Três anos após o golpe de 1964, foi criado o MOBRAL (Movimento Brasileiro de
Alfabetização) com o objetivo de alfabetizar os sujeitos enquanto condicionaram
para manutenção do status. Mobral teve seu fim no ano de 1985, devido ao seu
baixo rendimento.
Em seu art. 206, dita alguns princípios base para a educação, entre eles a igualdade
Já em seu art. 214 que diz respeito ao plano nacional de educação em seus
diversos níveis orienta a ações que conduzam à
I - erradicação do analfabetismo; II - universalização do atendimento
escolar; III - melhoria da qualidade do ensino; IV - formação para o trabalho;
V - promoção humanística, científica e tecnológica do País. BRASIL, 1988,
p.114
Em seu artigo quarto, que versa sobre os deveres do Estado com relação à
garantia da educação pública, oferta “educação escolar regular para jovens e
adultos, com características e modalidades adequadas às necessidades e
disponibilidades” (BRASIL, 1996, p. 2), com condições de acesso e permanência.
Para garantir a obrigatoriedade do ensino, tal lei em seu art. Quinto §5º
responsabiliza o Poder Público a criar “formas alternativas de acesso aos diferentes
níveis de ensino, independentemente da escolarização anterior” (BRASIL, 1996, p.
3).
A seção cinco desta lei consagra a educação de jovens e adultos destinada
§1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que
não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais
apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses,
condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. BR
A educação básica tornou-se essencial para atender diversos grupos sociais, como
os afrodescendentes, os povos marginalizados, portadores de necessidades
especiais, e com isso esses sujeitos se tornam parte de uma desconstrução de
padrões, preconceitos e discriminações.
Para entender melhor este assunto, Maeyer (2006, p.45, apud Ireland, 2011, p. 28)
explica que: “O preso terá que desaprender tudo que seria necessário adquirir para,
ao sair da prisão, ser alguém dinâmico, organizado, estruturado, capaz de adminis-
trar as relações humanas, sociais e afetivas”. Sobrevivência na instituição peniten-
ciária exige obediência e capacidade de “enquadrar-se” e de adaptar-se às regras.
No médio prazo, a pessoa reclusa adota atitudes que lhe permitem deixar o presídio
o mais rapidamente possível – mas não são aprendizagens que o preparam para
retornar à sociedade’’.
[...] uma pessoa com autoestima abalada pode se convencer de que não
merece uma educação de bom nível, trabalhos decentes, moradias idem,
além de um perverso e difuso sentimento de inferioridade, que se
acompanhado por sentimentos de culpa, pode levá-la a uma situação de
desamparo e sofrimento. (RODRIGUES, 1999, p. 157).
Pontua-se que a lei Federal n°12.433, do dia 30 de junho de 2011, diz que a cada 12
horas de estudo obtêm-se a remissão de um dia de pena, o que atrai o detento a
considerar a educação.
A EJA no âmbito educacional não abrange grande parte de sua população prisional,
pois não há vagas suficientes, há um déficit de profissionais capacitados para
exercer essa função, dificultando o uso de metodologias pedagógicas, além da
limitação de recursos tecnológicos.