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Eletroerosão
Eletroerosão
Processos de Fabrico
Mestrado em Engenharia Industrial
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Índice de Figuras
Figura 1 - Exemplo de forma com geometria complexa que pode ser produzida por
eletroerosão, produzida numa só fase de operação. ................................................................... 4
Figura 2 - Representação básica de uma superfície usinada por EDM demonstrando os
principais aspetos e os seus fatores de influência. ....................................................................... 5
Figura 3 - Máquina de eletroerosão a penetração e os seus principais componentes. ............... 9
Figura 4 - Esquema simplificado do momento da descarga. ...................................................... 10
Figura 5 - Esquema simplificado do processo de eletroerosão. ................................................. 10
Figura 6 - Esquema que demonstra o GAP.................................................................................. 10
Figura 7 - Grandezas de corte e parâmetros de desempenho do processo de maquinagem por
descargas elétricas. ..................................................................................................................... 12
Figura 8 - Fases da Descarga Elétrica no Processo de EDM. ....................................................... 12
Figura 9 - Representação esquemática da faísca elétrica, onde os fluxos de calor nas superfícies
do cátodo e do ânodo estão representados por qc e qa, sendo ra e rc os raios das cavidades
fundidas. ...................................................................................................................................... 14
Figura 10 - Sequência do EDM, onde Te define a fusão da peça, t0 a implosão do material
fundido e, por fim, a limpeza das partículas. .............................................................................. 15
Figura 11 - Exemplo de peça sendo usinada por eletroerosão por penetração. ........................ 15
Figura 12 - Esquema do posicionamento de elétrodo em peça usinada por EDM. .................... 16
Figura 13 - Exemplos de peças usinadas por eletroerosão a fio ................................................. 16
Figura 14 - Peça maquinada por eletroerosão a fio. ................................................................... 16
Figura 15 - Micrografia do aço apresentando as camadas geradas na superfície do material
após o processo de EDM. ............................................................................................................ 18
Figura 16 - Quadro com Evolução da Tensão e Corrente elétricas durante a descarga de uma
faísca. .......................................................................................................................................... 19
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Resumo
Abstract
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1. Introdução
O processo de maquinagem por eletroerosão que conhecemos hoje em
dia começou com as observações de Joseph Preistly, em 1770. Este brilhante
filósofo, ao qual é atribuída a descoberta do oxigénio notou, nas suas
experiências, que as descargas elétricas removiam material dos elétrodos.
Na década de 1940, dois pesquisadores soviéticos, os Lazarenkos,
desenvolveram um processo de maquinagem que formou as bases para a
eletroerosão moderna. O processo de maquinagem por eletroerosão também é
conhecido por EDM (Electrical Discharge Machining), ou maquinagem de
descarga elétrica.
Assim, a eletroerosão consiste num procedimento que envolve grande
conhecimento químico e físico, uma vez que é realizado através do atrito gerado
por descargas elétricas, que desencadeia o processo de maquinagem.
A eletroerosão é um processo para fabricação de peças isoladas, no
máximo para pequenas séries. A peça é submersa num líquido, onde não existe
força de corte, pois não há contato entre a ferramenta e a peça, não formando
as tensões comuns dos processos convencionais de maquinagem.
Figura 1 - Exemplo de forma com geometria complexa que pode ser produzida por eletroerosão, produzida numa só
fase de operação.
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2. Eletroerosão por Penetração
Figura 2 - Representação básica de uma superfície usinada por EDM demonstrando os principais aspetos e os seus
fatores de influência.
2.1.1. Elétrodo-Ferramenta
Esse parâmetro é o meio pelo qual a energia elétrica é transportada para
o elétrodo-peça, sendo que o material empregado na sua construção influencia
diretamente no resultado do transporte da energia. A forma do elétrodo-
ferramenta estabelece um modelo/molde no elétrodo-peça através das faíscas
elétricas que ocorrem durante o processo. Assim, o elétrodo-ferramenta
transfere a sua imagem ao elétrodo-peça, à medida que ele avança na cavidade
em que está a ser maquinado.
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2.1.1.1. Materiais mais comuns para a fabricação dos
elétrodos-ferramenta
Elétrodo de Latão
Frequentemente utilizado na maquinagem de algumas ligas de titânio e
apenas para o regime de acabamento. Por causa da sua alta taxa de desgaste,
não pode ser utilizado em peças com formas complexas
Elétrodo de Cobre
O cobre é classificado como um material puro ou como cobre eletrolítico.
Pode ser utilizado para obter uma ótima superfície de acabamento e ainda ao
ser polido origina uma superfície de acabamento com rugosidade baixa. Os
elétrodos de cobre também promovem alta escala de produção e são aplicados
nas produções de geometrias complexas a baixo custo. Para a indústria de
equipamentos médicos, o elétrodo-ferramenta de cobre apresenta grande
vantagem sobre o elétrodo-ferramenta de grafita devido à sua capacidade de
polimento e menor degradação de partículas durante a maquinagem.
Elétrodo de Cobre Tungstênio
Recomendado para aplicações de maquinagem que necessitam de alto
acabamento, alta precisão e ainda para materiais de difícil aplicação, como por
exemplo, o metal duro. O cobre-tungstênio possui ótima resistência ao desgaste
térmico e é menos suscetível a ruturas ou fraturas quando comparado com a
grafite para maquinagem de cavidades profundas. O cobre-tungstênio possui
pior usinabilidade quando comparado ao cobre eletrolítico. Este material está na
classe dos materiais mais caros para a produção de elétrodos e sua composição
é de 70% para o tungstênio e de 30% para o cobre.
Elétrodo de Grafite
Este material é o mais utilizado na fabricação de elétrodos-ferramenta
para a EDM. O custo do elétrodo de grafite é menor para as classes de partículas
de baixa densidade. A grafita de granulometria superior é utilizada normalmente
para maquinagem de desbaste na EDM e as de granulometria aplicadas para a
usinagem com regime de acabamento.
2.1.2. Elétrodo-Peça
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2.1.3. Taxa de remoção
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2.1.4.1. Principais propriedades dos fluidos:
Tempo de Desionização
Tempo necessário para iões e eletrões se recombinarem depois de uma
descarga. Quanto menor é o tempo de desionização, menor é o t0 necessário
entre os pulsos subsequentes. Esta característica faz com que se evitem curtos-
circuitos.
Viscosidade
Viscosidade é uma medida da resistência ao escoamento do fluido. No
geral, quanto menor for a viscosidade melhores serão as características de
escoamento. Porém, a alta viscosidade pode proporcionar bom desempenho em
alguns tipos de operações de desbaste.
Calor Específico
Quanto maior o calor específico, mais energia térmica pode acumular sem
grande aumento na temperatura, o que aumenta o rendimento do processo e
aumenta a vida do fluido dielétrico. O elevado crescimento da temperatura
aumenta a difusão de átomos da peça para o fluido e vice-versa, o que pode
causar alterações significativas na estrutura do material, além do aparecimento
de uma maior quantidade de micro-trincas causadas pelo calor excessivo.
Condutividade Térmica
Quanto maior a condutividade térmica do fluido dielétrico, menor é o
tempo necessário para solidificar e arrefecer as gotas de metal expelidas da zona
de erosão. Isto reduz a possibilidade de partículas aderirem ao elétrodo ou se
re-depositarem na superfície da peça. Estas duas características, calor
específico e condutividade térmica, aliadas, dão alta capacidade de
arrefecimento preservando a integridade da estrutura metalúrgica do material da
peça durante a operação.
Ponto de Ebulição
Quanto maior o ponto de ebulição do dielétrico, mais estável se mantém
o fluido em temperaturas elevadas sem perder as suas propriedades originais,
perdendo frações menores de componentes pela evaporação seletiva das
frações mais voláteis.
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Figura 3 - Máquina de eletroerosão a penetração e os seus principais componentes.
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Figura 5 - Esquema simplificado do processo de eletroerosão. Figura 4 - Esquema simplificado do momento da descarga.
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2.4. Parâmetros do processo de eletroerosão
Os principais parâmetros do processo de maquinagem por descargas
elétricas são: o material do elétrodo-ferramenta (EF), o elétrodo-peça (MP) e o
fluido dielétrico (FD).
Da máquina-ferramenta originam-se variáveis de usinagem, entre elas:
A frequência de descarga elétrica (f), a tensão do arco (V) e a intensidade
de corrente (A).
Tais grandezas de corte influenciam decisivamente nos quatro principais
parâmetros de desempenho do processo:
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Figura 7 - Grandezas de corte e parâmetros de desempenho do processo de maquinagem por descargas elétricas.
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sobreaquecimento, seguido da evaporação de uma pequena quantidade do
fluído dielétrico. Simultaneamente, ocorre um aumento da corrente elétrica e um
decréscimo da resistência do dielétrico.
Neste momento podem ser observadas a formação e a intensificação de
túneis transportadores de energia elétrica tanto para o ânodo quanto para o
cátodo. A formação destes túneis é resultante da queda da tensão em aberto
para a tensão de rutura do fluido dielétrico, e em sequência ocorre o aumento da
corrente elétrica até atingir o nível determinado pelo operador da máquina de
EDM.
A corrente restringe-se exclusivamente a superfície do canal de descarga
e concentra-se em uma seção mínima, formando-se um canal de plasma. Sob o
efeito dos choques criam-se altas temperaturas em ambos os polos.
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Figura 9 - Representação esquemática da faísca elétrica, onde os fluxos de calor nas superfícies do cátodo e do
ânodo estão representados por qc e qa, sendo ra e rc os raios das cavidades fundidas.
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Uma parte do material expelido é carregada pelo fluxo do dielétrico para
fora da fenda de trabalho, e a outra parte solidifica-se na própria cratera e em
regiões próximas, constituindo a camada superficial chamada de camada
branca.
Figura 10 - Sequência do EDM, onde Te define a fusão da peça, t0 a implosão do material fundido e, por fim, a
limpeza das partículas.
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Figura 12 - Esquema do posicionamento de elétrodo em peça usinada por EDM.
3. Eletroerosão a fio
Os princípios básicos deste processo são semelhantes aos da
eletroerosão por penetração, sendo indicado para a maquinagem de cavidades
passantes e perfurações transversais.
Nesse processo, um fio bobinado desenrola-se constantemente durante
o processo é utilizado como elétrodo-ferramenta, sendo a peça produzida pelo
movimento relativo entre o fio e a peça.
A diferença é que, neste caso, um fio de latão ionizado é eletricamente
carregado e atravessa uma peça submersa em água desionizada com
movimentos constantes, provocando descargas elétricas entre o fio e a peça,
resultando no corte do material. O corte a fio é programado por comando
numérico computadorizado (CNC) e permite o corte de perfis complexos com
exatidão. Atualmente, a eletroerosão a fio é bastante usada na indústria para
coinfecção de placas de guia e porta punções. Para permitir a passagem do fio,
é feito previamente um pequeno orifício no material a ser usinado.
Figura 14 - Peça maquinada por eletroerosão a fio. Figura 13 - Exemplos de peças usinadas por eletroerosão a fio
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3.1. Características
A eletroerosão a fio é um método para cortar materiais condutivos
com um fino elétrodo que segue um caminho programado;
Ausência de forças de corte e tensões comuns dos processos
convencionais de maquinagem, pois não há contato físico entre o
fio e peça;
Rápida dissipação de calor, pelo fato de a peça permanecer
submersa em líquido;
A dureza do material da peça não tem efeito negativo na velocidade
de corte.
3.2. Aplicações
Coinfecção de matrizes para estampas de corte, fieiras para
trefilação, micro EDM e a fabricação de ferramentas de metal duro;
Materiais muito duros e de difícil maquinagem pelos processos
tradicionais.
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material não expelido pelo fluxo do fluido dielétrico, o qual é solidificado na
própria região usinada e em regiões vizinhas, dessa forma é constituída a
camada superficial chamada de camada branca (white layer).
Esta camada apresenta mudanças químicas devido à interação com
subprodutos do dielétrico e do próprio elétrodo-ferramenta. Outras modificações
ocorrem na estrutura da camada branca devido à rápida solidificação do material.
A camada branca possui composição e estrutura bastante heterogênea e
apresenta propriedades mecânicas completamente diferentes daquelas
encontradas no substrato do material.
Figura 15 - Micrografia do aço apresentando as camadas geradas na superfície do material após o processo de EDM.
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Figura 16 - Quadro com Evolução da Tensão e Corrente elétricas durante a descarga de uma faísca.
Símbolos e Nomenclatura
ûi – tensão em aberto;
ue – tensão média da descarga;
U – Tensão média de trabalho durante a usinagem;
td – tempo de retardo de ignição da descarga;
te – duração de descarga;
ti – duração do pulso de tensão (td + te);
to – duração do intervalo entre duas sucessivas descargas;
tp – duração do período do ciclo de uma descarga;
îe – corrente máxima durante a descarga;
ie – corrente média durante a descarga;
τ – relação de contato: representa a razão entre a duração do pulso (ti) e
a duração do período do ciclo da descarga (tp).
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superficial das peças eletroerodidas é analisada usualmente pelos parâmetros
de rugosidade Ra e Rz ambos em µm.
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5. Conclusão
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6. Bibliografia
https://www.ampcometal.com/documents/ampco_machining_recommenda
tions_pt.pdf, novembro de 2019
http://moldesinjecaoplasticos.com.br/processos-de-eletroerosao/, novembro de
2019
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