 2 após aplicação de overpot 1,05 durante 5 s, sob
diferentes valores das constantes k_ads e k_des.
não depende significativamente da relação entre as duas, mas depende mais do valor
absoluto de k_ads, sendo maior quando este também é maior. As mudanças nas
103
Outra série de testes foi realizada, considerando o número de passos (ou
iterações) realizados pelo programa como o fator determinante de seu fim, sem
vezes cada um, registrando-se a ocupação dos sítios a cada mil passos. Os resultados
obtidos encontram-se na Figura 22, na Figura 23 e na Figura 24. A escala das figuras é
feita em relação ao número de iterações. O tempo, na parte de cima dos gráficos, indica
seu valor real correspondente à simulação até aquele ponto, de acordo com a Equação
(14).
com queda abrupta no número de sítios marcados com 1 e aumento nos marcados com
1,10 na Figura 23). A situação de estado estacionário de ambos, que ocorre quando o
em um tempo menor quanto maior for o sobrepotencial aplicado. Na Figura 22, ele nem
104
Figura 22. Número de sítios marcados com 0, 1 e 2 em função do número de passos em overpot 1,05.
O tempo real correspondente à simulação aparece na parte superior do gráfico.
Figura 23. Número de sítios marcados com 0, 1 e 2 em função do número de passos em overpot 1,10.
O tempo real correspondente à simulação aparece na parte superior do gráfico.
105
Figura 24. Número de sítios marcados com 0, 1 e 2 em função do número de passos em overpot 1,15.
O tempo real correspondente à simulação aparece na parte superior do gráfico.
Figura 24 podem ser muito úteis quando da condução de uma eletrodeposição, e podem
qualquer experimento. Por exemplo, pode-se estimar por quanto tempo deve-se aplicar
Ademais, apesar de haver a presença de defeitos superficiais, sua influência não pôde
106
ser analisada por meio dos resultados mostrados nesta seção, sendo necessária a análise
das fotografias dos filmes simulados para verificar sua influência no processo.
de nucleação acontece em cada caso e de que maneira os núcleos se formam assim que
A influência dos defeitos superficiais também pode ser descrita por meio dessa
temperatura do experimento (298 K), formando defeitos dos tipos canto e degrau. O
3 na matriz do programa.
atingiram cerca de 25 s até o seu término. Só alguns instantes de cada simulação são
mostrados, nos quais as diferenças são mais evidentes. A Figura 25 mostra a deposição
107
(b)
(a)
(c)
(d)
(e) (f)
108
(g) (h)
(a) (b)
(c) (d)
109
(e) (f)
(g) (h)
como ocorre a formação dos primeiros núcleos. Em ambos os casos, a superfície inicial
apresenta alguns defeitos, criados conforme descrito anteriormente (Figura 25a e Figura
alto e, após 0,5 s, muitos átomos de Co já estão na superfície, não exclusivamente nos
110
tanta que o deslocamento da situação de equilíbrio é muito intenso, não permitindo que
haja dessorção, nem que haja difusão significativa para sítios com energia mais
favorável. Os átomos de Co não estão próximos entre si, diferentemente do que ocorre
intensificam. Os núcleos de Co crescem como mostrado na Figura 25c até a Figura 25h,
vítreo ainda está desocupada, conforme comprovado pela Figura 18. Já no caso dos
superfície do eletrodo é praticamente tomada pelo metal após somente 5 s (Figura 26h)
eletrodeposição.
111
núcleos de Co formados. Apesar dos recentes esforços de lado a lado, ainda falta
mais simples do que sistema cobalto em carbono. Alguns fatores foram determinantes
uma monocamada de depósito, já que, por limitações práticas de tempo e escala, não
na literatura do que aquele, até pelo menor interesse tecnológico em se obter depósitos
vez de apenas um filme de arranjo cristalino único, mas esse fenômeno complexo não
foi incluído nas simulações. Por fim, sabe-se que o Co catalisa a reação de formação de
Em razão desses fatores, optou-se por mudar para um sistema mais simples, no
qual pudesse ser utilizada uma série de dados experimentais disponíveis na literatura.
112
4.4.1. O novo modelo baseado no método de KMC
selecionava uma partícula dentro de um dado tipo de evento e, a cada iteração, realizava
ou não uma ação com a partícula. As velocidades de todos os processos eram, então,
das tabelas de energias eram muito demorados e porque as velocidades de todos os tipos
metal.
Por outro lado, quando o potencial interatômico pode ser simplificado, não há
das velocidades de todos os possíveis eventos é mais rápido. O modelo, então, organiza
todas as ações em termos de suas velocidades e seleciona apenas um sítio ativo por
passo da simulação, que irá sofrer a alteração. Em seguida, ao invés de calcular todas as
velocidades novamente, no novo modelo apenas as velocidades que possam ter sido
alteradas pelo evento são recalculadas. Isso permite que o modelo simule um número
muito maior de partículas, o que, por sua vez, permite a expansão para a direção do eixo
separadas de acordo com os possíveis eventos de transição que podem realizar. Por
113
então sofrer reação de transferência de carga e se depositar, mas não pode se adsorver
novamente. Uma vez que todas as velocidades de todos os eventos são calculadas, uma
lista de probabilidades de transição pode ser criada em termos das velocidades, vi, de
autocorrelação dos parâmetros de saída dos cálculos. Se tal independência for garantida,
o tempo real das simulações pode ser computado em termos de e N. O tempo real é
atualizado toda vez que um evento é selecionado, por meio de um incremento de tempo
O algoritmo de KMC empregado aqui é descrito por Levi e Kotrla [111], e tem
estrutura geral do método de KMC executado aqui, já apresentado com mais detalhes na
Tabela 1:
2. Escolher um processo a partir de uma lista com todos os possíveis eventos, por
114
5. Avançar o tempo na simulação por ; voltar ao passo 1.
Apenas sítios ativos correspondentes aos primeiros vizinhos têm suas energias
final. Isso faz com que a simulação seja muito mais rápida do que no código antigo e
ordenadas por tipo, em um vetor unitário, para aumentar a rapidez das simulações. Por
exemplo, em uma dada iteração, 100 partículas podem sofrer um processo de adsorção.
Supondo que, aleatoriamente, em uma dada iteração, a adsorção seja selecionada, uma
das 100 possíveis ações relacionadas a esse processo é executada. A partícula que
direções x e y;
115
2. No início da simulação, todas as velocidades para todos os possíveis
tipo, em sequência, em um vetor que será usado para selecionar qual evento irá
8. As velocidades dos vizinhos aos sítios afetados pela ação são atualizadas;
Diferentemente do que ocorreu com o modelo do Co, que usou uma abordagem
permite que o grau de cobertura da superfície da simulação possa ser comparado com o
da teoria para validar o modelo. Considerando uma reação de primeira ordem simples,
116
pode-se estimar o grau de cobertura em função do tempo, e comparar o resultado com
aquele proveniente das simulações. Pode-se observar pela Figura 27 que os resultados
considerando o desvio padrão dos primeiros. Dessa forma, pode-se validar o modelo
criado.
Figura 27. Variação da quantidade de sítios ativos livres na superfície em função do tempo: dados
das simulações (pontos) e previsão teórica (curva). A curva teórica é obtida a partir de uma
equação de primeira ordem e os dados das simulações representam a média de cinco simulações.
aquela esperada pela lei de Faraday da eletrólise (Figura 28), para uma deposição em 5 s
com uma corrente de 10-10 A. Percebe-se que, a partir de 200 iterações máximas, os
previsto. Contudo, apenas a partir de 1.000 iterações a diferença entre o valor simulado
117
máximas, em que essa diferença é nula. Considerando a economia computacional que
horas), sem perda de precisão de resultados significativa, optou-se pelo limite máximo
de 30.000 iterações, caso o tempo máximo estipulado na simulação não seja atingido
(Figura 29).
118
Figura 29. Tempo total da simulação em função do número máximo de iterações do programa do
Cu.
das simulações de Co. Isso evidencia a maior robustez e simplicidade do modelo do Cu,
espécies de Cu metálico, íons Cu+ e Cu2+. Na faixa de baixo potencial aplicado, na qual
119
significativa de depleção de íons de cobre na superfície do eletrodo durante a deposição,
de modo que a difusão não é importante. Foram realizadas simulações para se constatar
superfície do eletrodo, onde são reduzidos a íons Cu+. Esses íons se reduzem
superfície, mas são restritos a fazer saltos no mesmo plano para um dos sítios vizinhos
mais próximos, ou para cima, ou para baixo, saltando um nível de altura a cada iteração
Cu+2 + e- ⇌ Cu +
(ads)
Cu+(ads) + e- ⇌ Cu (ads)
Cu (ads) ⇌ Cu (s)
120
do modelo do Co, aqui o potencial de interação foi simplificado em prol de um número
características dos núcleos metálicos de depósito podem ser estudados (um núcleo é
(21)
121
(22)
todos os átomos vizinhos para a barreira de energia de difusão superficial das espécies
mais coordenado ele está e sua difusão superficial se torna mais desfavorável
energeticamente. Cabe ressaltar que esses valores de barreira de energia para difusão
Tabela 8. Parâmetros fixos utilizados nas simulações KMC. A maioria deles é baseada
considerando-se uma superfície de Au.
Parâmetro Valor
Cu, Cu-Cu
Veq,Cu-subs
substrato, Cu-subs
Frequência de saltos da difusão superficial de Cu sobre Cu, Cu-Cu 1,50 × 1013 s-1
[114]
122
Frequência de saltos da difusão superficial de Cu sobre o 1,50 × 1013 s-1
Temperatura, T 298 K
ECu-Cu [115]
200, 300 ou 400 átomos. Cerca de dez simulações equivalentes foram realizadas para
optou-se por fixar um substrato quadrado com 300 átomos de lado, a uma distância de
Os parâmetros iniciais usados nas simulações são para Cu depositado sobre uma
cálculos de energia das configurações são apenas aqueles que tocam diretamente o
átomo central. Num cristal cúbico de face centrada (fcc), são seis os primeiros vizinhos,
123
de acordo com a Figura 30. Ambos os metais, Cu e Au, possuem esse arranjo
bibliográfica, usou-se aqui, também, um modelo reticular para descrever esse sistema.
Figura 30. Sítios ativos vizinhos ao sítio central considerados para o cálculo da energia de adsorção
de um átomo de Cu em um retículo fcc. Somente os primeiros vizinhos, numerados de 1 a 6, são
considerados nos cálculos de energia das configurações, independentemente de serem átomos de Cu
ou Au.
Foram realizadas duas fases distintas de simulação, cada qual com uma
124
Uma análise de sensibilidade de parâmetros foi realizada antes de se iniciarem as
simulações para definir qual a faixa de valores a ser perturbada nos parâmetros
finitas. Com ela, verificou-se que os parâmetros poderiam ser perturbados dentro da
faixa listada, sem prejuízo ou perda de informação, considerando como base os valores
genérico, poupando tempo computacional para a análise de certas grandezas que não
têm efeitos tão significativos nos resultados finais das simulações ─ e, provavelmente,
tão significativos para a alteração dos resultados finais e, portanto, foram mantidos com
4.4.4.2. Nucleação de Cu em Au
superfície do substrato, mas sendo permitidas as deposições de metal sobre metal. Três
125
parâmetros desconhecidos foram perturbados nas simulações: constante de velocidade
núcleos se torna ligeiramente maior para baixos valores de ECu-Cu, como mostrado na
Figura 31d-e. Para baixos valores de ECu-Cu, os átomos de Cu que se depositarem sobre
Cu podem se difundir mais facilmente, incluindo para fora do núcleo de Cu, para chegar
núcleos é maior para baixos valores de barreira de energia para a difusão superficial de
isolados na superfície de Au. Como os átomos isolados de Cu não são contados como
densidade de núcleos é maior para valores elevados de ECu-subs. Sob essas condições, os
átomos de Cu não podem se difundir facilmente para locais de mais baixa energia sobre
a superfície do Au, tais como sítios ativos em cantos, para se incorporarem a núcleos já
126
existentes. O valor da densidade de núcleos é máximo após a deposição de 0,3 ML de
Cu. Depois de 0,3 ML, o filme começa a coalescer e o número de núcleos distintos na
superfície cai.
(a) (b)
(c) (d)
(e)
Figura 31. Densidade de núcleos em função das barreiras de energia para a difusão superficial de
Cu em Cu (ECu-Cu) e Cu em Au (ECu-Au), para uma constante de velocidade de deposição de Cu em
Au (kCu-Au) = 0,102 m s-1, após a deposição de (a) 0,1 monocamada (ML); (b) 0,2 ML; (c) 0,3 ML; (d)
0,4 ML; e (e) 0,5 ML de Cu.
127
Fotografias instantâneas da superfície após a deposição de 0,5 ML de Cu são
núcleos é baixa, o filme de Cu tem aparência menos dispersa, como pode ser observado
na Figura 32c e, com menos intensidade, na Figura 32b. Já na Figura 32a e na Figura
visível nestas duas figuras, ao passo que há muito mais metal depositado (coloração
preta). Por meio dessa análise de densidade de núcleos, nada se pode afirmar a respeito
(d)
(c)
(a) (b)
Figura 32. Superfície do eletrodo após a deposição de 0,5 ML de Cu em várias regiões com
diferentes densidades de núcleos em função da barreira de energia para a difusão superficial de Cu
sobre o substrato de Au (ECu-Au) e sobre Cu (ECu-Cu).
128
Na Figura 33a-d, são mostradas a densidade, o tamanho médio, a altura média e
a razão de aspecto (relação altura média / largura média) dos núcleos, em função das
médio dos núcleos (Figura 33b) é máximo para baixos valores de ECu-subs e altos valores
podem facilmente se difundir sobre o substrato, mas não sobre o Cu depositado. Quanto
mais rápida a difusão do Cu sobre Au, mais ele tende a se difundir até achar um núcleo
mais estável de Cu e se agregar a ele. Ao mesmo tempo, quanto mais lenta a difusão de
diminuir o seu tamanho. Por sua vez, a altura média dos núcleos (Figura 33c) é máxima
quando ECu-subs é baixa, mas é relativamente pouco afetada pela variação na ECu-Cu. Isso
ocorre porque, com uma baixa ECu-subs, os átomos de Cu podem se difundir mais
do núcleo. Na Figura 33d, pode-se observar que a razão de aspecto dos núcleos atinge
um patamar máximo para altos valores de ECu-subs e é pouco afetada pela variação na
ECu-Cu. A razão de aspecto dá uma ideia sobre a forma dos núcleos e, nesse caso, é
máxima quando ECu-subs é elevada, indicando que os núcleos são pequenos e baixos.
Quando ECu-subs é elevada, os núcleos são um pouco maiores em altura (Figura 33c),
mas não o suficiente para compensar o número muito maior de átomos por núcleo
129
(a) (b)
(c) (d)
Figura 33. (a) densidade de núcleos; (b) tamanho médio dos núcleos; (c) altura média dos núcleos; e
(d) razão altura média / largura média dos núcleos em função das barreiras de energia para difusão
superficial de Cu em Cu (ECu-Cu) e de Cu em Au (ECu-Au), para uma constante de velocidade de
deposição de Cu em Au (kCu-subs) = 0,102 m s-1 após deposição de 0,5 ML de Cu.
variada entre 0,102 e 0,184 m s-1 para medir seu impacto nos resultados finais. Esses
que a superfície dos gráficos é praticamente a mesma para todos os valores de kCu-subs
130
(a) (b)
(c)
Figura 34. Densidade de núcleos em função das barreiras de energia para a difusão superficial de
Cu em Cu (ECu-Cu) e Cu em Au (ECu-Au), para uma constante de velocidade de deposição de Cu em
Au (kCu-Au) = (a) 0,102 m s-1; (b) 0,143 m s-1; e (c) 0,184 m s-1 após deposição de 0,5 ML de Cu.
Para resumir o que foi obtido nessa primeira fase de estudos da eletrodeposição
131
4.4.4.3. Eletrodeposição de Cu sobre substratos genéricos
densidades de núcleos de depósito são mais elevadas (o que produz um material final
para a difusão superficial de Cu em Cu (ECu-Cu) foi fixada em 0,31 eV (5,0 × 10-20 J).
Todos os outros parâmetros foram fixados nos valores listados na Tabela 8. A barreira
perturbada entre 0,25 eV (4,0 × 10 -20 J) e 0,375 eV (6,0 × 10-20 J), região na qual as
simulada anteriormente. É interessante notar que tais parâmetros também podem ser
ou, ainda, introduzindo aditivos ao banho eletrolítico, por exemplo. Por isso, deu-se a
nesta seção.
de Cu depositado (de 0,1 ML a 0,5 ML). Na Figura 35a, bem no início da deposição, a
densidade de núcleos atinge um mínimo para baixos valores dos parâmetros cinéticos
132
superfície do substrato e a velocidade de deposição de novos átomos de Cu sobre a
os átomos de Cu têm tempo para se difundir até esses núcleos antes que mais Cu seja
depositado. Já a máxima densidade de núcleos após 0,1 ML ter sido depositada é obtida
decresce e se mantém relativamente constante para valores mais altos kCu-subs. Quando
ambos ECu-subs e kCu-subs são aumentados, núcleos menores são formados porque os
mais rapidamente. Nos mais altos valores de ECu-subs e kCu-subs, existem muitos átomos
núcleos tende a ser obtida quando kCu-subs é elevada e ECu-subs é baixa. A exemplo do que
máxima após 0,3 ML de Cu ter sido depositada, momento a partir do qual os núcleos
133
(a) (b)
(c) (d)
(e)
Figura 35. Densidade de núcleos em função da barreira de energia para a difusão superficial de Cu
sobre o substrato (ECu-subs) e da constante de velocidade de deposição de Cu sobre o substrato (kCu-
subs) após a deposição de (a) 0,1 monocamada (ML); (b) 0,2 ML; (c) 0,3 ML; (d) 0,4 ML; e (e) 0,5
ML de Cu.
134
esses núcleos são bem maiores do que aqueles formados quando se adotam outros
(d)
(c)
(a) (b)
Figura 36. Superfície do eletrodo após a deposição de 0,5 ML de Cu em várias regiões com
diferentes densidades de núcleos em função da barreira de energia para a difusão superficial de Cu
sobre o substrato (ECu-subs) e da constante de velocidade de deposição de Cu sobre o substrato (kCu-
subs).
altura média e a razão de aspecto (relação altura média / largura média) dos núcleos em
função dos parâmetros cinéticos do par Cu-substrato (ECu-subs e kCu-subs) após a deposição
de 0,5 ML de Cu. O tamanho médio dos núcleos (Figura 37b) é máximo para baixos
substrato é lenta. A altura média dos núcleos (Figura 37c) também é máxima para
135
baixos valores de ECu-subs e kCu-subs. Nessa situação, os átomos de Cu podem se difundir
mais facilmente na superfície até a borda de um núcleo pré-existente, criando mais sítios
Figura 37d, a razão de aspecto média dos núcleos é alta quando ECu-subs e kCu-subs
(a) (b)
(c) (d)
Figura 37. (a) densidade de núcleos; (b) tamanho médio dos núcleos; (c) altura média dos núcleos; e
(d) razão altura média / largura média dos núcleos em função da barreira de energia para a difusão
superficial de Cu sobre o substrato (ECu-subs) e da constante de velocidade de deposição de Cu sobre
o substrato (kCu-subs) após deposição de 0,5 ML de Cu.
136
Em todas as simulações, os núcleos são muito mais planares do que altos. Com
base nesses resultados, substratos com baixas ECu-subs e kCu-subs produzirão depósitos de
aspecto colunar (Figura 36b). Em contrapartida, valores dos parâmetros cinéticos que
distribuídas (como mostrado na Figura 36c) seriam desejáveis para se depositar filmes
mais lisos.
pode-se obter informações, por exemplo, sobre como certos banhos de deposição afetam
o processo de nucleação, pois o Cu2+ pode estar mais ou menos coordenado por ligantes,
afetando a facilidade com que este pode sofrer redução. Ademais, ao se perturbar a
no substrato (ECu-subs), pode-se obter informações sobre como o substrato pode ser
determinadas características desejadas. Assim, ECu-Cu foi fixada em 0,31 eV (5,0 × 10-20
J) e ECu-subs foi perturbada entre 0,15 eV (2,4 × 10-20 J) e 0,78 eV (1,2 × 10-19 J), uma
faixa maior que a anterior, o que gera razões entre as barreiras de energia para difusão
superficial, ECu-Cu / ECu-subs, entre 0,5 e 2,5, aproximadamente. Já kCu-Cu foi fixada em
0,204 m s-1 enquanto kCu-subs foi perturbada entre 0,10 e 0,70 m s-1 (a região acima de 1
m s-1 mostrou pouca variação nas propriedades do depósito nas figuras anteriores), o
que gera razões entre as constantes de velocidade de deposição, kCu-Cu / kCu-subs, entre 2,0
e 0,3, aproximadamente.
137
A Figura 38a-e mostra a evolução temporal da densidade de núcleos. Para
baixos valores da razão entre as barreiras de energia para a difusão superficial (ECu-Cu /
ECu-subs), região na qual o valor do parâmetro ECu-subs é alto, existem muitos átomos
isolados sobre a superfície no início das simulações, fazendo com que a densidade de
núcleos seja baixa inicialmente e, depois, aumente com o tempo. Depois de 0,5 ML de
Cu ter sido depositada, densidades de núcleo mais elevadas são observadas quando a
razão entre as barreiras de energia para a difusão superficial é baixa, o que está de
acordo com a intuição física, uma vez que nessas condições é difícil para os átomos de
estudada.
138
(a) (b)
(c) (d)
(e)
Figura 38. Densidade de núcleos em função da razão entre as barreiras de energia para a difusão
superficial e da razão entre as constantes de velocidade de deposição, após a deposição de (a) 0,1
monocamada (ML); (b) 0,2 ML; (c) 0,3 ML; (d) 0,4 ML; e (e) 0,5 ML de Cu.
(Figura 39b) são obtidos quando a razão entre as barreiras de energia para a difusão
139
velocidade de deposição também é alta. O mesmo ocorre para a altura média dos
núcleos (Figura 39c). Tais resultados podem ser racionalizados em termos de que a
formação de grandes núcleos seria esperada quando ECu-subs é baixa ─ o que gera valores
deposição é alta, uma vez que kCu-sub é baixa, o que significa que novos átomos de Cu
são adicionados mais lentamente à superfície. Nessas condições, é menos provável que
superfície para formar novos pequenos núcleos. Já a altura média dos núcleos é mais
média dos núcleos também é elevada quando os átomos de Cu podem se difundir mais
facilmente no substrato até a borda de um núcleo pré-existente e criar mais sítios para a
elevada). Entre esses dois fatores, aquele que mais altera o aspecto final do núcleo
(razão altura / largura) é a barreira de energia para a difusão superficial, como pode ser
140
(a) (b)
(c) (d)
Figura 39. (a) densidade de núcleos; (b) tamanho médio dos núcleos; (c) altura média dos núcleos; e
(d) razão altura média / largura média dos núcleos em função da razão entre as barreiras de
energia para a difusão superficial e da razão entre as constantes de velocidade de deposição, após
deposição de 0,5 ML de Cu.
núcleos ser baixa em todos os casos é um indicativo da tendência do núcleo ser mais
141
largo do que alto, ou seja, de crescer preferencialmente de forma bidimensional. Isso
está de acordo com o mecanismo proposto na literatura a partir de ajustes por equações
maior.
Contudo, essa afirmação mecanística tem que ser lidada com cautela. Apesar de
antes da superfície de Au ser recoberta, nada pode ser afirmado com convicção, uma
vez que diferentes arranjos cristalográficos não foram permitidos no programa. Então,
para o crescimento do núcleo original, poderiam dar início a um novo núcleo, com
programa.
bidimensional, que analisasse apenas a seção transversal dos filmes depositados. A não
utilização do eixo y nas simulações propiciou que fossem simuladas quase 100
consequência pode ser vista na Figura 40. Pode-se observar que o crescimento dos
filmes ocorre de forma oblíqua, com pontas pronunciadas e muitos buracos no interior
142
do filme formado. Isso porque não foi permitido aos átomos de Cu que relaxassem
átomo que está se difundindo e chega à borda do terraço são alteradas diferentemente do
que quando a difusão se dá longe dela. Essa barreira de canto é geralmente chamada de
reflexão no degrau para o átomo que vem se difundindo ao encontro dele e, com isso, o
143
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
caráter mais uniforme, como mostra a Figura 41, e o filme cresce sem tantas
imperfeições, embora ainda possam ser vistos alguns buracos (Figura 41f). Se a
144
temperatura passa a ser aumentada, a energia fornecida para os saltos de difusão
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
145
(a) (b)
(c) (d)
juntamente com os cátions de Cu2+. Eles têm um efeito estabilizador que auxilia no
146
5. CONCLUSÕES
Carlo e, especialmente, o método de Monte Carlo Cinético, são escolhas adequadas para
esse fenômeno, bem como sua escala de tempo proibitiva para simulação por métodos
eletrodo.
meios sem aditivo, que seguem o modelo de nucleação progressiva. Esse mecanismo
147
grafite. Tal modelo é restrito aos primeiros estágios, quando o processo é limitado
mais elevados.
para o uso na simulação, bem como uma comparação ou mesmo uma previsão de
148
superfície do eletrodo. Os parâmetros não conhecidos, a saber, as barreiras de energia
para determinar seu efeito sobre a deposição. No caso de uma superfície de Au, foi
observado que a densidade de núcleos foi máxima após 0,3 monocamada equivalente de
Cu ter sido depositada, que é quando o filme começa a coalescer e o número de núcleos
maior tempo de simulação. O modelo mesoscópico criado para esse sistema está mais
149
6. SUGESTÕES PARA PRÓXIMAS ETAPAS
interação interatômica não pode ser muito mais simplificada. Além disso, deve-se
simular os efeitos da difusão. Uma vez que as escalas de comprimento dos fenômenos
(em uma quantidade razoável de tempo) simular processos limitados por difusão
modelo, outro código deve ser acoplado ao código principal a fim de simular a fase de
podem ser suficientes. Tal adendo não foi implementado, mas a conexão entre o código
principal de KMC e um código contínuo foi tornada possível. O código foi alterado a
fim de tornar o valor de concentração variável, podendo mudar a cada iteração. Essa
mudança no valor de concentração pode ser calculada pelo código contínuo e repassada
para o código principal de KMC. Uma vez que as equações de velocidade no código de
conforme a concentração mudasse. Por sua vez, o código de KMC deve repassar os
Fick da difusão para calcular os novos valores de concentração pelo código contínuo. O
150
código de KMC irá executar sozinho certo número de iterações (digamos, 1.000) e,
então, irá acessar o código contínuo para uma atualização nas concentrações, repetindo-
método de KMC tradicional, como o aplicado neste trabalho, não leva em conta os
movimentos coletivos de átomos, a não ser que sejam explicitamente incluídos como
metodologia dos autores, é possível descrever a trajetória dos átomos durante toda a
se haver trocas entre átomos do eletrodo e do depósito, além do fato de o modelo ser
sendo os monocristais muito mais comuns, pois seu ordenamento os torna mais simples
de serem simulados. Para representar policristais metálicos, mais de um grão precisa ser
incluído no domínio da simulação. Fenômenos que ocorrem na borda dos grãos, como
longo da interface entre um grão e outro), devem ser considerados juntamente com a
fenômeno termicamente ativado, que obedece a uma relação do tipo de Arrhenius, com
borda do grão. Apesar de aumentar o custo computacional, ela deve ser prevista no
151
código para simular com precisão a eletrodeposição de um sistema policristalino.
entre si, o que deve ser incluído nas simulações, na forma de mais um parâmetro
teóricas da Eletroquímica clássica passam a não ser mais verdadeiras [120]. Por
exemplo, o nanoeletrodo não é muito maior do que a espessura da dupla camada elétrica
e nem incomparavelmente maior do que os raios solvatados das espécies envolvidas nas
causa desvios nos resultados obtidos com nanoeletrodos quando comparados a eletrodos
de dimensões maiores. Tais desvios têm motivado diversos estudos fundamentais, que
152
[122]. Ademais, os autores concluem que não apenas as reações ocorrem mais
raramente têm sua velocidade aumentada mais intensamente do que as outras, pois as
flutuações são mais significativas para elas [121]. Esses efeitos são fundamentais e têm
153
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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161
8. ANEXOS
162
58 counter_des = 0;
59 counter_dif = 0;
60 for j = 1:lsize
61 for i = 1:lsize
62 k = (j-1)*lsize+i;
63 surf(1,k) = i;
64 surf(2,k) = j;
65 if (x0(i,j) == 1)
66 continic=continic+1
67 counter_des = counter_des + 1;
68 rxn_des(counter_des) = k;
69 [neighbour,pos] = getneighbour_2(i,j,lsize);
70 for m = 1:4
71 if (neighbour(m) == 0)
72 counter_dif = counter_dif + 1;
73 rxn_dif(1,counter_dif) = k;
74 rxn_dif(2,counter_dif) = (pos(2,m)-1)*lsize + pos(1,m);
75 end
76 end
77 elseif (x0(i,j) == 0)
78 counter_ads = counter_ads + 1;
79 rxn_ads(counter_ads) = k;
80 end
81 end
82 end
83
84 %%% start loop
85 i = 1;
86 % (t < tf && i < maxsteps)
87 while (t < tf && i < maxsteps)
88 a_ads = k_ads*(1-Theta(i));
89 a_des = k_des*Theta(i);
90 a_dif = 1/2*gamma*Theta(i)*(1-Theta(i));
91 a_ads_2=exp(overpot)*(k_ads)*(1-Theta(i));
92 a = a_ads+a_des+a_dif+a_ads_2;
93
94 %(r2(i)*a <= a_ads)
95 if (r2(i)*a <= a_ads)
96 % execute adsorption
97 %
98 if counter_ads>0
99 r3 = rand;
100 ads_index = ceil(r3*counter_ads);
101 kk = rxn_ads(ads_index);
102 ii = surf(1,kk);
103 jj = surf(2,kk);
104 x0(ii,jj) = 1;
105 % update adsorption
106 rxn_ads(ads_index:counter_ads-1) = rxn_ads(ads_index+1:counter_ads);
107 counter_ads = counter_ads - 1;
108 % update desorption
109 counter_des = counter_des + 1;
110 rxn_des(counter_des) = kk;
111 % update diffusion
112 dif_destination = rxn_dif(2,1:counter_dif);
113 dif_index = find(dif_destination == kk);
114 while (length(dif_index) > 0)
115 dif_index(1);
116 rxn_dif(:,dif_index(1):counter_dif-1) =
rxn_dif(:,dif_index(1)+1:counter_dif);
117 counter_dif = counter_dif - 1;
118 dif_destination = rxn_dif(2,1:counter_dif);
119 dif_index = find(dif_destination ==kk);
120 end
121 [neighbour,pos] = getneighbour_2(ii,jj,lsize);
122 for m = 1:4
123 if (neighbour(m) == 0)
163
124 counter_dif = counter_dif + 1;
125 rxn_dif(1,counter_dif) = kk;
126 rxn_dif(2,counter_dif) = (pos(2,m)-1)*lsize + pos(1,m);
127 end
128 end
129 counter_dif;
130 end
131 elseif (r2(i)*a > a_ads)&& (r2(i)*a <= a_ads_2)
132 if counter_ads>0
133 r3=rand;
134 ads_index = ceil(r3*counter_ads);
135 kk_2 = rxn_ads(ads_index);
136 ii_2 = surf(1,kk_2);
137 jj_2 = surf(2,kk_2);
138 x0(ii_2,jj_2) = 2;
139 % update adsorption
140 rxn_ads(ads_index:counter_ads-1) = rxn_ads(ads_index+1:counter_ads);
141 counter_ads = counter_ads - 1;
142 % update desorption
143 %counter_des = counter_des - 1;
144 %rxn_des(ads_index:counter_des-1) = rxn_des(ads_index+1:counter_des);
145 % update diffusion
146 dif_destination = rxn_dif(2,1:counter_dif);
147 dif_index = find(dif_destination == kk_2);
148 while (length(dif_index) > 0)
149 dif_index(1);
150 rxn_dif(:,dif_index(1):counter_dif-1) =
rxn_dif(:,dif_index(1)+1:counter_dif);
151 counter_dif = counter_dif - 1;
152 dif_destination = rxn_dif(2,1:counter_dif);
153 dif_index = find(dif_destination ==kk_2);
154 end
155 end
156 % (r2(i)*a > a_ads && r2(i)*a < a_ads+a_des)
157 elseif (r2(i)*a > a_ads_2 && r2(i)*a < a_ads+a_des)
158 if counter_des>0
159 % execute desorption
160 r3 = rand;
161 des_index = ceil(r3*counter_des);
162 kk = rxn_des(des_index);
163 ii = surf(1,kk);
164 jj = surf(2,kk);
165 x0(ii,jj) = 0;
166 % update desorption
167 rxn_des(des_index:counter_des-1) = rxn_des(des_index+1:counter_des);
168 counter_des = counter_des - 1;
169 % update absorption
170 counter_ads = counter_ads + 1;
171 rxn_ads(counter_ads) = kk;
172 % update diffusion
173 dif_source = rxn_dif(1,1:counter_dif);
174 dif_index = find(dif_source == kk);
175 while (length(dif_index) > 0)
176 rxn_dif(:,dif_index(1):counter_dif-1) =
rxn_dif(:,dif_index(1)+1:counter_dif);
177 counter_dif = counter_dif - 1;
178 dif_source = rxn_dif(1,1:counter_dif);
179 dif_index = find(dif_source == kk);
180 end
181 [neighbour,pos] = getneighbour_2(ii,jj,lsize);
182 for m = 1:4
183 if (neighbour(m) == 1)
184 counter_dif = counter_dif + 1;
185 rxn_dif(1,counter_dif) = (pos(2,m)-1)*lsize + pos(1,m);
186 rxn_dif(2,counter_dif) = kk;
187 end
188 end
164
189 end
190
191 else
192 % execute diffusion
193 if counter_dif>0
194 r3 = rand;
195 dif_index = ceil(r3*counter_dif);
196 kk1 = rxn_dif(1,dif_index);
197 ii1 = surf(1,kk1);
198 jj1 = surf(2,kk1);
199 x0(ii1,jj1) = 0;
200 kk2 = rxn_dif(2,dif_index);
201 ii2 = surf(1,kk2);
202 jj2 = surf(2,kk2);
203 x0(ii2,jj2) = 1;
204 % update diffusion
205 dif_source = rxn_dif(1,1:counter_dif);
206 dif_index = find(dif_source == kk1);
207 while (length(dif_index) > 0)
208 rxn_dif(:,dif_index(1):counter_dif-1) =
rxn_dif(:,dif_index(1)+1:counter_dif);
209 counter_dif = counter_dif - 1;
210 dif_source = rxn_dif(1,1:counter_dif);
211 dif_index = find(dif_source == kk1);
212 end
213 [neighbour,pos] = getneighbour_2(ii1,jj1,lsize);
214 for m = 1:4
215 if (neighbour(m) == 1)
216 counter_dif = counter_dif + 1;
217 rxn_dif(1,counter_dif) = (pos(2,m)-1)*lsize + pos(1,m);
218 rxn_dif(2,counter_dif) = kk1;
219 end
220 end
221 ab=ii1-ii2
222 bb=jj1-jj2
223 if abs(ab)==0 && abs(bb)==1 || abs(ab)==1 && abs(bb)==0
224 else
225 [neighbour,pos] = getneighbour_2(ii2,jj2,lsize);
226 for m = 1:4
227 if (neighbour(m) == 0)
228 counter_dif = counter_dif + 1;
229 rxn_dif(1,counter_dif) = kk2;
230 rxn_dif(2,counter_dif) = (pos(2,m)-1)*lsize +
pos(1,m);
231 end
232 end
233 end
234 dif_destination = rxn_dif(2,1:counter_dif);
235 dif_index = find(dif_destination == kk2);
236 while(length(dif_index) > 0)
237 rxn_dif(:,dif_index(1):counter_dif-1) =
rxn_dif(:,dif_index(1)+1:counter_dif);
238 counter_dif = counter_dif - 1;
239 dif_destination = rxn_dif(2,1:counter_dif);
240 dif_index = find(dif_destination == kk2);
241 end
242 % update adsorption
243 ads_index = find(rxn_ads == kk2);
244 rxn_ads(ads_index) = kk1;
245 % update desorption
246 des_index = find(rxn_des == kk1);
247 rxn_des(des_index) = kk2;
248 end
249 end
250 % update X, Theta, T
251 j;
252 tau = log(1/r1(i))/a;
165
253 t = t + tau
254 T(i+1) = t;
255 % X(:,:,i+1) = x0;
256 t0=x0;
257 for pt=1:lsize
258 for jt=1:lsize
259 if x0(pt,jt)==2
260 t0(pt,jt)=0;
261 end
262 end
263 end
264 x=x0;
265 Theta(i+1) = sum(sum(t0))/(lsize*lsize);
266 i
267 i = i + 1;
268
269
270 end
271 inicial=(X)
272 contador1 = 0;
273 contador2 = 0;
274 contador0 = 0;
275 for jj = 1:lsize
276 for ii = 1:lsize
277 resultado(ii,jj) = x0(ii,jj);
278 if (x0(ii,jj) == 1)
279 contador1 = contador1+1;
280 elseif (x0(ii,jj) == 0)
281 contador0 = contador0+1;
282 elseif (x0(ii,jj) == 2)
283 contador2 = contador2+1;
284 end
285 end
286 end
287 steps = i - 1
288 counter_dif;
289 counter_ads;
290 counter_des;
291 contador0
292 contador1
293 contador2
294 rxn_dif;
295 rxn_ads;
296 rxn_des;
297 display(inicial)
298 save('nomedoarquivo.mat','inicial','contador0','contador1','contador2','resultado','continic','t')
166
8.2. Constantes e variáveis da versão simplificada do programa de KMC
superfície);
cada instante;
167
Theta: variável que expressa o número de sítios ocupados, influenciando as velocidades
positiva;
168
SÚMULA CURRICULAR
Dados pessoais
Formação acadêmica
Ensino Médio: Colégio Rio Branco - Unidade Granja Vianna, Cotia-SP (2000-2002).
Ocupação
Bolsista de Iniciação Científica, CNPq, Instituto de Química - USP, São Paulo, 2004-
2005.
Bolsista de Iniciação Científica, Fapesp, Instituto de Química - USP, São Paulo, 2005-
2006.
169
Bolsista de Doutorado, CNPq, Instituto de Química - USP, São Paulo, 2007-2010;
2011-2012.
Formação complementar
Artigos completos
170
Resumos completos publicados em anais de congressos
171
RASBQ, 2013, Águas de Lindoia. Anais da 36a. Reunião Anual da Sociedade Brasileira
de Química, 2013.
FRANK, A. C.; LEIVA, E. P. M.; SUMODJO, P. T. A. A Monte Carlo model for the
simulation of the electrodeposition of CoNi alloys onto glassy carbon. In: 216th The
Electrochemical Society Meeting, 2009, Viena, Áustria. Book of Abstracts of the 216th
The Electrochemical Society Meeting, 2009.
172
FRANK, A. C.; SUMODJO, P. T. A. Estudo cinético da eletrodeposição de ligas CoNi
a partir de banhos de cloreto contendo glicina. In: 30ª Reunião Anual da SBQ, 2007,
Águas de Lindóia. Livro de Resumos da Sociedade Brasileira de Química (2007).
173
Organização de eventos, congressos, exposições e feiras
Informações adicionais
+650 horas de aulas particulares (avulsas e no Curso Pontual, Al. Jaú, 498, Jardins, São
Paulo) (2013-2016).
174
- QFL2427 – Físico-Química XVIII, sob a supervisão das Profª. Drª. Denise Freitas
Siqueira Petri e Profª. Drª. Susana Inés Córdoba de Torresi (2009-2010).
175
Química Eletroanalítica - Fundamentos e Aplicações
QFL5713-8/1 6 A
Ambientais e Clínicas
176