Mt 19,3ss: No princípio não era assim – referência ao segundo relato da criação em Gênesis. Princípio de distinção e de união – realidade pervertida pelo pecado. Fariseus: Moisés permitiu o divórcio – Jesus: foi por causa da dureza do vosso coração, mas no princípio não era assim. Não estamos como deveríamos de ser. Qual era o plano original de Deus? Dois relatos da criação – mensagem espiritual Sem a verdade espiritual a verdade científica fica incompleta No primeiro capítulo do Gênesis é apresentado a criação em sete dias de um modo teológico profundo, no segundo capítulo a apresentação é feita de modo existencial. Em Gn 2 o homem não foi criado por último, diversamente de Gn 1. Gn 1,27: Deus cria o homem e mulher à Sua imagem e semelhança. (Homem e Mulher) – a diversidade, a relação entre ambos é imagem de Deus. Homem e mulher foram criados de modo harmônico, e Deus viu que era muito bom – há uma bondade enraizada no ser do ser humano. Fomos criados de um jeito, mas estamos de outro. Os conflitos não são da natureza do ser do homem e da mulher, mas do pecado. A ruptura com Deus gera uma ruptura entre homem e mulher – Qual a consequência disto? Relações deformadas por acusações recíprocas (Gn 3,12-13) (CIC 1607) Homem e mulher foram criados em igualdade. Serão uma só carne (Gn 2,23) – a mulher não foi tirada da cabeça, nem do pé, mas foi tirada do lado, para mostrar a igualdade de dignidade. A relação sexual, quando em sintonia com o princípio, é uma relação de iguais, não de dominação. CT 2.5: ens et bonum convertuntur. A verdade está no ser das coisas e não em uma convenção. O relacionamento doentio que presenciamos hoje não o era no princípio, se as coisas mudaram foi por causa da dureza dos corações. Experiências originais do ser humano (Gn 2,18-24) “No princípio não era assim” (Mt 19, 3 e Mc 10,2) – referência ao plano original Solidão originária o O homem é sozinho – “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2,18) o Solidão: Trampolim para comunhão e amor o Nomeação dos animais e permanência do sentimento de solidão – o homem não encontra uma auxiliar correspondente (Gn 2,20) – há um abismo entre o homem e os demais seres, estes são incapazes de amar. o Os animais são escravos de seus instintos. o Sono: da solidão o homem sai de si para... o A pessoa é chamada a sair de si na direção do outro – pessoa é relacionalidade, somos chamados para comunhão. o A solidão não é uma carência, mas é uma marca no ser – essa solidão aponta para Deus (criaste-nos para vós e o nosso coração está inquieto enquanto não repousa em vós) o A solidão não será preenchida aqui na Terra, o casamento só terá sentido se for usado para a comunhão no Céu. Comunhão originária o “Osso dos meus ossos e carne da minha carne” (Gn 2,23) – são da mesma natureza, portanto destinados à comunhão. o A comunhão se dá entre duas solidões que se encontram quando nenhum dos envolvidos tem a intenção de saciar a solidão do outro e nem absorver o outro. o As relações hoje se dão entre um sujeito e um objeto (o outro não é visto como sujeito) o Comunhão e solidão se completam. o Uma só carne não quer dizer que um dos dois desaparece. o O corpo do homem e da mulher tomado separadamente é incompleto (o corpo tomado individualmente é chamado à comunhão – o sexo nos fala de Deus) Nudez originária o Gn 3,10: percepção da própria nudez como algo negativo, isto equivale a dizer que originariamente a nudez não era algo negativo. o A nudez original era inocente, naquela realidade a mulher não sentia necessidade de esconder o próprio corpo. o Hoje há o olhar cobiçoso de um para o outro. o Corpo: ícone (janela que abre para Deus – Eva abria o coração de Adão para Deus) ou ídolo (imagem que toma o lugar de Deus – realidade que nos prende à criatura – o homem passou a olhar para a mulher e se esqueceu de Deus) o O corpo tem significado esponsal, denota união, figura a união da humanidade com Deus no Fim dos Tempos. (A Bíblia é feita entre dois casamentos) Celibato: somos para o outro – tem algo, por natureza, de místico (dom, livre, união espiritual) – nunca foi compreendido por quem não tem fé. – vocação divina para o celibato. A vocação ao celibato precede ao sacerdócio. Ninguém tem direito de ser ordenado padre. O celibato tem algo de sobrenatural, o que é dificilmente compreendido pelo homem moderno, inclusive os clérigos. Celibato é um carisma, um dom do Espírito Santo, sem isso não há celibato. Padre: homem de penitência e oração (período de purificação – fase purgativa) – fase iluminativa (há tranquilidade na sexualidade) – fase unitiva. Casamento: somos para Deus – vocação divina ao casamento.