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EE0141 – ENERGIA RENOVÁVEL

1. SISTEMA FOTOVOLTAICO AUTÔNOMO

2. ACUMULADOR

2.1. Definições básicas

 Capacidade Nominal, CB: é a máxima carga elétrica que se pode extrair da bateria. Depende da
temperatura, da corrente de descarga e da tensão final. Se mede em (Ah).
 Estado de Carga, SOC: é a relação entre a carga armazenada em uma bateria e sua capacidade
nominal. 0 < SOC < 1.
 Profundidade de descarga, PD: é a relação entre a carga extraída de uma bateria e sua capacidade
nominal.
 Regime de carga (ou descarga): é a relação entre a capacidade nominal e o valor da corrente durante
um processo de carga ou descarga.
 Rendimento faradico: é a relação entre a quantidade de corrente (Ah) extraída durante um processo de
descarga e a quantidade de corrente (Ah) necessária para retornar ao estado de carga inicial.

2.2. Constituição da bateria

Difusão do eletrólito

 Reação em superfície
 Difusão difícil
 Concentração não uniforme

Variações do volume

 A matéria ativa muda de tamanho durante a carga e


descarga
 Tendência de desprendimento de matéria
 Obstrução dos poros

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2,2
2,0 Ni-Zn
1,8
Ag-Zn
1,6
1,4
Ag-Cd

Tensão (V)
1,2
1,0
Ni-Cd
0,8
Pb-Ácido
0,6
0,4 Ni-Fe
0,2

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Descarga (h)

Características de descarga típicas

2.3. Bateria de chumbo ácido

As células mais comuns que podem ser recarregadas são as de chumbo-ácido. É uma associação (daí o nome
bateria) de células ligadas em série. Cada célula dá aproximadamente 2,1 V, consequentemente, uma bateria de
6 células fornecerá aproximadamente 12,6 V

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Assim, a célula chumbo-ácido é formada basicamente por um eletrodo positivo de dióxido de chumbo (PbO 2 ) e
um eletrodo negativo de chumbo poroso puro (Pb) imersos num eletrólito composto de ácido sulfúrico (H 2 SO4 )
dissolvido em água a 37%, o que equivale aproximadamente a 3 partes de H2 SO 4 para 8 partes de H2 O. As
reações químicas que ocorrem nos eletrodos podem ser resumidas conforme as equações abaixo:

No anodo (eletrodo positivo)

PbO2 + SO42- + 4H+ + 2e-  PbSO4 + 2H2O

No catodo (eletrodo negativo)

Pb + SO42-  PbSO4 + 2e-

Resultando como reação global a equação

Pb + PbO 2 + 2H2SO4  2PbSO4 + 2H2O

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2.4. Processo de descarga

DESCARGA: transformação do PbO 2 e Pb das


placas, em PbS04 , com absorção de ácido do
eletrólito.

VB = VBI - IDESCARGARBI

LIMITE DE DESCARGA: para evitar danos na


bateria, se limita a tensão final a
VB = VBF = 1,85 V/elemento

Modelo C10 C20 C100

DF1000 56Ah 60Ah 70Ah


DF1500 80Ah 86Ah 90Ah
DF2000 95Ah 100Ah 115Ah
DF3000 160Ah 170Ah 185Ah

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SULFATAÇÃO: descargas muito profundas produzem cristais de sulfato de chumbo nas placas, não
reversíveis.

2.5. Processo de carga

CARGA: Transformação do PbSO 4 das placas em PbO 2 e Pb com liberação de ácido ao eletrólito.

VB = VBI + ICARGARBI

 FASE I: a tensão aumenta lentamente, de forma quase linear com o tempo.


 FASE II: a matéria ativa escasseia. Decomposição de água. Sobrecarga e gaseificação.

SOBRECARGA
 Perda de eletrólito 2,35 < VBMAX < 2,45
 Oxidação da grade positiva
 Perda de matéria ativa
GASEIFICAÇÃO
 Homogeneização do eletrólito
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2.6. Profundidade de descarga e número de ciclos

Realizado um determinado número de


ciclos, a capacidade da bateria diminui,
de forma a inviabilizar o seu uso.
Costuma-se assumir como limite de
utilização da bateria quando sua
capacidade após os ciclos diminui para
80% da capacidade nominal. O número
de ciclos depende do regime de carga

Quanto maior a profundidade de


descarga a que as baterias são
submetidas, menor será o número de
ciclos que estas suportarão, o que no
caso de sistemas fotovoltaicos
autônomos, traduz-se numa diminuição
da sua vida útil.

2.7. Bateria para sistemas autônomos


CICLADO DIÁRIO
 Consumo noturno
 PDd = Ln /CB

CICLADO ESTACIONAL
 Períodos de baixa geração
 PDe < PDMax

3Ln < CB < 8Ln


0,5 < PDmax < 0,75
0,05 < PDd < 0,30

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2.8. Características da bateria para sistemas autônomos


 Resistência ao ciclado
 Baixa manutenção
 Reserva de eletrólito
 Depósito de material desprendido
 Vasos transparentes
 Baterias tubulares

2.9. Classificação das baterias


Quanto à aplicação:
 Automotivas: Projetadas para descargas rápidas com elevadas taxas de corrente e reduzidas
profundidades de descarga, da ordem de 30% (partida).
 Tração: Projetadas para operar em regime de ciclos profundos com taxa de descarga moderada.
 Estacionárias: Projetadas para permanecer em flutuação e ser solicitadas ocasionalmente (backup).
 Fotovoltaicas: Projetadas para ciclos diários rasos com taxas de descarga reduzidas (descargas
profundas esporádicas, da ordem de até 80%).

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