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O que é o contrato de demanda


de energia
Você já deve ter visto na fatura de energia da sua empresa um item chamado
“demanda”, mas você sabe exatamente o que isso significa e por que é muito
importante você ter atenção a ele? Primeiro, você deve saber que esse item é
negociado com a sua concessionária de energia por meio da celebração de um
contrato de demanda de energia.

Nesse contrato, as empresas negociam com a concessionária uma demanda de


energia contínua que a organização poderá utilizar durante um período
determinado por um valor combinado.

Confuso? Vamos detalhar melhor a seguir.

O que é a demanda de energia?


Demanda é a capacidade máxima que é exigida do sistema elétrico da sua empresa
em um determinado momento. O correto planejamento dessa demanda, portanto,
garantirá que sempre tenha energia disponível ao estabelecimento, mesmo quando
for necessário ligar todos os equipamentos elétricos ao mesmo tempo.

Isso acontece porque as cargas das indústrias e dos comércios, que são formados
por motores, inversores, transformadores e iluminação, são alimentados pelas
Distribuidoras e suas Subestações, e elas precisam conhecer o limite máximo de
utilização de energia que será requerido durante um determinado período pela sua
organização.

Resumidamente, o limite máximo de demanda é calculado com o somatório de


todas as cargas instaladas em cada unidade consumidora que podem operar
simultaneamente. Ao firmar contrato com a distribuidora, é fixada uma quantidade
de quilowatts que pode ser uma medida única ou segmentada por horário do dia e
período do ano, conforme a estrutura tarifária em que melhor se enquadrar.
Quem deve ter um contrato de demanda
de energia?
Existem unidades no Sistema Elétrico Brasileiro que são ligadas direto na alta
tensão. Essas unidades são denominadas de Grupo A, e são elas que precisam
firmar um Contrato de Demanda com a Distribuidora.

Este acordo obriga os consumidores de alta tensão a se manterem dentro dos


limites da carga que são especificados no contrato. Assim, a concessionária evita
uma sobrecarga no sistema por falta de planejamento por parte do consumidor em
relação à sua demanda contratada de energia.

Além disso, a empresa precisa decidir se irá contratar uma única demanda para
todos os horários do dia (tarifa horária verde) ou se quer uma demanda para o
horário de ponta e outra para o horário fora de ponta (tarifa horária azul), com
tarifa diferenciada para cada horário.

A tarifa horária verde é destinada aos consumidores com baixo fator de carga no
horário de ponta, com capacidade limitada de modulação neste mesmo horário. Já
a tarifa azul é destinada a consumidores que têm alto fator de carga no horário de
ponta, com capacidade de modulação de carga neste horário.
Um ponto importante é não confundir demanda com consumo de energia. Os
consumidores do Grupo A pagam tanto a demanda que contratam quanto o que
consomem de energia de energia. Mas enquanto o consumo é fácil de entender
como é faturado, já que ele é apurado por medição, a demanda requer mais
atenção.

Faturamento da demanda contratada


O faturamento da demanda é o valor mínimo que a unidade consumidora irá pagar
sobre o total contratado para o período, mesmo que ela não use toda a demanda
contratada. Porém, se o consumidor ultrapassar a demanda contratada, a
distribuidora aplicará uma multa, onde a tarifa do quilowatt excedido passa a
custar três vezes o valor da demanda contratada.

O consumidor do Grupo A tem uma margem de tolerância que é estabelecido


conforme o nível da tensão de atendimento fixado para a sua unidade.

As unidades consumidoras do Grupo A atendidas em nível de tensão igual ou


inferior a 34,5 kV possuem limite de tolerância de 10% acima da demanda
contratada.
As unidades consumidoras atendidas em níveis de tensão superiores a 34,5 kV, o
limite de tolerância será de 5% acima da demanda contratada.

Então quando o valor da maior demanda medida ao longo de um determinado ciclo


de faturamento for superior ao valor da demanda contratada no período,
considerando a margem de tolerância, esse consumidor será multado com a tarifa
de ultrapassagem de demanda sobre a diferença entre a demanda medida e a
demanda contratada.

É possível reduzir os custos com a


Demanda Contratada?
Sim, é possível!

Primeiro, é necessário conhecer seu contrato de demanda e verificar se existem


ultrapassagens. Na fatura, a concessionária indicará como demanda contratada
ultrapassada e estará sendo cobrada multa.
Ao longo de um ano, o valor das multas por ultrapassagem pode ser muito
representativo para a sua empresa, por isso a importância de se ter uma
boa gestão de energia! Assim, evita-se desperdício dos recursos da empresa.

É possível acabar com esses valores extras modificando o contrato de demanda,


por exemplo, sempre que a empresa perceber que irá precisar de mais ou de
menos demanda. Claro que para isso acontecer a empresa deve executar duas
ações rotineiramente: 1- monitorar transformadores, lâmpadas, máquinas ligadas
no mesmo horário etc. e 2- analisar a fatura de energia para identificar padrões de
redução de demanda, ultrapassagens constantes etc.

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