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10 DESENHO TÉCNICO
O desenho pode ser entendido como uma das primeiras formas de comunicação e
de expressão do homem. Já na pré-história registros eram feitos usando-se as rochas para
representações gráficas. Em diferentes épocas os recursos utilizados têm sido os mais
variados. Na Mesopotâmia, por exemplo, os desenhos de mapas e plantas das cidades eram
traçados em placas de argila. Cem anos antes de Cristo traçava-se em pergaminhos com
auxílio de bastões de chumbo. Por volta do século XVI, após a utilização do chumbo junto ao
estanho e à prata, chegou-se a grafite. O mesmo, à época, era envolvido por porta-mina
artisticamente trabalhado. No século XVII, na Alemanha, foi desenvolvida a ideia de colar
tiras de grafite em madeira, proporcionando maior firmeza para o traçado e fazendo surgir
então o lápis.
Em 1795, o mecânico francês Nicolas Jacques Conté (Sées, 1755- Paris, 1805), foi
um dos fundadores do Conservatório de Artes e Ofícios. Fundou uma fábrica de lápis após
descobrir o grafite artificial. Aperfeiçoou o seu uso por meio de uma mistura de grafite
moído com cerâmica desenlameada e posteriormente submetida a um processo de
estiramento por pressão. Dependendo da proporção de grafite e cerâmica, eram obtidos os
diferentes graus de dureza que conhecemos hoje tanto pelos números nos lápis (1, 2, 3),
como pelas letras (H, B, F).
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Geometria Descritiva com o objetivo de tirar a nação francesa da dependência até então da
indústria estrangeira por Gaspard Monge (Blaune, 1746- Paris, 1818), matemático francês,
foi um dos fundadores da Escola Politécnica de Paris. A Exposição Universal de Desenho,
1828 na França e a Exposição Industrial de Londres em 1851 colaboraram para que o
desenho fosse aceito como um potencial instrumento de autonomia e de desenvolvimento
tecnológico.
Todos os nossos cinco sentidos favorecem a aprendizagem, pois e por meio deles
que se percebe o mundo. “Quanto maior o número de sentidos que empregamos na
investigação da natureza ou das qualidades de um objeto, tanto mais exato é o
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Figura 4 - Croquis
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O engenheiro projetista deve ser capaz de criar os croqui dentro da ideia concebida
e supervisionar a preparação dos desenhos e especificações, que irão controlar os
numerosos detalhes de produção e manutenção do produto. Para executar ou supervisionar
a execução de desenhos, é necessário um treinamento intenso nas técnicas de desenho com
instrumentos e um grande conhecimento da linguagem gráfica.
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nente
Para o traçado de linhas horizontais são utilizados dois instrumentos: a régua T (em
desuso) e a régua paralela, conforme ilustra a Figura 7.
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Para o traçado à tinta, utilizam-se penas cilíndricas, como ilustra a Figura 15 abaixo.
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Desenho com grafite: para se obter uma boa qualidade num desenho com grafite
deve-se, antes de qualquer coisa, utilizar a dureza apropriada. Além disso, convém
preparar a ponta do grafite em cone ou espátula (lápis) segundo a preferência do
desenhista. A ponta do compasso deve ficar chanfrada pelo lado externo à haste
do compasso.
Desenho com régua: o traçado de linhas deve ter um sentido cômodo para o
desenhista. O traço das horizontais convém que seja da esquerda para a direita, e
as verticais de baixo para cima, deixando o grafite apoiado no esquadro ou na
régua formando ângulo de 60° com a folha de desenho. A régua T ou régua
paralela, quando for utilizada deve ser manejada pela mão esquerda, o corpo deve
ficar paralelo à direção dos traços.
Desenho com esquadros: os esquadros podem se combinar entre si, formando
diversos ângulos. Convém sempre verificar o par e a exatidão dos esquadros ao
comprá-los ou ao usar com outro acidentalmente.
Desenho com curva francesa: os ramos traçados devem continuar tangentes (sem
ponto de interseção) entre si, escolhendo os trechos mais convenientes e
observando a simetria.
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Desenho com compasso: observar as formas adequadas de uso dos diversos tipos
de compassos:
a) escolar simples;
b) compasso de ponta seca (em desuso);
c) compasso bailarino (em desuso);
d) adaptador para uso da caneta para tinta nanquim, acoplada ao compasso.
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Quando necessário, podem ser utilizados outros tipos de linhas. Deve-se recorrer à
representação de arestas e contornos invisíveis (tracejado) apenas nos casos de maior
clareza do desenho.
A1
A0
A3
A2
A4 A4
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Margem
Formato Dimensões (mm)
Esquerda Direita
A0 841 x 1189 10
A1 594 x 841 10
A2 420 x 594 25 10
A3 297 x 420 7
A4 210 x 297 7
4- podem ser usados formatos compostos obtidos pela conjugação de formatos iguais
ou consecutivos. Por exemplo, 4 A4 (840 x 297), como ilustra a Figura 20 a seguir;
A4 A4 A4 A4
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Legenda Legenda
10.7 Projeções
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existe entre as figuras a serem desenhadas e o plano sobre o qual serão representadas; já o
segundo, o desenho projetivo, está sujeito a um conjunto de regras e de convenções que
promovem, como num “passe de mágica” a redução dimensional do objeto, de tal forma
que se garanta a reversibilidade do sistema, isto é, do espaço para o plano e vice versa. Para
que se possa fazer esta “mágica”, a geometria projetiva fundamenta-se na teoria das
projeções.
Para que se possa definir um sistema projetivo, não necessários de três entes: o
objeto a ser projetado, o centro da projeção e do plano que acolherá a projeção, a imagem
do objeto. Todos esses elementos são indispensáveis. O Desenho Técnico de um objeto é
expresso por meio de vistas ortográficas e perspectivas. Ambas as formas de representação
gráfica são aplicações do estudo de projeções.
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A perspectiva cônica de uma fuga: o sólido é colocado de tal forma que uma face
fique paralela ou contido no plano de projeção. Utiliza-se inicialmente projeção
ortogonal, seguindo-se de uma projeção cônica. Observa-se na Figura 25 que as
arestas perpendiculares ao plano de projeção, convergem para o único ponto de
fuga.
A perspectiva cavaleira: o sólido é colocado de tal forma que uma face fique
paralela ou contida no plano de projeção. Utiliza-se inicialmente a projeção
ortogonal, seguindo-se de uma projeção oblíqua. Observa-se que as arestas
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A perspectiva cônica de duas fugas: o sólido é colocado de tal forma que suas
arestas laterais ficam paralelas ao plano de projeção, podendo uma delas estar ou
não contida no plano. Utiliza-se inicialmente uma projeção ortogonal, seguindo-se
de uma projeção cônica. Observa-se que as arestas não paralelas ao plano
convergem para a direita ou para a esquerda, com encontro nos pontos de fuga. A
perspectiva cônica de uma ou de duas fugas aproxima-se do que ocorre com a
visão conforme Figura 27 abaixo.
Nota: o prisma ao ser construído com o auxílio da régua paralela deve utilizar
ângulos de 30°.
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Figura 29 - Projeção ortogonal de um ou mais pontos num plano por meio de vistas
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e) além das três vistas essenciais, outras poderão ser usadas. Quando isso for
necessário, estas vistas deverão ser denominadas e assinaladas por letras e
flechas.
Uma vista exterior mostra a peça como ela aparece aos olhos do observador.
Detalhes internos dessa peça aparecem no desenho por meio de linhas indicando contornos
invisíveis. Quando os detalhes no interior de uma peça se tornam complexos, mais e mais
linhas invisíveis são necessárias para mostrar com precisão, e tais detalhes e o desenho se
tornam difíceis de interpretar. Uma técnica que se utiliza nos desenhos em tais casos é
cortar uma parte da peça e expor as partes internas. Em tais seccionamentos, todas as
partes que estavam invisíveis tornam-se representadas por contornos visíveis. Os cortes das
peças são destacados por meio de hachura que varia de acordo com os diversos materiais:
a) as hachuras são habitualmente a 45° com o eixo da peça e devem ser feitas com
linhas finas e paralelas;
b) nas áreas hachuradas não se deve representar arestas invisíveis, excetuando-se
os casos que requeiram maior clareza;
c) o corte registra tanto a interseção do plano secante com a peça, como a
projeção da parte desta peça situada além desse plano secante. Note-se que o
corte é indicado em uma vista e representado em outra.
d) a posição do plano secante e o sentido da visada são indicados por linhas de
traço e ponto, flechas e letras.
Corte total: quando o plano secante atinge toda a extensão da peça. O corte total
pode ser dado nos dois sentidos: longitudinal quando é indicado no sentido
horizontal; e transversal quando é indicado no sentido vertical.
Corte com desvio: a direção do corte normalmente passa pelo eixo principal da
peça, mas pode também, quando isso se fizer necessário, mudar a direção para
passar por detalhes fora do eixo principal da peça.
Meio corte: é o corte que se emprega, às vezes, no desenho de peças simétricas,
onde somente meia vista aparece em corte.
Corte parcial: é o corte aplicado em trecho delimitado por ruptura para exibir
detalhes internos do trecho seccionado.
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As normas que trata das terminologias foram canceladas e ainda não têm
substitutas. No entanto, os termos mais empegados (e suas definições) em desenho técnicos
são:
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Altura – é universalmente designada pela letra h, por ser esta letra com que a
palavra citada se inicia em alguns idiomas> em inglês, heihgt; em francês, hauter;
e em alemão höhe.
Boleado – que não possui canto vivo ou aresta viva.
Chanfro – corte oblíquo efetuado no extremo de uma peça.
Esboço – fase inicial de um desenho ou projeto. O mesmo que croquis.
Escareado – configuração existente em algumas peças.
Furo cego – furo que não vaza a peça, isto é, não é passante.
Hachurar – representar hachuras (do francês hachure).
Longitudinal – diz respeito ao comprimento.
Nervura – reforço de uma peça, com função de oferecer maior resistência à parte
dela.
Ortogonal – que forma ângulo reto (do grego orthos = reto e gonia = ângulo).
Passante – diz-se do furo que vaza a peça.
Rebaixo – configuração de um furo com dimensão maior em certa profundidade.
Ressalto – parte mais elevada existente em algumas peças. Pode ser chamado de
espiga.
Simétrico – que possui ambas as partes iguais.
Transversal – que diz respeito à largura em desenho técnico, na aplicação de um
corte.
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O indivíduo não deve, numa fase inicial de treinamento, desenhar uma linha que
seja maior do que seu traço. O seu traço tem o comprimento correspondente a um único
impulso dado à mão, numa única direção. Obtém-se o seu traço horizontal, apoiando-se a
mão sobre o papel, deslocando-se o antebraço num único impulso da esquerda para a
direita. Imprime-se ao lápis uma velocidade e pressão constante e moderada, do início ao
fim. Para o seu traço vertical, a mão, que está apoiada sobre o papel, permanece fixa. O
impulso é obtido pela contração dos dedos de cima para baixo. O lápis nunca deve ser
empurrado. Para o seu traço oblíquo, procede-se como no caso anterior, deixando imóvel o
antebraço. O impulso obtido pela contração dos dedos deve ser dado de cima para baixo, da
direita para a esquerda ou da esquerda para a direita.
Na prática do desenho à mão livre, a folha de papel deve permanecer fixa. Discretos
movimentos na postura permitem encontrar posições confortáveis e elegantes. Observação:
“a beleza do desenho à mão livre reside na simples constatação de que fora realizado à mão
livre”.
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10- O desenho mostra um hexaedro dividido em quatro regiões, por dois planos
perpendiculares entre si. O primeiro é horizontal e o segundo vertical. A interseção define a
reta comum aos dois planos. Reproduzir na coluna da esquerda as peças da coluna da
direita. Fazer a mão Livre.
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11- O desenho a seguir mostra um hexaedro dividido em oito regiões, por três planos
perpendiculares entre si. A interseção define o ponto comum aos três planos. Reproduzir na
coluna da direita as peças da coluna da esquerda. Fazer a mão Livre para desenvolver a
percepção visual.
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14- O desenho mostra um hexaedro dividido em oito regiões, por três planos
perpendiculares entre si. A interseção define o ponto comum aos três planos. Reproduzir na
coluna da direita as peças da coluna da esquerda. Fazer a mão Livre para desenvolver a
percepção visual.
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REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 8402: Execução de caráter para escrita
em desenho técnico – procedimento. Rio de Janeiro, 1994.
________. NBR 8403: Tipos de linhas - larguras das linhas - procedimento. Rio de Janeiro, 1984.
________. NBR 10068: Folha de desenho - leiaute e dimensões - padronização. Rio de Janeiro, 1987.
________. NBR 13142: Desenho técnico - dobramento de cópia. Rio de Janeiro, 1999.
________. NBR 10582: Apresentação da folha para desenho técnico - procedimento. Rio de Janeiro,
1988.
________. NBR 8196: Desenho técnico - emprego de escalas. Rio de Janeiro, 1999.
________. NBR 10067: Princípios gerais de representação em desenho técnico - procedimento. Rio
de Janeiro, 1995.
OBERG, L. Desenho arquitetônico. 22ª Edição. Ao Livro Técnico: Rio de Janeiro, 1979.
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