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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Tendo em vista a grande quantidade de artigos analisados como parte da


revisão bibliográfica, optou-se por agrupá-los de acordo com os temas a que mais se
adequam.

2.1 Zoneamento ambiental

Segundo Ab'Saber (1987), o conceito de zoneamento exige uma série de


entendimentos prévios. Sua aplicação ou utilização em relação a um determinado
espaço geográfico exige método, reflexão e estratégias próprias.

Os princípios do zoneamento, quando aplicáveis a uma determinada área,


requerem uma multidisciplinaridade plena, pelo fato de pretenderem identificar as
potencialidades específicas ou preferenciais de cada um dos subespaços ou
subáreas do território em estudo. Para que sejam estabelecidas as bases deste
processo, dentro de uma dada conjuntura, é necessário realizar uma pesquisa que
vise a determinar a vocação de todos os subespaços que compõem um certo
território e a efetuar o levantamento de suas potencialidades econômicas, a partir de
um enfoque ecodesenvolvimentista.

CARNEIRO & COELHO (1987) conceituam zoneamento como sendo um


instrumento para a ordenação de subespaço, que emerge basicamente de um
conjunto de interações e atitudes que, contrastando com a dinâmica dos processos
naturais e sociais nele ocorrentes, vão permitir a obtenção de princípios e parâmetros
relativos à sua utilização.

Segundo ROSA (1995), o Zoneamento ou Ordenamento Agroecológico é uma


resultante geográfica da análise integrada de atributos físicos, biológicos e sócio-
econômicos das paisagens naturais e modalidades de ocupação dos ecossistemas
que propiciam produções agrícolas permanentes e sustentadas. Ele permite
identificar usos atuais inadequados, orientar adequadamente a ocupação de
paisagens produtivas ociosas e, eventualmente, dividir a sub-bacia para facilitar o
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dimensionamento ambiental das políticas de desenvolvimento.

ROSA (1996) desenvolveu uma proposta de metodologia para Zoneamento


Agroecológico de bacias hidrográficas, utilizando dados obtidos por sensores
remotos e integrados por meio de um Sistema de Informação Geográfica visando a
identificar e delimitar áreas favoráveis à produção de alimentos, observando
principalmente a conservação das paisagens produtivas e o melhoramento da
qualidade de vida da população.

CASSOL (1996) elaborou um zoneamento ambiental utilizando variáveis


otimizadas estatisticamente, geradas por técnicas cartográficas, sendo que os
resultados foram mostrados através de cartas temáticas.

Como expressão resultante das mudanças que marcam a transição do final do


milênio, surge o desenvolvimento sustentável, como modelo que visa a conciliar os
conflitos que têm caracterizado esta época e a implementar uma nova relação
sociedade-natureza, condizente com o novo modelo de produzir.

KITAMURA (1994) define como desenvolvimento sustentável o


desenvolvimento que satisfaz as necessidades da geração presente sem comprometer
as possibilidades das futuras gerações.

MIRANDA ET AL. (1995) definem sustentabilidade agríc ola como a capacidade


dos agrossistemas de manterem sua produção, produtividade e características
associadas ao longo do tempo, mesmo em presença de perturbações, sem a
necessidade de ampliarem o consumo de recursos naturais ou incorporarem novos
insumos.

Com o objetivo de estabelecer um ordenamento territorial, considerando as


idéias do desenvolvimento sustentável, em 1991 o Governo Federal Brasileiro criou o
Programa de Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) para a Amazônia Legal.
BECKER (1996) considerou esse programa como um instrumento capaz de oferecer
oportunidades de crescimento econômico e de uso dos recursos naturais através da
qualidade ambiental.
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CREPANI et al. (1998) descrevem uma metodologia para subsidiar o ZEE


utilizando técnicas de Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento.

2.2 Mapeamento do uso da terra

O desenvolvimento de um sistema para classificar dados sobre uso da terra,


obtidos a partir da utilização de técnicas de sensoriamento remoto, tem sido muito
discutido. O tipo e a quantidade de informações sobre uso da terra dependem da
resolução espacial, radiométrica, espectral e temporal dos diferentes sistemas
sensores. O tamanho da área mínima capaz de ser descrita como pertencente a uma
determinada categoria (classe) de uso da terra depende da escala e resolução dos
dados originais, além da escala de compilação e da escala final de apresentação
(ROSA ,1995).

De acordo com DINIZ (1984), as etapas essenciais para a elaboração de mapas


de utilização da terra são:

1) Aquisição de fotografias aéreas e/ou imagens de satélite;


2) Definição da escala do mapa;
3) Definição da chave de identificação, ou seja, elementos que permitam a
identificação do tipo de utilização da terra nas fotografias aéreas e/ou
imagens de satélite;
4) Elaboração da classificação em que devem ser colocados os eventos
observados nas fotografias e/ou imagens.

2.3 Elaboração de cartas clinográficas

As cartas clinográficas constituem-se num instrumento de grande importância


para a análise de bacias hidrográficas, por representarem espacialmente as variações
topográficas da superfície do terreno.
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De acordo com MAYER E CRISTOFOLETTI (1984), essas cartas são


consideradas imprescindíveis para a análise de processos relacionados ao manejo do
solo, construção de pequenas barragens, disposição de resíduos, delimitação de
áreas destinadas às atividades agrícolas, etc.
DUARTE (1988) define a declividade do terreno como sendo a inclinação do
relevo em relação à linha do horizonte ou, mais tecnicamente, como sendo a tangente
trigonométrica da inclinação de uma linha do relevo em relação à linha do horizonte.
Esta inclinação forma um ângulo com este plano, definida pela seguinte equação:

D = tg a = dn/dh ou

D% = dn/dh.100
onde:

a = ângulo de inclinação do terreno com o plano horizontal;


D% = declividade em porcentagem;
dn = diferença de nível entre dois pontos;
dh = distância horizontal entre esses pontos.

De acordo com AGUIAR E KREELING (1984 ), na elaboração de uma carta


clinográfica devem ser consideradas as seguintes informações:

??a eqüidistância entre as curvas de nível;

??espaçamento planimétrico entre as curvas;

??os valores limites das classes de declividade que se quer representar;

??a escala da carta.

DE BIASI (1972) afirma que em cartas de declividade não se deve utilizar mais
de seis classes de declividade, para não se correr o risco de produzir uma carta com
excesso de informações.

DE BIASI (1970) propôs uma técnica de elaboração de cartas clinográficas


baseada na utilização de um ábaco contendo intervalos de classes preestabelecidos, o
qual, ao ser deslocado entre as curvas de nível, indicaria áreas de mesma declividade.
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De acordo com esse método, a construção do ábaco é feita utilizando-se a seguinte


equação:
DH = DN.100/ D%
onde:

DH = Distância horizontal, que corresponde ao afastamento gráfico horizontal


entre as curvas de nível.
DN = Diferença de nível, isto é, eqüidistância das curvas de nível (10m, em carta
na escala 1:25.000).
D% = Declividade, que significa o valor da inclinação expressa em percentual,
que corresponde aos limites de intervalos.

GUERRA (1998) elaborou cartas de declividades pelos processos manual


(através do uso do ábaco) e automático (utilizando o software IDRISI), e concluiu que:

“ carta de declividade elaborada pelo processo manual


representa mais fielmente a forma do relevo, pois considera a
rede de drenagem e os topos elevados, além de facultar a
realização de generalizações, sendo que sua confecção é
demorada, quando comparada com o processo automático, e
os intervalos de declividade são imutáveis, a não ser que se
proceda um agrupamento dos mesmos; a elaboração da carta
de declividade automática é mais rápida por envolver apenas a
digitalização e o tratamento das curvas de nível, além de
propiciar alteração dos intervalos de classe de declividade; no
entanto, apresenta uma menor fidelidade ao relevo analisado,
além de gerar um grande número de polígonos extremamente
pequenos.”

2.4 Levantamento de solos

Segundo LEPSCH (1991), o objetivo principal de levantamento de solos é o


conhecimento da natureza e a distribuição das unidades pedológicas, procurando
identificar e cartografar os solos ocorrentes em uma dada área, fazendo a
caracterização morfológica e analítica da maneira mais completa possível, a fim de
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permitir o enquadramento das unidades de mapeamento em sistema natural de


classificação de solos.

De acordo com RESENDE et al. (1997), em um levantamento os solos são


identificados, separados em mapas e posteriormente interpretados para uso. O mapa
e o relatório formam um conjunto no final, onde o mapa representa graficamente os
solos e sua distribuição, enquanto o relatório se compara a um manual dos solos da
área mapeada.

Os objetivos gerais dos levantamentos pedológicos, segundo EMBRAPA (1981),


são:
a) determinação das características do solo;
b) classificação dos solos em unidades definidas de um sistema uniforme de
classificação, de acordo com nomenclatura padronizada;
c) estabelecimento e locação de seus limites, mostrando em um mapa sua
distribuição espacial;
d) prever e determinar sua adaptabilidade para diferentes aplicações.

Os tipos de levantamento de solos são caracterizados em função dos objetivos


de utilização e da escala de mapeamento. De acordo com EMBRAPA (1981) e
RESENDE et al. (1997), os levantamentos de solo são divididos em dois grupos:

a) Autênticos ou originais: são feitos no campo e baseiam-se em


observações diretas dos solo, sendo subdivididos em:

??
Mapa ultra-detalhado: são separadas unidades de mapeamento com
variações estreitas, muito homogêneas. No trabalho de separação no
campo, toda a área é percorrida com intervalos mínimos entre
observações. É utilizado para o planejamento e localização de áreas de
exploração muito pequenas como, por exemplo, parcelas experimentais,
áreas residenciais, etc.

Escala de publicação: > 1:10.000

Área mínima mapeável: < 0,4 ha.


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??
Mapa detalhado: são separadas unidades de mapeamento bastante
homogêneas, com variações menos estreitas. As classes de solo são
identificadas no campo por observações sistemáticas ao longo de
transversais. É utilizado para provimento de bases adequadas para
mostrar diferenças significativas de solos em projetos conservacionistas,
áreas experimentais, uso da terra e práticas de manejo em áreas de uso
agrícola, pastoril ou florestal intensivo, em projetos de irrigação e de
engenharia civil.
Mapa Básico: > 1:20.000
Escala de publicação: 1:10.000 a 1:25.000
Área mínima mapeável: 0,4 ha a 2,5 ha.

??
Mapa semi-detalhado: As classes de solos são identificadas no campo
por observações, a pequenos intervalos, no interior das áreas das classes
de padrões diferentes. É utilizado para provimento de bases adequadas
para seleção de áreas com maior potencial de uso da terra e para
identificação de problemas localizados, nos planejamentos gerais de uso e
conservação de solos.
Escala de publicação: 1:25.000 a 1:100.000
Área mínima mapeável: 2,5 ha a 40 ha.

??
Mapa de reconhecimento: as unidades de mapeamento são bem menos
homogêneas do que no levantamento detalhado. No trabalho de
separação no campo, observações e prospecções são feitas a intervalos
regulares, mas continuamente, em toda a área. É utilizado no
planejamento para desenvolvimento de novas áreas ou para intensificação
do uso de áreas já desbravadas, através da avaliação do potencial da
região considerada.
Escala de publicação: 1:100.000 a 1:750.000
Mapa Básico: 1:100.000 a 1:250.000
Área mínima mapeável: 0,4 Km 2 a 22,50 Km 2.

??
Mapa exploratório: as unidades empregadas são muito pouco
homogêneas. As unidades são estudadas no campo, mas os limites são
grandemente compilados de outras fontes. São empregados em áreas não
desbravadas ou pouco utilizadas.
Mapa Básico: 1:100.000 a 1:750.000
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Escala de publicação: 1:100.000 a 1:750.000


Área mínima mapeável: 22,5 Km 2 a 250 Km 2.

b) Compilados - são feitos no escritório, com base em dados preexistentes,


referentes a solos e assuntos correlatos como: geologia, geomorfologia,
relevo, vegetação e clima, sendo subdivididos em:

??
Mapa generalizado: mapa compilado feito em escritório. Baseia-se em
dados e informações, publicados ou não. Utilizado para visualização e
planejamento de grandes áreas.
Escalas muito variáveis.

??
Mapa esquemático: É baseado nos fatores de formação de solos.
Utilizado para áreas inexploradas ou desconhecidas.
Escala de publicação: <1:1000.000
Área mínima mapeável: > 40 Km 2.

2.5 Erosão de solos

A erosão pode ser entendida como o processo de degradação, transporte e


deposição de partículas componentes do solo, determinado pela ação do vento, chuva
e, mais especificamente, pela água (BERTONI E LOMBARDI NETO, 1993).

BERTONI & LOMBARDI NETO (1993) classificaram os tipos de erosão em:

?? Erosão pelo impacto da chuva: Os danos pelas gotas de chuva que


golpeiam o solo a uma alta velocidade constituem o primeiro passo no
processo de erosão. As gotas podem ser consideradas como bombas em
miniatura que golpeiam a superfície do solo;

?? Erosão Laminar: A remoção de camadas delgadas de solo sobre toda uma


área é a forma de erosão menos notada, e por isso a mais perigosa;

?? Erosão em sulcos: Resulta de pequenas irregularidades na declividade do


terreno que faz a enxurrada, concentrando-se em alguns pontos do terreno,
atingir volume e velocidade suficientes para formar riscos mais ou menos
profundos;
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?? Voçorocas: É a forma espetacular de erosão, ocasionada por grandes


concentrações de enxurradas que passam, ano após ano, no mesmo sulco,
que vai se ampliando, pelo deslocamento das massas de solo, formando
cavidades em extensão e profundidade;

?? Deslocamentos e escorregamentos de massas de solo: O deslocamento e


o escorregamento de grandes massas de terra são ocasionados, algumas
vezes, pelos cortes feitos nas bases de morros bastante inclinados;

?? Erosão pedestal: Quando um solo de grande suscetibilidade à erosão é


protegido da ação de salpicamento por uma pedra ou raízes de árvores,
“pedestais” isolados encabeçados por materiais resistentes se formam,
permanecendo na superfície do terreno;

?? Erosão em Pináculo: A característica do padrão de erosão que deixa altos


pináculos no fundo e nos lados das voçorocas é geralmente associada com
as condições altamente erosionáveis de um solo;

?? Erosão em Túnel: A formação de túneis contínuos ou canais subterrâneos é


mais comum nos solos que também estão sujeitos à erosão em pináculos,
porém não se restringem a eles;

?? Erosão da fertilidade do solo: A erosão, nos seus amplos termos, inclui


qualquer tipo de degradação que possa reduzir a capacidade de cultivo de
plantas, mesmo que não haja uma remoção física de solo;

Os principais fatores que influem na erosão do solo são:

a) Erosividade: pode ser definida como uma avaliação numérica da capacidade


de uma tormenta ou de uma precipitação erodir os solos de uma área desprotegida
(WISCHIMEIR, 1958).

As gotas de chuva que atingem o solo são um agente que contribui para o
processo erosivo, pelo menos de três formas (BERTONI E LOMBARDI NETO. 1993):

a) desprendem partículas do solo no local que sofre o impacto;


b) transportam, por salpicamento, as partículas desprendidas;
c) imprimem energia, em forma de turbulência, à água superficial
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A energia da chuva pode ser calculada pela seguinte equação (WISCHMEIER


SMITH, 1958):
EC = 11,90. 8,73log10 x
onde:
EC = Energia da chuva em J/m2.mm.h-1.
X
= intensidade da chuva em milímetros por hora.

LOMBARDI NETO (1980) aplicou o método desenvolvido por WISCHMEIER


SMITH (1959) em Campinas-SP, e propôs a determinação do valor médio de índice
de erosividade através da relação entre a média mensal e a média anual de
precipitação, conforme a seguinte equação:

EI30 = 67,355 (r2/P)0,86


Onde:
EI30 = média mensal do índice de erosividade, MJ.mm(ha.h)
r = média do total mensal de precipitação, em mm.
P = média total anual de precipitação, em mm;

Para a determinação da erosividade (R) é necessário somar os 12 valores


mensais do índice de erosividade em cada estação pluviométrica.

b) Erodibilidade: é definida como a susceptibilidade de um solo à erosão, e é


uma propriedade inerente do solo. Ela representa o efeito dos processos que
regulam a infiltração da água no solo, a desagregação pelo impacto da gota de chuva
e a resistência ao transporte pelo fluxo superficial, os quais são responsáveis pelo
comportamento do solo em face aos processos erosivos.

As propriedades do solo que influenciam no fator de erodibilidade são:


velocidade de infiltração, permeabilidade e capacidade de absorção (BERTONI E
LOMBARDI NETO, 1993).
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A erodibilidade é determinada experimentalmente, em condições específicas de


declividade (9%) e comprimento de rampa (25m), e requer, para sua determinação, a
instalação de tanques coletores de enxurrada.

c) Cobertura Vegetal: é a defesa natural de um terreno contra a erosão. De


acordo com BERTONI & LOMBARDI NETO (1993), os efeitos da vegetação podem
ser assim enumerados:
??proteção indireta contra o impacto das gotas de chuva;
??dispersão da água, interceptando-a e evaporando-a antes que atinja o solo;
??decomposição das raízes das plantas que, formando canalículos no solo,
aumentam a infiltração;
??melhoramento da estrutura do solo pela adição de matéria orgânica,
aumentando assim sua capacidade de retenção de água;
??diminuição da velocidade de escoamento da enxurrada pelo aumento da
infiltração.

WISCHMEIER & SMITH (1978) definem a influência do tipo de cultura (fator C)


para áreas de cultivo agrícola como sendo a razão entre a perda de solo de uma área
cultivada e a perda de solo de uma área de referência, continuamente mantida com
solo preparado, sem qualquer tipo de cobertura vegetal. Enquanto que o fator práticas
conservacionistas (P ) é definido como a relação entre a quantidade de solo perdido
por uma determinada prática conservacionista e a quantidade de solo perdido sob
cultivo vertente abaixo, considerando iguais as condições para os demais fatores.

d) Configuração do Relevo: WISCHMEIER & SMITH (1965) modelam a


influência do relevo na erosão a partir dos fatores de declividade e comprimento de
rampa, denominando-os fator topográfico (LS). Esse fator, constituído pelo
comprimento da rampa (lenght) e a declividade (slope), reflete a contribuição do
relevo na estimativa de perda de solo, e representa as perdas de solo esperadas para
uma unidade de área em um declive qualquer em relação às perdas de solo
correspondentes de uma parcela unitária de 22 m de comprimento, com 9% de
declive.

No entanto, NISHIYAMA (1998) considera três componentes principais do relevo


condicionantes da erosão do solo: formas das encostas, extensão e grau de
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declividade, e considera ainda que o grau de declividade é o fator mais relevante no


desenvolvimento dos fenômenos erosivos acelerados.

Nos EUA os estudos de quantificação das perdas de solos tiveram início em


1915, através dos estudos desenvolvidos pelo Serviço Florestal (MITCHELL &
BUBENZER, 1980). Diversos cientistas buscaram o desenvolvimento de equações
que visam a modelar as perdas de solos . Dentre os modelos desenvolvidos, a
Equação Universal de Perda de Solo (USLE) tem sido a mais utilizada.

A USLE foi desenvolvida por pesquisadores do Serviço de Pesquisa Agrícola do


Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Esta equação é uma das mais
aceitas e utilizadas para o cálculo da perda de solo por erosão laminar. A USLE é
definida por WISCHMEIER & SMITH (1965):

A = R.K.L.S.C.P,
Onde:
A = perda de solos em [t/ha.ano];
R = fator de erosividade das chuvas, em [MJ.mm/ha.h];
K = fator de erosividade do solo em [t.h./M.J.mm];
L = fator comprimento de rampa, baseado nos valores do comprimento de
rampa;
S = fator declividade (%);
C = fator uso e manejo;
P = fator práticas conservacionistas.

Segundo BAPTISTA (1997), a USLE é empregada com bons resultados para


pequenos talhões compatíveis com o uso agrícola; porém, em grandes áreas, ela
apresenta um fator limitante, que é a não consideração da deposição.

STEIN et al. (1987) recomendam que, para grandes áreas, a USLE deve ser
empregada apenas para uma avaliação qualitativa dessas perdas. O uso desta
equação para estimar quantitativamente as perdas de solos em áreas tropicais tem
sido criticado, principalmente pelo fato de que algumas das variáveis foram
originalmente calculadas para países de clima temperado e não devem ser aplicadas
ao Brasil.
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Um outro modelo mais completo de estimativa de erosão de solos, desenvolvido


mais recentemente, é o modelo WEPP (Water Erosion Prediction Project). Ele
baseia-se em processos hidrológicos e erosivos, o que requer uma quantidade muito
grande de dados envolvidos nas simulações de um evento pluviométrico isolado ou de
uma sucessão de eventos.
Conceitualmente, o modelo WEPP é composto de seis componentes: gerador
de clima, componente hidrológico, componente de crescimento de plantas,
componente de solos, componente de erosão /deposição e componente de irrigação
(CHAVES, 1994). Os resultados gerados pelo modelo WEEP são a perda de água,
expressa em mm, e perda de solos, expressa em Ton.km/m 2.

Segundo BAPTISTA (1997), a maior dificuldade do uso prático desse modelo é a


obtenção da grande quantidade de dados necessários para as simulações, tanto para
um evento pluviométrico isolado como para uma sucessão de eventos. Como exemplo
das variáveis envolvidas nas simulações, tem-se volume, intensidade, duração e
freqüência das precipitações; temperaturas mínimas e máximas diárias; radiação
solar; velocidade e direção do vento; comprimento, largura e declividade da vertente;
grau de saturação inicial, densidade aparente, condutividade hidráulica, capacidade de
campo, ponto de murcha permanente, percentuais de argila, silte e areia dos solos;
crescimento das culturas e decomposição da palhada, proteção mecânica oferecida
pela cobertura vegetal, entre outros.

Na última década, diversos trabalhos levantaram o problema da erosão na


região do Triângulo Mineiro, resultante, principalmente, do uso intensivo da terra
nessa região (BACCARO, 1990; ROSA, 1995; FELTRAN FILHO, 1997; NISHIYAMA,
1998).

Embora a agricultura instalada nessa região ocupe, em geral, áreas de baixas


declividades, e a maioria já terraceada, tem-se observado perda de solo por erosão
laminar e aumento dos processos de erosão por voçorocamento. Os prejuízos dessa
perda de solo refletem-se tanto na perda de produtividade e aumento de gastos com
insumos, quanto na redução do armazenamento de água nos reservatórios.
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De acordo com BACCARO (1990), os processos acelerados de erosão, na


região do Triângulo Mineiro, estão relacionados à história de ocupação. Foram
iniciados ao serem abertas as valas para a divisão de propriedades, nos solos
arenosos e finos, as quais posteriormente deram origem a várias voçorocas; o
desmatamento do cerrado e das matas subcaducifólias e mesofíticas, a expansão da
pecuária e o conseqüente pisoteio do gado, ao deixarem terracetes e trilhas,
funcionando como canais de escoamento concentrados, aumentaram a erosão
turbilhona, intensificando a rede de canais concentrados, e agravaram os problemas
atuais de concentração de escoamento pluvial aprofundado em ravinamento e
voçorocamentos.

ROSA (1995) estimou a perda de solo por erosão laminar utilizando a USLE na
sub-bacia do ribeirão Douradinho, localizada no município de Uberlândia. Neste
estudo determinou-se que 61% da área da bacia apresentaram valores de perda de
solos por erosão laminar dentro de limites de tolerância (< 1400 ton.ano/Km 2), e os
outros 39% da área apresentaram valores de perdas de solos não toleráveis (> 100
ton.ano/Km 2).

FELTRAN FILHO (1997) enfatiza que as chuvas torrenciais que ocorrem na


região do Triângulo Mineiro, no final do período chuvoso, são as mais preocupantes,
não só pelo fato de estar o solo já saturado, como também pelo fato de serem os
latossolos que recobrem as chapadas pouco resistentes à ação imposta pelas águas
pluviais. Contudo, precipitações volumosas durante o período considerado de
estiagem podem causar processos erosivos lineares, sobretudo quando encontram a
superfície agrícola desprotegida de vegetação.

NISHIYAMA (1998) elaborou uma carta de potencial à erosão acelerada no


município de Uberlândia, definindo três classes de erosão : baixo, médio e alto
potencial à erosão, distribuídas da seguinte forma:

a) Áreas de baixo potencial à erosão acelerada: ocorrem em


superfícies aplainadas de chapada, onde as declividades
raramente ultrapassam o limite de 2%, presença de materiais
não consolidados areno-argilosos ( entre 30 e 50% ), cuja
espessura seja maior que 5 metros em áreas ao longo dos
vales dos rios Araguari, Uberabinha e das Pedras, nos quais
predominam elevadas declividades, materiais incosolidáveis de
textura argilosa, argilo-siltosa e de pequenas espessuras
(predominantemente inferiores a 2 metros).
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b) Áreas de médio potencial à erosão acelerada: foram


encontradas em praticamente toda a área do município de
Uberlândia, porém com maior expressão nas porções central e
sudoeste, onde ocupam as pequenas áreas sobre os materiais
inconsolidados residuais e trabalhados, genéticamente
relacionados à Formação Marília.

c) Área de alto potencial à erosão acelerada: foi encontrada


nas porções sul, sudoeste e oeste do município, associadas
aos materias inconsolidados residuais e retrabalhados na
Formação Marília.

A partir desse mapeamento o autor considerou que a erosão acelerada


dos materiais inconsolidados constitui-se em um dos problemas ambientais de maior
gravidade na área estudada.

2.6 Estudo de fragilidade dos ambientes naturais

Segundo Ross (1996), o conhecimento das potencialidades dos recursos


naturais de um determinado sistema natural passa pelos levantamentos de solos,
relevo, rochas e minerais, águas, clima, flora e fauna.

ROSS (1994) definiu o conceito de fragilidade ambiental a partir dos conceitos


de Unidades Ecodinâmicas, preconizados por TRICART (1977). As Unidades
Ecodinâmicas Instáveis foram definidas como sendo aquelas cujas intervenções
antrópicas modificaram intensamente os ambientes naturais, através do
desmatamento e práticas de atividades econômicas diversas, enquanto as Unidades
Ecodinâmicas Estáveis foram definidas como aquelas que estão em equilíbrio
dinâmico e foram poupadas da ação humana, encontrando-se portanto em estado
natural.

A partir desses conceitos, o autor estabeleceu as unidades instáveis ou de


instabilidade emergente em vários graus, desde a instabilidade Muito Fraca a Muito
Forte. As Unidades Ecodinâmicas Estáveis foram então definidas como Unidades
Ecodinâmicas de Instabilidade Potencial em diferentes graus, desde Muito Forte até
Muito Fraca. As áreas de uso antrópico (com interferência humana) apresentam uma
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fragilidade emergente e as áreas ainda preservadas (por exemplo, áreas de matas)


apresentam uma fragilidade potencial.

Para os estudos de fragilidade dos ambientes, é necessária a adoção de uma


metodologia de trabalho baseada na compreensão das características e da dinâmica
do ambiente natural e do meio sócio-econômico, buscando a integração das diversas
disciplinas específicas, por meio de uma síntese do conhecimento acerca da realidade
pesquisada. Desta forma, para realizar estudos de fragilidade natural em bacias
hidrógraficas, é necessário que se tenha conhecimento dos solos, do relevo, da
geologia e do clima da área estudada.

ROSS (1996) estabeleceu uma metodologia para elaboração das cartas de


fragilidade a partir da carta geomorfológica, dos atributos do solo e dos graus de
proteção do solo.

- Geração da carta geomorfológica

Segundo ROSS (1996), a carta geomorfológica, acompanhada da análise


genética, é um dos produtos intermediários para a construção de mapas de
fragilidade. Os procedimentos técnicos para geração das cartas geomorfológicas
foram estabelecidos por ROSS (1990, 1992 e 1994), definindo procedimentos
distintos para dois intervalos de escalas:

a) Escalas Médias e Pequenas (1:50.000, 1:100.000, 1:250.000) – utilizam-se como


base de informação os padrões de formas, como a rugosidade topográfica ou índices
do relevo, expresos através da matriz dos índices de dissecação (TAB. 01).
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TABELA 01
Matriz de índices de dissecação do relevo – escala 1:100.000
Dimensão interfluvial MUITO GRANDE MÉDIA PEQUENA MUITO
GRANDE PEQUENA
Média (Classes) (1) (2) (3) (4) (5)

Entalhamento médio > 1500m 1500 a 700 a 300 a < 100m


dos Vales (Classes) 700 m 300m 100 m
Muito Forte (1)
( menor que 20m) 11 12 13 14 15
Fraco (2)
(20 a 40m) 21 22 23 24 25
Médio (3)
(40 a 80m) 31 32 33 34 35
Forte (4)
(80 a 160m) 41 42 43 44 45
Muito Forte
(>160) 51 52 53 54 55
FONTE: ROSS(1996), p. 314
A TAB. 02 mostra a definição das categorias morfométricas associadas à
matriz de dissecação.

TABELA 02
Índices de Dissecação do Relevo em função das Categorias Morfométricas
Classes de Dissecação do Relevo Categorias Morfométricas
1 – Muito Fraca 11
2 – Fraca 21, 22 , 12
3 – Média 31, 32, 33, 13, 23
4 – Forte 41, 42, 43, 44, 14, 24, 34
5 – Muito Forte 51, 52, 53, 54, 55, 15, 25, 35, 45.
FONTE: ROSS (1994), p. 67.

b) Escalas Grandes (1:25.000, 1:10.000, 1:2.000) – utilizam-se as formas de


vertentes e as classes de declividade. Neste caso adotam-se os intervalos de classes
já consagrados nos estudos de capacidade de uso da terra/aptidão agrícola,
associados àqueles conhecidos como valores limites críticos de geotecnia, indicativos
respectivamente do vigor dos processos erosivos, dos riscos de
escorregamentos/deslizamentos e inundações freqüentes.
22

As categorias de declividade são hierarquizadas da seguinte forma:


1 – Muito Fraca ---- até 6%
2 – Fraca ----------- de 6 a 12%
3 – Média ----------- de 12 a 20%
4 – Forte ------------ de 20 a 30%
5 – Muito Forte ---- acima de 30%

- Atributos dos solos

De acordo com ROSS (1997), os atributos do solos utilizados para o


estabelecimento das categorias de fragilidade dos solos consideram as características
de textura, estrutura, plasticidade, grau de coesão das partículas e
profundidade/espessura dos horizontes superficiais e sub-superficiais. ROSS (1994)
estabeleceu as classes de fragilidade ou de erodibilidade dos solos considerando o
escoamento superficial difuso e concentrado das águas pluviais. Essas classes foram
agrupadas conforme TAB. 03.

TABELA 03
Classes de fragilidade dos tipos de solos
CLASSES DE
FRAGILIDADE TIPOS DE SOLOS

1- Muito Baixa Latossolo Roxo, Latossolo Vermelho-Escuro e Vermelho-Amarelo


textura argilosa
2- Baixa Latossolo Amarelo e Vermelho-Amarelo textura média/argilosa
3- Média Latossolo Amarelo Terra Roxa e Terra Bruna Podzólico Vermelho-
Amarelo textura média/argilosa
4- Forte Podzólico Vermelho-Amarelo, textura média/arenosa Cambissolos
5- Muito Forte Podzolidados com cascalho, Litólicos e Areias Quartzosas
FONTE: ROSS (1994), p.68.

- Graus de proteção do solo

Para a análise do grau de proteção do solo em função da cobertura vegetal é


necessário que se faça uma carta de uso da terra e da cobertura vegetal. Além da
cobertura vegetal, o tipo de prática conservacionista também influi no grau de proteção
23

do solo. A partir disso, ROSS (1994) estabeleceu também uma hierarquia de graus de
proteção aos solos pela cobertura vegetal (TAB. 04).

TABELA - 04
Graus de proteção por tipos de cobertura vegetal
CLASSES DE
FRAGILIDADE TIPOS DE COBERTURA VEGETAL

1- Muito Alta Florestas / Matas naturais, Florestas cultivadas com


biodiversidade.

2- Alta Formações Arbustivas naturais com estrato herbáceo denso.


Formações arbustivas.

3- Média Cultivo de ciclo longo em curvas de nível/terraceamento


(como café e laranja) com forrageiras entre ruas. Pastagem
com baixo pisoteio. Silvicultura de eucaliptos com sub-
bosque de nativas.

4- Baixa Cultivos de ciclo longo de baixa densidade (café, pimenta do


reino, laranja) com solo exposto entre ruas; culturas de ciclo
curto (arroz, feijão, soja, milho, algodão) com cultivo em
curvas de nível/terraceamento.

5- Muito Baixa Áreas desmatadas e queimadas recentemente, solo exposto


por arado / gradeação ao longo de caminhos e estradas,
a Nula
terraplanagens, culturas de ciclo curto sem práticas
conservacionistas.
FONTE: ROSS (1994), p.69.

2.7 Sistemas de classificação de aptidão agrícola das terras

O mapeamento de uma região quanto à aptidão agrícola ou capacidade de uso


de suas terras destina-se ao planejamento de seu uso racional, com base em
conhecimentos científicos. Visa-se, principalmente, a otimizar o uso dos solos, de
maneira que permaneçam econômica e tecnicamente agricultáveis pelo máximo de
tempo possível ( FORMAGGIO et. al.,1992).
24

Segundo RESENDE et al. (1997), a classificação ou avaliação da terra,


englobando os aspectos físicos (solos, clima e organismos) e socioeconômicos, visa a
servir de elemento de transferência de informações e experiências.

Neste sentido, LEPSCH (1991) considera que cada parcela da terra deve ser
utilizada de acordo com sua capacidade de sustentação e produtividade econômica,
de forma que os recursos naturais sejam colocados à disposição do homem para seu
melhor uso e benefício, procurando ao mesmo tempo preservar esses recursos para
gerações futuras.

Na tentativa de utilizar racionalmente o recurso solo, foram criadas classificações


das terras de acordo com sua aptidão para diversas condições de uso e manejo.

No Brasil, os dois sistemas mais utilizados para a avaliação da aptidão agríc ola
das terras são o Sistema de Classificação da Capacidade de Uso (LEPSCH et. al.,
1983 ) e o Sistema de Avaliação da Aptidão Agrícola das Terras, desenvolvido a partir
do trabalho de BENNEMA et. al. ( 1964) e com a atual versão proposta por RAMALHO
FILHO et. al. ( 1978 ). Neste último, os solos são enquadrados em seis classes de uso,
com base nos seguintes fatores limitantes: deficiência de fertilidade, deficiência de
água, deficiência de ar, suscetibilidade à erosão e viabilidade de mecanização.

- Sistema de classificação de capacidade de uso

De acordo com RESENDE et al. (1997), o sistema de capacidade de uso foi


estruturado pelo Serviço de Conservação do Solo dos EUA para agrupar solos (já
mapeados) em classes de capacidade para programas de planejamento agrícola,
principalmente sob um enfoque conservacionista. Os autores consideram ainda que
uma das grandes contribuições deste sistema tenha sido a de influenciar todos os
sistemas subsequentes que incluem a produção sustentada, isto é, o uso sem
degradação socioecológica.

O sistema se baseia nas limitações permanentes das terras e é todo voltado


para as possibilidades e limitações à sua utilização, ou seja, está diretamente
relacionada com a intensidade de uso (LEPSCH, 1991).
25

As categorias do sistema de classificação em capacidade de uso estão assim


hierarquizadas:(LEPSCH, 1991):

??Grupos de capacidade de uso (A, B, e C) – estabelecidos com base na maior


ou menor intensidade de uso da terras;

??Classes de capacidade de uso (I a VIII): baseadas no grau de limitação de


uso;

??Subclasses de capacidade de uso: (IIe, IIIe, IIIA, etc.): baseadas na natureza


da limitação de uso;

??Unidades de capacidade de uso (Iie-1, Iie-2, IIIe-1, etc.): baseadas em


condições específicas que afetam o uso ou manejo da terra.

As classes de capacidade de uso, juntamente com a cor convencional nos


mapas de capacidade de uso, estão agrupadas da seguinte forma (RESENDE et al.,
1997; LEPSCH, 1991):

GRUPO A - Terras Cultiváveis

??Classe I – Terras cultiváveis aparentemente sem problemas especiais de


conservação (cor convencional: verde claro);

??Classe II – Terras cultiváveis com problemas simples de conservação (cor


convencional: amarelo);

??Classe III – Terras cultiváveis com problemas complexos de conservação (cor


convencional: vermelho); terras cultiváveis apenas
ocasionalmente ou em extensão limitada, com sérios problemas
de conservação (cor convencional: azul).

GRUPO B - Terras Cultiváveis apenas em casos especiais de algumas


culturas permanentes e adaptadas, em geral, para pastagem
ou reflorestamento)

??Classe V - Terras cultiváveis apenas em casos especiais de algumas culturas


permanentes e adaptadas, em geral, para pastagem ou
reflorestamento, sem necessidade de práticas especiais de
conservação (cor convencional: verde escuro);
26

??Classe VI - Terras Cultiváveis apenas em casos especiais de algumas culturas


permanentes e adaptadas, em geral, para pastagem ou
reflorestamento, com problemas especiais de conservação (cor
convencional: alaranjado);

??Classe VII - Terras Cultiváveis apenas em casos especiais de algumas culturas


permanentes e adaptadas, em geral, para pastagem ou
reflorestamento, com problemas complexos de conservação (cor
convencional: marrom);

GRUPO C - Terras impróprias para vegetação produtiva e próprias para


proteção da flora e da fauna silvestre, para recreação ou para
armazenamento de água

??Classe V III - Terras impróprias para vegetação produtiva e próprias para


proteção da flora e da fauna silvestre, para recreação ou para
armazenamento de água (Cor convencional: roxo).

A FIG.01 mostra as classes de capacidade de uso cuja intensidade de uso é


decrescente no sentido I-VIII. A FIG. 02 ilustra uma provável disposição das diferentes
classes de uso numa propriedade agrícola. As subclasses de capacidade de uso são
qualificadas em função da natureza da limitação do uso (FIG. 03) e podem ser de
quatro naturezas:
?? e: limitações pela erosão presente e/ou risco de erosão;
?? s: limitações relativas ao solo;
?? a: limitações por excesso de água;
?? c: limitações climáticas.

As unidades de capacidade de uso representam a subclasse perfeitamente


qualificada em função do fator limitante, como por exemplo:
?? IIIs-1: limitação por problemas de profundidade;
?? IIIs-2: limitação por problemas de pedregosidade;
?? IIIs-3: limitação por problemas de salinidade;
?? IIIe-1: limitação pela declividade (ou risco de erosão);
?? IIIe2: limitação por erosão laminar;
?? IIIe3: limitação por erosão em sulcos.
27

FIGURA 01 - Paisagem exemplificando uma compartimentação das terras


segundo as oito classes de capacidade de uso.
FONTE - LEPSCH, 1991. p.23.

FIGURA 02 – Resumo da variação do tipo e da intensidade máxima de utilização da terra sem


risco de erosão acelerada em função das classes de capacidade de uso.
FONTE - LEPSCH, 1991. p. 21
28

FIGURA 03 Esquema dos grupos, classes, subclasses e unidades de capacidade de uso.


FONTE - LEPSCH, 1991. p.25.

ASSAD et al. (1998) utilizaram o SIG Idrisi para gerar um mapa de capacidade
de uso de uma fazenda experimental da EMBRAPA e concluíram que a avaliação da
aptidão das terras por meio de SIG, como ferramenta de espacialização e cruzamento
de dados e para o cálculo de áreas, apresenta inúmeras vantagens.
29

MIRANDA et al. (1996) elaboraram um mapa de capacidade de uso das terras


utilizando sistemas de informações (SIG) no município de Campinas, e concluíram
que o uso de SIG permitiu uma caracterização da capacidade de uso das terras de
uma forma muito mais ampla que a tradicional.

RESENDE et al. (1987) consideram que esse sistema tem como ponto muito
forte a simplicidade de apresentação e que ele não funciona como elemento de
transferência de experiência se não for ligado à classe taxonômica.

– Sistema FAO/Brasileiro

Este sistema foi criado no Brasil no início da década de 60 e apresenta


características bem inovadoras:

??passa a considerar implicitamente, na sua estrutura, os chamados níveis de


manejo;

??o sistema considera, também, a viabilidade de redução dos problemas


através do uso de capital e técnica, o que vai afetar diferentemente o
pequeno e o grande agricultor;

??o sistema FAO/Brasileiro tem uma estrutura que permite seu ajustamento a
novos conhecimentos, inclusive adaptações regionais, sem perder a sua
unidade.

A aplicação desse sistema baseia-se nos seguintes itens (ASSAD et al., 1998):

a) listagem dos atributos do solo e do meio ambiente;

b) avaliação das potencialidades ao uso agrícola do solo e do meio ambiente em


termos de fertilidade, deficiência de água, deficiência de oxigênio,
susceptibilidade à erosão e impedimento à mecanização;

c) estimativa da melhoria das limitações conforme o nível de manejo;

d) definição das classes de aptidão, a partir do confronto das informações


30

obtidas nos itens (b) e (c), com o quadro guia ou tabela de conversão
climática. Atualmente existem três quadros guias estabelecidos para o Brasil:
um para a região tropical úmida, um para região subtropical e outro para a
região semi-árida.

Na atual versão o sistema permite a estimativa das qualidades do ecossistema a


partir de cinco parâmetros: nutrientes, água, oxigênio, mecanização e erosão
(RAMALHO FILHO et al., 1978). As terras são classificadas em quatro classes de
aptidão (boa, regular, restrita e inapta), segundo três níveis de manejo (baixo nível
tecnológico, médio nível tecnológico e alto nível tecnológico) e quatro tipos de
utilização (lavoura, pastagem plantada, silvicultura e pastagem natural), conforme
TAB. 05.

TABELA 05
Simbologia correspondente às classes de aptidão agrícola do Sistema FAO/Brasileiro
Classes de Aptidão Agrícola Tipos de Utilização
Lavoura Pastagem Silvicultura Pastagem
Plantada Natural
-------------------------------------------
Manejo A Manejo B Manejo C Manejo B Manejo B Manejo A

Boa A B C P S N

Regular a b c P D n

Restrita (a) (b) (c ) (p) (s) (n)

Inapta - - - - - -
FONTE: RAMALHO FILHO (1978).

As terras consideradas aptas para lavouras são também aptas para uso menos
intensivo (pastagem plantada, silvicultura e/ou pastagem natural).

Níveis de Manejo - Os Níveis de Manejo visam a diagnosticar o


comportamento das terras em diferentes níveis tecnológicos. Sua indicação é feita
através de letras, as quais podem aparecer na simbologia da classificação escritas de
diferentes formas, segundo as classes de aptidão que representam as terras, em cada
31

um dos níveis adotados. Eles são descritos como:

??Nível de Manejo A - baseado em práticas agrícolas que refletem um baixo


nível tecnológico. Praticamente não há aplicação de capital para o manejo,
melhoramento e conservação das condições das terras e das lavouras. As
práticas agrícolas dependem do trabalho braçal, podendo ser utilizada alguma
tração animal com implementos agrícolas simples.

??Nível de Manejo B - baseado em práticas agrícolas que refletem um médio


nível tecnológico. Caracteriza-se pela modesta aplicação de capital para o
manejo, melhoramento e conservação das terras e das lavouras. As práticas
agrícolas estão condicionadas principalmente à tração animal.

??Nível de Manejo C - baseado em práticas agrícolas que refletem um alto nível


tecnológico. Caracteriza-se pela aplicação intensiva de capital para o manejo,
melhoramento e conservação das terras e das lavouras. A mecanização está
presente nas diversas fases da operação agrícola.

Classes de Aptidão - As classes de aptidão expressam a aptidão agrícola das


terras para um determinado tipo de utilização, com um nível de manejo definido,
dentro do subgrupo de aptidão. Refletem o grau de intensidade com que as
limitações afetam as terras e são divididas em:

??Classe Boa - terras sem limitações significativas para a produção sustentada


de um determinado tipo de utilização, observando as condições de manejo
considerado. Há um mínimo de restrições que não reduzem a produtividade
ou benefícios e não aumentam os insumos acima de um nível aceitável.

??Classe Regular - terras que apresentam limitações moderadas para a


produção sustentada de um determinado tipo de utilização, observando as
condições de manejo considerado. As limitações reduzem a produtividade ou
os benefícios, elevando a necessidade de insumos de forma a aumentar as
vantagens globais a serem obtidas do uso. Ainda que atrativas, essas
vantagens são sensivelmente inferiores àquelas auferidas das terras de
classe boa.
32

??Classe Restrita - terras que apresentam limitações fortes para a produção


sustentada de um determinado tipo de utilização, observando as condições
de manejo considerado. Essas limitações reduzem a produtividade ou os
benefícios, ou então aumentam os insumos necessários, de tal maneira que
os custos só seriam justificados marginalmente.

??Classe Inapta - terras que apresentam condições que excluem a produção


sustentada de um determinado tipo de utilização. Esta classe não é
representada por símbolos. Sua interpretação é feita pela ausência das letras
no tipo de utilização considerado.

Este estudo de aptidão agrícola, que separa as áreas aptas para usos gerais
com lavouras, pastagem plantada, etc., não indica, por exemplo, dentro das áreas de
lavouras, quais as culturas que melhor se adaptam ou que dariam melhores
rendimentos.

Condições Agrícolas das Terras e Limitações - Para a análise das condições


agrícolas das terras toma-se, hipoteticamente, como ponto de referência, um solo ideal
para a agricultura, ou seja, um solo que não apresente problemas de fertilidade
natural, deficiência de água e oxigênio, não seja susceptível à erosão e não ofereça
impedimento à mecanização. Na prática, é difícil encontrar terras que preencham
todas essas características; normalmente elas apresentam um ou mais fatores de
limitações, impedindo a sua plena utilização. Assim, estabelecem-se diferentes graus
de limitação em relação ao solo "ideal", para indicar a intensidade dessa variação
(desvio).

A estimativa do grau de desvio das condições agrícolas dos solos em relação ao


solo ideal é feita, então, quanto a nutrientes (F), disponibilidade de água (A),
disponibilidade de oxigênio (DO), susceptibilidade à erosão (DE) e impedimento à
mecanização (DM). Esses deltas (D) são quantificados em graus: nula, ligeira,
moderada, forte e muito forte.

a) - Limitações por Deficiência de Fertilidade

??Nula - Elevada reserva de nutrientes. Nem mesmo plantas exigentes


respondem à adubação. Ótimos rendimentos. V > 80%, S > 6, mE/100g;
33

TAl = 0 na camada arável;

?? Ligeira - Boa produção, com pequena exigência para manter a


produção. V > 50%, S > 3, TAl < 30%. TNa < 8%. V é a saturação de
bases, S é a soma de bases, TAl é a saturação de alumínio e TNa é a
saturação de sódio;

??Moderada - Um ou mais nutrientes com reserva limitada. TNa 6 - 15 %;

??Forte - Um ou mais nutrientes em pequenas quantidades. Permitem


bons rendimentos só de culturas adaptadas. O rendimento das demais
culturas e das pastagens é baixo. A vegetação é de cerrado fechado;

??Muito Forte - Conteúdo de nutrientes é muito restrito. Possibilidades


remotas para agricultura, pastagens e reflorestamentos. A vegetação é
de campo cerrado. Os solos são salinos.

b) - Limitações por Deficiência de Água

??Nula - Não há deficiência de água;

??Ligeira - Pequena deficiência, durante um período curto - seca de 3


meses;

??Moderada - Deficiência durante um período mais prolongado, de 3 a 6


meses ou menor do que 3 meses em solos arenosos;

??Forte - Grande deficiência de água, seca de 6 a 8 meses, de 3 a 7


meses em solos arenosos, precipitação entre 600 e 800 mm ano;

??Muito Forte - A deficiência de água disponível é muito grande, de 8 a 10


meses. Precipitação anual entre 400 e 600 mm.

c) - Limitações por Excesso de Água

??Nula - Aeração boa em qualquer época do ano. Solos bem a


excessivamente drenados;

??Ligeira - Solos moderadamente drenados ou com riscos permanentes


34

de inundação (estação chuvosa);

??Moderada - Solos imperfeitamente drenados ou com risco permanente


de inundação;

??Forte - Solos mal a muito mal drenados ou sujeitos a inundação


freqüente;

??Muito Forte - Solos mal a muito mal drenados, sujeitos a inundação


freqüente, inviáveis em termos de agricultura.

d) - Limitações por Susceptibilidade à Erosão

??Nula - Após 10_20 anos: horizonte A permanece intacto. Plano ou


quase plano, declividade < 3%, bem permeável;

??Ligeira - Após 10_20 anos: < 25% do horizonte A original removido da


maior parte da área. Declives entre 3 e 8%. Erosão bem controlada por
culturas selecionadas;

??Moderada - Após 10_20 anos: 25 a 75% do horizonte A removido da


maior parte da área. Declive de 8 a 20%. Podem ocorrer pequenas
voçorocas. O controle à erosão deve ser intensivo;

??Forte - Após 10_20 anos: > 75% do horizonte A removido da maior


parte da área. Declives entre 20 e 45%. Ocorrem voçorocas rasas e
algumas profundas. O controle da erosão é difícil, dispendioso ou
inviável;

??Muito Forte - São destruídos em poucos anos. Declividade > 45%.


Presença de voçorocas médias e profundas, inutilizando a área para
fins agrícolas;

e) - Limitações por Impedimento à Mecanização

??Nula - Pode ser usada maquinaria agrícola, na maior parte da área,


durante todo o ano. Relevo plano, declividade < 3%;

??Ligeira - Maioria dos tipos de maquinaria sem ou com ligeira dificuldade;


35

relevo suave ondulado, com declividade entre 3 e 8%. Profundidade


limitante; relevo plano com textura muito grosseira (arenosa,
cascalhenta, etc.); presença de argila expansiva, problemas de
drenagem.

??Moderada - Suportam somente equipamentos mais leves, durante parte


do ano, tracionados por animais. Relevo ondulado, com declives entre 8
e 20%; profundidade limitante; plano com textura muito arenosa ou
muito argilosa.

??Forte - Somente podem ser usados implementos manuais, na maior


parte da área. Relevo forte ondulado, com declives de 20 a 45%.
Pedregosidade.

??Muito Forte - Não é possível a mecanização. Relevos montanhosos,


declives > 45%. Pedregosidade.

ROSA (1995) utilizou o Sistema FAO/Brasileiro de Aptidão Agrícola das Terras


aplicando técnicas de Sistema de Informação Geográfica para a Avaliação da Aptidão
Agrícola das Terras na sub-bacia do ribeirão Douradinho. Foram cruzados no SIG as
informações sobre o uso da terra, solos, declividade e perdas de solo. Como
resultado, foi gerado um mapa com oito categorias de uso para a área estudada.

Segundo RESENDE et al. (1997), a principal desvantagem desse sistema é


que ele ainda não foi trabalhado em termos do usuário, e por isto não tem sido usado
intensamente em propriedades.
36

2.8 Geoprocessamento

O termo Geoprocessamento tem sido aplicado às áreas do conhecimento que


utilizam técnicas matemáticas e computacionais para o armazenamento e tratamento
da informação geográfica. Esta tecnologia tem sido aplicada cada vez mais nas áreas
de Cartografia, Análise de Recursos Naturais, Transportes, Comunicações, Energia e
Planejamento Urbano e Regional.

O termo Geoprocessamento é definido como uma tecnologia que abrange o


conjunto de procedimentos de entrada, manipulação e análise de dados
espacialmente referenciados (TEIXEIRA E CRISTOFOLETTI, 1997).

Em linhas gerais o termo Geoprocessamento pode ser aplicado às áreas que


trabalham com cartografia digital, processamento digital de imagens, e sistemas de
informação geográfica. Embora essas atividades sejam diferentes elas estão
intimamente interrelacionadas, usando na maioria das vezes as mesmas
características de hardware, porém com software distinto.

Segundo CÂMARA et al. (1996), muitos problemas no uso das ferramentas de


Geoprocessamento decorrem do fato de que, por inexperiência, muitos técnicos
utilizam sistemas CAD (projeto auxiliado por computador) como SIG. De acordo com
o autor, um Sistema CAD é uma ferramenta para capturar desenhos em formato
legível por máquina.

A cartografia digital transmite a idéia de automação de projetos com o auxílio


do computador e outros equipamentos conexos, enquanto que os sistemas de
informação geográfica transmitem a idéia de análise, modelagem e simulação desses
projetos automatizados.

Os modelos de CAD tratam os dados como desenhos eletrônicos em


coordenadas do papel. Nas aplicações de CAD existem muitas vezes irregularidades
nos objetos (como sólidos de revolução) que podem ser modeladas com o uso de
técnicas como a de geometria construtiva de sólidos.
37

O processamento digital de imagens pode ser entendido como sendo o conjunto


de procedimentos e técnicas destinadas à manipulação numérica de imagens digitais,
cuja finalidade é corrigir distorções e melhorar o poder de discriminação dos alvos.
Como exemplo, podemos citar os softwares ERDAS, PCI, SITIM, etc. (ROSA &
BRITO, 1996).

O Sistema de Informação Geográfica (SIG) é um sistema destinado a


aquisição, armazenamento, manipulação, análise e apresentação de dados referidos
espacialmente na superfície terrestre. Portanto, o Sistema de Informação Geográfica é
uma particularidade dos Sistemas de Informação, no sentido amplo. Essa tecnologia
automatiza tarefas até então realizadas manualmente e facilita a realização de
análises complexas, através da integração de dados de diversas fontes. O objetivo
geral de um sistema de informação geográfica é, portanto, servir de instrumento
eficiente para todas as áreas do conhecimento que fazem uso de mapas,
possibilitando: integrar em uma única base de dados informações representando
vários aspectos do estudo de uma região; permitir a entrada de dados de diversas
formas; combinar dados de diferentes fontes, gerando novos tipos de informações;
gerar relatórios e documentos gráficos de diversos tipos (ROSA & BRITO, 1996).

CÂMARA et al. (1996) consideram, como componentes de um SIG, os


seguintes elementos:

?? Interface com usuário;

?? Entrada e integração de dados;

?? Funções de processamento gráfico e de imagens;

?? Visualização e plotagem;

?? Armazenamento e recuperação de dados (organizados sob a forma de


um banco de dados geográficos).

A FIG.4 indica o relacionamento dos principais componentes. Cada


sistema, em função de seus objetivos e necessidades, implementa esses
38

componentes de forma distinta, mas todos os subsistemas citados devem estar


presentes num SIG.

Interface

Entrada e Integr. Consulta e Análise Visualização


Dados Espacial Plotagem

Gerência Dados
Espaciais

Banco de Dados
Geográfico

FIGURA 4 - Arquitetura de Sistemas de Informação Geográfica.


FONTE: CÂMARA et al.(1996), p.24.

MIRANDA et al. (1996) utilizaram as técnicas de Geoprocessamento na


avaliação dos impactos ambientais decorrentes das atividades agrícolas
desenvolvidas em florestas tropicais úmidas em Rondônia, além do suporte ao
zoneamento agroecológico e ao ordenamento territorial em Tocantins e Fernando de
Noronha.

ROSA (1995) considera que as técnicas de sensoriamento remoto, aliadas aos


Sistemas de Informação Geográfica, desempenham um papel fundamental na
organização do espaço.

BAPTISTA (1997), através de técnicas de Geoprocessamento, elaborou um


diagnóstico ambiental da perda laminar de solos no Distrito Federal, com a elaboração
de mapas de declividade, perda de solos e impactos ambientais por perda de solos.
39

GUERRA (1998), utilizando técnicas de Geoprocessamento para a elaboração


da Cartografia Geológica-Geotécnica de áreas costeiras, considerou plenamente
recomendável o uso dessas técnicas na elaboração da cartografia geológica-
geotécnica de caráter orientativo.

FERNÁNDEZ (1996) analisou a erosão do solo através de técnicas de


Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento e concluiu que o Sistema de
Informações Geográficas usado, o SPRING, mostrou-se eficiente no manuseio dos
dados.

RODRIGUES (1998) utilizou as técnicas de geoprocessamento para estudar a


evolução e adequação do uso agrícola das terras numa microbacia. De acordo com os
seus resultados, as técnicas de segmentação de imagens e classificação
supervisionadas por regiões, implementadas no software SPRING, mostraram-se
eficientes na separabilidade de regiões.

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