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COLUNA LOMBAR
GENERALIDADES

A coluna vertebral é o eixo do corpo.

É constituída por múltiplas peças


sobrepostas, unidas entre si por estruturas
ligamentares e musculares que permitem
responder às solicitações mecânicas
contraditórias como a rigidez e a flexibilidade.

A coluna deve realizar três funções:

1. Estática
2. Cinética
3. Proteção

Se decompusermos a estrutura de uma


vértebra qualquer, podemos observar duas
partes principais:

1. Corpo vertebral: (parte anterior) que


constitui a parte estática da coluna
vertebral e garante a sua solidez.
2. Arco posterior: (parte posterior) com forma de ferradura, constituído pelos
pedículos, lâmina, processos transversos, processo espinhoso e facetas
articulares. É a parte dinâmica da coluna vertebral. Os corpos vertebrais
aumentam progressivamente de volume de C3 até L5.

Possuem forma de cunha como os discos


intervertebrais, o que determina as curvaturas
raquídeas que, como já sabemos, são quatro:

1. Lordose cervical
2. Cifose dorsal
3. Lordose lombar
4. Cifose sacro-coccígea.

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Alguns autores consideram a curva do occipital como o cume das curvaturas


verterbrais.

Na região lombar o pico da curvatura está


situado ao nível de L3. Esta vértebra tem uma
função de relevo muscular entre o ilíaco
(grande dorsal) e a coluna dorsal
(epiespinhoso).

O tipo e amplitude de movimento da


coluna vertebral estão determinados pela
orientação das facetas articulares posteriores
que atuam como guia. Estas não estão
preparadas para suportar o peso do corpo, mas
na coluna lombar a absorção da carga ao nível
interapofisário é muito mais importante, o que
induz uma maior freqüência de apararecimento
de processos artrósicos.

CARACTERÍSTICAS DAS VÉRTEBRAS LOMBARES


CORPO VERTEBRAL
O diâmetro transversal é maior que o
anteroposterior. Na periferia encontramos osso
compacto e na zona central osso esponjoso.

LÂMINAS
Muito altas

PROCESSO ESPINHOSO
Grosso e retangular

PROCESSO COSTIFORME
Vestígios costais no qual encontramos o
tubérculo acessório que representa o homólogo dos
processos transversos das vertebrais torácicas.

PEDÍCULOS
A parte superior e inferior formam o forame de
conjugação

FACETAS ARTICULARES
Orientadas:
As superiores para trás e para dentro
As inferiores para frente e para fora.

FORAME VERTEBRAL
Tem forma triangular

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CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS DE ALGUMAS


VÉRTEBRAS LOMBARES

Algumas vértebras lombares possuem características especiais:

1ª vértebra lombar: seus processos costiformes são mais curtos.

3ª vértebra lombar: encontra-se horizontal, com relação ao resto da coluna lombar.


Recebe as forças que vem da parte superior e inferior da coluna. É a que possui maior
mobilidade.

5ª vértebra lombar: tem o corpo vertebral mais alto na parte anterior que na posterior
(forma de cunha) e suas facetas articulares inferiores se encontram mais separadas. É
uma vértebra de transição. Encontra-se na horizontal das cristas ilíacas.

O forame de conjugação possui na maioria dos casos mais de um centímetro de altura.


O nervo, a artéria e a veia somente ocupam 1/3 do espaço e o resto do forame está
composto por tecido conjuntivo.

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O SISTEMA ARTICULAR E LIGAMENTAR

A união dos corpos vertebrais conforma uma articulação que é uma anfiartrose e a
das facetas articulares artrodias.
Algunas autores denominam sindesmose à
união das lâminas por meio dos ligamentos
amarelos.

LIGAMENTO LONGITUDINAL ANTERIOR

Pela frente dos


corpos vertebrais
encontramos o ligamento
longitudinal anterior que
se estende desde de o
occipital até a 2ª vértebra
sacra onde termina em
sua face anterior.

Este ligamento une a parte anterior dos corpos vertebrais


realizando um freio anterior para o deslizamento dos discos
intervertebrais o que faz com que as
hérnias discais anteriores sejam raras.

É pouco inervado e pouco


sensível, portanto não é responsável
direto das dores lombares, mas sim de
fixações dos corpos vertebrais e do disco intervertebral.

LIGAMENTO LONGITUDINAL POSTERIOR.

Por trás encontramos o ligamento longitudinal posterior


que é muito mais fino que o anterior e se insere desde o
forme occipital ao longo do bordo posterior dos corpos
vertebrais para terminar ao nível do sacro na zona de 5ª
vértebra sacra onde se prolonga através do ligamento
coccígeo.

Sua característica principal é que seu formato arcado se


insere nos pedículos, nas lâminas e nos discos intervertebais
o que faz com que o núcleo pulposo fique retido em seu
encaixe posterior, mas não pode realizar o mesmo na direção
póstero-lateral pela sua morfologia.

Este ligamento está ricamente inervado pelo nervo sinovertebral ou nervo de


Luschka.

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OUTROS REFORÇOS ARTICULARES

1. As cápsulas articulares

2. Ligamentos intertransversos: ao nível do


processo transverso.

3. Ligamentos amarelos: de uma lâmina a


outra.

4. Ligamento interespinhoso e
supraespinhoso: dirigem-se de uma
espinhosa a outra. Estão ricamente
inervados e realizam um freio muito
poderoso para a flexão anterior da
coluna.

5. Ligamentos iliolombares: têm um papel


importante no que se refere à união da coluna lombar com a pelve. Possui dois
fascículos:
SUPERIOR: que se dirige do vértice da transversa da quarta lombar para
baixo, para fora e para trás até a crista ilíaca.
INFERIOR: parte do vértice e bordo inferior do processo transverso da 5ª
lombar e se dirige para baixo e para fora para inserir-se na crista ilíaca pela
frente e por dentro do fascículo precedente.

Distinguem-se às vezes dois feixes, um estritamente ilíaco e outro sacro mais


vertical que termina na parte mais anterior da articulação sacroilíaca e sacro.

Estes ligamentos limitam:

a) Movimentos de inclinação
lateral (contralateral à
inclinação).

b) De flexão: o fascículo
superior.

c) De extensão: o fascículo
inferior.

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O SISTEMA MUSCULAR

Podemos distinguir três grupos musculares:

1. OS MÚSCULOS DO GRUPO POSTERIOR


dividido em tres planos:

1. Plano profundo
Sacrolombar (1)
Longuíssimo torácico (2)
Espinhoso dorsal (3)
Transverso espinhoso (4)

Se encontram em ambos os lados das


espinhosas, nos canais vertebrais e por ele
recebem o nome de paravertebrais, são muitas
vezes (principalmente o transverso espinhoso),
os responsáveis das fixações vertebrais já que
realizam lateroflexão e rotação homolateral.

2. Plano médio:
Serratil posterior inferior (5)

3. Plano superficial:
Grande dorsal (6): insere-se na
aponeurose lombar na linha das espinhosas e
recobre toda a parte postero-lateral da região lombar.

2. GRUPO LATEROVERTEBRAL

Quadrado lombar (7): estende-se


entre as últimas costelas, a crista ilíaca e o vértice dos
processos transversos. Sua função é de
estabilizar a coluna lombar e é o principal latero-
flexor.
Inervado pelas raízes deT12 e ramos
posteriores do plexo lombar.

Psoas (8) ocupa as faces laterais dos


corpos vertebrais e os processos costiformes. Forma os
arcos para dar passagem aos nervos raquídeos do
plexo lombar e sacro.

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Do ponto de vista osteopático é o elemento mais importante no tratamento da coluna


lombar sem esquecer sua influência sobre a pelve. É o flexor mais importante do quadril
associado aos músculos ilíacos com quem trabalha em sinergia quando o ponto fixo se
encontra na lombar. Situa-se ao nível do quadril, uma contração bilateral do psoas
provoca aumento da lordose lombar. Se for
produzida uma contração unilateral provoca
lordose, latero-flexão homolateral e rotação para o
lado oposto. É o músculo que fixa a posição
antálgica em caso de ciática ou hérnia discal. Por
sua inserção lateral dos corpos vertebrais e os
discos, quando se encontra espasmódico fixa a
posição da protusão discal provocando uma
adaptação vertebral na 1ª lei de Fryette (N.S.R.). É
fundamental diminuir o espasmo do psoas para
poder diminuir a hiperpressão discal, a atitude
antálgica e tratar a coluna lombar.

3. MÚSCULOS DA PAREDE DO ABDOMEN

Distribuem-se em dois grupos:

a) Retos do abdômen (9) e transverso do abdomen (10).


b) Obliquo interno do abdomen (11) e obliquo externo do
abdomen (12)

A aponeurose do obliquo menor se divide no bordo


externo do reto anterior em folhas que o envolve. Na linha
média entrecruzam-se formando um rafe muito sólido: a linha alba abdominal. As folhas
anterior e posterior da bainha dos retos estão reforçadas por trás pela aponeurose do
transverso e pela frente pela do obliquo maior.

As fibras do músculo transverso


têm uma disposição quase
horizontal, de tal maneira que
quando se contrai bilateralmente
provoca uma prensa abdominal
que estabiliza a pelve. Este
músculo atua sempre em sinergia
com os obliquos.

Os abdominais cumprem um
papel fundamental na
bipedestação, pois são os

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encarregados de estabilizar a pelve. Atuam sinergicamente com os glúteos e isquiotibiais.


Um sujeito que não contrai seus abdominais aumentará a anteversão pélvica e o iliopsoas
levará a coluna vertebral para frente.

MÚSCULOS IMPORTANTES DA COLUNA LOMBAR

O espasmo destes músculos provocará dores, atitudes antálgicas e manutenção das


fixações articulares que incidem diretamente sobre a coluna lombar. Nosso objetivo será o
de conseguir previamente a toda manipulação articular o relaxamento muscular.

1. QUADRADO LOMBAR

Reconhecemos três fascículos:


1. Feixes iliocostais: originam-se no
borde inferior da última costela e se dirige
para baixo até o terço posterior da crista
ilíaca.
2. Feixes costolombares: se
estendem desde a última costela até o
extremo lateral do processo costiforme
das quatro últimas lombares.
3. Feixes iliolombares: dirigem-se
desde a extremidade do 5ª processo
costiforme até a parte posterolateral da
crista ilíaca.
É inervado pelas raízes de T12 e
ramos posteriores do plexo lombar.
Este músculo apresenta dois pontos triggers superficiais e dois profundos. Os
superficiais se encontram por debaixo da 12ª costela e por cima da crista ilíaca. Os
profundos se situam diante dos processos transversos de L3 e L4.
A dor referida que apresenta o músculo ao encontrar-se em disfunção, se situa ao
nível da articulação sacroilíaca homolateral e a porção ínfero-externa desde as nádegas
ao ísquio. Pode também apresentar dores referidas no trocânter e na parte externa do
quadril.
Semiologicamente, na inspeção encontraremos uma descida da asa ilíaca, elevação
do ombro, convexidade lombar e elevação da 12ª costela do lado débil (contrário ao
espasmo).

Para realizar o teste muscular utilizaremos duas manobras:

1. Paciente em decúbito lateral solicita-se inclinação lateral do tronco.


2. Paciente em decúbito dorsal, o terapeuta toma o membro inferior do lado do
músculo a testar e solicita ao paciente que resista à tração que será exercida
sobre o membro.

O teste muscular deve ser realizado de ambos os lados para estabelecer parâmetros
comparativos.

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Em posição sentada podemos observar uma assimetria com uma escoliose devido
ao espasmo do músculo. Se colocarmos um suplemento no ísquio do lado oposto se
corrige a atitude antálgica e se colocarmos no lado afetado aumentará a assimetria.

Em decúbito dorsal, se realizarmos a medição do comprimento funcional dos


membros inferiores, encontraremos do lado do espasmo uma perna curta. Ao colocar sob
o ísquio deste lado um suplemento iguala-se o comprimento dos membros; se colocarmos
do lado oposto da perna curta aparecerá mais curta ainda.

2. PSOAS ILÍACO

É formado por dois músculos: o


psoas e o ilíaco. O primeiro se origina dos
processos transversos das vértebras
lombares e nas faces laterais do corpo
vertebral da última dorsal e de todas as
lombares, assim como também os discos
intervertebrais. O músculo termina no
trocânter menor.
As dores referidas que este músculo
provoca são:
- Zona paraespinhal entre T12 e
parte anterior da crista ilíaca.
- Zona da articulação sacroilíaca.
- Metade da crista ilíaca.

O ponto trigger se encontrará sobre o tendão terminal do psoas. Ao nível do


abdômen, na união do terço médio com o terço externo da linha que une o umbigo à
EIAS.

Recordaremos que à palpação o músculo apresentará os pontos trigger dolorosos.

O psoas tem uma influência na articulação sacroilíaca que não podemos esquecer;
quando se encontra em espasmo fixa e ao encontrar-se hipotônico produz instabilidade
articular. Da mesma maneira influi sobre a coluna lombar, em caso de hipertonia bilateral
aumenta a lordose fisiológica e em caso contrário a diminui.

O psoas em espasmo unilateral produz também adaptações vertebrais em grupo em


N.S.R. As causas deste espasmo podem ser variadas, uma patologia renal, infecções,
fixações tóraco-lombares ou devido a uma toxemia.

Devemos recordar que este músculo se relaciona ao diafragma, plexo solar, plexo
lombar, cadeia laterovertebral simpática lombar, ureteres, apêndice, A.S.I., coxofemoral e
dobradiça toraco-lombar, portanto todo processo lesional repercutirá a estes níveis e vice-
versa.

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BIOMECÂNICA VERTEBRAL
A coluna lombar possui como movimentos maiores a flexão e a extensão: os
movimentos de lateroflexão e rotação estão muito limitados a este nível.

Sua estabilidade está condicionada pela horizontalidade da base do sacro e pelas


articulações da pelve.

MOVIMENTO DE FLEXÃO

A flexão é o afastamento das


extremidades de um arco que forma uma
cifose. Para duas vértebras lombares
adjacentes, a flexão é a separação das
apófises espinhosas, separando-se ao
máximo as facetas articulares.

Realiza-se com um eixo transversal em


um plano sagital.

Neste movimento a vértebra superior se


desliza para frente:

O centro do movimento é o núcleo.

O processo espinhoso está anterior e


separado da espinhosa subjacente.

As facetas articulares se desimbricam.

Ocorre um deslizamento divergente no


plano sagital e o núcleo se desliza para trás.

O movimento está limitado pela tensão


cápsulo-ligamentar, pelo ligamento longitudinal
posterior, ligamento amarelo e, principalmente,
pelos ligamentos interespinhosos e
supraespinhosos. A tensão dos ligamentos
diminui as pressões intradiscais na flexão
evitando o esmagamento do disco.

Na região lombar a amplitude de movimento é


de 40º

MUSCULOS AGONISTAS:
Reto do abdômen

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Obliquo externo
Obliquo interno.

MOVIMENTO DE EXTENSÃO

A extensão é a aproximação das extremidades de um arco que formam uma


lordose. Para duas vértebras lombares adjacentes, a extensão é a aproximação dos dois
processos espinhosos.

Realiza-se com um eixo transversal em um plano sagital.

Neste movimento a vértebra superior


desliza para trás

O centro do movimento é o núcleo.

A espinhosa está posterior e se


aproxima à espinhosa subjacente.

As facetas articulares se imbricam.

Há um deslizamento convergente no
plano sagital.

O núcleo se desliza para frente, colocando em tensão as fibras anteriores do


anel fibroso.

O movimento está limitado pelas tensões capsulares, pelo ligamento


longitudinal anterior e, principalmente, pelo choque das espinhosas.

Na coluna lombar a amplitude do movimento é de 30º.

1. Transverso espinhoso
2. Interespinhoso
3. Epiespinhoso
4. Serrátil posterior e inferior
5. Longuíssimo torácico
6. Sacrolombar ou iliocostal
7. Grande dorsal
8.

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MOVIMENTO DE LATEROFLEXÃO OU INCLINAÇÃO LATERAL

A lateroflexão ou flexão lateral é uma


posição de uma vértebra em uma flexão para
a direita ou para a esquerda do eixo
médio do corpo.
Realiza-se sobre um eixo antero-
posterior no plano frontal.

Neste movimento a vértebra


superior se inclina lateralmente.

O centro do movimento está


situado ao nível da espinhosa.

O processo transverso se aproxima da vértebra subjacente do lado da lateroflexão


e se separa do lado oposto.

A faceta articular do lado da lateroflexão está imbricada e desimbricada do lado


oposto.

O deslizamento das facetas se produz no plano frontal.

O núcleo se desliza para o lado oposto da lateroflexão.

O movimento está limitado pela tensão do ligamento intertransverso.

Realiza-se sobre um eixo antero-posterior em um plano frontal. O corpo da vértebra


superior se inclina para o lado da concavidade. O núcleo pulposo está deslizado para o
lado da convexidade. A faceta articular do lado côncavo se imbrica e a do lado convexo
se desimbrica.

Os elementos articulares que limitam o


movimento são: a tensão do ligamento
intertransverso, ligamento amarelo e a cápsula
articular interapofisária do lado da convexidade.

Na coluna lombar a amplitude de movimento é


de 25º.

MUSCULOS AGONISTAS:

Quadrado lombar.
Obliquo externo.
Obliquo interno.

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MOVIMENTO DE ROTAÇÃO
A rotação é o movimento ao redor de
um eixo que passa pelo meio do corpo
vertebral, sempre está indicada pela posição
da face anterior do corpo da vértebra.
Realiza-se sobre um eixo vertical em
um plano horizontal.
Neste movimento a vértebra gira.
O processo transverso do lado da
rotação está posterior.
O processo espinhoso se desliza ao
lado oposto da rotação.
Se produz um deslizamento
diferencial sobre as facetas
articulares, uma desliza para frente e
a outra para trás.
A altura global do disco diminui, há
cisalhamento ao nível do anel e a pressão sobre o núcleo aumenta.

Na coluna lombar a amplitude é de 10º


Na figura podemos observar os graus de flexo-extensão da coluna lombar que será
máxima ao nível da união da 3ª e 4ª vértebra, diminuindo ao longo do tempo em todas as
lombares. Geralmente em L3-L4 diminuiu a flexão em maior porcentagem, sendo menor no
segmento L5-S1. A maior extensão se produz no segmento L3-L4. A inclinação lateral é
maior nas crianças ao nível de L3-L4 e L4-L5. É menor a porcentagem entre L1-L2 e L5-S1.
A amplitude de rotação segmentar e da coluna toraco-lombar é muito difícil de apreciar.
Podemos dizer que ao nível de T7-T8 este movimento é escasso, enquanto que é máximo
entre as vértebras adjacentes decrescendo de maneira regular para cima e para baixo para
reduzir ainda mais ao nível lombar e torácico superior.

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AS LEIS DE FRYETTE D.O.

Definem os movimentos de um segmento vertebral ou um grupo de vértebras na


fisiologia articular normal, movimentos que se efetuam automaticamente em todas as
atividades da vida diária. Este automatismo se produz em forma diferente segundo se
encontram em posição de easy-flexion (N de neutral), flexão (F) ou de extensão (E).

Entendendo-se por:
- Easy-flexion (N) a posição de neutralidade dos segmentos vertebrais ou de um grupo
vertebral, de maneira tal que as facetas das facetas articulares não se encontram imbricadas
nem desimbricadas e a carga corporal descansa em um estado de equilíbrio sobre o corpo
vertebral. Na easy-flexion as facetas articulares das apófises articulares estão paralelas,
contando com três graus de movimento antes de sair deste estado de equilíbrio, seja para
flexão com a consecutiva desimbricação das facetas articulares ou para a extensão com a
correspondente imbricação das mesmas. Esta descrição se corresponde quando
consideramos a vértebra central ou neutra de uma curva fisiológica (C4 – T6 – L3). De acordo
com a localização que um segmento vertebral ocupe na curva fisiológica vai depender o
maior ou menor percurso para sair deste estado de easy-flexion para a flexão ou extensão.

- Flexão (F): a posição de um segmento vertebral ou grupo vertebral pelas quais as


facetas das apófises articulares encontram-se desimbricadas e a carga corporal se desliza
para a parte mais anterior do corpo vertebral, obrigando o deslizamento posterior do núcleo
pulposo do disco intervertebral.

- Extensão (E): o oposto da flexão, com imbricação das facetas articulares.

1ª Lei de Fryette: NSR.


N: neutra ou easy-flexion
S: Sidebending (inclinação lateral)
R: Rotação

Quando uma vértebra, ou um grupo vertebral está


em estado de easy-flexion (posição neutra), para realizar
uma rotação de um lado, a vértebra ou grupo vertebral
está obrigado a realizar primeiro uma latero-flexão (S) do
lado oposto.

BIOMECÂNICA DA NSR Esquerda.


1º Tempo: A vértebra estando previamente em easy-
flexion realiza uma latero-flexão (S) à direita.

2º Tempo: Este movimento de S produz um movimento


de deslizamento lateral na convexidade formada, à
esquerda.

3º Tempo: Produz-se uma rotação (R) a esquerda da


vértebra ou grupo vertebral.

1º ANO 58
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Estes três tempos se realizam de forma simultânea e automática provocando o


deslizamento do núcleo pulposo para a convexidade.
2ª Lei de Fryette: ERS ou FRS – extensão / flexão
E/F: extensão ou flexão
S: Sidebending (inclinação lateral)
R: Rotação
“Quando uma vértebra ou um grupo vertebral se encontra
em um estado de flexão ou de extensão, para realizar
uma latero-flexão de um lado, esta vértebra ou este grupo
vertebral está obrigado a realizar primeiro uma rotação do
mesmo lado”.

BIOMECÂNICA DA ERS-FRS Direita.

1º Tempo: A vértebra estando previamente colocada em


flexão ou em extensão realiza uma rotação à direita.

2º Tempo: Produz-se um deslizamento lateral na


convexidade à esquerda.

3º Tempo: A vértebra realiza uma lateroflexão (S) direita.


O processo espinhoso está bloqueado para a
convexidade, mas a vértebra gira na concavidade.

Os três tempos ocorrem de forma simultânea e


automática, provocando o deslizamento do núcleo para a
convexidade (contralateral à inclinação).

Não devemos esquecer que os movimentos em nossa coluna não se dissociam dos
movimentos que nossas alavancas corporais realizam nas distintas atividades que
desenvolvemos diariamente, mas devemos compreender que todas estas situações
dinâmicas e estáticas solicitam distintos segmentos de nossa coluna em um mesmo
momento e de forma diferente, de tal modo que um grupo vertebral pode mover-se em
N.S.R. enquanto outro realiza em E. ou F.R.S.

As leis de Fryette são aplicáveis à fisiologia articular normal de um segmento


vertebral ou de um grupo vertebral e a instalação de lesões também respondem a este
comportamento, mas de forma diferente.

1º ANO 59
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AS LEIS DE MARTINDALE
Consecutivamente a uma lesão não neutra de um segmento vertebral, a coluna
busca manter seu equilíbrio. Realiza por meio de conjuntos de vértebras que fazem
adaptações em N.S.R. (R. para o lado contrário da lesão primária). Esta adaptação é
possível devido aos multífidos da coluna cervical e torácica alta que se inserem em
grupos de três vértebras enquanto que as torácicas médias e baixas, e lombares tomam
quatro vértebras; conformando quatro grupos de três vértebras e três grupos de quatro
vértebras.
As F.R.S. produzem uma adaptação dos grupos vertebrais subjacentes,
considerando-se a vértebra starter a superior em lesão não neutra.
As E.R.S. produzem uma adaptação dos grupos vertebrais suprajacentes,
considerando-se a vértebra starter a inferior em lesão não neutra. A vértebra ápice é
aquela que corresponde à vértebra mais rodada da curva adaptativa, sendo geralmente a
central. As correções destas situações lesionais devem ser focadas da seguinte maneira:
a) Primeiro deve se corrigir a vértebra starter. Se a curva (supra ou subjacente) é
adaptativa, produzirá a correção espontânea da mesma.
b) Se a curva não desaparece, estaremos diante de uma curva compensatória.
Para corrigi-la deveremos tratar a vértebra ápice.

1. GRUPO C1-C2-C3

Este grupo geralmente resulta de uma


adaptação a uma lesão craniana, principalmente
ao nível C0-C1. Provoca sintomas da esfera
cefálica:
Cefaléias ou enxaquecas
Neuralgia de Arnold
Problemas de visão
Problemas de garganta

2. GRUPO C4-C5-C6

Hipertensão arterial.
Dores dos membros superiores
Problemas estomacais e respiratórios
(diafragma)

3. GRUPO C7-T1-T2

Perturbação do sistema ortossimpático


ganglionar torácico (hipertensão, asma ou
bronquite).
Neuralgias cervicobraquiais.

1º ANO 60
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Alteração linfática do membro superior.

4. GRUPO T3-T4-T5

Alterações cardíacas, respiratórias e gástricas.

5. GRUPO T6-T7-T8-T9

É o grupo do nervo esplâncnico maior (estômago, fígado, vesícula biliar, duodeno)


e do plexo solar.
Alterações digestivas.

6. GRUPO T10-T11-T12-L1

Alterações intestinais (colites, constipação)


Alterações urinárias (rins, ureteres).
Zona de hemorragias ginecológicas.

7. GRUPO T10-T11-T12-L1

Está relacionado com as disfunções do sacro e dos ilíacos.


Dores do membro inferior (cruralgia, ciática).
Alterações intestinais (colon sigmóide).
Problemas ginecológicos (dismenorréias).

Uma FORÇA DESCENDENTE provoca uma LESÃO EM FLEXÃO


que realiza uma ADAPTAÇÃO DESCENDENTE.

Uma FORÇA ASCENDENTE provoca uma LESÃO EM EXTENSÃO


que realiza uma ADAPTAÇÃO ASCENDENTE.

AS LEIS DE LOVETT BROTHER

Estabelecem uma relação entre as vértebras superiores e inferiores através da


dura-máter, agrupando-as de duas em duas. A biomecânica cervical e torácica alta
atua de forma sincrônica com a biomecânica lombar e torácica baixa.

1º ANO 61
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DISFUNÇÕES

Disfunção é uma alteração do movimento dentro dos parâmetros


tridimensionais, que podem ser uma hipermobilidade ou em hipomobilidade.
Levando-se em consideração que as hipomobilidades provocam hipermobilidades
reacionais, devemos estabelecer nosso tratamento sobre as zonas de fixação. Estas
são produzidas por processos musculares (hipertonias), ligamentares (mudanças
histológicas), intra-articulares (alterações da sinóvia ou da pressão intra-articular).

CRONOLOGIA DA FORMAÇÃO DAS LESÕES.

1. LESÃO PRIMÁRIA
Corresponde ao primeiro stress na cronologia que intervém no organismo.
A lesão pode ser:
Traumática: (choque, quedas, etc), não obedece a nenhuma lei.
Fisiológica: em F ou E.R.S. afetando um segmento vertebral. Lesão
não neutra 2ª lei de Fryette.

2. LESÃO SECUNDÁRIA
Trata-se de uma adaptação da necessidade de uma “acomodação” a uma
determinada situação, por exemplo, a uma lesão primária de um segmento vertebral
ou à lesão primária de outro segmento corporal (por exemplo, tálus, ilíaco, etc). A
adaptação em conseqüência pode ser próxima o bastante da lesão primária sendo
dinamicamente reversível, ou seja, que corrigindo a lesão primária a adaptação
desaparece.
Contudo a persistência no tempo da lesão primária provocará mudanças
estruturais na lesão secundária, que deixará de ser uma adaptação para
transformar-se em uma compensação, desta forma a correção da lesão primária não
será acompanhada da desaparição espontânea da lesão secundária (compensação)
que requer agora um tratamento direto e específico.
Estas lesões respondem à 1ª lei de Fryette.

LESÃO OSTEOPÁTICA OU DISFUNÇÃO SOMÁTICA

Correspondem a uma disparidade tridimensional da mobilidade de um elemento


conjuntivo. Caracteriza-se por uma restrição de mobilidade (hipomobilidade) quase
sempre dolorosa em um ou vários dos parâmetros fisiológicos de movimento. Esta
disfunção está relacionada com:
Receptores sensitivos cápsulo-ligamentares.
Fusos neuromusculares.
Centros medulares.

Produz-se um fenômeno neurológico (hiperatividade gama) que mantém o


espasmo dos músculos monoarticulares responsáveis pela fixação articular. A isto se
associam outros fatores que explicam a cronicidade da lesão:
Simpaticonia local
Lesão neurovascular
Facilitação medular
Alteração de elementos metaméricos.

1º ANO 62
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REPERCUSSÕES DA DISFUNÇÃO SOMÁTICA

Articulares e ósseas.
Cápsulo-ligamentares.
Da dura-mater.
Fasciais.
Musculares.
Nervosas .

HIPERMOBILIDADE E HIPOMOBILIDADE

Nas lesões vertebrais pode-se observar, fazendo uma análise sobre uma vértebra
isolada, zonas de hipo e hipermobilidade. Podemos descrever três combinações
possíveis.

1. Fixação da faceta articular de um lado que provoca a hipermobilidade


(reacional) dolorosa do lado oposto.
2. Fixação de uma faceta articular com hipermobilidade reacional do disco
somático. Neste caso o disco intervertebral degenera. É o que pode
encontrar-se em uma hérnia discal.
3. Fixação do espaço disco-somático (no caso da discartrose) com
hipermobilidade reacional na parte posterior da vértebra (articulações
interapofisárias).

OBJETIVOS DO TRATAMENTO OSTEOPÁTICO

São diferentes segundo a lesão de hipo ou hipermobilidade e sempre devemos levar


em consideração que as hipermobilidades são, na maioria dos casos, secundárias a
hipomobilidades, portanto buscaremos:

a) Nas hipomobilidades:
Dar mobilidade e restaurar o equilíbrio ligamentar e muscular.

b) Nas hipermobilidades:
Diminuir a inflamação
Diminuir o edema
Diminuir a dor.

Devemos recordar que em 90% dos casos, as dores espontâneas que o paciente
manifesta, e geralmente motivam a consulta, correspondem a zonas hipermóveis.

NOTA: Não se manipulam as articulações hipermóveis, pois não tem sentido querer
conseguir mais movimento em articulações que já tem em excesso.

1º ANO 63
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HIPOMOBILIDADE HIPERMOBILIDADE

FIXAÇÃO ARTICULAR AUMENTO DA MOBILIDADE


ARTICULAR
ESPASMO MUSCULAR (QUE FIXA A HIPOTONIA MUSCULAR
LESÃO)
ADERÊNCIAS INFLAMAÇÃO DE CÁPSULAS E RAÍZES
NERVOSAS
SEM DOR ESPONTÂNEA COM DOR ESPONTÂNEA

DOR À PALPAÇÃO DOR À PALPAÇÃO

TESTE DE MOBILDIADE POSITIVO TESTE DE MOBILIDADE NEGATIVO

Alguns exemplos destas lesões:

Hipomobilidade de:
T1 a T7: causador de torcicolos e neuralgias cervicobraquiais.
T11 a L1: lombalgia em zona subjacente à articulação sacro ilíaca (A.S.I) que
produz uma ciática, cruralgia ou pubalgia.
A.S.I.: para exemplificar este ponto faremos um reduzido analise da marcha.

Na marcha normal se produz um movimento alternado de rotação anterior e


posterior dos ilíacos enquanto que o sacro utilizando seus eixos oblíquos realiza torções
para um ou outro lado, estes movimentos efetuam-se através das A.S.I.
Quando uma pessoa inicia o passo com a perna direita, a flexão do quadril é
provocada pela contração do iliopsoas que também posterioriza a A.S.I deste lado. O
glúteo médio esquerdo se contrai para estabilizar horizontalmente a pelve, enquanto que
os espinhais esquerdos estabilizam a coluna lombar provocando a anteriorização da A.S.I
deste lado. Com uma hipomobilidade sacroilíaca direita, por exemplo, toda a biomecânica
estará alterada. No momento do passo anterior à direita se produz uma adaptação em
escoliose lombar (N.S.R. esquerda) que os espinhais deste lado fixarão. O sacro realizará
uma rotação compensatória do lado oposto o que provocará uma hipermobilidade
reacional ao nível de L5-S1.

1º ANO 64
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DIFERENTES TÉCNICAS OSTEOPÁTICAS

OBJETIVOS DO TRATAMENTO OSTEOPÁTICO

1. Restaurar quando for possível ou melhorar a função articular.


2. Dar conforto ao paciente.

Atualmente a osteopatia conta com uma grande diversidade de técnicas cuja


eleição está em função do tecido acometido ou produtor de sintomas, já que cada
uma possui uma ação específica sobre um tecido determinado.

CLASSIFICAÇÃO DAS TÉCNICAS

Classicamente as técnicas osteopáticas classificam-se em estruturais e


funcionais.

1. ESTRUTURAIS

O princípio geral destas técnicas é dirigir-se no sentido da restrição de


mobilidade (contra a barreira), com o objetivo de destruir as aderências e regular o
tônus muscular podendo, desta maneira, restaurar a função e mobilidade articular.

a.Técnicas rítmicas:

O ritmo e a repetição são importantes, pois cada movimento ativo ou passivo é


acompanhado por mecanismos reflexos de regulação e adaptação que incluem
fenômenos de facilitação ou de inibição.

I. STRETCHING:

Ação: estiramento de cápsulas, ligamentos, tendões, músculos.

Objetivos:
- aumentar a vascularização local.
- lutar contra a fibrose muscular.
- diminuir a atividade gama para relaxar.

Princípios:
- movimentos de pouca amplitude: ação sobre elementos
articulares (cápsulas, ligamentos).
- movimentos de grande amplitude: atuam sobre a musculatura
extrínseca.
- a força de estiramento pode ter uma direção longitudinal.
- perpendicular às fibras deve ser realizada de forma lenta.
- o ritmo de estiramento é próprio para cada paciente.

1º ANO 65
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II. BOMBEIO

Ação: sobre aponeurose e ligamentos (essencialmente).

Objetivos:
- ativação arteriovenosa local.
- descarga sobre os receptores locais que transmitem a dor.

Princípios:
- passar entre estruturas ósseas e musculares para poder tomar
contato com a estrutura a estirar o mais próximo possível de sua
inserção.
- aplicar forças de tração longitudinal alterando com relaxamento
até obter uma sensação de diminuição de tensão e de dor.

III. TÉCNICAS ARTICULATÓRIAS

Ação: sobre elementos periarticulares

Objetivos:
- aumentar a amplitude articular

Princípios:
- aplicação de movimentos passivos repetitivos associados a uma
ou várias alavancas e a um suporte (ponto fixo) destinado a aumentar a
potência.
- a utilização de um pequeno rebote ao final do movimento permite
conseguir mudanças mais rápidas nos tecidos.

IV. TÉCNICAS DE TENSÃO MANTIDA

Ação: sobre todos os tecidos da zona a tratar.

Objetivos:
- obter o relaxamento dos tecidos

Princípios:
- busca-se a colocação em tensão de todos os tecidos utilizando
os diferentes parâmetros de flexo-extensão, lateroflexão e contra-
rotação até a redução do slack enquanto o paciente respira
profundamente até obter o relaxamento tecidual.

1º ANO 66
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V. TÉCNICAS DE INIBIÇÃO

Ação: sobre os músculos.

Objetivos:
- aumentar a circulação local.
- diminuição da resposta aferente.
- relaxamento muscular.

Princípios:
- se exerce uma pressão de direção perpendicular às fibras
musculares de forma mantida até que se obtenha relaxamento, depois
se diminui a força lentamente.

VI. TÉCNICAS DE ENERGIA MUSCULAR

Ação: sobre os músculos monoarticulares. É uma boa técnica


preparatória e quase não tem contra-indicações.

Objetivos:
- suprimir a hiperatividade gama
- restaurar a fisiologia articular.

Princípios:
- mobiliza-se a articulação até a barreira motriz nos três planos do
espaço.
- solicita-se ao paciente que realize uma força oposta, ao mesmo
tempo em que o terapeuta resiste com uma contra-força de mesma
intensidade, evitando que se produza algum movimento. A força
empregada não deve ser elevada: aproximadamente de 500g a 10kg.
Realizam-se três contrações de três segundos, seguidas de um período
de relaxamento onde o terapeuta aproveita para mobilizar a articulação
em busca de uma nova barreira motora.
- Em cada contração isométrica produz-se uma estimulação dos
receptores de Golgi que descarregam inibindo os motoneurônios alfa e
gama: a cada comprimento ganhado o fuso neuromuscular é estimulado
tendendo a encontrar progressivamente seu comprimento normal.
- Podem utilizar-se dois tipos de contrações:
1) Isotônicas: permitem aumentar o tônus de um músculo
hipotônico.
2) Isolíticas: permitem romper aderência e lutar contra a
fibrose muscular. O terapeuta utiliza uma força
ligeiramente superior à que o paciente realiza.

1º ANO 67
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b.Técnicas com manipulação (com thrust):

Qualquer que seja o tipo de manipulação empregada, sempre deve respeitar os


limites fisiológicos articulares: isto marca a diferença com uma técnica de
manipulação ortopédica.
O thrust pode ser aplicado perpendicularmente ou paralelamente ao plano e
terá uma direção contraria à barreira de restrição. Desta forma surpreendem-se as
defesas fisiológicas articulares e a separação brusca das superfícies surpreende ao
S.N.C. provocando um black out sensorial local rompendo o círculo vicioso irritativo
que mantém o espasmo dos músculos monoarticulares responsáveis da fixação da
lesão.

OBJETIVOS DAS TÉCNICAS COM MANIPULAÇÃO

Liberar aderências.
Provocar deslizamentos das facetas articulares para restaurar a função
articular.
Restabelecer a vascularização local.
Normalizar os reflexos aferentes.
Estiramento da cápsula que estimula os receptores de Paccini o que
provoca uma inibição dos motoneurônios alfa e gama, conseguindo o relaxamento
muscular.
Estimular os centros simpáticos ou parassimpáticos para obter a ruptura
do arco reflexo neurovegetativo patológico.
Dar conforto ao paciente.

2. FUNCIONAIS

O princípio destas técnicas é ir ao sentido da lesão (facilidade) até o ponto


neutro da mobilidade. Esta posição de equilíbrio tridimensional é mantida até que se
obtenha a liberação total dos elementos periarticulares. É importante ao finalizar a
técnica levar lenta e passivamente o segmento à posição neutra para não provocar
uma reativação da hiperatividade gama do fuso neuromuscular.

I. TÉCNICAS DE HOOVER

É uma técnica derivada da osteopatia craniana.

Ação: sobre os músculos espasmódicos.

Objetivos:
- diminuir a disparidade entre as fibras intra e extra-fusais.
- suprimir a atividade gama, reduzir a facilitação medular.
- produzir silêncio neurológico.

1º ANO 68
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Princípios:
- uma mão (mão sensitiva) palpa a zona controlando as tensões. A
outra mão moverá o segmento (utilizando os parâmetros necessários)
em busca do equilíbrio tridimensional, aumentando tensões até
conseguir uma posição de relaxamento articular. Solicita-se ao paciente
respirações profundas que facilitarão o encontro dos objetivos
(relaxamento tecidual).
II. TÉCNICAS DE JONES (pontos trigger)

O ponto trigger é uma zona de hiperexcitabilidade dolorosa apalpação que


provocará cronicidade da facilitação medular (não dói espontaneamente).

Ação: sobre aponeuroses, músculos, tendões, cápsulas, ligamentos


e periósteo.

Objetivos:
- diminuir a hiperatividade gama (aproximação de inserções).
- ajustar o comprimento de fibras intra e extrafusais.
- obter silêncio neurológico.

Princípios:
- buscar o ponto trigger por pressão, a qual será mantida durante
toda a manobra. Com a outra mão busca-se a posição do segmento
corporal que anula a dor.
- se mantém esta posição por 90 segundos para permitir a
normalização gama, voltando passiva e muito lentamente à posição
neutra para não provocar o reflexo de estiramento.

3. FUNCIONAIS INDIRETAS

Estas técnicas associam princípios das estruturais e das funcionais.

Ação: sobre músculos, aponeuroses, estruturas periarticulares.

Objetivos:
- aumentar a amplitude articular.
- restaurar a função.

Princípios:
- realiza-se um movimento contra a restrição, geralmente no
parâmetro maior e nessa posição buscam-se os parâmetros livres
tratando de encontrar um ponto neutro de relaxamento. Solicita-se ao
paciente que realize respirações profundas até obter uma sensação de
liberação que permitirá aumentar os parâmetros.

1º ANO 69
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1) TÉCNICA NEUROMUSCULAR

É uma antiga técnica hindu, modificada pelo inglês Stanley Lief em 1945. Seu
objetivo é de normalizar os tecidos como condição da integridade corporal. Deve eliminar
a dor e restaurar a mobilidade. Utiliza-se para evitar uma manipulação, preparar uma
manipulação ou suprimir o stress.

- Objetivo da técnica:
Restabelecer o equilíbrio muscular.
Restabelecer o trofismo normal.
Restabelecer o histológico quadrado e psicológico.
Tratamento reflexo para fortalecer os músculos.
Favorecer a drenagem sanguínea e linfática.

- A lesão neuromuscular esta unida a quatro pontos:


Congestão local do tecido conjuntivo.
Alteração do equilíbrio do ph. ou Infiltração fibrosa.
Contraturas musculares crônicas.

- Responde a cinco causas:


esgotamento e postura ruim.
traumatismo local.
estado de toxemia.
deficiência dietética.
causas psicológicas.

- As lesões são descobertas por áreas de hipersensibilidade preferivelmente em:


Occipital.
Músculos paravertebrais
Músculos intercostais
Cristas ilíacas

- Diagnóstico: avalia-se
O tônus
A sensibilidade.
A temperatura.
O edema.

- Técnica pode ser realizada de três maneiras:


Traçado apoiado
Palpado rodado.
Massagem profunda (com movimentos redondos pequenos)

1º ANO 70
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2) TÉCNICA DE SPRAY AND STRETCH

Age em músculos espasmódicos.

- Objetivo: inibe o gama de circuito o que provoca o relaxamento muscular (efetue


reflexógeno).

- Princípios:
o músculo a ser trabalhado é colocado em uma posição de alongamento
que se mantém, ao passo que se realizam traços com um spray frio (cloreto
de etila ou semelhante) no sentido da direção das fibras musculares.

4. FUNCIONAIS VISCERAIS

Ação: sobre as vísceras.

Objetivos:
- suprimir as aferências nociceptivas periféricas (viscerais ou
vertebrais) que mantém o espasmo da musculatura lisa intravisceral.

Princípios:
Depende da técnica utilizada.

- Técnica direta: exerce uma ligeira tração da víscera colocando-a


em tensão e logo se mobiliza até conseguir o relaxamento.
- Técnica indireta: se realiza um apoio direto sobre a víscera que a
coloca em tensão e logo se utiliza uma alavanca através da qual
induzirá a mobilização que atuará sobre o órgão.

1) TÉCNICA DE EQUILÍBRIO FUNCIONAL (sensorial)

- Objetivo: inibe o gama de circuito o que provoca o relaxamento muscular (efetue


reflexógeno).

Suprimir aferências nociceptivas viscerais.


Suprimir espasmos gastrintestinais.
Suprimir tensões fasciais.
Suprimir angioespasmo e estase local em busca de um estado de
relaxamento tecidual.

- Princípios:

Coloca-se uma mão por cima e outro por baixo do órgão, o que permite conseguir
uma compressão e perceber a informação que as vísceras enviam. As duas mãos
seguem a direção do movimento impedindo o retorno em sentido inverso, enquanto o
paciente respira profundamente. Ao um final da manobra só deve ser percebida a
mobilidade fisiológica.

1º ANO 71
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2) EQUILÍBRIO DOS PONTOS TRIGGER

- Objetivos:

Suprimir espasmos esfinterianos.


Suprimir aferências nociceptivas viscerais.

- Princípios:
Em uma primeira momento busca-se, através da palpação, o ponto visceral
doloroso onde se mantém a pressão. Então devemos achar a posição de
relaxamento das tensões de equilíbrio funcional ou estrutural que faça desaparecem
o ponto gatilho. Esta posição de equilíbrio é mantida até que se produza
relaxamento dos tecidos enquanto o paciente realiza respirações profundas.

PRINCÍPIOS UNIVERSAIS AO NÍVEL DA COLUNA


EM UMA MANIPULAÇÃO COM THRUST
COLOCAÇÃO DO SLACK.
Realiza-se em dois tempos:

1º tempo: Colocamos em bastante flexo / extensão para localizar o nível vertebral


para manipular = ALAVANCA PRIMÁRIA.

2º tempo: Colocamos bastante lateroflexão e contra-rotação para ajustar as tensões


= ALAVANCA SECUNDÁRIA.

A MANIPULAÇÃO.
Deve ser realizada com uma força mínima, para que isto aconteça é necessário:
Posição correta do operador em relação ao plano para articular.
Colocação correta da tensão.
Busca da zona de passagem, ou seja, achar o lugar onde temos a sensação que a
articulação está preparada ser liberada, aprecia-se uma menor resistência ao
movimento articular (separação das superfícies articulares à 90º).
A manipulação é levada a cabo por uma contração explosiva e rápida dos
músculos peitorais maiores e tríceps do terapeuta, precedida de um relaxamento
do mesmo. Isto é o que permite a alta velocidade da manipulação que surpreende
as defesas articulares.

As manipulações podem ser realizadas através de:


Técnicas indiretas: são utilizadas alavancas superiores e inferiores, permitem uma
adaptação fisiológica.
Técnicas diretas: realiza-se por contatos diretos sobre a articulação a se
manipular; este contato permite diminuir o slack sem ter que usar alavancas grandes.
São as mais eficazes, pois provocam de forma mais rápida os efeitos reflexógenos
para a estimulação do nervo de Luschka. Estas técnicas são as que requerem maior
precisão e habilidade do profissional que as realiza.
Técnicas semidiretas: são a combinação das duas técnicas precedentes. São mais

1º ANO 72
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específicas que as técnicas indiretas, permitindo ao mesmo tempo a utilização das


alavancas. O operador, com uma mão toma contato direto na articulação a se
manipular iniciando a redução do slack e com a outra mão leva uma alavanca que
permita ajustar as tensões que aumentam a eficácia do contato, bloqueando os
espaços supra e subjacentes.

DIRETA SEMIDIRETA INDIRETA

EFEITO REFLEXÓGENO ++++ ++ +

ESPECIFICIDADE ++ ++ +

POSSIBILIDADE DE ADAPTAÇÃO 0 + +++

TORÇÃO DOS TECIDOS MOLES 0 ++ +++

NOTA:
POCENTAGEM DE UTILIZAÇÃO DE CADA PARÂMETRO

FLEXO/EXTENSÃO 24%

LATEROFLEXÃO 24% PARÂMETROS MAIORES


72%
CONTRA-ROTAÇÃO 24%

COMPRESSÃO 15%

DESLIZAMENTO LATERAL 6% PARÂMETROS MENORES


27%
DESLIZAMENTO ANTEROPOSTERIOR 6%

O 1% restante é que dá a liberdade para o movimento, do contrário se produziria um


bloqueio articular que impediria a manipulação

Utilizam-se os mesmos parâmetros para a técnica com thrust e para as técnicas


funcionais.

1º ANO 73
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AVALIAÇÃO DA COLUNA EM GERAL


ANAMNESE
Realizaremos um interrogatório exaustivo que terá como objetivo nos guiar para
onde se encontram as fixações de acordo com o agente traumático que pode não ser um
episódio grave (acidente de carro, queda de altura, entorses, fraturas, etc.) e tratar-se de
micro traumatismos posturais e laborais.
Devemos averiguar sobre o tipo de dor, as características que possui, quando
aumenta ou diminui e se é irradiada para outra área do corpo.

DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO DA DOR LOMBAR

APARÊNCIA TEMPO DE TIPO AVALIAÇÃO


DA DOR LATÊNCIA

Discal Com a ação da Sem tempo de Aguda e pode ser Compressão e


gravidade (sentado). latência, aparece irradiada. descompressão. Se
Flexão de tronco. quando o peso o transtorno discal é
Tossir, espirrar e chega ao disco. L5, Laségue +++
defecar.

Ligamentar Com a manutenção Varia entre 10 Paulatina Levar o ligamento


de uma posição minutos e uma hora em seu estiramento
determinada. e manter.
Ao final da amplitude
articular em
movimentos ativos
ou passivos.

Cápsula Faceta em Aparece quando as Localizada na faceta Lateroflexão e


interapofisária imbricação: latero- facetas articulares imbricada. rotação homolateral
flexão e rotação cisalham. a dor.
homolateral.

Faceta em Aparece quando se Localizada na Lateroflexão e


desimbricação: estira o ligamento e desimbricação e rotação contralateral
lateroflexão e cápsula pode provocar dor a dor.
rotação contralateral. irradiada do nervo
A dor produz-se do acometido.
lado desimbricado.

Ligamento Com flexão de tronco Varia entre 10 Paulatina Flexão e lateroflexão


iliolombar e lateroflexão. minutos e uma hora. do lado oposto.
Flexão do lado Encontra-se dolorosa
oposto (diagnóstico à palpação entre as
diferencial com cristas ilíacas e L4 o
transtornos do superior e em lateral
disco). Ao descartar de L5 o inferior.
o disco, os 2
elementos que ficam
são o quadrado
lombar e o ligamento
iliolombar

Ligamento Com flexão do Varia entre 10 Paulatina Flexão com


interespinhoso tronco, dor em barra minutos e uma hora. manutenção da
bilateral. Pode ser posição e
responsável de dores endireitamento
referias no progressivo.
dermátomo
correspondente:
cruralgia provocada
pelo ligamento L3-
L4.

1º ANO 74
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A.S.I. Qualquer movimento Dermátomo S1 e S2 Extensão.


que exija mobilidade Impossibilidade de
do ilíaco realizar flexão,
abdução e rotação
externa do membro
inferior.

Ligamentos Com a nutação do Varia entra 10 Pode produzir dor Palpação do


Sacrociáticos sacro minutos e uma hora local ou irradiada no ligamento
dermátomo de S2.

Musculares Com o movimento Se o transtorno é Dor por espasmo. Movimento resistido.


ativo em sua ação. isquêmico dor ao Aguda, pulsátil e em
alongamento. Se o queimação.
Com o movimento transtorno é uma
passivo na ação tendinite dói no ponto
contrária de inflamação e
muitas vezes é
espontânea.

Nervos Com o movimento É imediata ao Filiforme e o paciente Alongamento do


que alonga o nervo alongamento do mostra o trajeto da nervo.
afetado. nervo. dor aguda.
Acompanhada de
transtornos
sensitivos, motores,
hipoestesias,
parestesias e
hipotonia.

Vísceras Dores em uma zona Quando entra em Dor rítmica (se Exemplo: dor lombar
Dores referidas determinada que não funcionamento a manifesta quando de origem uterina. Ao
apresenta diminuição víscera. entra em realizar flexão de
da mobilidade funcionamento a tronco se manifesta
articular, nem víscera afetada). dor lombar. O
tensões musculares terapeuta realizará
que justifiquem a dor. um lift uterino. Palpa-
se por tas dos ramos
púbicos e realiza-se
uma tração do útero
para cima com o
movimento de flexão:
Se a dor é visceral
desaparecerá.

ESTUDOS RADIOLÓGICOS.

A radiologia é um teste complementar muito útil para confirmar um diagnóstico


realizado com a anamnese e a exploração física, tanto estático como dinâmica.
Nos permite verificar a integridade óssea e articular, como também avaliar a
estática e a dinâmica vertebral (RX dinâmico), áreas de hipermobilidade compensatória
ou áreas de fixação.
Este tipo de estudo é muito usado devido a sua disponibilidade, velocidade e baixo
custo.
As projeções normalmente requeridas são:
Antero-posterior.
Toraco-lombar lateral.

1º ANO 75
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Lateral de campo curto.


Centrado no segmento lombosacro.
Oblíqua.
Fundamentalmente utilizam-se para o estudo das facetas articulares e as lises que
podem existir no pedículo vertebral.
As radiografias em flexão e extensão (dinâmico) nos oferecem imagens que
permitem observar instabilidades e descobrir a desarmonia ou quebras nas curvas da
coluna (sinais de hipomobilidade). Exemplo: em uma radiografia em flexão, a vértebra
que rejeita o movimento está em uma lesão de extensão.
A projeção de Ferguson é usada para ver a articulação sacroilíaca de o platô L5-
S1.
Outras explorações radiológicas são: T.A.C., I.R.M. (Imagens de Ressonância
Magnética) e a mielografia (que está deixando de ser utilizada, pois necessita de
hospitalização para a realização e é uma técnica invasiva).
Em uma projeção de frente estudaremos a morfologia dos corpos vertebrais, os
processos transversos, espinhosos e os espaços intervertebrais (salvo o espaço entre L5
e o sacro).
Traçamos uma horizontal que passa pelo bordo superior dos platôs vertebrais,
estas linhas devem ser paralelas.
A chapa dinâmica em lateroflexão nos dará uma maior informação já que a vértebra
que rejeita o movimento para um dos lados nos indica que se encontra em lesão de
lateroflexão do lado contrário.
Se um dos corpos vertebrais não participa da lateroflexão pode ser um sinal de
protusão discal.
Em uma projeção lateral observamos em primeiro lugar o ângulo lombosacro.
Traça-se uma vertical que passa pelos corpos vertebrais lombares e uma perpendicular
à base sacral. Normalmente me de 140 a 145º. Diminui nas hiperlordoses e aumenta nas
retificações da coluna lombar. Logo traçamos uma linha que passe pela base sacra e
uma horizontal. Se formará um ângulo que será de aproximadamente de 80º. Este
ângulo aumentará nos casos de horizontalização do sacro, diminuindo a verticalização
do mesmo.
Quando encontramos um segmento patológico que pressupomos que seja uma
patologia discal, traçamos uma horizontal ao platô superior da vértebra subjacente e pelo
platô inferior da vértebra suprajacente, estas linhas se coram ao nível das apófises
articulares posteriores. Marcamos sobre cada uma destas linhas um traço em um limite
posterior do corpo vertebral. Nos dará como resultados duas distâncias A e B. Se não
existe sofrimento discal as distâncias serão iguais. Se há diferença, por exemplo,
A=22mm e B=26mm, traduz um deslizamento anterior da vértebra subjacente:
espondilolistese.
Se quisermos medir o valor angular da lordose traçamos uma linha paralela à parte
superior do platô de L1 e uma paralela à parte inferior de L5. Logo traçamos uma
perpendicular a cada uma das linhas anteriores e as prolongamos até que se cortem.
Entre estas duas linhas se forma um ângulo que normalmente é de 45º.
Em uma chapa obliqua distingue-se a clássica imagem do cachorro cujo focinho
está formado pelo processo transverso:

1º ANO 76
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O olho pelo pedículo visto obliquamente.


A orelha pela apófise articular superior.
A pata dianteira pela apófise articular inferior.
O rabo pela lâmina e a articular superior do lado oposto.
A pata traseira pela articular inferior do lado oposto.
O corpo pela lâmina.

Um ponto a ser considerado é o pescoço do cachorro que representa o istmo


vertebral. Quando se encontra rompido nos permite fazer o diagnóstico de espondilólise
e buscaremos o deslizamento apreciável na chapa de perfil.

INSPEÇÃO

A inspeção deve ser realizada com o paciente em pé, sentando, caminhando e nos
diferentes decúbitos.

EM PÉ

Estática
Observam-se assimetrias, altura dos ombros, escápulas, triângulo de Tales, cristas
ilíacas, as curvaturas raquídeas (hiperlordose ou retificação), etc (idem coluna torácica).

Dinâmica
Na exploração dinâmica avaliaremos a qualidade e quantidade de movimento e se
despertam dor.
- posição do osteopata: em pé, atrás do paciente.
- posição do paciente: em pé. Nesta posição solicitaremos ao paciente
que efetue os distintos movimentos da coluna. Se os movimentos
despertam dor durante:
o A flexão: suspeitaremos que estamos diante de uma disfunção da
coluna lombar.
o A rotação: nos fará pensar em uma disfunção de dobradiça toraco-
lombar.
o A inclinação lateral: nos indicará problemas da pelve ou hérnias
discais.
o A inclinação lateral com rotação homolateral: suspeitaremos de
disfunção da A.S.I. deste lado.

Durante a flexão
O terapeuta deverá buscar a presença de zonas planas ao nível da curva da
coluna, que nos evidenciará zonas de anterioridade vertebral.
Também devemos buscar vértebras que seus processos espinhosos sejam mais
evidentes, estando estes últimos em estado de flexão.

1º ANO 77
ESCUELA DE OSTEOPATIA DE MADRID ©

Durante a inclinação lateral


O terapeuta deverá também avaliar a harmonia da curva que se constitui, devendo
identificar a presença de zonas de quebra que nos indicam zonas de stress
(hipermobilidades) que são dolorosas à palpação.

Os resultados desta avaliação dinâmica será representado mediante um esquema


em forma de estrela com seis ramos que correspondem aos movimentos testados. O
comprimento do ramo nos indicará a amplitude do movimento e se este é doloroso o
indicaremos com pequenas barras que cortam a original (uma barra pouca dor, duas
barras dor média e três barras dor forte). Esta metodologia nos permite ter uma
informação clara e precisa em relação à mobilidade do paciente, ao grau da dor e às
mudanças dos mesmos de acordo com o tratamento.

PALPAÇÃO

Nos permite através dos testes de mobilidade e à palpação estática determinar o


tecido lesionado e identificar a lesão.
Realizamos testes ortopédicos e neurológicos de acordo com a informação
encontrada. Completamos a avaliação mediante os testes osteopáticos analíticos como
também analisaremos as cadeias lesionais para poder elaborar o tratamento específico.
Se detectarmos com o quick scanning uma zona de hipomobilidade e na avaliação
dos esclerótomos encontramos uma vértebra com dor podemos supor que estamos
frente a uma vértebra em lesão primária que gera um segmento medular facilitado. Para
sua comprovação, avaliaremos os dois elementos restantes da tríade de disfunção:
Avaliação do dermátomo correspondente ao tecido por meio de palpado rodado
(buscando dermalgias reflexas).
Avaliação do miótomo com o teste muscular (buscaremos debilidade muscular) e
com a palpação (sensação de cordão).

EXAME NEUROLÓGICO

Avaliaremos as raízes afetadas da seguinte maneira:

- T12-L1-L2-L3: debilidade em flexão do quadril.


- L4: incapacidade de caminhar sobre os calcanhares. Diminuição do reflexo
patelar.
- L5: debilidade em extensão do primeiro dedo do pé contra resistência e glúteos
(extensão do quadril).
- S1: incapacidade de caminhar nas pontas dos pés. Diminuição do reflexo aquileo.

Dentro da avaliação neurológica podemos realizar algumas manobras:

a) Produz-se um aumento da pressão intradural. Para isso, utilizamos a manobra


de valsava que consiste em solicitar ao paciente que tussa ou que realize uma força

1º ANO 78
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como para defecar. A manobra será positiva se produzir dor lombar.


b) Estiramento das raízes nervosas. Manobra de Laségue: com o paciente em
decúbito dorsal elevaremos a perna com o joelho em extensão, considera-se positiva se
produzir dor do ciático. Para reforçar esta manobra realizaremos uma dorsi-flexão do pé
(Bragard).
Sabendo qual é o segmento em disfunção por meio de estudo dos elementos
metaméricos, nos resta agora identificar a lesão vertebral, ou seja, se se encontra em
N.S.R., F.R.S. ou E.R.S.
HÉRNIAS DISCAIS

FISIOPATOLOGIA
A nutrição do disco realiza-se por imbibição (absorção de um líquido); os
elementos nutritivos deslizam-se por via vascular e, para que isso seja possível, os
tecidos devem estar sãos para permitir a troca de líquido e ter o trofismo muscular
essencial para assegurar uma circulação local equilibrada.
Os discos são amortecedores da pressão e sofrem uma deformação
momentânea após uma leve compressão.
Os músculos em estado de espasmo crônico realizam um efeito de
compressão permanente sobre o disco, o que o impede de reidratar-se.
Da mesma maneira a chegada do sangue arterial encontra-se dificultada como
também a circulação de retorno (estase sanguínea).
O conteúdo de água do núcleo diminui e modifica-se sua elasticidade.

APARECEM AS LESÕES MACROSCÓPICAS:

Fissura do anel
Amolecimento do núcleo (fragmentação).
Os fragmentos do núcleo tendem a pressionar o anel fibroso devido às forças
de pressão e à dinâmica geral da coluna. Os fragmentos ou o núcleo saem através
das fissuras do anel o que produz uma hiperpressão sobre o L.L.P (Ligamento
Longitudinal Posterior - ricamente inervado) provocando assim o lumbago.
O espasmo muscular reflexo bloqueia a retirada do núcleo. Por exemplo: ao
nível de L5-S1 se a protusão é importante as raízes podem estar afetadas e
ocasionar uma neuralgia ciática.
A hiperlorose, a horizontalidade do sacro, os traumatismo, a idade, etc, são os
fatores que favorecem a degeneração discal. As conseqüências desta degeneração
são as seguintes:

O NÚCLEO PERDE SUA FUNÇÃO DE AMORTECIMENTO

DOR EM POSIÇÃO EM PÉ, SENTADO E NOS MOVIMENTOS EM GERAL.

CORPOS VERTEBRAIS APROXIMAÇÃO DOS ARCOS


SOBRECARREGADOS POSTERIORES.

1º ANO 79
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TIPOS DE HÉRNIAS
HÉRNIA DISCAL SUBLIGAMENTAR
O núcleo migra por uma ou várias fissuras do anel e empurra o L.L.P., provocando
irritação nervosa.

HÉRNIA DISCAL EXTERIORIZADA


Produz a ruptura do L.L.P. e a hérnia comprime uma raiz raquídea (neuralgia
ciática).
A neuralgia se origina devido a três fatores:

1. Fator mecânico: a protusão.


2. Fator inflamatório: edema e congestão.
3. Fator vascular: isquemia pela compressão das artérias que irrigam as
raízes.
A dor é responsável de uma contratura antálgica que bloqueia os movimentos do
tronco e muitas vezes se observa uma inversão da lordose.
O espasmo reflexo do psoas provocará dor na face anterior da coxa.

SINAIS RAQUÍDEOS
ATITUDE ANTÁLGICA:
Devida ao espasmo dos espinhais ou dos psoas:
No caso de hérnia discal, podemos encontrar três tipos de atitudes antálgicas:
1. Em flexão: hérnia discal medial.
2. Cruzada: hérnia discal externa.
3. Direta: hérnia discal interna.
A atitude antálgica direta é um sinal de gravidade já que traduz uma hérnia
discal verdadeira e geralmente são mais freqüentes na raiz de L5 (espaço entre L5-
S1).
A atitude antálgica cruzada traduz quase sempre uma protusão discal e
geralmente são mais freqüentes na raiz de L4 (L4-L5).

RIGIDEZ LOMBAR

PONTOS DOLOROSOS PARAVERTEBRAIS

SINAIS AO NÍVEL DO MEMBRO INFERIOR LESIONADO.

1. Teste de percussão do nervo ciático: +


2. Pontos de Valleix: +
3. Sinal de Laségue: +

Dependendo da raiz afetada

4. Abolição dos reflexos osteotendíneos.


5. Transtornos motores.
6. Topografia da dor.
*Classificação das hérnias discais segundo CHARNLEY

1º ANO 80
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SÍNTESE DE LOMBAR-ROLL

LESÃO PROBLEMA OBJETIVOS POSIÇÃO DO TENSÃO SLACK THRUST


MECÂNICO PACIENTE

E.R.S.d Imbricação D Abrir a D.L.E F.S.d Deslizamento R.e


articulação R. e anterior
direita
F.R.S.d Desimbricação E Fechar a D.L.D E.S. e Deslizameto Lateralidade
ariculação R. d lateral. e/d
esquerda
N.S.R.d Convexidade D Convexidade D.L.E N.S. d R.e
esquerda R.e(*)

(*) Neste caso, troca-se o side (S) em posição neutra (N), o que tende a gerar uma
rotação (R) automática contralateral que se completa com a ação do terapeuta.

TÉCNICA DE ENERGIA MUSCULAR

Esta técnica utiliza as contrações isométricas, buscando previamente a mobilização


da articulação até a barreira motora nos três planos do espaço (se invertem todos os
parâmetros lesionais).

Para a correção das lesões podemos utilizar duas posições:

1) Lombar Roll (decúbito lateral com rotação do tronco para trás para o
decúbito lateral).
2) Sim´s position (decúbito lateral com rotação do tronco para frente para o
decúbito ventral).

SÍNTESE DE ENERGIA MUSCULAR

LESÃO PROBLEMA BARREIRA POSIÇÃO DO CONTRAÇÃO


MECÂNICO MOTRIZ PACIENTE ISOMÉTRICA
E.R.S.d Imbricação da F.Re.Se. D.L.direito S.direita
faceta D Lombar roll

F.R.S.d Desimbricação E.Re.Se. Sim´s esquerda S. esquerda


da faceta
esquerda

N.S.R.d Convexidade à N.Sd. D.L.Esquerdo S.equerda


direita

1º ANO 81
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TESTES DIAGNÓSTICOS
AVALIAÇÃO DOS ESCLERÓTOMOS SOBRE AS APÓFISES ARTICULARES DA
COLUNA LOMBAR

Paciente: Em decúbito ventral.

Osteopata: Próximo ao paciente

Ação: O terapeuta palpa bilateralmente com um movimento de


compressão / fricção as apófises articulares identificando as
dolorosas.

AVALIAÇÃO DOS ESCLERÓTOMOS SOBRE OS PROCESSOS ESPINHOSOS DA


COLUNA LOMBAR

Paciente: Em decúbito ventral.

Osteopata: Próximo ao paciente

Ação: O terapeuta palpa cada uma dos processos espinhosos com


um movimento de compressão / fricção identificando os
dolorosos.

1º ANO 82
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AVALIAÇÃO DOS PSOAS ILÍACO 1

Paciente: Em decúbito dorsal

Osteopata: Do lado oposto ao músculo a avaliar.

Ação: Toma o membro inferior do lado contrário a avaliar imprimindo


flexão de joelho e quadril até contactar com o tronco (o que
diminui a lordose lombar), observando o que ocorre no quadril
contra-lateral.

Interpretação: Se não existe espasmo do psoas: o membro inferior ficará


estirado sobre a maca.
Se existe espasmo do psoas: produzirá uma elevação da coxa
(ao diminuir a lordose aumenta a flexão de quadril).

AVALIAÇÃO DOS PSOAS ILÍACO 2

Paciente: Em decúbito dorsal

Osteopata: Em pé á cabeceira da maca. Toma com suas mãos as mãos


do paciente.

Ação: Leva os braços do paciente para trás de tal forma que as


mãos se encostem por seus dorsos, controlando se os dedos
chegam ao mesmo nível.

Interpretação: O braço mais curto nos indicará um espasmo do psoas deste


lado o que transmite seu encurtamento pelo grande dorsal.

QUICK SCANNING DA COLUNA LOMBAR

Indicações: Teste de avaliação que nos permite, de forma rápida, detectar


zonas de hipermobilidade. Pode avaliar as A.S.I., a coluna
lombar, torácica e cervical.

Paciente: Sentado na maca.

Osteopata: Atrás do paciente.

Ação: O osteopata fixa por trás ou pela frente dos ombros do


paciente; sua outra mão com o punho fechado imprime às
A.S.I., coluna lombar, torácica e cervical uma compressão em
sentido postero-anterior, avaliando a elasticidade dos tecidos e
a qualidade e quantidade de movimento (de ida e volta).

1º ANO 83
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AVALIAÇÃO DAS POSTERIORIDADES (TESTE DE MITCHELL) DA COLUNA


LOMBAR
Paciente: Em decúbito ventral
Osteopata: Próximo ao paciente.
Ação: Deve-se realizar em três posições.
1ª POSIÇÃO: DECÚBITO VENTRAL
O osteopata palpa com suas mãos de forma bilateral os processos
transversos em busca de posterioridades, que são várias e
consecutivas, permitirá deduzir a presença de uma lesão em grupo
N.S.R. Se encontrarmos somente uma posterioridade nos indicará
uma lesão segmentar, mas não nos indica se é F ou E.
2ª POSIÇÃO: FLEXÃO GLOBAL DA COLUNA.
A partir do decúbito ventral solicitamos ao paciente que retroceda
seu tronco até ficar sentado sobre seus calcanhares, com a cabeça
sobre a maca (flexão global da coluna).
O osteopata palpa os processos transversos em busca de
posterioridades, as que forem encontradas estarão em lesão de E.,
pois resistem a ir para flexão.
3ª POSIÇÃO: POSIÇÃO DE ESFINGE
A partir do decúbito ventral pedimos ao paciente que se coloque em
posição de esfinge, estendendo também sua cabeça (extensão
global da coluna).
O terapeuta palpa os processos transversos em busca de
posterioridades, as que forem encontradas estarão em lesão de F.,
pois resistem a ir para extensão. O terapeuta palpa bilateralmente
com um movimento de compressão/ fricção os apófises articulares
identificando aquelas que se revelem dolorosas.
NOTA:
As posterioridades encontradas em posição de esfinge (vértebras em
lesão de F.) devem desaparecer quando passamos a posição de
flexão global e vice-versa. As posterioridades que não se modificam
em nenhuma das três posições estão em lesão de N.S.R.
No lado da posterioridade nos indicará o sentido da rotação
vertebral.
Por exemplo:
Posterioridade direita positiva em esfinge = lesão de FRS
direita.
Posterioridade direita positiva em flexão global = lesão de
ERS direita.

1ª POSIÇÃO 2ª POSIÇÃO 3ª POSIÇÃO

1º ANO 84
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TÉCNICAS DE TRATAMENTO
TÉCNICAS DE TRATAMENTO MUSCULAR

1. QUADRADO LOMBAR
TÉCNICA DE STRETCHING EM DECÚBITO LATERAL
TÉCNICA DE SPRAY AND STRETCH

2. PSOAS ILIACO
TÉCNICA NEUROMUSCULAR
TÉCNICA DE BOMBEIO
TÉCNICA DE SPRAY AND STRETCH
TÉCNICA DE ENERGIA MUSCULAR

3. MÚSCULOS ESPINHAIS
TÉCNICA DE STRETCHING ESPINHAIS LOMBARES.
TÉCNICA DE SPRAY AND STRETCH
TÉCNICA DE INIBIÇÃO
TÉCNICA DE RELAXAMENTO MIOFASCIAL

TÉCNICAS MANIPULATIVAS COM THRUST

LUMBAR-ROLL CORREÇÃO DE E.R.S


LUMBAR ROLL CORREÇÃO DE F.R.S.

TÉCNICA DE ENERGIA MUSCULAR

CORREÇÃO DE E.R.S.d
CORREÇÃO DE F.R.S.d
CORREÇÃO DE N.S.R.d energIa miotensiva (F. Ricard)

TÉCNICA DE TRATAMENTO NEUROMUSCULAR

TÉCNICA NEUROMUSCULAR PARA ESPINHAIS LOMBARES

TÉCNICAS LIGAMENTARES

TÉCNICA STRETCHING INTERESPINHOSOS


TÉCNICA STRETCHING LIGAMENTOS ILIOLOMBARES
TÉCNICA ARTICULATÓRIA

1º ANO 85
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TÉCNICA DE STRETCHING DO QUADRADO LOMBAR E DE SUA FÁSCIA EM


DECÚBITO LATERAL.

Paciente: Em decúbito lateral do lado contrário a tratar. A extremidade


inferior contralateral em flexão e a que teremos que tratar em
posição neutra. A extremidade superior do lado a tratar em
flexão máxima.

Osteopata: Em pé em finta anterior à altura da pelve.

Contatos Seu antebraço cefálico apóia-se sobre a face lateral do gradil


costal e o antebraço caudal contacta a crista ilíaca. As mãos
do terapeuta contactam os processos espinhosos pela sua
face lateral inferior.

Técnica O terapeuta realiza uma força oposta em direção cefalocaudal


com seus antebraços, descarregando o peso de seu corpo,
tracionando os processos espinhosos formando uma
concavidade lombar para o plano.
Para fibras médias em posição neutra.
Para fibras anteriores em posição de extensão.
Para fibras posteriores em posição de flexão.
Para tratar a fáscia, arrastamos a pelve do paciente para trás
e bloqueamos a parte superior do tronco. Solicitamos ao
paciente inspiração, que fique em apnéia, e na expiração
aumentamos a tensão.

Precaução: Buscar o ritmo de estiramento do paciente.

TÉCNICA DE SPRAY AND STRETCH DO QUADRADO LOMBAR.

Paciente: Decúbito lateral do lado contrário a tratar.


Utilizamos a alavanca do membro inferior do lado a tratar para
trabalhar nos distintos fascículos.
Com o membro inferior para frente, alongaremos as fibras
posteriores.
Com o membro inferior alinhado com o tronco, as fibras
médias.
Com o membro inferior para trás, alongaremos as fibras
anteriores.
Pode-se utilizar a rotação do tronco para o lado contrário e a
posição do membro superior para aumentar a tração.

Osteopata: Em pé, de frente para o paciente.

Contatos Com sua mão cefálica toma contato sobre o gradil costal.

Técnica Realiza uma barreira em direção das fibras musculares do


gradil costal até o trocânter. Reforça o alongamento com
trações do membro inferior.

1º ANO 86
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TÉCNICA NEUROMUSCULAR DO PSOAS.

Paciente: Decúbito dorsal.

Osteopata: Do lado contrário a tratar.

Contatos Com sua mão cefálica palpa o músculo ao nível da inserção


tendinosa.
A mão caudal contata o membro inferior do lado do músculo
espasmódico, realizando uma flexão de joelho com flexão +
adução de quadril. Pode utilizar o contato do seu tórax e
abdômen sobre a face antero-lateral do joelho do paciente
para controlar os parâmetros agregando a rotação necessária
até perceber o relaxamento do músculo.

Técnica O terapeuta com sua mão cefálica realiza uma massagem


profunda e circular até o relaxamento muscular.

TÉCNICA DE BOMBEIO DO PSOAS ESQUERDO.

Paciente: Decúbito dorsal.

Osteopata: Em pé, do lado contrário a tratar, à altura da pelve.

Contatos Ambas as mãos sobre o ventre muscular do psoas esquerdo.


A extremidade inferior direita sobre a maca, para que
descanse a extremidade inferior esquerda do paciente sobre
ela.

Técnica Realizar um bombeio do músculo, passando lenta e


suavemente de um lado a outro, até conseguir relaxamento ou
uma mudança no tônus muscular.

TÉCNICA DE SPRAY AND STRETCH DO ILIOPSOAS.

Paciente: Decúbito dorsal com o membro a tratar fora da maca. A outra


perna em flexão de quadril e joelho.

Osteopata: Em pé, finta anterior, próximo ao paciente.

Técnica O terapeuta realizará um traço com o spray das costelas


inferiores até o joelho, contatando toda a face anterior da coxa
e do abdômen. Depois se realiza um estiramento de forma
passiva.

1º ANO 87
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TÉCNICA DE ENERGIA MUSCULAR DO PSOAS.

Paciente: Decúbito dorsal com o membro a tratar fora da maca. A outra


perna em flexão de quadril e joelho, para proteger as
lombares.

Osteopata: Finta anterior à altura do joelho do paciente.

Técnica Utilizamos o princípio de relaxamento pós-isométrico.


Buscamos a barreira motora em extensão de quadril do lado
afetado. Solicita-se que empurre seu joelho para o teto e o
terapeuta resiste o movimento (contração isométrica).
Respeitando-se os tempos da técnica e busca-se nova
barreira (corrigindo todos os parâmetros).
Testam-se os novos resultados e se repete a manobra se
necessário.

TÉCNICA DE STRETCHING DOS MÚSCULOS ESPINHAIS LOMBARES

Paciente: Decúbito lateral, com flexão de quadril e joelho.

Osteopata: Em pé, de frente para o paciente em finta lateral. Com seu


abdômen controla as pernas do paciente.

Contatos: A mão cefálica apóia seu dedo índice e médio sobre o


processo espinhoso de T12, sua mão caudal apóia seu
antebraço sobre o sacro e a palma de sua mão sobre o
segmento lombar.

Técnica O terapeuta translada o peso de seu corpo para a perna


cefálica aumenta a flexão da coluna lombar, reforçando a ação
com o contato caudal.
A mesma manobra pode ser realizada de forma segmentar
focalizando os contatos e a ação em um determinado
segmento intervertebral.

TÉCNICA DE SPRAY AND STRECH DOS MÚSCULOS ESPINHAIS.

Paciente: Sentado.

Osteopata: Atrás do paciente.

Técnica Realizamos rotação contralateral e aumento da lordose.


Realizam-se traços sobre a musculatura, com estiramento
passivo ao finalizar a técnica.

1º ANO 88
ESCUELA DE OSTEOPATIA DE MADRID ©

TÉCNICA DE RELAXAMENTO MIOFASCIAL.

Paciente: Decúbito ventral.

Osteopata: Finta anterior olhando para a cabeça do paciente.

Contatos: Mão cefálica: contato global sobre o sacro.


Mão caudal: contato global sobre a dobradiça toraco-lombar.

Técnica Pede-se ao paciente expiração e separamos as mãos.


Depois se pede ao paciente inspiração e bloqueamos a
separação.
Repete-se o ciclo durante dez vezes.

TÉCNICA DE INIBIÇÃO DOS MÚSCULOS ESPINHAIS LOMBARES.

Paciente: Em decúbito ventral

Osteopata: Em pé, finta anterior perpendicularmente ao paciente, à altura


das lombares e do lado contrário a tratar.

Contatos: Mão caudal, contato do polegar contra o bordo interno da


musculatura espinhal.
Mão cefálica reforça, com o pisiforme, o contato da mão
caudal.

Técnica Na fase inspiratória acompanhamos o movimento e na fase


expiratória realizamos uma força externa passando através da
musculatura espinhal.
Pode-se realizar com ou sem a ajuda da respiração.
Devemos conseguir o relaxamento ou mudança do tônus da
musculatura.

1º ANO 89
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TÉCNICA DE LOMBAR-ROLL – CORREÇÃO DE E.R.S. LOMBAR

Objetivos: Buscar um efeito reflexógeno, neurovascular a partir da abertura


surpresa da faceta articular imbricada. Para isto é necessário
construir alavancas de flexão y contra-rotação mantendo a
lateroflexão lesional.

Paciente: Decúbito lateral com o lado lesionado (posterioridade) para cima.


Pelve perpendicular à maca.

Osteopata: Em pé, finta anterior em direção obliqua olhando para o paciente.

Contatos: El antebrazo cefálico toma apoyo sobre el pectoral y el antebrazo


caudal sobre la cresta iliaca, a la vez que con sus manos testea el
área a tratar.
Contacta con la cara anterior del muslo de la pierna posterior la cara
lateral del muslo superior del paciente. Descarga el peso de su
cuerpo hacia atrás hasta apoyar la punta del pie con la pierna
posterior.

Técnica 1. Construção de alavancas:


a) Parâmetro de lateroflexão por alavanca inferior (50%): se traciona
o membro inferior estendido, que está sobre a maca, em direção
caudal, o que aumenta a concavidade superior.
b) Parâmetro de flexão por alavanca superior (50%): o terapeuta
passa seu braço por baixo da cabeça do paciente e leva em flexão
anterior o tronco, até abrir o espaço superior da vértebra em lesão.
c) Parâmetro de lateroflexão por alavanca superior (50%): se
traciona o membro superior que se encontra sobre a maca
cefalicamente, até perceber o movimento na vértebra em lesão.
d) Parâmetro de rotação por alavanca superior, o terapeuta traz
para si e em direção podálica o membro superior do paciente que se
encontra sobre a maca.
O paciente coloca suas mãos sobrepostas sobre o gradil costal.
e) Parâmetro de flexão por alavanca inferior (50%), se coloca o
membro inferior que está por cima em flexão. O terapeuta controla o
joelho do paciente com suas coxas para determinar os graus de
flexão necessários para focalizar o segmento a tratar.
f) Posicionado o paciente, este deve ficas em equilíbrio sobre a
maca, se isso não ocorrer, deverá melhorar a perpendicularidade da
pelve sobre o plano.
2. O terapeuta roda para si o paciente em bloco até ver a
posterioridade lesional.
3. Exceução:
Se reduz o slack aumentando os parâmetros e se realiza
simultaneamente o body drop, acompanhado de uma contração de
alta velocidade de peitorais e tríceps, levando a crista ilíaca em
direção inferior (para o solo) o que produz uma rotação da vértebra
subjacente abrindo o espaço articular.

1º ANO 90
ESCUELA DE OSTEOPATIA DE MADRID ©

TÉCNICA DE LOMBAR-ROLL – CORREÇÃO DE F.R.S. LOMBAR.

Paciente: Em decúbito lateral com a fixação (desimbricação) para cima.


A posterioridade se encontrará sobre a maca.

Osteopata: Em pé, finta anterior em direção obliqua olhando para o


paciente.

Contatos: O antebraço cefálico apóia sobre o peitoral e o cotovelo caudal


sobre o ísquio, o antebraço sobre a sacroilíaca, com as mãos
testa-se a área a tratar.
Contato com a face anterior da coxa da perna posterior com a
face lateral da coxa superior do paciente.

Técnica 1. Construção de alavancas:


a) Parâmetro de lateroflexão por alavanca inferior (50%): se
traciona o membro inferior estendido, que está sobre a maca,
em direção caudal, o que aumenta a concavidade superior.
b) Parâmetro de lateroflexão por alavanca superior (50%), se
traciona o membro superior que se encontra sobre a maca
cefalicamente, até perceber o movimento na vértebra em
lesão
c) Parâmetro de rotação por alavanca superior, o terapeuta
traciona para si e em direção podálica o membro superior do
paciente que se encontra sobre a maca.
O paciente coloca suas mãos sobrepostas sobre o gradil
costal.
d) Posicionado o paciente, este deve estar em equilíbrio sobre
a maca, se isso não acontecer, deve-se melhorar a
perpendicularidade da pelve sobre o plano.
2. O terapeuta roda para si o paciente em bloco até ver a
posterioridade lesional.
3. Execução:
Com o contato da coxa levamos o membro superior em
sentido cefálico, o que provoca extensão lombar. Podemos
acentuar a extensão lombar trazendo para frente a zona
lombar.
A fixação com a mão cefálica sobre o peitoral induz a
lateroflexão com direção caudal. O body drop se realiza em
direção cefálica buscando a imbricação da faceta lesionada.

1º ANO 91
ESCUELA DE OSTEOPATIA DE MADRID ©

TÉCNICA DE ENERGÍA MUSCULAR – CORREÇÃO DE E.R.S.d LOMBAR.

Objetivos: Abrir a faceta inferior imbricada.

Paciente: Em decúbito lateral direito.

Osteopata: Finta anterior olhando para os pés do paciente.

Contatos: Mão esquerda ou cefálica palpa a faceta imbricada da


vértebra.
Mão direita ou caudal sobre os pés do paciente.

Técnica Técnica por relaxamento pós-isométrico.


Localizamos a flexão por meio dos membros inferiores até a
vértebra. Pedimos ao paciente que fixe esta posição
segurando a maca com a mão esquerda.
O terapeuta leva as pernas do paciente em direção ao teto
(para a barreira motora) e solicita que empurre os pés para o
solo, e o terapeuta resiste (contração isométrica). Respeitam-
se os tempos da técnica e se busca nova barreira (corrigindo
todos os parâmetros).
Testam-se os resultados e se repete a manobra se
necessário.

TÉCNICA DE ENERGÍA MUSCULAR – CORREÇÃO DE F.R.S.d LOMBAR.

Objetivos: Fechar a faceta desimbricada.

Paciente: Em decúbito lateral direito.

Osteopata: Finta anterior olhando para os pés do paciente.

Contatos: Mão esquerda ou superior sobre a faceta desimbricada da


vértebra.
Mão direita sobre os pés do paciente.

Técnica Técnica por relaxamento pós-isométrico.


O osteopata flexiona as pernas do paciente e báscula-se a
pelve em decúbito lateral do lado do terapeuta. Colocaremos
flexo-extensão sobre a vértebra a tratar.
Levamos os pés do paciente para o teto, para produzir
lateroflexão esquerda.
Solicita-se que empurre seus pés para o solo e o terapeuta
resiste (contração isométrica). Respeitam-se os tempos da
técnica e se busca nova barreira (corrigindo todos os
parâmetros).
Testam-se os resultados e se repete a manobra se
necessário.

1º ANO 92
ESCUELA DE OSTEOPATIA DE MADRID ©

TÉCNICA DE ENERGÍA MUSCULAR – CORREÇÃO DE N.S.R.e LOMBAR.

Objetivos: Desrotar a coluna lombar.

Paciente: Em decúbito lateral direito em posição neutra.

Osteopata: Finta anterior olhando para os pés do paciente.

Contatos: Mão superior ou esquerda palpa a espinhosa de L3 (ápice da


curva).
Mão inferior ou direita sobre os pés do paciente.

Técnica Regular a posição neutra da lordose lombar.


Flexionamos as pernas do paciente até que a tensão chegue a
L3. Levamos os pés do paciente em direção ao teto, para
inverter a convexidade. Solicita-se que empurre os pés para o
solo e o terapeuta resiste (contração isométrica). Respeitam-
se os tempos da técnica e busca-se a nova barreira (corrigindo
os parâmetros).
Testam-se os resultados e se repete a manobra se
necessário.

Precaução: Que não existe rotação do tronco.

TÉCNICA NEUROMUSCULAR PARA ESPINHAIS LOMBARES.

Paciente: Em decúbito ventral.


Osteopata: De pie en finta adelante al lado contrario a tratar
Contatos: Con una mano fija cerca de la zona a tratar aplicando una
fuerza sobre los tejidos en dirección contraria a la dirección del
trazo que se realizará.
El pulgar de la mano ejecutora se encuentra en extensión y
será el encargado de la aplicación del trazo que debe ser
profundo, el cual podrá repetirse hasta tres veces.
Técnica 1. Poner en tensión el plano muscular posterior, traccionando
del sacro en dirección caudal.
2. Trazos en dirección longitudinal a un través de dedo de las
apófisis espinosas. Los trazos son fuertes y muy lentos.
3. Trazos nivel de la charnela toracolumbar siguiendo la
dirección de los músculos intercostales.
4. Trazos siguiendo la dirección de la cresta iliaca.
5. Se realizan tres trazos por cada nivel.

1º ANO 93
ESCUELA DE OSTEOPATIA DE MADRID ©

TÉCNICA DE STRETCHING PARA LIGAMENTOS INTERESPINHOSOS.


Paciente: Em decúbito lateral, com flexão de quadril e joelhos.

Osteopata: De frente para o paciente

Contatos: A mão cefálica sobre o processo espinhoso superior do espaço


interespinho a tratar.
As pernas do paciente repousam sobre as pernas e abdômen do
terapeuta.

Técnica O osteopata realiza um movimento de deslizamento de caudal para


cranial com seu corpo, enquanto que com a mão cefálica fixa a
espinhosa superior e com a mão caudal traciona a espinhosa caudal,
no eixo longitudinal da coluna.

TÉCNICA DE STRETCHING PARA LIGAMENTOS ILIOLOMBARES.


Paciente: Em decúbito lateral direito, com flexão de quadril e joelhos.

Osteopata: De frente para o paciente

Contatos: A mão cefálica na face inferior dos joelhos do paciente. A mão


caudal sobre os pés do paciente.
As pernas do paciente repousam sobre as pernas e abdômen do
terapeuta.

Técnica O osteopata realiza um movimento de elevação dos joelhos e de


descida dos pés do paciente. Com esta manobra conseguimos o
stretching dos ligamentos esquerdos.
Se pelo contrário descermos os joelhos e elevamos os pés,
estaremos realizando o stretching dos ligamentos direitos.

TÉCNICA DE STRETCHING PARA LIGAMENTOS ILIOLOMBARES.


Indicação: Artrose.

Paciente: Decúbito ventral.

Osteopata: Finta anterior olhando para a cabeça do paciente, à altura da pelve.

Contatos: A mão interna contato do pisiforme sobre o processo transverso do


lado contrário à mão com os dedos olhando para a cabeça do
paciente.
A mão externa contato do pisiforme sobre o processo transverso do
lado contrário à mão, com os dedos olhando para a cabeça do
paciente.

Técnica Imprimir um movimento de rotação das mãos, mais uma pressão


sobre a mão ou sobre a outra, o que imprime um movimento de
extensão e rotação de uma vértebra.

Precaução: Quando há dor à extensão de tronco.

1º ANO 94

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