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Trabalho de Mestre Maçom

O juramento do Mestre Maçom e seu reflexo na vida


maçônica e profana.

ARLS Harmonia e Concórdia n° 377


Oriente de Ribeirão Preto - Bonfim Paulista
Rito de York Americano
Grande Oriente Paulista

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VM MMIIr
SFU
A.R.L.S. Harmonia e Concórdia nº 377 - G.O.P.

I. Introdução:

Trabalho apresentado no Templo, por , em sessão de Grau 3, com o


intuito de elevar o crescimento intelectual, moral e espiritual da irmandade.

Prometer e Jurar – Significados de Promessa e Juramento


Prometer: É obrigar-se verbalmente ou por escrito a fazer ou dar alguma
coisa; comprometer-se a; pressagiar, anunciar; dar esperanças ou
probabilidades de; fazer promessa de dar; obrigar-se a dar; asseverar ou
assegurar de antemão; fazer promessas; dar esperanças de bom futuro; dar
sinais de progresso ou de boa produção; ter grande esperança de obter;
esperar.
Juramento: Declarar ou prometer solenemente; afirmar sob juramento;
invocar, chamar; afirmar categoricamente; afiançar; declarar ou afirmar sob
juramento; prometer formalmente; afirmar, afiançar; reconhecer por meio de
juramento; fazer juramento; fazer juramento; imbuir-se do propósito; tomar a
resolução; proferir imprecações; praguejar; prestar ou proferir juramento.

Para uma melhor compreensão, registre-se uma história bíblica, quando Deus
chamou a Abraão fez uma promessa. Depois que Abraão foi até o altar, Deus fez um
juramento.
O que se depreende é que a promessa vem antes do sacrifício e o juramento
vem depois do sacrifício. Quando Deus fez a promessa, aquela promessa só iria
cumprir se Abraão obedecesse. Quando Deus fez o juramento, Ele certamente iria
cumprir por que Abraão obedeceu.
Quando há um juramento não tem como voltar atrás. Quando a pessoa chega
ao ponto de fazer um juramento, ela está dizendo que custe o que custar, ela vai
honrar com o compromisso assumido. Isso pode custar muitas das vezes a sus
própria vida.
Uma outra situação pode ser invocada do “juramento de bandeira”, uma
cerimónia militar durante a qual um conjunto de militares jura publicamente defender
a pátria, simbolizada pela bandeira nacional, e cumprir os deveres militares, mesmo
que isso implique o sacrifício da própria vida. Geralmente marca a conclusão com
êxito da primeira parte da instrução militar. Exemplos de juramentos militares:
Forças armadas portuguesas: “Juro, como português e como militar, guardar
e fazer guardar a Constituição e as leis da República, servir as Forças
Armadas e cumprir os deveres militares. Juro defender a minha Pátria e estar
sempre pronto a lutar pela sua liberdade e independência, mesmo com o
sacrifício da própria vida”.

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Trabalho de Mestre Maçom - O juramento do M:.M:. e seu reflexo na vida maçônica e profana.
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Compromisso do Soldado Brasileiro: “Incorporando-me à Força Armada,


prometo cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que estiver
subordinado, respeitar os superiores hierárquicos, tratar com afeição os
irmãos de armas, e com bondade os subordinados, e dedicar-me inteiramente
ao serviço da Pátria, cuja Honra, Integridade, e Instituições, defenderei com o
sacrifício da própria vida. ”
O Pledge of Allegiance é um compromisso com a bandeira federal dos
Estados Unidos, dita ritualisticamente e diariamente nas escolas públicas, nas
sessões congressionais assim como muitas reuniões de governantes locais:
“Eu prometo lealdade à bandeira dos Estados Unidos da América, e à
República a qual representa, uma Nação abaixo de Deus, indivisível, com
liberdade e justiça para todos."

O candidato a maçom e sua promessa com a Ordem:


Assim também tem sido na maçonaria. Tal qual uma peneira, ainda na
condição de profano, é firmada pelo candidato a maçom, uma declaração de ciência
dos termos e princípios fundamentais da Ordem (*), podendo-se destacar destes,
como compromisso inicial, aqueles que submetem a pessoa ao caminho do seu
crescimento pessoal e espiritual, a sustentação nos pilares da liberdade, igualdade e
fraternidade; a prática da tolerância como princípio cardeal das relações humanas;
que a prática do dever, da verdade e da benemerência leva ao aperfeiçoamento dos
homens; o compromisso e fidelidade com a Ordem, a Pátria e à Humanidade;
repúdio aos desvios de conduta e aos vícios; o exercício da liberdade com
responsabilidade; e a força e o exercício da irmandade entre os maçons e da
fraternidade com a humanidade;

(*) Segundo a Constituição do Grande Oriente Paulista – Titulo I – Capítulo I,


são os Princípios Fundamentais da Instituição:
Art. 2º – Dos Princípios Fundamentais:
I – A Maçonaria é uma instituição essencialmente iniciática, filosófica,
filantrópica, educativa e progressista, que tem por fim supremo a liberdade, a
igualdade e a fraternidade;
II – Proclama a prevalência do espírito sobre a matéria; que os homens são
livres e iguais em direitos; que a tolerância constitui o princípio cardeal nas
relações humanas, para que sejam respeitadas as convicções e a dignidade
de cada um;
III – Pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade,
por meio do cumprimento inflexível do dever, da investigação constante da
verdade e da prática desinteressada da benemerência;

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IV – Enaltece o mérito da inteligência e da virtude e o valor demonstrado na


prestação de serviços à Ordem, à Pátria e à Humanidade;
V – Repudia todas as formas de exploração da pessoa humana, os privilégios
e as regalias, e combate a ignorância, a superstição e a tirania;
VI – Afirma que o sectarismo político e o fanatismo, quer religioso, quer racial,
são incompatíveis com a universalidade do espírito maçônico;
VII – Defende a plena liberdade de expressão do pensamento, como direito
fundamental do ser humano, admitida à correlata responsabilidade;
VIII – Reconhece o trabalho como um dever social e julga–o dignificante e
nobre sob qualquer forma: manual, intelectual, artístico e técnico;
IX – Considera Irmãos todos os Maçons, quaisquer que sejam suas raças,
nacionalidades e crenças;
X – Sustenta que os Maçons têm os seguintes deveres essenciais: amor à
família, fidelidade e devotamento à Pátria e obediência à Lei;
XI – Determina que os Maçons estendam e liberalizem os laços fraternais que
os unem a todos os homens esparsos pela superfície da Terra;
XII – Recomenda a divulgação de seus ideais pelo exemplo e por todos os
meios de comunicação do pensamento e proscreve, terminantemente, o
recurso à força ou à violência, na solução de litígios de qualquer ordem;
XIII – Adota sinais e emblemas de elevada significação simbólica, os quais,
utilizados nos trabalhos maçônicos, servem, também, para os Maçons se
reconhecerem e se auxiliarem, onde quer que se encontrem.

O compromisso maçônico:
Cumpridas as preliminares de prospecção, seleção e sindicância do candidato
à maçonaria, e uma vez submetido ao escrutínio da irmandade e aprovado, tem-se
então o grande dia do renascimento do então ainda profano, para a vida.
No início de sua vida maçônica, o neófito, perante o altar e o livro sagrado, na
devida forma, diante de todos oficiais da loja e todos os outros maçons presentes,
mesmo sem saber muito bem o que está se passando e o que estará por vir, o futuro
aprendiz presta seu solene juramento, e com isso também aceita se submeter à
punição, se por qualquer motivo que seja, praticar ato que vá contra tudo aquilo pelo
qual jurou. Esse é o juramento para seu ingresso na Ordem, onde ele será admitido
como Aprendiz Maçom.
Naquele momento, ainda inebriado, empolgado, assustado e tomado por
outras tantas emoções que vivenciou, certamente não consiga compreender toda a
complexidade e consequências deste ato.
Mais tarde, já um pouco mais abastecido pelos conhecimentos e novos
aprendizados, e ansioso por mais luz na Maçonaria, novamente defronte o Altar e o
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Livro Sagrado, pode-se dizer que o aprendiz confirma e ratifica seu primeiro
juramento. Ele assume agora as implicações do juramento para sua admissão no
grau de Companheiro Maçom.
Não podendo ser de maneira diferente, agora como Companheiro Maçom, ele
estará novamente diante do altar e do livro sagrado, para seu terceiro juramento,
desta vez para sua admissão ao grau de Mestre Maçom.
O juramento do Mestre Maçom no Rito de York Americano, é a renovação dos
juramentos já feitos nos graus anteriores, mas não apenas uma renovação, também
é uma ampliação, pois se jura e promete sobre diversas outras situações não
propostas nos juramentos anteriores, colocando-se assim situações onde serão
postos à prova o caráter, a idoneidade, a fidelidade, enfim todo o arcabouço moral
do Mestre, tanto dentro da Maçonaria, quanto na sua vida profana.

II. A Visão do Juramento – Uma Caminhada na Maçonaria:

“O ensinamento deste grau, portanto, é que é vosso dever fazer o máximo e o


melhor de vós por vós mesmos. Esta é a vossa obrigação como um homem
entre os homens, como filho, marido ou pai, como cidadão desta grande
nação, enfim, como o ápice de todas as coisas criadas por que o homem
verdadeiro é a imagem humana do DEUS do Maçom”. Rito de York, Gr.3,
pág. 111.

O ser humano, na sua busca pela perfeição segue uma trajetória de vida
singular. Em maior ou menor grau de complexidade, cada um se esforça dentro das
condições que lhe são permitidas, tentar ser um exemplo de vida e referência às
demais pessoas que o rodeiam, não querendo ser melhor ou pior, apenas justo e
correto, independentemente das pessoas envolvidas, e tentando ao máximo encobrir
seus defeitos, egoísmos, medos, prepotência ou desejos supérfluos.
Ser maçom é uma questão de escolha: querer ser e ser permitido ser, afinal,
ninguém é dado adentrar na irmandade por acaso.
Depois de ter iniciado na Ordem, o olhar do antes profano bem-intencionado,
agora maçom bem organizado, torna se mais aguçado para o certo e o errado, o
dever e o querer, tendo apoio, onde um representa e tem a forca de muitos.
Pessoas que são baluartes, bússolas em meio ao deserto, onde a experiência
necessária para orientar para um objetivo comum e nobre faz a diferença, o real lado
do amor fraternal.
O juramento maçônico, em particular o de mestre maçom, como num degrau
na escalada na Ordem e na vida, tem em muitas pessoas o impacto de um chamado
à responsabilidade, como num “abrir de olhos” à realidade que nos cerca a todos.
É certo que isto reflete diferentemente na vida de cada um, pois “todos somos
e carregamos uma herança sócio, histórico e cultural”. Para alguns, talvez o reflexo
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na caminhada maçônica possua um elemento transformador de maior profundidade


e complexidade, notadamente junto àqueles que assumiram grandes
responsabilidades na vida, desde muito cedo, forçados no mais das vezes a suprimir
suas emoções e se sacrificando pessoalmente e materialmente em prol de outras
pessoas e da família. Pessoas de elevado senso de dever costumam ser muito mais
críticas de si mesmas e de tudo, mesmo que isto comprometa seu conforto pessoal.
O compromisso assumido na maçonaria, se por um lado representa uma série
de obrigações, constitui-se num equilíbrio de forças dentro de cada ser humano,
levando-o a refletir e se posicionar para que, para poder servir melhor à
humanidade, precisa antes de tudo estar de bem consigo mesmo.
Enfim, cada um de nós precisamos de atenção e consideração,
reconhecimento daquilo que somos e que praticamos, afim de se atingir o
equilibrado bem-estar de satisfação de poder fazer bem, dentro de todas as
possibilidades de cada um. Reside dentro de cada um o desejo de pertencimento a
algo bom e útil nesta nossa breve vida.

III. O Significado do Juramento Maçônico:

O juramento maçônico não pode ser simplesmente proferido como palavras


vãs, que se perdem no ar e são esquecidas no tempo e no fundo da memória. Deve-
se sempre estar atento às atitudes.
Pois o que significa um deslize, por menor que seja?
R: Significa que se estará cometendo perjúrio.
E o que deve acontecer ao perjuro?
R: Simplesmente submeter-se a penalidade, mesmo que simbólica, ligada ao
seu juramento.
É obvio que um Maçom em semelhante situação não tenha condições morais
de permanecer ligado a Ordem.
O Mestre Maçom, simbolicamente atingiu o ápice e deve ser senhor de suas
ações, sabendo, no entanto, balizar essas ações, sempre agindo pelo esquadro,
pelo nível e pelo prumo.
Elas não devem ser balizadas apenas para sua vida maçônica. Em seu viver
na sociedade, na vida familiar, no trabalho, as atitudes não podem ser diferentes.
Não pode existir um bom maçom, sendo um mau cidadão, e a recíproca também é
verdadeira. As ações devem ser as mesmas, não importando a situação ou local.
O ritual maçônico do grau 1 do Rito de York Americano, na 3ª instrução ao
Aprendiz, nos fala dos "Pontos perfeitos da iniciação", o gutural, o manual, o pedal e
o gutural, que representam as quatro virtudes cardinais, que são a Fortaleza,
Prudência, Temperança e Justiça.

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Trabalho de Mestre Maçom - O juramento do M:.M:. e seu reflexo na vida maçônica e profana.
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Como senhor de suas ações, o Mestre Maçom também deverá ser senhor de
suas responsabilidades, e consequências que essas ações possam acarretar, pois
neste caso, fica bem caracterizada a lei de causa e efeito.
“A observância desses preceitos é o guia para da nossa conduta, que nos
norteará, dará subsídios e inspiração na nossa árdua luta diária, ajudando-me
a me manter firme no propósito de seguir o que jurei frente ao altar e o livro
sagrado”.

Os Pontos Perfeitos da Iniciação:


O próprio juramento do Mestre Maçom, no Rito de York Americano, trata de
atitudes morais a serem seguidas dentro e fora da maçonaria, como por exemplo, a
preservação dos segredos e assuntos tratados em loja, seguindo até o auxílio,
respeito e fidelidade, não só aos irmãos, mas também aos profanos, principalmente
sobrinhos e cunhadas.
Nesse intuito de seguir à risca o que prometeu em seu juramento e mostrar-
se com nobreza de caráter, idoneidade, exemplo de postura e senso de
responsabilidade, o Mestre Maçom pode e deve recorrer a essas virtudes:
A "Fortaleza", que o ajuda a manter-se firme em suportar as agruras, riscos e
perigos de sua caminhada. Essa virtude deve estar profundamente impressa em sua
mente, como uma segurança contra qualquer sentimento de fraqueza que possa
fazê-lo pensar em revelar os segredos que lhe foram confiados. Isso foi
emblematicamente representado em sua admissão na loja, quando foi recebido com
a ponta de um instrumento agudo pressionando seu peito esquerdo nu. Alude ao
primeiro ponto perfeito da iniciação, o Peitoral.
A "Prudência", que o ensina a regular sua vida e ações de acordo com a
verdadeira razão, cultivando esse hábito que lhe permite ser particularmente
cuidadoso em suas ações e conduta, tanto dentro da loja, como principalmente na
vida profana. Deve-se ser particularmente cuidadoso quando na companhia de
estranhos a Ordem, para nunca deixar transparecer o menor sinal por onde os
segredos da Franco Maçonaria possam ser obtidos. Guardar sempre na memória, o
momento em que, ajoelhado no altar, com sua mão esquerda segurando e a direita
repousada sobre o livro sagrado, o esquadro e o compasso, prometeu manter,
guardar e nunca revelar qualquer um dos segredos da maçonaria. Alude ao segundo
ponto perfeito da iniciação, o Manual.
A "Temperança", para o controle adequado sobre as paixões, que torna o
corpo domado e governável, livrando a mente das tentações do vício. Deve-se
praticar incessantemente essa virtude, aprendendo a evitar excessos e atitudes
desregradas, que poderiam desviá-lo do caminho da retidão e levá-lo até a revelar
os segredos que prometeu guardar e nunca a ninguém revelar. Tal traição o levaria
ao desprezo de todos os bons maçons ou até a penalidade simbólica da sua
obrigação, a de ter a sua garganta cortada, e sua língua arrancada, seu peito aberto

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e seu coração arrancado e seu corpo partido ao meio com suas entranhas retiradas
e jogadas aos animais. Alude ao terceiro ponto perfeito de sua iniciação, o Gutural.
A "Justiça", que permite reconhecer o direito de cada homem sem distinção.
É uma virtude compatível tanto com as leis divinas quanto com as mundanas. A
prática da justiça define o homem bom e justo. Deve-se lembrar de quando, de pé no
canto nordeste da loja, diante do Venerável Mestre, ele ensinou que a posição ereta
e os pés em esquadria, era a de maçons corretos e justos, e incumbiu ao então
Aprendiz Maçom, a sempre andar, pensar e agir como tal diante de Deus e dos
homens. Este é o quarto ponto perfeito da iniciação, o Pedal, e alude à posição de
seus pés enquanto esteve em pé no canto nordeste da loja.

IV. Os compromissos de um Mestre Maçom:

Os Irmãos regularmente iniciados Aprendizes Maçons, passaram ao Grau de


Companheiros Maçons e agora, ao buscar mais luz na Franco Maçonaria, de igual
modo de livre e espontânea vontade, dignos e verdadeiramente preparados,
desejando ser elevados ao Grau de Mestres Maçons, são recebidos com as pontas
do compasso tocando o vosso peito nu, afim de ensiná-los que mantenham
doravante suas condutas circunscritas sob os notáveis princípios maçônicos da
Amizade, Moralidade e Amor Fraternal.
E solenemente assumem por juramente, o compromisso que os vinculará à
Ordem, por um forte laço de compromisso moral, que basicamente se resumem a:
Compromisso com os segredos da maçonaria, assumidos sob a tutela de
três importantes diretrizes maçônicas: Adesão ou ingresso por livre e espontânea
vontade à Ordem; Crença em DEUS e Recomendação por outro maçom.
A primeira parte do juramento contempla o cuidado que todo Maçom deve ter
com seu compromisso com a irmandade, de NUNCA revelar os segredos recebidos:
primeiro ao adentrar dentro da maçonaria, e posteriormente, dentro de cada grau
que vier a pertencer, por passagem ou elevação.
Além disto, esta parte do compromisso remete ao uso de “certos sinais, um
toque, uma palavra e os pontos perfeitos da sua iniciação”, os quais todo maçom
deve aprender e muito bem executar, afim de ser sempre reconhecido como tal.
Compromisso com a conduta de um Maçom, pois pertencer a uma ordem
é se submeter às suas regras de conduta. A Maçonaria é um contínuo exercício de
dar e receber entre cada um de seus componentes, onde cada um se aperfeiçoa
através do compartilhamento e aprendizado das contribuições dos demais membros
da Ordem. Afinal, o compromisso de um com os outros é a chave do sucesso da
maçonaria.
Compromisso com as regras maçônicas, se insere dente os principais
deveres de um Maçom que é a de cumprir e fazer cumprir as leis e resoluções

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emanadas pelas autoridades maçônicas competentes. Ao lado deste compromisso,


cabe também ao Maçom instruir-se nos princípios e práticas maçônicas.
São consideradas como as principais (universais) regras da Maçonaria: 1) A
fé de todo Maçom em Deus; 2) Respeito aos "Antigos Deveres" ou "Landmarks"; 3)
Ser constituída de homens livres e de bons costumes, comprometidos com o ideal
de paz; 4) O aperfeiçoamento moral dos seus membros; 5) A prática exata e
escrupulosa dos ritos e do simbolismo; 6) Respeito das opiniões e crenças de cada
um sob a égide da tolerância e harmonia de pensamento; 7) Respeito à religião ou
crença de cada um; 8) Atenção aos princípios e regras prescritas pela Constituição e
pelos regulamentos gerais da Obediência; 9) Culto de amor à Pátria, a submissão às
leis e o respeito pela Autoridade Constituída; 10) O trabalho como o dever primordial
do ser humano, que o honram sob todas as formas; 11) Ser exemplo de cidadão; 12)
Dever de prestar ajuda mútua e proteção fraternal; 13) Pratica da arte de conservar
em todas as circunstâncias a calma e o equilíbrio, indispensáveis a um perfeito
controle de si próprio.
Compromisso com a solidariedade, pois a natureza de um maçom é não
ser egoísta, sendo inviável, dentro da ordem, pensar somente em si. Um maçom
deve desenvolver o hábito de compartilhar e pensar e agir por e para todos. Na
maçonaria se promove benefícios e não se vive em prol deles.
Compromisso com os segredos do Grau - na maçonaria, diferentemente
da vida profana, prevalece o valor da palavra sobre a escrita. Aquilo que o maçom
afirma tem um valor extraordinário, e uma vez proferido, dispensa-se que seja
escrito para que tenha validade. O sinal de perigo deve ser utilizado sempre com
muita parcimônia entre os maçons, até por conta de não se desvirtuar de sua
finalidade que é de socorrer um irmão necessitado, que através também deste
juramento o irmão se propôs a cumprir.
Compromisso com a nobreza de caráter - ser maçom exige trabalho
contínuo; permanente serviço à humanidade; guerra contra qualquer tipo de vício;
partilha para os demais irmãos e sociedade; o cultivo da humildade na vida
cotidiana; submissão das suas paixões e manutenção regrada dos efêmeros
prazeres terrenos. Ser maçom é ser bom nos seus propósitos. Um maçom nunca é
omisso, pois a iniciativa é a mais notável das virtudes de um maçom.
Compromisso com a família maçônica - este juramento implica na própria
natureza do caráter solidário de um maçom, que pode ser interpretado
extensivamente, ao exigir de um membro da ordem uma conduta e comportamento
pessoal e social exemplar e ilibado.
Compromisso com as tradições maçônicas milenares - a não admissão
de mulheres na Maçonaria é uma tradição milenar que vem desde os Maçons
Medievais, que deles vem sendo transmitida até os dias atuais através de
manuscritos dos antigos deveres que serviram de base para a elaboração dos
regulamentos dos seus livros e constituições. Se não há nenhum preceito especial
que proíba as mulheres de participar da Maçonaria, por outro lado, certamente, o

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problema está nas consequências que a remoção de tradições milenares sempre


traz consigo num mundo de contradições entre conservadores e não conservadores,
o que certamente provocaria muitas cisões que poderiam levar a maçonaria como
um todo a uma grave situação de instabilidade interna e de consequências
imprevisíveis.
O que mantém a Maçonaria estável é uma tênue linha de comando mantida
por uma série de landmarks e um regulamento geral maleável, adotado por cada
potência.

Penalidades Simbólicas:
As penalidades (simbólicas) a que se dispõe o Maçom, caso quebre seu
juramento, é representada pelos suplícios aos quais os rufiões Jubela, Jubelo e
Jubelum se submeteram por ocasião do assassinato de Hiram Abif, mestre artífice
da construção do Templo do Rei Salomão.
Quando Aprendiz Maçom, que é o de “...ter a minha garganta cortada, minha
língua arrancada e meu corpo enterrado nas areias do mar, na orla da praia - onde a
maré sobe e baixa / duas vezes em vinte e quatro horas”;
Após, já como Companheiro Maçom, é “...ter o meu peito esquerdo aberto,
meu coração arrancado e dado às feras do campo ou às aves de rapina como
repasto”;
E quando Mestre Maçom, “...ter meu corpo cortado ao meio, minhas vísceras
removidas e meus restos queimados, sendo minhas cinzas espalhadas aos quatro
ventos”.
Estes simbolismos são cotidianamente praticados pelo Maçom, afim de
lembra-lo de que os compromissos assumidos em juramente jamais sejam
atraiçoados ou deliberadamente ou conscientemente esquecidos.

Crença em Deus:
“Que assim Deus me ajude e me conserve firme”: esta invocação e crença de
que apenas o DEUS supremo pode amparar um Ser Humano nas suas
fragilidades, passo a passo rumo à perfeição. A ninguém deve ser permitido
começar uma grande obra ou m importante empreendimento sem antes
invocar o auxílio da Divindade.

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V. Conclusão:

Quando se prepara para adentrar na Maçonaria, o profano tem consciência


que, a exemplo de qualquer outra associação ou organização, existem regras
e deveres a se cumprir, as quais, de pronto, se compromete a respeitar na sua
integralidade.
Importante destacar que as regras e deveres da Obediência são aceitas
porque assim se decidiu livremente a cumpri-las sem qualquer reserva mental ou
obrigação de terceiros.
Assim, o Aprendiz entra num mundo que até então lhe era desconhecido e
cheio de mistérios, mas que aos poucos vai se desvelando sob a luz da maçonaria,
revelando aos que aceitam seus ensinamentos e entendem seus mistérios, que
nada mais são do que amor ao próximo, harmonia, consciência, fraternidade,
liberdade, paz, dentre outras virtudes.
Uma vez feito maçom, passa a compreender que as suas atitudes já não
dizem respeito apenas a si mesmo, mas a todos os demais integrantes da Augusta
Ordem, e que a conduta de um maçom estará sempre sob vigilância do “fino crivo da
sociedade e debaixo do escrutínio de todos”, quer seja internamente na maçonaria,
ou na sociedade em geral – “porque um, pode sempre e a qualquer momento, pôr
em xeque os demais” -. E ter esta noção e assumir esta responsabilidade é algo que
deve ser intrínseco desde os primeiros momentos de vida maçônica e ainda, com
mais ênfase, quando se se torna .
Saber que a forma de ser e agir na sua vida cotidiana reflete por toda a
Maçonaria é um dos maiores compromissos que o maçom cabe assumir. E uma vez
feito maçom, o dever de honrar a Obediência, a Loja e a Maçonaria em geral deve
estar indelevelmente cravado na mente e coração de todos, pois cada um é exemplo
para os demais irmãos, para a família e a sociedade.
Um juramento implica obrigações para com a família maçônica e a sociedade
em geral, e jurar ser-se maçom, mas fundamentalmente ser-se reconhecido
maçom pelos nossos iguais, implica que sejamos maçons a “tempo inteiro” e
não apenas às terças ou quintas-feiras à noite, ou quando nos for exigido: é
sempre!” . Nuno Raimundo
Assim, ser maçom, não é simplesmente comparecer à loja e participar das
sessões. Muito mais do que utilizar uma indumentária apropriada – terno ou
balandrau, envergar um avental, calçar luvas brancas, utilizar os paramentos
preconizados, acompanhar os rituais e fazer os sinais do grau, ser maçom é cumprir
os preceitos ensinamentos, bem como trabalhar em prol da Ordem. E se não se
estiver pronto e vigilante para tal, de nada valerão os juramentos feitos durante a
caminhada maçônica, porque nunca se irá comprometer com nada do que se espera
dele na realidade, e em último caso, nem sequer ser reconhecido como maçom.
Já o , na sua escalada evolutiva tem por dever e compromisso muitas
outras sérias e profundas obrigações.
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O Mestre deve se esforçar por enxotar o velho homem, isto é, por eliminar de
forma paciente, mas definitivamente, todos os erros, as antíteses, as contradições
dos usos e costumes da nossa civilização, a fim de edificar sobre um terreno novo o
ser superior que o colocará em comunicação com as regiões de igual natureza.
O Mestre não deve esquecer que, em sua ascensão para a espiritualidade, o
pensamento é uma força soberana, guiada pelo bom-senso. Convém ter sempre no
espírito a meta de atingir e concentrar os seus desejos, os seus pensamentos e os
seus atos para um mesmo ponto de vista dirigido com amor para uma ordem de
coisas, mais perfeita, para as múltiplas definições do Bem, do Belo e do Verdadeiro.
Ser Mestre significa ser Mestre de si mesmo, trabalhar com inteligência e
força de vontade em si mesmo, no seu próprio aperfeiçoamento, tendo sempre em
mente o fato de que nada mais somos do que simples aprendizes, mesmo que nos
denominemos Mestres.
Ser Mestre é aceitar que pertencemos a coletividade e que, por isso mesmo,
sua inteligência e sua vontade devem estar sempre a serviço dessa coletividade.
Ser Mestre é acender luzes pelo caminho por qual passa, luzes de amizade e
sabedoria, de bondade e justiça, de harmonia e compreensão, de solidariedade e
fraternidade.
Ser Mestre é não se considerar juiz dos defeitos e erros dos outros, mas
saber compreender e perdoar.
Ser Mestre é saber aceitar um conselho, para ser ajudado.
Ser Mestre é retribuir com ternura aos que o odeiam.
Ser Mestre é ser perfeito nas mínimas realizações.
Quer seja no Grau de Aprendiz, de Companheiro ou de Mestre, o que se
espera do Maçom, é que ele esteja apto e propício a aprender as vicissitudes de
cada uma dessas etapas.
Além disso, que tenha em mente que é um eterno aprendiz e que tem fortes
deveres e obrigações com a Ordem, com a sociedade e com sua família.

Bonfim Paulista - Ribeirão Preto/SP, 31 de outubro de 2017

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Trabalho de Mestre Maçom - O juramento do M:.M:. e seu reflexo na vida maçônica e profana.
A.R.L.S. Harmonia e Concórdia nº 377 - G.O.P.

Trabalho realizado pelos IIr


− Alessandro Eduardo Devares
− Anderson Donato Sant”anna
− Ivael Nadalin
− Renato Stucki

Bibliografia:

1. Ritual do Grau 1 do Rito de York Americano.


2. Ritual do Grau 2 do Rito de York Americano.
3. Ritual do Grau 3 do Rito de York Americano.
4. As doze regras universais da maçonaria regular
https://www.facebook.com/OSegredoDaMaconaria/posts/328287043950550
O segredo da Maçonaria – Publicações - pesquisa 15/10/2017
5. Juramento e compromisso maçónicos...
https://a-partir-pedra.blogspot.com.br/2014/12/juramento-e-compromisso-
maconicos.html
Nuno Raimundo – Blog: A partir da pedra.
6. 300 perguntas e respostas da Maçonaria
http://gleg.com.br/Livrospublicos/Maconaria-300-Perguntas-e-Respostas.pdf

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Trabalho de Mestre Maçom - O juramento do M:.M:. e seu reflexo na vida maçônica e profana.

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