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DILEMAS DA MODERNIDADE
Terminalidade da vida, reprodução humana, novas relações
de família, responsabilidade médica e saúde suplementar
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA
MEDICINA E DIREITO
DILEMAS DA MODERNIDADE
Reflexões e conferências do
VIII Congresso Brasileiro de Direito Médico
Brasília (DF), 30 e 31 de agosto de 2018
CFM
Brasília, 2019
Copyright © 2019 – Conselho Federal de Medicina
Medicina e direito: dilemas da modernidade. Terminalidade da vida, reprodução humana, novas
relações de família, responsabilidade médica e saúde suplementar.
ISBN 978-85-87077-70-7
CDD 614.19
DIRETORIA DO CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA*
Sidnei Ferreira
2º secretário
Para acessar a lista completa de conselheiros federais de medicina (efetivos e suplentes), visite o Portal
*
Médico em portal.cfm.org.br.
SUMÁRIO
Apresentação.......................................................................................................7
Reprodução assistida......................................................................................111
Cláudia Navarro Carvalho Duarte Lemos
ANEXO
1. O acórdão
3. Os juízes
4. Os recursos
5. O paciente
7. O processo
8. A sentença
1
A expressão culpable homicide, no sistema do common law, é polissêmica. Pode significar tanto homicídio
intencional menos grave (homicídio simples) do que o assassinato (homicídio qualificado) quanto o
homicídio não intencional (culposo), também classificado como involuntary manslaughter em alguns países. Na
África do Sul, a expressão significa the unlawful negligent killing of a human being, ou seja, homicídio culposo.
2
No original: “Accordingly, on 30 April 2015, I made the following order: […] 1.1. The Applicant is a mentally
competent adult; 1.2 The Applicant has freely and voluntarily, and without undue influence requested the
Court to authorize that he be assisted in an act of suicide; 1.3 The Applicant is terminally ill and suffering
intractably and has a severely curtailed life expectancy of some weeks only; 1.4 The Applicant is entitled
to be assisted by a qualified medical doctor, who is willing to do so, to end his life, either by administration
of a lethal agent or by providing the Applicant with the necessary lethal agent to administer himself; 1.5
No medical doctor is obliged to accede to the request of the Applicant; 1.6 The medical doctor who
accedes to the request of the Applicant shall not be acting unlawfully, and hence, shall not be subject to
prosecution by the Fourth Respondent or subject to disciplinary proceedings by the Third Respondent for
assisting the Applicant. 2. This order shall not be read as endorsing the proposals of the draft Bill on End
of Life as contained in the Law Commission Report of November 1998 (Project 86) as laying down the
necessary or only conditions for the entitlement to the assistance of a qualified medical doctor to commit
suicide. 3. The common law crimes of murder or culpable homicide in the context of assisted suicide by
medical practitioners, insofar as they provide for an absolute prohibition, unjustifiably limit the Applicant’s
constitutional rights to human dignity, (S. 10) and freedom to bodily and psychological integrity (S. 12
(2) (b), read with S. 1 and 7), and to that extent are declared to be overbroad and in conflict with the said
provisions of the Bill of Rights. 4. Except as stipulated above, the common law crimes of murder and
culpable homicide in the context of assisted suicide by medical practitioners are not affected”.
ESCLARECIMENTO
3
No original: “This is an urgent application which in my view requires an immediate decision, and accordingly
in the limited time available to me, I have done everything I could to enable me to make an order and give
written reasons shortly thereafter. Having regard to the topic it will be preferable and, no doubt this will
occur in due course, that the Constitutional Court pronounce on the relevant principles. At least eight Judges
will have sufficient time to consider all relevant aspects and they are also assisted by qualified law clerks who
will do all the necessary research. A single Judge in the Urgent Court is therefore somewhat at a disadvantage
in this context. Nevertheless one must proceed with courage and fortitude no matter what the topic at hand
is. The ideal of course would have been that legislature consider the whole topic and then produce a Bill
which could be subject to the scrutiny of the Courts”.
4
“Re Conroy 486 A.2d 1209 (N.J.S.C. 1985) at 1224. The distinction is possibly a fine one, but it is hard to see
why the refusal of continued treatment is distinguishable from the refusal of treatment in the first place. It
is a different matter whether the disconnection of the ventilator is a cause of death. From the perspective
of the criminal law it will be so, but the question then will be whether it was unlawful. Auckland Area Health
Board v Attorney-General [1993] 1 NZLR 235 (HC) (Auckland Area Health Board) at 248 line 23 – 249 line 38.
This court in S v Williams supra fn 4 held that the act of switching off a ventilator did not interrupt the chain
of causation between the criminal act of shooting the deceased and her death.”
5
Distrito Federal, Lei nº 2.804, de 25/10/2001; Estado de Pernambuco, Lei nº 12.770, de 08/03/2005;
Estado de Roraima, Lei nº 687, de 17/10/2008; Estado do Mato Grosso, Lei Complementar nº 283, de
09/10/2007; Estado do Rio de Janeiro, Lei nº 3.613, de 25/10/2001; Município de Belo Horizonte, Lei nº
8.926, de 02/08/2004; Município de Marília, Lei nº 5.280, de 13/09/2002; Município de São Paulo, Lei nº
14.413, de 31/05/2007.
6
O Canadá passou a permitir, em 17 de junho de 2016, com alterações no Código Penal, tanto o suicídio
quanto a eutanásia medicamente assistidos.
7
A lei do estado do Colorado, que trata das opções para o fim da vida com dignidade, entrou em vigência
em 16 de dezembro de 2016, após a decisão da SCA. Mas os debates, inclusive com referendo popular,
iniciaram-se em 2015.
8
No original: “Except as stipulated above, the common law crimes of murder and culpable homicide in the
context of assisted suicide by medical practitioners are not affected”.
9
No original: “So there is neither a patient nor a doctor before the court seeking relief. Indeed precisely who
19. Conclusão
is before the court at this stage is something of a mystery. The estate has no legal interest in the matter and as
the affidavits in all the motions to secure access to evidence and to be admitted as amici were deposed to by
Ms Buitendag, the attorney who has been handling the matter at all times, we cannot penetrate behind the
ostensible litigant to identify the real party pursuing the case” (destaque da transcrição).
Referências
1. Introdução
1
Este texto foi originalmente apresentado no VIII Congresso Brasileiro de Direito Médico, realizado em
Brasília (DF) no dia 30 de agosto de 2018.
3
Caso em que seria previsível o alargamento dos pressupostos do direito de exigir de terceiro que lhe cause
a morte, por exemplo, por a pessoa simplesmente estar farta de viver. É a problemática da denominada
“ladeira sucessiva”, ou “passos sucessivos”, em que progressivamente se vão alargando as permissões de
causar o evento.
3. Os antecedentes
6
Carta da Ordem dos Médicos ao Presidente da República: “A maior parte das pessoas não estão informadas,
ainda não se sabe distinguir eutanásia de distanásia. É necessária mais informação, mais debate, melhor
esclarecimento, para que as pessoas formem uma opinião e a transmitam aos partidos políticos”.
Devo avançar que não é líquido – muito longe disso – que estas
questões possam ser respondidas a partir do artigo 24 da Constituição
da República Portuguesa,7 em particular, e da Constituição, em geral,
sem reconhecer ao legislador democraticamente legitimado uma
margem de intervenção mediadora entre as posições extremas que
neste domínio se digladiam (MEDEIROS; SILVA, 2010, p. 499 ss.).
7
CRP, art. 24: “1. A vida humana é inviolável. 2. Em caso algum haverá pena de morte”.
Utopia?
Agradecimentos
Referências
Introdução
consagrado no sistema constitucional colombiano. É uma ação judicial que pode ser exercida por qualquer
cidadão com o fim de impugnar perante a Corte Constitucional uma norma de hierarquia inferior. Por
sua vez, as decisões – sentenças – que a Corte emite como resultado da análise de constitucionalidade são
denominadas exequíveis, quando a norma impugnada é considerada constitucional, ou inexequíveis, quando a
norma é considerada inconstitucional.
• incapacidade intelectual;
1
N. T.: A Procuraduría General de la Nación não equivale à Procuradoria-Geral da República nem ao
Ministério Público do Brasil. A função de persecução penal do Ministério Público brasileiro está a cargo,
na Colômbia, da Fiscalía General de la Nación. No original: “La Fiscalía General de la Nación hace parte de la
Rama Judicial. Su función constitucional es la de investigar y acusar a los presuntos infractores de la ley penal
ante juzgados y tribunales competentes y velar por la protección de la víctimas y testigos intervinientes en
los procesos judiciales (Artículo 250 de la Constitución Política).”
2
N. T.: A Procuraduría General de la Nación, cúpula do Ministério Público colombiano, não tem um órgão
homólogo no Brasil, apesar dos nomes muito próximos à nossa nomenclatura. A Procuraduría General
de la Nación reúne funções que, no âmbito federal, estão atribuídas à Procuradoria-Geral da República, à
Advocacia-Geral da União, à Controladoria-Geral da União, entre outros órgãos brasileiros. No original: “El
Procurador General de la Nación es el supremo director del Ministerio Público (Artículo 275 de la Constitución
Política). Entre otras funciones le corresponde: Proteger los derechos humanos, vigilar el cumplimiento
de la Constitución, las leyes y las decisiones judiciales, además de ejercer el poder disciplinario contra los
funcionarios estatales.”
3
N. T.: A propósito da confusio linguarum no uso desses nomes institucionais, confira-se: RIBEIRO, Diaulas
Costa. Ministério Público: dimensão constitucional e repercussão no processo penal. São Paulo: Saraiva, 2003.
p. 19-33.
Conforme pesquisa realizada pela cadeia de rádio RCN. Disponível em: https://bit.ly/2ZmmUpn. Acesso
4
N. T.: Marcel Lefebvre, controverso arcebispo francês (1905-1991), líder de movimentos ultraconservadores
5
católicos.
Referências
Obras consultadas
4. A equipe médica
7. Aspectos finais
Referências
1. Introdução
2. Novas famílias
Até que ponto podemos limitar a idade dos pais? Qual é o direito
de autonomia reprodutiva num contexto de riscos médicos, tanto para
os pais como para os filhos? Como mitigar consequências psicológicas,
como o choque de gerações que envolve essas decisões? Em casos
como os de mães que deram à luz depois dos 70 anos – e, no Brasil,
após os 60 –, considerando a vida média de nossa população é provável
que a criança gerada perca os pais ainda muito jovem, em um momento
em que a orientação e a proteção deles ainda são fundamentais. Claro
está que os detentores dessas decisões devem agir com consciência.
Então, qual é o impacto que estamos gerando para a sociedade e as
futuras gerações? Estaríamos tolhendo o relacionamento e convívio
desses rebentos com seus avós e privando-os das ricas experiências
vividas por crianças nascidas numa fase reprodutiva ideal?
8. Considerações finais
1. Introdução
O presente artigo contém o texto integral referente à apresentação durante o VIII Congresso Brasileiro de
1
Direito Médico, promovido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em 31 de agosto de 2018, do estudo
feito pela autora em conjunto com a professora doutora Marilena Cordeiro Dias Villela Corrêa e com o
professor doutor Vitor de Azevedo Almeida Júnior, que se encontra publicado sob o título “Morte digna na
Inglaterra: análise do caso Charles Gard” (BARBOZA; CORRÊA; ALMEIDA JÚNIOR, 2018).
2
Denominação atribuída internacionalmente à Convenção para a Proteção dos Direitos do Homem e das
Liberdades Fundamentais, firmada em Roma, em 4 de novembro de 1950 (CONSELHO DA EUROPA,
2001).
3
Em que pese à expressa menção ao termo “paternidade responsável” no artigo 226, § 7º, da CR de 1988,
deve-se conjugar este dispositivo com o artigo 229, o qual atribui aos pais o dever de assistir, criar e educar
os filhos menores, razão pela qual se prefere denominar de princípio da parentalidade responsável. A
responsabilidade no cuidado e criação dos filhos cabe a ambos os genitores, cujo objetivo é promover o
sadio e livre desenvolvimento dos infantes.
4
Leciona Guilherme Calmon Nogueira da Gama (2004, p. 21-24) que “[…] a consciência a respeito da
paternidade e maternidade abrange não apenas o aspecto voluntário da decisão – de procriar –, mas
especialmente os efeitos posteriores ao nascimento do filho, para o fim de gerar a permanência da
responsabilidade parental principalmente nas fases mais importantes de formação e desenvolvimento da
personalidade da pessoa humana: a infância e a adolescência, sem prejuízo logicamente das consequências
posteriores relativamente aos filhos na fase adulta”. Em outras palavras, deve-se desvincular da ideia do
direito ao estado de filiação para entender que “[…] a parentalidade responsável representa a assunção
de deveres parentais em decorrência dos resultados do exercício dos direitos reprodutivos – mediante
conjunção carnal, ou com recurso a alguma técnica reprodutiva”.
5
A doutrina contemporânea, a nosso ver, de forma correta, tem adotado o termo “autoridade parental”
em detrimento do “poder familiar”, embora a legislação nacional ainda utilize esta expressão em já feliz
substituição ao antigo “pátrio poder”. Gustavo Tepedino (2006) observa que a “utilização dogmática de uma
estrutura caracterizada pelo binômio do direito-dever, típica de situações patrimoniais, apresenta-se como
incompatível com a função promocional do poder conferido aos pais. […] Daqui resulta a crítica justamente
oposta por parte da doutrina mais atenta à utilização da expressão poder inserida na dicção do Código Civil
de 2002, tanto na noção de pátrio poder como na de poder familiar, adotando-se, ao revés a perspectiva da
autoridade parental como ‘múnus, significado que transcende o interesse pessoal’, numa visão dinâmica e
dialética de seu exercício, de modo que ‘filhos não são (nem poderiam ser) objeto da autoridade parental’,
alvitrando-se ao contrário ‘uma dupla realização de interesses do filho e dos pais’” (TEPEDINO, 2006, p.
182-183, grifos no original). Cf. Teixeira (2009).
6
José Carlos Moreira Alves (2012, p. 621) ensina: “A patria potestas (pátrio poder) é o conjunto de poderes que
o pater familias tem sobre seus filii familias. Segundo Gaio – e isso é exato, pois, nos tempos históricos, não se
encontra em nenhum outro povo instituto jurídico com características semelhantes –, a patria potestas é uma
instituição exclusiva do direito romano. A princípio, os poderes do pater familias enfeixados na patria potestas
são absolutos: o pater familias pode ser comparado a um déspota. A pouco e pouco, porém – e essa tendência
se avoluma decididamente a partir do início do período pós-clássico –, os poderes constitutivos da patria
potestas se vão abrandando […]”.
7
Para um profundo estudo a respeito dessas transformações, ver Silva (2002, passim).
8
Código Civil (Lei nº 10.406/2002): “Art. 1.634. Compete aos pais, quanto à pessoa dos filhos menores: I –
dirigir-lhes a criação e educação; II – tê-los em sua companhia e guarda; III – conceder-lhes ou negar-lhes
consentimento para casarem; IV – nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro
dos pais não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar; V – representá-los, até aos
dezesseis anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-
lhes o consentimento; VI – reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; VII – exigir que lhes prestem
obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição”.
9
Com clareza, expõe Gustavo Tepedino (2009, p. 211-212) que: “À luz dos princípios constitucionais […], há
de se encontrar o equilíbrio entre o exercício dos direitos fundamentais dos filhos e a autoridade parental dos
pais, de modo a concretizar a liberdade da criança e dos adolescentes no processo educacional que atenda
às exigências constitucionais de igualdade e solidariedade. Do ponto de vista da capacidade para o exercício
de direitos, mais intensa será a atuação dos pais quanto maior a falta de discernimento. Na medida em que,
gradualmente, no curso do processo educacional, os filhos adquirem aptidão para valorar e tomar decisões,
a ingerência dos pais deve diminuir, de modo a incentivar o exercício autônomo de escolhas existenciais”.
Nesse sentido, acertadamente também leciona Ana Carolina Brochado Teixeira (2009, p. 218): “As relações
parentais giram em torno dos filhos, orientando-os para uma formação com autonomia, não obstante
a imposição de limites. Diante disso, a verdadeira finalidade do instituto é a promoção do autogoverno
progressivo dos filhos, proporcionalmente à possibilidade deles assumirem responsabilidades na condução
da própria vida, de acordo com seu discernimento”.
10
“Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do
bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente
como pessoas em desenvolvimento.”
11
“Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas
em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na
Constituição e nas leis.”
12
A locução foi consagrada na Declaração Universal dos Direitos da Criança de 1959. Ver sobre o assunto
Pereira (2000, p. 4).
1
Segundo Ana Carolina Brochado Teixeira (2009, p. 206), “a criança e adolescente não são apenas titulares do
direito fundamental à liberdade do artigo 5º da Constituição de 1988, que atinge a toda e qualquer pessoa,
mas também, das disposições especiais dirigidas diretamente a eles, tanto da própria Constituição quanto do
ECA, exatamente em função da sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento”.
2
“Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança
e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e
crenças, dos espaços e objetos pessoais”.
A melhor doutrina tem construído o conteúdo normativo da autoridade parental à luz do princípio do
3
melhor interesse: “A família democrática impõe uma relação coordenada entre pais e filhos, a assimetria
existente entre ambos os polos seja mediada pelo perfil funcional que tem o poder familiar de promoção da
pessoa do vulnerável. Cabe à autoridade parental acompanhar o menor no paulatino processo de construção
da personalidade, reconhecendo-lhes as possibilidades de protagonizar sua própria história. Como
indivíduos em formação, sua personalidade ainda está em desenvolvimento e seu direito geral de liberdade
não é pleno. Gozam de uma liberdade assistida, eventualmente vigiada, que vai se expandindo na proporção
do seu amadurecimento. A permissão exagerada, embora seja apreciada pela população infanto-juvenil, não
representará, frequentemente, a solução mais adequada. Por vezes, é a limitação saudável e motivada que
promoverá o melhor interesse do adolescente ou da criança” (MENEZES; BODIN DE MORAES, 2015,
p. 527-528).
Teixeira (2009, p. 218) entende que: “As relações parentais giram em torno dos filhos, orientando-os para
4
uma relação para uma formação com autonomia, não obstante a imposição de limites. Diante disso, a
verdadeira finalidade do instituto é a promoção do autogoverno progressivo dos filhos, proporcionalmente
à possibilidade deles assumirem responsabilidades na condução da própria vida, de acordo com seu
discernimento”.
5. Considerações finais
6. Considerações finais
Referências
BUZZONETTI, R. O poder da fraqueza de João Paulo II. São Paulo: Paulus, 2006.
TEEL, K. The Physician’s dilema: a doctor’s view: what the law should be.
Baylor Law Review, Waco, v. 27, n. 1, p. 6-9, 1975.
1. Considerações iniciais
1
A filha que havia retirado o tubo de alimentação foi absolvida.
2
“Artigo 2º (Liberdades pessoais): (1) Toda pessoa tem o direito de livre desenvolvimento de sua personalidade
desde que não viole os direitos de outros ou viole a ordem constitucional ou a lei moral. (2) Toda pessoa
tem o direito à vida e à integridade física. A liberdade da pessoa é inviolável. Estes direitos podem sofrer
interferência apenas nos termos da lei” (tradução nossa).
37b, 132d SGB v). Os requisitos destes serviços e os conteúdos são especificados em uma diretriz do G-BA
(§ 37b parágrafo 3 SGB v). Este direito se aplica também a instalações de enfermagem estacionárias/a
instalações de cuidados (§ 37b parágrafo 2 SGB V), que também podem ser parceiros contratuais dos
seguros de saúde de acordo com o § 132d SGB V” (IGL; WELTI, 2007, p. 302-303, tradução nossa).
3. Considerações finais
Referências
MURRAY, S. et al. Palliative care from diagnosis to death. BMJ, v. 356, n. 878,
2017.
THE ECONOMIST. The 2015 Quality of Death Index: ranking palliative care
across the world. London: The Economist, 2015.
Níveo Steffen
Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Preceptor do Serviço de Cirurgia Plástica da Santa Casa
de Porto Alegre e da Universidade Federal de Ciências
da Saúde de Porto Alegre.
(V.G.)
É o relatório.
Não merece reproche a decisão vergastada.
Em suas razões de agravo, reitera o Conselho
de Odontologia que a Resolução nº 176/2016
não extrapolou a área de atuação do cirurgião-
dentista, porque, no sentir do agravante, o citado
ato normativo estaria em consonância com a
Lei Federal nº 4.324/64 e com a Lei Federal
nº 5.081/66.
Esse, entretanto, não é o entendimento que
deve prevalecer.
A Lei nº 4.324/64, em seu art. 2º, estabelece
apenas que “o Conselho Federal e os Conselhos de
odontologia ora instituídos constituem em seu conjunto
uma autarquia, sendo cada um deles dotado de
personalidade jurídica de direito público, com autonomia
administrativa e financeira e têm por finalidade a
supervisão da ética profissional em toda a República,
cabendo-lhes zelar e trabalhar pelo prestígio e bom
conceito da profissão e dos que a exercem legalmente”.
Por sua vez, a Lei Complementar nº 5.081/66
estabelece os limites da odontologia, delimitando
no art. 6º as atribuições do cirurgião-dentista,
conforme se observa a seguir:
“Art. 6º. Compete ao cirurgião-dentista:
I – praticar todos os atos pertinentes a Odontologia,
decorrentes de conhecimentos adquiridos em curso regular
ou em cursos de pós-graduação;
II – prescrever ou aplicar especialidades farmacêuticas de
uso interno e externo, indicadas em Odontologia;
Referência
Paulo Montenegro
Médico e advogado. Diretor administrativo da OAB,
Seção Distrito Federal. Consultor independente em
gestão de saúde e direito médico.
-3,80
Fonte: Folha de S. Paulo (com base em dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar e Federação
Nacional de Saúde Suplementar).
2. O hospital
3. O médico
8. A judicialização da saúde
9. O futuro
Mas uma palestra como esta pede também uma visão de futuro.
E eu vejo que o futuro é investir em ações de educação do usuário e
no serviço de saúde, pois acima da saúde está a educação, e essa é a
salvação. Exemplos já existem, como o da Associação Europeia para a
Literacia e Promoção da Saúde.
DIA 30/08/2018
9h Abertura
Carlos Vital Tavares Corrêa Lima – Presidente do CFM
Mauro Luiz de Britto Ribeiro – Coordenador da Comissão de Direito
Médico
9h15 CONFERÊNCIA: A rejeição dos quatro projetos que legalizavam
a eutanásia em Portugal: o debate terminou ou apenas começou?
Presidente: Carlos Vital Tavares Corrêa Lima – Presidente do CFM
Moderadora: Sandra Krieger Gonçalves – advogada, conselheira federal
da OAB e membro da Comissão de Direito Médico do CFM
Conferencista: Germano Marques da Silva – catedrático da Universidade
Católica Portuguesa (Lisboa) e advogado
10h00 Debates
10h40 PAINEL: A morte encefálica e o transplante de órgãos após o
Decreto nº 9.175/2018 e a Resolução CFM nº 2.173/2017.
Moderador: Armando Otávio Vilar de Araújo – membro da Comissão de
Direito Médico e professor da Universidade Potiguar
Expositores:
Hideraldo Luis Souza Cabeça – conselheiro federal e coordenador da
Câmara Técnica de Morte Encefálica do CFM
Rosana Reis Nothen – ex-coordenadora-geral do Sistema Nacional de
Transplantes do Ministério da Saúde
11h20 Debates
14h00 CONFERÊNCIA: A responsabilidade civil do médico: novos
desafios.
Presidente: Antônio Carlos Roselli – advogado e membro da Comissão
de Direito Médico
Moderador: João Costa Neto – advogado e professor da Universidade de
Brasília (UnB)
Conferencista: Nelson Nery Júnior – advogado e professor da PUC-SP
14h40 Debates
DIA 31/08/2018
9 788587 077707