Científica – EAIC
X Encontro de Pesquisa - EPUEPG
Resumo
Os estudos sobre o mapeamento do uso e ocupação dos solos, em especial
na escala da bacia hidrográfica, vem se tornando, nas últimas décadas,
cada vez mais frequentes e indispensáveis, principalmente quando a
pesquisa visa subsidiar estudos referentes à (re)adequação, tanto do uso
incorreto e desordenado do solo urbano quanto do uso agrícola. Diante
dessas afirmações, o presente estudo, tem por finalidade mapear e analisar
os diferentes tipos de uso e ocupação dos solos nas bacias hidrográficas
dos Córregos Guavirá e Matilde Cuê da cidade de Marechal Cândido
Rondon – PR, com o auxílio de fotografias aéreas e imagens de satélite.
Este estudo possibilitou compreender a atual configuração espacial das
terras, relacionando às potencialidades e fragilidades de cada ambiente ao
adequado planejamento de seu uso, tornando-se assim uma importante
ferramenta para a administração correta e ordenada de seus recursos
naturais como solo, água e a vegetação, garantindo sua utilização
sustentável.
Introdução
Estudos pautados na análise e mapeamento do uso e ocupação dos
solos, em meios urbanos e periurbanos, são documentos que ajudam no
diagnóstico e no prognóstico de possíveis problemas derivados da expansão
urbana desordenada, particularmente aqueles referentes à ocupação das
médias e baixas vertentes. Nesses setores, a retirada da vegetação nativa,
quase sempre seguida da degradação das matas ciliares, dos solos e das
águas constituem os principais problemas oriundos da expansão urbana.
Vale ressaltar que esses estudos, quando realizados com enfoque nas
bacias hidrográficas, permitem compreender, de maneira integrada, tanto as
Materiais e métodos
- Trabalho de campo: foram desenvolvidos caminhamentos em
campo, visando a identificação das condições antrópicas e naturais nas
bacias hidrográficas dos córregos Guavirá e Matilde Cuê.
- Mapeamento do uso do solo: foram utilizadas imagem de satélite
(Software Google Earth 2010) e imagens aéreas (ITC-PR, 1980), escala de
1:25.000, processadas pelo software Global Mapper 11.
Resultados e Discussão
Com base no mapeamento do uso do solo na bacia hidrográfica do
Córrego Guavirá (Figura 1), pode-se verificar que a área urbana consolidada
abrange 32% da bacia, enquanto que a área urbana em expansão ocupa
10% do perímetro. As áreas industriais constituem apenas 0,8%. As áreas
agrícolas apresentam-se com bastante expressividade (46%); as matas
ciliares 5%; as reservas legais com pouco mais de 2% e as áreas de
pastagem 4% da área da bacia.
Diante do exposto torna-se importante destacar as seguintes
ocorrências:
- Avanço urbano para as áreas de média e de baixa vertente situadas
ao leste da bacia do Córrego Guavirá;
- Uso irregular nas nascentes e cabeceiras de drenagem
ignorando-se, assim, as leis ambientais vigentes para esses locais;
Figura 1 - Mapa de uso do solo da bacia Figura 2 - Mapa de uso do solo da bacia
hidrográfica do Córrego Matilde Cuê.
Conclusões
A distribuição das classes de uso do solo das duas bacias mantém
relações com as condições geoecológicas presentes na área. Essa relação
pode ser justificada tanto pelas ocupações urbanas que ocorrem
principalmente nas áreas de topo, quanto pelas áreas de pastagens que
ocorrem nas áreas de maior vulnerabilidade ambiental. A continuidade da
pesquisa, sobretudo a partir da análise e do mapeamento dos índices de
fragilidade ambiental, poderá trazer informações importantes que permitam
relacionar de maneira mais concisa a relação entre o uso do solo e o meio
ambiente.
Referências
BRASIL, Lei Federal (1965). Código Florestal Brasileiro – Lei nº. 4777,
DF: Congresso Federal, 1965.