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A evolução da ciência geográfica e o estudo da paisagem: subsídios ao


zoneamento socioambiental(1).
Maicol Rafael Bade(2)
(1)
Trabalho executado com recursos da CAPES.
(2)
Doutorando em Geografia e professor da rede estadual de educação; Universidade Estadual de Maringá; Quatro
Pontes, Paraná; maicolbade@yahoo.com.br.

RESUMO: O presente artigo busca, por meio de Silva (2010) enfatiza que os estudos de
uma análise integrada, o estudo da evolução do planejamento físico-territorial necessitam considerar
pensamento geográfico nos estudos da paisagem e, tanto os aspectos físicos, quanto os
a partir desta análise, propor subsídios para o socioeconômicos, pois estes são relevantes para o
zoneamento socioambiental. O uso e a ocupação levantamento de informações de uma determinada
das terras pela sociedade nem sempre ocorre de região geográfica, já que o homem possui um papel
forma adequada. As práticas e as técnicas adotadas importante na alteração das paisagens, sejam elas
para o uso do espaço urbano e agrícola, muitas em meios urbanos ou rurais.
vezes são impróprias, pois levam à ocupação e à A análise e interpretação das informações ao
expansão irregular para áreas protegidas, como as nível ambiental, social e econômico, tornam-se
reservas legais e as matas ciliares. Como fundamentais para a divisão do território em zonas
consequência ocorre a degradação ambiental e a homólogas na busca pelo correto desenvolvimento
diminuição da qualidade de vida da sociedade econômico e social. Esses estudos servem de base
inserida nesse ambiente. Para atingir os objetivos para o planejamento e ordenamento territorial dos
propostos, será necessária a análise da evolução do gestores públicos permitindo assim uma análise
pensamento geográfico, abordando seus principais múltipla e integradora do espaço geográfico.
autores, desde o nascimento da ciência geografia, Silva e Santos (2004, p. 227) definem como
sua evolução, e suas principais concepções nos “Zoneamento” “a identificação e a delimitação de
dias atuais. Esse estudo permitirá o unidades ambientais em um determinado espaço
reconhecimento das relações que se estabelecem, físico, segundo suas vocações e fragilidades,
influenciam e constroem os mais diversos conceitos acertos e conflitos, determinadas a partir dos
de paisagens por meio de um olhar histórico, elementos que compõem o meio planejado”. Para
fornecendo, através da proposta de zoneamento os autores a delimitação de zonas ambientais deve
socioambiental, subsídios mais adequados para o considerar o conceito de organização hierárquica
planejamento e ordenamento territorial dos espaços presentes na natureza e a inter-relação entre os
geográficos. As pesquisas através da delimitação fatores ambientais, representando ainda as
do território em zonas permitem a compreensão e interações entre os meios físico, biótico e
representação frente à integração dos diversos socioeconômico.
elementos na paisagem, servindo como Esses estudos além de possibilitarem a
instrumentos de análise e planejamento dos elaboração de diretrizes fundamentais ao
ambientes. desenvolvimento socioeconômico garantem a
qualidade ambiental e a melhoria das condições de
Palavras-chave: Pensamento Geográfico; vida da população com um desenvolvimento
Unidades de Paisagem; Planejamento ordenado e racional.
Socioambiental. Nesse contexto adota-se como conceito de
paisagem aquele proposto por Deffontaines (1973)
INTRODUÇÃO em que a “Paisagem é uma porção do espaço
perceptível ao observador onde se inscreve uma
Estudos e investigações voltados para a combinação de fatos visíveis e invisíveis e
avaliação do meio físico natural, quando interações das quais percebemos, num determinado
relacionados às intervenções antrópicas, tornam-se momento, apenas o resultado global”.
importantes para o planejamento e ordenamento do Diante do exposto, o presente artigo abordará a
território, pois contribuem para o desenvolvimento análise da evolução do pensamento geográfico,
socioeconômico e a conservação do meio ambiente destacando seus principais autores, desde o
(WIEGAND, 2009). nascimento da ciência geografia, sua evolução, e
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suas principais concepções nos dias atuais. Esse da disciplina como ciência (COSTA e ROCHA,
estudo permitirá o reconhecimento das relações que 2010). Um fato marcante entre as obras destes dois
se estabelecem, influenciam e constroem os mais importantes autores é o de associarem o homem a
diversos conceitos de paisagens por meio de um natureza em suas investigações, contribuindo para
olhar histórico, fornecendo, por meio da proposta de as primeiras ideias científicas na abordagem da
zoneamento socioambiental, subsídios adequados paisagem como conceito geográfico.
para o planejamento e o ordenamento territorial dos
espaços geográficos. A geografia clássica

A geografia pré-científica e os tratados O conceito de paisagem na geografia clássica


descritivos passa a ser amplamente discutido nas obras dos
alemães Alexander von Humboldt (Cosmos), Karl
Conforme exposto por Costa e Rocha (2010), o Ritter (A Geografia Comparada) e Friedrich Ratzel
período pré-científico na ciência geográfica se (Antropogeografia). Esses autores utilizam e
estendeu até o século XVIII, caracterizando-se difundem o termo Landschaft como conceito de
como um conhecimento desprovido de paisagem.
sistematização, como também, de organização No século XVIII, Alexander Von Humbold,
metodológica. O destaque para este período são as naturalista, teve uma importância fundamental para
pinturas rupestres em cavernas “[...] representando a ciência geográfica. Para a maioria dos
a organização espacial da sociedade, os estudos de historiadores da geografia, Humboldt é o primeiro a
astronomia, cartografia, correntes marinhas, estabelecer as novas regras do pensamento
organização social entre outros” (COSTA E geográfico moderno.
ROCHA, 2010, p. 26). Entre o final século XVIII e início do século XIX,
Civilizações da Mesopotâmia e Egito já Humboldt participou de diversas viagens ao redor
abarcavam o conhecimento e técnicas de medição do mundo. Essas viagens tiveram um importante
e vazão dos rios, conhecimentos esses muito papel na formulação de suas ideias e teorias. “Em
utilizados nas técnicas de irrigação para a prática suas viagens teve a preocupação em entender as
da agricultura. diferenças e similaridades entre as paisagens da
A partir do século V na Europa, o sistema de superfície terrestre, usando para isso o método
produção feudal, fortemente influenciado pela igreja comparativo” (COSTA e ROCHA, 2010, p. 29).
católica, marcou um período de estagnação e Humboldt obteve influência através da
retração do pensamento científico, sendo convergência de três correntes de pensamento, a
observado poucos avanços (COSTA e ROCHA, botânica e a geognosia (científicas) e o idealismo e
2010). Neste período, o conhecimento científico o romantismo alemão (de caráter filosófico e
ficava restrito aos mosteiros, altamente controlado literário) (CAPEL, 2007).
pela igreja. No processo de sistematização da geografia,
As grandes navegações portuguesas e “[...]Humboldt formulou o princípio da Causalidade,
espanholas marcam os séculos XV e XVI. Há um pelo qual deve-se estabelecer as causas de todo
grande avanço no desenvolvimento das técnicas fenômeno a ser estudado; dizer o porquê dos fatos”
cartográficas. “Até o século XVIII, se destacam os (KREUTZER, 2006, p. 31).
estudos sobre relatos de viagens, estudos dos Outro autor que teve grande importância para o
fenômenos naturais e a elaboração de mapas” nascimento da geografia como ciência foi Karl
(COSTA e ROCHA, 2010, p. 28). Ritter por meio de sua obra “A Geografia
Destacam-se também os trabalhos dos viajantes Comparada”. Para Ritter o princípio da geografia
e exploradores, denominados neste período de estaria na compreensão das relações dos
naturalistas. As viagens, de modo geral, são vistas fenômenos físicos e humanos. “Ritter buscava
pela história natural como uma das etapas entender as relações dos fenômenos e formas da
fundamentais na busca da transformação da natureza com o homem” (COSTA e ROCHA, 2010,
natureza em ciência (KURY, 2001). p. 30).
A organização e institucionalização da Geografia Ritter, formado em filosofia e história, deu uma
nasceu primeiramente na Alemanha sobre a importância muito grande para a história dos povos
influência do positivismo, sendo os estudos de de cada região que ele estudava, “[...] entendia o
Humboldt e Ritter fundamentais no estabelecimento espaço terrestre como o palco da história, e
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considerava que a maior harmonia entre o homem dessa obra: organismo, meio, ação humana e
e a natureza se produz nos momentos de maior gênero de vida. A Terra, a paisagem, a região,
desenvolvimento cultural” (CAPEL, 2007, p. 44). nações, etc., são concebidas como organismos. A
Nesse sentido procurava compreender a relação noção de organismo leva a considerar o ser como
que existia entre a geografia e a história. sua própria causa final, sua função de ser.
Para Ritter os elementos naturais influenciam O meio corresponde à função de forças de
tanto os povos como os indivíduos, porém com origens diversas que agem simultaneamente,
maior influência sobre os povos. Para ele todos os dando-lhe uma forma. O meio aparece como
povos estão submetidos e influenciados pelos totalidade, que é a reunião de diversos elementos
elementos e fatores naturais mesmo em lugares em conexão, e ao mesmo tempo causa e efeito uns
onde esses aparentam inexpressíveis (CAPEL, dos outros. Esse meio está sujeito a transformação
2007). Ritter utilizava-se deste contexto para humana, que tem papel central na organização do
justificar a superioridade dos povos europeus aos meio.
demais povos, considerando o formato dos
territórios como favoráveis ou não a evolução das A análise da paisagem no início do século xx
sociedades.
Com as contribuições de Ritter, a geografia O início do século XX ficou marcado por
torna-se uma ciência enciclopédica com o inúmeros pensadores neokantianos apoiados
conhecimento organizado pelas descrições e principalmente pela ideia de ciências nomotéticas e
análises de determinados países e regiões, idiográficas (SCHIER, 2003).
justificando assim sua obra “A Geografia Neste período destacam-se os trabalhos de
Comparada” (SCHIER, 2003). Hettner que como muitos geógrafos desta época
Já a geografia de Friederich Ratzel apresenta-se possuem seus trabalhos fortemente influenciados
como um importante instrumento de legitimação do pela geografia alemã “[...] e vêem na paisagem um
Estado alemão no processo de expansão de seus conjunto de fatores naturais e humanos, reunindo-
territórios. “A sociedade, para Ratzel, é um os num conceito regional, passando as delimitações
organismo que mantém relações com o solo para entre a geografia física e humana” (SCHIER, 2003,
garantir a sua posse, a sociedade cria o Estado e a p. 83).
perda de território seria a maior prova de Na época, os trabalhos de Hettner obtiveram
decadência de uma sociedade” (KREUTZER, 2006, pouca projeção. Foi somente através de Richard
p. 33). Hartshorne que se discutiu amplamente as
Para Ratzel o conceito de paisagem seria o propostas de Hettner que, “[...] esboçando o
resultado do distanciamento do espírito humano do domínio cultural dos EUA no ocidente, após a
seu meio natural. A paisagem para Ratzel não Primeira Guerra Mundial, fez severas críticas às
exercia influência direta sobre a cultura dos povos, discussões entre possibilismo e determinismo”
contrariando sua visão propagada como geo- (KREUTZER, 2006, p. 37).
determinista (SCHIER, 2003). Baseado no estudo da diferenciação de áreas,
Contemplando a geografia clássica, merece em que busca a integração entre os mais diversos
destaque ainda Paul Vidal de La Blache. fenômenos heterogêneos, Hartshorne foi
Contemporâneo de Ratzel e crítico a geografia considerado um dos grandes divulgadores do
determinista, compreende as relações mútuas entre método regional.
o homem e o ambiente físico em que não é Assim como Hettner, Hartshorne faz duras
possível estabelecer limites entre os fenômenos de críticas ao dualismo entre a geografia física e a
ordem natural e os fenômenos de ordem cultural, geografia humana. Para ele, essa divisão não surge
pois os mesmos se interpenetram (SCHIER, 2003). de uma necessidade interna da ciência geográfica,
La Blache deu importância para o estudo das mas sim, de uma abstração filosófica que procurou
relações homem/meio, designando igual acuidade separar o homem do meio (KREUTZER, 2006).
ao estudo dessas relações, “[...] não havendo um Nos anos vinte, na Alemanha, surge outra
domínio da natureza sobre o homem, nem deste discussão correspondente ao conceito de paisagem.
sobre a natureza, mas possibilidades de influências Apresentada por Ewald Banse e por Siegfried
recíprocas” (KREUTZER, 2006, p. 35). Passarge, esta nova discussão “[...] busca a “alma
Vidal descreveu realidades, criou categorias, da paisagem” e o seu caráter pessoal [...]”
noções gerais que constituem a base de seu (SCHIER, 2003, p. 83).
discurso teórico. São quatro as principais ideias
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Diante do exposto, pode-se afirmar que o A Teoria Sistêmica representou, também, uma
determinismo ambiental, o possibilismo e o método grande ruptura paradigmática, pois trouxe para as
regional configuram-se como os três mais ciências uma visão holística e interdisciplinar. Esta
importantes paradigmas da geografia tradicional. nova forma de compreender a natureza levou a
“Estes dominaram a produção geográfica e o uma leitura com ênfase nos aspectos conectivos do
debate durante o final do século XIX, até meados da conjunto, formando, assim, uma unidade.
década de 1950. Mesmo na atualidade, ainda
podemos observar vestígios das escolas A paisagem como subsídio ao zoneamento
tradicionais tanto no ensino como na pesquisa” socioambiental
(COSTA e ROCHA, 2010, p. 34).
Dessa maneira, com base na Teoria Sistêmica,
A Geografia pós II Guerra que procura analisar o espaço geográfico em sua
totalidade, abrangendo os aspectos naturais e
A partir da década de 1960 e sobre a influência humanos, compreende-se que o zoneamento
da Teoria Geral dos Sistemas, Viktor Sochava socioambiental se torna um instrumento
apresenta-se como um dos grandes expoentes e fundamental para a análise integrada da paisagem.
divulgadores desta teoria por meio do estudo do Para Sebusiani (2011), o pleno conhecimento
Geossistema. dos espaços de uma dada região torna-se um
A Teoria Geral dos Sistemas Dinâmicos buscava referencial indispensável para o manejo voltado
uma explicação dos fenômenos não somente no tanto para a exploração quanto para a conservação
estudo das partes e dos processos isoladamente, dos recursos naturais, e que determinam a
mas, também, nos processos e eventos resultantes qualidade de vida da comunidade.
da interação das partes, apontando para uma nova Conforme descrito na Constituição Federal
abordagem e leitura das paisagens (GUERRA; Brasileira de 1988, o artigo 225 define que: “Todos
MARÇAL, 2006). têm direito ao meio ambiente ecologicamente
Nas décadas de 1960 e 1970, diversos autores equilibrado, bem de uso comum do povo e
utilizaram a abordagem sistêmica, com destaque essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
para o geossistema, nos estudos geográficos: “[...] poder público e à coletividade o dever de defendê-
Neef (PASSOS, 1998, p. 67), Tricart (RIBEIRO, lo e preservá-lo para as presentes e futuras
1997), Chorley; Kennedy (GREGORY, 1992, p. gerações”.
224), Hartshorne, Snytko (SANT’ANNA NETO, O conhecimento do meio físico, aliado aos
1997, p. 159) dentre outros [...]” (VICENTE e estudos de cunho demográfico, econômico e social,
PEREZ FILHO, 2003, p. 336). Entretanto, foi o apresenta-se como importantes ferramentas aos
geógrafo francês Georges Bertrand (1971) quem, estudos socioambientais. Elas fornecem subsídios
utilizando a abordagem físico/territorial, simplificou para a gestão territorial e a elaboração do
e organizou as definições de unidades taxonômicas, Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE),
denominadas: zona, domínio, região natural, propondo, assim, zonas associadas não só a um
geossistema, geótopos e geofácies. modelo de uso, mas, também, à capacidade de
Na segunda metade da década de 1970, Tricart suporte do meio ambiente e à vulnerabilidade
(1976), com sua abordagem ecodinâmica, também ambiental.
contribuiu com as pesquisas de cunho sistêmico. O Os estudos de dados socioeconômicos são
autor propôs o estudo das paisagens em três meios importantes, pois permitem o conhecimento e a
morfodinâmicos: os denominados estáveis caracterização da sociedade, contribuindo para a
(pedogênese predomina sobre a morfogênese), realização do planejamento ambiental, econômico,
intergrades (equilíbrio entre pedogênese e social, cultural e político. Também com os censos
morfogênese) e os meios fortemente instáveis demográficos pode-se acompanhar a evolução da
(morfogênese predomina sobre a pedogênese). ocupação do território, e realizar o planejamento
Esses estudos poderiam ser aplicados a partir de para se garantir um mínimo de desenvolvimento
setores mapeáveis em que a estabilidade e econômico e social (CASAGRANDE, 2014).
instabilidade apresentar-se-iam como fruto da Conforme Cabral et al. (2011), a natureza
sensibilidade que o ambiente representa frente ao apresenta funcionalidade intrínseca entre suas
balanço pedogênese/morfogênese (TRICART, componentes físicas e bióticas. Este princípio da
1976).
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funcionalidade baseia-se no conceito de Unidade BERTRAND, Georges. Paisagem e geografia física


Ecodinâmica preconizada por Tricart (1977). global: esboço metodológico. Caderno de Ciências
Segundo Tricart (1976, p. 42), as pesquisas da Terra, n. 13, p. 1-27, 1971.
que abarcaram este ponto de vista dinâmico
mostraram-se “[...] indispensáveis para abordar COSTA, F. R. da; ROCHA, M. M. GEOGRAFIA:
eficazmente, de maneira interdisciplinar, os CONCEITOS E PARADIGMAS –
problemas de valorização e de ordenação, pois as APONTAMENTOS PRELIMINARES. Revista
intervenções humanas que eles implicam GEOMAE - departamento de Geografia, da
modificam necessariamente as dinâmicas naturais”. Faculdade Estadual de Ciências e Letras de
Esta nova abordagem representa o Campo Mourão, PR. V.1n2, p. 25 – 56, 2010.
entendimento de que as paisagens se encontram
em constante mudança. Conforme Tricart (1976, p. CABRAL, J. B. P., da ROCHA, I. R., MARTINS, A.
19): “A dinâmica de hoje gera em parte, o quadro P., da ASSUNÇÃO, H. F. e BECEGATO, V. A.
fisiográfico onde se exercerá a dinâmica de (2011): Mapeamento da fragilidade ambiental da
amanhã”. bacia hidrográfica do Rio Doce (GO), utilizando
O reconhecimento e a interpretação através da técnicas de geoprocessamento, GeoFocus
análise das diferentes unidades de paisagens, por (Artículos), nº 11, p. 51-69. ISSN: 1578-5157.
meio de um zoneamento socioambiental, são de
fundamental importância para a compreensão do CAPEL, H. Geografia, Ciência e Filosofia.
processo de organização espacial, em especial no Introdução ao pensamento geográfico. Volume I.
que se refere às alterações ocorridas no ambiente, Organizado por Jorge Guerra Villalobos. Maringá –
pois, com isso, pode-se ter um melhor PR: Massoni, 2007.
planejamento de uso e ocupação da área, com
consequentes readequações e monitoramentos que CASAGRANDE, A. E. Mobilidade Populacional na
permitam garantir o uso racional e sustentável Região Costa Oeste do Paraná: Do Campo Para a
desses recursos, tanto no presente, quanto para as Cidade. Universidade Estadual do Oeste do
gerações futuras. Paraná, Campus de Marechal Cândido Rondon-
PR, 2014. 222 p. (Dissertação de Mestrado).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA
Diante das diversas concepções abordadas DO BRASIL. Brasília, Senado Federal,
neste artigo, demonstra-se a evolução do Centro Gráfico, 1988, artigo 225.
pensamento geográfico, e a análise da relação
homem/natureza, evidenciando que o entendimento DEFFONTAINE, J.P. Analyse du paysage et etude
do conceito de paisagem depende das concepções régionale des systèmes de production agricole.
de cada período histórico, como também, de Economie Rurale n. 98, p. 3-13, 1973.
influências culturais de cada autor.
Frente a esses conceitos, conclui-se que os GUERRA, A. J. T.; MARCAL, M. dos S.
estudos de zoneamento socioambiental, constituem Geomorfologia Ambiental: conceitos temas e
uma importante ferramenta para a elaboração do aplicações. In: Geomorfologia Ambiental. Rio de
planejamento territorial ambiental, servindo como Janeiro: Bertrand Brasil, 2006, p. 17-91.
recurso e suporte aos gestores públicos e
indispensáveis para a sustentabilidade ambiental. KREUTZER, I. R. PAPEL DA GEOGRAFIA NA
As pesquisas através da delimitação do FORMAÇÃO DA CIDADANIA: a realidade da 6ª
território em zonas permitem a compreensão e série do Ensino Fundamental em Fraiburgo – SC.
representação frente à integração dos diversos Universidade do Oeste de Santa Catarina. Área de
elementos na paisagem, servindo como Ciências da Educação, 2006, 160p. (Dissertação de
instrumentos de análise e planejamento dos Mestrado).
ambientes.
KURY, L. ‘Viajantes-naturalistas no Brasil
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