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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUÍZ(A) DE DIREITO DO °

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DO FORUM DA REGIONAL DA LEOPOLDINA -


COMARCA DA CAPITAL – RIO DE JANEIRO/RJ

JULIANA MARTINS DA SILVEIRA, brasileira, solteira,


Tec. De infraestrutura senior, portadora do RG nº 21.711.111-1, inscrita no
CPF sob o nº 144.394.537-40, residente na Rua Santarém, n° 58 – Brás de
pina, CEP: 21011-550, vem à presença de Vossa Excelência, em causa
própria, propor a presente:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS

Em face de ISACELL ACESSÓRIOS E MANUTENÇÃO DE SMARTPHONES,


pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº
17.005.674/0001-81 com endereço na Av. das Américas, 6700, Bloco 01,
stand 142 – Barra da Tijuca - RJ, pelos motivos de fato e de direito a seguir
expostos:

I – DOS FATOS

No dia 21 de Fevereiro de 2017 a demandante


adquiriu com a loja ré, em sua unidade da Avenida Dom Helder Camara,
5027, stand 57 – Cachambi – RJ, uma tela frontal do seu smartphone
modelo Moto X play, pois a tela do aparelho apresentava-se trincada, e a
consequente instalação da tela adquirida no aparelho serviço este no
valor total de R$310,00 (trezentos e dez reais) conforme cópia da nota
fiscal anexa.
Passados 2 meses da aquisição da tela, a mesma
passou a apresentar defeitos, a tela ficava em sua totalidade da cor cinza,
as vezes vermelha, e seu teclado não funcionava (conforme fotos de prints
da tela em anexo).
No intuito de solucionar o problema do aparelho,
no dia 20/05/2017, ou seja, um dia antes de completar 90 dias, a
demandantes compareceu a loja ré e informou o vício do aparelho, que
prontamente foi negado pela funcionária de nome Camilla, que alegava,
que a garantia seria de apenas 30 dias e que de qualquer forma nada
poderia fazer, já que a dona da loja de nome Carla não se encontrava na
loja aos sábados.
Na tentativa de solucionar o conflito de forma
amigável, a demandante informou que CDC lhe dava um prazo
decadencial de 90 dias para troca do produto defeituoso, o que
prontamente foi negado, alegando desconhecer tal regramento e que
deveria entrar em contato com a dona da loja Carla na segunda feira (dia
22/05/2017) para uma tentativa de conciliação.
A demandante então, solicitou a funcionária
Camilla, que lhe fizesse uma declaração de próprio punho (cópia anexa),
informando que compareceu a loja no dia 20/05/2017, e que não poderia
solucionar naquele momento, já que os 90 dias se completavam no dia
seguinte.
Conforme orientada, a demandante entrou em
contato no dia 22/05/2017 e realizou contato telefônico com a dona da
loja ré Carla, já que trabalha e não poderia comparecer em dias úteis ao
local, a mesma de forma bem hostil, alegou que a loja só oferece 30 dias
para troca da tela frontal adquirida, já que este é o prazo que o
fornecedor lhes oferece, que então nada poderia fazer.
É flagrante o desrespeito ao consumidor em
virtude de tal conduta da loja ré, expondo a autora a uma situação
desagradável e vexatória, frente ao abuso da loja, bem como do prejuízo
que lhe causou, uma vez que foi extremamente penalizada por adquirir um
produto de baixa qualidade que funcionou por menos de 2 meses.
Por todo o exposto, a indenização que se busca
com o ajuizamento da presente ação é o meio adequado para minimizar
os danos sofridos pela autora e desestimular a acionada a tomar condutas
desse tipo que ferem o âmago do consumidor e lhe expõe a
constrangimentos e vexame.

II – DO DIREITO

Todos os fatos acima narrados comprovam, de


forma inequívoca, os danos morais causados a autora.
O CDC é claro quanto ao prazo decadencial de
90 dias para produtos duráveis. É o que diz o art. 26, inciso II, in verbis: “O
direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca
em: inciso II – 90 (noventa) dias, tratando-se de fornecimentode serviço e
de produto duráveis”.
Restando claro que no caso supracitado, a tela
de um celular é um bem durável, sendo este produto abarcado pelo prazo
de 90 dias estipulado pelo CDC, sendo totalmente infundada a afirmação
do fornecedor de que a garantia seria de apenas 30 dias.
Já o artigo 186 do Código Civil Brasileiro preceitua
in verbis: “Aquele que, pôr ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito”.
O dano moral no dizer de Minozzi “não é o
dinheiro nem a coisa comercialmente reduzida a dinheiro, mas a dor, o
espanto, a emoção, a vergonha, a injúria física ou moral, em geral uma
dolorosa sensação experimentada pela pessoa, atribuída à palavra dor o
mais largo significado”.
Que houve lesão não há dúvida, pois, a autora
de diversas formas tentou solucionar o conflito, sendo tratada de forma
hostil pela dona da loja, e ficando impossibilitada de utilizar seu aparelho
celular, o que lhe causou sérios prejuízos morais e materiais.
Encontra-se a demandante em uma situação
vexatória e constrangedora em razão do descaso e desrespeito da
Requerida.
A indenização, como uma obrigação para
reparar danos causados a terceiros deverá ter como motivo principal um
ato ou omissão pelo qual se configure o propósito, a imprudência ou
negligência do seu autor.
A Constituição Federal Pátria, no art. 5º, inciso V e
X, prevê a inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da
imagem, assegurando resposta proporcional ao agravo e indenização por
dano moral e patrimonial.
A jurisprudência comentando o dano moral: “O
dano simplesmente moral, sem repercussão, não há como ser provado. Ele
existe somente pela ofensa e dele é presumido, sendo o bastante para
justificar a indenização”. (cf. RT 681-163)
Dá análise do caso concreto, é extremamente
injusto que a Acionada, cometa iniquidade desta natureza com a
Requerente, expondo-a ao ridículo, fazendo experimentar a vergonha e a
humilhação.
Portanto, baseada na Teoria do Desestímulo, há
de fixar uma indenização capaz de fazer lembrar, e toda vez que
lembrada for, desestimule a Empresa Acionada a agir com má fé e
descaso para com os seus prestadores.
A doutrina nos ensina que é passível de
indenização quando o ato for investido de culpa e que cause prejuízos
morais.
Portanto, fica claro que a pretensão da
requerente em receber a quantia de R$4.000,00 (quatro mil reais), é
moderada e deve ser a Demandada condenada no máximo pretendido,
em virtude de todos os fatos acima apresentados.
IV – DOS PEDIDOS

1 – A citação da ré, na pessoa de seu representante legal, para


comparecer à seção de Conciliação/Instrução e Julgamento a ser
designada por esse MM. Juízo, de acordo com os Arts. 18 e 19 da Lei nº
9.099/95, nela oferecendo, se quiser, Contestação, sob pena de Revelia e
Confissão;
2 – Pelas razões expostas, requer a V. Exa., se digne a ACOLHER
TOTALMENTE OS PEDIDOS VERTIDOS NA EXORDIAL, condenando a ré a
indenizar os Requerentes em danos morais no patamar não inferior à
R$4.000,00 (quatro mil reais) e em danos materiais do valor que pagou a
empresa ré, qual seja, R$310,00 (trezentos e dez reais).
3 – Protesta pela produção de todos os meios de prova em direito
admitidos, mormente a juntada de outros documentos, oitiva de
testemunhas e do preposto da requerente e outros que se fizerem
necessários.

Por ser o pedido passível de arbitramento por


Vossa Excelência, em conformidade com a jurisprudência predominante,
dá-se valor à causa de R$4.310,00 (quatro mil, trezentos e dez reais).
Por fim, requer sejam os pedidos formulados
julgados PROCEDENTES, como medida de direito e de justiça.

Termos em que,
Pede e espera Deferimento.

Rio de Janeiro, 31 de Maio de 2017.

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JULIANA MARTINS DA SILVEIRA

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