Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Centro Universitário
Bacharelado em Educação Física
A SOCIOLOGIA DO CORPO
Paripiranga
2018
1.0 - REFERÊNCIA:
LE BRETON, David. A Sociologia do corpo. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2007.
3.1 – INTRODUÇÃO
Moldado pelo contexto social e cultural em que o ator se insere, o corpo é o vetor
semântico pelo qual a evidência da relação com o mundo é construída: atividades
perceptivas, mas também expressão dos sentimentos, cerimoniais dos ritos de
interação, conjunto de gestos e mímicas, produção da aparência, jogos sutis da
sedução, técnicas do corpo, exercícios físicos, relação com a dor, com o sofrimento,
etc. (p.7).
“Torná-lo não um lugar de exclusão, mas da inclusão, que não seja mais o que interrompe,
distinguindo o indivíduo e separando-o dos outros, mas o conector que o une aos outros. Pelo
menos este é um dos imaginários sociais mais férteis da modernidade” (p.11).
A corporeidade não é objeto de estudo à parte, ela é subsumida nos indicadores ligados
aos problemas de saúde pública ou de relações específicas ao trabalho. A relação física
do operário com o mundo que o cerca, sua aparência, saúde, alimentação, moradia,
sexualidade, sua procura pelo álcool, a educação das crianças, são alternadamente
consideradas para fazer um levantamento sem compaixão das condições de existência
das camadas trabalhadoras. (p.16).
“As qualidades são deduzidas da feição do rosto ou das formas do corpo. Ele é percebido como
a descrição da pessoa, testemunha de defesa usual daquele que encarna. O homem não tem
poder de ação contra essa ‘natureza’ [...]” (p.17).
“Freud revela a maleabilidade do corpo, o jogo sutil do inconsciente na pele do homem; faz do
corpo uma linguagem na qual, de modo secreto, são expressas as relações individuais e sociais,
os protestos e os desejos” (p.18)
3.3 – SOBRE ALGUMAS AMBIGÜIDADES
A visão moderna do corpo nas sociedades ocidentais, que de alguma forma oficial é
representada pelo conhecimento biomédico, pela anatomofisiologia, repousa sobre
uma concepção particular de pessoa. Foi necessário o desmantelamento dos valores
medievais, as primeiras dissecações anatômicas distinguindo o homem do corpo,
sendo ele próprio objeto de investigação que revela a carne na indiferença do homem
cujo semblante, no entanto, ela molda. (p.63-64).
O corpo não existe em estado natural, sempre está compreendido na trama social de
sentidos, mesmo em suas manifestações aparentes de insurreição, quando
provisoriamente uma ruptura se instala na transparência da relação física com o
mundo do ator (dor, doença, comportamento não habitual, etc). (p.32).
“O ‘corpo’ é uma linha de pesquisa e não uma realidade em si, É preciso então marcar o
distanciamento da sociologia de Durkheim, segundo a qual o corpo é estritamente redutível ao
biológico” (p.33).
“A sociologia do corpo pode esclarecer assim, sob outro ângulo, alguns modos de enfocar os
diferentes objetos, da mesma forma que outras abordagens podem também se enriquecer com
suas pesquisas” (p.37).
A tarefa consiste em esclarecer as zonas escuras, sem ilusão nem ideia fantasiosa de
supremacia, no entanto, com aquele fervor que deve conduzir qualquer pesquisa, sem
esquecer da humanidade e da prudência, nem deixar de lado a imaginação que deve
presidir o exercício da reflexão. (p.93).
4.0 - DISSERTAÇÃO: