Você está na página 1de 5

MED XXIX- 2019/2 1

Slide + áudio + livro

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO Profº Arthur Moreira Alves


Élida Landin e Renato Duarte
INTRODUÇÃO • Flagelo ou antígeno ≪H≫: responsável pela
motilidade da bactéria;
• Colonização bacteriana da urina e infecção das
• Capsula ou antígeno ≪K≫: confere resistência a
estruturas do aparelho urinário, da uretra ao
fagocitose;
parênquima renal.
• Polissacarídeos ou antígeno ≪O≫: sempre presentes
• Corresponde a 1,2% de todas as consultas femininas e
na membrana externa da bactéria; são determinantes
0,6% das consultas masculinas
antigênicos de anticorpos específicos sendo, portanto,
• As mulheres na vida adulta têm risco significativamente
úteis na tipagem sorológica (150 antígenos ≪O≫
maior de apresentar ITU que os homens. (Possuem
definidos) e na discriminação entre recorrência e
uretra mais curta e perto do ânus).
reinfecção;
• Cerca de 50% das mulheres terão ao menos um
• Fimbrias ou pili ou adesinas: responsáveis pela
episódio de ITU durante suas vidas.
aderência da bactéria ao urotélio e transmissão de
• 1/3 das mulheres têm pelo menos 1 episódio antes dos
informação genética a outras bactérias via DNA dos
24 anos.
plasmídeos.

EPIDEMIOLOGIA
• Predomínio em meninos no primeiro ano de vida.
(Devido a fimose e aderências balanoprepuciais- se
desfazem após o primeiro ano.)
• Após 1 ano predomínio em meninas.
• Meninas na fase pré-escolar 20x mais comum.
(Fase em que a criança fica mais inibida para ir ao
banheiro em qualquer lugar).
• Vida Adulta predomínio feminino com picos de
incidência após atividade sexual. (Troca de bactérias).
• Homens: distribuição bi-modal. (1º pico, em até um ano
e 2º pico em torno dos 60 anos quando começam os
quadros de hiperplasia benigna).

OUTRAS INFORMAÇÕES- CAI NA PROVA

• Ag. etiológico: bacteriano, fúngico.


• Localização
ITU inferior: Cistites, prostatites, uretrites, epididimites.
ITU superior: Pielonefrites.
• Complexidade
ITU não complicada: mulher adulta não grávida, trato
urinário normal.
ITU complicada: localizações diferentes da bexiga,
crianças, homens e grávidas.

APRESENTAÇÕES CLÍNICAS
• Cistite não complicada
• ITU recorrente
FISIOPATOLOGIA
• ITU complicada
• Pielonefrite • Via ascendente
• ITU na infância • Via hematogênica: Pct com sepse e a bactéria acaba
• ITU no homem colonizando rim, bexiga. Via comum em RN.
• ITU e bacteriúria assintomática na gestante • Fatores facilitadores: Relacionados ao hospedeiro ou
• Bacteriúria assintomática ao microorganismo.
• Bacteriúria sintomática ou síndrome uretral Fatores protetores
Relacionados ao Relacionados aos
AGENTES ETIOLÓGICOS hospedeiro microorganismos
Anormalidades anatômicas. Fimbrias-P
• Escherichia coli- 80% Ex: Estenose de JUP
• Staphylococcus saprophyticus- 10% Anormalidades funcionais. Atividade de hemaglutinação
• Klebsiella sp- 5% Ex: Alterações na contração manose-resistente. Dá a E.
• Enterobacter sp- 5% da bexiga, bexiga não coli caráter de maior
• Proteus mirabilis- 5% esvazia corretamente. resistência.
Fatores genéticos. Ex: Mães Propriedades hidrofóbicas
que tem ITU de repetição,
A E. coli apresenta algumas particularidades, mecanismos filhos podem ter
desenvolvidos ao longo da sua evolução que facilitam sua Outras comorbidades. Ex.: Capacidade de ligação do
adesão ao urotélio. DM ferro.

1
1. CISTITE NÃO COMPLICADA. • Estrogênio tópico: mulheres pós-menopausa.

• Ocorre em mulheres jovens, saudáveis, não grávidas, -Profilaxia contínua: antimicrobiana- 3 a 6 meses, pode chegar
sem alterações anatômicas e funcionais do trato até um ano. Ex: Nitrofurantroína ou Bactrim: 1 cp todos os dias.
urinário. Diminui a recorrência em 95%.
• Cistite não dá febre - Pós coito: SMT- Tomar 1cp sempre após o coito.
• Escherichia coli- 85%
• Staphylococcus saprophyticus- 5% -Automedicação: restrita às condições de aderência. E paciente
• Klebsiella pneumoniae- 5% bem informada.
• Proteus mirabilis -Reposição de estrogênio: melhora a vascularização da mucosa,
• Urocultura apenas: Suspeita de ITU complicada ou melhora o trofismos e diminui a incidência de infecção.
persistência dos sintomas pós tratamento, recorrência
antes de 1 mês.
Positiva para cistite: Colônias ≥ 10³ UFC/campo 3 PIELONEFRITE

➔ Tratamento
• Infecção com envolvimento do parênquima renal
1ª LINHA • Não complicada: Pcte sem anormalidades do trato
• Fosfomicina trometamol 3g VO dose única: sachê que urinário anatômica ou funciona e pctes sem abcessos
deve ser diluído em água, pcte toma antes de dormir. renais.
(Principal tratamento- menos resistência). • Complicada: Apresenta as alterações supracitadas.
• Nitrofurantoína 100mg VO 6/6h- 5 dias. (Mais • Precedida ou não por ITU baixo
prescrito). • Sinais clínicos: disúria, polaciúria, febre, calafrios, dor
lombar (contínua) e flancos, associada náuseas e
2ª LINHA vômitos.
• Cefalosporina- Cefadroxila 500mg VO 12/12h, por 03
dias ➔ Exames
• SMT-TMO (Bactrim): 800/160 MG 12/12h, por 03 dias
mulher e 07 dias homem. • Laboratoriais: Hemograma, EAS e URC
• USG: para avaliar se há hidronefrose, cálculos
renais e abcessos renais.
Acompanhamento: Pcte pós tto está assintomático não precisa • TC abdome: indicada em não melhora de febre
de urocultura (URC). ou dor pós 72h de ATB. Pode ser sem contraste,
mas se suspeitar de abcesso renal, pedi com
contraste.
2 CISTITE RECORRENTE- PROVA!!

➔ Tratamento
• Consideradas infecções de pelo menos 03 episódios
em um ano, ou dois episódios nos últimos seis meses Ambulatorial: - Ciprofloxacino 500-700 mg 2x/dia- 7dias
• Confirmadas por URC
- Levofloxacino 750 mg 1x/dia por 05 dias
O tto ambulatorial é quando o paciente não está vomitando, nem
➔ Fatores de risco taquicárdico. Pcte não está séptica, está estável
• Mulher na pré-menopausa: Relações sexuais, hemodinamicamente.
parceiros novos, uso de espermicida, histórico de ITU
na infância, mãe com histórico de ITU. Hospitalar: -Ceftriaxone 2g EV 1x/dia
• Mulher na pós-menopausa: histórico de ITU na pré- - Levofloxacino 750 mg EV 1x/dia.
menopausa, incontinência urinária, vaginite atrófica - Ciprofloxacino 400mg EV 12/12h
(devido à redução hormonal o epitélio fica mais friável
e menos vascularizado), distopias (retocele), mulheres O tto hospitalar pode ser feito entre 48 e 72 h, após isso, repetir
institucionalizadas ( pctes de risco). os exames, e se o pct teve melhora pode dá alta para o tto ser
terminado ambulatorialmente. Se for não gestante.

Reinfecção: Recorrência causada por diferente cepa da


bactéria que causou a infecção original. Quando a nova infecção
acontece mais que 2 semanas e há documentação de URC 4 BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA
normal entre os episódios.
Persistência: Recorrência causada pela mesma cepa ou dentro
de 2 sem do término da infecção originas. • Presença de bactéria na urina e a pct não
apresenta sintomas.
• 1-5% das mulheres pré menopausa.
➔ Estratégias- Tratamento • 4-19% dos idosos saudáveis
• 0,7-27% dos portadores de diabetes.
• Contracepção: Orientação sobre troca de • 2-10% das gestantes.
métodos. (Pcte que usa espermicida, diafragma). • Mulheres > 105 UFC/ml- 02 amostras
• Ingesta hídrica e micção pós-coito: controverso. • Homens >105 UFC/ml- amostra única
(Relação a noite- urinar antes de dormir). • Sondados > 10² UFC/ml-amostra única
• Suco de Cranberry: Inibe a aderência da bactéria. Em destaque amarelo não cai na prova, é só por
• Profilaxia c/ antibióticos: contínua/ pós-coito/ questão informativa .
automedicação.

2
➔ Não rastrear e não tratar

• Mulheres sem fatores de risco


• Mulheres na pós menopausa
• Transplantados renais
• Portadores de disfunção do Trato Urinário
Inferior (TUI) ou com cistoplastia (Cirurgia de
ampliação
• DM bem controlados.
• Idosos institucionalizados. ➔ Exames complementares
• Pré-operatório de cirurgias de artroplastia.
Mulheres sem fatores de risco; Mulheres na pós menopausa; ▪ Hemograma
transplantados renais; DM bem controlados= Nesses casos ▪ EAS
sabe-se que a maioria desses pact são colonizados (possuem ▪ Urocultura
bactérias que vivem ali sem danos ao pct), por isso não precisa
▪ USG de rins e vias urinárias ITU FEBRIL=USG
rastrear nem tratar.
RINS E VIAS URINÁRIAS

➔ Tratamento Questão de prova: Criança internada com primeiro episódio de


• Só vai rastrear e tratar antes de procedimentos ITU febril realizada HMG, EAS, Urocultura. Qual é o próximo
urológicos com potencial de violar a mucosa. exame complementar a ser solicitado: USG de rins e vias
• Mulheres gestantes- tto convencional. urinárias.

➔ Análise de urina
5 INFECÇÃO URINÁRIA NA INFÂNCIA
• Usa se o saco coletor (é um saco que contém alguns
“buraquinhos”) coloca o pênis da criança e colhe a urina.
• ITU febril- 30% tem alterações congênitas do TUI. (Ex.:
Sabemos que no saco coletor aumenta o índice de
refluxo vesicoureteral; Válvula de uretra posterior tipo III,
ESTENOSE DE JUP.). contaminação.
• De 3 a 15% das crianças vão apresentar alterações renais • Tem trabalho científico que manda colher o jato médio
após o primeiro episódio de ITU. Isso, quando se faz uma (sensibilidade de 75% especificidade de 57%) não é uma
cintilografia renal com DMSA e vai encontrar cicatriz nessa realidade fácil de fazer.
criança; • O melhor método para colher um EAS de uma criança é
• Cerca de 30% dessas crianças que tem ITU vão apresentar com o cateterismo vesical e punção suprapúbica. Mas
ITU recorrente de 6 a 12 meses; sabemos que isso não é fácil de fazer no PS.
• 4% estão associado às malformações obstrutivas:
OBS: mesmo sendo o melhor método, não é feito; os pediatras
Estenose de JUP ou Megaureter obstrutivo. Não é o refluxo
não indicam. Nos grandes centros realizam isso: Passa uma
vesico-ureteral, sabe se que esse refluxo vesico-ureteral(8 sonda de nelaton n° 06 nessa criança e é colhida a urina. Pois é
– 40%) está associado com infecção urinaria do que fatores o método mais fidedigno para saber a verdade sobre infecção
obstrutivos. ou não. Pois, no saco coletor o índice de contaminação é alto.
• A criança do sexo masculino apresenta maior Sempre fazer essa coleta antes de iniciar a antibioticoterapia
susceptibilidade nos primeiros dois a três meses de vida empírica. Não fazemos nenhuma dose antes de colher. Uma
para infecção urinária depois são proporcionalmente mais dose de atb pode mascarar todo exame.
acometidos as do sexo feminino; o ponto marcante disso é
1 ano de idade (PROVAAAA)
➔ Agentes

➔ Classificação ✓ Frequentes: Echerichia coli (70 – 90%); Klebisiella


spp.; Proteus mirabilis; Pseudomonas aeruginosa
▪ Primeiro episódio: sintomático ou assintomático; ✓ Infrequentes: Enterecoccus faecalis; Enterobacter
▪ Quando tem um quadro recorrente que é a mesma coisa cloacae; Streptococcus agalactae; Staphylococcus
já citado: três episódios em um ano ou dois episódios nos spp.; Serrata marcescens; Morganella morgani;
últimos seis meses. Sendo sintomático ou assintomático. Citrobacter spp.; Acinetobacter spp.; Listera
monocyfogenes.
▪ Classificado também como resolvido, persistente ou
reinfecção E quando se tem Lactobacillus spp. ou Estafilococcus coagulas
▪ A principal maneira a ser avaliada é classificada como (-) na maioria das vezes é contaminação do exame.
complicada ou não complicada, porque tem q ser
avaliado o tanto de alterações que essa criança pode ➔ Tratamento
apresentar. ✓ Ampicilina;
✓ Gentamicina;
➔ No quadro clínico ✓ Cefazolina,
✓ Ceftriaxone;
Nota-se que os sinais de pré-escolares e escolares são ✓ Ceftazidima
semelhantes de adultos.
O professor pede para decorar para vida Ampicilina e
Gentamicina. Em qlqr hospital vamos encontrar essa
medicação.
Para tto oral:

3
✓ Ampicilina
✓ Amoxicilina ➔ Microbiologia
✓ Sulfametoxazol + trimetoprima BACTRIM®
✓ Cefalexina Sobre as bactérias mais comuns:
✓ Cefaclor
✓ E. coli (70-80%)
✓ Cefadroxila
✓ Klebisiela pneumoniae
✓ Nitrofurantoína
✓ Proteus mirabilis
✓ Ácido Nalidixico (quase não é prescrito, mas é usado
✓ Enterobacter
em caso de resistência a antibióticos).
✓ Staphylococcus
saprophyticus E. coli
➔ Profilaxia
✓ Staphylococcus agalactiae
Quando apresentar três episódios em um ano ou dois episódios ✓ Enterococcus sp.
nos últimos seis meses ou quando ela tiver uma ITU febril, tem
✓ Candida sp.
JUP ou JUV ou refluxo ou problema na contração vesica.
Sempre é indicado, principalmente em crianças do sexo
masculino, quando tem ITU de repetição é fazer a Postectomia Portanto o que chama atenção é a maior incidência da E. coli
(1 ano ou menos de idade). devido as mesmas características patológicas: flagelos, fimbrias
✓ Nitrofurantoína 1-2 mg/kg/d por mais de 1 mês. pili peper vão levar que as tenha uma maior adesão ao urotélio
e isso proporciona ao aumento do risco de infecção primária.
Nem sempre tto uma criança que tem JUP, só se tiver piora do
quadro, como, piora da dilatação, filamento do parênquima renal ➔ Tratamento
ou qndo for realizado a primeira cintilografia (segunda) que Cistite ou bacteriúria assintomática são os mesmos sintomas.
observa se perdeu função renal. Aí sim, indica cirurgia. Porem, Então aquela paciente que chega queixando de disúria,
JUP não é caso de cirurgia de imediato, pode acompanhar. polaciúria vai fazer uma urocultura entre a 10-16° semana e vir
✓ Sulfametoxazol + trimetoprima BACTRIM® 1- positivo, trata-se com:
2mg/kg/dia > 2meses ✓ Nitrofurantoína 100mg 6/6h por 7 a 10 dias
✓ Cefalexina 2-3 mg/kg/dia ✓ Cefalexina 500 mg 6/6h por 7 a q dias (SUS)
✓ Amoxicilina 5 mg/kg/dia ✓ Amoxicilina 500mg 12/12h por 7 a 10 dias
✓ Cefuroxima 250 mg 8/8h por 7 a 10 dias
Se achar difícil saber prescrever para criança igual acima, faz o
seguinte: Prescreve 1/3 da dose diária desse medicamento para Bacteriúria assintomática na gestante é indicação absoluta de
esse paciente. Profilaxia é uma tomada só (1x ao dia). tratamento. PROVAAA
Não prescreve Fluoroquinolonas, Ciprofloxacino ou
6. ITU E BACTERIÚRIA NA GESTANTE Levofloxacino (quinolonas) para gestantes porque isso leva a
alterações na cartilagem fetal. É contra indicado em qualquer
estágio prescrever esses medicamentos: primeiro,segundo ou
▪ A cistite acomete de 1-4% das gestantes terceiro trimestre de gestação. E sempre que terminar o tto
realizar uma urocultura após 07 dias.
▪ Sintomas são típicos
▪ EAS pode vir com leucocituria, hematúria e pode vir OBS: Sempre que se tratar uma pielonefrite, cistite complicada
também com aumento de bactérias. guiada por urocultura, terminou o tto e quer confirmar o tto:
solicitar após 2 semanas ou 14 dias a urocultura – devido a
▪ Iniciamos antibioticoterapia empírica.
eliminação de bactérias pela urina. Já na gestante não espera
▪ Sempre tem que fazer uma urocultura > 102 – 103 duas semanas, e sim 07 dias, pois se ela estiver ainda cursando
UFC/ml com bacteriúria assintomática ou não estiver melhorado
clinicamente deve tratar novamente, não podemos esperar por
➔ Alterações fisiológicas complicações tanto maternas como fetais.

As alterações fisiológicas que essa gestante apresenta para se ➔ Complicações maternas


ter um maior risco de infecção urinária:
✓ Dilatação do sistema coletor: devido a ação da ✓ Choque séptico
progesterona ✓ Insuficiência respiratória
✓ Aumento do débito urinário ✓ Corioamnionite
✓ Diminuição do tônus vesical ✓ Endometrite
✓ Aumento do tamanho renal: lembrar que na maioria das ✓ Pré-eclâmpsia
gestantes solicita USG, mas nem sempre a dilatação ✓ Abscesso renal/ perirrenal
assintomática são alterações hormonais da gestação
ou compressão do útero gravídico e dilatação dos Gestante deve ter muito cuidado, pois elas são
ureteres. imunossuprimidas para não ter reação imune contra o feto.
✓ Alteração pH urinário – básico: maior excreção de
aminoácidos e glicose e isso acaba alterando o pH.
Sendo que o pH ácido urinário que protege de ter uma ➔ Complicações fetais
infecção.
✓ Diminuição da concentração urinária ✓ Trabalho de parto prematuro
✓ Prematuridade
Sabe se que a bacteriúria assintomática leva ao maior risco de ✓ Baixo peso
ter uma ITU sintomática. ✓ Amniorrexe prematura
✓ CIUR – restrição de crescimento intrauterino

4
✓ Alterações cognitivas • Nefrolitíase
✓ Leucomalácia encefálica
• Alterações anatômicas
✓ Mortalidade fetal
• Drogas
7. BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA (BA)
▪ 2 – 13% das gestantes ➔ Tratamento
▪ 30% das gestantes com BA vão partir para ITU Na pielonefrite com um quadro leve ou moderado deve se
sintomática tratar com:
▪ Considera na URC > 105 UFC/ml em 2x (na urocultura)
▪ URC > 102 UFC/ml (no cateterismo) ✓ Ceftriaxone 1g EV
✓ Cefepime 1g EV
Se estiver trabalhando no SUS, devemos solicitar uma
Urocultura entre a 12 – 16ª semana – cartilha da gestante. ✓ Amoxicilina com clavulanato 1,2 g
Se solicitar entre a 12-16ª semana e vier negativa, não precisa ✓ Azitromicina 1g
solicitar no segundo e terceiro trimestre. Agora se é uma
gestante que cursa com complicações, bacteriúria Paciente gestante não está vomitando, está bem clinicamente
assintomática, vem tto uma cistite e melhora ou cistite recorrente
pode repetir a urocultura no segundo e terceiro trimestre. vai tratar em casa? Não, gestante deve ser internada –
A principal indicação é na 12-16ª semana na paciente obrigatório ficar internada por 48h - e faz o tto via oral de 10 – 14
assintomática – acompanhamento pré-natal.
dias após internação.

➔ Tratamento -Quadro agudo


▪ Primeira linha de tratamento: Amoxicilina ou
✓ Ticarciclina com clavulanato 3,1g EV
Cefalexina;
▪ Segunda linha de tratamento: Amoxicilina com ✓ Piperaciclina com taobactam 3,375g
clavulanato ou Nitrofurantoína ✓ Meropenem 0,5g
✓ Ertapenem 1g
Não prescrever Nitrofurantoína para a gestante qndo ela estiver
próximo a 36ª semana porque isso leva a ter maior risco de ter ✓ Doripenem 1g
anemias hemolíticas no feto. Então, geralmente no terceiro
trimestre não se acostuma prescrever Nitrofurantoína.
Sempre no quadro de pielonefrite vai solicitar um USG de vias
A Sociedade Europeia de Urologia autoriza o tto da gestante
urinárias: avaliar se tem dilatação, hidronefrose ou abscesso.
com Fosfomicina (Monuril® ou Traturil®) 3g diluído em 1 copo
com água. Pode ser realizado até profilaxia com o Monuril® (a Nesse quadro, se estiver bastante dilatado e a paciente com
cada 03 dias dá um sache para a gestante tomar) – casos de
cólicas e suspeitar de urolitíase, pode solicitar um RNM para
várias resistências a medicamentos.
melhor avaliar.

8. PIELONEFRITE AGUDA NA GESTANTE Vai fazer uma profilaxia numa gestante quando ela apresentar
02 episódios de ITU em 6 meses ou quando apresentar um
▪ 0,5 – 2% das gestantes dos casos episódio de pielonefrite. E tem recorrência de 6 -8% - recorrência
▪ 80 – 90% ocorre no segundo e terceiro trimestre, pois alta.
é quando essa gestante terá uma maior dilatação, o ➔ Profilaxia:
debito urinário estará maior devido maior excreção de ✓ Nitrofurantoína 100mg VO, 01 cp dia até 36ª semana
aa e glicose. E na fase final da gravidez que a criança de gestação
começa a crescer. ✓ Cefalexina 500mg/dia até o final da gestação
▪ Cursa com febre, dor lombar e dor abdominal. Nem
sempre essa gestante apresentara dor lombar. Sempre Guideline EAU 2015
atentar para que se a gestante tem febre e não ter dor ✓ Nitrofurantoína 50mg/dia
lombar não significa não ter pielonefrite. A dor ✓ Fosfomicina 3gr VO cada 10 dias
abdominal com febre tmbm fecha o diagnóstico de ✓ Cefaclor 250mg VO 1x dia
pielonefrite. Conclusão: O dx de bacteriúria na gestante deve ser
▪ Pior prognostico materno e fetal. realizado precoce. Não deixe de pedir a Urocultura, tto
➔ Fatores de risco adequado e acompanhar essa paciente.

• Bacteriuria assintomática
• Idade materna – qnto mais velha a paciente, pior é o
risco.
• Nuliparidade
• Diabetes melitus

Você também pode gostar