Você está na página 1de 6

Pilates e Treinamento Funcional

Quem gosta de atividade física com certeza já ouviu falar sobre duas modalidades
que estão "em alta" recentemente: o PILATES e o TREINAMENTO FUNCIONAL.
Como escolher a melhor modalidade para seus objetivos? E o que elas tem em
comum? É possível realizar as duas, com objetivos complementares?
Para entender melhor, vamos comparar a ação de cada uma delas nas diferentes
habilidades corporais:

• Qual é melhor para ganhar força muscular?

- Tanto o Pilates como o Treinamento Funcional trabalham a força muscular por


meio do peso corporal e acessórios, resultando no aumento de força sem
hipertrofia - ideal para quem quer definição de braços, pernas e abdômen, sem
ficar "bombado". Outro fator comum das duas modalidades é que ambas realizam
movimentos globais, nos quais é necessário ativar diversos grupos musculares ao
mesmo tempo.

• Qual é melhor para o alongamento?


- Pilates. Apesar de ser uma habilidade trabalhada em ambos os treinos, o Pilates
utiliza alongamentos mais intensos, com grandes amplitudes de movimento, que
são requeridas durante toda a prática. O Treinamento Funcional, por sua vez,
utiliza o alongamento dinâmico durante o treino, principalmente no treino
regenerativo; porém na maioria dos exercícios utilizam-se amplitudes de
movimento menores que as do Pilates.

• Qual deles trabalha mais o equilíbrio?


- Ambos trabalham o equilíbrio, já que esta capacidade é exigida em todas as
posturas e movimentos realizados durante as aulas. Além disso, também são
treinadas habilidades fundamentais para o equilíbrio, como tempo de reação
muscular e ajustes em relação aos desequilíbrios antecipatórios e compensatórios
a um movimento.

• Qual irá melhorar meu condicionamento cardiovascular?


- O Treinamento Funcional é a atividade ideal para melhorar o condicionamento
cardiovascular, pois exige movimentos ritmados e em forma de circuito, não
deixando que o aluno "fique parado" durante a prática. Desse jeito, ocorre a
elevação da frequência cardíaca (FC), necessária ao treino de condicionamento.
Já o Pilates não é considerado um exercício aeróbico, pois não costuma ter a
intensidade necessária para o aumento da FC; principalmente no Pilates com
aparelhos (Pilates Studio), onde há necessidade de paradas para trocas de
aparelhos.

• Com qual deles vou emagrecer?


- Os exercícios que resultam na maior perda de peso são os aeróbicos, como é o
caso do Treinamento Funcional, onde muitas calorias são "queimadas". Já o
Pilates não está nesta categoria. É claro que no Pilates também temos certo gasto
calórico (qualquer atividade física gasta calorias), mas só haverá emagrecimento
se o gasto for menor que o consumo.

• E qual devo fazer para melhorar minha respiração?


-A respiração é um dos princípios mais importantes tanto no Treinamento
Funcional como no Pilates; e todos os exercícios são coordenados com a
respiração. No Pilates, ela é sempre realizada de forma lenta, trabalhando no
máximo das capacidades inspiratórias e expiratórias, além de facilitar a contração
do abdômen. No Treinamento Funcional, apesar dos exercícios serem mais
rápidos, é exigido um padrão semelhante da respiração.
• Qual deles é bom para treinar a coordenação motora?
- A coordenação envolve a capacidade de fazer movimentos diferentes e
concomitantes, com diferentes segmentos do corpo. Tanto o Pilates como o
Treinamento Funcional são exercícios globais, em que todo o corpo trabalha ao
mesmo tempo, sendo ótimos para a coordenação.
• Com qual trabalha-se a agilidade?

- Treinamento Funcional. O ¨Treinamento Funcional é ótimo para esta habilidade,


já que trabalha movimentos rápidos e tempo de reação aos estímulos. Como o
Pilates trabalha movimentos mais fluidos, não é o ideal para esta capacidade.

• Qual é melhor para a postura?

- Pilates. Um dos princípios do Pilates é o alinhamento postural, ou seja, todos os


exercícios devem ser feitos na postura "ideal". Dessa forma, qualquer
desalinhamento de um segmento corporal será constantemente corrigido pelo
instrutor. Além disso, o Pilates trabalha muito a estabilidade, por meio dos
músculos profundos, posturais. O Treinamento Funcional também trabalha muito
esses músculos, ajudando assim a postura; porém como os movimentos são mais
rápidos, os ajustes e correções posturais são menos precisos.
• Qual o melhor para o CORE?

- Hoje em dia fala-se muito no trabalho do CORE, principalmente no Treinamento


Funcional. O CORE é o conjunto de músculos do tronco (abdominais,
paravertebrais, diafragma e assoalho pélvico), que no Pilates é chamado de Power
House. O CORE / Power House, assim como a respiração, também é um dos
princípios fundamentais das duas técnicas, e é trabalhado em todos os exercícios.


Assim, vemos que o Pilates e o Treinamento Funcional tem muito em comum:
trabalho integrado de CORE / Power House e respiração; movimentos globais,
utilizando todos os segmentos corporais ao mesmo tempo (como acontece no
nosso dia-a-dia); trabalham a força muscular por meio do peso corporal, com o
foco na definição muscular; e exigem muito do equilíbrio.
Além disso, cada um tem suas especificidades, que apesar de trabalhadas mais
enfaticamente em uma técnica, estão também, em menor escala, presentes na
outra.
Portanto, concluímos que Pilates e Treinamento Funcional são técnicas
complementares, que se realizadas em conjunto e sintonia irão garantrir uma
evolução corporal completa.

Texto escrito com a colaboração de Karina Ueno, professora de educação física e instrutora de Treinamento
Funcional.

Você também pode gostar