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COMO O TRABALHO
QUAL A RELEVÂNCIA DESTE
FOI REALIZADO?
TEMA?
No escopo do trabalho foi avaliado o
Indispensável para a saúde humana, segundo a cumprimento das metas imediatas e de
Organização Mundial da Saúde – OMS, o saneamento curto prazo de caráter estruturante em
básico é o controle de todos os fatores do meio físico do relação aos eixos Abastecimento de
homem, que exercem ou podem exercer efeitos nocivos Água, Esgotamento Sanitário,
sobre o bem-estar físico, mental e social. Drenagem Urbana e Resíduos Sólidos.
A importância do saneamento básico está ligada à Para subsidiar a equipe de fiscalização,
implantação de sistemas e modelos públicos que o TCE/MT formalizou termo de
promovam o abastecimento de água, esgoto sanitário e cooperação com a Universidade
destinação correta de lixo, com o objetivo de prevenção e
Federal de Mato Grosso. Com o objetivo
controle de doenças, promoção de hábitos higiênicos e de desenvolver ações específicas de
saudáveis, melhorias da limpeza pública básica e, coleta e análise de amostras de água e
consequentemente, da qualidade de vida da população. esgoto, foi formalizado Termo de
Em Mato Grosso, a deficiência dos sistemas de Cooperação Técnica com a Fundação
saneamento básico constitui um dos maiores problemas Nacional de Saúde – Funasa.
ambientais a serem enfrentados. Por outro lado, as Durante a fase de execução, foram
prefeituras têm dificuldade em administrar o problema, realizadas inspeções e visita técnica.
seja por carência de recursos, falta de pessoal Após a análise, as ações foram
especializado ou por não priorização do tema pelos classificadas em não realizada, em
gestores municipais. execução, realizada parcialmente e
concluída.
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EM RESUMO
O QUE O TCE/MT ENCONTROU? QUAIS OS BENEFÍCIOS
ESPERADOS?
No portal de transparência da Prefeitura
Municipal, inexiste informação acerca dos planos Espera-se que o trabalho
municipais de saneamento, das metas imediatas e das possa contribuir para que o
ações tomadas para dar cumprimento a essas metas. Plano Municipal de
Saneamento Básico - PMSB
Destaca-se que o Plano Municipal de executado em sua plenitude e
Saneamento Básico de Sinop foi elaborado em 2013 e deixe de ser apenas um
encontra-se desatualizado. Com base na análise dessa documento formal.
peça de planejamento, constatou-se que 30% das ações
estruturantes pertinentes ao sistema de abastecimento Busca-se, de igual forma,
de água analisadas não foram concluídas. que os gestores estimulem o
exercício do controle social no
Em relação ao esgotamento sanitário, o que se processo de implantação e
pôde evidenciar é que 21 de 27 ações estruturantes execução do PMSB.
avaliadas não foram cumpridas.
Por meio da
No que se refere ao manejo de resíduos sólidos, implementação de
destaca-se que Sinop ainda não possui Plano Municipal esgotamento sanitário no
de Manejo de Resíduos Sólidos e ainda utiliza a área do município, busca-se a redução
antigo lixão, que necessita de projeto para remediação. de doenças, a minimização do
Salienta-se que, tanto o eixo “resíduos sólidos” quanto o impacto ambiental e a
eixo “drenagem de águas pluviais urbanas” não foram valorização imobiliária e do
contemplados no PMSB. turismo.
Almeja-se que seja
Devido à ausência de Cadastro Técnico da rede
alcançada a destinação
de drenagem do município e de Plano de inspeção,
adequada e completa dos
manutenção e limpeza dos sistemas de drenagem e a
resíduos, como forma de
não priorização da gestão em corrigir tais falhas,
proteção do meio ambiente e
permanecem as deficiências do sistema de drenagem
da saúde pública.
urbana.
Por fim, espera-se um
aumento na eficiência do
sistema de drenagem de águas
pluviais do município e uma
diminuição na ocorrência de
alagamentos e do acúmulo de
lixo em guias, sarjetas e bocas
de lobo.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 7
1.1 Antecedentes ......................................................................................................................... 7
1.2 Escopo e objetivo.................................................................................................................. 8
1.3 Materialidade ......................................................................................................................... 9
1.4 Relevância e riscos ............................................................................................................. 10
1.5 Metodologia ......................................................................................................................... 10
8. CONCLUSÃO ................................................................................................................................... 40
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LISTA DE TABELAS
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LISTA DE FOTOS
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LISTA DE SIGLAS
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1. INTRODUÇÃO
1.1 Antecedentes
1 Anexo 1.
2 Processo de levantamento sob protocolo nº 285.684/2018.
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2019, foram selecionados nove municípios da baixada cuiabana e o município de Sinop,
conforme demonstra-se:
População estimada
Item Municípios a serem avaliados
[2018]
1 Acorizal (amostra 2019) 5.424
2 Barão de Melgaço (amostra 2019) 7.591
Total 1.281.090
Fonte: Equipe técnica com dados do IBGE.
- Em 2019, houve o cumprimento das metas imediatas e de curto prazo das ações estruturais
contempladas no Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB?
1.3 Materialidade
14. Estudo da UFMT4 em 109 municípios de Mato Grosso aponta que o total de
recursos financeiros estimados para universalização dos serviços de saneamento básico, no
prazo de 20 anos, considerando investimentos e manutenção das ações (custeio) alcança R$
8,52 bilhões.
Sistema de Sistema de
Limpeza drenagem
Sistema de Sistema de
Gestão Urbana e urbana e
Períodos Abastecimento Esgotamento Total
Organizacional Manejo de manejo de
de Água Sanitário
Resíduos águas
Sólidos pluviais
4 Proposta de acompanhamento dos planos de saneamento básico nos municípios do Estado de Mato Grosso.
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15. No que se refere ao Município de Sinop, o custo total das medidas estruturantes
ao Sistema de Abastecimento de Água e ao Sistema de Esgotamento Sanitário foi estimado
em R$ 287.886.853,64 ao longo do horizonte do PMSB elaborado em 2013. Deste total, R$
67.449.890,82 se referem ao Sistema de Abastecimento de Água e R$ 220.436.962,79 ao
Sistema de Esgotamento Sanitário.
16. Reitera-se que a peça de planejamento não aborda os eixos “Limpeza Urbana
e Manejo de Resíduos Sólidos” e “Drenagem de Águas Pluviais Urbanas”.
18. Ainda, 94,7% dos municípios têm como disposição final de Resíduos Sólidos
Urbanos – RSU, os lixões ou lixão e queima. Deste total, 74% não possui sequer projeto para
construção de Aterro Sanitário.
19. De modo semelhante, 94% dos municípios avaliados não têm Conselho
Municipal de Saneamento Básico ou outro órgão colegiado de caráter consultivo que permita
a participação da população nas decisões sobre saneamento básico.
1.5 Metodologia
26. A avaliação foi realizada com auxílio dos especialistas da UFMT com base em
observação direta, checklist de verificação e análise documental a partir das informações
apresentados pelo jurisdicionado e anexados no relatório técnico6.
6 Anexo 2.
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2. VISÃO GERAL
30. Nesse contexto, dispor de saneamento é uma das principais conquistas para a
saúde e qualidade de vida de uma população, uma vez que a melhoria nos índices de
desenvolvimento humano passa pela implementação do ciclo de saneamento. Em outras
palavras, há relação direta das ações governamentais de saneamento básico e de saúde:
para otimizar as ações de saúde, há a urgência de se iniciar melhorias na infraestrutura de
saneamento.
31. Por outro lado, dados da Síntese de Indicadores Sociais – SIS, divulgados pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE7, apontam que 71,6% da população do
país não possui acesso adequado aos serviços de água, lixo e esgoto.
32. Conforme informações do Instituto Trata Brasil8, o país ainda apresenta quase
35 milhões de brasileiros sem acesso à água tratada e quase 100 milhões de brasileiros não
têm coleta de esgotos (47,6% da população). Em Mato Grosso somente 37,6% da
população tem acesso ao serviço de esgotamento sanitário.
7 Disponível em:<https://g1.globo.com/mt/mato-grosso/noticia/2018/12/07/mais-de-70-da-populacao-de-mt-nao-
possui-acesso-ao-saneamento-basico-adequado-diz-ibge.ghtml>. Acesso em: 28 ago. 2019.
8 Disponível em:<https://cebds.org/aquasfera/investimentos-em-saneamento-basico-e-agua-no-brasil-em-
queda/>. Acesso em 2 set. 2019.
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34. Contudo, apesar de importância do saneamento básico na saúde pública, há
dois fatores decisivos no Brasil para que o saneamento caminhe: 1º) planejamento, que pode
ser feito por instrumentos como o Plano Municipal de Saneamento Básico, uma vez que esse
documento aborda as necessidades sanitárias do município e os meios para alcançá-las; e
2º) investimentos nas políticas de saneamento básico.
36. Segundo o Instituto Trata Brasil, mais de 50% dos investimentos estiveram
concentrados em apenas 100 cidades (40% da população).
9 Conforme levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria – CNI com base em dados do Sistema
Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS. Disponível
em:<https://noticias.portaldaindustria.com.br/noticias/infraestrutura/investimentos-em-saneamento-caem-e-
universalizacao-dos-servicos-de-agua-e-esgoto-ficara-para-a-decada-de-2060/>. Acesso em: 2 set. 2019.
10 Proposta de acompanhamento dos planos de saneamento básico nos municípios do Estado de Mato Grosso.
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3. SITUAÇÃO IDENTIFICADA EM RELAÇÃO AO ABASTECIMENTO DE ÁGUA
40. À medida em que foram surgindo novas demandas por água tratada, o Sistema
de Abastecimento foi se pulverizando em sistemas independentes de abastecimento de água
tratada da zona urbana. A base destes sistemas independentes são os poços de captação e
rede de distribuição. Na maioria das situações, já estão disponíveis unidades de reservação.
42. A micromedição existe apenas em 53,20% das ligações, mas com hidrômetros
com mais de 10 anos, de acordo com dados disponíveis no PMSB elaborado em 2013 pelo
município.
Figura 1 - Reservatório Figura 2 - Conjunto motobomba para pressurização
RAP
Fonte: Equipe Projeto TCE/UFMT, 2019. Fonte: Equipe Projeto TCE/UFMT, 2019.
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43. Os poços constituem uma infraestrutura mais simplificada em relação a
mananciais superficiais que requerem a implantação de Estações de Tratamento de Água.
Porém, necessitam de um serviço permanente de operação e manutenção, baseado em
programas sistemáticos de caráter preventivo e corretivo, de forma a assegurar eficiência dos
sistemas de abastecimento da água e o atendimento ao padrão sanitário exigido.
44. Vale informar que, desde novembro de 2014, a empresa Águas de Sinop é a
concessionária dos serviços de água e esgoto no município.
Fonte: Equipe projeto TCE/UFMT, 2019. Fonte: Equipe projeto TCE/UFMT, 2019.
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48. Apresenta-se a síntese os resultados da análise em relação à execução das
ações estruturantes do PMSB referentes ao Sistema de Abastecimento de Água de Sinop que
não foram atendidas:
Tabela 2 – Execução das ações estruturantes relativas ao Sistema de Abastecimento
de Água
Caráter
Andamento da Ação Imediato/Curto
Especificação Prazo (2017 – 2019)
Não Em Realizada Documento
Concluída
realizada execução parcialmente comprobatório
Gestor declarou como
Elaboração de Projetos em execução, mas
Básicos e Executivos; X não foi encaminhado
documento
comprobatório;
Gestor declarou como
em execução, mas
Ampliação Sistema
Produtor – poços; X não foi encaminhado
documento
comprobatório;
Gestor declarou como
Estações elevatórias de em execução, mas
água bruta e tratada X não foi encaminhado
(adequação); documento
comprobatório;
Gestor declarou como
em execução, mas
Realizar análises nos
mananciais; X não foi encaminhado
documento
comprobatório;
Relatório de
indicadores referente
Realizar análises na
saída do tratamento; X ao ano de 2018 –
Anexo 5 do relatório
dos especialistas;
Concessionaria não
enviou
Comprovação -
Nota da UFMT:
Controle do atendimento Relatório de
a legislação vigente; X indicadores
referente ao ano de
2018
Observação nas
visitas;
Certificação ISO
9001:2015 - Laboratório X Não informado;
da Concessionária;
Adequar gestão à NBR
Não informado;
ISO/IEQ 17025:2005;
Relatório de
indicadores
Implantação de rede de referente ao ano de
distribuição; X
2018 – Anexo 5 do
relatório dos
especialistas;
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Relatório de
indicadores
Substituição de rede de referente ao ano de
distribuição; X 2018 – Anexo 5 do
relatório dos
especialistas;
Relatório de
indicadores referente
Instalação e substituição
de hidrômetros; X ao ano de 2018 –
Anexo 5 do relatório
dos especialistas;
Relatório de
indicadores referente
Elaboração de projetos
básicos e executivos; X ao ano de 2018 –
Anexo 5 do relatório
dos especialistas;
Relatório de
indicadores referente
Implantação e ampliação
da reservação; X ao ano de 2018 –
Anexo 5 do relatório
dos especialistas;
Fomentar a criação de
bibliotecas; X -
Relatório de
Estimular a criação de indicadores referente
associação de usuários X ao ano de 2018 –
de saneamento; Anexo 5 do relatório
dos especialistas;
Relatório de
Utilização de meios de indicadores referente
comunicação social; X ao ano de 2018 –
Anexo 5 do relatório
dos especialistas;
Relatório de
Substituição e indicadores referente
manutenção de X ao ano de 2018 –
hidrômetros; Anexo 5 do relatório
dos especialistas;
Relatório de
Combate a fraudes e ao indicadores referente
uso não autorizado; X ao ano de 2018 –
Anexo 5 do relatório
dos especialistas;
Relatório de
Pesquisas de campo e indicadores referente
cadastrais; X ao ano de 2018 –
Anexo 5 do relatório
dos especialistas;
Relatório de
Treinamento de indicadores referente
leituristas; X ao ano de 2018 –
Anexo 5 do relatório
dos especialistas;
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Relatório de
Controle de pressão na indicadores referente
rede de distribuição; X ao ano de 2018 –
Anexo 5 do relatório
dos especialistas;
Relatório de
Instalação de válvulas indicadores referente
redutoras de pressão; X ao ano de 2018 –
Anexo 5 do relatório
dos especialistas;
Informado pela
Setorização da rede de concessionaria –
distribuição; X Anexo 20 do relatório
dos especialistas;
Criação de Distritos de
Medição e Controle – X Não informado;
DMC;
Aumentar a velocidade Relatório de
no reparo de X indicadores referente
vazamentos; ao ano de 2018;
49. Cumpre destacar que, de acordo com o PMSB de 2013, o Município de Sinop
possui baixa capacidade de investimento para fazer frente às demandas apresentadas em
cada um dos componentes do Sistema Municipal de saneamento Básico.
50. Ainda conforme o plano, para garantir o financiamento das ações, seria
necessário combinar estratégias, ampliar a capacidade de arrecadação própria, por meio de
reavaliação e implantação de cobrança de taxas e tarifas dos usuários.
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52. Atualmente, a tarifa residencial social cobrada pelo consumo de até 10 m³ é de
R$ 1,55 por m³ e para esgoto, R$ 1,24; a tarifa residencial normal para consumo de até 10 m³
é de R$ 3,10 e a tarifa de esgoto, R$ 2,48 (as tarifas cobradas pela coleta e tratamento de
esgoto correspondem a 80% do valor da tarifa de água).
Fonte: Equipe projeto TCE/UFMT, 2019. Fonte: Equipe projeto TCE/UFMT, 2019.
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57. Com relação ao sistema regulatório, sabe-se que, para garantir o cumprimento
e a eficiência da prestação dos serviços de abastecimento de água e tratamento de esgoto,
deve haver uma avaliação por um ente regulatório.
60. Sinop conta com uma Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do
Município, a Ager Sinop. Criada em 16 de setembro de 2014 pela Lei Municipal nº 2.036/2014,
tem por atribuição exercer as atividades de regulação dos serviços públicos de abastecimento
de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e transporte
coletivo urbano, delegados pelo município.
66. Com fulcro no art. 29, incisos VI e VIII da Lei 8.987/1995, na Lei nº 11.445/2007
e no Contrato de Concessão nº 96/14, Cláusula nº 23, sugere-se que seja determinado à
Agência Reguladora de Sinop que:
a) Exija da Empresa Concessionária o cumprimento das ações estruturantes
relativas ao Sistema de Abastecimento de Água previstas no Plano Municipal de
Saneamento Básico.
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4. SITUAÇÃO IDENTIFICADA EM RELAÇÃO AO ESGOTAMENTO
SANITÁRIO
70. Conforme o relatório dos especialistas da UFMT que prestaram apoio técnico
ao presente trabalho, Na época de elaboração do PMSB de Sinop somente o bairro
Residencial Daury Riva, um conjunto habitacional com cerca de 1.000 residências, possuía
rede de coleta e estação de tratamento de esgoto.
74. Durante a visita, a equipe foi informada de que a concessionária construiu uma
estação de tratamento de esgoto, ETE Curupy, com capacidade de tratamento de 60 l/s e
implantou redes coletoras em torno de 40% do município, porém esse percentual tem sido
questionado pela agência reguladora.
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75. Conforme a concessionária, a ETE Curupy, inaugurada em 2016, com recebe
apenas uma vazão de 15 l/s e atende a uma população de 22% da população. No entanto,
com a ampliação da rede de coleta de esgoto, espera-se que a estação possa operar na sua
capacidade máxima.
Figura 7 - Vista geral ETE Figura 8 - Reator UASB
Fonte: Equipe projeto TCE/UFMT, 2019. Fonte: Equipe projeto TCE/UFMT, 2019.
76. De acordo com o relatório dos especialistas, a ETE tem recebido o efluente
proveniente dos limpa-fossas (figura 9) – que é despejado no início do sistema sem qualquer
tipo de tratamento preliminar diferenciado – que passa pelo processo de tratamento
juntamente com o esgoto sanitário e prejudica a eficiência do sistema.
Figura 9 - Limpa fossa Figura 10 - Vista geral do UASB
Fonte: Equipe projeto TCE/UFMT, 2019. Fonte: Equipe projeto TCE/UFMT, 2019.
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77. Em razão desse panorama na Estação de Tratamento de Esgoto, os
especialistas da UFMT sugeriram providências pontuais, tais como:
➢ Construção de um tanque de equalização para recebimento do lodo
de limpa-fossa e posterior inserção na ETE;
➢ Melhoraria na operação do Sistema ETE;
➢ Apresentação dados de qualidade dos efluentes da ETE.
Caráter
Imediato/Curto
Andamento da Ação
Prazo (2017 –
Especificação
2019)
Não Em Realizada Documento
Concluída
realizada execução parcialmente comprobatório
Gestor declarou
como em execução,
Elaboração de projetos mas não foi
básicos e executivos; X encaminhado
documento
comprobatório;
Não enviou
documentação
Licenciamento ambiental; X Nota da UFMT
Informado pela
concessionária;
Gestor declarou
como em execução,
Implantação de rede mas não foi
coletora; X encaminhado
documento
comprobatório;
82. Com fulcro no art. 29, incisos VI e VIII da Lei 8.987/1995, na Lei nº 11.445/2007
e no Contrato de Concessão nº 96/14, Cláusula nº 23, sugere-se que seja determinado à
Agência Reguladora de Sinop que:
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a) Exija da Empresa Concessionária o cumprimento das ações estruturantes
relativas ao Sistema de Esgotamento Sanitário previstas no Plano Municipal de
Saneamento Básico.
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5. SITUAÇÃO IDENTIFICADA EM RELAÇÃO À INFRAESTRUTURA DA
LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Devido à falta priorização em relação às políticas para o manejo de resíduos sólidos,
identificou-se a utilização de área desativada do antigo lixão; área destinada a recebimento
de resíduos de construção civil operando como lixão a “céu aberto”; e baixa efetividade da
coleta seletiva no município. Tais inconformidades trazem impactos ambientais, sanitários e
sociais ao município.
84. A Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS foi aprovada por meio da Lei
Federal nº 12.305/10 e estabeleceu, entre seus princípios norteadores, a visão sistêmica,
envolvendo diversas variáveis, como ambiental, social, econômica e de saúde pública. No art.
9º, dispôs sobre as diretrizes da gestão e do gerenciamento dos resíduos sólidos e trouxe,
em ordem de prioridade, as seguintes ações: não geração, redução, reutilização, reciclagem,
tratamento e disposição final dos rejeitos de modo ambientalmente adequado.
Figura 11 - Mapa com indicação dos locais visitados área de transbordo, lixão antigo e o de construção civil e
ainda a área do novo aterro, 2019
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Figura 12 - Material ferroso coletado por catadores Figura 13 - Área queimada do antigo lixão
Fonte: Equipe Projeto TCE/UFMT, 2019. Fonte: Equipe Projeto TCE/UFMT, 2019.
Fonte: Equipe Projeto TCE/UFMT, 2019. Fonte: Equipe Projeto TCE/UFMT, 2019.
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91. Cumpre informar que em Sinop o serviço de coleta regular dos resíduos
domiciliares e comerciais, seu transporte e destinação à estação de transbordo é terceirizado,
a empresa Sanetran Saneamento Ambiental SA é a responsável. O serviço de transporte
desses resíduos da área de transbordo ao aterro sanitário, no município de Sorriso, está sobre
a responsabilidade da Ecopav Construção e Soluções Urbanas. A disposição final dos
resíduos sólidos é realizada no aterro sanitário da empresa Sanorte Saneamento Ambiental
Ltda.
Fonte: Equipe Projeto TCE/UFMT, 2019. Fonte: Equipe Projeto TCE/UFMT, 2019
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a destinação final de resíduos sólidos domiciliares e comerciais, mais próximos a fontes
geradoras.
95. A área ocupada pelo maciço será de aproximadamente 13,50 hectares e terá
capacidade para receber até 6.000 toneladas por mês de resíduos sólidos. Conforme foi
informado à equipe, o tempo de vida útil do aterro será de 30 anos e oito meses.
96. Além das células para destinação de resíduos, o empreendimento contará com
uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), com o objetivo de realizar o tratamento de
todo o efluente líquido gerado no processo de decomposição dos resíduos, para posterior
retorno ao meio ambiente, além de balança, refeitório e escritório.
98. Tal fragilidade em relação ao planejamento pode ser corroborada pela não
inclusão do eixo “limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos” no Plano Municipal de
Saneamento Básico elaborado em 2013 e pela inexistência de Plano de Resíduos de
Construção Civil.
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100. Destaca-se que a atualização do PMSB de Sinop é fundamental, uma vez que
a última peça de planejamento do saneamanento básico foi elaborada em 2013 e não
contemplava os eixos de manejo de resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais.
Caráter Imediato
Andamento da Ação
2017 - 2019
Especificação
Não Em Realizada Documento
Concluída
realizada execução parcialmente comprobatório
Necessidade da
realização de pelo
Caracterização dos
menos duas
resíduos sólidos
(composição X caracterizações anuais
dos resíduos
gravimétrica);
domiciliares produzido
no município;
Observação da equipe
UFMT
A coleta, o transporte e a
Coleta e transporte disposição final é feita
dos RSS; X por empresa privada
conforme relato da
Secretaria de Meio
Ambiente;
Melhorias dos serviços
de limpeza urbana Observação da equipe
(varrição manual, UFMT:
limpeza de
X
Durante a visita é
logradouros e vias notável a ocorrência da
públicos e outros
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serviços de limpeza limpeza das vias
urbana); públicas;
Gestor declarou como
Coleta e transporte
em execução, mas não
dos RSD com
atendimento de 95% X foi encaminhado
documento
área urbana;
comprobatório;
104. Diante deste contexto, com fulcro no art. 18 da Lei 12.305/2010 e no art. 29,
inciso II da Lei nº 11.445/2007, propõe-se que seja determinado à gestão municipal de
Sinop que:
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105. Como benefícios esperados, almeja-se que seja alcançada a destinação
adequada e completa dos resíduos, como forma de proteção do meio ambiente e da saúde
pública.
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6. SITUAÇÃO IDENTIFICADA EM RELAÇÃO À DRENAGEM DE ÁGUAS
PLUVIAIS URBANAS
106. Conforme a Lei Federal nº 11.445/2007, o manejo das águas pluviais urbanas
corresponde ao conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de
drenagem urbana de águas pluviais, do transporte, detenção ou retenção para o
amortecimento de vazões de cheias, do tratamento e disposição final das águas pluviais
drenadas associadas às ações de planejamento e de gestão da ocupação do espaço territorial
urbano.
108. Assim, é fundamental que o espaço urbano seja planejado como um todo, de
forma integrada com outras infraestruturas, de forma a evitar situações em que seja
necessário continuamente destruir/refazer a infraestrutura existente.
110. Assim, a avaliação que aquie se apresenta acerca deste eixo do saneamento
básico no município foi obtida a partir da inspeção in loco realizada pelas equipes técnicas do
TCE/MT e da UFMT ao município e das informações compartilhadas pelos gestores.
111. De acordo com o relatório dos especialistas que prestaram apoio técnico ao
Tribunal de Contas, o município de Sinop apresenta um relevo plano, a drenagem do centro
é feita por valas, e que o município busca recurso junto ao governo federal para fazer a
tubulação de drenagem.
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o sistema de microbacias e suas elevações, assim como os principais pontos de drenagem
na área urbana de Sinop.
Figura 19 - Sistema de microbacias e elevações de sinop
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116. Ainda, inexiste plano de inspeção, manutenção e limpeza. Destaca-se,
nesse sentido, que a limpeza e desobstrução de bueiros e bocas de lobo deve ser executada
periodicamente (com periodicidade diferenciada nos períodos secos e chuvosos), de modo
que o sistema de drenagem deve estar completamente livre de obstruções ou interferências
antes do início do período chuvoso.
Caráter Imediato
Andamento da Ação
2017 - 2019
Especificação
Não Em Realizada Documento
Concluída
realizada execução parcialmente comprobatório
Manutenção preventiva e
corretiva dos sistemas de
microdrenagem urbana Informação
existentes, incluindo os apensa, transcrito
reparos necessários, limpeza do Anexo 19 -
de PV, bocas de lobo, proteção X Informações
de descarga e dissipador de Saneamento II –
energia, e reconstrução de TCE;
sarjeta e pavimento danificado
pela ação do escoamento
superficial;
Informação
apensa, transcrito
Implantação de galerias, bocas do Anexo 19 -
de lobo; X Informações
Saneamento II –
TCE;
Informação
apensa, transcrito
Construção de canal, pontas do Anexo 19 -
de ala e dissipadores; X Informações
Saneamento II –
TCE;
Recuperação de estradas
vicinais e vias urbanas não Planilha contida
pavimentadas dos distritos, no Anexo 19 -
visando a preservação dos X Informações
recursos hídricos Saneamento II –
(patrolamento, TCE.
encascalhamento, execução
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de abertura lateral, bacias de
contenção e recuperação das
áreas degradadas das
margens).
Fonte: Relatório dos especialistas – Anexo 2.
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7. CONCLUSÃO
125. Considerando esse PMSB – ainda que desatualizado –, constatou-se que 30%
das ações estruturantes pertinentes ao sistema de abastecimento de água analisadas não
foram concluídas. Vale informar que tal situação contraria o que foi compromissado por meio
do Contrato de Concessão.
127. No que se refere ao manejo de resíduos sólidos, destaca-se que Sinop ainda
não possui Plano Municipal de Manejo de Resíduos Sólidos e ainda utiliza a área do antigo
lixão, que necessita de projeto para remediação. Salienta-se que, tanto o eixo “resíduos
sólidos” quanto o eixo “drenagem de águas pluviais urbanas” não foram contemplados no
PMSB.
133. Vale trazer aqui a observação de que é necessário que Sinop atualize o Plano
Municipal de Saneamento Básico e contemple nessa nova peça de planejamento ações
estruturantes pertinentes ao Manejo de Resíduos Sólidos e Limpeza Urbana e à Drenagem
de Águas Pluviais Urbanas.
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8. PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO
137. Com fulcro no art. 29, incisos VI e VIII da Lei 8.987/1995, na Lei nº 11.445/2007
e no Contrato de Concessão nº 96/14, Cláusula nº 23, sugere-se que seja determinado à
Agência Reguladora de Sinop que:
a) Exija da Empresa Concessionária o cumprimento das ações estruturantes
relativas ao Sistema de Abastecimento de Água previstas no Plano Municipal
de Saneamento Básico.
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138. Na avaliação das ações estruturantes pertinentes ao Sistema de
Esgotamento Sanitário, a auditoria identificou irregularidades às quais foi atribuída a
seguinte responsabilização:
Devido à omissão dos gestores em cobrar junto à concessionária o
cumprimento das cláusulas acordadas por meio do contrato de concessão,
Resumo do achado
evidenciou-se o não cumprimento de 21 das 27 ações estruturantes
previstas no Plano Municipal de Saneamento Básico.
Não cumprimento de 21 das 27 ações estruturantes previstas no Plano
Municipal de Saneamento Básico, em desacordo com a Lei nº 11.445, de 5
Fato representado
de janeiro de 2007, com o Plano Municipal de Saneamento Básico e com o
Contrato de Concessão nº 96/2014.
NB 99. Diversos_Grave_99. Irregularidade referente ao assunto
Classificação da
“Diversos”, não contemplada em classificacão específica na Resolução
irregularidade
Normativa no 17/2010 – TCE-MT.
139. Com fulcro no art. 29, incisos VI e VIII da Lei 8.987/1995, na Lei nº 11.445/2007
e no Contrato de Concessão nº 96/14, Cláusula nº 23, sugere-se que seja determinado à
Agência Reguladora de Sinop que:
a) Exija da Empresa Concessionária o cumprimento das ações
estruturantes relativas ao Sistema de Esgotamento Sanitário no Plano
Municipal de Saneamento Básico.
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140. Na avaliação das ações estruturantes pertinentes à Infraestrutura Urbana e
Manejo de Resíduos Sólidos, a auditoria identificou irregularidades às quais foi atribuída a
seguinte responsabilização:
Devido à falta priorização em relação às políticas para o manejo de resíduos
sólidos, identificou-se a utilização de área desativada do antigo lixão; área
destinada a recebimento de resíduos de construção civil operando como
Resumo do achado
lixão a “céu aberto”; e baixa efetividade da coleta seletiva no município. Tais
inconformidades trazem impactos ambientais, sanitários e sociais ao
município.
Utilização de área desativada do antigo lixão; área destinada a recebimento
de resíduos de construção civil operando como lixão a “céu aberto”; e baixa
Fato representado
efetividade da coleta seletiva no município, em desacordo com a Lei nº
12.305, de 2 de agosto de 2010.
NB 99. Diversos_Grave_99. Irregularidade referente ao assunto
Classificação da
“Diversos”, não contemplada em classificacão específica na Resolução
irregularidade
Normativa no 17/2010 – TCE-MT.
Descrição da conduta
Não priorizar políticas para o manejo de resíduos sólidos.
punível
É razoável afirmar que caberia à responsável pela pasta de Meio Ambiente
Nexo de causalidade zelar pelo planejamento, priorização e articulação para as ações
estruturantes relativas ao manejo de resíduos sólidos em Sinop.
Inércia da Secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável em
Culpabilidade
relação à implementação de políticas para o manejo de resíduos sólidos.
141. Diante deste contexto, com fulcro no art. 18 da Lei 12.305/2010 e no art. 29,
inciso II da Lei nº 11.445/2007, sugere-se que seja determinado à Chefe do Poder
Executivo de Sinop que:
É o relatório preliminar.
Assinatura digital
LUIZ EDUARDO DA SILVA OLIVEIRA
Auditor Público Externo
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